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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO RUBENS LIMA DA SILVA Mestrado em Ciências da Religião

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Academic year: 2019

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RUBENS LIMA DA SILVA

Mestrado em Ciências da Religião

OS MÓRMONS EM SANTA CATARINA: Origens, conflitos e desenvolvimento

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RUBENS LIMA DA SILVA

OS MORMONS EM SANTA CATARINA: Origens, conflitos e desenvolvimento

Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Presbiteriana Mackenzie – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Religião.

ORIENTADOR: Prof. Dr. João Baptista Borges Pereira

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S586m Silva, Rubens Lima da

Os Mórmons em Santa Catarina: origens, conflitos e desenvolvimento / Rubens Lima da Silva.

119 f. : il. ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2008. Bibliografia: f. 97-99.

1. Mórmons 2. Imigração alemã 3. Santa Catarina I.Título.

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RUBENS LIMA DA SILVA

OS MORMONS EM SANTA CATARINA: Origens, conflitos e desenvolvimento

Dissertação apresentada à Universidade Presbiteriana Mackenzie – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Religião.

Aprovado em

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. João Baptista Borges Pereira – Orientador

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Prof. Dr. Paulo Rodrigues Romeiro

Universidade Presbiteriana Mackenzie

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AGRADECIMENTOS

A Deus, autor e sustentador de toda a vida, pela força e pela coragem que nos concedeu, nos sustentando e concedendo todo o sustento necessário para que este trabalho fosse concluído.

Ao Prof. Dr. João Baptista Borges Pereira, que em sua paciência e sabedoria, muito nos auxiliou no desenvolvimento deste trabalho, nos orientou de forma segura e lúcida, e com sapiência nos conduziu.

Ao Élder Prof. Henrique João Blind, que muito nos auxiliou, nos concedendo importantes informações e materiais históricos de sua família e de sua Igreja.

Ao Élder Joni L. Koch, que nos auxiliou cordialmente, e nos proporcionou contato direto com líderes da Igreja.

Aos membros da 2ª. Igreja Presbiteriana de Itajaí, que nestes últimos meses, pacientemente, toleraram as inúmeras ausências de seu pastor.

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RESUMO

Este trabalho trata da trajetória da chegada da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, no Brasil, em sua primeira fase de implantação, de forma mais específica, até o ano de 1941. Seu surgimento no Estado de Santa Catarina aconteceu de forma oficial, na cidade de Joinville – colônia alemã – vindo posteriormente o trabalho junto à família Lippelt.Este trabalho trata do desenvolvimento da imigração alemã no Estado de Santa Catarina. Será tratado o surgimento das primeiras cidades, que serão o alvo do trabalho de proselitismo dos Missionários Mórmons e o estabelecimento das famílias de imigrantes nas colônias criadas, tanto por iniciativa do Governo brasileiro, quanto por iniciativas de particulares, como é o caso das cidades de Joinville e de Blumenau. As colônias tinham o objetivo do povoamento do Centro-Oeste Catarinense, para salvaguardar o domínio do território brasileiro, que anteriormente havia sido contestado pela Argentina, como também, salvaguardar o território Catarinense após o acordo de limites entre Santa Catarina e Paraná. O trabalho trata também dos conflitos gerados pela construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande – EFSPRG, e dos benefícios que ela trouxe. Pela Ferrovia temos a chegada dos imigrantes, sendo também o meio utilizado pelos Missionários Mórmons para a implantação da Igreja no Centro-Oeste Catarinense. Trata-se da família precursora da Igreja, os Lippelt, elo importante para a implantação da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no Brasil, na região de Ipoméia, distrito de Rio das Antas – SC.

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ABSTRACT

This work is about the trajectory of the arrival of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints in Brazil, during its first stage of establishment, in a more specific way, until the year of 1941. Its starting in the state of Santa Catarina took place in the city of Joinville – German colony – and later, working together with the Lippelt family. This work describes the development of German immigration in the state of Santa Catarina. It will be analysed the appearing of the first cities, which will be the target of proselytizing work by Missionary Mormons and the establishment of the immigrant families in the founded colonies by the Brazilian government as well as by private enterprise, as it is the case of the cities of Joinville and Blumenau. The colonies had the goal of populating the Middle-West of Santa Catarina in order to protect the dominance of the Brazilian territory, which had been formerly required by Argentina, as well as protecting the territory of Santa Catarina and Paraná. This work also analyses the conflicts aroused by the construction of the São Paulo-Rio Grande – EFSPRG railway and the benefits that it brought. The immigrants arrived through this railway, means of transport also used by Missionary Mormons for the settlement of the Church in the Middle-West of Santa Catarina. The family Lippelt, pioneer of the Church, is discussed as an important link for the establishment of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints in Brazil in the region of Ipoméia, district of Rio das Antas – SC.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Placa de identificação da Estação de Rio das Antas – SC ... 31

Figura 2 – Estação ferroviária de Ipoméia e de missionários Mórmons ... 32

Figura 3 – Estação Ferroviária de Caçador. ... 33

Figura 4 – Composição de Trem vista de forma mais aproximada ... 33

Figura 5 – Composição estacionada na estação turística de Caçador. ... 34

Figura 6 – Vista da estação Ferroviária de Rio das Antas ... 35

Figura 7 – Vista da estação Ferroviária de Ipoméia (Antiga Princesa Isabel) ... 35

Figura 8 – Vista do Vilarejo no vale de Ipoméia. ... 40

Figura 9 – Grupo de jagunços armados que participaram da “Guerra do Contestado” ... 44

Figura 10 – Presidente Brigham Young ... 50

Figura 11 – Élder Parley P. Pratt ... 51

Figura 12 – Élder Melvin J. Ballard e Élder Rey. L. Pratt – Buenos Aires - 1925 ... 54

Figura 13 – Profeta Presidente Herbert J. Grandt ... 54

Figura 14 – Élder Reinhold Stöof e sua esposa Ella Stöof e os Élderes Melvin J. Ballard, Rey L. Pratt e J. Vermon Sharp – Buenos Aires 1926 ... 56

Figura 14 – Presidente Reinhold Stöof e sua esposa Sister Ella Stöof – Argentina – Buenos Aires, 1926 – Segundo Presidente da Missão Sul Americana – Argentina ... 59

Figura 15 – A Força Missionária da Missão Sul Americana – Agosto de 1927. Da esquerda para a direita, sentados: Élders Russel Spencer, Frederick S. Williams, Gouglas Merril, Paul Davis, Lewis E. Christan, Waldo Stoddard, Ella Stöof, Reinhold Stöof, Jewel Jensen, Heber Clegg e Williams F. Heinz. 61 Figura 16 – Foto ilustrativa da flor de Ipoméia ... 63

Figura 17 – Auguste Kuhmann Lippelt e Robert Fridrich Heinrich Lippelt – Bremenn Alemanha ... 67

Figura 18 – Reunião em 03 de Agosto de 1930 no Ramo de Ipoméia na “casa” dos Lippelt dirigidos pelos Éders Jack C. Cannon e David Ballstaedt ... 71

Figura 19 – Família Lippelt prontos para a reunião da igreja no domingo em sua própria casa. ... 72

Figura 20 – Robert H. Lippelt – Após seu batismo - Ipoméia ... 72

Figura 21 – Foto de Max Richard , Amália Augusta e Robert Richard “Zapf” Ipoméia SC 1931 ... 76

(10)

Figura 23 – Vista parcial da cidade de Joinville por volta do ano de 1929 ... 77

Figura 24 – Foto de reunião no Ramo de Joinville ... 79

Figura 25 – Foto da família Seel, tirada no dia do batismo em 14 de abril de 1929 em Joinville ... 80

Figura 26 – Foto da família Sell no ano de 1929 – Joinville - SC ... 80

Figura 27 – Foto do batismo de Berta A. Just Sell, sendo batizada pelo Élder Emil A. J. Schindler. .. 81

Figura 28 – Foto Éder William Fred Heinz e Élder Emil A. J. Schindler ... 82

Figura 29 – Foto da Capela do Ramo de Joinville – SC. ... 82

Figura 30 – Foto da 1ª. Sociedade de Socorro ... 84

Figura 31 – Foto da casa alugada da Rua Itapeva no bairro da Bela Vista – SP em 1935 ... 88

Figura 32 – Foto Conferência na Capela do Ramo de Ipoméia no ano de 1940. ... 92

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Batismos por Nacionalidade – Missão Sul Americana: 1925 - 1930 ... 57

TABELA 2 – Estatística da Missão Sul Americana: 1925 - 1934 ... 83

TABELA 3 – Estatística da Missão Brasileira – novembro de 1935 ... 87

(12)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 14

CAPÍTULO I – O CENÁRIO HISTÓRICO ... 18

1.1 A colonização alemã em Santa Catarina ... 18

1.2 A Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande – EFSPRG ... 27

1.3 Formação da região de Ipoméia (antiga Princesa Isabel) ... 36

1.4 Contexto de Lutas – suas origens – Guerra do Contestado. ... 40

CAPÍTULO 2 – OS PIONEIROS ... 45

2.1 Os protagonistas - Sumário da História dos Mórmons – origem. ... 45

2.2 A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias na América do Sul ... 50

2.2.1 A Primeira Tentativa – Chile – Frustração ... 51

2.2.2 A Segunda Tentativa – Argentina - Implantação ... 53

2.2.3 Karl Bruno Reinhold Stöof – 2º. Presidente da Missão Sul Americana ... 59

2.3 Início do trabalho – Ipoméia ... 61

2.4 Os precursores – A Família Lippelt ... 64

CAPÍTULO 3 – SEUS MEMBROS ... 67

3.1 Os Lippelt ... 67

3.1.1 A conversão de Robert Fridrich Heinrich Lippelt ... 72

3.2 Os primeiros membros da “A Igreja de Jesus Cristo” no Brasil – A Família Zapf ... 74

3.3 A Igreja implantada – Joinville ... 76

3.4 A Missão Brasileira ... 85

3.5 A Capela de Ipoméia ... 90

CONCLUSÃO ... 94

(13)

ANEXO 1 ... 100

ANEXO 2 ... 101

ANEXO 3 ... 102

ANEXO 4 ... 103

ANEXO 5 ... 104

ANEXO 6 ... 105

ANEXO 7 ... 106

ANEXO 8 ... 107

ANEXO 9 ... 108

ANEXO 10 ... 109

ANEXO 11 ... 110

ANEXO 12 ... 111

ANEXO 13 A ... 112

ANEXO 13 B ... 113

ANEXO 14 ... 114

ANEXO 15 ... 115

ANEXO 16 ... 116

ANEXO 17 ... 117

ANEXO 18 ... 118

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INTRODUÇÃO

Este projeto insere-se em outro, de maior abrangência, coordenado pelo professor Dr. João Baptista Borges Pereira, cujo tema é “Relação entre Etnia e Religião no Brasil”, na medida em que “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, embora não étnica ou etnicizada faz parte da imigração alemã no Brasil às vezes confunde-se com este processo.

Na mesma linha deste projeto já foram elaboradas sete dissertações de mestrado, sendo elas: Alvorada: Negros e Brancos numa Congregação Presbiteriana de Londrina1, que analisa a presença de protestantes negros nesta Congregação; Terra Nostra em Mudança: Identidade Étnica Religiosa e Pluralismo Religioso numa Comunidade Italiana no Interior Paulista2, que focaliza a italianidade e o protestantismo em um ex-núcleo de colonização italiana pós-guerra, na localidade de Pedrinhas Paulista, Estado de São Paulo;

Missão Caiuá: Caiuá da Ação Missionária Protestante entre índios Guaranis, Caiuá e Terena3, trabalho orientado pelo Prof. Dr. Antonio Gouvêa Mendonça, que busca examinar o relacionamento entre índios e missionários na Missão Caiuá; Um Véu sobre a Imigração Italiana no Brasil4, que trata da presença de imigrantes italianos na fundação da Congregação Cristã no Brasil, bem como a marca étnica italiana dessa igreja a partir de seus primórdios

1 NETO, José Furtado Martins Trigueiro, “Alvorada: Negros e Brancos, numa congregação Presbiteriana de Londrina – estudo de caso, Dissertação de Mestrado da Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2004.

2 GOUVÊA, Marivaldo, Terra Nostra em Mudança: Identidade Étnica Religiosa e Pluralismo Religioso Numa Comunidade Italiana no Interior Paulista, Dissertação de Mestrado da Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2005.

3 NASCIMENTO, Jonas Furtado do, Missão Caiuá: Caiuá da Ação Missionária Protestante entre os índios Guarani, Caiuá e Terena, Dissertação de Mestrado da Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2004.

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(1910);Os Coreanos Protestantes na Periferia de São Paulo – Um Estudo de Caso5, trabalho este, que está voltado a um estudo sobre os missionários presbiterianos coreanos na corrente migratória desse grupo étnico no Brasil, analisando o significado bem como a proposta desses membros da Igreja Presbiteriana, em sua atuação no diversificado e complexo campo religioso;Delírios Religiosos e Estruturação Psíquica – “O Caso Jacobina Mentz Maurer e o Episódio Mucker” – Uma Releitura Fundamentada na Psicologia Analítica6, uma proposta de releitura da psicologia analítica do Movimento Messiânico Mucker, relacionando esse movimento a imigrantes alemães luteranos; A Igreja Católica Ortodoxa Russa no Exílio em São Paulo – Identidade Étnica e Religião – Um Estudo de Caso7, busca revelar a atuação da “Igreja Católica Apostólica Ortodoxa Russa no Exílio”, também conhecida como “Igreja Ortodoxa Russa fora das Fronteiras”, junto a imigrantes russos em São Paulo.

O presente trabalho tem como base, o trabalho elaborado por Nádia Fernanda Maia de Amorim, “Os Mórmons em Alagoas – Religião e Relações Raciais”, que foi orientada pelo Prof. Dr. Oracy Nogueira, um dos mais expressivos entre os sociólogos brasileiros, que foi também, orientador do Prof. Dr. João Baptista Borges Pereira, em dissertação de mestrado realizada na Escola de Sociologia e Política de São Paulo. O trabalho de Nádia é o único trabalho acadêmico conhecido no Brasil, sobre o grupo de Mórmon. No entanto, há trabalhos elaborados, na Universidade de Utah – USA, no departamento de história, sobre o desenvolvimento e implantação da Igreja na América do Sul, como o de John DeLon Peterson, dissertação de Mestrado, sobre a história do movimento Missionário Mórmon na América do Sul até o ano de 1940, citado no corpo deste trabalho.

O trabalho de Nádia Amorim faz um estudo sobre a aceitação do não branco na “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”. Faz um estudo histórico da implantação da Igreja, no Estado de Alagoas, estudando o Ramo do Farol – Maceió, onde a Igreja foi implantada inicialmente, naquela localidade, através do trabalho de proselitismo dos Missionários Mórmons. Nadia destaca os três momentos desta implantação: 1) A ação missionária rigorosamente fechada aos não brancos; 2) O crescimento do número de

5 ARAÚJO, Edson Isaac Santos, Os Coreanos Protestantes na Periferia de São Paulo – Um Estudo de Caso, Dissertação de Mestrado da Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2005.

6 MÓDULO, Heloisa Mara Luchesi, Delírios Religiosos e Estruturação Psíquica – “O Caso Jacobina Mentz Maurer e o Epsódio Mucker”- Uma Releitura Fundamentada na Psicologia Analítica, Dissertação de Mestrado da Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2006.

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“simpatizantes” (os não brancos), no trabalho; 3) o efetivo trabalho de crescimento a partir de uma atividade missionária extensiva aos não brancos.

O presente trabalho tem como objetivo, um estudo de campo, em busca do levantamento da história da implantação da Igreja no Brasil. Busca-se as bases do estabelecimento das famílias de imigrantes alemães no Brasil, imigrantes estes, que foram não só os precursores, como também, os primeiros alvos do trabalho de proselitismo dos Missionários que se estabeleceram no Brasil. Os Missionários buscaram nas cidades de colônias de imigrantes alemães para implantarem a Igreja, como é o caso da cidade de Joinville, cidade esta, que tem uma forte predominância de imigrantes alemães.

Será também, tratado sobre a visão dos primeiros líderes tanto na pregação do Evangelho, como as estratégias utilizadas para o desenvolvimento de seu trabalho, buscando-se subsídios para o estabelecimento e debuscando-senvolvimento histórico da implantação da Igreja Mórmon. Os primeiros membros da Igreja, os Lippelt, e a família Zaph. A perseverança demonstrada pela matriarca da família, Auguste Lippelt. Os líderes da Igreja, que tinham a responsabilidade da implantação, e a demonstração de amor à obra de proselitismo e de pregação do Evangelho.

Será traçado a história do trabalho dos Missionários Mórmons, sua liderança e o trabalho dos jovens Missionários, que serão os responsáveis pela expansão da Igreja, trabalho este, que iniciado na América do Sul como alvo primordial. O termo América do Sul, neste trabalho, designará primariamente a Argentina e o Brasil. Nestes países, ocorreram os primeiros e reais avanços Missionários. O Chile será mencionado como início do trabalho Mórmon na América do Sul, porém, como será discutido, houve por parte da Igreja uma desilusão em reconhecer que a América não estava preparada para receber o Evangelho naquela primeira investida.

O desenvolvimento, e os meios pelos quais este desenvolvimento será alcançado, serão ilustrados neste trabalho; como também, os personagens principais, serão traçados e em alguns casos, sua história será registrada, como é o caso da família Lippelt e da família Zaph.

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americanos que estavam estabelecidos em terras brasileiras e a proibição por parte da Igreja, da vinda de novos Missionários.

O transcurso da 2ª. Guerra Mundial, e a entrada por parte dos Estados Unidos causou a paralisação do trabalho de proselitismo, no Brasil, por parte dos Missionários Americanos, esta decisão causou várias dificuldades e conseqüentemente, alguns enfraquecimentos. Foi a perseverança e a confiança dos conversos que manteve a Igreja em funcionamento. Os Missionários retornam ao Brasil no ano de 1945, logo após o encerramento do conflito Mundial, dando continuidade aos projetos e conseqüentemente o desenvolvimento da Igreja, em todo o território brasileiro.

A pesquisa busca dados da Igreja, no interior de Santa Catarina, nas cidades de Videira, Rio das Antas e Caçador, região que também foi o palco do conflito armado, que ficou conhecido como “Guerra do Contestado”, embora, tendo sido encerrado em 1916, as conseqüências se estenderam por muitos anos, gerando muitas implicações para os imigrantes que se estabeleceram naquelas colônias.

Busca-se a história da “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias” na América do Sul. A implantação primeiramente na Argentina e o estabelecimento da Missão Sul-Americana, a responsável pela pregação do Evangelho no Brasil, e de onde partiram os primeiros Missionários Mórmons para o Brasil e para outros Países da América do Sul.

Veremos o cotidiano dos Missionários e dos imigrantes alemães, e o respectivo envolvimento com a Igreja, sem se distanciar de sua identidade étnica. Mesmos afastados de seu País, os imigrantes alemães, buscaram preservar sua etnia e pelo menos, no início, não houve a miscigenação; fato este, que é de suma importância para a Igreja.

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CAPÍTULO I

O CENÁRIO HISTÓRICO

1.1 A colonização alemã em Santa Catarina

Para conhecermos um pouco sobre as histórias dos imigrantes alemães, precisamos conhecer os fatos que levaram tais pessoas a abrirem mão de sua pátria e buscarmos compreender os fatos que levaram a tomarem tal atitude.

Parte da história da colonização de Santa Catarina se inicia com a chegada dos primeiros imigrantes alemães em terras brasileiras, fatos estes que foram motivados pelas boas notícias que chegaram a partir de 1826: as notícias positivas do sucesso da Colônia São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.

O interesse dos alemães paraa emigrarem para o Brasil aumentou nas cidades Hanseáticas (norte da Alemanha) – Bremen, Hamburg e Lübeck – cujos armadores davam preferência ao transporte de pessoas. Estas cidades constituíam uma organização econômica-política medieval destinadas a proteger o seu comércio marítimo contra a pirataria e assegurar os privilégios comercias alcançados. A Liga Hanseática (em alemão – die Hanse, sendo que

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o governo Hanseático, subsistiu apenas em Lübeck, Hamburg e Bremen, sendo que nas duas últimas, ainda hoje, referem-se a si mesmas como vilas hanseáticas8.

O agente de Encargos Políticos do Imperador Dom Pedro I, Major Georg Anton Schäfer9, que não havia sido bem recebido, em sua missão de recrutar soldados para o exército Imperial, havia sido hostilizado pelo Chanceller da Áustria, Matternich. Ele encontra grande apoio naquelas cidades Hanseáticas.

Os anos de 1827 e 1828 vão encontrar os agentes do Major Schäfer em plena atividade no vale do Mosela, no Eifel (próximo a fronteira da França e Luxemburgo), no

Hunsrück (sul da Alemanha) e no Satre (norte da Alemanha).

O major Schäfer, com residência em Bremen, comandou a propaganda de aliciamento, executada com eficiência por seus prepostos. Havia por parte do Imperador, a procura de famílias que quisessem se estabelecer como colonos.

A Prússia10, um estado independente, de 1701 até 1871, chamado de “O Reino da Prússia”, era tolerante quanto ao envio de seu povo, desde que não levassem aqueles que estivessem em idade de serviço militar. Este Estado foi o maior dos Estados constituintes do Império Alemão, a maior unidade territorial e administrativa dentro do Império, da República do Terceiro Reich, desde 1871 até 1945, tendo por este motivo, restringido a saída de imigrantes em idade de prestarem o serviço militar.

O governo Imperial do Brasil oferecia aos interessados, ótimas vantagens, como relata Philippi (1975, p. 18):

1. Os emigrantes para a colonização no Brasil não necessitarão de recursos. O Governo se encarregará da passagem marítima e da alimentação durante a viagem. Uma vez no Brasil, serão assistidos pelo Governo com utensílios agrícolas, com as primeiras provisões e com um subsídio diário11 até que estejam em condições de eles mesmos se alimentarem.

2. Os emigrantes mais abastados, que viajarem às próprias expensas, entrarão no gozo de todas as vantagens previstas depois de chegados

8Disponível em: http://pt.wikipedia.org/ acessado em 27/04/2008.

9 Para uma descrição mais detalhada sobre o assunto, ver em: PHILIPPI, Aderbal João, São Pedro de Alcântara: A primeira colônia alemã de Sta Catarina, Letras Contemporâneas, Florianópolis, 1975, p.16, 17.

10A Prússia (Pr

njsa, em prussiano antigo; Preüßen, em alemão; Prusy, em polonês; Prnjsai, em lituano; Borussia,

em latim) foi no contexto histórico mais recente, um Estado que surgiu a partir da Prússia Oriental, que ao longo de séculos exerceu forte influência sobre a história da Alemanha e da Europa. A última capital da Prússia foi Berlim. http://pt.wikipedia.org/ – acessado em 27/04/2008.

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ao Brasil, tendo direito a maior área de terras, proporcionalmente aos custos da viagem.

3. Ninguém será obrigado ao serviço militar. Os engajamentos serão voluntários. Para isso, já na Alemanha, são concedidas cartas àqueles que não pretendem prestar o serviço militar.

4. Os emigrantes serão estabelecidos em agrupamentos próprios para preservar, pela tradição, seu patrimônio cultural e moral e para não perderem seus valores de origem, inclusive o idioma num ambiente estranho e de não correrem, os seus descendentes, o perigo da degeneração e da decadência de costumes.

5. Aos não católicos conceder-se-á casa de oração e escola, mesmo não sendo elas públicas, e todas as ajudas por parte do governo. Cada colônia receberá, para suas comunidades eclesiásticas e escolares, concessões de terras, que serão cultivadas depois que chegarem os pastores e professores, pelos membros da colônia.

6. O Governo Brasileiro, antes da emigração, fornece a cada emigrante, para que apresente às autoridades do seu país, o Certificado de Recepção (Aufnahmezusicherung), o qual garante aos colonos, que fixarem residência em terras concedidas pelo Governo, a equiparação política com os demais súditos do Império.

7. Os colonos serão estabelecidos na Província do Rio Grande do Sul.

Antes do embarque, era celebrado, no porto, um contrato entre o emigrante e o representante consular brasileiro, discriminando o número de pessoas de cada família. A localização para o estabelecimento dos colonos foi alterada: de vez da Província do Rio Grande do Sul, seria nas suas imediações.

Assim iniciaram-se as primeiras viagens de alemães para colonizarem as terras de Santa Catarina. Uma canção, composta em 1826, por Peter Minor, era cantada pelos viajantes durante a travessia oceânica, que naqueles tempos demorava cerca de 90 dias, e dizia assim, com transcrição da letra por Philippi (1975, p. 19, 20):

Wir Treten jetzt die Reise nach Brasilien an;

Sei bei uns, Herr, und weise, ja, mache selbst die Bahn; Sei bei uns auf dem Meere mit Deiner Vaterhand! So Kommen wir ganz sicher in das Brasilien-Land. Durch Gott sind wir berufen, sonst käm’s uns nie Sinn; So glauben wir und wandern auf Dein Geheiss dahin. Gott führt uns auf dem Meere mit Seiner Vaterhand, So kommen wir ganz sicher in das Brasilien-Land. Gott sprach zu Abrahame; Geh aus von deinem Land, Ins Land, das ich Dir zeige durch Meine starke Hand! Auch wir vertrauen feste auf Gott, sein heilig Wort, So gehen wir von dannen jetzt nach Brasilien fort. Wie oft haben wir gerufen zu Dir, mein Gott und Herr, So hat sich jetzt eröffnet ein Land, worinnen wir

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A tradução feita pelo Rev. Siegfried Heinzle, pastor da Igreja Presbiteriana de São Francisco do Sul – SC, descendente de imigrantes alemães da região de Blumenau, como segue:

Hoje iniciamos a viagem para o Brasil:

Sê conosco, Senhor, e indica, sim, faze tu mesmo o caminho; Sê conosco sobre o mar com tua mão paternal!

Assim chegaremos bem seguros na terra brasileira (ou terra do Brasil) Por Deus vocacionados, do contrário jamais viria a nossa mente; Assim cremos nós e caminhamos sob tua ordem para lá.

Deus dirige-nos sobre o mar com sua mão paternal; Assim chegaremos bem seguros na terra brasileira. Deus falou a Abraão: sai da tua terra,

Para a terra que eu te mostrarei com minha forte mão! Também nós cremos firmemente em Deus, na sua palavra, Por isso vamos nós, agora, embora para o Brasil.

Quantas vezes clamamos por ti, meu Deus e Senhor, Assim agora se abriu (se apresentou) uma terra para a qual Sob teu aceno, vamos. Pela direção de tua mão,

Certamente tu nos proverás na terra brasileira.

Porém, como podemos notar, na tradução da música, entoada pelos imigrantes, há elementos que demonstram um forte apelo de confiança em Deus e uma ansiedade pelo destino que os aguardava.

A primeira colônia européia em Santa Catarina foi instalada por iniciativa do governo, em São Pedro de Alcântara, em 1829. Eram 146 famílias 523 colonos católicos vindos de Bremen (Alemanha), que haviam desembarcado na ilha de Santa Catarina, vindos nos brigues Marquês de Vianna e Luíza, uma embarcação à vela, que era usada como navio mercante e navio de guerra, provida de dois mastros, sendo que o menor era inclinado para trás. Esta colônia achava-se situada sobre a margem esquerda do Rio Maruim, distrito da Vila de São José, distante quatro léguas e meia a oeste do arraial da mesma Vila.

Destas 146 famílias, 14 ficaram na cidade e em seus arredores 132 restantes, foram alocadas para terras demarcadas, recebendo terras em quantidades reguladas de 50 a 100 braças, dependendo do número de pessoas que continha cada família.

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sul os batalhões militares que aí tinham sua sede, bem como outros corpos de tropa sediados na Corte e que para lá não podiam regressar por falta de espaço nos quartéis. A tudo isso, somava-se o fato dos cofres da Junta da Fazenda estarem vazios12.

Comentando esta situação, Philippi afirma:

Alojados na Armação, os colonos alemães ficaram em completa ociosidade, além de ter de conviver com os soldados do 4º Batalhão no mesmo espaço [...] Sem perspectivas quanto ao destino que teriam. Ociosos e desesperançados, os imigrantes confinados na Armação da Lagoinha foram, aos poucos, sendo tomados de impaciência. Vinte e cinco deles resolveram dirigir ao Presidente Albuquerque Mello uma representação, datada de 25 de janeiro de 1829. (1975, p. 30, 31)

A resposta à representação dos imigrantes foi transcrita por Philippi, da seguinte forma:

Por Portaria de 9 de fevereiro de 1829, o Presidente da Província resolveu nomear o Major Silvestre José dos Passos, diretor da futura colônia: “Os senhores comandantes dos distritos a quem esta Portaria for apresentada prestarão todos os auxílios que lhe forem requeridos pelo Sargento Mor Silvestre José dos Passos, a fim de que ele possa bem e com toda a brevidade dar desempenho à comissão de que o tenho encarregado, tanto de abertura da estrada como dos edifícios para estabelecer sobre a estrada projetada desta cidade para a vila de Lajes a Colônia dos Alemães chegados no Bergantim Marques de Viannna, em virtude das Imperiais Determinações. Francisco Albuquerque de Mello”. (1975, p. 33)

No 1º. dia do mês de maio de 1843, é realizado o casamento entre o príncipe de Joinville, Francois d’Órleans, filho do rei Louis Philipe de França, com a princesa Dona Francisca, irmã do Imperador do Brasil D. Pedro II, no Rio de Janeiro. Como parte do dote nupcial, o casal recebeu grandes extensões de terras devolutas na então província de Santa Catarina13. Estas terras foram escolhidas em 1844, pelo procurador do príncipe, o vice-cônsul da França no Brasil, Sr. Leónce Aubé. Estas terras foram medidas e demarcadas em 25 léguas quadradas, que foram anexadas à Comarca de São Francisco do Sul.

Havia relações comerciais entre o Brasil e Alemanha, desde 1827, e diversas companhias de navegação enviavam, seus grandes veleiros para os portos brasileiros, trazendo

12 Cf PHILIPPI, Aderbal João, São Pedro de Alcântara: A primeira colônia alemã de Sta Catarina, Letras Contemporâneas, Florianópolis, 1975, p. 30.

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seus produtos e levando café, peles, madeiras e matéria prima. Entre os armadores de Hamburgo, havia a “Christian Mathias Schroeder”, que mantinha no Rio de Janeiro, uma agência comercial própria. Um de seus acionistas, o Senador Christian Mathias Schroeder, como será visto mais à frente, está ligado diretamente à história da Colônia Dona Francisca, fazia também, parte da “Sociedade de Proteção aos Imigrantes no Sul do Brasil”, fundada em 1842, com duas finalidades: 1) regularizar a emigração espontânea para o Brasil; 2) desenvolver as relações comerciais hanseáticas com o Brasil, mediante a introdução de imigrantes alemães e o estabelecimento de colônias agrícolas, pois, dela faziam parte vinte dos capitalistas mais respeitáveis da Alemanha.

Em Hamburgo, dá-se início as conversações entre o enviado do Príncipe de Joinville, o vice-cônsul da França no Brasil, Leóncé Aubé e o Senador Schroeder. Em 05 de maio de 1849, foi firmado um contrato, através do qual, 8 léguas quadradas seriam cedidas para uma colonização em grande escala, sendo os encargos assumidos pelo próprio Senador Schroeder, ou por uma Sociedade a ser fundada. Ficou decidido que em cinco anos, deveriam ser fixados 1.500 colonos na área concedida, com acomodação e sustento para os imigrantes durante dois anos, construção de igrejas e escolas, etc.

No mesmo ano de 1849, o Senador Schroeder fundou em Hamburgo, uma empresa por ações, a “Colonisations-Verein Von 1849 in Hamburg” (Sociedade Colonizadora de 1849, em Hamburgo). Em 15 de maio de 1850, o decreto do Governo Imperial no. 537 exigiu da Sociedade Colonizadora, entre outras questões, a proibição do trabalho escravo na colônia. Teve sua vigência prorrogada por mais cinco anos, pelo decreto no. 712, de 16 de setembro de 1853, no qual ficava assegurada a proteção ao culto: “que professarem os colonos estabelecidos nas referidas terras”, e estendia a naturalização, após dois anos de residência, ao que adquirissem terras na Colônia, como rezava o artigo 3º, conforme Piazza (1994, p. 136, 137).

Em 22 de maio de 1850, o engenheiro da Sociedade Colonizadora, recebeu das mãos do vice-cônsul da França no Brasil, o título de posse de 8 léguas quadradas destinadas à futura colonização européia. Iniciava-se, em seguida, a construção de ranchos para a recepção dos imigrantes e a abertura das primeiras picadas através do mato fechado.

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núcleo, localizado junto ao ribeirão Matias na sua confluência com o Rio Cachoeira, recebeu o nome de “Schroedersort” em homenagem ao velho Senador14.

Esta cidade será de vital importância no desenvolvimento da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons) pois, será esta a cidade escolhida como base do trabalho de proselitismo dos Missionários Mórmons, e como primeira cidade escolhida para a implantação da “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, por ser uma colônia genuinamente alemã, como será visto adiante.

Em 1846, o Dr. Hermann Blumenau, membro da Sociedade de Proteção aos Imigrantes no Sul do Brasil, buscou estudos sobre a possibilidade da aquisição de terras no sul do Brasil. Em 1850 é fundada a colônia de Blumenau, no Vale do Itajaí-Açu, às margens desse Rio, a qual foi vendida, dez anos depois ao Governo Imperial. Veja no quadro (anexo 1), a relação com a data de fundação de vários municípios de Santa Catarina, bem como, a predominância da etnia e também de alguns, o nome de seu fundador15.

Apesar das dificuldades encontradas pelos imigrantes que se estabeleceram, na Colônia Dona Francisca: o clima, o solo e o relevo, a colônia prosperou, expandindo-se pelos vales e planaltos, dando origem em 1873, a colônia de São Bento do Sul. Como podemos ver no mapa de 198316 (anexo 2), a hegemonia alemã naquela região, foi pouco a pouco se expandindo, não só na colônia, mas, subindo a serra, em busca de novas terras.

No grupo de pioneiros que chegaram a estas terras, predominavam as famílias oriundas da região da Prússia ocidental, da Pomerânia, da Boêmia e da Áustria. E desde então, não cessou mais a corrente de austríacos, alemães e poloneses que se fixaram em São Bento do Sul. Em 1878, cinco anos após a fundação da colônia agrícola, já havia um franco predomínio de boêmios. No arquivo histórico da cidade de Joinville, encontram-se os registros dos imigrantes alemães, que desembarcaram no porto de São Francisco do Sul, que foram trazidos à Joinville e de lá foram encaminhados para a colônia que estava se formando. Porém, os relatos estão incompletos, sendo que o último volume restante é de 1902 – 1907 e depois de 1920 – 192217.

14

Disponível em: São Bento do Sul subsídios para a sua história de Carlos Ficker, 1973 - Impressora Ipiranga - Joinville-SC em: http://www.portalsbs.com.br/historia/de_sao_bento_em_1873.htm

15 Disponível: http://www.portalsbs.com.br/ 16 Disponível: http://www.portalsbs.com.br/

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A alegria dos imigrantes, em face às aquisições de grandes porções de terras virgens e de boa qualidade, era muitas vezes turvada pelas dificuldades encontradas com a ambientação, e pelo esforço quase sempre, sobre-humano, onde o imigrante confrontava-se com as dificuldades que o desbravamento exigia. Outra dificuldade encontrada surgia quando o chefe de família tinha de dedicar-se, de tempos em tempos, em algumas semanas trabalhando na construção da Estrada Dona Francisca, com a finalidade de conseguir dinheiro para a complementação do sustento da família, que quase sempre era numerosa.

As lutas contra as adversidades eram imensas, o que resultava na aproximação dos grupos. As transações em dinheiro eram raras. Dominava em quase todas elas, a permuta ou o empréstimo de gêneros.

Os pioneiros, em sua maioria, eram lavradores de mantimentos, secundados por mestres de carpintaria, marcenaria, tanoaria, pedreiros, pintores e artistas mecânicos de vários ofícios. Depois deles, vieram outros e mais outros. As famílias continuavam a chegar. Somando esforços souberam formar um ambiente que enaltecia a colônia. Ao centeio, cevada, feijão, milho, aipim e batatas, que começavam a cobrir parte das planícies, vales e colinas verdejantes, foram aos poucos sendo acrescentadas hortas e pomares, galinhas e outras aves domésticas, porcos, vacas, cavalos, armazéns, carpintarias, marcenarias, ferrarias, cervejarias, moinhos e olarias.

Os imigrantes trabalhavam com afinco, buscando não só, uma vida melhor, como também sacrificavam-se para beneficiar as gerações vindouras.

Os filhos e netos dos primeiros imigrantes só falavam alemão em casa e nas escolas. Todos mantiveram costumes simples, profunda religiosidade e tradição no idioma. A devoção ao trabalho e a devoção à família e a esperança no futuro, davam bem a medida do seu amor à nova pátria.

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Entre as muitas necessidades que surgiam, estava a de um cemitério. Pressionada pela população, a Sociedade Colonizadora de Hamburgo mandou demarcar uma área para tal fim18.

Outro problema surgiu, pois a maioria destes imigrantes eram provenientes da então maior igreja evangélica na Alemanha que era a da Prússia, e alguns deles ainda se recordavam de que a direção desta Igreja estava a cargo do Supremo Conselho de Igreja em Berlim. Assim, em carta, dirigiram-se àquele órgão, solicitando a presença de um pastor residente, e justificando tal pedido em extenso arrazoado. No ano de 1887, no mês de maio, chegou uma carta do Dr. Fabri, de Godesberg, onde trazia a comunicação de que seu pedido seria atendido e que o pastor designado para aquela região de São Bento era o senhor Wilhelm Quast (nascido em: 1862, Westfália, Alemanha – faleceu em: 1939, Rio Presto – SC), que partiria de Hamburgo em junho de 1888, chegando a São Bento em 20 de julho.

A primeira iniciativa colonial em todo o Brasil após a instituição do Ato Adicional foi a Lei provincial Catarinense no. 11, de 5 de maio de 183519. De acordo com o texto da lei, foram fundadas as seguintes colônias em Santa Catarina, conforme apresenta Voigt, preservando a escrita original:

Art. 1º. – Nos rios Itajahy, e Itajahy Meri, da Freguesia do Santíssimo Sacramento se estabelecerão duas Colonias, cada uma com dous Arraiaes. Art. 2º. – Nos lugares denominados Possinho, e Taboleiro, aquelle no Itajahy grande, e este no Itajahy Meri, se situarão os dous primeiros Arraiaes. Os duos últimos, no caso de progredirem as Colonias, deverão ser, hum nas nascentes do Ribeirão da Conceição, braço deste último, e outro no alto d’aquelle, no lugar do Belchior ou mais acima, em sitio tal, que ambas as margens possão ser habitadas.

Art. 3º. - Podem ser Colonos, não só qualquer Cidadão Brasileiro; mas também os estrangeiros, que ao presente se acharem na Provincia, e os que para o futuro a vierem habitar. (1999, p. 24)

Uma visão mais abrangente da distribuição dos imigrantes no Estado de Santa Catarina pode ser vista pelos mapas20 (anexo 3), do início do séc. XX e do ano de 1986 (anexo 4). Assim, temos uma visão mais ampla da formação daquelas regiões, que posteriormente facilitarão a entrada de outros imigrantes, no desbravamento do Oeste Catarinense, formando a região de nosso estudo, às margens da estrada de ferro São Paulo Rio

18 Sobre este assunto: PFEIFFER, Alexandre, História da Comunidade Evangélica Luterana de São Bento do Sul, São Bento do Sul, 1999.

19 Coleção de Leis do Império Brasileiro. Arquivo Público do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, p. 225 – 226.

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Grande do Sul, a região de Ipoméia, região esta, que irá proporcionar a chegada da família precursora do mormonismo no Brasil.

1.2 A Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande – EFSPRG

A Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande foi a precursora do início da colonização do Vale do Rio do Peixe, pois o Governo brasileiro demonstrava pressa para a construção desta ferrovia, devido a resolução sobre a questão das terras chamadas “Contestadas”.

A questão dos limites entre Santa Catarina e Paraná – que permeia a “Guerra do Contestado”, como será visto adiante, tem seu início em 1853, quando os paranaenses desmembrados da Província de São Paulo, procuram firmar posse sobre as terras do Oeste Catarinense. Houve grande confronto entre os dois contentores, confrontos estes sendo arrastados por medidas de ordem puramente de retórica política, conforme afirma Auras (1984, p. 25, 26). Havia contestação de área por parte dos dois Estados, buscando ampliar suas fronteiras, como se vê no mapa destes limites contestados, segundo registrado por Thomé (1998, p. 83), (anexo 5).

Em 1881, em virtude da presença de outro contestador daquelas terras, a Argentina, que tinha a intenção de expandir seus territórios, o governo imperial acorda para esta questão, que somente em 1895 será resolvida com a intervenção arbitral do presidente dos Estados Unidos Glover Cleveland, dando ganho de causa ao Brasil e assim, estabelecendo a demarcação hoje vigente entre os dois países naquele trecho contestado21. Havia por parte da Argentina, a contestação de terras, tanto no Estado do Paraná, como no Estado de Santa Catarina, como podemos ver os limites das terras contestadas, segundo registrado por Thomé (1998, p. 82), (anexo 6).

Resolvida a questão com a Argentina, desencadeou-se um confronto maior entre o Paraná e Santa Catarina pelas terras contestadas, questão esta, que foi inicialmente resolvida em 1904, com a questão sendo submetida ao Supremo Tribunal Federal que dá ganho de causa a Santa Catarina, questão que é novamente vista, devido ao recurso imposto

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pelo Paraná. Em 1909, o mesmo Tribunal se pronuncia novamente favorável à Santa Catarina, sendo esta decisão reafirmada em 20 de outubro de 1916, quando os governadores de ambos os estados, Felipe Schimit (SC) e Afonso Camargo (PR), mediados pelo presidente da República Wenceslau Bráz, eles assinaram o acordo, e findam o prolongado litígio e estabelecem os limites entre os dois Estados22.

Em 1885, o Engenheiro João Teixeira Soares concluiu a Ferrovia Curitiba-Paranaguá, vencendo terrenos cheios de desafios. Como havia pressa por parte do governo brasileiro no povoamento da região sul, e na necessidade de uma ligação entre a região sudeste do Brasil e este território, em 1887, foi contratada uma equipe de técnicos e exploradores para efetuar o reconhecimento da área compreendida entre os pontos previamente escolhidos: ao norte, a vila de São Pedro do Itararé, na província de São Paulo e ao sul, a vila de Santa Maria da Boca do Monte, localidade cerca de 30 km da cidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul. Em 1889, os técnicos apresentaram relatório do trabalho, onde a estrada aparece já traçada, numa extensão de aproximadamente 1.400km, como nos mostra Auras:

A concessão lhe foi dada através do Decreto 10.432, de 09 de novembro de 1889, por D. Pedro II, sendo ratificada através do Decreto 305 de 07 de abril de 1890, pelo governo provisório da República. Neste mesmo ano, Teixeira Soares levantou o capital necessário junto aos investidores europeus, ingleses e franceses. Ainda em 1890, a obra foi iniciada, partindo de Santa Maria da Boca do Monte rumo ao norte. Em junho desse mesmo ano, parte da concessão foi transferida para outra empresa, que assumiu o longo trecho de Itararé a Cruz Alta. (1984, p. 36)

Somente em 1895 foram aprovados os estudos definitivos e completos da ferrovia que foram entregues à Cia. São Paulo – Rio Grande, num total de 941,88 quilômetros de extensão até o Rio Uruguai, divisa do Estado de Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. O trecho entre as cidades de União da Vitória (Paraná) ao Rio Uruguai (divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul), foi concedido à empresa Brazil Railway Company, organizada pelo norte-americano Percival Farquhar, que assumiu o controle acionário da Companhia Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande.

O grupo Farquhar foi incentivado a vir para o Brasil pelo então Ministro da Viação e Obras Públicas, o catarinense Lauro Severiano Müller23. O trecho entre o Rio

22 AURAS, Marli, Guerra do Contestado: A Organização da Irmandade Cabocla, Editora da UFSC, Florianópolis, 1984, p. 26.

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Uruguai e Santa Maria ficou ao encargo da empresa Compagnie Chemins de Fer, o qual em 1896 foi privatizado pelo Estado do Rio Grande do Sul.

Esta ferrovia atravessou o Estado de Santa Catarina, no território chamado Contestado, como podemos ver pelo mapa (anexo 7)24, e, posteriormente, estendeu um ramal pelo norte Catarinense até o litoral (Joinville e São Francisco do Sul), ligando esta região à São Paulo e ao Rio Grande do Sul. Faltou um braço para que se apresentasse em forma de cruz, atravessando o Estado de Santa Catarina, em seu território Centro Oeste, ligando o Paraguai ao Oceano Atlântico, como podemos ver pelo mapa (anexo 8), o traçado desta ferrovia, conforme nos mostra Thomé (1998, p. 53). Esta região será posteriormente o palco do grande conflito conhecido como “Região do Contestado”. A região na qual a ferrovia foi construída, entre o Rio Iguaçu (ao norte) e Rio Uruguai (ao sul), a estrada era margeada pelo rio do Peixe em quase toda a sua totalidade, aproximadamente ¾ de sua extensão, na parte mais estreita do Estado de Santa Catarina. Heinsfeld registra a decisão da seguinte forma:

“Concede privilégios, garantia de juros e terras devolutas, mediante autorização legislativa, para a construção, uso e gozo de uma estrada de ferro, que partindo das margens do Itararé, na província de São Paulo, vá terminar em Santa Maria da Boca do Monte na província do Rio Grande do Sul, com diversos ramaes”. (1996, p.103)

Desta forma, houve o descontentamento das famílias que já habitavam o lugar, com a empresa construtora americana Brazil Railway Company, que pelo Decreto governamental, receberia uma grande faixa de terras de ambos os lados da ferrovia, como será visto à frente. Estes desapossados se juntarão, mais tarde aos jagunços num conflito armado.

Segundo Heinsfeld (1996, p. 113), face à pressa da construção da ferrovia, vários foram os tipos de pessoas que foram contratadas. Pessoas essas, que mais tarde, irão se juntar ao movimento de revolução, que irá desencadear uma luta armada, muito além de uma batalha por terras, ela se tornará um confronto religioso messiânico (o estabelecimento do novo Reino), pois, o homem sem a segurança da terra, terá de buscar algo mais para alimentar sua esperança de vida.

Em torno de 8.000 mil trabalhadores vieram para o Vale do Rio do Peixe, pois, na região não havia mão-de-obra disponível. De um lado, pais de famílias, pessoas honestas e boas, e do outro, maltrapilhos, vagabundos, aventureiros, ex-presidiários, desertores, e até fugitivos da justiça. Thomé mostra este fato da seguinte forma:

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Como os trabalhadores foram contratados em todo o território brasileiro, sem nenhuma legislação trabalhista a regulamentar o sistema contratual, sem nenhum registro de trabalho que garantisse o vínculo empregatício, a mão-de-obra formada voluntariamente reuniu pessoas estranhas umas às outras, de todas as cores, credos, profissões e classes sociais. Para a região ocorreram, ao lado de pais de famílias, de pessoas honestas boas, outro tanto de maltrapilhos, vagabundos, aventureiros, ex-presidiários, desertores, e até fugitivos da justiça. (1998, p. 89)

Essas pessoas, após o término da construção da Estrada de Ferro, não sendo reconduzidas às suas origens, e que por decorrência permaneceram de forma precária, às margens da linha do trem, vão mais tarde, em sua grande parte, se transformar nos Jagunços que vão lutar, na Guerra do Contestado25, que ocorreu no período da Primeira República ou República Velha, 1912 a 1916, que envolveu milhares de caboclos e boa parte do efetivo do Exército de então.

O Decreto nº 10.432, de 9 de novembro de 1889, determinava que uma faixa de terra de 30 km de cada lado da ferrovia seria da empresa construtora, e que esta teria que utilizar estes terrenos dentro do prazo de 50 anos, além do que, ficava a companhia obrigada a transportar gratuitamente, “os colonos e imigrantes, suas bagagens, ferramentas e utensílios e instrumentos aratórios” que viessem a ocupar as terras cedidas à companhia construtora.

Em 1890, pelo Decreto nº 305, o governo federal alterava e regulamentava a cessão das terras marginais, estabelecendo, uma faixa de 15 km de cada lado da ferrovia. Estas terras eram fertilíssimas, num total de 15.894 km2, cobertas de araucárias, numa área de 656.776 alqueires. Terras estas, consideradas oficialmente pelo Governo e pela concessionária, a Brazil Railway Company, como sendo terras devolutas e desabitadas. Porém, a realidade era outra, pois, o início do povoamento daquelas terras teve início no século XVIII, com o comércio de gado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, quando por ali, surgiram os primeiros locais de pouso. Durante muito tempo, estes habitantes, viviam quase que isolados, vivendo da criação de gado, da coleta de erva mate e da extração rudimentar de madeira para seu próprio consumo.

A companhia construtora Brazil Railway Company iria receber por quilometro construído, conforme decreto no. 10.432. O acordo financeiro previa o pagamento com garantia de 6% (seis por cento) durante 30 anos para o capital que fosse necessário para a

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construção, até o limite máximo de 37.000$000 (trinta e sete mil contos de Réis), o que fez com que a ferrovia fosse feita de forma serpenteada26, como pode ser visto pelo mapa de parte do traçado da ferrovia, até a região de Caçador (anexo 9), registrado por Thomé (1998, p. 94), o que acarretou um acréscimo elevado de valores e uma grande quantidade de terras à construtora.

O trem foi de fundamental importância para o desenvolvimento de toda aquela região, pois, além do escoamento da produção agrícola e madeireira, proporcionaria aos imigrantes a possibilidade de chegada e de estabelecimento em toda aquela região, e posteriormente, auxiliaria no trabalho dos Missionários. As dificuldades no transcurso da viagem eram inúmeras, a começar por vencer o forte aclive entre o litoral e a serra do Meio-Oeste Catarinense, como nos mostra a placa gravada na porta da estação ferroviária de Rio das Antas (figura 1), mostrando a quilometragem a partir de sua origem e a Altitude de quase 800 metros acima do nível do mar.

Figura 1 – Placa de identificação da Estação de Rio das Antas – SC

A viagem a partir de Joinville teria um obstáculo natural à frente: Esta estação foi inaugurada em 1º. de maio de 1910, juntamente com as estações de Rio Caçador (Caçador), de Rio das Pedras (Videira). Esta é a região onde “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias” será implantada. Este será o caminho utilizado pelos missionários Mórmons que irão de Joinville até o lugar chamado Ipoméia (entre Videira e Caçador, no

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distrito de Rio das Antas), residência da família de imigrantes alemães, que como veremos mais à frente, irá proporcionar o início dos trabalhos da “A Igreja de Jesus Cristo do Santos dos Últimos Dias”.

Durante anos e anos, a ferrovia foi o único meio de comunicação e transporte que ligava o Vale do Rio do Peixe ao restante do Brasil. Além dos passageiros, a ferrovia transportava as riquezas produzidas na região e trazia para as comunidades de imigrantes as mercadorias compradas nos grandes centros do País. As composições trafegavam à média de 20 a 30 Km por hora.

Foi na estação ferroviária de Rio das Antas, que no ano de 1924, desembou a família Lippelt, no anseio pela busca de novas terras estabelecendo-se em definitivo no Brasil. Posteriormente, propiciará a chegada dos primeiros Missionários Mórmons que vão, através de seu trabalho de proselitismo, estabelecer as bases da “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias” no Brasil (figura 2). Pode-se ter uma idéia de como eram as estações e as composições de trens, naquele período, observando as ilustrações que seguem mais abaixo (figuras 3, 4 e 5).

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Figura 3

Réplica da Estação Ferroviária de Caçador, onde atualmente, abriga o “Museu do Contestado”, sob a responsabilidade administrativa da Universidade do Contestado. Na plataforma estão estacionados,

sobre trilhos fabricados na Europa em 1908, a locomotiva a vapor “Mogul”, fabricação norte-americana, de 1908, utilizada no trecho a partir de 1910 e, dois carros, um de passageiro e um de

administração, remanescentes da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande – EFSPRG.

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Figura 5

Composição estacionada na estação turística de Caçador, possibilitando uma visão, ainda que de forma nostálgica, das viagens feitas, pelos imigrantes e por aqueles que utilizavam este meio de transporte. O transporte que também foi utilizado pelos Missionários Mórmons em suas viagens de

Joinville à Ipoméia.

Segundo Thomé27, dominado pela corrupção, todo complexo da Brazil Railway Company havia entrado em concordata em 1917. Já em 1940, transcorridos os 50 anos do prazo da concessão dada em 1890, juntamente com todos os bens do Sindicato Farquhar, o Governo Federal encampou esta estrada-de-ferro, revertendo-a a autarquia Rede da Viação Paraná – Santa Catarina (RVPSC), a qual, em 1957, somados a outras autarquias veio a constituir a Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), com 100% das ações pertencentes à União. Hoje, algumas destas estações são utilizadas apenas como pontos turísticos (figura 6). Outras estão completamente abandonadas, como é o caso da Estação de Ipoméia, (figura 7).

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Figura 6 - Vista da estação Ferroviária de Rio das Antas, em maio de 2008 – aproximadamente 5 Km de Ipoméia

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1.3 Formação da região de Ipoméia (antiga Princesa Isabel) – Município de Rio das Antas – SC

A colonização dos terrenos da concessão Federal começou em Rio das Antas, nome este dado, devido à grande quantidade de antas, por volta de 1910, onde se estabeleceu a direção da Colônia. A história desta cidade está diretamente ligada à Guerra do Contestado (1912 – 1916). Com a construção da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande, muitos imigrantes ali se estabeleceram, sendo eles: alemães e italianos.

As terras eram vendidas a preços acessíveis e em suaves prestações semestrais, o que logo atraiu colonos do Vale do Rio Itajaí e do Rio Grande do Sul em busca das férteis e ricas terras do Vale do Rio do Peixe. Eram colonos estrangeiros ou descendentes de italianos e alemães.

Heinsfeld (1196, p. 131, 132), citando as crônicas Pastorais, da Igreja Evangélica de Rio do Peixe, nos mostra este novo momento dos imigrantes:

Seguindo os trilhos em busca das terras que estavam sendo vendidas, em maio de 1913 se instalava nos arredores da estação Rio do Peixe, Pedro Geib, primeiro colono alemão a chegar no Vale do Rio do Peixe. No mesmo ano, chegavam na estação de Rio do Peixe, as famílias Deiss, Rogge, Ko Freitag, Zimmermann, Muller, Arndt, Kopp, Klein, dentre outras. Estes colonos ‘em sua maioria, eram Hundsrücker28 das colônias velhas do Rio Grande, que arriscaram ir para a mata virgem, até então praticamente não pisadas por europeus’. Iniciava-se desta maneira o primeiro núcleo de colonização de origem alemã no Vale do Rio do Peixe.

Todavia, a Campanha do Contestado, muito prejudicou o desenvolvimento da região. A vila foi atacada pelos militantes do Contestado, causando a morte de muitos colonos em defesa de seus bens e interesses, conforme Heinsfeld (1996, p. 132).

Esses inícios modestos, mas satisfatórios foram atrapalhados pelas ‘Revolta dos Fanáticos’ em 1914. Apesar de os colonos alemães de Rio do Peixe não terem sido atacados pelos fanáticos (frequentemente passaram tropas por ali), viviam em constante medo e preocupação.

Este fato é observado nos relatos históricos que dão conta de como eram as estratégias dos revoltosos, quanto a sua subsistência. Buscavam nas fazendas e povoados entre outras coisas, alimentos para suas trincheiras. Fato este, que gerou tremenda insatisfação e medo aos colonos e aos pequenos povoados que se formavam.

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Terminada a Campanha do Contestado, por muito tempo foram paralisados os serviços de colonização. Somente após o fim dos conflitos e o acordo da divisão das fronteiras entre Santa Catarina e Paraná, é que novamente reinicia-se a campanha de povoamento daquela região. A direção da Colônia recomeçou seus trabalhos pelas estações do Sul, e só em 1918, houve o repovoamento da região.

Como as terras eram povoadas por uma densa e extensa floresta de pinhais, o que dificultava o trabalho agrícola, os colonos fixaram-se ao Sul, nas proximidades da foz do Rio do Peixe. Porém, o pinheiro que era um incômodo para os colonos, de repente tornou-se uma fonte de riqueza, atraindo para a região grande migração de gaúchos que desejavam explorar esses recursos florestais. Ver foto que ilustra esta época (anexo 10).

A colonização do Vale do Rio do Peixe ocorreu tendo por base a pequena propriedade agrícola. Esta forma de colonização conseguia atender à demanda de todos os colonos que já não tinham terra no Rio Grande do Sul.

Heinsfeld, citando informativo da Companhia construtora da Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande, publicado em agosto de 1908, assinado pelo senhor Francisco Bacellar, encarregado do serviço de colonização, que traz nota referente ao loteamento das terras que havia recebido como forma de pagamento pela construção nas seguintes palavras:

Peço-lhe levar ao conhecimento dos colonos e a quem mais interessar que, a companhia da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande está mandando dividir em lotes coloniais, terras de 1ª qualidade [...] isto ao longo da Estrada de Ferro, a 20 kilômetros desta Cidade e perto de uma estação. Cada um lote de 10 alqueires custa ao colono 250$000 tendo o colono de pagar à vista 80$000 ficando o restante 170$000 para pagar ao prazo de 8 anos com dinheiro ou em serviço. (1996, p. 139, 140)

Mais adiante na mesma publicação, a empresa colonizadora especifica a forma e as vantagens alcançadas pelos colonos para a compra destes lotes, como se vê:

A Companhia daria arame para fechar a frente dos lotes, ao longo da ferrovia e que também dá transporte ao colono na Estrada de Ferro, para famílias e suas bagagens. Quem desejar obter terra nestas condições pode vir receber pagando a primeira prestação de 80$000 (1996, p. 141).

O transporte gratuito era uma norma determinada pelo Decreto nº 10.432, de 9 de novembro de 1889, que havia autorizado a construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande29.

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Heinsfeld (1996, p. 141), referindo-se ao modelo agrário adotado nas áreas de colonização alemã ou de origem alemã, afirma: “A colonização baseada na pequena propriedade e no trabalho livre do proprietário e sua família tornou-se de relevância não inferior para a Província de Santa Catarina”. Destaca-se que o objetivo desta colonização não era apenas agrário, pois, os colonos com suas origens e a preservação destas, irá gerar vilas e cidades e a composição de todas as instituições sociais necessárias para uma sociedade diversificada e desenvolvida. O que contribuirá muitíssimo na formação, no surgimento e no desenvolvimento de novas idéias.

A região deste novo campo é formada em sua maioria por terras de excelente qualidade. O colono trabalhará em sua própria terra, utilizando-se apenas de mão-de-obra familiar, irá produzir produtos para abastecer o mercado interno dos grandes centros urbanos, especialmente São Paulo, sendo estes produtos exportados pela Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande. Heinsfeld registra exemplos do que era produzido naquela região:

Rio do Peixe chega em 1940 produzindo: alfafa 1.964.455 Kg; açúcar: 21.307 Kg; banha: 626.494 Kg; feijão: 1.696.980 Kg; lentilha: 205.840 Kg; farinha de mandioca: 62.650 Kg; cachaça: 32.259 Lt; madeira: 8.513m3; ovos: 400.000 dúzias. Isto faz com que a estação de Rio do Peixe seja, nas décadas de 30 e 40, uma das mais movimentadas em toda a extensão da via - férrea em território catarinense. (1996, p. 143)

Preocupado em ocupar fisicamente todo o Meio-Oeste e principalmente o Oeste de Santa Catarina, salvaguardando a fronteira com a Argentina, o governo brasileiro, através da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande vai oportunizar a vinda de colonos para o Vale do Rio do Peixe, povoando assim, o Meio-Oeste Catarinense e posteriormente o Oeste Catarinense30.

Segundo Thomé31, a Cia EFSPRG constituiu uma subsidiária, a Brazil Development & Colonization Company. De acordo com os termos da concessão da construção da estrada de ferro, a empresa ganhou do governo um total de 15.894 Km2 de terras. A EFSPRG recebeu 6.696 Km2 de terras, o equivalente a 276.694 alqueires. A companhia promoveu o loteamento e concedeu oportunidade para que a colonização das terras marginais à estrada de ferro fosse efetuada por imigrantes europeus, a partir das estações do Rio do Peixe (Piratuba) e de Rio das Antas. Esta colonização foi interrompida, devido à “Guerra do Contestado” e também, a 1ª. Grande Guerra Mundial.

30 HEINSFELD, Adelar, A questão de Palmas entre Brasil e Argentina e o início da Colonização Alemã no Baixo Vale do rio do Peixe-SC, Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC, 1996, p.145

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Com o fim da guerra do “Contestado” e consequentemente a assinatura do acordo de limites entre Santa Catarina e Paraná, desta vez pela administração das empresas colonizadoras gaúchas particulares, que compraram da Cia. EFSPRG grandes áreas, que foram divididas em colônias.

Nas sedes destas colônias, a partir das estações ferroviárias, nasceram as vilas de São João (Matos da Costa), Calmon, Rio Caçador e Santelmo (Caçador), Rio das Antas, Perdizes e Vitória (Videira), Pinheiro Preto, Rio Bonito (Tangará), Bom Retiro (Luzerna), Herval d’Oeste, Barra Fria (Lacerdópolis), Rio Capinzal (Capinzal) e Ouro, Rio do Peixe (Piratua) e Ipira, hoje, importantes cidades do Meio-Oeste Catarinense.

No início, o município foi criado com a denominação de Rio Caçador, subordinado ao Município de Campos Novos, mas que em 1933, por divisão administrativa, figurava ligado ao município de Curitibanos. Em 22 de fevereiro de 1934, foi desmembrado o município de Caçador pelo decreto estadual no. 508. Este município é constituído de 6 distritos: Caçador, Rio das Antas, Rio Preto, São Luis (que será denominado Iomerê), Taquara Verde e Vitória. Pelo decreto estadual no. 238 de 01 de dezembro de 1938, o distrito de Rio Preto passou a denominar-se Princesa Isabel. Em 31 de dezembro de 1943, pelo decreto estadual no. 941 o distrito de Princesa Isabel passou a denominar-se Ipoméia. Pela lei estadual no. 247, de 30 de dezembro de 1948, o distrito de Ipoméia ex-Princesa Isabel (antigo Rio Preto) é transferido do município de Caçador para o município de Videira, que em divisão territorial de 01 de julho de 1950, o município é constituído de 3 distritos: Caçador, Rio das Antas e Taquara Verde. Por decisão do Supremo Tribunal Federal acórdão de 26 de novembro de 1955, representação no. 229, o distrito de Ipoméia volta a pertencer ao município de Caçador. Em divisão territorial de 01 de julho de 1955, o município é constituído de 5 distritos: Caçador, Macieira, Ipoméia, Rio das Antas e Taquara Verde. Em 21 de junho de 1958, a lei estadual no 348, desmembra do município de Caçador, os distritos de Rio das Antas e Ipoméia, formando o novo município de Rio das Antas32.

Assim, nasceu e se estabeleceu a colônia de Rio das Antas e seus distritos, entre eles o de Ipoméia, local onde a família Lippelt, se estabeleceu, sendo ela a precursora da “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”.

Uma visão de como se deu a colonização daquela região, é vista abaixo (figura 8). Houve por parte do imigrante e de sua família a necessidade de muita disposição para o

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assentamento. As dificuldades e os desafios foram inúmeros, mas que, com a disposição e os anseios do coração foram todos eles vencidos.

Figura 8 – Aproximadamente Um ano após a chegada da família Lippelt, formou-se um vilarejo no vale de Ipoméia semelhante ao vale acima.

1.4 Contexto de Lutas – suas origens – Guerra do Contestado.

A Guerra do Contestado é parte integrante do cenário histórico que estamos tratando. Esta Guerra foi um conflito armado ocorrido entre os anos de 1912 e 1916 na região sul do Brasil, especificamente em um território disputado pelos Estados de Santa Catarina e Paraná. O estopim da revolta foi a reunião de dezenas de pessoas em torno de um “monge” chamado José Maria, em agosto de 1912.

Expulsos por tropas de Santa Catarina e combatidos pela polícia paranaense (na localidade do Irani, em um conflito onde morreu o próprio José Maria), os “caboclos” (como eram chamados os trabalhadores rurais da região – normalmente mestiços) deram continuidade a sua “guerra santa” formando novos redutos a partir de novembro de 1913.

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estavam estabelecidos, mas que, devido à Estrada de Ferro, perderam direito à terra; posseiros expulsos por fazendeiros, fazendeiros envoltos em disputas pelo poder na região, bandidos a procura de refúgio, crentes em busca de palavras santas. Os combates entre esses “fanáticos” e as tropas oficiais perpassaram os três anos seguintes, chegando a envolver o mais moderno equipamento bélico e mais de 7.000 soldados no auge da guerra.

Vários autores33 destacam que esta guerra não pode ser entendida sem levarmos em consideração as transformações econômicas, políticas e sociais ocorridas na região a partir de finais do século XIX. Tal conjuntura foi marcada, sobretudo, pela construção da Estrada de Ferrovia São Paulo – Rio Grande a EFSPRG, pela instalação de enormes serrarias, além da implantação de colônias para imigrantes estrangeiros, empreendimentos estes ligados ao Sindicato Farqhuar, administrado por Percival Farquhar.

Percival Farquhar (1864 - 1953). Nascido de família rica “Quakers” na Pensilvânia – EUA, de tradição protestante, completou seus estudos na Universidade de Yale, um dos centros estudantis da elite, formando-se em Engenharia. Foi vice-presidente da

Atlantic Coast Eletric Railway Co., e da Staten Island Electric Railway Co. empresas que controlavam os serviços de bondes em Nova Yorque. Foi também, sócio e diretor da Companhia de Eletricidade de Cuba sócio e vice-presidente da Guatemala Railway. Farquhar foi um homem visionário, controvertido, audacioso e polêmico, tornando-se o maior investidor privado do Brasil entre 1905 e 191834.

A história escrita de Farquhar é repleta de contradições, o que se torna extremamente difícil de identificar o que é lenda, quais são as louvações e quais as acusações feitas por terceiros. Um homem destacado em suas posições, arrojado financista, com trânsito livre pelos mercados de capitais da Europa, e que segundo narrativas “homem capaz de financiar qualquer coisa”35.

33 Tarcísio Motta de Carvalho, Terra, Luta de Classes e Estado: a Guerra do Contestado (1912-1916), Universidade Federal Fluminense – RJ. SERPA, Élio Cantalício, A guerra do Contestado (1912-1916). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 1999. 75 p. Oswaldo R. Cabral (Oswald Rodrigues). A campanha do contestado, Florianópolis: Lunardelli, 1979. 358p. Delmir Jose Valentini, Da cidade santa à corte celeste: memórias de sertanejos e a guerra do Contestado. 2. ed. Caçador: Universidade do Contestado, 2000. 191 p.. Marli Auras, Guerra do Contestado: a organização da irmandade cabocla, Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 1984. 177p. Douglas Teixeira Monteiro, Os Errantes do Novo Século: Um Estudo sobre o Surto Milenarista do Contestado,Livraria Duas Cidades, São Paulo, 1974

34Disponível em: http://pt.wikipedia.org/ - Acessado em 15/05/2008. 35

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O início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, foi um momento de grande complicação para Faquhar, pois, foi interrompida a sua fonte de recursos para financiamentos de seus projetos, o que enfraqueceu grandemente o já precário império Faquhar, que desde que fora criado tinha sobre si, o poder de contrair dívidas sobre dívidas, pois, como já visto, o Império era somente o financiador, uma espécie de provedor dos projetos. Tendo-se endividado grandemente, desmoronou. Suas empresas entraram em concordata em outubro de 1914, pois, havia perdido todo o capital investido. Reergue-se novamente após o término da Guerra, utilizando-se das mesmas táticas anteriores, quebrando-se novamente na grande crise financeira mundial do ano de 1929. Deixou o Brasil após a Revolução de 1930, onde seus espaços empresariais foram contidos pelo governo de Getúlio Vargas.

Sua chegada no Brasil, muito provavelmente, deve-se ao distrato com o

Bolivian Syndicate e ao compromisso com o governo brasileiro para a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (1907 – 1912), ligando as localidades de Porto Velho a Guajará-Mirim no estado de Rondônia. O Tratado de Petrópolis, de 17 de novembro de 1903, com a Bolívia, que conferia ao Brasil a posse do Estado de Roraima, o governo brasileiro comprometia-se, entre outras coisas, com a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, para a escoação da produção boliviana através do Rio Amazonas.

Farquhar cercou-se de amigos importantes, como Alexandre Mackenzie e Ruy Barbosa, e usou um intermediário brasileiro para a compra da concessão de construção da Madeira-Mamoré – Joaquim Catrambi, o qual operou como seu testa de ferro. Catrambi obteve junto ao Governo Rodrigues Alves a concessão para a construção da ferrovia em 1906. Em 1907, Faquhar assumiu esta ferrovia, que foi inaugurada em 30 de abril de 1912. No mesmo ano de 1907, Farquhar fundou a Madeira-Mamoré Railway Company, fundada em Boston (EUA), em agosto de 1907. Após a revolução de 1930 viu seus espaços contidos, durante o governo Getúlio Vargas, e assim terminou por deixar o Brasil.

Farquhar foi o controlador da Brazil Railway e da Southern Brazil Lumber and Colonization Company, empresas estas, responsáveis pelo extrativismo florestal, tanto pela construção da Estrada de Ferro quanto pelo povoamento das terras concedidas, atividades estas, que acabaram provocando a “Guerra do Contestado”, na qual morreram mais de 10.000 brasileiros.

Imagem

Figura 1 – Placa de identificação da Estação de Rio das Antas – SC
Figura 2 – Único meio de chegar a Ipoméia, por intermédio da ferrovia (foto da estação ferroviária de  Ipoméia e de missionários Mórmons)
Figura 4 - Composição de Trem vista de forma mais aproximada
Figura 6 - Vista da estação Ferroviária de Rio das Antas, em maio de 2008 – aproximadamente 5 Km  de Ipoméia
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