PARTICIPAÇÃO
NOS LUCROS
OU
RESULTADOS
UM
ESTUDO
DE
CASOS
NAS ORGANIZAÇÕES ELETROSUL E
INTELBRAS
'
FLORIANÓPOLIS
zooz
PARTICIPAÇÃO
NOS LUCROS
OU
RESULTADOS
UM
ESTUDO DE CASOS NAS ORGANIZAÇÕES ELETROSUL
E
INTELBRAS
Trabalho de Conclusão de Estagia apresentada à
disciplina Estágio Supervisionado
-
CAD
5236,como
requisito parcial para obtençãodo
grau de Bacharelem
Administração da Universidade Federal de Santa Catarina, área de concentraçãoem
RecursosHumanos.
Professora Orientadora: Eloíse H. L. Dellagnelo
FLORIANÓPOLIS
2002
.
PARTICIPAÇÃO
NOS LUCROS
OU
RESULTADOS:
- ~
UM
ESTUDO DE
CASOS
NAS ORGANIZAÇOES ELETROSUL
E INTELBRAS
Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado
adequado
e aprovadoem
sua formafinal pela Coordenadoria de Estágios
do Departamento
de Ciênciasda
Administração da Universidade Federal de Santa Catarina,em
06
de setembro de 2002.Prof. Sinesio Stefano Dubiela Ostroski
Coordenador
de EstágiosApresentada à
Banca Examinadora
integrada pelos professores:é¿¿,«M,
//›Á
.Ê‹Á¿Íf»‹LÁz.
Eloíse H. L. Dellagnelo (orientadora)
Dante
arciano--Gi rdi(membro)
Agradeço
aDeus
por todas as oportunidades queme
deu, pelas pessoas maravilhosasque
colocouno
meu
caminho, pornunca
terme
deixado nosmomentos
dificeis, e por terme
dado
a oportunidade de chegar até aqui.Ao
meu
Pai e àminha
mãe, por serem a base e o pilar de tudo oque
sou e por tudo oque
me
proporcionaram, principalmente pelas oportunidadesque
me
deixaram viver forado
nosso lar;À
Jaqueline, àVanessa
e ao João por seremmeus
companheiros e por teremme
ajudado a trilharmeu
caminho.Às
empresas Eletrosul e Intelbras porterem-me
aberto suas portas para a realizaçãodeste trabalho; a todos
que
me
receberam eem
especial ao Sr. Cássio e ao Sr. Leones.À
Cida e, principalmente ao Marciel, por ter sidomeu
amigo
nosmomentos
em
que eumais precisei e por fazer parte
da minha
vida.Ao
Luiz, ao Horácio e a Janete pela força econfiança
que depositaramem
mim.
À
minha
professora e orientadora Eloíse por sua atenção, ajuda, paciência ecompartilhamento de conhecimento que foi despendido a
mim.
'Aos
professoresque
contribuíram naminha
formação, eque
sem
dúvida ajudaram-me amas
também,
principalmente, por sua cultura. Daí a necessidade de se chegar às massas, a possibilidade de ir alémda
alfabetização,que
é muito,mas
não é tudo”.BONA,
Tatiarme de. Participação nos lucrosou
resultados:um
estudo de casos nasorganizações Eletrosul e Intelbras. 2002. (123F.). Trabalho de Conclusão de Estágio
(Graduação
em
Administração).Curso
de Administração, Universidade Federal de SantaCatarina, Florianópolis. s
"
~ ›
»
O
presente trabalhotem
como
objetivo identificar as características dosprogramas
de
remuneração
variávelde duas empresas
localizadasna
regiãoda
Grande
Florianópolis,
SC, destacando
seus indicadoresde
desempenho.
A
pesquisa é de natureza exploratória analítica (estudo de caso),onde
os dados foramcoletados através de revisão de. literatura, análises documentais, entrevistas
com
os responsáveis pela área de recursoshumanos
das empresas e pela aplicação deum
questionário auma
amostra de funcionários deuma
das empresas estudadas.O
estudo é ainda comparativo jáque foram
analisados os programas de duas empresas distintascom
o objetivo de obter aspossíveis relações
-
semelhanças e diferenças - existentes entre os programas.Este trabalho, portanto, apresenta
um
estudo de casos efetuado nas organizaçõesEletrosul `e Intelbras.
As
organizações estudadas pertencem a setores diferentes daeconomia
e apresentamem
comum
o fato de estarem utilizando programas de remuneração variável.A
escolhado tema
e sua viabilidade são pela importância que aRV
vem
assumindoatualmente, apresentado-se
com
uma
grandevantagem
competitiva e, inclusive,como
altemativa para aumentar a produtividade das empresas.
No
trabalho são apresentados osmodelos
de remuneração variável atualmenteutilizados pelas empresas Eletrosul e Intelbras, para isso foram observadas as seguintes características: periodo de vigência, abrangência
do
programa, as metas dos programas e seus indicadores de desempenho, o cálculo para a distribuição e os meios decomunicação
utilizados para divulgar as informações pertinentes aos programas.empresas a implantá-los.
É
consenso dos representantes da Eletrosul e Intelbras que os programas deremuneração
variável adotados pelas empresas estimulamo comprometimento
dosfuncionários
com
as metasda empresa
e que somente beneficiosforam
trazidoscom
a ~implantacao dos
mesmos.
Ambas
as empresas através de seus representantesconcordam que
melhorias precisamser feitas para
que
as empresasusufiuam
todos os beneficiosque
um
programa
bem
planejadopode
trazer tanto para elacomo
para seus colaboradores, melhorando dessaforma
a relação de capital e trabalho.Por fim,
são apresentadas a análise comparativa dosprogramas
estudados e asconclusões,
que procuram
responder as perguntas da pesquisa.1. 2. 2.1 2.2
3
3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8 3.9 3.10 3.11 3.12 3.13 4 4.1 4.2 4.3 5 5.1INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
Objetivo geral Objetivos específicosFUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
O
processo demudança
organizacionalModelos
tradicionais de remuneração frente às organizações flexíveisí__
Remuneração
variávelFormas
de remuneração variávelSistemas de remuneração mistos - participação nos lucros
+
participação nosresultados
Distorções
no
usoda
remuneração variávelRemuneração
de risco _Proposta para a construção de
um
programa
de remuneração variávelRecomendações
para a implantaçãoA
seleção dos indicadores dedesempenho
A
PLR
no
BrasilLEI
10101/02A
legislaçãoque
regulamenta as estataisMETODOLOGIA
i
Tipo de estudo
Técnicas para coleta de dados Limitações
do
estudoO
CASO ELETROSUL
5.4 História
da
empresa.5.5
A
nova forma
de gestão5.6
O
programa
de participação nos lucros e Resultados 5.6.1 Processo de negociação5.6.2 Abrangência
do
programa/
5.6.3 Período de
vigência/
5.6.4 Periodicidade da distribuição 5.6.5Metas do
Programa/
5.6.6
O
cálculo para distribuição doslucros/
5.6.7Comunicação/
5.6.8 Decisão de implantar
o programa
de participação nos lucros e resultados5.6.9
Os
resultadosdo programa
5.6.10
Vantagens
e Desvantagens 5.6.11 Melhoriasno
programa
6
O
CASO
INTELBRAS
6.1 História
da empresa
6.2
A
crise euma
nova
política de gestão6.3
Remuneração
variável 6.3.1 Processo de negociação 6.3.2 Abrangênciado programa
6.3.3 Período de vigência 6.3.4 Periodicidade da distribuição 6.3.5Metas do programa
6.3.6
O
cálculo para distribuição dos lucros 6.3.7Comunicação
6.3.8 Decisão de implantar o
programa
de participação nos lucros eresultadosí
6.3.9Os
resultadosdo programa
6.3.10 Vantagens e desvantagens 6.3.11 Melhorias
no programa
s
coNcLUsÕEs
1‹¬n~IA1sREFERÊNCLAS
ANEXOS
Anexo
1-
Lei 10101/02 deDezembro
de2000
Anexo
2 -A
legislaçãoque
regulamenta as estataisAnexo
3- Termo
de Pactuação daPLR
-
Eletrosul-
Ano
1998Anexo
4- Termo
de Pactuação daPLR
-
Eletrosul-Ano
1999
Anexo
5- Termo
de Pactuação daPLR
-
Eletrosul-Ano
2000
Anexo
6-
Tenno
de Pactuação daPLR
-
Eletrosul-
Ano
2001
Anexo
7-
Instrumento de Participação nos lucros-
1° semestre de2002
___
1
INTRODUÇAO
Estamos
vivendouma
época de muitasmudanças
e imprevisibilidade.A
todo omomento
tudomuda:
a economia, a tecnologia, a legislação, as decisões políticas e, atémesmo,
as condições sociais da população.Neste contexto,
podemos
dizerque
as organizações estão vivendona
era das incertezas e para se adaptar a esse ambiente,buscam
serextremamente
flexíveis. Para isso, muitas delas estão tendoque
rever seus conceitos, seus produtos, seus processos de produção e, principalmente, as práticas de gestão das pessoasque
trabalham nas empresas. Para muitos autores, a valorização e o investimento nas pessoastomou-se
primordial para a sobrevivência das organizações.Programas que
valorizem eelevem
o grau de participação ecomprometimento
dosfuncionários
no
aumento
de produtividade, qualidade e flexibilidadevêm
ganhando
cada vezmais
importância para as organizações.A
remuneração variável, dentro deste contexto, está sendo considerada por muitos autores de administração,uma
alavanca eum
fator desustentação nesse processo.
Diante disso, percebe-se
um
aumento da
utilização da remuneração variável nas empresas brasileiras, tendo a legislação brasileiracomo
incentivadorado
seu uso.Í
Tendo
em
vista a relevânciada
remuneração variável, para as empresas e para osempregados
de maneira geral, o presente trabalhotem
o seguinte objetivo geral: identificar as características dosprogramas
de
remuneração
variávelde
duas empresas
localizadasna
regiãoda
Grande
Florianópolis,SC, destacando
seus indicadoresde
desempenho.
Este trabalho, portanto, apresenta
um
estudo de casos efetuado nas organizaçõesEletrosul e Intelbras. `
As
organizações estudadas pertencem a setores diferentes daeconomia
e apresentamem
comum
o fato de estarem utilizando programas de remuneração variável.A
primeiraempresa
estudada é aELETROSUL
-
Empresa
Transmissora de Energia Elétricado
Suldo
Brasil S/A.A
Eletrosul éuma
empresa
subsidiáriado
Sistema Eletrobrás e foi constituidaem
1968,com
sede localizadaem
Florianópolis, SC. Suas atividades sãovoltadas para a prestação
do
serviço público de transmissão de energia elétrica e, para tanto, aempresa detém
larga experiência e capacitação técnica nas áreas de estudos, projetos,construção, operação e
manutenção
de sistemas de potênciaem
alta e extra alta tensão.A
Eletrosul possui todo o seu investimentoem
transmissão localizadona
RegiãoGeoelétrica Sul,
formada
pelos Estadosdo
RioGrande do
Sul, Santa Catarina, Paraná eMato
Grosso do
Sul. Atualmente, aempresa
contacom
um
quadro de pessoalcomposto
poraproximadamente
1321 funcionários.A
Eletrosul implantou,em
1996, oPrograma
de Participação nos Lucrosou
Resultados.
A
política deremuneração da empresa
é centradano
nível de participação de cada colaborador nos resultados finais daV
empresa.
A
remuneração fixa, mensal,tem
como
referencial os valores praticados
no mercado
de trabalho e é definidacom
baseno
nível decomplexidade
das funçõesdesempenhadas
pelo colaborador.Complementarmente,
aempresa
mantém
um
programa
de participação nos lucrosou
resultados quebonifica
os colaboradoresde acordo
com
o atingimento de metas previamente negociadas.A
segundaempresa
estudada é a Intelbras.A
Intelbras iniciou suas atividadesem
1976. Atualmente, é considerada aempresa
líderna
América
Latinana
Fabricação de Centraise Aparelhos Telefônicos. Localizada
em
Santa Catarina,na
região metropolitana de Florianópolis, aempresa
possui cerca de 1000 funcionários e,além
disso, dispõe deescritórios nas principais cidades
do
Brasil.Seu
capital é100%
nacional e possui tecnologiaprópria.
Em
1992, aempresa
implantouuma
nova filosofia
administrativa: oPrograma
de Qualidade e Gestão Participativa, objetivando maior produtividade e competitividadeno
mercado.Entre os
programas
mais importantesna
Gestão Participativa, está oprograma
deParticipação dos Resultados, implantado
em
1996,onde
semestralmente a Intelbras distribui parte de seu lucro aos colaboradores,buscando maior
participação e envolvimento das pessoas nos objetivos e metasda
empresa.A
apresentação deste trabalho possui a seguinte seqüência: introdução aotema
e às empresas objetos deste estudo; descrição dos objetivos geral e específicos, pennitindo assimuma
visão clarado que
se deseja alcançarcom
a realização deste trabalho;em
seguida aapresentação
da fundamentação
teóricaonde
foi feitauma
revisão bibliográfica da literatura especializada, a qual objetivaum
maior
entendimentodo
assunto tratado; logo após são apresentados os procedimentos metodológicos utilizados para a realização dos estudos e assuas limitações; posteriormente a descrição dos programas de remuneração variável utilizados
pelas empresas Eletrosul e Intelbras, respectivamente, seguidos da análise comparativa destes programas; e por
fim,
as conclusões finais, a bibliografia consultada e os anexos.2
OBJETIVOS
2.1 Objetivo
Geral
Identificar as características dos programas de remuneração variável
em
duas empresaslocalizadas
na
regiãoda Grande
Florianópolis, SC,dando
destaque para seus indicadores dedesempenho.
2.2 Objetivos específicos
1. Identificar a
forma
deremuneração
variável utilizada pelas organizaçõesem
estudo.2. Descrever o
modelo
atual de remuneração variável utilizado pelas organizaçõesem
estudo.3. Relatar a evolução dos sistemas de remuneração variável nas organizações
em
estudo.4. Analisar os indicadores de
desempenho
utilizados nos programas deremuneração
variável.5. Apresentar
uma
análise comparativa dos programas deremuneração
variável3
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
3.1
O
Processode
mudança
organizacionalDe
acordocom
vários autores, omundo
dos negóciostem
passado poruma
série de transformaçõesem
virtude dos avanços tecnológicos, da globalização dosmercados
e daprodução
de bens e serviços,do aumento da
competição intemacional e, principalmente,do
aumento
das exigências dos consumidores. Essas transformaçõestêm
levado as empresas arever seus conceitos, redefinir fronteiras e repensar seus
modelos
de organização.__\
Segundo
Wood
e Picarelli (1996), afonna
como
essasmudanças tem
se comportado,tem
definidouma
nova
realidade para as organizações.Conforme
os autores, asmudanças,
nos dias de hoje, são totalmente imprevisíveis, incontroláveis, e. incessantes.A
velocidadecom
que ocorrem,impede que consigamos
prever o futuro; asmudanças
são incontroláveis,pois
nenhum
indivíduoem
particularpode
efetivamente controlar seu ritmo, suas causasou
seus efeitos.
Conduzir
uma
organizaçãoem
tempos
tão turbulentoscomo
o atual éum
desafio queexige cada vez
mais
habilidade.É
forte opensamento na
literatura dequem
quiser sobreviverem
um
mercado onde
os desafios tornam-se cada vez maiores,onde
osmercados
estão cada vezmais
seletivos e competitivos,tem
obrigatoriamente, que setomar
flexível. “Neste cenário, a Gerência de Recursos
Humanos
tem ganhado
cada vezmais
importância dentro das empresas. Ela está sendo considerada por vários autoresuma
baseimportante para as empresas, pois
tem
exercido papel fundamental nas estratégiascoorporativas.
O
verdadeiro papelda
Gerência de RecursosHumanos,
nestestempos
de turbulências,além
de selecionar, treinar, intermediar conflitos, passa a ser o de preparar os colaboradores para essas constantesmudanças.
7
_,.._/_
i
A
nova
organização flexível exigeum
perfil' de profissional diferente daquel`e,\meramente
treinado, adestrado,ou no
máximo,
acumulador
de conhecimentos.O
profissional\
da
organização flexrvel, precisa estar preparado para aprender a construirnovos
conhecimentos, compartilhar esses conhecimentos e a participar ativamentedo
processo demudança.
'
Neste sentido, a Gerência de Recursos
Humanos
na
organizaçãomoderna
passa a ser encaradacomo
atividade contribuidora para a modernização da organizaçãocomo
um
todo.Seu maior desafio
passa a ser o de desenvolver a capacidade das pessoas a aprender a lidarcomo
as mudanças. Outrodesafio da
Gerência de RecursosHumanos
é levar as pessoas,através das mais variadas ações, a contribuir
com
omáximo
de seus esforços,com
a organização.'
"
wi”
`~,/ Acredita-se que as organizações que estão fazendo a diferença e alcançado os
/melhores
resultados são justamente as que apresentamuma
Gestão de RecursosHumanos
/
ativa,
que implementa
planos e politicas de gestao de recursoshumanos
inovadoras que garantammelhor
desempenho
de seus colaboradores frente ao ambienteno
qual as organizações estão inseridas.3.2
Modelos
tradicionaisde
remuneração
frente às organizações flexíveis_ ›_`
` ~
-_ ___ _ _ k _,.---
Segundo
Wood
e Picarelli (1996), nos últimos anos, diante das pressões competitivas \crescentes, os executivos
foram
procurandomodemizar
suas empresas.As
organizaçõesburocraticas,
com
pesadas estruturas hierarquicas, estaocedendo
lugar as organizaçoescom
G
estruturas
mais
flexíveis,em
que
cresce aautonomia
dos grupos e dos indivíduos. '- llNeste contexto de mudanças,
um
componente fundamental, a remuneração, parece .não estar acompanhando o ritmo das transformações.
A
maiorias das empresas, entre 1 \*\,\ elas aquelas mais inovadoras, continuam utilizando sistemas tradicionais de
"\\
remuneração baseadosem
cargos e funções(WOOD
e PICARELLI, 1996, p. 36). ,f@
*\--za..--_
.z.__z.
_. ~____,__ ___,,___
,,/f
Para Pereira ( 1996), as tradicionais estruturas de cargos e salários, jáhá
muitotempo
\-\não
vêm
conseguindo dar respostas às mais diversas necessidades das empresas,no que
diz irespeito às questões da remuneração dos empregados. Elas
têm
conseguido desagradar a todos os envolvidos, aomesmo
tempo.Não
satisfazem as empresas porque sãoextremamente
inflexiveis e onerosas.
Não
satisfazem aosempregados
porquenão
permitem
o 'reconhecimento da contribuição individual.
l
[...] formas tradicionais de gestão só servem para contextos tradicionais de negócios, '
que estão praticamente em extinção. [...] a forma burocrática de organização também 1
parece estar superada,
em um
mundoem
que cada vez mais é a agilidade e aadaptabilidade, e não a estruturação complexa, que determinam a sobrevivência das .
organizações
(woon
eHCARELLI,
1996, p. 32).j
g
_/
ímj
i.É
notório queuma
organização para sobreviver neste ambiente de profundas e marcantesmudanças,
precisa tercomo
objetivos, tomar-se competitiva, flexível e perseguir incansavelmente» a qualidade.Diante desta realidade, Pontes (1995)
afirma
que
uma
organização só alcançará estesobjetivos se as pessoas
que
nela trabalham estiverem dispostas a participar e a contribuir para a incorporação denovos
métodos
de produção, para o incremento de produtividade equalidade.
Assim
sendo, ohomem
assume, maisdo
que nunca, importância vital para as- ~
OI`g3I1lZaÇO€S.
Por tudo isso, as organizações
começaram
a desenvolver e a valorizar outro tipo profissional; o profissionalcom
alta capacidade de aprendizagem e, principalmente,com
extrema facilidade
em
se adaptar anovos
contextos e idéias. Conseqüentemente, para atrair,reter e desenvolver esse profissional, as 'organizações precisam
mudar
também
aforma
de remunerá-los que,com
certeza, deve ser diferenteda
remuneração tradicional, cujo objetivo erasomente
compensar
pessoas(WOOD
&
PICARELLI,
1996).Nos planos salariais tradicionais, cada cargo está associado a
um
nível salarial quepermanece constante, independentemente da forma como o trabalho é desempenhado
ou do valor desse desempenho para a organização
(KANTER,
1997, p.144).Conforme
os autores pesquisados, osmodelos
tradicionais de remuneração sãoextremamente
inflexíveis,pouco
ágeis e bastante trabalhosos.Nos
métodos
tradicionaiscriam-se fónnulas e planos de carreiras mirabolantes que não
agregam
nenhum
valor enem
motivam
os empregados, suamaior
defesa é a antigüidade.Para
Wood
e Picarelli (1996), os sistemas tradicionais de remuneraçãotendem
a tratar diferentes defonna
homogênea.
Não
diferenciamadequadamente
odesempenho
individual, não diferenciam os regulares dos excelentes, não diferenciam aqueles que realmentegeram
resultados para a organização daqueles que não geram,ou pouco
geram. Para os autores, os sistemas de remuneração tradicionais reforçam a estrutura burocrática, e são verdadeiros entraves ao processo de mudanças, pois seus pressupostos entramem
choque
com
estastendências de mudanças.
“Os novos modelos
de organização de trabalho, organizações mais flexíveis emenos
burocráticas,tendem
a tornar as formas tradicionais de remuneração anacrônicas”(WOOD
&
incapazes de dar flexibilidade às organizações e de fazer frente ao
novo
ambiente de negócio.“Num
ambiente competitivoem
que
sepede
para aempresa
ser flexívelcomo
bambu,
ossalários são rígidos
como
carvalho”(WOOD
ePICARELLI,
1996, p.37).3.3
Remuneração
VariávelHá
alguns anos, as empresasvêm
utilizando a remuneração variável, só que antes essaforma
deremuneração
era restrita às áreas de vendasou
aos níveis de executivos,normalmente
diretorias e gerências. Hoje, a remuneração variávelcomeça
a descer o nível hierárquico,ganhando dimensão maior
nas empresas, abrangendotambém
os níveisadministrativos e operacionais.
Segundo
Dellagnelo e Dellagnelo (1993, p.15), a remuneração variável está sendo considerada por muitos autores“como umas
das grandes tendênciasda
administração derecursos
humanos
para o futuro”. Para os autores, a remuneração variável éuma
dasmodalidades de remuneração
mais
consistentescom
os processos de transformação pelos quais as empresas estão passando. Neste contexto, a remuneração variável aparececomo
uma
alternativa coerente para as empresas
que
estão adotando estruturas mais flexíveis.Para Pontes (1995, p. 69), a remuneração variável “é,
sem
dúvida, aforma mais
inteligente de propiciar a participação efetivado
funcionáriona
buscada
competitividadeda
empresa
ecom
forma
de remuneração”.A
remuneração variável éuma
estratégia de remuneraçãoque
visaum
maiorcomprometimento
dosempregados
através da participação nos lucros e resultadosda
organização, atrelando a remuneração à competência e ao
desempenho
dos funcionários(DELLAGNELO
eDELLAGNELO,
1993). -Segundo
PONTES
(1995, p.65), “Remuneração variável é o processo de remunerar os funcionários de forma a ter uma parte fixa e uma parte móvel.A
parte fixa advémda definição de estruturas salariais e a parte móvel advém de outros fatores definidos
e pactuados previamente, e que, geralmente, levam
em
conta o desempenho do funcionário ou da sua equipe de trabalho e, principalmente, o desempenho daempresa”.
Existe
uma
forte tendência das empresas adotarem, cada vez mais, a remuneração variável. Isso se deve pelos seguintes motivos: trata-se deuma
forma
de remunerar que nãocompromete
os custosfixos da empresa
-em
muitos casos a incorporação deste tipo deremuneração tem
trazido às empresas a reduçãodo
custofixo
na composição do
salário; as empresas atrelam odesempenho
dos funcionários às metas organizacionais o que reforça acultura participativa e impulsiona os resultados
da
organização e; muitos profissionaistalentosos identificam-se muito
bem com
a remuneração variável.3.4
Formas
de
remuneração
variávelSegundo
Dellagnelo e Dellagnelo (1993), existem diferentes formas de se praticar aremuneração
variável: a participação nos lucros, a participação acionáriaou
a participação nos resultados.A
participação nos lucrostem
por base o resultado global da empresa, enquanto aparticipação acionária e a participação nos resultados
têm
por base a distribuição derecompensas
pela empresa, mediante o alcance de metas e objetivos negociados entre empresas e funcionários e, geralmente obtidas a partirdo
trabalho participativo eem
grupo.Pontes (1995), define três formas principais de estipular o
ganho
variável dos trabalhadores: a participação através de sugestões, a participação acionária e a participaçãonos lucros
ou
resultados.O
programa
de participação através de sugestões visa estimular a criatividadedo
empregado, fazercom
que este avalie os processos e procure através de suas próprias idéiasobter melhorias.
O
objetivo desteprograma
é fazercom
que oempregado
dê sugestõesque
reduza os custosou aumente
a produtividade e por conseqüência melhore os resultadosda
empresa.O
autor da idéiaque
efetivamente gerou melhorias nos processos serárecompensado
mediante opagamento
de prêmios, senãoem
dinheiroem
alguma
outra forma,como
viagens,cursos, folgas, etc. Pontes (1995).
Quanto
aoprograma
de participação acionária, Pontes (1995) considera ser esta aforma mais
autêntica de participação dos funcionários.De
acordocom
este autor,quando
aempresa
oferece a possibilidadedo
funcionário tornar-seum
acionista da empresa, ela está pennitindo que o funcionário passe a serum
co-responsável pelos sucessosou
fracassosda
empresa.Além
disso,como
acionista o funcionário passa a colher a parte de sucesso que lhe cabeou
passa a amargar os fracassos da empresa. ~O
programa
de remuneração acionária distingue-se deum
programa
de participaçãonos lucros pelo seguinte aspecto:
[...] enquanto este último dá ao funcionário uma recompensa caso o desempenho da
empresa no curto prazo supere determinado patamar, o segundo oferece a este
mesmo
funcionário a co-propriedade da empresa, focando uma relação de longo prazo(WOOD
e PICARELLI, 1996, p.93).Segundo
Wood
e Picarelli (1996), oprograma
de participação acionáriatem
como
objetivo
promover
o fortalecimentodo
interesse dos funcionários pelos resultados da empresa, por sua gestão e seu futuro, jáque
neste caso o funcionário passa a serum
sócio da empresa.A
remuneração
por resultadossempre
foi muito utilizada para remunerar equipes devendas.
No
entanto, nos últimos anos, a remuneração variáveltem
sido mais utilizada devido a sua capacidade de apoiar e reforçaralgumas
práticas recentes,como
a administraçãoparticipativa, a orientação para resultados e o trabalho
em
equipe(WOOD
ePICARELLI,
1996).
Wood
e Picarelli (1996, p. 85)dizem
que aremuneração
por resultados“costuma
combinar
um
sistema debônus
com
a práticada
administração participativa.O
recebimentodo bônus
é vinculado ao atendimento de metas previamente negociadas”.Na
remuneração
por resultados o recebimento de bônus,ou
benefícios está associadoao atingimento de metas que,
não
são necessariamente contábeis. Essas metaspodem
apresentar-se de diversas formas, taiscomo:
índices de qualidade e produtividade, índices de rotatividadeou
de integraçãoda
equipe de trabalho.O
plano de participaçãocom
base nos resultados permiteque
aempresa
o direcione para o atingimento de suas necessidades(BECKER
E RUAS,
1997).Na
remuneração
por participação nos lucros, os montantes oferecidos estão vinculadoscom
o lucroda
empresa. Para Chiavenato (1992), os planos de participação nos lucrosvisam
proporcionar a distribuição deum
valor proporcional ao lucro obtido pela empresa, aos que colaboraram para o seu alcance.O
objetivo é que oempregado
perceba que seus ganhosdependem
do
sucesso global da empresa. Assim, o autor acreditaque
osempregados
estarãodispostos a aumentar sua eficácia.
Na
participação nos lucros,como
os benefícios oferecidos ao funcionário estão atrelados à lucratividade da empresa, considera-se que essaforma
de remuneração propiciauma
grandevantagem
para a empresa, pois se não houver lucrono
finaldo
exercício contábil,não
haverá a distribuição de recursos.O
que
évantagem
para aempresa
acaba sendouma
grandedesvantagem
para ofuncionário, pois
mesmo
que ele tenha se esforçado para melhorar seus resultados, a não obtenção de lucro por parte daempresa
implicano não
recebimento dos beneficios. Esse fatopode
gerar desmotivação para o indivíduo.É
notório que a lucratividade deuma
empresa
não está relacionadasomente
aodesempenho
de seusempregados ou
grupos. Elatambém
é condicionada por outros fatoresque
não
podem
ser controlados pela organização, taiscomo:
situaçãoeconômica do
país,políticas
govemamentais,
influênciasda
concorrência.Sob
este aspecto, muitas vezes, aeficácia dos
modelos
de remuneraçãocom
participação nos lucrospode
ser comprometida. Para Chiavenato (1992, p.228), “a inclusão dos funcionáriosna
repartiçãodo
bolo éum
importante passona
administração participativa”.Wood
e Picarelli (1997)mencionam
dois aspectos que diferenciam a participação nos lucrosda remuneração
por resultados:[...] primeiro, não costuma utilizar fórmulas ligando indicadores e resultados a
prêmios ou aumento de salários; e segundo, não está necessariamente ligada as práticas de administração participativa.
O
recebimento das bonificações é vinculado aos resultados globais da empresa. Idealmente, estabelece-seuma
fórmula que determina a divisão de lucros após terem atingido certo nível(WOOD
ePICARELLI, 1997, p. 85).
3.5 Sistemas
de
remuneração
mistos - participação lucros e participação nos resultadosPraticamente todos autores pesquisados
concordam
queem
breve, as empresas estarao utilizando, simultaneamente, váriosmodelos
de remuneração para administrar seus salários. Utilizarão, por exemplo, planos tradicionais de salários para fiinções não estratégicas, remuneração por habilidades para atividades técnicas e operacionais importantes eremuneração
por competências para funções de liderança.. Existe
uma
forte tendência pela adoçãode
sistemas mistos, sendo esteuma
combinação
da remuneração por resultados atrelado ao atingimento de padrões de lucratividade. Neste caso,embora
os requisitos para a distribuição dos benefícios departicipação estejam baseados
no
atingimento de metas específicas (índices de produtividade, qualidade, índices satisfação dos clientes, de absenteísmo, etc.), a existência de lucrono
finaldo
exercício atuacomo
condicionante financeira para que haja distribuição da quantia aos profissionais, caso as metastenham
sido atingidas.A
defesada
adoção deste sistema misto deremuneração
variável considera ser ilógico distribuir resultadosquando
aempresa
operano
vermelho
(BECKER
E RUAS,
1997).3.6 Distorções
no
usoda
remuneração
variávelMuito
setem
falado sobre as novas estratégias de remuneração.O
fato é que,quando
mal
aplicadas,geram
uma
distorção, desvirtuando consideravelmente os propósitos de melhoria nas relações de capital e trabalho.É
o caso, por exemplo, dosprogramas
departicipação nos lucros e nos resultados.
Muitas pessoas não
conseguem
estabelecer, claramente, a diferença entre esses doisprogramas.
É
importante, nesse caso, esclarecer a diferença entre lucros e resultados, pois caso o entendimentonão
corresponda aoque
efetivamente e' aceito pelos trabalhadores e sindicatos,pela justiça
do
trabalho, poderá gerar grandes problemas para as organizações.Para
Amad
Costa, professorda Fundação
Getúlio Vargas, Lucro é “oque
se verifica realmenteem
termos de balanço, enquanto resultado, neste caso, específico, são metas,objetivos, indicadores de qualidade, índices de produtividade”
(JORNAL
DA TARDE
(SP),1998).
Esclarecida a diferença entre lucro e resultado, é possível elaborar
um
programa
departicipação
filndamentado
em
metas, objetivos, indicadores, selecionando o queestrategicamente é
mais
importante para empresa.Outro aspecto que deve ser
bem
observado, sendo esse considerado o ponto de apoio dosprogramas
de remuneração variável, diz respeito ao estabelecimento das metas.A
escolhade muitas metas,
ou
de muitos indicadores,acabam
confundindo os colaboradores(CQRRÊAS,
1999).De
acordocom
Wood
e Picarelli (1996), outros cuidados precisam sertomados no
o
quando
será distribuídona forma
de remuneração variável,como
equando
esse valor será distribuído,quem
participarádo
programa
ecomo
poderáfazê-lo,como
será negociadocom
os funcionários.
F
az-se necessário estabeleceruma
estratégia decomunicação
com
osparticipantes
do
programa,como também
de queforma
serão aferidos os indicadores. Deixar claro para os colaboradores se a existência de lucro seráum
condicionante para a distribuiçãoda
quantia caso atinjam as metas,também
é extremamente importante.Tendo
claro os conceitos etomados
os devidos cuidados, é possível fazer dosprogramas
deremuneração
variáveluma
eficaz ferramenta de gestão, pois se as metasselecionadas, caso alcançadas,
podem
gerar a auto-sustentação financeirado programa
e,como
conseqüência, aempresa
estará tendo mais ganhos ecom
certeza seus colaboradorestambém.
Um
outro aspectoque deve
ser muitobem
observadono
momento
de se optar pela participação nos lucros e resultadoscomo
forma
de remuneração, e' o perfil das pessoas queirão participar
do
programa.Um
esquema
de remuneração variável só produzirá os resultadosdesejados se existir
na
empresa
um
número
suficiente de pessoas empreendedoras,independentes,
que
valorizem o sucesso obtido pelo esforço pessoal(AMAD
COSTA,
1997).A
colaboração das pessoasna
elaboração das diretrizesdo
programa de remuneração
variável é
extremamente
importante para conseguir sua efetiva participação.Pois
bem,
se taisprogramas forem
bem
compreendidos,sem
dúvidapodem
servircomo
uma
ferramenta de gestão, baseadanuma
relação "ganha-ganha" entreempregados
eempregadores.
3.7
Remurreraçao
de
riscoAlguns
autores classificam a remuneração variável quedependa da
obtenção de resultados,como
um
esquema
deremuneração
de risco já que a parte variávelnão
é garantida. Neste caso, oempregado
só receberá sua parcela de remuneração se seudesempenho
e odesempenho
da
empresa
corresponderem às expectativas.Segundo Silva (2002, p. 1-2), poucas pessoas fora das áreas de vendas têm uma percepção favorável de
um
esquemaem
que parte da sua remuneração dependa dorisco,
mesmo
que envolvendo apenas uma parte da remuneração, e' dificil paraalgumas pessoas.
Normalmente,
nas empresas jovens eem
crescimento, existeuma
maior
disposiçãodas pessoas
que
nela trabalham para correr riscos. Já nas empresasmais
conservadoras, aremuneração
de riscopode não
sermuito
bem
aceita pelos funcionários.3.8
Proposta
para construção de
um
programa
Wood
e Picarelli (1996),propõem
um
modelo
para a implantação deum
sistema deremuneração
variável.Os
componentes
essenciais segundo esse modelo, são os seguintes: 0 os fatores determinantes - são as condiçõesque
levam
as organizações a atingir seusobjetivos - os fatores determinantes
devem
definir o que serámedido
e o que a organizaçãodeseja melhorar (qualidade, processos, o trabalho
em
equipe, metas de produtividade, a satisfaçãodo
cliente, etc.); .0 quais os indicadores de
desempenho
- são os sinais vitaisda
organização. Este componente,deve
definircomo
serámedido
odesempenho
e, qual a ferramenta utilizada para efetuar amedição; e '
0 quais as ferramentas de
remuneração
utilizadas -como
odesempenho
serárecompensado
(remuneração por resultados e participação nos lucros).
.
De
acordocom
Wood
e Picarelli (1996),não
é aconselhável auma
empresa
copiarum
sistema deremuneração
de outra, pormais
semelhante que as coisaspareçam
ser, poisuma
empresa
ésempre
diferente da outra.É
preciso observar a diversidade das empresasem
tennos de tamanho, tecnologia utilizada, estágio de evolução, cultura gerencial, grau de qualificação dos funcionários, entre outros aspectos.Wood
e Picarelli (1996) listamuma
série derecomendações
e pontos estratégicosrelacionados
que
devem
ser seguidosquando da
implantação deum
sistema de remuneração variável:0
O
plano deremuneração
variávelpode
ser aplicadoem
apenasalgumas
áreasou
setores específicosda
empresa,ou
aindana
sua totalidade.0
Cada
empresa
e'uma
realidade única.O
sistema de remuneração deve refletir a realidade eo
momento
específicoda
organização.0
A
escolha de indicadores éum
dos aspectos mais importantes a ser observadona
construção
do
sistema, pois indicadoresmal
escolhidoslevam
a focos distorcidos ecomprometem
os processos decisórios.0
Os
níveis dedesempenhos
aserem
atingidosdevem
ser sempre negociados entre aempresa
e seus filncionários.0
As
formas de cálculosque
irão definir os valores a serem distribuídoscomo
recompensa
pelodesempenho
também
devem
ser estabelecidas deforma
participativa entreempresa
efuncionários.
0
As
formas derecompensa
devem
ser definidasem
função das possibilidadesda empresa
edas expectativas dos funcionários.
De
acordocom
Corrêa (apudCERICATO,
2000), paraque
um
programa
departicipação nos lucros
ou
resultados seja implantadocom
sucesso, se faz necessárioum
planejamento completo,
onde
sejam observadas todas as etapas de execução.»
Corrêa (1999) descreve as etapas
que
devem
ser seguidas paraque
os resultadosesperados
no programa
dePLR
sejam alcançados.1* Etapa
-
Consisteno
levantamento das necessidades daempresa
e os resultadosou
metasque
aempresa
pretende atingir. Nesta etapa são definidas as regrasdo programa
como
oser distribuído caso as metas sejam atingidas, e o
cronograma
detalhado para a implantaçãodo
programa.2” Etapa
-
Defini-se nesta etapa os sujeitos que participaramdo
processo de negociação daPLR
edo
seuacompanhamento.
3” Etapa
-
Identificação e seleção das prioridades estratégicas e operacionais que deverãonortear a execução
do
programa.43 Etapa
-
Nesta etapa são definidos os objetivos e as metas individuais dos participantesdo
programa que
serão inter-relacionadoscom
as prioridadesda
empresa.5* Etapa
-
Medição do
grau de evolução e atingimento parcial das metas, e correções dosdesvios.
6” Etapa
-
Avaliações finais dedesempenho.
O
processo de avaliação final é considerado por Corrêa (apudCERICATO,
2000) aetapa
mais
importantedo
programa. Nesta etapa se faz necessário o preparoadequado
daspessoas
que
elaboraram as avaliações.Pontes (1995, p.74)
também
propõe
um
programa
para subsidiar a Participação nos resultados.O
programa
sugerido pelo autor é “baseadoem
fatores relevantes e abrangentesque não
levem
em
conta exclusivamente lucros”. Pontesdenomina
como
fatores relevantes os objetivos -grandes alvos desejados pela empresa; os indicadores -medidas
aserem
definidaspara o controle
do
progresso; e os padrões dedesempenho
- metas a serem alcançadas.Ainda,
segundo
Pontes (1995), oprograma
deve ser aplicado deforma
coletiva enunca
deforma
individual, pois as empresas de hoje necessitam que as pessoas saibam trabalharem
equipe.O
autor destacatambém
a importânciada
participação de todos osenvolvidos
no
processo. Para ele, é através da participação efetivaque
todospodem
compreender melhor
o programa, dividir os resultados e debater sobre osproblemas
da empresa.De
acordocom
Pontes a avaliação de resultados deve serum
processo contínuo,ou
seja,
deve
ser realizada durante todo o programa.Com
essa avaliação épossívelpromover
melhoriasque permitam tomar
decisões acerca da qualidade dos resultados.A
definição clara dos objetivos, indicadores, e padrões dedesempenho
também
é de extrema relevância para estimular o trabalhoem
equipe, e propiciar melhores resultadosPontes (1995).
3.10
A
seleção dos indicadoresde
desempenho
Como
já citado anteriormente,uma
das etapasmais
importantes dosprogramas
de participação nos lucros, diz respeito à definição dos indicadores dedesempenho.
De
acordocom
Wood
e Picarelli e seus colaboradores (1999), os indicadores dedesempenho
são ossinais vitais
da
empresa, os quaisdemonstram
para os colaboradores daempresa
como
quesuas ações estão gerando impactos sobre a
mesma.
Segundo
esses autores, os indicadores dedesempenho
devem
comunicar
para toda a organização o que é importante,além
de daruma
orientação sobre os grandes objetivos
da
empresa.Além
disso, os indicadores dedesempenho
são
uma
forma
de manter a convergência de propósitos e a coerência de esforçosda
organização.
Para
Wood
e Picarelli, os indicadores dedesempenho
podem
ser classificadosem
quantitativos, qualitativos e comportamentais.
Os
indicadores quantitativos são aqueles traduzidos diretamenteem
números
e os qualitativos são aqueles que retratam resultadosmais
subjetivos,que
precisam sermedidos
em
escalas comparativas paraserem
analisados. Já os indicadores comportamentais: são os indicadores utilizados para analisar as atitudes e posturasdos indivíduos e grupos.
Corrêa (apud
CERICATO
2000) destaca que se deve ter muito cuidadona
definição deindicadores
como
critério de avaliação.De
acordocom
o autor, os indicadores precisam estaralinhados
com
as novas tendências,devem
ser sistêmicos, visualizando aempresa na
sua totalidade,ou
seja,devem
ser desvinculados da visão departamental,porém
atrelados aosQuanto
aonúmero
de indicadores, Corrêa (apudCERICATO
2000)recomenda
aescolha de
um,
doisou
três indicadores.De
acordocom
o autor, a escolha de muitosindicadores
pode
acabar confundindo os colaboradores.Além
disso, tais indicadores precisam ser factíveis,ou
seja, possíveis deserem
atingidos. ASegundo
DellaRosa
(2000), os indicadores poderão ser globais para todaempresa ou
por departamento, unidadeou
filial.A
seguirseguem
algunsexemplos
possíveis deindicadores
que
poderão ser adotadas para cada setor:Tabela 1:
Exemplos
de indicadores dedesempenho
por função:Função
Indicador
Geral
1. Lucratividade'
2. Retorno sobre o capital investido
3.
Margem
de contribuiçãoComercial
4.Volume
de vendas5. Participação de
mercado
6.
Mix
de produtos7. Precisão da previsão de vendas 8. Nível de atendimento dos pedidos 9. Satisfação dos clientes
Logística 10. Nível de atendimento dos pedidos 11. Pontualidade
na
entrega12. Giro
do
inventário13. Precisão da informação de estoques
Produção
14. Produtividade15.
Rendimento
de matérias primas 16. Nível de refugo17. Nivel de reprocesso
18. Nível de qualidade
Desenvolvimento
19. Introdução denovos
produtos 20. Introdução denovos
serviços21. Inovações
em
processosFinanças
22. Índices de clientes inadimplentes23. Índices de
ganho
financeiroCompras
24. Custo de matérias primas25. Qualidade das matérias primas Fonte: Coopers e Librand (apud
DELLA
ROSA, 2000, p.58).3.11
A PLR
no
BrasilDe
acordocom
Lobos
(apudCERICATO,
2000), a primeira tentativa de instituirna
legislação a participação nos lucrosou
resultados data de 1919, por intermédio deum
projeto defendido pelo deputadoDeodato
Maia.O
projetonão
obteve sucesso e acabou sendoesquecido.
Ainda
segundoLobos
(apudFLEITH,
1996), a participação nos lucros foi prevista efetivamente pela primeira vezna
constituição de 1946 (art. 157°, IV).Nas
constituições de 1967 e 1969, a participação nos lucros aparecia novamente.A
constituição de
1967
determinava a “integraçãodo
trabalhadorna
vida eno
desenvolvimentona
gestão empresarial”, pormeio da
participação dosempregados
nos lucros ena
gestãoda
empresa. Esta lei,no
entanto,nunca
foi postaem
vigor -Lobos
(apudCERICATO,
p. 62,2000)
Na
constituição de 1988,no
artigo 7°, XI, otema
voltou a merecer destaque: “sãodireitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
além
de outros quevisem
á melhoria de sua condição social: Participação nos Lucros,ou
Resultados, desvinculadada
remuneração e,excepcionalmente, participação
na
gestãoda
empresa,confonne definido
em
lei” Pontes (apudCLASEN,
p.32, 1997).Foi
na
constituição de 1988, portanto, que a participação dos lucros foi desvinculadado
salário, constituindo-seem
um
pagamento
não salarial(FLEITH,
1996).Com
o intuito de regular a participação nos lucros, alguns projetos foramencaminhados
ao Congresso Nacional,mas
nenhum
obteve sucesso.Em
1994, ogovemo
Itamar Franco editou aMedida
Provisória 794/94que
isentaquem
concede participação nos lucros e resultados de encargos trabalhistas. Este fatocontribuiu sensivelmente para o
aumento
das organizações que utilizam esses tipos deremuneração
variável. Muitas das empresas que, atualmente, oferecem talprograma
deremuneração
fizeram isso exclusivamenteem
função dessamedida
provisória.Em
virtude denão
ter sido convertidaem
lei, aMP
794/94 foi sendo reavaliada,periodicamente, por outras
medidas
provisórias.Em
dezembro
de 2000, depois demais
deum
século de discussões, de dezenas de projetos de lei e de
uma
seqüência demedidas
provisórias editadas peloGoverno
Federal, foi editada a Lei 10.101/O0 que regula a participação dostrabalhadores nos lucros
ou
resultadosda
empresa. Trata-se demais
uma
tentativa deaperfeiçoar o
que
já estava previstona
constituinte de 1946.De
acordocom
DellaRosa
(2000), depoisda
publicaçãoda
Lei 10.101aumentaram
consideravelmente as discussões sobre o assunto tanto pelo empresariado brasileiro quantopelas entidades sindicais.
A
autora declara quemesmo
não
sendo a aplicaçãoda
Lei obrigatória, a pressão por parte dos trabalhadoresno
sentido de inserir cláusulasda
PLR
dentro das convenções coletivas de trabalho émuito
grande, tanto que a cada diaaumenta
onúmero
de organizaçõesque
estão recebendo circulares de sindicatos de trabalhadores, intimando-as a executar oprograma
de participação nos resultados. Isso porque existeuma
tendência dos trabalhadoresem
pensarque
as empresasdevem,
a qualquer custo, pagar aPLR.
3.12
A
Lei 10.101/02Para Carneiro (2001), a Lei 10.101/02' revela
uma
tendência progressista da não interferênciado
Estado nas relações capital/trabalho. Issopode
ser facilmente observado jános primeiros artigos
da
Lei 10.101/00, vide anexo 1.1
Lei que regula a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas, publicada em 19 de
“Os
artigos primeiro esegunda da
lei,dispõem
que a participação nos lucros seráobjeto de negociação direta entre a
empresa
e seus empregados...”(CARNEIRO,
agosto/2001).Ainda
de acordocom
os artigos supracitados, a lei 10101/02 estabelece, que aPLR
deverá ser objeto de negociação entre as partes,
empresa
e empregado, medianteum
dos doisprocedimentos descritos a seguir descritos:
1.
Por
meio
deuma
comissão
escolhida pelas partes e integradatambém
porum
representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria. 2.
Por
meio
deconvenção
coletivaou acordo
coletivo.De
acordocom
DellaRosa
(2000), aConvenção
Coletiva é a negociação realizada entre o Sindicato Patronal e o Sindicato dos Trabalhadores.Já o
Acordo
Coletivo envolve aEmpresa
e o Sindicato dos Trabalhadoresda
categoria.Neste caso, a
empresa
negociavdiretamentecom
o sindicato dos empregados,podendo
aindaestar
acompanhado
por trabalhadoresda
empresa que
são representativos.Os
empregados
são representados pelo sindicatoda
respectiva categoria.Na
comissão de negociação farão parte a empresa, representantes dos trabalhadores erepresentantes
do
sindicatoda
categoria.O
representante dos trabalhadores deverá serescolhido por eles, de
forma
democrática.Caso
falhem as negociações, o quarto artigo prevê que as partes ainda poderão utilizarda mediação
eda
arbitragem,devendo
o árbitro, eleito pelas partes, após analisar as propostas,decidir a
melhor opção
paraambos
os interessados. Diante disso, Carneiro declara quemesmo
que
a aplicaçãoda
participação nos lucros e resultados das empresasnão
seja obrigatória, ela está diretamente ligada à democratização nas relações sociais e, dentro destas, ademocratização nas relações capital - trabalho, já que
fica
evidente a 'necessidade danegociação entre as partes interessadas,
empregado
e empregador, para que aPLR
possa ser colocadaem
prática.Conforme
osegundo
parágrafoda
Lei 10.101, a pessoa fisica,empregador
individual,bem
como
entidadessem
fins
lucrativos nãopodem
utilizar afonna
participativa deDe
acordocom
o terceiro artigoda
lei, poderá oempregador
deduzirdo
seu lucro realas despesas atribuídas aos
empregados
nos lucros e resultados, permitindo a utilizaçãodo
institutosem
qualqueraumento no
custo indireto de cada trabalhador.Esse aspecto observado
na
lei é considerado por DellaRosa
(2000), gerador dasprincipais vantagens
que
a lei proporciona, entre elas, a isenção fiscal de encargos sociais e adedução
como
despesasno
Imposto deRenda
e ainda a não integralização ao salário.Assim
sendo, a Lei assegura aos trabalhadores o direito de participar dos lucrosou
resultados das empresas, estabelecendo ainda que essa participação
não
se integra a remuneração, desdeque não
seja aplicado o princípioda
habitualidade.O
parágrafo 2°do
artigo 3°da
Lei 10.101/02 deixa claro que a periodicidademínima
para o
pagamento
de qualquer valor a título de participação nos lucros e resultadosda
empresa, é de seis meses. Isso equivale a dizer queuma
empresa não
poderá distribuirmais
que
duas vezesno
mesmo
ano civil, valores sob aforma
de participação nos lucros e resultados.Como
o adicional correspondente à participação nos lucrosou
resultados é desvinculadoda
remuneração, a constituição deixa claro que a concessão da referidaparticipação está, rigorosamente, atrelada ao atingimento das metas acertadas pelas partes.
A
PLR
é, portanto,um
sistema de gratificação integrado a metas atingidas,ou
seja,quando
asmetas
negociadasforem
alcançadas, haverá participação; caso contrário, não. Diante disso,Pastore (1990),
afinna
que
a sistemáticada
leinão
cria obrigatoriedadenem
habitualidadedessa participação por parte
da
empresa.Para Pastore (1990),
uma
das virtudes de grande valor apresentadas pelaMD
provisória 794/94, mantidana
Lei 10101/00, diz respeito ao usoda
palavra "resultados",além
de lucros.Ao
usar este termo, a Constituiçãodeu
uma
grande flexibilidade ao sistema, poispossibilitou aos
empregados
e empregadores acertarem participaçõescom
baseno
alcance dosmais
variados tipos de indicadores; indicadores físicos (produtividade fisica, quantidadeproduzida,
economias
deinsumos
etc.); indicadoreseconômicos
(produtividade econômica, faturamento, acréscimo de vendas, velocidade de vendas etc.); indicadores qualitativos(melhoria de qualidade
do
produtoou do
serviço, melhoria da pontualidade, conquista denovos
mercados, relacionamentocom
clientes etc.).Pastore (1990, p.l) descreve, ainda,
uma
das grandes vantagensdo
uso de indicadoresde
desempenho
no
sistemada
PLR.
Para ele, “ao escolher tais indicadores,empregados
eempregadores não
precisam esperar o fechamentodo
balançono
fim
do
ano parasaberem
oquê
e quanto distribuir: as metaspodem
serfixadas
semestral, trimestralou
atémesmo
mensalmente.Além
do
mais, indicadorescomo
esses são visíveis e de fácil mensuração”.3.13
A
legislaçãoque
regulamenta
as estataisO
Art. 5°da
Lei 10.101/02(Anexo
1) estabelece que a participação nos lucros dostrabalhadores
em
empresas estatais. “observará diretrizes específicasfixadas
peloPoder
Executivo”.
O
parágrafo únicoda
referida lei define o conceito de empresas estataiscomo
sendo “as empresas públicas, sociedades deeconomia
mista, suas subsidiárias e controladas edemais
empresasem
que
a União, diretaou
indiretamente, detenha a maioriado
capital socialcom
direito a voto”. 'Portanto, por
meio
deste artigo, o governo reserva-se 0 direito de enquadrar osfuncionários de empresas estatais
em
regras especificas,ou
seja, penniteque
as empresas estataissigam
outras regras quenão
essas citadasna
Lei 10101/02. Tais regras sãoexplicitadas
na
Resolução n° 10, de 30-05-95,do
Conselho deCoordenação
e Controle deEstatais
(Anexo
2).Os
aspectosmais
importantes de tal resolução serão descritos a seguir.O
artigo 2° desta resolução estabelecealgumas
regras para a distribuição de lucros nas empresas estatais.Segundo
esse artigo, aempresa
estatal, antesda
apuraçãoda
parcelareferente aos lucros
ou
resultados a ser distribuída a seus empregados, deverá deduzir desse valor os recursos necessários para atender:1. ao
pagamento
de suas obrigações fiscais e parafiscais; 2. às suas reservas legais;3. às outras reservas necessárias à