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Ressalto adipocitário na infância e a predição de obesidade : monografia : adiposity rebound in childhood as a predictor of obesity

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Ressalto adipocitário na Infância e a Predição de Obesidade

Adiposity rebound in Childhood as a predictor of Obesity

Susana Filomena da Silva Nunes

Orientada por: Dra. Joana Pinho Lopes Co-orientada por: Dr. Hugo de Sousa Lopes

Monografia

Porto 2007/2008

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ÍNDICE

LISTA DE ABREVIATURAS...ii

RESUMO ...iii

ABSTRACT...iv

INTRODUÇÃO Obesidade – A Epidemia do Século XXI...1

Causas ...1 Consequências...4 Prevalência ...5 Custos económicos...7 Intervenção...8 DESENVOLVIMENTO DO TEMA Ressalto adipocitário – um período crítico para a predição da Obesidade Períodos Críticos...9

Ressalto Adipocitário...17

Ressalto Adipocitário Precoce...18

Intervenção...23

Actividade Física...23

Alimentação...24

Estado ponderal dos Pais...26

ANÁLISE CRÍTICA...27

CONCLUSÃO...29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...33

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LISTA DE ABREVIATURAS

AGL – Ácidos Gordos Livres Apo B – Apolipoproteína B

CDC – Centers for Disease Control and Prevention DCV – Doença Cardiovascular

DEXA – Dual-Energy X-ray absorptiometry DM 2 – Diabetes Mellitus tipo 2

HTA – Hipertensão Arterial IMC – Índice de Massa Corporal

IOTF – International Obesity Task Force LDL – Low Density Lipoproteins

Į-MSH – Į-Melanocyte Stimulating Hormone NPY – Neuropeptídeo Y

OMS – Organização Mundial de Saúde P 85 – Percentil 85

P 95 – Percentil 95

PAI 1 – Plasminogen Activation Inhibitor 1 POMC – Proopiomelanocortin

TAC – Tomografia Axial Computorizada TNF-Į – Tumor Necrosis Factor-Į

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RESUMO

A Obesidade é uma doença multi-factorial causada por factores genéticos, comportamentais, ambientais e culturais. Inicialmente atribuída aos adultos, esta doença apoderou-se da idade pediátrica e, devido à sua relevância em termos de saúde pública, a evolução da Obesidade infantil requer uma maior vigilância.

Alguns trabalhos sugerem a existência de dois ou três períodos críticos na génese desta doença e das suas complicações. Estes incluem a fase gestacional e os primeiros anos de vida, o período do ressalto adipocitário e a adolescência. A presença de Obesidade nestes períodos constitui um factor de risco preditor de ocorrência de Obesidade na idade adulta e do desenvolvimento das suas complicações.

O ressalto adipocitário corresponde ao segundo aumento no índice de massa corporal que ocorre entre os 5 e os 7 anos de idade, devido às importantes alterações na gordura corporal. Apesar de constituir apenas um dos três períodos críticos, a idade em que se processa o ressalto adipocitário, se precoce, pode estar associada ao índice de massa corporal na adolescência e na idade adulta.

Vários mecanismos têm sido propostos para este fenómeno. Porém a tendência secular para um ressalto adipocitário precoce eleva a influência que os determinantes ambientais têm exercido a esse nível. Conhecer os factores e mecanismos envolvidos no balanço energético neste período poderá auxiliar na tomada de medidas de prevenção mais eficazes.

Palavras-chave:

Ressalto Adipocitário, Obesidade Infantil, Índice de Massa Corporal, Gordura Corporal

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ABSTRACT

Obesity is a multifactorial disorder influenced by genetic, behavioural, environmental and cultural factors. At one time confined to adults, has now penetrated the paediatric age and because of its public health importance, the trends in child obesity should be strictly monitored.

Many observations suggest that three critical periods exist for the development of obesity and its complications. These include gestation and early infancy, the period of adiposity rebound and adolescence. Obesity that begins at these periods appears to increase the risk of persistent Obesity and its complications.

The adiposity rebound is the second rise in body mass index that occurs between 5 and 7 years, due to important changes in body fat. Although this constitutes only one of three such critical periods, the timing of the adiposity rebound has a significant influence on body mass index in adolescence and adulthood. An early age at adiposity rebound is a risk factor for later Obesity.

A number of possible mechanisms of early rebound have been proposed. The secular trend to earlier adiposity rebound suggests that there are strong environmental influences on that timing. Understanding factors and promote characterization of the mechanisms by which energy balance is regulated in this period may be helpful to focus preventive efforts.

Key words

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INTRODUÇÃO

Obesidade – a Epidemia do Século XXI

Segundo a definição apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a Obesidade é uma doença em que o excesso de gordura corporal pode atingir graus capazes de afectar a saúde1.

O excesso de gordura é consequência de desequilíbrios da homeostasia energética, resultantes do aumento da quantidade de energia ingerida relativamente à quantidade de energia dispendida2,3. Este balanço de energia positivo, mesmo que pequeno, se sustentado e prolongado no tempo, é suficiente para induzir um aumento significativo de peso e de tecido adiposo4.

Os factores que determinam tal desequilíbrio são complexos e abrangem factores genéticos, metabólicos, ambientais, culturais e comportamentais2,5.

Causas

Apesar da componente genética que comporta, a crescente prevalência da obesidade em populações geneticamente estáveis, como gémeos expostos a meios e estilos de vida diferentes, sugere que os factores ambientais terão um maior efeito nessa expressão6,7. Também os estudos com populações migrantes revelam o papel que a aculturação e a aquisição de novos hábitos, nomeadamente alimentares e de actividade física, podem exercer a nível ponderal.

Dos principais factores ambientais promotores do desenvolvimento desta patologia multi-factorial, destacam-se a alimentação e a alteração para um estilo de vida mais sedentário7,8.

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Ao longo dos séculos, os padrões alimentares sofreram marcadas alterações resultantes das próprias transformações demográficas, sociais e económicas9. A industrialização, a passagem da ruralidade para a urbanidade, o desenvolvimento económico e tecnológico e a globalização, factores determinantes nas mudanças da alimentação e do estilo de vida, tiveram um forte impacto na saúde e no estado nutricional à escala mundial1.

As mudanças alimentares, decorrentes das modificações quantitativas e qualitativas no padrão alimentar, acarretaram a chamada “transição nutricional”1. Apesar das alterações particulares de cada país, os elementos comuns concorrem para uma alimentação rica em gorduras e açúcares simples, com a introdução de alimentos refinados e de elevada densidade energética em detrimento dos alimentos ricos em hidratos de carbono complexos e em fibras1,9.

Concomitantemente ao suprimento alimentar, energeticamente excessivo, o estilo de vida sedentário, favorecido, igualmente, pelas transformações da sociedade contemporânea9, contribuiu decisivamente para a escalada da Obesidade. A inactividade física, associada ao maior tempo de permanência das crianças em frente à televisão, é um importante determinante do estilo de vida cada vez mais sedentário das crianças e dos jovens que converge para o desenvolvimento desta patologia7,8. Estudos demonstram que ver televisão excessivamente promove o excesso de peso, não só por ser uma actividade passiva, que aflui numa diminuição do gasto energético, mas por existir uma relação entre este factor e a ingestão alimentar10. De facto, vários estudos revelam uma correlação positiva entre a duração da visualização de televisão e a prevalência de Obesidade infantil7.

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publicitários abusivos a géneros alimentares, muitos dos quais considerados desaconselhados numa alimentação saudável, impelem para a compra e consumo desses mesmos produtos, confluindo para o aumento de peso1,3.

Também o tempo de sono parece relacionar-se com esta problemática. Uma menor duração do repouso nocturno pode expor a criança a factores que promovem a Obesidade, como a ingestão alimentar durante a noite10 ou a visualização excessiva de televisão7, acarretando as consequências anteriormente descritas. Por outro lado, o facto de dormir menos pode estar relacionado com a pouca actividade física desenvolvida, dado não haver o cansaço que cria a necessidade de maior tempo de descanso7.

A tudo isto acresce, nas idades pediátricas, um outro factor de extrema importância para o desenvolvimento da Obesidade – o meio familiar.

Vários investigadores defendem que a presença de Obesidade nos pais acresce o risco da criança desenvolver esta patologia, facultado pela combinação quer dos factores genéticos quer dos ambientais3,7,11. Os estudos apontam para que crianças cujos progenitores apresentem excesso de peso e/ou Obesidade possuam maior risco de se tornarem crianças com excesso de peso ou obesas, comparativamente àquelas cujos progenitores sejam normoponderais6,7,11. Este risco verifica-se desde que um dos pais apresente peso excessivo, porém aumenta quando ambos são obesos10.

Mas outras características do agregado familiar podem contribuir para este fenómeno em crescendo. Um nível socioeconómico mais baixo pode estar associado ao aumento de risco de Obesidade7,8.O nível educacional do agregado familiar parece, também, estar relacionado com este fenómeno, sendo que um nível educacional mais elevado correlaciona-se com menores índices de excesso

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de peso e/ou Obesidade7. E, de certa forma, estando associado à situação socioeconómica, condiciona não só a escolha alimentar, como outros comportamentos, nomeadamente a prática de actividade física regular. Todavia esta associação do nível educacional com a classificação do peso da criança não está devidamente reconhecida, já que os vários estudos efectuados acerca deste item não expõem resultados conclusivos7.

Consequências

A crescente preocupação com a Obesidade Infantil não se prende, apenas, com os riscos para a saúde que comporta futuramente.

A Obesidade infantil é reconhecida como sendo um forte factor preditor de Obesidade no adulto12. Deste modo, esta patologia, uma vez presente na infância ou na adolescência, incrementa o risco de desenvolvimento de doenças crónicas na idade adulta12, como Doença Cardiovascular (DCV), Dislipidemia, Diabetes

Mellitus tipo 2 (DM 2), Hipertensão arterial (HTA) e Aterosclerose, que contribuem

para o aumento da morbilidade e da mortalidade precoce4,13.

Apesar do enfoque dado às consequências na vida futura, actualmente cresce o receio quanto às repercussões da Obesidade ainda durante a infância. Estudos recentes têm demonstrado que problemas como formação de placas ateroscleróticas, hiperinsulinemia, com consequente desenvolvimento de DM 2, Dislipidemia, HTA e problemas ortopédicos surgem cada vez mais precocemente, entre crianças e jovens obesos14. Para além destas graves perturbações fisiopatológicas, realcem-se as consequências a nível emocional7. À Obesidade infantil estão frequentemente associados problemas de interacção social e relacional. As crianças obesas são vulgarmente estereotipadas como

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preguiçosas, com fraco rendimento escolar e incompetentes7, sendo rejeitadas pelos próprios companheiros e, muitas vezes, alvos de manobras de bullying15.

O bullying é uma forma de violência que as crianças e os adolescentes

desenvolvem sobre os seus semelhantes, com recurso ao abuso do poder e à agressão física ou emocional através da qual, com ataques constantes, adquirem e consolidam o seu poder perante a vítima15.

Assim, a baixa auto-estima, o isolamento, a marginalidade, a insatisfação com o corpo, o desenvolvimento de doenças do comportamento alimentar, a depressão e a ideação suicida são alguns dos problemas comummente associados à Obesidade16.

Com tais repercussões no desenvolvimento pessoal e, em última instância, no desenvolvimento social, não deixa de ser alarmante a dimensão deste problema. Desde 1998 a OMS reconhece a Obesidade como o maior problema de saúde pública, considerando-a como a epidemia global do século XXI17. E longe de ser considerada uma doença dos países desenvolvidos, assume-se com um carácter global, atingindo homens e mulheres de todas as raças e de todas as idades2,5,de tal modo que, actualmente, os esforços estão direccionados para que a epidemia não se torne em pandemia.

Prevalência

Os últimos dados disponibilizados pela OMS, em 2005, apontavam para 1,6 biliões de pessoas (com idades superiores a 15 anos) com excesso de peso sendo que dessas 400 milhões apresentam Obesidade. As projecções para 2015 revelam que 2,3 biliões de pessoas terão excesso de peso e dessas 700 milhões serão obesas18. Assim, se não forem desenvolvidas medidas concretas para a

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prevenção e tratamento da Obesidade estima-se que, em 2025, mais de 50% da população mundial sofrerá desta doença2.

Em Portugal, Pereira e colaboradores estimavam, em 2000, que existiriam cerca de 900 000 adultos obesos enquanto o número de pessoas com excesso de peso ou obesas ascendia a quase metade da população19.

Relativamente à Obesidade Infantil, a OMS refere que, em 2005, pelo menos 20 milhões de crianças com idades inferiores aos 5 anos apresentariam peso a mais que o recomendado18.E a prevalência da Obesidade na infância e na adolescência continua a aumentar rapidamente20, tendência que mantém ao longo dos últimos 20 a 30 anos1, ultrapassando, actualmente, aquele que era então considerado o maior problema de saúde pediátrica – a malnutrição20.

Todos os anos, em território da União Europeia, surgem 400.000 novos casos de crianças que passam a apresentar excesso de peso ou Obesidade. Esta situação é particularmente grave no Sul da Europa21.Portugal, à semelhança de outros países do Mediterrâneo, como a Espanha, a Grécia e a Itália, apresenta uma elevada prevalência de Obesidade Infantil7. Um estudo de Padez e colaboradores (2004) revela que 31,6% das crianças portuguesas com idades compreendidas entre os 7 e os 9 anos apresentam peso a mais que o recomendado para a sua idade. Rito (2001) revela, num estudo comunitário realizado com crianças do ensino pré-escolar de Coimbra, uma prevalência de excesso de peso e Obesidade de 31,9%21.

Estes dados vêm corroborar a necessidade de uma intervenção o mais precocemente possível.

Para além de um problema de saúde, a Obesidade assume-se como um problema económico.

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Custos económicos

Nos países desenvolvidos a elevada prevalência desta patologia acarreta custos económicos de 2 a 7% dos custos totais com a saúde2. Em Portugal, no ano de 1996, Pereira e colaboradores estimaram em mais de 230 milhões de euros os custos directos com a Obesidade, que compreendem despesas com a prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, investigação, formação e investimento, um valor que absorvia 3,5% das despesas totais do sector da saúde19. Porém os valores aumentam consideravelmente se atendermos aos custos indirectos, representados pelo valor da produção perdida decorrente dos episódios de doença, incapacidade ou morte prematura, que esta doença comporta19. Para o ano de 2002, Pereira e colaboradores estimaram em 200 milhões de euros o custo indirecto total com a Obesidade. Por tudo isto, tais autores consideram que a implementação de estratégias que previnam ou reduzam a incidência e prevalência de Obesidade em Portugal podem gerar ganhos de produtividade elevados19.

Dada a elevada prevalência da Obesidade e a sua taxa de crescimento anual, a morbilidade e mortalidade muito altas que, directa ou indirectamente, a acompanham, a diminuição da qualidade de vida e os elevados custos que determina, é fulcral o planeamento de medidas e a definição de estratégias para travar a progressão deste problema. Importa lembrar que, para além do tabagismo, a Obesidade pode ser considerada como a segunda causa de morte passível de prevenção2.

Intervenção

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alimentares saudáveis e de vida mais activa2, com o combate aos demais factores precipitantes da patologia.

A prevenção deve ser iniciada prematuramente. Como recomendado pela OMS, deve ser atribuída alta prioridade à prevenção da Obesidade nas crianças e nos adolescentes1.

Para além de ser no período infanto-juvenil que se estabelecem os hábitos de vida relacionados com a alimentação e o exercício físico3, alguns autores admitem que nesta mesma fase ocorrerão os principais períodos críticos para o desenvolvimento da Obesidade22-24, daí a importância de se intervir, profilacticamente, nesta fase25.

De facto, alguns trabalhos sugerem a existência de dois ou três períodos críticos na génese desta doença e das suas complicações. Estes incluem a idade gestacional e os primeiros anos de vida, o período do ressalto adipocitário e a adolescência22,23. Embora a prevenção deva manter-se durante toda a vida, estas são as fases mais vulneráveis pelo que a presença de Obesidade nestes períodos constitui um factor de risco preditor de Obesidade na idade adulta24, com as consequentes complicações que acarreta23.

Considerado como um dos possíveis períodos críticos no desenvolvimento da Obesidade infantil26, conhecer e compreender o modo como ocorre o ressalto adipocitário pode abrir uma nova esperança no impedimento da progressão desta patologia. A presente revisão bibliográfica pretende reunir as evidências existentes na compreensão deste fenómeno com possível associação e predição de Obesidade.

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DESENVOLVIMENTO DO TEMA

Ressalto adipocitário – um período crítico para a predição de Obesidade

Períodos críticos

Como referido anteriormente, alguns autores sugerem a existência de períodos críticos para a génese e evolução da Obesidade22,23. Estes períodos críticos referem-se a estádios de desenvolvimento cujas alterações fisiológicas procedentes aumentam o risco de Obesidade futura27. Assim, reconhece-se que o desenvolvimento desta doença pode iniciar-se durante os períodos da infância e adolescência, aquando a formação dos adipócitos28.

Durante o processo normal de crescimento ocorrem modificações profundas na composição corporal4, nomeadamente no que concerne ao tecido adiposo. E estando a gordura corporal e o excesso da sua deposição relacionados com o desenvolvimento da Obesidade1 e de demais patologias, importa conhecer melhor este tecido.

Convém, igualmente, mencionar que a sua distribuição no organismo está associada a um diferente risco de surgimento de complicações metabólicas. A massa gorda deposita-se de duas formas principais, intra-abdominal e subcutaneamente29.A gordura subcutânea corresponde a aproximadamente 80 % da gordura total do organismo e distribui-se por todo o corpo30, enquanto a gordura intra-abdominal compreende a massa gorda visceral, existente na região do omento e do mesentério, e uma menor porção de gordura da região retroperitoneal. À gordura visceral estão atribuídos efeitos deletérios de ordem fisiológica, como o desenvolvimento de Dislipidemia, de HTA e de DCV29.

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Durante muitos anos o tecido adiposo foi considerado inerte com a única função de reservatório de energia excedente30,31, sob a forma de triacilgliceróis,

para mobilização durante os períodos de privação alimentar31. Porém, actualmente, reconhece-se o seu papel de órgão endócrino32 já que os adipócitos segregam importantes substâncias que exercem efeitos na regulação do apetite, na resposta imunológica e no desenvolvimento da doença vascular31.

Destas substâncias, salienta-se a importância da leptina, uma hormona segregada pelos adipócitos maduros que se liga aos seus receptores a nível hipotalâmico, regulando a ingestão alimentar e a quantidade de gordura corporal4,31. A produção desta hormona está dependente da quantidade de tecido adiposo, pelo que uma diminuição das reservas de gordura provoca uma diminuição dos níveis de leptina e, por sua vez, um consequente aumento dos níveis de neuropeptídeo Y (NPY), este último responsável pelo aumento da ingestão alimentar31. Por outro lado, um aumento de peso motiva um aumento de leptina que estimula a produção dos produtos da pro-opiomelanocortina (POMC –

Proopiomelanocortin), um dos quais a hormona estimulante da melanocortina (

Į-MSH – Į-Melanocyte Stimulating Hormone), que inibem a ingestão alimentar31. A adiponectina é um peptídeo também segregado pelo adipócito que, à semelhança da leptina, promove a perda de peso, quando em elevadas quantidades. São-lhes conhecidas funções na regulação da hosmeostasia energética, através dos metabolismos glicídico e lipídico32. Nos obesos os níveis circulantes de adiponectina estão diminuídos4. O tecido adiposo produz, ainda, adipocinas que vão exercer importantes funções a nível imunológico. Destas evidencia-se o papel do factor de necrose tumoral-Į, (TNF-Į – Tumor Necrosis

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imunológica e na etiopatogenia de algumas neoplasias, está também envolvido na génese da resistência à insulina que acompanha a Obesidade, através da inibição da actividade da cínase da tirosina do receptor da insulina33. Uma vez inibida a fosforilação da tirosina da cadeia beta do receptor da insulina, o receptor dessensibiliza e não reconhece a hormona, daí o fenómeno de insulino-resistência31,32.Níveis elevados de TNF-Į são encontrados no tecido adiposo de pessoas obesas31,33.

O TNF-Į promove, ainda, a libertação dos ácidos gordos da fracção visceral do tecido adiposo32, que concorre igualmente para um efeito da insulino-resistência. O aumento do fluxo dos ácidos gordos livres (AGL), sobretudo na região abdominal, provoca a entrada directa destes no sistema porta-hepático, causando uma diminuição da sensibilidade à insulina e aumentando a libertação da glicose hepática, que poderá manifestar-se numa menor a tolerância à glicose e consequente surgimento da DM 229.

Pensa-se que o excesso de AGL pode exercer, a nível do pâncreas, uma secreção anormal de insulina, levando à falência das células ß pancreáticas, com diminuição da secreção da insulina a longo prazo, por um processo de “lipotoxicidade” 32,34.

A elevação dos AGL causa, também, alterações no perfil lipídico com a produção para a circulação de lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL – Very Low Density Lipoproteins) ricas em triacilgliceróis e Apolipoproteína B (Apo B), que propiciam a formação de partículas de lipoproteínas de baixa densidade (LDL- Low Density Lipoproteins), favorecendo, no conjunto, o processo de aterogénese29,34.

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A nível vascular, o tecido adiposo exerce as suas funções com produção de proteínas como o angiotensinogénio e o inibidor da activação do plasminogénio tipo 1 (Plasminogen Activation Inhibitor 1 – PAI-1)31.

O angiotensinogénio, que após conversão em angiotensina II, provoca elevação da pressão arterial34. Está evidenciado que o tecido adiposo contém os principais componentes do sistema renina-angiotensina, como o angiotensinogénio, a enzima conversora da angiotensina, a angiotensina II e receptores da angiotensina31 e é provável que sejam estes componentes,

presentes nos adipócitos, que participem da fisiopatologia da HTA e da DCV dos pacientes com excesso de peso e Obesidade33.

O aumento das concentrações do PAI-1 contribui para a formação de trombos e para o desenvolvimento da DCV32. O PAI-1 inibe a transformação do plasminogénio em plasmina, que é a responsável pela degradação dos coágulos de fibrinogénio e, desse modo, promove a coagulação sanguínea4. Níveis elevados deste factor são encontrados na gordura visceral da região do omento. Pensa-se, também por este motivo, que a Obesidade abdominal possa estar relacionada com o desenvolvimento de doença vascular31,32.

O normal desenvolvimento do tecido adiposo compreende várias etapas, iniciadas desde o período fetal, que se processam por mecanismos de hiperplasia, com ocorrência de aumento do número de adipócitos e de hipertrofia, havendo aumento do tamanho destas células28,35.

Apesar de se iniciar no segundo trimestre de gestação é durante o último trimestre do desenvolvimento fetal que se revela uma acentuada evolução da adipogénese. Um importante estudo reportou-se ao período de fome vivido na Holanda durante a II Guerra Mundial. Este estudo avaliou a prevalência de

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Obesidade em indivíduos com 18 anos cujas mães foram expostas a restrição alimentar durante o desenvolvimento fetal dos seus filhos23. Os resultados demonstraram que o grupo de indivíduos cujas mães foram expostas à fome durante o último trimestre de gravidez apresentavam menores índices de Obesidade comparativamente ao grupo com privação alimentar durante o primeiro e segundo trimestre. Por este motivo, sugere-se que uma restrição alimentar no último trimestre de gestação pode reduzir a replicação dos adipócitos típica deste período e, por seu lado, a exposição a sobrealimentação (“overfeeding”) neste último trimestre, ao induzir a hiperplasia adipocitária, poderá ser crítica para a génese da Obesidade23,27.

Após o nascimento e durante o primeiro ano de vida o tecido adiposo desenvolve-se substancialmente devido ao aumento do tamanho dos adipócitos4,22. Entre o primeiro e o segundo ano de vida, este crescendo cessa e inicia-se uma fase de diminuição do tamanho destas células. Durante esta etapa o número de adipócitos mantém-se estável mas devido à diminuição do volume dos mesmos e associado ao facto da criança continuar a crescer, em estatura, verifica-se um aparente emagrecimento22.

Por volta dos seis anos, despoleta-se um segundo período de rápido aumento da gordura corporal, provocado por processos de hiperplasia e hipertrofia dos adipócitos. Este é o período designado de ressalto adipocitário22. A partir deste ponto, a gordura corporal aumenta, em ambos os sexos, até ao momento da puberdade36. Na puberdade, devido ao dimorfismo sexual induzido pelas alterações hormonais36,a quantidade de gordura continua a aumentar nas raparigas, constituindo um risco acrescido de desenvolvimento de Obesidade neste grupo, e por outro lado, diminui nos rapazes27, à custa de um maior

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aumento da massa magra36. Para além das variações quantitativas, a adolescência é um período marcado pelas alterações na distribuição da massa gorda, factor igualmente associado ao risco de Obesidade e suas co-morbilidades27.

Geralmente após os 16 anos o aumento de gordura corporal ocorre em função do aumento do tamanho dos adipócitos28.

Assim, por serem estas as alturas em que a proliferação e o crescimento dos adipócitos estão grandemente favorecidos, a monitorização das alterações que se procedem neste tecido36 poderá permitir o controlo do desenvolvimento da Obesidade.

Deste modo, torna-se extremamente importante, para se atingirem resultados mais fiáveis na definição de risco, a utilização de métodos que estimem e detectem a evolução e a quantidade de gordura corporal28,36. Das várias técnicas existentes usadas para esta estimativa destacam-se a técnica de DEXA (Dual-Energy X-ray absorptiometry), considerada, aliás, como o método de referência na análise da composição corporal, a hidrodensitometria, a determinação de água corporal total, a pletismografia e a Tomografia Axial Computorizada (TAC)37. Mas o recurso a estas técnicas é impraticável para usos epidemiológico e clínico, pelos seus elevados custos e complexidade de utilização13, estando confinado a trabalhos de investigação37.

Tradicionalmente a gordura corporal é estimada com recurso à medição das pregas cutâneas. Todavia, ainda que traduza uma razoável correlação com a gordura corporal, a medição destas não é facilmente reprodutível, uma vez que exige um elevado aperfeiçoamento e domínio desta técnica37.

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Por isso, e embora menos sensível que a medição das pregas cutâneas, o índice de Quetelet ou Índice de Massa Corporal (IMC), calculado através da divisão do peso pelo quadrado da altura [(peso (kg) / altura2 (m)], é o método indirecto vulgarmente utilizado pela praticabilidade do seu uso38. Quando utilizado em populações adultas, adopta os valores entre 25,0 a 29,9 kg/m2 para classificar excesso de peso, e valores acima dos 30kg/m2 para Obesidade13,37.

Também para crianças, tem sido recomendada a sua aplicação para determinar o excesso de peso e/ou Obesidade22,37,38, uma vez considerado o único método, baseado na medição do peso e da altura, que descreve a evolução do tecido adiposo durante o crescimento das mesmas formas que os métodos directos22. Porém, porque o IMC na infância varia substancialmente durante as fases de desenvolvimento e crescimento, foi necessário o estabelecimento de pontos de corte, atendendo à idade e ao sexo da criança, para se proceder à identificação de situações de excesso ponderal e de Obesidade36.

Actualmente existe uma diversidade de indicadores e pontos de corte no diagnóstico de excesso de peso e Obesidade infantil39. Por exemplo, os investigadores do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos da América, em 2000, publicaram curvas de percentis de IMC (anexos 1 e 2) e consideram como pontos de cortes para se definir excesso de peso o percentil 85 (P 85) e, para classificar Obesidade, determinam o percentil 95 (P 95). O grupo International Obesity Task Force (IOTF) adoptou, por outro lado, pontos de corte de Cole e colaboradores13 (anexo 3) para definir excesso de peso e Obesidade infantil com ligação aos pontos de corte dos adultos (25 e 30 kg/m2 respectivamente) ao IMC, atendendo ao sexo e à idade da criança12,13,39.

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Observa-se uma tendência para a maior utilização do IMC com os pontos de corte recomendados pelo IOTF, em estudos mais recentes, dado o carácter internacional desta recomendação, ao integrar dados populacionais de seis países bastante heterogéneos, por oposição à metodologia do CDC, que reuniu dados, apenas, dos Estados Unidos da América para construírem as suas curvas, e porque define pontos de corte mais conhecidos para predizer morbilidade e mortalidade, semelhantes aos de adultos39.

Mesmo que rotineiramente utilizado na prática clínica, o IMC é um método que carece de alguma precaução na sua aplicação28,36, na medida em que não permite distinguir se o aumento de peso se deve ao aumento de gordura ou de massa magra ou de osso36.

Avanços significativos no capítulo da composição corporal têm-se verificado pelo desenvolvimento de aparelhos de bioimpedância eléctrica, que conseguem distinguir a massa gorda da massa magra, tendo como base as diferentes propriedades de condutividade e impedância dos tecidos corporais. Estes aparelhos, embora menos precisos que os usados a nível laboratorial, oferecem as vantagens de serem mais económicos e práticos36.

Contudo, o IMC parece ser um método bastante útil e sensível na estimativa da gordura corporal28,37 ainda que se reconheça a subestimação da mesma, quando correlacionado com o método de DEXA e mesmo com a impedância bioeléctrica40.

O IMC aumenta no primeiro ano de vida e, posteriormente diminui, até atingir um valor mínimo por volta dos 5 a 7 anos, para ulteriormente, escalar um segundo aumento até a adolescência23.

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Ressalto adipocitário

O momento a partir do qual se procede este segundo aumento do IMC, ou seja, o momento correspondente à segunda inflexão na curva de IMC, designa-se por período de ressalto adipocitário6,23.

Durante esta fase, a progressão do IMC deve-se mais ao maior aumento de peso que à morosidade da evolução estatural41. E, quando analisada a composição corporal, as variações encontradas no peso devem-se, sobretudo, a alterações na gordura corporal e não na massa magra42.

Recorde-se que, nesta idade, o tecido adiposo encontra-se numa fase de hipertrofia mas também de hiperplasia.

Embora seja apenas um dos períodos críticos considerados, o ressalto adipocitário constitui, juntamente com o último trimestre de gravidez, uma importante fase de evolução hiperplásica dos adipócitos28. E uma excessiva hiperplasia dos adipócitos durante estes períodos críticos, agravada futuramente por mecanismos de hipertrofia, estará na base do desenvolvimento da Obesidade35.

A atenção centrada no ressalto adipocitário deve-se, sobretudo, à idade em que ocorre. Este processa-se entre os 5 e os 7 anos6,23,43, embora alguns autores considerem que actualmente ocorra mais cedo que no passado20,26. Vários estudos sugerem que um ressalto adipocitário precoce a estas idades constitui um factor preditor do desenvolvimento da Obesidade na idade adulta6,22,27.

Por outro lado, Cole (2004) considera que mais importante que a idade, na predição de Obesidade futura, é o percentil de IMC em que a criança se situa quando inicia o ressalto adipocitário44. Cole (2004) explica-o através dos gráficos

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de referência de IMC para crianças do Reino Unido (anexo 4). Atendendo, por exemplo, às curvas de IMC do sexo feminino, verifica-se que o ressalto adipocitário de uma criança no percentil 50 ocorre, em média, aos 5,5 anos, mas se a criança estiver no percentil 99,6 de índice de massa corporal o ressalto processa-se bastante mais cedo, aos 3,3 anos, ao passo que um percentil de 4 implica um ressalto tardio, por volta dos 6,7 anos. Com base nestas evidências, este autor considera que o período do ressalto adipocitário e os primeiros anos de vida sejam um só período crítico, já que o IMC atingido no momento do ressalto resulta do percurso que a criança efectuou no tempo procedente, sendo, talvez, a rapidez do ganho ponderal nos primeiros anos de vida o principal factor preditor de Obesidade futura44.

De qualquer forma, e segundo se pode constatar nas curvas de IMC, quanto mais elevado o percentil, mais cedo se procederá o ressalto adipocitário.

Não obstante as diferentes perspectivas e justificações para o determinante da predição da Obesidade, a evidência actual indica que o ressalto adipocitário precoce está associado a um maior IMC na adolescência e com um aumento substancial do risco de Obesidade na idade adulta6,26.Além da questão do peso excessivo, à precocidade deste processo têm sido associadas outras complicações metabólicas, como o aumento da pressão arterial, ainda na juventude, e a intolerância oral à glicose com consequente desenvolvimento de DM 2 na idade adulta41.

Ressalto Adipocitário Precoce

A explicação possível para o efeito do ressalto adipocitário precoce na determinação da gordura corporal futura prende-se com o facto das crianças que

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iniciam este período mais cedo, fazerem o seu crescimento em gordura por um período de tempo mais longo23. Taylor refere que as crianças que fazem o ressalto antecipadamente, ganham até três vezes mais massa gorda que aquelas que o fazem tardiamente41. Para além do maior tempo de exposição, a velocidade anual com que ocorre a deposição da massa gorda é também diferente consoante o momento em que se inicia o ressalto adipocitário, sendo que esta velocidade é duas vezes maior nas crianças que o começam precocemente42.

Anuindo à explicação de Cole, espera-se que a criança que inicia o ressalto adipocitário com um IMC aumentado e, com o aumento da gordura corporal típico desta fase, vá apresentar um IMC ainda mais elevado, traduzindo-se num risco acrescido de traduzindo-se repercutir nas idades mais avançadas44.

De facto, Guo e colaboradores (2002) estabelecem fortes correlações entre

o IMC das crianças nesta idade com o risco de manifestar excesso de peso ou Obesidade na idade adulta12. Assim, um rapaz que aos 6 anos de idade apresente excesso de peso, ou seja, esteja acima do P85, segundo a classificação preconizada pelo CDC, tem uma probabilidade de apresentar excesso de peso na idade adulta que ronda os 40-59,9% e 20% de se traduzir em Obesidade. Um P95 entre os 3 e os 8 anos comporta um risco de excesso de peso futuro de 60-79,9%. Porém, um P95 entre os 3 e os 12 anos pode prever uma Obesidade futura entre 20 a 40%12.

Para as raparigas, estima-se que um P85 apresentado antes dos 10 anos corresponda a um risco de excesso de peso na idade adulta de 40-59,9% e um risco de Obesidade de 20-39,9%. Se o IMC ascender ao P95, isto é, se forem classificadas como obesas entre os 3 e os 4 anos, estas raparigas terão uma

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probabilidade de 40-59% de apresentarem excesso de peso na idade adulta e de 60-79,9% se o P95 se mantiver entre os 4 e os 10 anos. Relativamente à predição de Obesidade, um P95 entre os 3 e os 5 anos comporta um risco de 20-39.9% que ascende aos 40-59,9% se apresentarem um P95 entre os 5 e os 12 anos12.

Outros dados apontam para que crianças que efectuam o ressalto adipocitário antes dos 5 anos, por oposição àquelas que o fazem após os 7 anos de idade, apresentem um aumento substancial no IMC, que pode ir até aos 3kg/m2, entre os 18 e os 21 anos41.

Algumas explicações de como o ressalto adipocitário poderá contribuir para o desenvolvimento da Obesidade têm sido apontadas26,27. Dietz (1997)

realça o facto do tempo em que este se procede coincidir com o período no qual os hábitos e comportamentos alimentares e de actividade física, adquiridos até então, começarem a expressar-se27. Foi demonstrado que a capacidade de uma criança em regular a sua própria ingestão é afectada pelo controlo e pela austeridade que a mãe exerce sobre os seus comportamentos alimentares, de modo que as crianças cujos comportamentos e ingestões alimentares foram excessivamente controlados são as menos capazes se auto-disciplinarem. Nesta etapa, estas crianças tornam-se mais autónomas e assumem o controlo das suas refeições, apresentando maior dificuldade de regular a ingestão energética e tal poderá manifestar-se num aumento de gordura27. A OMS recomenda, a este respeito, uma maior flexibilidade por parte dos pais, aceitando a capacidade que a criança possui para regular a sua ingestão, e a ausência de coacção durante as refeições1.

Outra das causas apontadas por Dietz relaciona a exposição da criança a diabetes gestacional com a ocorrência de um ressalto adipocitário precoce27.

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Crianças cujas mães desenvolveram diabetes no decurso da gravidez têm maior risco de se tornarem obesas6.

Por último, o ressalto adipocitário, se ocorrer numa fase precoce, pode estar associado uma maturação fisiológica antecipada27. Existe uma correlação entre a idade do ressalto e a idade da menarca, quanto mais cedo o ressalto adipocitário, mais cedo ocorre a menarca45. E em adolescentes com uma maturação precoce verifica-se um aumento de gordura corporal na idade adulta27.

Dorosty e colaboradores encontraram, ainda, uma relação entre este

fenómeno precoce e o estado ponderal dos pais, verificando que a Obesidade parental predispõe a criança a um ressalto prematuro26.

Cole, ao justificar a importância do ressalto adipocitário com base no IMC

apresentado nesse momento, deixa antever outros factores de risco a considerar. De acordo com o autor, a rapidez do aumento de peso nos primeiros meses de vida poderá condicionar um aumento do IMC e, por esse motivo, a idade do ressalto.44 Portanto, as crianças que revelem um “catch-up”, isto é, um crescimento acelerado nos primeiros meses após o nascimento, poderão constituir um grupo de risco de desenvolvimento de Obesidade na idade adulta44. O “catch-up” é um período de recuperação que ocorre após um fase de retardamento do crescimento e quando se propiciam as condições favoráveis para o restabelecimento da normalidade46.

Alguns autores consideram que o baixo peso à nascença promove um efeito de “catch-up” nos primeiros anos de vida, que poderá dar origem ao aumento de peso acima do esperado, traduzindo-se em risco de excesso de peso ou Obesidade na idade adulta9. Possivelmente será por este motivo que as crianças cujas mães foram fumadoras durante a gravidez apresentam,

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geralmente, um baixo peso ao nascer mas, com o passar do tempo, tem maior risco de desenvolverem excesso de peso ou Obesidade6. Finda a gestação, o feto deixa de estar exposto à nicotina, um supressor do apetite, e como tal pode verificar-se um aumento de apetite acompanhado de uma ingestão alimentar superior à qual efectuaria caso não tivesse sido exposto a esta droga46.

Eriksson demonstrou, também, que um baixo peso à nascença, se

associado a uma rápida progressão ponderal nos primeiros meses de vida, acarreta um ressalto adipocitário precoce47. E estas crianças, para além de peso excessivo tendem a desenvolver DM 2 nessa altura. Eriksson aponta como possível explicação a permanente alteração na composição corporal destas crianças. Ao nascer com baixo peso, a replicação das células musculares procede-se a um ritmo lento, à semelhança do sucedido in útero, logo o aumento de peso dever-se-á sobretudo à deposição de gordura e devido à desproporcionalidade desta, poder-se-ão desenvolver mecanismos de insulino-resistência47.

Apesar de no presente momento parecerem indevidamente esclarecidos os motivos que influenciam o “timing” e o IMC do momento do ressalto do ressalto adipocitário, sugere-se que os seus determinantes operem desde muito cedo48.E segundo Dorosty e colaboradores, a tendência secular para um ressalto adipocitário precoce expõe a influência que os determinantes ambientais têm exercido a esse nível26.

Williams e colaboradores, verificaram que as crianças que fazem o ressalto

adipocitário mais cedo têm, nesse momento, mais gordura e que a adquiriram de uma forma mais rápida. Consideram, portanto, que uma restrição do ganho de peso pode atrasar o momento do ressalto e, desse modo, prevenir a Obesidade

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futura49. Assim, o combate ao excesso de peso deve passar pela resolução dos desequilíbrios da homeostasia energética, actuando nos principais factores moduladores dos mesmos exactamente a partir do momento de inflexão da curva de IMC.

Intervenção

Actividade Física

Tem sido demonstrado que o ressalto adipocitário ocorre mais tardiamente em crianças mais activas reduzindo, desde modo, o risco de Obesidade futura50. A actividade física intensa e a baixa inactividade estão também relacionadas com uma menor quantidade de gordura corporal durante o período do ressalto adipocitário41.

As recentes guidelines publicadas pela National Association for Sports and Physical Education dos Estados Unidos da América recomendam que as crianças

em idade pré-escolar deverão dedicar, pelo menos, 2 horas diárias à prática de actividade física, sendo 1 hora para exercício físico estruturado e o tempo restante para práticas livres50, como actividades lúdicas ou outras que sejam motivadoras e gratificantes para a criança24.

Um estilo de vida sedentário associado à visualização excessiva de televisão nesta fase de desenvolvimento surge, igualmente, associado a aumento de massa gorda durante a fase de ressalto51. Limitar o tempo dedicado à televisão e a jogos de computador é uma das medidas extensamente recomendadas.

Por tudo isto o papel da actividade física deve ser compreendido de forma a atrasar o aumento da deposição de massa gorda neste período41.

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Alimentação

As recentes evidências científicas sugerem que o crescimento e a composição corporal são afectados pelo padrão alimentar nos primeiros tempos de vida52. A proporção dos macronutrientes consumidos desde muito cedo influencia o risco de Obesidade no futuro35.

Vários estudos tentaram estabelecer uma relação entre a ingestão proteica e o risco de Obesidade. Porém, os resultados não são ainda conclusivos. Um estudo francês conduzido por Cachera e colaboradores (1995) revelou uma correlação negativa entre a ingestão proteica e a idade a que se procede o ressalto adipocitário, ou seja, quanto mais elevada a ingestão proteica aos 2 anos de idade, mais cedo se processa o ressalto, com um maior IMC e percentagem de gordura corporal apresentados aos 8 anos53.Contudo, tais evidências não foram encontradas num estudo semelhante realizado no Reino Unido por Dorosty e colaboradores (2001)48. Günther e colaboradores (2006) tentaram o mesmo propósito mas não encontraram uma relação consistente entre a ingestão proteica na infância e a idade do ressalto54. Já em 2007 Günther e colaboradores observaram uma relação entre a elevada ingestão proteica durante o período de diversificação alimentar e a transição para a dieta familiar e a alteração na composição corporal, com maior percentagem de gordura nas crianças aos 7 anos de idade55.

Relativamente à ingestão lipídica e ao aporte energético, não foram encontradas relações com a idade do ressalto adipocitário48, pelo que, de acordo com as recomendações, não será necessário limitar o consumo de gorduras até aos 2 a 3 anos24.

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Apesar de não estabelecida, ainda, uma relação entre esta prática e a idade do ressalto adipocitário, alguns trabalhos sugerem que o aleitamento materno poderá ter efeito protector contra a Obesidade7,52.

O aleitamento materno por períodos superiores aos 9 meses está inversamente relacionado com o risco de excesso de peso e Obesidade, demonstrando-se um efeito de protecção dose – resposta52. Alguns trabalhos constatam que o seu aparente efeito protector se perde quando a mulher é fumadora durante a gravidez. Fumar no período gestacional tem sido sugerido como um factor predisponente de Obesidade na idade adulta para a criança, talvez por se operarem mecanismos de regulação do apetite desde muito cedo26.

Para além da matriz nutricional, o leite materno contém uma variedade de substâncias bioactivas, como hormonas envolvidas no controlo do balanço energético e na regulação do peso corporal, factores de crescimento, prostaglandinas e neuropeptídeos52.

Foram observadas diferenças na composição corporal entre crianças amamentadas com leite materno e as alimentadas com fórmulas, sendo que as primeiras apresentam um aumento ponderal mais lento ao fim do primeiro ano comparativamente às alimentadas com fórmulas. Pensa-se que para tal contribui a presença de hormonas, como a leptina, na medida em que podem influenciar o metabolismo e a resposta à ingestão alimentar52.

Outro aspecto a considerar será o conteúdo nutricional apresentado pelas fórmulas para os lactentes. Algumas fórmulas revelam um elevado teor de ácidos gordos polinsaturados n-6, que está sugerido como um factor predisponente do aumento excessivo dos adipócitos35.

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As demais recomendações devem basear-se numa alimentação equilibrada, com a promoção da ingestão de hortofrutícolas, a restrição de alimentos densamente energéticos, como produtos de cafetaria ou tipo snack e produtos açucarados, nomeadamente os refrigerantes1,9.

Estado ponderal dos pais

A Obesidade parental está confirmada como um factor acrescido de risco para as crianças, sobretudo com idades inferiores aos 10 anos, desenvolverem Obesidade na idade dulta11.

À semelhança deste facto, também a idade do ressalto adipocitário surge associada ao IMC elevado apresentado pelos pais26. Estes dados sugerem que as crianças cujos pais apresentem peso a mais que o recomendado possam constituir um grupo alvo para os esforços de prevenção da Obesidade26.

Porque muitos dos erros alimentares e de actividade física resultam de comportamentos de imitação no seio da família9 e depreendendo-se que estas variáveis relacionadas com o comportamento familiar são das mais importantes para a etiologia da Obesidade, qualquer programa de intervenção não pode estar dissociado da abordagem da família numa perspectiva holística7.

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ANÁLISE CRÍTICA

A Obesidade é e deve ser encarada como um sério problema de saúde pública que carece de uma intervenção eficaz e sustentada de modo a evitar o desenvolvimento das patologias que lhe surgem associadas.

A Obesidade infantil é a forma mais precoce deste grave problema que, reconhecidamente, comporta graves dificuldades a curto, médio e a longo prazo.

Por tudo isto, a identificação dos factores que aumentam a susceptibilidade desta doença deve ser iniciada atempadamente e uma maior vigilância durante os períodos apontados como críticos para o seu desenvolvimento deverão ser encaradas como medidas basilares no combate à Obesidade.

O reconhecimento das crianças em risco possibilita uma intervenção mais efectiva, aproveitando o potencial crescimento em estatura como um adjuvante no retorno ao peso normal, com o simples controlo do aumento de peso. Contudo, desmistificar a ideia de que o excesso de peso ou Obesidade se resolverá com a evolução da estatura deve ser outro ponto de destaque, à luz das probabilidades e do valor preditor que têm sido associados à presença de Obesidade nas idades precoces com a patologia no futuro.

A monitorização do progresso do IMC com recurso às curvas de evolução do IMC e a identificação da idade do ressalto adipocitário deveriam ser recomendadas no sentido de se proceder prematuramente à identificação das crianças em risco desta patologia. Uma restrição do ganho de peso prévia ao momento do ressalto pode atrasar este fenómeno, daí a importância de se controlar a evolução da criança desde o nascimento.

Por outro lado, o período em que se processa o ressalto adipocitário pode constituir um momento chave para intervenção porque ao modular-se os factores

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que predispõe o excesso de peso, nomeadamente a ingestão alimentar e o exercício físico, poder-se-á controlar o desenvolvimento da gordura corporal durante esta fase de maior actividade, evitando-se que se desenvolva excessivamente e diminuindo-se o pool de adipócitos que transitarão para a idade adulta.

A tudo isto acresce o facto da idade em que se dá este ressalto coincidir com uma importante fase de desenvolvimento e formação da criança. A idade pré-escolar é um período em que muitos dos comportamentos relacionados com a alimentação e com a prática de exercício físico são desenvolvidos. A entrada para o sistema educativo pode, também, favorecer um acompanhamento profissionalizado à criança, no sentido de lhe incutir regras e hábitos de vida saudáveis. A escola deverá ser um local promotor de saúde.

Mais ainda, um trabalho conjunto entre a família, as escolas, as autarquias e as instituições de saúde poderá permitir um processo contínuo de identificação, monitorização, educação e intervenção sobre os factores predisponentes para travar o desenvolvimento da Obesidade. A avaliação e monitorização das crianças por profissionais devidamente qualificados, o acompanhamento das crianças consideradas em risco de se tornarem obesas devido à situação apresentada ou aos factores de risco reportados desde o nascimento, a educação alimentar e a implementação da educação física no ensino pré-escolar poderiam ser medidas bastante efectivas na redução dos elevados valores de Obesidade infantil.

Acima de tudo, não podemos olvidar a transmissão de informação aos pais, que devem ser esclarecidos dos riscos a que os seus filhos estão sujeitos quando apresentam desvios da normoponderalidade mesmo que tão precocemente.

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CONCLUSÕES

A Obesidade é uma patologia de génese multifactorial, caracterizada por um excesso de gordura corporal que contribui para o desenvolvimento e agravamento de outras doenças2.

A crescente prevalência desta patologia a nível mundial, que concorre para um possível efeito pandémico, afigura enormes implicações na morbilidade e na mortalidade, nos períodos que se avizinham32.

Apesar dos demais factores, a alimentação e a alteração para um estilo de vida mais sedentário assumem-se como os seus principais agentes etiológicos desta patologia7,8. Determinar e compreender as suas causas reveste-se de extrema importância, de modo a ordenar e a orientar estratégias que facilitem a elaboração de programas mais proveitosos nos campos de prevenção e intervenção28.

Vários estudos têm visado a identificação de períodos críticos para o desenvolvimento da Obesidade e revelam o período gestacional e primeiros anos de vida, o período do ressalto adipocitário e a adolescência22,23 como fases de maior vulnerabilidade para a progressão desta patologia27, pelo que a sua presença nestas etapas constitui um factor de risco preditor de ocorrência da doença na idade adulta24.

A infância apresenta-se, então, como uma fase crítica para o desenvolvimento da Obesidade28, uma vez que durante este período é adquirida a maior parte dos adipócitos, devido à elevada proliferação celular que enceta.

O processo de hiperplasia, o principal responsável pelo aumento da massa gorda, é determinante para o desenvolvimento desta patologia. Um estudo recentemente publicado por autores suecos dá conta deste facto ao reconhecer o

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número de adipócitos como o principal determinante para quantidade de massa gorda nos adultos56. E quanto maior a quantidade de gordura, mais difícil a resolução da Obesidade58. Uma vez constante na idade adulta, o número de células indicia a infância e a adolescência como períodos para a sua determinação56.

A intervenção no combate à Obesidade pode, assim, ser mais efectiva em crianças, actuando-se nestes períodos críticos e aproveitando-se o potencial crescimento em estatura como uma oportunidade para retornar ao peso normal28. Além disso, esperar para se actuar na idade adulta, quando as alterações fisiopatológicas devidas ao excesso de peso podem já estar estabelecidas e quando a alteração dos estilos de vida torna-se mais complicada, pode resultar em insucesso12.

Apesar da fase de ressalto adipocitário constituir apenas um dos três períodos críticos, por constituir uma fase de rápido crescimento do tecido adiposo, envolvendo processos de hipertrofia e hiperplasia28, e por ser reconhecido o seu potencial valor preditor de Obesidade na idade adulta, torna-se um momento que requer uma atenção particular26. Além de que uma intervenção prévia à fase pubertária poderá constituir um período mais interessante, visto que o organismo da criança ainda não sofreu a interferência da acção hormonal típica desse estádio28 e porque a intervenção terapêutica está fortemente dificultada a partir da adolescência, como referem Rego e colaboradores, dado a elevada taxa de abandono dos programas de controlo de peso por parte dos jovens57.

Como tal, a monitorização da evolução do IMC recorrendo às curvas de evolução do mesmo é uma medida recomendada para se assinalar o início do desvio da normalidade ponderal e identificar a idade do ressalto adipocitário, no

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sentido de se proceder atempadamente à identificação das crianças em risco desta patologia35. O IMC assume-se, assim, como uma importante ferramenta para a caracterização e monitorização da iniciação, do desenvolvimento e do estado ponderal desde a infância à idade adulta12 enquanto se aguardam desenvolvimentos de tecnologias suportáveis para a prática clínica que permitam uma estimativa da gordura corporal mais fiável36.

Como Dorosty e colaboradores argumentam, a tendência secular para que

o ressalto adipocitário se processe cada vez mais cedo realça a influência que os factores ambientais têm exercido a esse nível, fundamentando a necessidade de se intervir em termos preventivos ainda durante os primeiros anos de vida26,58.

Williams considera que uma restrição do ganho de peso pode atrasar o momento

do ressalto e, desse modo, evitar a Obesidade futura49.

As recomendações sugerem uma intervenção puramente comportamental no tratamento da Obesidade infantil57. Como em qualquer programa de combate à Obesidade, a promoção de hábitos alimentares saudáveis e de vida mais activa devem-se assumir como pilares de intervenção2.

Adicionalmente considere-se que a idade a que se processa o ressalto adipocitário coincide com uma importante fase de desenvolvimento pediátrico. Durante o período pré-escolar, entre os 3 e os 6 anos, muitos dos comportamentos relacionados com a alimentação são adquiridos e alguns dos erros alimentares do adulto são iniciados59. Mas porque se procede, igualmente, à entrada no sistema educativo, a escola poderá assumir-se como um local privilegiado para se modificarem e consolidarem crenças e atitudes, desenvolverem capacidades, competências e comportamentos conducentes a um estilo de vida saudável9.

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Os esforços reunidos entre família, meio escolar, poder autárquico e instituições de saúde num processo contínuo de identificação, monitorização, educação e intervenção sobre os factores predisponentes da Obesidade poderão ser determinantes para travar o desenvolvimento desta patologia.

Em suma, a identificação do ressalto adipocitário como um período de risco de desenvolvimento de Obesidade revela a necessidade de uma intervenção preventiva desde muito cedo. Conhecer os factores que promovem um ressalto adipocitário precoce pode constituir um importante achado para o combate à instalação e desenvolvimento da Obesidade.

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(49)
(50)
(51)

ÍNDICE DE ANEXOS

ANEXO 1

Curvas de percentis de IMC para raparigas de 2 a 20 anos, do CDC...a 3

ANEXO 2

Curvas de percentis de IMC para rapazes de 2 a 20 anos, do CDC...a 5

ANEXO 3

Pontos de corte para o IMC de Cole et al (2000) ...a 7

ANEXO 4

(52)
(53)

ANEXO 1

Gráfico 1: Curvas de percentis de IMC para raparigas dos 2 aos 20 anos do CDC (2000).

(54)
(55)

ANEXO 2

Gráfico 2: Curvas de percentis de IMC para rapazes dos 2 aos 20 anos do CDC (2000).

Referências

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