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Análise da sustentabilidade empresarial nas Companhias Docas brasileiras

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS. FERNANDA NUNES DANTAS. ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL NAS COMPANHIAS DOCAS BRASILEIRAS. NATAL 2017.

(2) FERNANDA NUNES DANTAS. ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL NAS COMPANHIAS DOCAS BRASILEIRAS. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Contábeis.. Orientador: Prof. Dr. José Ribamar Marques de Carvalho.. NATAL 2017.

(3) Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA Dantas, Fernanda Nunes. Análise da sustentabilidade empresarial nas Companhias Docas brasileiras/ Fernanda Nunes Dantas. - Natal, 2017. 97f: il. Orientador: Prof. Dr. José Ribamar Marques de Carvalho.. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 1. Sustentabilidade Empresarial – Dissertação. 2. Indicadores de Desempenho – Dissertação. 3. Análise Multicritério – Dissertação. 4. Companhias Docas – Dissertação. 6. Gestão Estratégica – Dissertação. I. Carvalho, José Ribamar Marques de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/BS/CCSA. CDU 005.216.1:657.1.

(4) FERNANDA NUNES DANTAS. ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL NAS COMPANHIAS DOCAS BRASILEIRAS. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Contábeis.. _______________________________________ Prof. Dr. José Ribamar Marques de Carvalho Orientador (Universidade Federal de Campina Grande). _______________________________________ Prof. Dra. Aneide Oliveira Araújo Membro Examinador Interno (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). _______________________________________ Prof. Dr. Rodolfo Jakov Saraiva Lobo Membro Examinador Externo (Universidade Federal de Campina Grande).

(5) Aos meus pais, Hermes (in memorian) e Neide, e a minha filha, Luísa..

(6) AGRADECIMENTOS. A Deus, por toda força, fé e coragem que tem me dado ao longo da minha caminhada pessoal, acadêmica e profissional. Com Deus, tudo. Sem Deus, nada. Aos meus pais, Hermes (in memorian) e Neide, que, com muito esforço, priorizaram nossos estudos e nossa formação pessoal, ensinando os verdadeiros valores da vida. A minha filha, Luísa, minha fonte maior de inspiração e coragem. Por ela e para ela, sigo em frente, sempre. Ao meu namorado, Rodolfo, pelo imenso carinho durante esta caminhada, pela ajuda constante, me incentivando e me fazendo acreditar que era possível. A você, todo meu amor, amizade e admiração. Obrigada por tudo! As minhas irmãs, Fabiana e Fabíola, as minhas sobrinhas, Ana Beatriz e Cecília, e aos meus cunhados, Erivando e Jorge, pela constante torcida, incentivo e apoio. Aos meus tios, tias, primos e primas, especialmente minhas tias Neire e Nalba, que vibram comigo a cada sucesso, me motivando a alcançar e trilhar novos caminhos, sempre. Ao meu orientador, Professor Dr. José Ribamar Marques de Carvalho, pela atenção, disposição e cordialidade. Pela partilha dos conhecimentos, ideias e, especialmente, pelas suas conclusões e comentários desde o início da orientação desta dissertação. Aos meus amigos da batalha acadêmica Cecília, Tahiana, Daniel, Felipe, Hedson, Jislene, Joyce e Alessandra, meu muito obrigada pelos momentos inesquecíveis ao longo de todo o mestrado. Aos meus professores, pelos ensinamentos e discussões que tanto contribuíram para meu desenvolvimento enquanto Mestre. Em especial, aos professores Dr. Diogo Henrique Silva de Lima e Dra. Aneide Oliveira Araújo, que muito me inspiraram a buscar a seara acadêmica. A todos que compõem o Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em especial, ao Professor Dr. Erivan Ferreira Borges e a secretária do programa, Marileila Cavalcante, pela colaboração e disponibilidade. Ao Diretor Presidente da CODERN, Emerson Fernandes Daniel Júnior, que me concedeu a oportunidade de realização deste curso. Aos meus colegas da CODERN, que muito me ajudaram na coleta das informações necessárias para a execução desta pesquisa, em especial ao meu gerente, Manoel Alves, pela paciência e compreensão, e a minha amiga Rejane, pela solicitude e apoio nessa etapa. Agradeço, ainda, de forma especial, aos amigos Gisele, Mariana, Renato, Júnior, Lorenna, Anna Cláudia e Reneide, que me incentivaram bastante nessa empreitada..

(7) Ao assessor do Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, então conselheiro na Companhia Docas do Rio Grande do Norte, Eduardo Rocha Praça; aos colegas auditores internos nas Companhias Docas, Rebeca (CDC), Giselly (CODEBA) e Marcos Roriz (CDRJ); às secretárias dos Diretores Financeiros das Companhias Docas, Andreia (CDC), Kalina (CDP), Roseni (CDRJ), Rita (CODEBA), Conceição (CODERN) e Edna (CODESP); aos Diretores Administrativo-Financeiros que participaram do presente estudo, Jose Luciano Castelo Branco Filho (CDC), Raimundo Rodrigues do Espírito Santo Júnior (CDP), Hélio Szmajser (CDRJ), Erianísio dos Anjos Borges (CODEBA), José Adécio Costa Filho (CODERN), Roberto Carlos Teles Braga (CODESA) e ao assessor da Diretoria Administrativa-Financeira da Companhia Docas do Estado de São Paulo, Antônio Carlos da Costa, meu agradecimento pela colaboração. Aos funcionários da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Marcos Maia Porto, Luiza Almeida Gusmão e Liz Vale Bentes, pela cordialidade e disponibilidade em me ajudar a compreender e coletar os dados acerca do projeto Índice de Desenvolvimento Ambiental que a agência realiza. A todos que, de alguma forma, me apoiaram nessa caminhada e torceram pelo meu êxito. Muito obrigada!.

(8) A terra não é uma herança dos nossos pais, mas sim um empréstimo de nossos filhos.. Provérbio Índio.

(9) RESUMO As questões sociais e ambientais têm impulsionado a sociedade moderna na busca por um novo modelo de gestão no qual as empresas procurem definir estratégias que estejam alinhadas a aspectos de sustentabilidade empresarial que não sejam meramente financeiros. Associado a esta nova realidade, o Governo Federal editou em 2016 a Lei nº 13.303 que torna obrigatória a adoção de práticas de sustentabilidade empresarial e Responsabilidade Social Corporativa pelas empresas estatais brasileiras, situação que deve ser implantada pelos Portos Públicos no Brasil. Face ao exposto, a presente pesquisa busca contribuir neste sentido, objetivando avaliar o desempenho empresarial das Companhias Docas brasileiras em relação aos aspectos que permeiam a sustentabilidade empresarial. Para tanto, foram selecionados indicadores de desempenho que permitem avaliar a performance das Companhias Docas brasileiras em relação a esses aspectos, que foram analisados através do método multicritério PROMETHEE II, aos quais foram atribuídos pesos de importância pelos gestores das Companhias investigadas, de forma a agregar menos subjetividade à análise dos dados. Os resultados encontrados sugerem que empresas com melhores indicadores econômico-financeiros não necessariamente possuem os melhores índices sociais e ambientais, o que permite inferir que, no geral, as companhias necessitam implantar um sistema de acompanhamento voltado para a gestão da sustentabilidade alicerçada na tríade ambiental, social e econômico-financeira. Os achados da pesquisam apontam, ainda, que a Companhia Docas do Pará possui a gestão mais sustentável, apresentando boa colocação para as três vertentes de sustentabilidade. Em seguida, tem-se a Companhia Docas do Ceará, que obteve um ótimo desempenho ambiental, ocupando a primeira posição para esse aspecto no período analisado. Por outro lado, a Companhia Docas do Rio Grande do Norte ocupou a última posição no ranking final influenciada pelos fracos desempenhos nas gestões social e econômico-financeira.. Palavras-chave: Sustentabilidade Empresarial. Indicadores de Desempenho. Análise Multicritério. Companhias Docas Brasileiras..

(10) ABSTRACT Social and environmental issues have driven modern society to seek a new management model in which companies look for strategies that join aspects related to Managerial Sustaintability. The Law 13303/16 makes practices of corporate sustainability and Corporate Social Responsibility mandatory by Brazilian state-owned companies, including Brazilian Public Ports. The present research aims to evaluate the business performance of Brazilian Docks Companies in relation to the aspects that permeate the area of business sustainability. We selected performance indicators that allow us to evaluate the performance of the Brazilian Docks Companies in relation to these aspects, to which weightings were assigned by the managers of the Companies investigated, in order to add less subjectivity in the data analysis. The results suggest that companies with better economic and financial indicators do not necessarily have the best social and environmental indexes, which makes it possible to infer that, in general, companies need to implement a monitoring system focused on sustainability management based on the environmental, social and financial triad. The findings also point out that Para Dock Company has the most sustainable management, presenting a good placement for the three sustainability strands. Next, we have Ceara Dock Company, which have obtained a good environmental performance, occupying the first position for this aspect in the analyzed period. On the other hand, Rio Grande do Norte Dock Company has occupied the last position in the final ranking influenced by the poor performance in social and financial management. Keywords: Business sustaintability. Performance rations. Multicriteria analysis. Brazilian Docks Companies..

(11) LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Percurso metodológico da pesquisa ..................................................................... 35 Figura 2 – Ranking cenário 2012........................................................................................... 63 Figura 3 – Ranking cenário 2013........................................................................................... 64 Figura 4 – Ranking cenário 2014........................................................................................... 65 Figura 5 – Ranking cenário 2015........................................................................................... 66 Figura 6 – Ranking final ........................................................................................................ 67.

(12) LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Características dos indicadores ........................................................................... 29 Quadro 2 – Indicadores utilizados no presente estudo .......................................................... 37 Quadro 3 – Características dos indicadores ambientais ........................................................ 38 Quadro 4 – Características dos indicadores sociais ............................................................... 39 Quadro 5 – Características dos indicadores econômico-financeiros ..................................... 40 Quadro 6 – Portos Públicos brasileiros – Amostra ................................................................ 45.

(13) LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Teste Alpha de Crombach ................................................................................... 41 Tabela 2 – Caracterização dos especialistas .......................................................................... 42 Tabela 3 – Funções de preferência – Método PROMETHEE ............................................... 43 Tabela 4 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2012 ....................................... 46 Tabela 5 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2013 ....................................... 47 Tabela 6 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2014 ....................................... 47 Tabela 7 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2015 ....................................... 48 Tabela 8 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2012 ............................................. 48 Tabela 9 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2013 ............................................. 49 Tabela 10 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2014 ........................................... 49 Tabela 11 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2015 ........................................... 50 Tabela 12 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2012.................. 51 Tabela 13 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2013.................. 52 Tabela 14 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2014.................. 52 Tabela 15 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2015.................. 53 Tabela 16 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2012 ................................... 54 Tabela 17 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2013 ................................... 54 Tabela 18 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2014 ................................... 55 Tabela 19 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2015 ................................... 55 Tabela 20 – Ranking geral das funções ambientais (IMSE parcial) ..................................... 55 Tabela 21 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2012 ......................................... 56 Tabela 22 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2013 ......................................... 57 Tabela 23 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2014 ......................................... 57 Tabela 24 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2015 ......................................... 57 Tabela 25 – Ranking geral das funções sociais (IMSE parcial) ........................................... 58 Tabela 26 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2012................ 59 Tabela 27 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2013................ 59 Tabela 28 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2014................ 60 Tabela 29 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2015................ 61 Tabela 30 – Ranking geral das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) .................. 62 Tabela 31 – Ranking cenário 2012 – (IMSE global) ............................................................ 63 Tabela 32 – Ranking cenário 2013 – (IMSE global) ............................................................ 64.

(14) Tabela 33 – Ranking cenário 2014 – (IMSE global) ............................................................ 64 Tabela 34 – Ranking cenário 2015 – (IMSE global) ............................................................ 66 Tabela 35 – Ranking final de desempenho das Companhias Docas – (IMSE global) ......... 67 Tabela 36 – Ranking final de desempenho das Companhias Docas...................................... 69.

(15) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AET AL AMD ANTAQ AT ATF AuA AInt APS BA CDC CDP CDPe CDO CE CEUE CMR CDRJ CODEBA CODERN CODESA CODESP CODOMAR DO DS DVA ES ESQ GRI IDA IDS IGRS ISE InSE ISocI ISocE LA MCDA ME NE OAA PA PAEA PAmb PDIA PFEAC PLR PR. Auxílio em Educação e Treinamento Alagoas Auxílio Multicritério à Decisão Agência de Transportes Aquaviários Acidentes de Trabalho Acidentes de Trabalho Fatais Auditoria Ambiental Auditoria Interna Ações de Promoção de Saúde Bahia Companhia Docas do Ceará Companhia Docas do Pará Comprometimento das Despesas com Pessoal Comprometimento das Despesas Operacionais Ceará Consumo e Eficiência no Uso de Energia Consumo de Matérias Reciclados e Matérias Primas Companhia Docas do Rio de Janeiro Companhia das Docas do Estado da Bahia Companhia Docas do Rio Grande do Norte Companhia Docas do Espírito Santos Companhia Docas do Estado de São Paulo Companhia Docas do Maranhão Doenças Ocupacionais Discriminação Salarial Demonstração do Valor Adicionado Espírito Santo Existência de Selos de Qualidade Global Reporting Initiative Índice de Desenvolvimento Ambiental Índice de Desenvolvimento Sustentável Implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Índice de Sustentabilidade Empresarial Indicadores de Sustentabilidade Empresarial Indicadores Sociais Internos Indicadores Sociais Externos Licenciamento Ambiental Multicriteria Decision Aid Margem EBITDA Nível de Endividamento Ocorrência de Acidentes Ambientais Pará Promoção de Ações de Educação Ambiental Passivo Ambiental Processos Decorrentes de Infrações Ambientais Percentual de Funcionários e Empregados Abrangidos por Acordo Coletivo Política de Distribuição de Lucros e Resultados entre Funcionários Prevenção de Riscos.

(16) PROMETHEE QF QFNE RE RJ RL RN ROA ROE RSC SIGA SC SEP SP TBL VCE VV. Preference Ranking Method for Enrichment Evaluation Quantidade de Funcionários Quantidade de Funcionários com Necessidades Especiais Receita por Empregado Rio de Janeiro Receita Líquida Rio Grande do Norte Retorno sobre o Ativo Retorno sobre o Patrimônio Líquido Responsabilidade Social Corporativa Sistema Integrado de Gestão Ambiental Portuária Santa Catarina Secretaria de Portos São Paulo Triple Bottom Line Violações do Código de Ética Volume de Vendas.

(17) SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17. 1.1 Objetivos ...................................................................................................................... 20 1.1.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 20 1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 20 2. REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 22. 2.1 Gestão estratégica ....................................................................................................... 22 2.2 Sustentabilidade empresarial .................................................................................... 24 2.2.1 Estudos correlatos nacionais sobre sustentabilidade empresarial................................. 25 2.2.2 Estudos correlatos internacionais sobre sustentabilidade empresarial ......................... 27 2.3 Indicadores de sustentabilidade empresarial ........................................................... 28 2.3.1 Estudos correlatos nacionais sobre indicadores de sustentabilidade empresarial ........ 31 2.3.2 Estudos correlatos internacionais sobre indicadores de sustentabilidade empresarial ............32 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................. 34. 3.1 Classificação metodológica da pesquisa ................................................................... 34 3.1.1 Percurso metodológico ................................................................................................. 35 3.1.2 População e Amostra do Estudo ................................................................................... 44 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 46. 4.1 Estatística descritiva ................................................................................................... 46 4.1.1 Estatística descritiva para a função ambiental .............................................................. 46 4.1.2 Estatística descritiva para a função social .................................................................... 48 4.1.3 Estatística descritiva para a função econômico-financeira ........................................... 50 4.2. Modelo Multicritério PROMETHEE II para classificação das Companhias Docas brasileiras ................................................................................................................... 53. 4.2.1 Resultado PROMETHEE II para funções ambientais .................................................. 53 4.2.2 Resultado PROMETHEE II para funções sociais ........................................................ 56 4.2.3 Resultado PROMETHEE II para funções econômico-financeiras ............................... 59 4.3 Comparação obtida nos quatro cenários .................................................................. 62 4.4 Ranking final de desempenho das Companhias Docas brasileiras......................... 67 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 71.

(18) REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 74 APÊNDICE A – INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DO MODELO: CARACTERÍSTICAS................................................................................................ 79 APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ESPECIALISTAS .......... 87 APÊNDICE C – TELAS VISUAL PROMETHEE ................................................. 89 APÊNDICE D – PLANILHA DADOS NO EXCEL................................................ 97.

(19) 17. 1 INTRODUÇÃO. As questões ambientais têm tido cada vez mais importância para o segmento empresarial, situação que ocorre para atender as novas exigências legais, de mercado e da sociedade em geral. A abordagem econômico-financeira, antes preponderante no planejamento, vem sendo substituída por um conceito mais amplo de desenvolvimento sustentável, no qual as metas de crescimento estão conexas aos esforços de minimização dos efeitos nocivos ao meio ambiente e à sociedade como um todo (LAMEIRA et al, 2013; SACHS, 2012; SILVA; QUELHAS, 2006). Esse conceito de desenvolvimento sustentável envolve questões complexas e dinâmicas da inter-relação da sociedade com o meio ambiente. A preocupação ambiental, somada à social, passam então a figurar como temática importante, dada a real necessidade de mudanças na forma como os recursos naturais estão sendo explorados e na maneira como as empresas estão conduzindo seus negócios, posto que a preocupação focada apenas na maximização de lucros empresariais apresenta limitações que não se alinham às necessidades das várias partes interessadas no processo de gestão organizacional. Portanto, a sustentabilidade empresarial, envolvendo os aspectos ambientais, sociais e econômico-financeiros, objetiva lucro e desenvolvimento sustentável, um coexistindo com o outro. (LAMEIRA et al, 2013; RUFINO et al, 2014; SACHS, 2012; SILVA; QUELHAS, 2006). De acordo com Epstein e Roy (2003), a avaliação do desempenho sustentável surge como uma forma de avaliar a performance empresarial em todas as dimensões, que busca estabelecer a ligação entre gestão ambiental e social com negócio e estratégia competitiva, além de integrar informação ambiental e social com informação econômico-financeira da empresa. Proporcionar a tomada de decisões no contexto das organizações levando em consideração aspectos meramente econômico-financeiros pode gerar muitas vezes decisões conflituosas e subjetivas. Diversas empresas, possivelmente conduzidas pela avidez em apresentar bons relatórios trimestrais aos acionistas, têm sido administradas com excessivo foco nos indicadores econômico-financeiros, dando pouca importância aos indicadores não econômico-financeiros. Assim, a busca pela maximização apenas desses indicadores apresenta limitações, já que estimula a tomada de decisão orientada ao curto-prazo, que nem sempre é sustentável no médio e longo-prazo (DIETSCHI; NASCIMENTO, 2008). Essa forma como as organizações atuam no mercado, potencializando sinergias e estratégias alinhadas à maximização de seus lucros, vem sendo aos poucos modificadas por.

(20) 18. posturas mais “responsáveis” em relação a aspectos sociais e ambientais (CHIH; CHIH; CHEN, 2010; LOURENÇO et al, 2012; ORSATO et al, 2015). Um dos principais questionamentos vigentes diz respeito ao retorno financeiro proporcionado pelos investimentos de empresas que lastreiam suas práticas alinhadas à sustentabilidade empresarial (LEVY; SZEJNWALD-BROWN; DE JONG, 2010). Nesse sentido, entende-se que toda e qualquer empresa deve tentar equilibrar as questões econômicofinanceiras, ambientais e sociais, já que dessa forma podem contribuir para a continuidade de suas atividades e assim alinhar melhor os anseios empresariais à capacidade de atender as necessidades das gerações futuras. Para algumas empresas, no entanto, os impactos ambientais e sociais que suas atividades podem impelir são mais desastrosos, potencialmente mais custosos e, por esta razão, entende-se que precisam gerir criteriosamente seus negócios levando em consideração as questões relacionadas à gestão sustentável. Acrescente-se a isso, o fato de que a tomada de decisões estratégicas, em ambientes assinalados por rápidas mudanças, característica da conjuntura mercadológica atual, exige dos seus decisores melhores julgamentos, que possam iluminar a escolha das alternativas em jogo (ARAÚJO; ALMEIDA, 2009; SAATY, 1991; WRIGHT; KROLL; PARNELL, 2000). No segmento portuário, esse argumento se torna ainda mais imperativo, vez que a gestão deve pesar diversos aspectos, haja vista que essas empresas se encontram localizadas geograficamente em áreas de preservação ambiental, à beira-mar ou às margens de rios, necessitando, portanto, de maior atenção junto a suas atividades, ao considerar aspectos ambientais, além dos sociais e econômico-financeiros dentro de seu processo decisório. No contexto brasileiro, os portos são responsáveis por mais de 80% das importações e exportações transacionadas, o que permite definir o modal marítimo como o principal meio de transporte utilizado para o escoamento das produções nacionais e para a entrada de mercadorias internacionais (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – BRASIL, 2017), configurando-se como um ramo que ganha relevância acadêmica. No Brasil, dezenove dos trinta e sete portos públicos organizados são administrados por empresas estatais, as chamadas Companhias Docas. Assim, cabe ao governo fomentar medidas de estimulo à atividade portuária, contribuindo para a geração de emprego e renda, o que possibilita aumentar o desempenho dos portos. Ademais, o volume de investimentos nesse segmento é bastante elevado, o que requer um conhecimento mais aprofundado das reais necessidades dos portos de forma a direcionar o planejamento estratégico das ações de governo para o setor (SECRETARIA DE PORTOS, 2017)..

(21) 19. Com esse objetivo, os gestores, os usuários, os colaboradores e o Governo como proprietário e como fiscalizador do segmento, necessitam de indicadores de gestão que realizem um acompanhamento da conjuntura organizacional e possibilitem uma melhor tomada de decisão. A Secretaria Especial de Portos da Presidência da República editou em 2008 a Portaria nº 214, instituindo indicadores de desempenho econômico-financeiros, operacionais, administrativos, comerciais, de segurança, meio-ambiente, dragagem e de logística como forma de subsidiar o monitoramento e, consequentemente, a avaliação do desempenho empresarial portuário sustentável. Nesse contexto, e objetivando contribuir para o processo de implantação de padrões de sustentabilidade, o Governo Federal editou o Decreto nº 8.945/2016, que regulamenta a Lei nº 13.303/2016, conhecida como a nova Lei das Estatais, que dispõe, no seu parágrafo 2º do Art. 44, acerca da obrigatoriedade de as empresas estatais adotarem práticas de sustentabilidade ambiental e de Responsabilidade Social Corporativa (RSC), compatíveis com o mercado em que atua, configurando-se como um fator relevante para a instituição de indicadores de sustentabilidade pelos portos públicos e que vem fundamentar a relevância desse estudo. Até 2014, de acordo com Dutra et al (2014), grande parte das pesquisas acadêmicas realizadas sobre os portos centravam-se em seus aspectos operacionais. Nesse estudo, os autores analisaram quais os indicadores que possuem maior frequência de utilização para avaliação do desempenho, utilizando a ferramenta ProKnow-C. O resultado apontou que a maioria dos indicadores têm como foco a avaliação da eficiência dos portos em uma perspectiva operacional. No entanto, considerando que há uma relevância cada vez maior das questões de caráter social e ambiental, aliadas a obrigatoriedade da implantação de práticas ambientais e sociais impostas pela nova legislação das empresas estatais, o desenvolvimento de pesquisas na temática da sustentabilidade empresarial ganha espaço no âmbito da pesquisa científica sobre portos. Dessa maneira, e seguindo esse entendimento da importância da avaliação do desempenho sustentável organizacional, percebe-se que as empresas portuárias devem traçar políticas de desenvolvimento alinhadas à sustentabilidade, uma vez que se tratam de empresas cujas atividades geram problemas, sejam de cunho social ou ambiental e que impactam (positiva ou negativamente) o entorno no qual elas se encontram. Partindo do pressuposto de que o uso de indicadores de gestão empresarial combinado a partir da junção de informações econômico-financeiras e não econômico-financeiras, alicerçadas ao tripé da sustentabilidade (dimensões econômico-financeira, social e ambiental) pode contribuir para a melhoria da gestão e processo de decisão organizacional, considera-se.

(22) 20. que um estudo desta natureza no setor portuário pode trazer argumentos interessantes à temática da sustentabilidade empresarial. Acrescente-se a isso a abordagem gerencial, que pode adotar técnicas de Auxílio Multicritério à Decisão (AMD), em inglês Multicriteria Decision Aid (MCDA), especialmente do Método PROMETHEE II (Preference Ranking Method for Enrichment Evaluation) pertence à escola francesa de Análise Multicritério a Decisão, configurando-se como fator relevante na melhoria do processo decisório deste setor. Isto posto, compreende-se que para atender a nova demanda trazida pela legislação, bem como para cumprir com os novos padrões do mercado que consideram importantes os aspectos socioambientais para as empresas, torna-se necessário o entendimento da real situação dos portos públicos em relação a esses aspectos, de forma a subsidiar o Governo e os órgãos reguladores na tomada de decisão. Dessa forma, o presente estudo torna-se relevante ao buscar contribuir para identificação da sustentabilidade empresarial junto aos portos públicos brasileiros e, considerando a importância da temática desse estudo, a pesquisa objetiva responder ao seguinte questionamento: Qual o desempenho das Companhias Docas brasileiras em relação aos aspectos que permeiam a sustentabilidade empresarial?. 1.1 Objetivos 1.1.1 Objetivo Geral Avaliar o desempenho das Companhias Docas brasileiras em relação aos aspectos que permeiam a sustentabilidade empresarial. 1.1.2 Objetivos Específicos Para alcançar os objetivos gerais, foram definidos os seguintes objetivos específicos:. a) selecionar os indicadores relacionados à gestão portuária em termos ambientais, sociais e econômico-financeiros; b) analisar o comportamento dos indicadores do modelo através da análise descritiva com o objetivo de identificar se estes sinalizam possíveis condições de sustentabilidade empresarial (ambiental, social e econômico-financeira); c) quantificar o grau de importância dos indicadores a partir da percepção dos vários decisores das Companhias Docas brasileiras;.

(23) 21. d) propor um Índice Multicritério de Sustentabilidade Empresarial (IMSE) capaz de avaliar a performance organizacional a partir do uso do Método PROMETHEE II; e) construir um ranking final que permita identificar e comparar a performance da sustentabilidade empresarial dos portos públicos brasileiros..

(24) 22. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Gestão estratégica. Na visão tradicional da gestão empresarial, a alocação dos recursos para os investidores e proprietários objetiva aumentar sua riqueza, e a eficiência desta alocação pode ser mensurada pela intensidade dos fluxos de caixa gerados numa perspectiva de curto prazo (ARAÚJO, 2001). Com mercados cada vez mais competitivos, a continuidade das empresas requer um planejamento de suas operações capaz de conciliar os diversos aspectos de interesse da organização, na qual a definição de objetivos, com foco na otimização dos resultados no longo prazo, possa contribuir para a continuidade das atividades da entidade. A mudança ocorrida na concepção e na atuação empresarial, que ocorre face às pressões da sociedade moderna, ocasionou uma transformação das entidades que adotavam práticas puramente econômicas para aquelas que se inter-relacionam com suas partes interessadas. Esse cenário alterou a forma como os gestores “enxergam” e se relacionam com seus acionistas, empregados, fornecedores, financiadores, governo, impactando diretamente nas políticas de gestão adotadas que agora visam conciliar diversos interesses (DENG; KANG; LOW, 2013; WELZEL; HAUPT; MARTINS, 2015). Freeman e Mc Vea (2001) defendem que as pesquisas em administração seguem quatro linhas distintas: planejamento corporativo; teoria de sistemas; responsabilidade social corporativa e teoria organizacional. Segundo os autores, as pesquisas apontavam que uma estratégia considerada de sucesso é aquela que integra os interesses de todas as partes relacionadas, sem privilegiar um grupo em detrimento dos demais. No tocante às linhas da teoria de sistemas e da teoria organizacional, os autores enfatizam a ideia de que a empresa é um sistema aberto que se relaciona com grupos externos, havendo, portanto, a necessidade de elaboração de estratégias coletivas que aperfeiçoem e garantam a sobrevivência da empresa a longo prazo. A gestão estratégica de uma organização que se alinhe à teoria da responsabilidade social corporativa passa pela concatenação das metas empresariais em consonância aos anseios de suas partes interessadas. Nesse sentido, ao considerar aspectos ambientais, sociais, dentre outros, que são importantes para vários segmentos adjacentes, a organização incube em práticas de sustentabilidade empresarial, que aborda aspectos para além dos econômico-financeiros. Engert, Rauter e Baumgartner (2016) versam que o compromisso com a sustentabilidade empresarial exige uma abordagem estratégica para garantir que ela é parte integrante da.

(25) 23. estratégia de negócios e processos da empresa. Para os referidos autores, vem ocorrendo um aumento no número de pesquisas acerca da temática da sustentabilidade dentro da gestão estratégica da empresa, corroborando o entendimento de que deve haver uma administração direcionada às questões sociais e ambientais numa instituição. Assim, para haver um planejamento estratégico congruente dentro de uma companhia, deve-se conhecer como a empresa se relaciona com seus stakeholders, visto que uma das atribuições do gestor é identificar e trabalhar com a maior parte possível de stakeholders, considerando aspectos sociais e ambientais, além dos econômico-financeiros (COUTINHO; MACEDO-SOARES, 2002; MITCHELL; AGLE; WOOD, 1997). A teoria dos stakeholders, aliada à Responsabilidade Social Corporativa (RSC) condicionam uma nova visão de gestão estratégica para a organização, na qual, ao desenvolver ações de responsabilidade social e ambiental, as empresas objetivam respaldar a racionalidade econômica, atender aos requisitos para financiamento, às expectativas da sociedade, atrair fundos de investimentos, bem como cumprir as exigências do setor (DEEGAN, 2002). Ademais, ao se aproximar dos stakeholders e divulgar seu desempenho com metas de melhorias, as empresas assumem compromissos públicos que agregam valor à imagem institucional, cujo descumprimento pode ser oneroso em termos reputacionais (BELINKY, 2016). Essa melhoria da imagem corporativa, aliada à conquista de vantagens competitivas, justificam a aproximação com as partes relacionadas que conduzem a uma responsabilidade ambiental e social maior por parte da empresa. Até 2013, cada porto no Brasil era responsável, de forma individualizada, pelo seu respectivo planejamento estratégico. Após a edição da nova Lei dos Portos (12.815/2013), ficou a cargo da Secretaria de Portos (SEP) a missão de elaborar o planejamento setorial em conformidade com as políticas e diretrizes de logística integrada, abrangendo tanto acessos portuários quanto infraestrutura e desenvolvimento urbano. O objetivo dessa integração, segundo a SEP (2017), foi criar um modelo de gestão capaz de tornar os portos rentáveis, competitivos, autossustentáveis, menos dependentes de fundos externos e mais autônomos. Importa, assim, que sejam considerados aspectos no planejamento estratégico do setor pertinentes às suas partes interessadas, o que se alinha com a teoria dos stakeholders, contribuindo, assim, para uma boa inter-relação, bem como para que sejam evitados desgastes quando os interesses são conflitantes entre essas áreas. Dessa forma, a presente análise busca contribuir nesse sentido, já que trata de um aspecto importante a ser considerado no processo de planejamento estratégico dos portos, o da sustentabilidade portuária. Considera-se, nesse estudo, que uma gestão estratégica pautada nas vertentes ambientais, sociais e econômico-.

(26) 24. financeiras agrega uma mais valia à empresa e a torna detentora de atributos que a conduzem à chamada sustentabilidade empresarial.. 2.2 Sustentabilidade empresarial. O desenvolvimento sustentável é um novo conceito ético que busca reduzir a pobreza e proteger o meio ambiente. Quando as empresas incorporam esse conceito em suas atividades, espera-se que estejam alinhadas à sustentabilidade empresarial, que contempla, dentre outros aspectos, os fatores econômico-financeiro, o social e o ambiental (LACY et al, 2010). Dentro desse contexto, surge o conceito de Triple Bottom Line (TBL) que considera a empresa sustentável como aquela que adota uma postura empresarial focada na inter-relação entre os três pilares – econômico-financeiro, ambiental e social – no seu processo de tomada de decisão (ALHADDI, 2015; CALLADO, 2010). Considerando essas três vertentes, o gestor incumbe em práticas de gestão sustentável, que, segundo Lloret (2016), fazem com que as empresas apresentem um melhor desempenho de longo prazo, uma vez que baseiam suas estratégias de negócios em ações mais duradouras capazes de adquirir vantagens competitivas. A sustentabilidade representa, para o setor empresarial, um novo conceito de se fazer negócios que promove a responsabilidade social, com uso racional dos recursos naturais, diminuindo, por conseguinte, os impactos negativos sobre o meio ambiente, resguardando a integridade do planeta para as futuras gerações, sem deixar de lado a rentabilidade econômicofinanceira do empreendimento. Dessa maneira, as empresas passam a ter um foco maior na sua existência futura, contribuindo para a preservação dos recursos existentes e para a continuidade de suas atividades (SILVA et al, 2009; SILVA; PIRES, 2013). Buscando alcançar esse fim, algumas organizações sociais surgem para acompanhar, direcionar e fomentar ações de sustentabilidade, como é o caso, por exemplo, do Global Reporting Initiative (GRI)1 e do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBOVESPA2, ferramentas que nasceram no intuito de permitir a comparabilidade e o monitoramento das questões de sustentabilidade empresarial (MACHADO et al, 2012; ORO; RENNER; BRAUN, 2013; TANNURI; VAN BELLEN, 2014). Dentro desse contexto, Belinky (2016) cita a ISO 260000, cujas disposições consolidaram muitas das perspectivas de sustentabilidade trazidas por esses organismos. Esses novos critérios trazidos por essas. 1. Dados disponíveis em: www.globalreporting.org. Acesso em: 15 jan. 2017. Dados disponíveis em: http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/indices/indices-de-sustentabilidade/ indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em: 15 jan. 2017. 2.

(27) 25. ferramentas pautam-se em extensas listas de aspectos que devem ser gerenciados voluntariamente por organizações interessadas em se destacar pelo compromisso com a sustentabilidade. Oliveira (2008) já defendia que muitas empresas enxergam oportunidades de mercado quando se posicionam frente às questões socioambientais, as quais acrescentam valor à empresa ou aos produtos. Assim, pode-se afirmar que o planejamento por parte das empresas, no que se refere à interiorização das variáveis ambientais e sociais, pode trazer-lhes vantagem competitiva, o que converge com as questões econômicas da instituição que têm, como foco, o lucro nas suas atividades. Belinky (2016) aponta que o crescimento das iniciativas destinadas ao meio ambiente, à sociedade e aos stakeholders fez surgir a terceira geração desse movimento sustentável, caracterizada pela busca da integração da sustentabilidade ao negócio, que deve conceber e planejar o futuro da empresa considerando um amplo conjunto de fatores voltados à sustentabilidade. Nesse sentido, diante do fato de que os portos são empresas que possuem grande importância dentro do contexto logístico de um país – posto que trabalha com as mais variáveis empresas e com grandes volumes financeiros de transações de mercadorias – a adoção de práticas de sustentabilidade empresarial surge como uma condição necessária de adaptação às novas demandas que a sociedade requer, sem comprometer as gerações futuras. Assim, a presente pesquisa objetiva dar um contributo à temática da sustentabilidade, valendo-se da análise dessa questão na área dos portos. 2.2.1 Estudos correlatos nacionais sobre sustentabilidade empresarial As pesquisas acerca da temática da sustentabilidade empresarial estão em pleno desenvolvimento. Tal situação se justifica pela importância do tema, que ganha cada vez mais notoriedade no contexto empresarial, em função da necessidade de as empresas garantirem uma imagem institucional positiva, bem como a sua continuidade no mercado, que passa pela administração das situações sociais e ambientais, além das econômico-financeiras. Observa-se, pelo exame da literatura (MACHADO et al, 2012; ORO, RENNER; BRAUN, 2013; LAMEIRA et al, 2013) que, no Brasil, grande parte dos estudos acerca da sustentabilidade empresarial analisa diversos assuntos nas empresas integrantes do ISE da BM&FBOVESPA. Sob esta ótica, compreende-se que existe uma grande preocupação em.

(28) 26. analisar se as empresas possuem características diferenciadas, que poderiam, ou não, ser explicadas pela adoção de práticas sustentáveis. O trabalho de Silva e Quelhas (2006) apresenta o impacto no custo de capital próprio para as empresas brasileiras de capital aberto face à adoção dos princípios de sustentabilidade. O resultado da pesquisa confirma a expectativa de que, ao aderir aos padrões de sustentabilidade, a empresa reduz o risco corporativo medido pelo risco sistemático, determinando a redução do custo de capital e aumento do valor econômico. Machado et al (2012) verificaram a relação entre investimentos socioambientais e a inclusão das empresas no Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA, por meio da aplicação de regressão logística. Os pesquisadores puderam concluir que existe relação entre os investimentos socioambientais e o ingresso das empresas na carteira ISE da BM&FBOVESPA. As inferências obtidas por esses autores sinalizam que os investimentos das empresas realizados e evidenciados em questões socioambientais são entendidos como indício de comprometimento real com a responsabilidade social e sustentabilidade e não simplesmente uma forma de prestação de contas dos recursos aplicados. Lameira et al (2013) testaram o possível relacionamento entre a participação no ISE, utilizada como proxy de melhores práticas de sustentabilidade, e a concomitante prática de melhores regras de sustentabilidade com os indicadores da qualidade da gestão dessas companhias. Os resultados apontaram que as melhores práticas de sustentabilidade se encontram associadas a melhores desempenhos, maiores valores e menores riscos. Oro, Renner e Braun (2013), por sua vez, investigaram a relação entre a Receita Líquida e os Indicadores Socioambientais extraídos dos Balanços Sociais publicados pelas empresas integrantes do Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA, no período de 2007 a 2010. Os resultados apontaram que as empresas apresentam correlação positiva entre a Receita Líquida (RL) e os Indicadores Sociais Internos (ISocI) e Externos (ISocE), os Indicadores Ambientais (IA), a Quantidade de Funcionários (QF) e a Quantidade de Funcionários com Necessidades Especiais (QFNE), sinalizando que, quanto maior o valor da Receita Líquida, maior a participação em valor desses indicadores. Do exposto, este trabalho busca se diferenciar das produções acadêmicas acima listadas por não enfatizar nenhum índice de sustentabilidade previamente definido, focando no estudo de um ramo de negócio específico, que possui grande importância econômica, inserido em áreas de relevância ambiental e social, situação essa também verificada em outros países com potencial portuário. Verifica-se, ainda, que os estudos e aplicações com o foco na temática da.

(29) 27. sustentabilidade não têm se restringido somente ao cenário nacional. Nesse sentido, é possível identificar diversas publicações sobre essa temática em periódicos internacionais. 2.2.2 Estudos correlatos internacionais sobre sustentabilidade empresarial. A seguir, são elencados alguns estudos internacionais que abordam a temática da sustentabilidade. Observa-se, de forma análoga ao que ocorre no Brasil, que se trata de um assunto que possui notável interesse pela classe acadêmica. A pesquisa realizada por Lourenço et al (2012) objetivou analisar como o desempenho sustentável corporativo se associa com o índice Dow Jones, refletindo no valor de mercado das ações. Utilizando uma análise teórica combinando perspectivas institucionais, teoria das partes interessadas, e perspectivas baseadas em recursos, foi desenvolvido um conjunto de hipóteses que relacionam o valor de mercado da empresa com o desempenho sustentável corporativo. Os resultados sugerem que os investidores realmente penalizam as grandes empresas rentáveis com baixo nível de sustentabilidade corporativa. Já Hahn et al (2015) buscaram propor uma estrutura sistemática para a análise de problemas relacionados às questões da sustentabilidade corporativa. Essa estrutura é baseada na visão integrada sobre sustentabilidade corporativa, o que sublinha a necessidade de uma integração simultânea das dimensões econômica, ambiental e social, sem, a priori, enfatizar uma dimensão sobre qualquer outra. A pesquisa foi eminentemente bibliográfica e busca embasar os gerentes para uma melhor compreensão dos problemas relacionados à sustentabilidade empresarial, auxiliando-os na tomada de decisão. Lloret, por sua vez, (2016) analisou um modelo de sustentabilidade empresarial com as cinco principais empresas mexicanas. O estudo apontou que a existência de uma linha estratégica sustentável agrega e gera valor às empresas. Assim, as práticas sustentáveis mostram-se fundamentais para o modelo de negócio adotado, proporcionando uma maior sobrevivência à companhia, haja vista que essa estratégia competitiva se pauta em ações duradouras e específicas. Nesse sentido, os achados de Khan, Serafeim e Yoon (2016) demonstram que empresas com forte performance em questões materiais de sustentabilidade apresentam melhor desempenho que empresas com baixa performance nesses tópicos, assim como firmas com boa performance em itens imateriais de sustentabilidade não superam o desempenho de empresas que têm baixos índices em questões imateriais, indicando que os investimentos em sustentabilidade não destroem valor para os investidores..

(30) 28. Formentini e Taticchi (2016) realizaram um trabalho com o objetivo de compreender como as abordagens de sustentabilidade corporativa são implementadas e alinhadas com os mecanismos de governança no nível da cadeia de abastecimento. Compreendendo que há uma lacuna na literatura acerca dessa correlação sustentabilidade versus governança, os autores buscaram caracterizar três perfis de sustentabilidade para a compreensão do nível de governança existente nas empresas: líderes em sustentabilidade; profissionais de sustentabilidade e tradicionalistas. O entendimento acerca do nível em que se encontra, possibilita às empresas e profissionais da cadeia de abastecimento tratar metas a serem alcançadas para melhorar a governança da sustentabilidade. Pela análise dos trabalhos internacionais, observou-se que estes se diferenciam da produção nacional pela maior diversidade de temas, bem como pelo fato de não focar em um índice ou ranking empresarial, o que torna a produção científica mais diversificada.. 2.3 Indicadores de sustentabilidade empresarial. Através da análise dos trabalhos publicados, tanto em nível nacional, quanto internacional, observou-se que muitos pesquisadores, para mensurar a sustentabilidade empresarial, fazem uso de indicadores que atestem, ou não, a adoção de práticas sustentáveis. Assim, para aferir essa sustentabilidade, torna-se importante a instituição de índices que possibilitem o acompanhamento dos fatores ligados às questões econômico-financeiras, sociais e ambientais, e funcionem como guia para uma gestão pautada na sustentabilidade, protagonizando, portanto, a implantação da chamada gestão sustentável. Um conjunto de indicadores pode ser definido como uma ferramenta central que permite um acompanhamento das principais variáveis de interesse de uma empresa, possibilitando o planejamento de ações que visam a melhorias de desempenho, auxiliando, dessa forma, a melhor tomada de decisão (CALLADO, 2010). Para Van Bellen (2002), os indicadores objetivam comunicar o progresso em direção a uma meta de forma simples e objetiva o suficiente para retratarem a situação o mais próximo possível da realidade, dando ênfase aos fenômenos que tenham ligações entre a ação humana e suas consequências. De forma a atingir o objetivo a que se propõe, os indicadores devem possuir algumas características comuns, apresentadas no Quadro 1:.

(31) 29. Quadro 1: Características dos indicadores Os indicadores necessitam estar relacionados a fatores essenciais ou críticos do processo a ser avaliado. Os indicadores devem ser escolhidos ou formulados de forma que possa representar Representatividade satisfatoriamente o processo ou produto a que se refere. Seletividade. Simplicidade. Devem ser de fácil compreensão e aplicação, principalmente para aquelas pessoas diretamente envolvidas com a coleta, processamento e avaliação dos dados, requerendo o mínimo de esforço adicional para sua implementação.. Baixo custo Devem ser gerados a um custo baixo. Disponibilidade de Devem estar disponíveis no decorrer do tempo para permitir realizar comparações e o dados monitoramento contínuo. Estabilidade. Devem ser coletados com base em procedimentos padronizados incorporados às atividades da empresa e que permitam sua comparação ou a análise de tendências ao longo do tempo.. Comparação externa. Alguns indicadores devem ser desenvolvidos para permitir a comparação do desempenho da empresa com outras empresas do mesmo setor ou empresas de diferentes setores.. Os indicadores devem ser periodicamente avaliados e, quando necessário, devem ser Melhoria contínua modificados ou ajustados para atender às mudanças no ambiente organizacional e não perderem seu propósito e validade. Fonte: Callado (2010).. As características apontadas devem ser representativas de todo e qualquer indicador, sendo, portanto, imprescindíveis também na seleção dos indicadores de sustentabilidade empresarial, que devem ser escolhidos para atender à necessidade de monitoramento da gestão sustentável, sem com isso dispender muito tempo dos gestores ou recursos da instituição. Monitorar as atividades de uma empresa requer, por parte dos gestores, um conhecimento profundo das atividades desenvolvidas pela companhia. Na atual conjuntura da sociedade, que possui múltiplas demandas, muitas vezes conflituosas, o ato de gerir tornou-se uma tarefa complexa. A criação e o acompanhamento de indicadores de desempenho figuramse como uma alternativa para embasar a tomada de decisão. Nessa seara, a instituição de indicadores de gestão da sustentabilidade empresarial possibilita analisar e acompanhar as mudanças que ocorram no processo laboral, identificando até que ponto as mudanças ocorridas são eficazes, norteando a continuidade ou não de determinadas atividades (CALLADO, 2010). Para Claro e Claro (2004), a função dos indicadores de sustentabilidade é avaliar se um sistema está se tornando sustentável em termos ambientais, econômico-financeiros e sociais, orientando a tomada de decisão acerca das medidas corretivas que cada setor pode implementar para redirecionar as ações necessárias de forma a corrigir as falhas apontadas. Assim sendo, esses medidores direcionam a empresa para uma gestão centrada na sustentabilidade, sendo, portanto, atores principais na implantação da gestão sustentável..

(32) 30. Uma das grandes dificuldades na implantação de um sistema de indicadores de sustentabilidade é que o seu conceito não é unívoco, podendo ser interpretado de diversas formas. Mesmo assim, a implantação desse tipo de ferramenta fornece uma base de informações que permite ações de planejamento voltadas aos resultados e à promoção da aprendizagem (MASCARENHAS; NUNES; RAMOS, 2015). Como os indicadores de sustentabilidade empresarial (InSE) integram as vertentes econômica, social e ambiental, eles demonstram as tendências específicas que auxiliam na gestão da empresa e informam, às partes interessadas, os supostos impactos corporativos sobre o meio ambiente e a sociedade em geral. É importante frisar que o apoio dos grupos externos a uma empresa muitas vezes condiciona a continuidade das atividades do empreendimento e, portanto, a informação a estas partes interessadas torna-se não só importante como condicionante. No entanto, não é interessante que ocorra apenas a comunicação das informações acerca de fatores sociais e ambientais, mas que haja um acompanhamento por parte da gestão que possibilite avaliar, medir e gerenciar os impactos que a sustentabilidade propicia (LODHIA; MARTIN, 2014). Para Van Bellen (2002), o objetivo principal dos indicadores é o de agregar e quantificar informações de uma maneira que sua significância fique mais aparente. Outra característica é a de simplificar as informações sobre fenômenos complexos tentando melhorar, com isso, a comunicação das informações. O autor traz, ainda, que os indicadores são modelos da realidade, não podendo se confundir com a própria realidade, que devem ser legítimos e construídos dentro de uma metodologia coerente de mensuração. Assim, para que os indicadores sejam seguros e retratem a realidade de forma a poder subsidiar a tomada de decisão devem ter legitimidade e confiabilidade. Portanto, a instituição de indicadores de sustentabilidade empresarial deve objetivar a simplificação das informações, de forma que sejam potencialmente relevadoras e a embasar a tomada de decisão do gestor, direcionando o andamento das atividades da instituição. Seguindo esse raciocínio, no presente estudo se buscou adotar indicadores que apontem fatores relevantes e importantes ligados aos aspectos das empresas portuárias a partir do contexto da gestão sustentável. Além disso, essa escolha seguiu a premissa de disponibilidade de dados, seletividade, representatividade, simplicidade e baixo custo dos indicadores, características importantes que devem ser preponderantemente consideradas..

(33) 31. 2.3.1 Estudos correlatos nacionais sobre indicadores de sustentabilidade empresarial. A busca pelo entendimento de quais são os melhores indicadores sustentáveis incentiva a produção de estudos nessa área de pesquisa, dada a necessidade cada vez maior da adequação dos padrões tradicionais de mensuração de desempenho à sustentabilidade. Araújo, Carvalho e Castro (2013) analisaram a importância da prática da sustentabilidade e de seus indicadores para a implementação e a consolidação de vantagem competitiva nas organizações empresariais. A pesquisa apontou que empresas que se enquadram aos desafios da economia internacional, através da preservação do meio ambiente e da promoção social, têm maiores condições de liderar seus respectivos mercados. Nesse sentido, Rufino et al (2014) verificaram os reflexos do desenvolvimento de ações de sustentabilidade socioambiental no contexto empresarial, através da comparação entre os indicadores econômico-financeiros dos bancos sustentáveis com os indicadores dos bancos não sustentáveis. O estudo permitiu inferir que não há existência de sinergia suficiente para afirmar decisivamente que a sustentabilidade influi nos indicadores econômico-financeiros das empresas estudadas, contrariando, em parte, os achados de Khan, Serafeim e Yoon (2016). Tannuri e Van Bellen (2014) analisaram quais são os indicadores de desempenho ambiental que são evidenciados nos relatórios de sustentabilidade das empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), tendo como base os seguintes atributos de qualidade: compreensibilidade; integridade; neutralidade e comparabilidade. Os resultados demonstraram que os indicadores com um maior nível de qualidade foram aqueles que informaram sobre as emissões de gases de efeito estufa; sobre a disposição dos resíduos; e sobre o consumo de água e energia. O atributo de qualidade mais comprometido nas evidenciações dos 30 indicadores foi a comparabilidade, principalmente em decorrência de: omissão de metas sólidas; carência de pontos de referência externos; e falta de padronização na evidenciação dos indicadores. Por fim, Leoneti, Nirazawa e Oliveira (2016) objetivaram propor um índice de sustentabilidade como um instrumento de auto avaliação para Micro e Pequenas Empresas. Os resultados alcançados no estudo colaboram para a definição dos indicadores para cada subtema da sustentabilidade com o objetivo de propor a mensuração quantitativa das empresas. De maneira similar, o estudo ora proposto tem como foco principal colaborar para a formação de um conjunto de ferramentas que permitam dimensionar a performance da sustentabilidade dos portos públicos, possibilitando a comparabilidade dos dados, o que fomentará as ações decisórias e o planejamento estratégico do setor como um todo..

(34) 32. 2.3.2 Estudos correlatos internacionais sobre indicadores de sustentabilidade empresarial. A realização de estudos acerca dos indicadores de sustentabilidade empresarial tem despertado o interesse da academia também na seara internacional. Nessa linha de pesquisa, Lirn, Wu e Chen (2013) realizaram um exame para identificar os indicadores de sustentabilidade em portos na Ásia. Através do Analytic Hierarchy Process3, eles calcularam 17 indicadores, dos quais a precaução contra poluentes durante o manuseio da carga e manutenção do porto, o controle de barulho, e o tratamento de esgoto se mostraram como os mais críticos. Foi verificado, ainda, que o Porto de Xangai é o que apresenta a maior quantidade de indicadores a serem melhorados. Nesse sentido, na tentativa de identificar os indicadores de sustentabilidade mais utilizados em nível corporativo no que tange à mensuração dos aspectos ambientais, sociais e de governança, Rahdari e Rostamy (2015) examinaram governança corporativa, responsabilidade social corporativa, normativos ligados à sustentabilidade, sistemas de gestão, diretrizes e sistemas de classificação. Os resultados apontaram que quase metade dos indicadores mais utilizados se relacionam aos aspectos ambientais, demonstrando uma maior preocupação com esse enfoque pelas organizações. Morioka e Carvalho (2016), por sua vez, objetivaram investigar a incorporação da sustentabilidade nos sistemas de medição de desempenho empresarial, buscando explorar os fatores que afetam a interação entre indicadores de sustentabilidade em relação à sua prioridade relativa para a tomada de decisões. Os resultados do trabalho apontam que existem quatro sistemas de medição de desempenho que englobam indicadores de sustentabilidade: sistema de medição de desempenho periódica de uma área / departamento específico; avaliação de desempenho individual; relatórios de sustentabilidade; e avaliação do projeto. Valenzuela-Venegas, Salgado e Díaz-Alvarado (2016) realizaram uma ampla pesquisa bibliográfica para a eleição e classificação de 249 indicadores de desempenho de sustentabilidade empresarial, abrangendo as dimensões sociais, ambientais e econômicas. Para tanto, os autores procederam à definição de quatro critérios para a separação dos indicadores: a compreensão; o pragmatismo; a relevância; e a representação parcial da sustentabilidade. Os resultados indicaram uma maior quantidade de indicadores econômicos e ambientais, em detrimento da dimensão social. Consonante a esses achados, vale destacar que, no presente estudo, o aspecto social também apresentou a menor quantidade de índices disponíveis. Os. 3. Um dos métodos de apoio à decisão da Escola Americana..

(35) 33. supracitados autores finalizam com quatro recomendações para selecionar indicadores apropriados durante a avaliação da sustentabilidade de uma empresa: começar com um grande conjunto de indicadores possíveis, pré-selecionar esses indicadores ligados aos objetivos da avaliação, aplicar os quatro critérios acima listados, e dar preferência aos indicadores comparativos. Kwatra et al (2016) realizaram uma pesquisa para a criação de um índice para mensurar a sustentabilidade com base nos aspectos social, econômico e do meio ambiente. Dezenove indicadores foram selecionados com base na relevância, disponibilidade dos dados e periodicidade. Foi realizada a análise de correlação entre esses indicadores, que se utilizou da técnica z-score para a normalização dos dados. Os scores foram computados e usados para a elaboração de um índice de desenvolvimento sustentável (IDS) que foi testado em diferentes regiões da Índia. Relações significativas foram observadas entre os níveis de renda e de regiões onde se observaram maiores índices de sustentabilidade. Docekalová e Kocmanová (2016) apresentaram um modelo para a medição da sustentabilidade corporativa, intitulado Indicador de Desempenho Complexo, que integra o desempenho ambiental, social, econômico e de governança corporativa da empresa. Como resultado do trabalho, foram elencados dezessete indicadores-chaves de desempenho, que, de acordo com as autoras, auxiliam na avaliação complexa do desempenho corporativo ajudando a descobrir os pontos fracos da empresa que podem se tornar uma ameaça e identificar pontos fortes que podem ser vistos como uma oportunidade. Importa referir que alguns indicadores propostos no trabalho supracitado, conjuntamente com outros apresentados por Callado (2010), fazem parte da seleção proposta na presente análise para a mensuração da sustentabilidade dos portos. A escolha dos estudos se baseou na similaridade de objetivos com a presente pesquisa acadêmica. Finalizando, observa-se que, em nível internacional, a realização de pesquisas acerca da temática dos indicadores de desempenho aponta que a preocupação com o estabelecimento de padrões de medição é uma tendência ainda não consolidada, justificando a continuidade dos esforços da academia em respaldar a fixação de tais indicadores..

(36) 34. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS. 3.1 Classificação metodológica da pesquisa. A presente pesquisa pode ser classificada metodologicamente segundo os seguintes aspectos: quanto à natureza; quanto aos objetivos; quanto aos procedimentos e quanto à abordagem do problema. Quanto à natureza, a pesquisa se classifica como pesquisa aplicada por buscar desenvolver e propor uma solução prática no contexto da avaliação de desempenho empresarial das empresas investigadas. Quanto aos objetivos, se classifica como exploratória e descritiva (GIL, 2002). O caráter exploratório dessa pesquisa está relacionado ao esforço de tornar mais explícito e evidente a aplicação de metodologias multicritério (através do Método PROMETHEE II) na avaliação de desempenho sustentável das companhias do setor portuário. Já o perfil descritivo se mostra na busca por descrever e avaliar o desempenho sustentável empresarial do setor quanto aos aspectos sociais, econômicos e ambientais. Quanto aos procedimentos, pode-se classificá-la como bibliográfica, documental e expost facto (GIL, 2002). O perfil bibliográfico refere-se ao fato de que foram consultadas diversas publicações e livros, com o intuito de compreender e verificar o estado da arte sobre a avaliação de desempenho sustentável empresarial através de técnicas multicritério. Por sua vez, o caráter documental é identificado pela coleta de dados e informações através de relatórios e documentos. Já o aspecto ex-post facto da pesquisa se dará pela utilização de dados e informações concretizadas no passado. Esses dados coletados serão contemplados pelas várias dimensões que compõem a sustentabilidade (dimensão social, econômica e ambiental) para os anos de 2012 a 2015. Quanto à abordagem do problema, essa pesquisa pode ser considerada quantitativa. O perfil quantitativo desse estudo está presente pela utilização de dados quantitativos e na aplicação de técnicas estatísticas na análise dos resultados. Realizada a classificação metodológica da pesquisa, segue-se uma exposição dos passos metodológicos para a obtenção dos resultados e desenvolvimento do estudo..

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