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Relatórios de Estágio realizado na Farmácia Aliança e no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

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Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia Aliança

Setembro e Outubro de 2016

Janeiro e Fevereiro de 2017

Paula Cristina Barbosa Leal

Orientador: Dr. Carlos Brás Cunha

________________________________________

Tutor FFUP: Prof. Doutora Helena Vasconcelos

________________________________________

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Declaração de Integridade

Eu, Paula Cristina Barbosa Leal, abaixo assinado, n.º 201204304, aluno do

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da

Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração

deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo,

mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou

partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores

pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas

palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de __________________

de ______

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“Ninguém escapa ao sonho de voar, de ultrapassar

os limites do espaço onde nasceu, de ver novos

lugares e novas gentes. Mas saber ver em cada coisa,

em cada pessoa, aquele algo que a define como

especial, um objecto singular, um amigo, - é

fundamental. Navegar é preciso, reconhecer o valor

das coisas e das pessoas, é mais preciso ainda.”

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Agradecimentos

Prestes a findar mais uma etapa do meu percurso académico repleto de alegrias e desafios, aproveito para expressar a minha gratidão.

Começo por agradecer, formalmente, à Comissão de Estágio da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto pela dedicação e empenho nesta unidade curricular que constitui parte integrante do plano de estudos do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, e em especial à Doutora Susana Casal, responsável pelos estágios em Farmácia Comunitária.

Um particular e especial agradecimento à minha tutora, Doutora Helena Vasconcelos, pela sua orientação e disponibilidade ao longo de todo o estágio e na construção do presente relatório.

Agradeço a todos os elementos da equipa da Farmácia Aliança por tudo o que me proporcionaram durante os quatro meses de estágio. Pela integração na equipa, pela constante aprendizagem e por terem contribuido demarcadamente para o meu crescimento a nível profissional e pessoal, dedico um enorme e sincero obrigada.

Ao meu orientador, Dr. Carlos Cunha Brás, dedico um especial agradecimento pela oportunidade, pelos muitos conhecimentos transmitidos e por ser um exemplo de vanguardismo na farmácia comunitária.

Aos meus pais, que são os meus pilares, o maior agradecimento pelo amor incondicional que me transmitem todos os dias, pelo esforço, paciência e confiança, por sempre me apoiarem e por terem permitido que ingressasse neste curso. Sem eles nada disto seria possível.

À minha irmã Salomé por tornar sempre as coisas mais simples, pelo amor e amizade, pelo apoio constante e pelo exemplo que sempre foi e será para mim.

Ao André, o meu porto de abrigo em todos os momentos, agradeço a forte amizade e o amor, o companheirismo, o carinho, o apoio e a força constantes nestes últimos anos. Obrigada aos caminhos que se cruzam.

Aos meus amigos da faculdade, que levo comigo para a vida, obrigada por partilharem comigo estes anos com muitas aventuras, obrigada pelas muitas memórias que criámos... e sobretudo, obrigada pela nossa amizade.

A todos os intervenientes na minha formação, neste meu percurso:

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Resumo

O Estágio Profissionalizante em Farmácia Comunitária traduz-se no culminar do ciclo de estudos do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas. Prevê-se como sendo a oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso bem como de adquirir novos conhecimentos ligados à prática profissional do farmacêutico comunitário. Sem dúvida que a Farmácia Comunitária é considerada a imagem do farmacêutico para a sociedade, em virtude de ser a área de maior intervenção a nível nacional. O dinamismo e a versatilidade do farmacêutico espelham-se num conjunto de atividades e serviços prestados atualmente à comunidade pelas farmácias, desde a sensibilização e educação dos utentes até ao acompanhamento farmacoterapêutico e monitorização de parâmetros fisiológicos e bioquímicos.

O presente relatório tem como objetivo retratar sucintamente a minha experiência e aprendizagem bem como as atividades desenvolvidas ao longo do estágio curricular em farmácia comunitária, realizado durante quatro meses na Farmácia Aliança, estando dividido em duas partes. A primeira parte visa a descrição das tarefas realizadas, competências adquiridas e experiências vivenciadas no decorrer do estágio. A segunda parte é referente aos temas por mim desenvolvidos no âmbito da atividade farmacêutica e os quais pretenderam ser uma mais-valia para os utentes da farmácia: o primeiro tema subordinado à Queda capilar e o segundo tema subordinado à Prevenção e Deteção

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Índice Geral

Agradecimentos ... iv Resumo ... v Índice Geral ... vi Índice de Figuras ... x Índice de Tabelas ... x Índice de Anexos ... xi Abreviaturas ... xii

Parte I – Descrição das Atividades Desenvolvidas no Estágio ... 1

1. Introdução ... 1

2. Farmácia Aliança e o Grupo Fastfarma ... 1

3. Caraterização e Organização do Espaço Físico e Funcional ... 2

3.1. Localização Geográfica e Público-alvo ... 2

3.2. Horário de Funcionamento ... 2

3.3. Caracterização do Espaço Físico ... 2

3.3.1. Espaço Físico Exterior ... 2

3.3.2. Espaço Físico Interior ... 2

3.3.2.1. Área de Atendimento ao Público e Espaço de Apoio ao Utente... 3

3.3.2.2. Área de Receção de Encomendas/Armazenamento e Armazéns ... 3

3.3.2.3. Laboratório ... 4

4. Recursos Humanos ... 4

5. Fontes Informativas ... 4

6. Gestão e Administração Farmacêutica ... 5

6.1. Sistema Informático ... 5

6.2. Gestão de Stocks ... 5

6.3. Realização de Encomendas ... 6

6.4. Receção e Conferência de Encomendas ... 6

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6.6. Controlo de Prazos de Validade ... 8

6.7. Devolução de Produtos ... 8

7. Dispensa de Medicamentos ... 9

7.1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica ... 9

7.1.1. Receita Médica ... 9

7.1.2. Aviamento da Receita Médica ...10

7.1.3. Receita Eletrónica Não Materializada ...11

7.1.4. Dispensa de Psicotrópicos e/ou Estupefacientes ...11

7.1.5. Comparticipações nos Medicamentos ...12

7.1.6. Processamento do Receituário e Faturação ...12

7.2. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica ...12

7.2.1. Automedicação ...13

7.3. Medicamentos Manipulados ...13

7.4. Medicamentos e Produtos Homeopáticos ...14

8. Produtos Fitofarmacêuticos ...14

9. Medicamentos e Produtos de Uso Veterinário ...14

10. Suplementos Alimentares e Produtos para Alimentação Especial ...15

11. Produtos de Cosmética e Higiene Corporal ...16

12. Dispositivos Médicos e Artigos de Ortopedia ...16

13. Artigos de Puericultura ...17

14. Laboratório de Manipulação Farmacêutica ...17

15. Contabilidade e Gestão ...17

16. Marketing ...17

17. Serviços e Cuidados Prestados na Farmácia Aliança ...18

17.1. Determinação de Parâmetros Bioquímicos e Fisiológicos ...18

17.2. VALORMED ...18

18. Serviços Farmacêuticos Prestados na Carlton Life Júlio Dinis ...19

19. Formação Contínua ...19

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Parte II – Temas Desenvolvidos...20

TEMA I: Queda Capilar ...20

1. Enquadramento e Objetivos ...20 2. O Cabelo ...20 2.2. Queda ...22 2.2.1. Causas ...22 2.2.2. Prevenção ...24 2.2.3. Diagnóstico ...24 2.2.4. Tratamento ...25 2.2.4.1. Tratamento farmacológico ...25

2.2.4.2. Tratamento não farmacológico ...27

2.2.4.2.1. Outras técnicas ...27

2.2.4.2.2. Produtos dermofarmcêuticos e cosméticos ...28

2.2.4.2.3. Suplementação ...28

3. Intervenção Farmacêutica ...30

4. Considerações finais ...30

TEMA II: Cancro – Prevenção e Deteção Precoce ...30

1. Enquadramento e Objetivos ...30

2. O Cancro ...30

2.1. Epidemiologia ...31

2.2. Tipos de Cancro: Prevenção e Deteção Precoce ...33

2.1.1. Cancro da Mama ...34

2.1.2. Cancro da Próstata ...34

2.1.3. Cancro da Pele ...35

2.1.4. Cancro do Pulmão ...36

2.1.5. Cancro Gástrico e Colorretal ...36

2.1.6. Cancro do Colo do Útero ...38

3. Intervenção Farmacêutica ...40

(10)

Referências Bibliográficas ...42 Anexos...49

(11)

Índice de Figuras

Figura 1 - Cronograma de atividades desenvolvidas no estágio. ... 1 Figura 2 - Representação esquemática dos componentes básicos do cabelo. Adaptada

de [29]. ...21

Figura 3 - Representação esquemática do ciclo de crescimento do cabelo: fases do ciclo

capilar. Adaptada de [29]. ...21

Figura 4 - Padrão de alopecia androgenética masculina e feminina. Adaptada de [33]. ..24 Figura 5 - Hipertricose numa mulher jovem usando minoxidil a 5%. Adaptada de [41]. ...25 Figura 6 - Fatores de risco e a sua percentagem relativa na contribuição para a

incidência de cancro. Adaptada de [55]. ...31

Figura 7 - Estimativas para 2017 de novos casos e mortes para os vários tipos de cancro

na população dos EUA, divididos por sexo. Adaptada de [58]. ...32

Figura 8 - Previsão da evolução da incidência de cancro entre 2015 e 2035 em Portugal.

Adaptada de [59]. ...32

Figura 9 - Evolução da incidência dos tipos de cancros mais frequentes em Portugal,

entre 2006 e 2010. Adaptada de [59]. ...33

Figura 10 - Cancros mais frequentes, com indicação da sua percentagem no ano de

2010 em Portugal, divididos por sexo. Adaptada de [60]. ...33

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Constituição da equipa técnica da Farmácia Aliança. ... 4 Tabela 2 - Fatores envolvidos no processo de queda capilar. ...23 Tabela 3 - Exemplos de produtos dermofarmacêuticos e cosméticos disponíveis na

farmácia. ...28

Tabela 4 - Nutrientes essenciais para a saúde capilar. ...29 Tabela 5 - Vacinas disponíveis em Portugal com indicação da data de Autorização de

Introdução no Mercado e respetiva proteção que conferem contra as estirpes de HPV. ..39

Tabela 6 - Recomendações clínicas da Sociedade Portuguesa de Ginecologia para o

rastreio do cancro do colo do útero. ...40

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Índice de Anexos

Anexo I – Texto sobre Psoríase, colocado no site da Farmácia Aliança (disponível em:

http://nfarmaciaalianca.farmacia-alianca.com/?p=2871) ...49

Anexo II – Exemplos de algumas das imagens desenvolvidas para o ecrã LED da

Farmácia Aliança ...51

Anexo III – Formação Contínua ...52 Anexo IV – Documento apresentado à Carlton Life e Casa da Maia com a proposta para

a realização do Projeto do Tema I – Queda capilar. ...53

Anexo V – Questionário de apoio ao diagnóstico capilar e documento de registo ...55 Anexo VI – Lista de material necessário para a atividade do Projeto do Tema I - Queda

capilar. ...56

Anexo VII – Documento fornecido aos participantes na atividade do Projeto do Tema I –

Queda capilar. ...57

Anexo VIII – Descrição das principais situações encontradas no Projeto do Tema I –

Queda capilar. ...58

Anexo IX – Imagens divulgadas no televisor da Farmácia Aliança no âmbito da

Campanha de Sensibilização da Prevenção e Deteção Precoce de alguns tipos de

Cancro (Tema II). ...59

Anexo X – Imagens divulgadas no site da Farmácia Aliança, no ecrã LED e nas redes

sociais no âmbito da Campanha de Sensibilização da Prevenção e Deteção Precoce de alguns tipos de Cancro (Tema II). Texto de apoio divulgado, em conjunto com as

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Abreviaturas

AAG Alopecia Androgenética

AA Alopecia Areata CL Carlton Life

DGS Direção Geral de Saúde DHT Di-hidrotestosterona

EUA Estados Unidos da América FA Farmácia Aliança

FC Farmácia Comunitária

FDA Food and Drug Administration HPV Vírus do Papiloma Humano

IARC International Agency for Research into Cancer MNSRM Medicamento Não Sujeito a Receita Médica

MSRM Medicamento Sujeito a Receita Médica PSA Antigénio Específico da Próstata

PV Prazo de Validade RM Receita Médica

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Parte I – Descrição das Atividades Desenvolvidas no Estágio

1. Introdução

A Farmácia Comunitária (FC) apresenta-se, atualmente, como sendo a área de maior relevância da atividade farmacêutica, sobretudo pela sua importância na prestação e promoção de cuidados de saúde. Das responsabilidades inerentes ao farmacêutico enquanto profissional que integra o sistema de saúde, destaca-se a sua responsabilidade para com a saúde e o bem-estar do doente e do cidadão em geral. O farmacêutico comunitário deve sempre agir colocando o bem dos indivíduos à frente dos seus interesses pessoais ou comerciais e promover o direito de acesso a um tratamento com qualidade, eficácia e segurança [1]. Assim, o estágio profissionalizante em FC revela a sua importância enquanto formação que visa complementar e reforçar as valências adquiridas ao longo do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas. Este relatório pretende ser reflexo da minha experiência como estagiária na Farmácia Aliança (FA), representada através das principais atividades descritas na Figura 1, e a qual decorreu durante 4 meses (setembro e outubro de 2016, janeiro e fevereiro de 2017).

Figura 1 - Cronograma de atividades desenvolvidas no estágio.

2. Farmácia Aliança e o Grupo Fastfarma

A FA é uma farmácia centenária, cuja abertura remonta ao ano de 1909. Desde 1984 pertence ao atual proprietário e diretor técnico, Dr. Carlos Brás Cunha, principal responsável pela inovação que caracteriza esta farmácia.

A FA em conjunto com a Farmácia Santo António e a parafarmácia Espaço de Saúde Lionesa compõemo Grupo Fastfarma, farmácias Lda.

Durante o período de estágio tive a oportunidade de visitar todas as instalações do Grupo Fastfarma, conhecendo as particularidades de cada espaço. Tal permitiu uma melhor

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compreensão da dinâmica do grupo, uma vez que são estabelecidos com frequência, ao longo do dia de trabalho, vários contactos entre os espaços.

3. Caraterização e Organização do Espaço Físico e Funcional

3.1. Localização Geográfica e Público-alvo

A FA localiza-se na Rua da Conceição nº 2-18, na freguesia de Cedofeita, concelho do Porto. Revela uma localização privilegiada no centro da cidade, com zonas habitacionais e alguns estabelecimentos de comércio nas proximidades. É uma farmácia que preza o bem-estar e o atendimento personalizado dos seus utentes, uma vez que são na sua maioria clientes fidelizados. A faixa etária do público-alvo é bastante diversificada, ainda que predomine uma população idosa.

3.2. Horário de Funcionamento

A FA encontra-se aberta ao público das 8.30 horas às 22 horas, de segunda-feira a sábado. Em dias de serviço permanente está aberta ao atendimento durante 24 horas.

3.3. Caracterização do Espaço Físico

O espaço físico da FA, tanto exterior como interior, cumpre as orientações das Boas Práticas de Farmácia e segue as normas estipuladas na lei [1,2].

3.3.1. Espaço Físico Exterior

A farmácia está identificada com uma cruz verde luminosa e tem à entrada uma placa com o nome da farmácia e o nome do diretor técnico. Na porta de entrada encontram-se destacadas informações relativas ao horário de funcionamento e as farmácias que se encontram de serviço permanente.

A FA está dividida em duas zonas distintas com entradas independentes: a área principal e a loja de ortopedia e puericultura. Ambos os espaços dispõem de montras renovadas consoante as promoções em vigor ou marcas prioritárias. Uma das montras tem, desde outubro de 2016, um ecrã LED vertical.

3.3.2. Espaço Físico Interior

De acordo com o referido nas Boas Práticas de Farmácia para a FC, o espaço interior da farmácia deve ser profissional permitindo uma eficaz comunicação com os utentes. A FA caracteriza-se por um interior luminoso, ventilado e devidamente organizado, proporcionando assim um ambiente acolhedor. Encontra-se dotado de equipamentos e infraestruturas necessárias às exigências atuais de uma FC, cumprindo todas as normas em vigor. A farmácia encontra-se dividida em várias zonas distintas: atendimento ao público, espaço de apoio ao utente, área de receção de encomendas/armazenamento e 2 armazéns, gabinete de dermocosmética, gabinete de enfermagem, laboratório, gabinete do diretor técnico e instalações sanitárias, encontrando-se em conformidade com a legislação em vigor [3].

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3.3.2.1. Área de Atendimento ao Público e Espaço de Apoio ao Utente

A área de atendimento é uma área ampla que possui bastante luminosidade e que transmite um ambiente sereno e profissional, propício à prática adequada do exercício da profissão. Na zona de cedência farmacêutica existem quatro balcões de atendimento, contendo em cada um, computador, sensor de leitura ótica e impressora fiscal. Em todo o espaço é feita uma exposição de vários produtos, através de lineares e expositores em material adequado, com várias linhas de higiene oral, produtos de dermocosmética, dietética, suplementos vitamínicos e uma ampla gama de produtos de fitoterapia e naturopatia.

O espaço de apoio ao utente é uma zona reservada destinada sobretudo à determinação manual da pressão arterial com esfigmomanómetro de mercúrio, à realização de várias provas bioquímicas, à administração de vacinas e à prestação de serviços de enfermagem. É um espaço que facilita um diálago mais privado e confidencial com o utente.

3.3.2.2. Área de Receção de Encomendas/Armazenamento e Armazéns

A área de receção de encomendas/armazenamento é um espaço destinado apenas aos funcionários da farmácia e aos fornecedores, equipado com uma secretária e um computador servidor com sensor de leitura ótica de códigos de barra, telefone, impressora, fax e impressora de etiquetas. Esta zona tem acesso direto ao exterior onde é realizada a entrega/receção das encomendas.

É essencial que o armazenamento dos produtos seja feito de modo a garantir boas condições de conservação como dispor de locais arejados, protegidos da luz solar, com temperatura inferior a 25ºC e baixa humidade para armazenar os seus produtos, de acordo com as condições ambientais [3].

A FA possui 2 armazéns. Um deles situa-se junto à area de receção de encomendas/armazenamento, onde existem diversos armários com gavetas deslizantes e separadores onde se armazenam os Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM) e os Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM), bem como prateleiras simples onde estão dispostos vários produtos excedentes, dispositivos médicos e produtos de nutrição clínica. O outro armazém, situado no piso 1 da farmácia, destina-se ao armazenamento de produtos dermocosméticos e suplementos alimentares.

Os medicamentos são armazenados e organizados por ordem alfabética segundo o nome da substância ativa no caso dos comprimidos e cápsulas, ou por nome comercial nas restantes formas farmacêuticas (pomadas, cremes ou géis, pós para dissolução, injetáveis, colírios, xaropes, ampolas bebíveis, produtos veterinários, entre outros). Relativamente ao armazenamento de produtos com condições especiais de armazenamento, como é o caso de insulinas, vacinas, hormonas, entre outros, estes são

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acondicionados num frigorífico a temperaturas entre 2º e 8ºC, igualmente por ordem alfabética.

3.3.2.3. Laboratório

O laboratório situa-se no piso 1 da farmácia. Para além dos equipamentos e material necessários num laboratório de uma farmácia, tem atualmente equipamentos e material para a manipulação de medicamentos homeopáticos, tendo sido recentemente certificado pela empresa de auditoria e certificação APCER com a ISO 9001.

4. Recursos Humanos

A gestão de recursos humanos surgiu em conformidade com as complexas necessidades que advieram do crescimento das empresas e das organizações. Assim, é importante uma equipa que permaneça coesa e organizada para um bom desempenho profissional do ato farmacêutico. A equipa técnica da FA é constituída por 9 profissionais (Tabela 1), que se enquadram no quadro farmacêutico e não farmacêutico [2]. Adiconalmente, em regime de prestação de serviços, colaboram na FA uma farmacêutica responsável pelo Laboratório de Homeopatia (Dra. Susana Ferreira), três enfermeiras, uma esteticista, uma podologista, uma estafeta e uma empregada de limpeza.

Tabela 1 - Constituição da equipa técnica da Farmácia Aliança.

Elemento da equipa técnica Cargo desempenhado Dr. Carlos Brás Cunha Proprietário e Diretor Técnico

Dra. Sónia Correira Farmacêutica Adjunta

Dra. Susana Castro Farmacêutica Adjunta

Dra. Francisca Gaifém Farmacêutica

Dr. Rui Felisberto Farmacêutico

Fátima Sousa Técnica de Farmácia

Paula Martinho Técnica de Farmácia

João Pedro Jorge Técnico de Farmácia

Eduardo Moreira Técnico de Farmácia

5. Fontes Informativas

A atualização de novas terapêuticas no mercado obriga os farmacêuticos, como profissionais de saúde, a uma contínua formação e atualização dos seus conhecimentos. Para isso é essencial o acesso a fontes de informação convencionais ou eletrónicas fidedignas, de forma a desenvolver a sua atividade alicerçada na consulta, informação e atualização a nível científico, ético e legal.

A FA dispõe de uma panóplia de fontes informativas à disposição de todos os funcionários, das quais é possível destacar o Prontuário Terapêutico, o Mapa Terapêutico, o Índice Nacional Terapêutico, a Farmacopeia Portuguesa, o Formulário

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Galénico Português e uma ampla gama de fontes de informação sobre Homeopatia e Naturopatia.

6. Gestão e Administração Farmacêutica

Para que seja possível exercer a atividade farmacêutica é necessária uma adequação à situação económico-financeira geral que Portugal atravessa. Uma resposta bem-sucedida aos desafios e oportunidades requer competências de gestão e administração.

6.1. Sistema Informático

O software utilizado na FA, desenvolvido pela Glint® (Global Intelligent Technologies) e da

responsabilidade da Associação Nacional de Farmácias, é o Sifarma®2000. Esta

aplicação farmacêutica possibilita uma maior segurança no atendimento ao utente, uma vez que suporta informação específica e necessária à dispensa dos medicamentos. Um dos seus grandes objetivos é a minimização da ocorrência de erros e a garantia da rastreabilidade de todos os procedimentos.

Este sistema reforça ainda a relação farmacêutico-utente, permitindo o registo dos utentes da farmácia e o arquivo das suas informações pessoais, no sentido de um atendimento cada vez melhor e mais personalizado.

Do mesmo modo, é ainda possível fazer-se a conexão entre distintas componentes farmacêuticas, uma vez que a dispensa de produtos de saúde e processamento do receituário, gestão e receção de encomendas, gestão de stocks, devoluções, faturação, controlo dos prazos de validade (PV) e atualização de preços são algumas componentes que este programa permite explorar [4].

Desde muito cedo tive oportunidade de contactar com o sistema, explorando todas as suas vertentes, pelo que considero que foi um grande alicerce durante todo o estágio.

6.2. Gestão de Stocks

Ao nível da FA, um dos principais objetivos é garantir e facilitar o acesso dos utentes a todos os produtos farmacêuticos existentes, num curto espaço de tempo e ao menor custo. Para o funcionamento eficaz da farmácia, quando solicitados, os produtos devem encontrar-se presentes e em número suficiente, pelo que para todo e qualquer produto deve existir um stock mínimo. Contudo, há que considerar o PV e o espaço destinado ao armazenamento, sendo necessário gerir o stock de modo a que não surjam ruturas nem a deterioração dos produtos.

Na FA a gestão de stocks é realizada através do programa Sifarma®2000, o qual

apresenta uma ficha informática de cada produto existente na farmácia, com as respetivas especificações inerentes, nomeadamente, stock mínimo, stock máximo, stock existente, índices de rotatividade, preço de custo, preço de venda e distribuidor. Os critérios para atribuição de stock mínimo e máximo a cada produto têm por base o

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conhecimento do perfil dos clientes da farmácia (idade, poder de compra e preferências pessoais), as necessidades dos clientes habituais e da farmácia e a média de saída de cada produto. Quando o stock mínimo é atingido, é gerada uma encomenda de modo a ser reposto o stock máximo. As encomendas geradas automaticamente podem ser revistas e alteradas, sendo depois enviadas ao fornecedor. Após conhecer as bonificações e condições especiais que os fornecedores podem oferecer relativamente a alguns produtos é validada a encomenda e recebida a confirmação de entrega no destinatário.

Ao longo do estágio tive a possibilidade de acompanhar o processo de gestão dos diferentes stocks dos vários produtos da farmácia, que embora seja um processo pradonizado, é uma tarefa bastante dinâmica e contínua.

6.3. Realização de Encomendas

A encomenda de produtos pode ser realizada a cooperativas de distribuição farmacêutica ou diretamente aos laboratórios fabricantes. Esta opção varia de acordo com os critérios que oferecem melhores vantagens, optando-se por aqueles que oferecem melhores condições de pagamento, maior rapidez de entrega, bonificação de produtos, menor número de faltas de produtos e maior facilidade na devolução e resolução dos PV. Assim, na FA o critério que determina a escolha de uma ou de outra opção é a sustentabilidade económica, financeira e fiscal da compra.

A FA trabalha com diferentes armazenistas, principalmente a Cooprofar, a Alliance

Healthcare e a OCP PORTUGAL, havendo no entanto certos produtos que são

adquiridos através da compra direta aos laboratórios ou representantes das marcas, o que permite evitar situações de rutura de stock e insatisfação de utentes

.

A lista de produtos a pedir é gerada pelo Sifarma®2000, o qual efetua automaticamente

as encomendas que são aprovadas e enviadas três vezes por dia e que tem como objetivo repor as faltas em consequência das vendas realizadas diariamente. No entanto, ao longo do dia podem surgir situações em que seja necessário realizar encomendas adicionais, por via telefónica com os fornecedores ou através da aplicação Gadget da

Cooprofar, sendo estes incluídos nas encomendas automaticamente, ou ainda através da

opção de encomenda instantânea do Sifarma®2000 para a Alliance Healthcare.

Ao longo do meu estágio realizei pedidos de produtos em falta nas encomendas diárias, tanto através do Gadget como através do telefone, assisti à realização de encomendas instantâneas, pedidos especiais para alguns utentes, entre outros.

6.4. Receção e Conferência de Encomendas

As encomendas são recebidas e posteriormente conferidas, devendo-se sempre confirmar se a encomenda e a fatura pertencem efetivamente à farmácia, se os produtos

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não estão alterados e se as quantidades dos produtos pedidos estão corretas. A entrega da encomenda é feita em contentores próprios, devidamente identificados com código interno e o nome da farmácia e sempre acompanhada da respetiva fatura em duplicado ou uma guia de remessa. Aqui, encontra-se a informação discriminada, isto é, a descrição dos produtos pedidos/enviados, os preços de faturação, os preços de venda ao público e a taxa de IVA aplicável. Nos produtos sem preços de venda ao público fixado, cabe à farmácia atribuir-lhe um preço em função do preço de faturação e da margem de lucro.

Através da leitura ótica do código de barras dos produtos é possível receber os produtos no sistema informático utilizado e verifica-se o nome comercial do produto, dosagem, forma farmacêutica, preço unitário, número de unidades e prazo de validade. No caso de terem sido enviados produtos de frio, estes devem ser os primeiros a ser dada a entrada em stock e a serem armazenados. Estes produtos vêm em contentores revestidos interiormente, o que garante a sua conservação.

Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes são acompanhados por uma requisição, que se apresenta em duplicado e que serve como prova de envio do medicamento pedido pela farmácia. Após ser dada a entrada e conferência dos psicotrópicos, a farmacêutica responsável tem de assinar ambas as requisições e colocar o carimbo da farmácia. O original deve ser arquivado na farmácia e a cópia deve ser devolvida ao armazenista.

O processo da receção e conferência de encomendas finaliza com a verificação do número total de unidades recebidas e do valor total faturado, em comparação com o presente na fatura e/ou guia de remessa. Os produtos que se encontram esgotados são marcados pelo programa e podem ser transferidos para uma encomenda para outro fornecedor.

No primeiro dia de estágio fiquei desde logo familiarizada com esta tarefa, a qual fui aperfeiçoando ao longo do mesmo, sendo que fiquei responsável por dar entrada das encomendas e realizar a sua conferência diversas vezes.

6.5. Armazenamento

Na FA, os medicamentos e produtos farmacêuticos são armazenados de acordo com as condições que permitem garantir as suas características, considerando as especificações relativas à temperatura, humidade e luminosidade [1].

Conferidas as encomendas, os MSRM e MNSRM são arrumados em gavetas deslizantes, de acordo com as características de cada produto, respeitando a forma farmacêutica e organizados por ordem alfabética. Na FA a arrumação segue o modelo

First Expired-First Out (FEFO), que defende que o primeiro produto a ser dispensado não

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termolábeis são armazenados a uma temperatura compreendida entre os 2 e os 8ºC, verificada regularmente. Os psicotrópicos e estupefacientes são armazenados numa gaveta de acesso restrito aos profissionais da FA. No caso de alguns produtos de venda livre, os objetivos comerciais levam a que estejam dispostos na zona de atendimento ao público de modo a cativar a sua atenção.

O armazenamento dos medicamentos foi uma das atividades que realizei ao longo do estágio, tendo-me facilitado o atendimento ao público, pois permitiu a aprendizagem dos nomes comerciais dos medicamentos, os respetivos princípios ativos, as suas aplicações terapêuticas, as dosagens comercializadas e as respetivas localizações. Assim foi possível tornar o meu atendimento mais rápido e mais eficiente.

6.6. Controlo de Prazos de Validade

O controlo do PV dos produtos é uma tarefa deveras importante, a qual realizei várias vezes enquanto estagiária, garantindo assim a qualidade dos produtos cedidos ao utente. Por forma a minimizar as perdas para a farmácia, é feito o controlo do PV mensalmente. O Sifarma®2000 emite uma listagem dos produtos cujo PV expira nos dois meses

seguintes, sendo essa informação conferida manualmente. Posteriormente, os produtos em questão são retirados do stock e devolvidos ao respetivo fornecedor/laboratório.

6.7. Devolução de Produtos

Existem vários motivos para realizar uma devolução de produtos, sendo os principais: embalagem danificada ou incompleta, PV expirado, produtos enviados que não foram pedidos, produtos pedidos por engano ou por erro de encomenda, recolha de produtos declarada pelo INFARMED ou pelo próprio fornecedor (comunicada à farmácia através de circulares informativas). Nestes casos procede-se à emissão de uma nota de devolução, na qual deve constar o número da fatura em questão, o nome do produto a devolver, o motivo pelo qual o produto é devolvido, a quantidade de cada produto a devolver, o preço de custo e a taxa de IVA aplicável. É enviada a nota de devolução (original e duplicado), devidamente assinada e carimbada, acompanhadas do produto a devolver. Fica também arquivada na farmácia uma terceira cópia. Para regularizar a situação, o fornecedor procede à troca direta do produto devolvido ou emite uma nota de crédito. Quando a devolução não é aceite pelo fornecedor, o produto regressa para a farmácia, arcando esta com o prejuízo, o qual é contabilizado como quebra de produto, comunicado à autoridade tributária e encaminhado para a VALORMED.

Durante o estágio tive a oportunidade de assistir a ambas as situações, embora o principal motivo fosse o PV expirado.

(22)

7. Dispensa de Medicamentos

Compete ao farmacêutico dispensar o medicamento de uma forma crítica baseando-se nos aspetos terapêuticos, adequação ao utente, contra-indicações e interações medicamentosas. É muito importante a identificação e resolução dos problemas relacionados com o medicamento de forma a prevenir os resultados negativos associados à medicação, reduzindo a mortalidade associada ao uso de medicamentos. As boas práticas desenvolvidas pelo farmacêutico podem evitar este tipo de problemas, sendo de extrema importância que o farmacêutico, após avaliação da medicação, ceda os medicamentos aos doentes mediante prescrição médica ou em regime de automedicação ou indicação farmacêutica, acompanhada de toda a informação indispensável para o correto uso dos medicamentos [1].

É essencial conduzir o aconselhamento em função do utente, prezando sempre uma linguagem adequada e objetiva. Consegui aperceber-me, durante a minha experiência na farmácia, da utilização inadequada de alguns produtos adotada por grande parte da população idosa, pelo que considero que o farmacêutico deve assumir um papel crucial nestas situações, instituindo ao utente o sentido do uso correto e racional do medicamento.

7.1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

Os MSRM, tal como o próprio nome indica, só podem ser dispensados ao utente mediante a apresentação de uma receita prescrita por um profissional de saúde devidamente habilitado para tal. Durante o meu estágio, a maioria dos atendimentos que efetuei incluía MSRM e, intrinsecamente, o contacto com receita médica (RM), sendo que estes representam a maior parte da faturação da farmácia.

De acordo a legislação em vigor, estão sujeitos a RM medicamentos que [5]:

a) possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica;

b) possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, caso sejam utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquelse a que se destinam;

c) contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja atividade ou reações adversas seja indispensável aprofundar;

d) se destinem a ser administrados por via parentérica. 7.1.1. Receita Médica

A prescrição de um MSRM deve ser realizada em conformidade com a legislação que vigora e de acordo com o Código Nacional para a Prescrição Eletrónica de Medicamentos

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(CNPEM) devendo incluir, obrigatoriamente, a respetiva Denominação Comum Internacional, a forma farmacêutica, a dosagem, a apresentação, a quantidade e a posologia [6]. De acordo com os modelos aprovados pelo Despacho nº15700/2012, de 30 de novembro, a prescrição de medicamentos deve ser feita, preferencialmente, através de receita electrónica. Excecionalmente, o prescritor pode proceder à emissão manual de receita (pré-impressa) até um máximo de quarenta receitas mensais, as quais têm de conter a denominada “exceção” que justifique a prescrição manual, podendo esta ser a falência do sistema informático, a inadaptação fundamentada do prescritor, a prescrição ao domicílio ou outras situações [6]. Em cada receita médica podem ser prescritas no máximo 4 embalagens, até 4 medicamentos distintos. No entanto, por cada medicamento podem ser prescritas apenas até 2 embalagens. Excetuam-se os medicamentos em apresentação unidose, para os quais podem ser prescritas, no máximo, 4 embalagens. Os MSRM podem ser subdivididos em medicamentos sujeitos a receita médica renovável e medicamentos sujeitos a receita médica não renovável. Os primeiros são utilizados em tratamentos crónicos ou de longa duração, pelo que as receitas que requerem têm validade de 6 meses após a prescrição e são materializadas em 3 vias. Já os segundos destinam-se a tratamentos agudos ou de curta duração e, portanto, são acompanhados de receitas com validade de 30 dias [6].

O utente pode optar por qualquer medicamento que cumpra a prescrição, exceto nos casos em que o médico encontre algum motivo de objeção e assinale, essencialmente por razões de segurança para o utente, uma das seguintes exceções [7]:

 Exceção a): margem ou índice terapêutico estreito, de acordo com a informação prestada pelo INFARMED;

 Exceção b): reação adversa prévia notificada ao INFARMED;

 Exceção c): continuidade de tratamento superior a 28 dias (o utente apenas pode escolher os medicamentos com um preço igual ou inferior ao prescrito).

Existem ainda as RM especiais, caso se tratem de psicotrópicos ou estupefacientes, e as RM restritas, quando é para utilização reservada a certos meios especializados.

7.1.2. Aviamento da Receita Médica

Previamente à dispensa dos medicamentos identificados na RM e requeridos pelo utente, o farmacêutico deve verificar a sua autenticidade e confirmar que esta apresenta todos os requisitos necessários. Procede-se então à recolha dos medicamentos prescritos, tendo sempre em conta a opção do utente, caso não se verifique nenhuma exceção e transmitindo-lhe, de forma objetiva, toda a informação inerente aos mesmos. No caso da receita manual ou materializada, o atendimento prossegue com a impressão dos códigos de barras dos medicamentos dispensados no verso da receita, o qual deve ser assinado pelo adquirente e datado, assinado e carimbado pelo farmacêutico que dispensa. Este

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procedimento é eliminado com o aparecimento da receita desmaterializada. Finalmente procede-se ao pagamento e emissão da fatura.

Com o aparecimento das receitas desmaterializadas, o utente pode optar por aviar todos os produtos prescritos ou apenas parte deles, sendo possível levantar os restantes em diferentes farmácias e em datas distintas [8].

Na FA foi-me transmitida a iniciativa de perguntar sempre ao utente se sabe como tomar os medicamentos e escrever a posologia na embalagem e, se aplicável, a duração do tratamento. O aviamento das RM foi uma prática recorrente no decurso do meu estágio, a qual fui aperfeiçoando ao longo do tempo e com ajuda dos restantes profissionais.

7.1.3. Receita Eletrónica Não Materializada

Atualmente, a maioria das receitas apresentadas na farmácia exibem o novo modelo de prescrição eletrónica e são denominadas de receitas desmaterializadas. A prescrição eletrónica desmaterializada, à qual muitos utentes ainda se estão a adaptar, surgiu como resultado de uma iniciativa do Ministério da Saúde com o objetivo de melhorar o processo de prescrição e dispensa de medicamentos bem como de conferência de receituário. Pretende contribuir no processo de centralização da informação, privilegiando a eficaz comunicação entre os profissionais de saúde, aumentando a segurança no processo de prescrição e a dispensa, otimizando assim todo o processo [6,9].

Este modelo de receita permite ao utente adquirir a medicação prescrita através da apresentação do número da receita, código de acesso e código de direito de opção. Desta forma, o farmacêutico acede à prescrição através do sistema informático, estando automaticamente definidos o sistema de comparticipação e os medicamentos prescritos.

7.1.4. Dispensa de Psicotrópicos e/ou Estupefacientes

Os psicotrópicos e os estupefacientes são um grupo de fármacos utilizados na terapêutica de diversas patologias que atuam no sistema nervoso central, exercendo propriedades sedativas e narcóticas. Estes medicamentos podem desencadear fenómenos de tolerância e causam dependência tanto física como psíquica, devendo o seu uso ser controlado de forma particular. A supervisão e a fiscalização do uso de substâncias psicotrópicas e estupefacientes são da responsabilidade do INFARMED e são regulamentadas [10,11]. Este tipo de medicamentos só pode ser cedido nas farmácias mediante a apresentação de uma RM especial. O aviamento destes medicamentos segue critérios distintos dos usuais, sendo que o próprio sistema informático não permite o prosseguimento da venda sem que antes se preencham determinados campos tais como: identidade do adquirente, nome, data de nascimento, morada, número de B.I. ou cartão de cidadão, nome do médico prescritor, identificação da prescrição, identificação da farmácia e o número de conferência de faturas, número de

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registo do medicamento, quantidade dispensada e data da dispensa [11]. Quando a venda é finalizada, o sistema informático imprime um recibo e um documento de psicotrópico. Após o aviamento, a receita original é reencaminhada ao respetivo organismo comparticipante e uma cópia da receita juntamente com o documento de psicotrópico é arquivada na farmácia durante 3 anos. Mensalmente (até dia 8 de cada mês) é emitida uma listagem em duplicado com o registo de entradas e saídas de psicotrópicos, sendo posteriormente também enviada ao INFARMED para efeitos de fiscalização.

7.1.5. Comparticipações nos Medicamentos

Os medicamentos são comparticipados de acordo com a atual legislação através de um regime geral e de um regime especial, o qual se aplica a situações específicas que abrangem determinadas patologias ou grupos de doentes. No regime geral de comparticipação é determinada a percentagem paga pelo Estado em função da classificação farmacoterapêutica do medicamento de acordo com os seguintes escalões: Escalão A - 95%, Escalão B - 69%, Escalão C - 37%, Escalão D - 15%. Relativamente ao regime especial de comparticipação, este pode ser efetuado em casos de pensionistas, patologias especiais, grupos especiais em que os utentes beneficiam de outros organismos de comparticipação para além do Sistema Nacional de Saúde, como é o caso do Serviço de Assistência Médico-Social (SAMS) e Caixa Geral de Depósitos [10-13]. Ao longo do período de estágio no atendimento aos utentes fui-me familiarizando com este método, que exigiu no início uma maior atenção dado os diferentes regimes de comparticipação existentes.

7.1.6. Processamento do Receituário e Faturação

Após a organização das receitas de acordo com os respetivos organismos, é realizada a verificação das mesmas, de forma a detetar erros e a realizar a correção dos mesmos. Já agrupadas e organizadas por organismos de acordo com o regime de comparticipação em lotes de 30 receitas cada, é emitido, no final de cada mês, um Verbete de Identificação de Lote que é carimbado e anexado ao respetivo lote de receitas. No final do mês procede-se ao fecho da faturação sendo as receitas do Sistema Nacional de Saúde enviadas para o Centro de Conferência de Faturas e as dos outros organismos para a Associação Nacional de Farmácias.

7.2. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

Os MNSRM são os vulgarmente designados por medicamentos de “venda livre” que não preenchem os requisitos previstos para os MSRM. De acordo com o estatuto do medicamento e em conformidade com a lei, “os MNSRM não são comparticipáveis, salvo

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nos casos previstos na legislação que define o regime de comparticipação do Estado no preço dos medicamentos” [5].

Deste modo, é extremamente importante uma avaliação e aconselhamento de forma a garantir o uso correto do medicamento e a prevenir utilizações potencialmente perigosas, evitando situações de automedicação. Por parte dos utentes, o maior problema da dispensa deste tipo de medicamentos é o erro na toma e mediante isto o farmacêutico pode atuar disponibilizando toda a informação necessária. É extremamente importante a promoção do uso racional deste tipo de medicamentos e o combate ao crescente fenómeno de automedicação.

7.2.1. Automedicação

A automedicação é definida como a prática do utente na utilização de MNSRM de forma responsável, sempre que se destine ao alívio e ao tratamento de queixas de saúde passageiras e sem gravidade, com a assistência ou o aconselhamento opcional de um profissional de saúde [14]. Cabe ao farmacêutico, na altura da dispensa de MNSRM, alertar o utente para a toma adequada, as situações em que é passível de se realizar e quando não deve recorrer a ela. A legislação em vigor apresenta uma lista de possíveis situações passíveis de automedicação sendo esta lista de utilidade bastante notória, numa altura em que a prática da automedicação é bastante comum.

Foi possível colaborar em várias situações de automedicação ao longo do meu estágio. Sempre que me foi solicitado aconselhamento farmacêutico antes de iniciar a toma de determinado MNSRM, tive a preocupação de alertar para as precauções a adotar durante a toma, os efeitos adversos e as interações existentes, apresentando sempre, caso se justificasse, outras opções terapêuticas, farmacológicas e não farmacológicas, para a resolução do problema. Tive sempre o cuidado de me aconselhar com os outros profissionais de forma a sentir-me segura para esclarecer o utente. A maior parte dos aconselhamentos que me foram solicitados estiveram associados à época do ano em questão, em casos de gripe e constipações, e a maior parte dos produtos que me foram pedidos sem qualquer aconselhamento eram alvo de anúncios publicitários. Contudo, há que realçar que em determinadas situações, o mais prudente por parte do farmacêutico é a orientação do utente para aconselhamento médico.

7.3. Medicamentos Manipulados

Os medicamentos manipulados definem-se como “qualquer fórmula magistral ou

preparado oficinal preparado e dispensado sob a responsabilidade do farmacêutico”. A

sua preparação deverá decorrer de acordo com prescrição médica direcionada para um doente em particular (no caso de uma fórmula magistral) ou mediante indicações

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compendiais (de um formulário ou farmacopeia), para dispensa direta ao utente (caso se trate de uma preparação oficinal) [15].

7.4. Medicamentos e Produtos Homeopáticos

A legislação em vigor, define medicamento homeopático como “medicamento obtido a

partir de substâncias denominadas stocks ou matérias-primas homeopáticas, de acordo com um processo de fabrico descrito na farmacopeia europeia ou, na sua falta, em farmacopeia utilizada de modo oficial num estado membro, e que pode conter vários princípios” [5].

Uma vez que a FA possui o seu próprio laboratório de medicamentos homeopáticos, a dispensa destes medicamentos tem-se revelado crescente e bastante requisitada, facto que pude observar ao longo do estágio.

8. Produtos Fitofarmacêuticos

De acordo com o Estatuto do Medicamento, um medicamento à base de plantas corresponde a “qualquer medicamento que tenha exclusivamente como substâncias

ativas uma ou mais substâncias derivadas de plantas, uma ou mais preparações à base de plantas ou uma ou mais substâncias derivadas de plantas em associação com uma ou mais preparações à base de plantas” [5].

Atualmente, observa-se uma procura notoriamente crescente destes produtos por parte da comunidade. Por conterem substâncias potencialmente ativas, os produtos à base de plantas podem provocar efeitos secundários, podem interagir com medicamentos, suplementos alimentares e alimentos e são alvo de contraindicações. Face a isto, representam uma importante área de intervenção de aconselhamento farmacêutico. A FA prima por ter na sua equipa técnica 2 farmacêuticas especializadas em naturopatia, com conhecimentos sólidos de fitoterapia, capazes de disponibilizar aos utentes um melhor aconselhamento e acompanhamento. Durante o estágio, foram-me trasmitidos muitos conhecimentos neste âmbito, dos quais destaco o aconselhamento sobre produtos para regulação da ansiedade e para os distúrbios do sono, fortalecimento do sistema imunitário e desintoxicação do organismo.

9. Medicamentos e Produtos de Uso Veterinário

Define-se por medicamento veterinário “toda a substância, ou associação de substâncias,

como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em animais ou dos seus sintomas, ou que possa ser utilizada ou administrada no animal com vista a estabelecer um diagnóstico médico-veterinário ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas” [16].

Atualmente existe uma crescente preocupação com este tipo de medicamentos, o que se repercute numa melhoria de saúde tanto dos animais como dos seus donos. Durante o

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meu estágio pude contactar pontualmente com a dispensa de medicamentos e produtos veterinários.

A FA é uma farmácia aderente ao serviço Espaço Animal, da responsabilidade da Globalvet®, o que permite uma relação estreita entre os farmacêuticos e médicos veterinários, essencial para o esclarecimento de dúvidas aos utentes [17].

Na FA, os produtos mais solicitados são sprays, ampolas e coleiras desparasitantes, desparasitantes internos e externos. A maior parte destes medicamentos são vendidos para animais domésticos, principalmente cães e gatos, sendo os produtos mais solicitados destinados à desparasitação, contraceção e higiene.

10. Suplementos Alimentares e Produtos para Alimentação Especial

Define-se como suplemento alimentar “um género alimentício que se destina a

complementar e ou suplementar um regime alimentar normal e que constitui fonte concentrada de determinadas substâncias nutrientes” [18]. Os suplementos alimentares

devem, portanto, ser utilizados como um complemento a uma alimentação equilibrada e saudável, como formas mais rápidas e eficazes de suprir alguma necessidade nutricional acrescida. Conforme as necessidades, podem ser fontes de vitaminas, minerais, fibras, ácidos gordos e aminoácidos essenciais, entre outros.

No dia-a-dia da FA constata-se uma intensa procura destes produtos, sobretudo dos que se destinam ao reforço da memória e saúde mental, a fortalecer o sistema imunitário e a suplementar necessidades específicas de momentos particulares da vida.

De acordo com o legislado, os produtos dietéticos distinguem-se dos alimentos de consumo comum devido à sua composição especial ou aos processos particulares inerentes ao seu fabrico. São assim, produtos destinados à alimentação, parcial ou exclusiva, de pessoas com necessidades nutricionais particulares, como é o caso dos idosos com perda de peso e défices nutricionais, indivíduos com doenças metabólicas e ainda doentes oncológicos [19].

Na FA destacam-se os produtos hiperproteicos e hipercalóricos, como são exemplo o Fortimel Compact Protein®, o Fortimel Creme®, o Nutrison Protein Plus®, o Fresubin® e o Resource®. Durante o estágio pude contactar com estes produtos e tive ainda oportunidade de participar num Workshop de Farmácia da Nestlé Health Science realizado no Auditório da Associação Nacional das Farmácias, o qual considero ter sido uma mais-valia para a minha formação nesta área de nutrição clínica.

No caso dos produtos dietéticos infantis em que as suas fórmulas são especificamente direcionadas para lactentes e crianças até aos 3 anos de idade, destaca-se os produtos da gama NAN® e Nidina® da marca Nestlé® e a os produtos da marca Nutribén®. As principais formas de apresentação deste tipo de produtos são: farinhas, boião ou leite em

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pó. Dentro destas marcas existem ainda produtos direcionados para fins específicos como leites hipoalergénicos, anti-regurgitação, anticólicas, antiobstipantes ou leites para prematuros com uma composição particular.

11. Produtos de Cosmética e Higiene Corporal

A procura de produtos cosméticos, produtos de dermofarmácia e de higiene tem vindo a crescer e é também constante o lançamento de novos produtos, pelo que o farmacêutico necessita estar em permanente atualização para um eficaz aconselhamento ao utente. Estes produtos não podem por em causa a saúde pública, sendo obrigados a cumprir o consignado na lei [20]. Qualquer reação adversa ou prejudicial à saúde deve ser imediatamente comunicada ao INFARMED.

Define-se por produtos cosméticos e de higiene corporal, aqueles que são destinados “ao

contacto com as diversas partes superficiais do corpo humano, designadamente epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou com os dentes e as mucosas bucais” [21]. Tem como finalidade limpar, perfumar, modificar o

aspeto, proteger e conservar o bom estado ou corrigir os odores corporais [22].

A FA dispõe de uma diversa variedade de produtos dermofarmacêuticos e cosméticos, sendo as principais marcas: Lierac®, Phyto®, Caudalie®, SkinCeuticals®, Uriage®, Vichy® e La Roche-Posay®. Tem ainda à disposição produtos de higiene íntima (Lactacyd®, Saugella®, entre outros) e de higiene oral (Hextril®, Elgydium®, G.U.M.®, entre outros). Durante o meu estágio tive a oportunidade de assistir a algumas formações nesta área, bem como ao aconselhamento deste tipo de produtos por parte dos restantes profissionais da farmácia. Assim, no momento do atendimento, foi com maior segurança que procedi ao aconselhamento dos utentes face aos problemas colocados.

12. Dispositivos Médicos e Artigos de Ortopedia

Dispositivo médico é definido como sendo qualquer instrumento, aparelho, equipamento, material ou artigo utilizado, isoladamente ou combinado, cuja principal função não seja alcançada por meio farmacológico, imunológico ou metabólico, e destinado a ser utilizada no ser humano. Encontram-se agrupados em quatro distintas classes: classe I, IIa, IIb e III, que têm por base critérios de seleção as fragilidades do corpo humano, a conceção e a própria fragilidade do produto no ato de fabrico [23].

Na FA existe uma grande variedade de dispositivos médicos. Os mais procurados são o material de penso e os artigos de ortopedia (meias, pulsos, pés e joelheiras elásticas, entre outros). Outros dispositivos como termómetros, nebulizadores, sacos para água quente e fria, irrigadores, seringas e fraldas têm também elevada rotatividade.

A FA prima pela ampla gama de produtos de ortopedia que oferece aos utentes, tendo como já referido um espaço físico dedicado, com uma técnica de farmácia com elevada

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especialização nesta área. Destaca-se os auxiliares de marcha e as cadeiras de rodas, as camas articuladas e os colchões anti-escaras, os sapatos ortopédicos, os sapatos para diabéticos e as meias de compressão.

Durante o estágio tive a possibilidade de contactar com os vários produtos e, na área de ortopedia, assitir ao aconselhamento cuidado e personalizado, particularidade bastante importante na maioria destes artigos.

13. Artigos de Puericultura

São vários os artigos de puericultura disponíveis na FA (chupetas, biberões, tetinas ou fraldas, brinquedos, diversos produtos para a higiene do bebé). No entanto, esta área de intervenção na FA não é tão significativa, em consequência da procura mínina destes artigos pelos utentes que costumam frequentar a farmácia.

14.

Laboratório de Manipulação Farmacêutica

A manipulação é uma prática inerente ao farmacêutico e embora, atualmente, se constate a redução da requisição de medicamentos manipulados convencionais, continua a ter a sua importância demarcada na farmácia de oficina.

Durante o estágio procedi à preparação de vários manipulados e à elaboração da respetiva ficha de preparação, embalamento, rotulagem e cálculo do preço de venda ao público do manipulado de acordo com os critérios estabelecidos na Portaria nº 769/2004 de 1 de julho. Alguns exemplos dos manipulados preprarados foram: frieirol, vaselina enxofrada a 10%, solução de álcool a 50º e fenol 45º.

No que respeita a prepraração de manipulados homeopáticos, verifica-se o seu crescimento exponencial na FA, sendo hoje bastante significativo pelo que é necessário uma produção quase diária, sobretudo sob a forma de grânulos e gotas. Durante o estágio pude contactar com bastante frequência com esta vertente da homeopatia e dedicar parte do tempo do estágio a ajudar na manipulação dos homeopáticos.

15. Contabilidade e Gestão

Relativamente à gestão de uma farmácia destaca-se as suas três principais vertentes: a económica, a financeira e a fiscal. Estes fatores, embora nem sempre perceptíveis na rotina diária da farmácia, são fundamentais e estão presentes mesmo nas tarefas aparentemente simples como a gestão de stocks e a realização de compras e vendas. Durante o estágio e ao encargo do diretor técnico, este tema foi bastante abordado, o que me fez perceber a importância de uma viabilidade económica e financeira sustentável.

16. Marketing

O marketing é o conjunto de métodos e meios que uma empresa dispõe para vender os seus produtos aos clientes com rentabilidade, revelando-se cada vez mais importante em

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qualquer negócio [24]. A este nível, a FA possui um site e uma página no Facebook. Durante o estágio ajudei a organizar e a melhorar o site. Tive a iniciativa de escrever um texto sobre “Psoríase” para colocar no separador “Notícias” do site (Anexo I).

A mais recente aposta de marketing da FA foi um ecrã LED colocado numa das suas montras, que ocorreu durante o meu período de estágio. Desta forma, tive a oportunidade de contribuir com a criação de imagens que foram colocadas no ecrã (Anexo II).

17. Serviços e Cuidados Prestados na Farmácia Aliança

De simples locais de venda de medicamentos, as farmácias transformaram-se ao longo do tempo em importantes espaços de saúde, oferecendo diversos serviços ao utente. Para uma assistência personalizada, a FA leva a cabo a determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos com o objetivo não só de controlar a doença como também, em muitos casos, identificar indivíduos não diagnosticados ou não medicados. Dispõe também de outros serviços como a administração de injetáveis e vacinas que não estão incluídas no Plano Nacional de Vacinação, serviço de enfermagem, serviço de podologia (quinzenal), consultas de tricologia e de nutrição terapêutica, aconselhamento especializado em naturopatia e homeopatia, recolha de medicamentos e de radiografias e distribuição domiciliária de medicamentos. Pontualmente, são realizados na FA rastreios e ações de sensibilização.

17.1. Determinação de Parâmetros Bioquímicos e Fisiológicos

A FA realiza a monitorização de vários parâmetros fisiológicos e bioquímicos, nomeadamente, peso, pressão arterial, glicémia capilar, colesterol total, triglicerídeos, perfil lipídico, ácido úrico, entre muitos outros. Ao utente é disponibilizado um cartão de registo dos valores obtidos nas medições, permitindo, tanto ao doente como ao médico e ao farmacêutico, um controlo do seu historial.

Esta vertente clínica é muita significativa na FA por ter bastante procura pelos utentes e por isso, desde muito cedo e com bastante frequência pude ter contacto. Ressalvo a importância da interação com os utentes nesta área clínica e do seu acompanhamento cuidado, pelo que tive sempre a atenção de explicar os valores obtidos nos diversos parâmetros, qual o seu significado e no que é que isso se traduzia na saúde e, quando se justificasse, aconselhar e incentivar práticas não farmacológicas que pudessem alterar os valores obtidos para os valores ideiais. Esta área permite exercer com maior destaque um papel de sensibilização para a adoção de hábitos de vida saudáveis, promover a adesão à terapêutica e consciencializar os utentes para a prevenção da doença.

17.2. VALORMED

É da VALORMED a responsabilidade da gestão dos resíduos de embalagens vazias e medicamentos fora de uso. A FA dispõe deste sistema de recolha de medicamentos, pelo

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que informa os utentes e solicita aos mesmos a devolução dos medicamentos não utilizados ou que se encontram fora de validade, para que sejam colocados num contentor específico e recolhidos quando completos pelos fornecedores da farmácia. Além disto, na FA realiza-se também a recolha de radiografias.

Ao longo do estágio, verifiquei que muitos utentes entregam na farmácia as embalagens vazias ou fora de uso ou validade, prática que considero ser importante continuar a incentivar.

18. Serviços Farmacêuticos Prestados na Carlton Life Júlio Dinis

É da responsabilidade da FA a prestação de serviços farmacêuticos na Carlton Life Júlio Dinis (CL). A CL pode ser definida como uma unidade residencial geriátrica com serviço hoteleiro e em ambiente hospitalar, especializada na compensação do envelhecimento natural, na prestação de cuidados a idosos com doenças degenerativas e na reabilitação. Apesar de ter surgido a partir do fornecimento convencional de medicação e produtos farmacêuticos, atualmente, por meio de uma parceria, a FA assegura um farmacêutico em horário definido (das 15 às 19h), nos dias úteis, dispondo de um espaço físico em exclusivo. Para além da distribuição em dose individual diária, são providenciados cuidados farmacêuticos aos clientes da CL e o farmacêutico é responsável por desenvolver um trabalho de acompanhamento farmacoterapêutico, juntamente com médicos, enfermeiros e restantes profissionais.

Durante o estágio tive a oportunidade, durante alguns dias, de acompanhar o trabalho do farmacêutico responsável na CL e apoiar nas tarefas diárias realizadas.

19. Formação Contínua

A atualização de conhecimentos por parte do farmacêutico deve ser contínua de modo a responder às necessidades dos utentes, cada vez mais exigentes. Na qualidade de farmacêutica estagiária tive oportunidade de participar em algumas formações, tanto internas como externas, de áreas bastante distintas, enumeradas no Anexo III.

20. Considerações Finais do Estágio Curricular em Farmácia Comunitária

O estágio em FC possibilitou-me, na prática, constatar a importância do farmacêutico e aplicar os meus conhecimentos teóricos e científicos adquiridos nos últimos anos, ao serviço da saúde da comunidade. Paralelamente, foram também muitas as aprendizagens vivenciadas ao longo do estágio, o qual foi bastante gratificante, não só a nível profissional, como também a nível pessoal.

O estágio mostrou-se uma componente indispensável na minha formação profissional, tendo sido sinónimo de enriquecimento, experiência e, acima de tudo, preparação. Findo este período, destaco que a atividade farmacêutica não deve ser, em altura alguma, resumida ou encarada como um mero ato comercial; pelo contrário: deve

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privilegiar-se o estabelecimento das relações humanas, o respeito pela ética profissional e sobretudo a preocupação com o utente.

Parte II – Temas Desenvolvidos

TEMA I: Queda Capilar

1. Enquadramento e Objetivos

A queda capilar apresenta-se como uma problemática que afeta indivíduos de ambos os sexos e de diferentes idades. Em certas alturas do ano, como o Outono, acentua-se e verifica-se uma maior afluência na procura de ajuda e estratégias que permitam combater uma queda sazonal. Para que este tema pudesse ser uma total mais-valia para a FA, e uma vez que a farmácia já dispõe de uma farmacêutica com formação em tricologia, surgiu a ideia de me deslocar a duas instituições, mais concretamente aos lares de terceira idade com os quais a FA tem protocolo (CL e Casa da Maia) e realizar um rastreio capilar às pessoas que estivessem interessadas, oferecendo assim um serviço adicional.

O objetivo principal foi avaliar a saúde capilar através de um breve diálogo, com preenchimento de um questionário e observação direta do estado do couro cabeludo e cabelo. A intervenção farmacêutica englobou, para além do esclarecimento de dúvidas, o aconselhamento de produtos dermofarmacêuticos e cosméticos e também de medidas não farmacológicas, reforçando a importância de uma boa alimentação e hidratação do organismo na saúde capilar.

2. O Cabelo

O cabelo desempenha um papel importante na aparência dos indivíduos, ajudando a transmitir informações sensoriais e funcionando também como barreira física a agressões externas como a radiação ultravioleta. A nível estético, o cabelo tem um forte impacto e as desordens com ele relacionadas podem comprometer o bem-estar físico e emocional do indivíduo [25,26].

2.1. Estrutura e ciclo de crescimento

O cabelo é formado por duas estruturas distintas: folículo piloso e haste capilar (Figura 2) [27,28]. Geralmente, o folículo piloso está associado a uma glândula sebácea e pode ser subdividido em infundíbulo, istmo, bulbo capilar e papila dérmica [27]. A haste capilar, estrutura visível acima do couro cabeludo, tem na sua composição queratina e é formada por três camadas: medula (camada interna), córtex e cutícula (camada externa) [28]. A nutrição do folículo piloso é fundamental, sendo assegurada pela irrigação sanguínea. A zona germinativa é intensamente irrigada [28].

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