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SUBSTITUIÇÃO DO MILHO PELO SORGO SEM TANINO EM RAÇÕES DE LEITÕES: DIGESTIBILIDADE DOS NUTRIENTES E DESEMPENHO ANIMAL

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SUBSTITUIÇÃO DO MILHO PELO SORGO SEM TANINO EM RAÇÕES DE LEITÕES: DIGESTIBILIDADE DOS NUTRIENTES E DESEMPENHO ANIMAL

ELIAS TADEU FIALHO1, JOSÉ AUGUSTO FREITAS DE LIMA2, VLADIMIR DE OLIVEIRA3, HUNALDO OLIVEIRA SILVA3

1Professor, Pesquisador CNPq, Departamento de Zootecnia. Universidade Federal de Lavras- UFLA. CEP:37200-000. E-mail: fialho@ufla.br (autor para correspondência).

2Professor, Pesquisador CNPq, Departamento de Zootecnia. Universidade Federal de Lavras - UFLA. CEP:37200-000. 3Doutorando, Departamento de Zootecnia. Universidade Federal de Lavras - UFLA. CEP:37200-000.

Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.1, n.1, p.105-111, 2002

RESUMO- Foram conduzidos dois experimentos, no setor de Suinocultura do

Departamen-to de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), para verificar a influência da substituição do milho por grão de sorgo sem tanino, para suínos em crescimento. O primeiro experimento (ensaio de metabolismo) teve como objetivo determinar o balanço de nitrogênio, coeficiente de digestibilidade da proteína bruta (CDPB), energia digestível (ED) e energia metabolizável (EM) das rações experimentais nas quais o sorgo substituiu o milho nos níveis de 0, 33, 66 e 100%. No segundo experimento, foi verificada a influência dos níveis de subs-tituição sobre o desempenho dos animais. Os suínos utilizados nos dois experimentos eram mestiços (Landrace x Large White). O ensaio de metabolismo foi realizado em dois períodos, tendo sido utilizados 24 suínos machos castrados, com peso médio de 12,50 kg (±0,70). Utilizou-se a metodologia de coleta total de fezes e o óxido férrico como marcador fecal e cada período experimental teve a duração de 12 dias, sendo sete dias de adaptação e cinco dias de coleta de fezes e urina. O segundo experimento teve por objetivo verificar a influência da substituição do milho por grão de sorgo sobre o desempenho de leitões. Foram utilizados 96 suínos, com peso inicial de 9,40 kg (±0,86) e 35 dias de idade, distribuídos em um deline-amento em blocos casualizados, quatro tratdeline-amentos e seis repetições. O período experimental foi de 30 dias e os tratamentos testados foram os mesmos do ensaio de metabolismo. Não houve efeito ( P>0,01) dos níveis crescentes de sorgo sobre a retenção de nitrogênio (RN), coeficiente de digestibilidade da proteína bruta (CDPB), energia digestível (ED) e energia metabolizável (EM). Os dados de consumo médio diário de ração (CMDR), ganho de peso médio diário (GPMD) e conversão alimentar (CA) não apresentaram diferenças (P>0,05) para nenhuma das rações testadas. Conclui-se que o sorgo pode substituir o milho até o nível de 100% em rações de leitões em recria (10 aos 30 kg), sem prejudicar a digestibilidade dos nutrientes e o desempenho dos animais.

Palavras-chave: retenção, nitrogênio, energia digestível, metabolizável.

CORN SUBSTITUTION BY SORGHUM WITHOUT TANNIN IN PIGLET RATIONS: NUTRIENT DIGESTIBILITY AND ANIMAL PERFORMANCE

ABSTRACT- Two experiments were conducted at the Swine Sector of the Animal Science

Department at the Universidade Federal de Lavras (UFLA), in order to determine the effect of corn substitution by grain sorghum without tannin on 10 to 30 kg piglets performance. The first one ( the metabolism assay) aimed at determining the nitrogen retention, the digestibility coefficient

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of crude protein (DCCP), the digestible energy (DE) and the metabolizable energy (ME) of experimental rations in which corn was substituted by grain sorghum at levels 0, 33, 66 and 100%. The metabolism essay was carried out in two periods using twenty-four piglets (Landrace x Large White) with the initial weight of 12.50 kg (± 0,70). It was utilized the total feces collection method and ferric oxide as a fecal marker, and each experimental period lasted 12 days , being seven days for adaptation and five to feces and urine colection. The pigs were kept in a metabolism cage. In the second experiment ( the performance essay), there were utilized ninety-six piglets weaned at 35 days , (Landrace x Large White) with initial weight of 9.4 kg (± 0.86) distributed in a randomized block design with four treatments and six replicates. The experimental period was 30 days long . The treatments were the same as described for the metabolism assay. The data showed no significant effects (P>0.01) on the nitrogen retention (NR), coefficient of digestibility of crude protein (CDCP), digestible energy (DE) or metabolizable energy (ME). The data on feed intake, weight gain feed conversion showed no difference either (P>0.01), among all rations tested. According to the results, corn should replaced by grain sorghum without tannin up to 100% in 10 to 30 kg piglet rations with no influence on nutrients digestibility and piglet performance.

Key words: metabolism assay, pigs, sorghum, performance

O milho participa em até 80% da composi-ção das dietas de suínos, como o principal compo-nente energético das rações, embora também seja uma importante fonte de aminoácidos. É o ingredi-ente mais importante utilizado no preparo de alimento para animais, no Brasil, uma vez que cerca de 69% do total de produção é destinado para esse fim (Anfar/Sindirações, 2001). Outros alimentos alter-nativos ao uso do milho vêm sendo estudados, já que a crescente utilização desse cereal na alimenta-ção animal estabelece uma competialimenta-ção com o ho-mem, diminuindo a oferta de grãos disponíveis para alimentação humana. A cultura do sorgo, no Brasil, que era inexpressiva até 1970, cresceu significativa-mente desde então. Na safra de 1999/2000, a pro-dução alcançou mais de um milhão de toneladas e esse número coloca o País entre os dez maiores produtores mundiais. No mundo, o sorgo se carac-teriza por ser o quinto cereal mais cultivado, com uma produção total de mais de 60 milhões de tone-ladas FAO (2000), que representa cerca de 10% da produção de milho. Em termos de economia, o custo de produção do sorgo é, em média, 20%

menor do que o do milho, enquanto que seu valor biológico alcança pelo menos 95% do desse cereal. O sorgo representa uma alternativa impor-tante para auxiliar o abastecimento do mercado de grãos e, por suas características nutricionais, tem sido pesquisado como ingrediente energético alternativo ao milho. Geralmente apresenta preço inferior, sen-do ainda mais vantajoso seu cultivo em regiões de solos arenosos e clima seco, onde apresenta me-lhor rendimento de nutriente por unidade de área (Scheuermann, 1998). No pericarpo dos grãos de sorgo, ocorre a presença de substâncias polifenóicas, de peso molecular variando de 500 a 3.000, deno-minadas taninos (Jansman, 1993). Um teor elevado de taninos, por um lado, diminui os prejuízos cau-sados pelos pássaros à cultura, devido ao sabor adstringente, mas, por outro lado, torna as rações menos palatáveis e nutritivas, interferindo no meta-bolismo dos carboidratos e proteínas (Fialho & Bar-bosa, 1997). Atualmente, existe uma tendência de considerar o sorgo com ou sem tanino e não mais com alto, médio e baixo tanino (Kemm & Brand, 1996), uma vez que o tanino é um caráter controla-do por controla-dois pares de genes (caráter qualitativo) e

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dominante (Scheuermann 1998), sendo que, na prá-tica, o cultivo com tanino está bastante reduzido, restringindo-se a algumas regiões. O sorgo apresenta um teor de proteína em torno de 8 a 9%, geralmente um pouco superior ao milho; entretanto, a proteína e amido presentes no endosperma do grão de sorgo estão ligadas às prolaminas (kafirinas), o que expli-ca a menor digestibilidade relativa dos nutrientes nesse cereal. Neste trabalho, verificou-se o efeito da substituição do milho pelo sorgo sobre o desem-penho e a digestibilidade em suínos na fase de cre-che (10 aos 30 kg).

Material e Métodos

No setor de suinocultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), foram conduzidos dois experimentos, sendo um ensaio de metabolismo e um de desempenho. O primeiro experimento (ensaio de metabolismo) teve como objetivo determinar o balanço de nitrogênio, coeficiente de digestibilidade da proteína bruta (CDPB), energia digestível (ED) e energia metabo-lizável (EM) das rações experimentais nas quais o sorgo substituiu o milho nos níveis de 0, 33, 66 e 100%. O milho utilizado neste trabalho foi um híbri-do duplo comercial, ciclo normal, amarelo dentahíbri-do, e o sorgo também comercial, grão de coloração cas-tanha, sem tanino e recomendado para fabricação de ração animal. Em ambos os experimentos, foram utilizados suínos mestiços (Large White x Landrace) e as rações experimentais foram isonutritivas, fare-ladas, formuladas à base de milho e farelo de soja e suplementadas com vitaminas e minerais, para aten-der às recomendações do NRC (1988), conside-rando as exigências nutricionais dos suínos em cres-cimento (Tabela 1).

Experimento 1 – Ensaio de Metabolismo

A digestibilidade dos nutrientes, valores energéticos e balanço de nitrogênio das rações con-tendo níveis crescentes de sorgo foram determina-dos a partir de ensaio conduzido com suínos com

pesos médios de 12,50 kg (±0,7). O ensaio foi divi-dido em duas fases ou períodos, sendo utilizados, em cada um, 12 suínos machos castrados, mantidos em gaiolas de metabolismo semelhantes às descritas por Pekas (1968). As gaiolas estavam localizadas em salas equipadas com ar condicionado, permitin-do o controle parcial da temperatura interna da sala. Cada ensaio teve a duração de 12 dias, sendo sete dias destinados à adaptação dos animais às gaiolas, rações experimentais e ajuste do consumo voluntá-rio. Os cinco dias restantes foram utilizados para a coleta de fezes e urina.

TABELA 1. Composição centesimal das rações

experimentais.

1Suplemento,vitamínico-mineral contendo, por kg do produto: Vitamina A, 8.000.000 UI; vitamina D3, 1.200.000 UI; vitamina E, 20.000mg; vitamina K3, 2.500mg; vitamina B1,1000mg; Riboflavina (B2), 4000mg; Piridoxina (B6), 2.000mg; vitamina B12; 20.000mcg; Niacina 25.000mg; Ácido Pantotênico, 10.000mg; Ácido Fólico, 600mg; Biotina, 50mg; Vitamina C, 50.000mg; Antioxidante, 125mg; Selênio, 500 mg; Ferro, 70.000 mg; Cobre, 20.000 mg; Manganês, 40.000mg; Zinco, 80.000mg; Iodo, 800mg; Cobalto, 500.

2Composição química analisada dos alimentos: Milho = 8,5% PB e 3450 kcal/kg ED; Farelo de soja = 45,5% PB e 3480 kcal/kg ED; Sorgo = 9,80% PB e 3430 kcal/kg ED; Fosfato bicálcico = 24,4% de Ca e 18,3% de P; Calcário = 38,4 % de Ca.

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O óxido férrico (Fe2O3) foi utilizado com marcador fecal, a fim de determinar o início e o final do período de coleta de fezes e urina. As rações foram fornecidas às 8 e 16 h, sendo a quantidade total diária estabelecida com base no peso metabó-lico (PV0,75). A quantidade de ração foi ajustada pelo

consumo do animal de menor ingestão, observado durante o período de adaptação, permitindo a to-dos os animais o consumo de quantidades iguais de nutrientes por peso metabólico. As fezes foram coletadas diariamente e acondicionadas em sacos de plástico mantidos em congelador (-10º C). Pos-teriormente, uma amostra de 20% foi secada em estufa de ventilação forçada (55º C) e moída, para análise de matéria seca e energia bruta, segundo metodologia descrita por Silva (1990). A urina foi coletada diariamente, com o auxílio de um balde de plástico com filtro, contendo 20 ml de ácido clorí-drico (HCL) 1:1, para evitar a proliferação bacteriana e possíveis perdas de nitrogênio. Uma alíquota de 20% foi retirada diariamente e congelada a -10º C, para análise de energia e nitrogênio. Os teores de energia bruta e o coeficiente das rações, fezes e uri-na foram determiuri-nados por meio de bomba calorimétrica. Os demais procedimentos metodoló-gicos foram realizados de acordo com o descrito por Fialho et al. (1979).

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados e cada ensaio foi constituí-do de quatro tratamentos, três repetições, senconstituí-do a unidade experimental representada por um animal (gaiola de metabolismo). Para analisar os resultados deste experimento, utilizou-se o seguinte modelo estatístico:

Yijkl = µ µ µ + Tµ µ i + Ej +

e

jk

em que:

Yijkl = observação no animal do l, submetido ao

tratamento i, no bloco k; µµµµµ = média geral;

Ti = efeito do tratamento i, sendo i = 1, 2, 3, 4;

Eij = efeito do bloco k, sendo k =1, 2;

e

ijk = erro experimental associado a cada observa-ção.

Experimento 2 – Ensaio de Desempenho

Foram utilizados 96 suínos mestiços, com peso médio inicial de 9,40kg (±0,86) e 35 dias de idade, distribuídos em um delineamento em blocos casualizados, quatro tratamentos e seis repetições, sendo a unidade experimental representada por qua-tro animais (dois machos e duas fêmeas) e o peso inicial, o critério utilizado para a formação dos blo-cos. O período experimental teve a duração de 30 dias e os animais foram alojados em galpão de cre-che, com baias suspensas a 0,60 m de altura, me-dindo 2,00 x 1,50 m, com piso ripado pré-molda-do, equipadas com comedouro semi-automático e bebedouro tipo chupeta, ambiente semi controlado com lâmpadas infravermelho de 200 watts e venti-ladores. As rações e água foram fornecidas à von-tade e os tratamentos foram os mesmos usados no ensaio metabólico (Tabela1). Ao final do experi-mento, pesaram-se os animais e computou-se o con-sumo de ração de cada unidade experimental. O modelo estatístico adotado para análise dos dados foi:

Yijk = µµµµµ+Ti +Bj +

e

ijk em que:

Yijk = valor observado no animal k, submetido ao

tratamento i, no bloco j; µµµµµ = media geral;

Ti = efeito do tratamento i, sendo i = 1, 2, 3,4;

Bj = efeito devido ao bloco j, sendo j = 1,2,3,4,5 e 6;

e

ijk= erro experimental.

As variáveis analisadas foram ganho de peso médio diário (GPMD), consumo médio diário de ração (CMDR) e conversão alimentar (CA). Para as análises estatísticas, utilizou-se o pacote compu-tacional SAS (1992).

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Resultados e Discussão

A composição proximal e valores energéti-cos do sorgo, milho e farelo de soja e composição química dos demais ingredientes usados nas formu-lações das rações experimentais estão apresenta-dos na Tabela 2. O sorgo utilizado apresentou um teor de polifenóis menor que 0,8 %, tendo sido quantificado pelo método de Azul da Prússia, con-forme metodologia descrita por Magalhães et al. (1997), o que caracteriza uma variedade sem tani-no. Verificou-se, ainda, que o sorgo apresentou teor de proteína bruta de 1,3 ponto percentual superior ao do milho (9,8 x 8,55 PB). O valor de proteína analisado foi maior que o encontrado em tabelas de composição de ingredientes, tais como, EMBRAPA/ CNPSA (1991); NRC (1998) e Rostagno (2000). Contudo, o conteúdo de nitrogênio dos grãos é in-fluenciado pelas condições de cultivo, umidade do solo, nitrogênio do solo, entre outros fatores (Fuller et al., 1979). A cultivar também é uma importante fonte de variação no valor da proteína bruta dos grãos e, segundo Subramaniam et al. (1990), a proteína do sorgo pode variar de 6,8 a 19,6%, dependendo da cultivar. Para os demais valores de composição química e energia digestível (ED), as diferenças fo-ram pequenas. Fialho et al. (1979) comparafo-ram detalhadamente a composição química e a digestibilidade da proteína do milho e sorgo e con-cluíram que os componentes nutricionais desses ce-reais foram muito similares, exceto o teor de umida-de e extrato etéreo, que foram menores no sorgo.

Experimento 1- Ensaio de Metabolismo

Na Tabela 3 estão os dados de retenção de nitrogênio (RN), coeficiente de digestibilidade da proteína bruta (CDPB), energia digestível (ED) e energia metabolizável (EM) das rações com níveis crescentes de sorgo. Os resultados observados no presente experimento foram semelhantes aos en-contrados por Lin et al. (1987), que não verificaram

TABELA 2. Composição proximal e valores

energéticos do sorgo, milho, farelo de soja e com-posição química dos ingredientes.

1Valores segundo análises realizadas no Laboratório de Nutrição Animal do DZO/UFLA.

2Valores médios obtidos através de ensaios metabó-licos no DZO/UFLA.

3Valores segundo EMBRAPA – 1991.

diferenças entre a digestibilidade aparente da maté-ria seca, energia bruta, amido, proteína bruta e a energia digestível e metabolizável do milho e sorgo. Ainda no mesmo estudo, Lin et al. (1987) constata-ram que existem pequenas diferenças na digestibilidade ileal aparente dos aminoácidos essencias do milho e sorgo. A digestibilidade da arginina e histidina foi maior no milho, enquanto o sorgo apresentou maior triptofano digestível. Ape-sar de não quantificados no presente experimento, tais resultados corroboram a idéia de que existem relativamente poucas diferenças entre o milho e sorgo, quando considerado o uso na alimentação de suínos.

Considerando que a substituição do milho pelo sorgo foi isométrica (peso:peso) e que não fo-ram verificadas diferenças no conteúdo de PB ou no CDPB das rações (P>0,05), pode-se afirmar que o consumo de proteína digestível entre os tratamen-tos foi semelhante.

Tais resultados, associados com a inexistência de diferenças na RN (P>0,05), indicam que a qualidade da proteína do sorgo usado neste experimento foi similar à do milho. Em outras pala-vras, espera-se que uma ração à base de sorgo e

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farelo de soja, com 18% de proteína bruta, atenda as exigências de suínos (10-30 kg), com médio po-tencial de deposição de carne magra, da mesma for-ma que ufor-ma ração de milho e farelo-de-soja, tam-bém com 18% de proteína bruta. A substituição de milho por sorgo não alterou os valores de energia digestível e metabolizável das rações experimentais, independente do teor de inclusão de sorgo. Estes resultados eram esperados, pois, apesar de o tanino interferir negativamente na utilização da energia das rações (Fialho e Barbosa, 1997), a análise laboratorial realizada evidencia que o sorgo usado no presente experimento não continha tanino.

base de sorgo ou milho. Da mesma forma, Dean et al (2000), usando um total de 180 suínos com peso médio inicial de 6,1 kg, avaliaram o efeito de dife-rentes híbridos de sorgo e compararam com o mi-lho. Com base nos dados de desempenho, os auto-res concluíram que os valoauto-res nutricionais dos vári-os híbridvári-os de sorgo testadvári-os foram semelhantes avári-os do milho.

Conclusões

O desempenho dos animais quanto aos parâmetros de ganho médio diário de peso, consu-mo diário médio de ração e conversão alimentar não foi afetado pela substituição do milho pelo sorgo.

Os coeficientes de digestibilidade das ra-ções baseadas em milho e sorgo foram semelhan-tes.

O sorgo comercial sem tanino pode substi-tuir totalmente o milho comercial em rações para suínos dos 10 aos 30 kg de peso vivo sem prejuízo ao desempenho dos animais.

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TABELA 3. Dados de desempenho e valores de

digestibilidade dos nutrientes das rações dos leitões dos 10 aos 30 kg, contendo diferentes níveis de subs-tituição do milho pelo sorgo1.

1Valores médios não diferiram estatisticamente pelo teste de Newman Keuls (P > 0,05).

2Coeficiente de variação.

3Dados expressos na base da matéria seca.

Experimento 2- Ensaio de Desempenho

Os dados de consumo médio diário de ra-ção (CMDR), ganho de peso médio diário (GPMD) e conversão alimentar (CA) estão na Tabela 3. Ve-rifica-se que não foram observadas diferenças (P>0,05) para nenhuma das rações testadas. Re-sultados semelhantes foram obtidos por Rantanen et al. (1996), que não detectaram diferenças no de-sempenho de suínos desmamados aos 17 dias (3,9 a 19,7 kg de peso vivo) e alimentados com rações à

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TABELA 1. Composição centesimal das rações experimentais.
TABELA 2. Composição proximal e valores energéticos do sorgo, milho, farelo de soja e  com-posição química dos ingredientes.

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