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Custo De Transação E Medidas Não-Tarifárias No Mercado De Carne Bovina: Uma Discussão

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Revista da AMDE – ANO: 2016 – VOL. 16

Custo De Transação E Medidas Não-Tarifárias No

Mercado De Carne Bovina:

Uma Discussão

Nathalia Sbarai

1. INTRODUÇÃO

A questão das medidas não-tarifárias (MNTs) é discutida pela primeira vez nas negociações da Rodada Tóquio (1973-1979), ainda no contexto do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT, sigla em inglês), sendo que por MNTs entende-se uma ampla e heterogênea gama de intervenções políticas, que não sejam tarifas e que afetem

Neste artigo, analisou-se conjuntamente a questão da imposição de medidas não-tarifárias e dos custos de transação. Buscou-se especificamente verificar através de um exame da literatura existente se existe uma relação entre os dois conceitos: as medidas não-tarifárias geram ou combatem custos de transação? E pôde-se perceber que elas podem tanto criá-los quanto reduzi-los, dependendo da estrutura de mercado e do nível de incerteza observado. Além disso, identificou-se que, embora a economia dos custos de transação busque sempre reduzi-los, existem casos, em que sua redução pode incorrer em outros custos decorrentes da perda da proteção fornecida pelas medidas não-tarifárias, de modo que o motivo que levou à imposição dessas medidas não pode ser ignorado. Palavras-chave: Custos de transação. Medidas não-tarifárias.

Resumo

In this article, we analyzed jointly the imposition of non-tariff and the transaction costs. We check specifically, through an examination of the existing literature, whether there is a relationship between the two concepts: the non-tariff measures generate transaction costs or fight them? And we were able to see that these measures can both create them as lower them, depending on the market structure and the level of uncertainty observed. Furthermore, we found that, although the economy of transaction costs always seek to reduce these costs, there are cases in which a reduction may incur other costs arising from the loss of the protection provided by non-tariff measures. Thus the imposition of these measures can not be ignored.

Key-words: Transaction costs. Non-tariff measures.

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e distorçam o comércio de bens, serviços e fatores de produção1 (BEGHIN, 2006).

Cria-se, nesse contexto da Rodada, o Standards Code que regula a aplicação dessas medidas, a fim de garantir que regulamentações, padrões, procedimentos de teste e de certificação não criem obstáculos desnecessários ao comércio. No entanto, Lima e Barral (2007) afirmam que esse Código mostra-se limitado quanto a requisitos para os produtos agrícolas, de modo que há a necessidade de criação de um acordo específico para tratar de questões sanitárias e fitossanitárias. Essa demanda é atendida juntamente com a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), em 1995, quando são firmados o Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT) e o Acordo sobre a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS), em substituição ao Standards Code.

Esses acordos apresentam grande destaque no contexto atual do comércio internacional, uma vez que, com a restrição ao uso de quotas e a limitação do uso de medidas tarifárias acordadas na Rodada Uruguai, verifica-se um aumento da utilização de MNTs, sendo adotadas com maior freqüência medidas técnicas e sanitárias. Segundo a UNCTAD2 (2005), a incidência no uso de medidas tarifárias passa de 5,8% do total de

linhas tarifárias em 1994, para 0,3% em 2004; enquanto a utilização de medidas de controle de quantidades (quotas) também se reduz de 49,2% do total, em 1994, para 34,8%, em 2004. Por outro lado, a imposição de medidas técnicas aumenta de 31,9%, em 1994, para 58,5% das linhas tarifárias, em 2004, ampliando-se as exigências impostas a países exportadores.

A imposição de medidas técnicas e sanitárias acarreta impactos sobre o comércio, independentemente de ter o objetivo de proteger o mercado ou de corrigir ineficiências e pode gerar choques também na estrutura produtiva dos bens afetados. Dentre uma possível mudança na estrutura produtiva, pode-se incluir a questão dos custos de transação que podem ser criados ou eliminados, dependendo da medida imposta.

1 Essa definição pode variar de acordo com diferentes autores. Beghin e Bureau (2001) apresentam uma

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Os custos de transação são os custos para “fazer o sistema funcionar” e inclui custos ex-ante (elaboração e negociação de contratos) e custos ex-post como monitoramento e fiscalização de acordos (RINDFLEISCH; HEIDE, 1997). E, segundo Holleran, Bredahl e Zaibet (1999), exigências sobre qualidade ou segurança alimentar (que estão englobadas nas medidas técnicas e sanitárias – nota da autora) afetam o custo de se efetuar as transações, tendo o potencial de reduzir custos de transação, pois fornecem ao comprador garantias com relação ao produto, mas também podem se tornar barreiras comerciais. No entanto, essa afirmação sobre a redução pode ser discutida, visto que os mesmos autores afirmam também que tais custos são afetados, e podem muitas vezes ser aumentados, por regulamentos de segurança alimentar e lei de responsabilidade do produto, que normalmente surgem como MNTs, e também por requisitos dos clientes.

Mais além, os efeitos potenciais de inibição do comércio dessas regulamentações constituem-se em um desafio principalmente para os países em desenvolvimento que buscam aumentar a produção para mercados de exportação (MASKUS; WILSON, 2001). Assim, as exigências relativas ao acesso de produtos importados, como aspectos sanitários, rastreabilidade e outras questões, como as ambientais, afetam os fluxos comerciais do Brasil (MIRANDA; BARROS, 2009), de modo que estudar os custos, especificamente os custos de transação, gerados ou eliminados, tem grande relevância. Dentre os produtos mais afetados por esses tipos de medidas, destacam-se as carnes. De fato, Kassum e Morgan (2002) afirmam que os produtos de origem animal respondem por uma parte importante das notificações do Acordo SPS à OMC, tendo representado uma média de 31% do total de medidas sanitárias impostas no período entre 1995 e 2001, com quase metade dessas notificações originando-se nos EUA, Nova Zelândia, México, Comunidade Européia, Chile e Canadá, todos relevantes no mercado mundial da carne.

Diante do exposto, devido às restrições impostas aos produtos agropecuários brasileiros e, particularmente, à carne bovina, e da importância da discussão sobre os

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custos de transação, tem-se como objetivo analisar a relação entre imposição de medidas não-tarifárias e o surgimento ou redução de custos de transação. Para isso, realiza-se uma revisão de literatura que engloba o assunto analisado, tanto do ponto de vista da Economia Internacional quanto da Organização Industrial. Destaca-se que, em geral, essas áreas de estudo têm apresentado resultados e discussões diversas para a mesma questão, e, acredita-se que, embora haja essa divergência, a utilização das duas teorias na análise poderia acrescentar relevantes elementos à questão.

Este artigo apresenta 4 seções, além desta introdução. Na próxima, apresenta-se uma revisão da literatura sobre o mercado que exemplifica a discussão (carne bovina) e as MNTs. Na seção 3, é explicitada a teoria envolvendo os custos de transação. Na seguinte, apresenta-se uma discussão sobre os conceitos discutidos e suas relações entre si, que são os resultados deste artigo. E, por fim, a última seção destaca as conclusões do trabalho.

2. REVISÃO DE LITERATURA

A produção mundial de carne bovina correspondeu, em 2011, a aproximadamente 22,8 milhões de toneladas em peso líquido, segundo o USDA. Até o ano de 2004, o Brasil ocupava a terceira posição no âmbito mundial, e a partir de 2005 passou a ser o segundo maior produtor mundial de carne bovina, ultrapassando a União Europeia (UE), destacado parceiro do Brasil no comércio desse bem: em 2001, a UE foi destino de 34% do volume total das exportações brasileiras de carne bovina, e em 2011, passa a responder por apenas 5,91% (MDIC).

Apesar da redução da importância relativa desse fluxo bilateral, a UE ainda representa um importante mercado importador dos produtos brasileiros, e que se caracteriza pela imposição de uma série de exigências (normalmente medidas técnicas ou sanitárias) com relação a esses produtos, que visam garantir a segurança do alimento e prevenir a disseminação de doenças animais, como a febre aftosa, no rebanho europeu. De fato, a UE proíbe a importação de carne com osso do Brasil, afirmando que os ossos poderiam propagar a aftosa. Diante disso, em 2011, o Brasil exportou apenas carne

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desossada, fresca ou refrigerada, e congelada, que corresponderam, respectivamente, nesse ano, a 38,97% e 61,03% do total brasileiro exportado para a UE.

Deve-se esclarecer, nesse ponto, que apesar de serem tratadas em conjunto neste artigo, existem diferenças significativas entre as medidas técnicas e as sanitárias, especialmente no que diz respeito à sua aplicação. As medidas técnicas, que consistem em requisitos usados para aplicar padrões diversos referentes a questões de saúde e segurança sobre bens de países exportadores (LAIRD, 1997), podem aplicar-se a todos os produtos, inclusive industriais e agropecuários, e podem variar entre os países, de modo que a existência de diversas regulamentações cria dificuldades aos produtores e exportadores. Essas regulamentações incluem, por exemplo, exigências de inspeção de commodities, rotulagem e registro de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), exigências de qualidade e segurança na produção agrícola.

Já as medidas sanitárias e fitossanitárias são mais específicas e objetivam impedir a disseminação de pragas e doenças e garantir segurança do alimento para os consumidores, mas também podem funcionar com o intuito de restringir o comércio (MASKUS; WILSON; OTSUKI, 2000). Essas medidas abrangem, por exemplo, determinação de práticas de proteção contra doenças que possam contaminar o mercado doméstico, regulamentos de inspeção de produtos, controle sobre o uso de aditivos de alimentos.

É importante destacar, ainda, que esse setor, assim como a maioria dos setores agrícolas, apresenta no geral bens homogêneos, ou seja, há baixa diferenciação do produto. Seguindo a economia dos custos de transação poder-se-ia dizer que há baixa especificidade de ativos, de forma que se espera que, no geral, os custos de transação seriam pouco significativos. No entanto, ressalta-se que um manejo adequado durante todo o processo de criação reflete-se na qualidade da carne, de forma que mesmo que por meio de características pouco identificáveis, promove-se a diferenciação do produto (OLIVEIRA; BORTOLI; BARCELLOS, 2008). É nesse contexto de diferenciação do produto por características pouco observáveis, que surge a necessidade de impor certificações, que comprovem essa diferenciação, pois, caso contrário, o consumidor poderia ser ludibriado por agentes oportunistas (esse conceito será discutido adiante).

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Diante dessa questão, apresentam-se as MNTs impostas pela União Europeia como exemplificação para a discussão sobre essas medidas e custos de transação. Schlueter e Wieck (2009) afirmam que a UE é a maior responsável pela imposição de medidas sanitárias no comércio de carne bovina dentre os 10 maiores importadores analisados em seu estudo, entre 1996 e 2007, sendo seguida pelos Estados Unidos e China. As medidas sanitárias impostas pela UE como regulamentos para os países-membros, mas que se estendem a todos os países que comercializam com o Bloco, referem-se principalmente a níveis toleráveis de resíduos de produtos veterinários na carne bovina e seus derivados e subprodutos e a medidas preventivas de doenças e pragas. Kassum e Morgan (2002) identificam que, de 1995 a 2001, 60% do total de notificações ao SPS tinham como objetivo garantir a saúde animal, e grande parte delas era relacionada à doença da vaca-louca e à febre aftosa.

No comércio com a UE observa-se, com relação aos produtos animais, a imposição de algumas exigências específicas a fim de garantir a segurança do alimento, dentre as quais se ressalta a rastreabilidade que exige que os animais sejam identificados. Essa identificação permite conhecer o histórico de alimentação e de saúde desses, além de sua origem e seu trajeto até o abate; assim, a legislação exige que a carne bovina seja rotulada, de modo a prover informações sobre a identificação do animal, o matadouro e as instalações de corte (ASHMEAD, 2008), que podem orientar o consumidor no processo de busca pelo produto.

Adicionalmente, observam-se exigências de controle do uso de fertilizantes, produtos veterinários e insumos para produção agrícola, exigindo que os produtores mantenham registros desses insumos. Um exemplo é a European Council Regulation 2.377/90 estabelecendo níveis máximos de resíduo de medicamentos veterinários contidos na alimentação animal (ASHMEAD, 2008).

Além disso, a Diretiva Comunitária no 46 de 1992 exige que praticamente todos os produtos de origem animal importados pela UE sejam provenientes de estabelecimentos habilitados pela Comissão Européia; no entanto, esse processo de habilitação é lento, criando barreiras à exportação de carnes por novos estabelecimentos (MDIC, 2001?). Complementarmente, a Diretiva da União Européia ECC 92/116,

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referente a todos os tipos de carne e seus derivados, exige a inspeção dos animais antes, durante e depois do abate, considerando os padrões exigidos de higiene, sanidade, processo, entre outras exigências (CUNHA FILHO, 2006).

Mais recentemente, em 2000, novos regulamentos europeus foram estabelecidos, com alto potencial de afetar os fornecedores brasileiros de carne. O regulamento CE no 1760, modificado posteriormente pelo regulamento CE no 1825/2000, estabelece que os animais devem ser individualmente identificados através de marcadores auriculares em ambas as orelhas, determina a implantação de uma base de dados informatizada nacional e implanta o sistema de rotulagem da carne, com informações sobre a carne e o local de origem e de abate do animal (PITELLI, 2004). Estes regulamentos tiveram desdobramentos importantes para a definição do sistema de rastreabilidade bovina no Brasil.

Além das exigências de rastreabilidade, observa-se ainda o aumento de requisitos sociais, que refletem a preocupação dos consumidores com questões sociais e levam-nos a preferir animais que sejam tratados com cuidado e de maneira a causar um menor impacto sobre o meio ambiente (ASHMEAD, 2008).

Assim, conclui-se que a carne bovina é alvo de um conjunto amplo de regulamentações técnicas e sanitárias, referentes à saúde animal, uso de produtos veterinários, rastreabilidade, bem-estar social e animal, entre outras, que criam um ambiente de complexidade regulatória. Marcado por normas e regulamentos, além de preferências de consumidores, que variam significativamente entre países, esse ambiente acaba por afetar os fluxos internacionais do produto analisado, podendo restringi-lo em casos em que os custos de adequação são elevados, e criando uma diferenciação do produto, conforme afirmado por Oliveira, Bortoli e Barcellos (2008).

Maskus e Wilson (2001) afirmam que regulamentações técnicas3 impostas

3 Nesse contexto, embora seja utilizado o termo “regulamentações técnicas”, as afirmações apresentadas

aplicam-se também aos regulamentos sanitários, que, inclusive, antes de 1995, eram compreendidos como uma categoria dos regulamentos técnicos.

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sobre produtos comercializados afetam os padrões de comércio vigentes, a habilidade de os produtores entrarem em novos mercados e os custos ao consumidor. Os impactos de regulamentos técnicos ocorrem indiretamente, comumente via aumento de custos de cumprimento da exigência para o produtor, mas também afetando decisões de consumo e, indiretamente, o volume das importações realizadas por certo país (FARIA, 2009). No entanto, Maskus e Wilson (2001) enfatizam que existe pouca evidência empírica referente ao o impacto de regulamentos técnicos sobre o comércio. Essa constatação foi confirmada por meio da revisão de literatura realizada neste trabalho.

Tarifas e quotas elevam os custos aos consumidores, alocam os recursos de forma ineficiente e resguardam o poder de mercado das empresas nacionais no âmbito doméstico, o que é comprovado por diversos estudos que afirmam que a sua eliminação ou redução gera um benefício mútuo aos países envolvidos (MASKUS; WILSON, 2001). Contudo, segundo os autores, com relação às medidas técnicas (e sanitárias – nota da autora), cujos objetivos são importantes à comunidade em geral, como garantir a saúde pública ou proteção ambiental, sua eliminação poderia gerar perdas sociais maiores que os possíveis ganhos de eficiência econômica.

Além disso, regulamentações de segurança e qualidade de produto podem resolver problemas de informação imperfeita. Nesse contexto, essas regulamentações poderiam aumentar a demanda efetiva, por aliviar as preocupações dos consumidores com relação à qualidade do produto (THILMANY; BARRETT, 1997). Adicionalmente, exigências sobre qualidade ou segurança alimentar, ao reduzir ou eliminar problemas de informação imperfeita, afetam o custo de se efetuar as transações, tendo o potencial de reduzir custos de transação, pois fornecem ao comprador garantias com relação ao produto, mas também podem se tornar barreiras comerciais (HOLLERAN; BREDAHL; ZAIBET,1999). A seguir apresenta-se uma discussão mais ampla sobre custos de transação.

3. FERRAMENTAL TEÓRICO

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desenvolvimento da Teoria dos Custos de Transação, introduzida com os estudos de Ronald Coase e aprofundada por Oliver Williamson. Até a publicação do artigo pioneiro de Ronald Coase em 1937, “The Nature of the Firm”, a teoria econômica tratava em detalhe apenas dos custos de produção, embora a existência dos custos envolvidos no ato de vender e de comprar (custos de transação) fosse reconhecida (POHLMANN et. al, 2004). O artigo do Coase (1937) iniciou, assim, o estudo das condições sob as quais os custos de transação deixam de ser desprezíveis e passam a ser um elemento importante nas decisões dos agentes econômicos, contribuindo para determinar a forma pela qual são alocados os recursos na economia (POHLMANN et. al, 2004).

Arrow (1969 apud Williamson, 1985) define os custos de transação como “custos de funcionamento do sistema econômico”. Williamson (1985) destaca que esses custos devem ser diferenciados dos custos de produção, que é a categoria de custos com a qual a análise neoclássica está preocupada. De acordo com Pohlmann et. al (2004) o objetivo central da contribuição de Williamson (1985) é entender as origens e funções das diversas estruturas de empresas e do mercado, e como essas instituições (mercados, firmas e contratos) lidam com os problemas relacionados à transação, visto que a utilização do mecanismo de mercado gera custos.

A economia dos custos de transação adota, segundo Williamson (1989), uma abordagem contratual para o estudo da organização da economia, e essa organização tem como função de destaque a redução dos custos de transação (POHLMANN et al., 2004). É importante ressaltar, neste ponto, que “transação” é entendida como a transferência de bens e/ou serviços entre agentes que estão separados por etapas de produção distintas, estando associados a ela custos de planejamento, adaptação e monitoramento (POHLMANN et al., 2004). Ainda de acordo com Williamson (1989), as principais dimensões em que essa teoria depende atualmente para descrever os custos de transação são: a frequência com que eles ocorrem, o grau e o tipo de incerteza envolvido, e a especificidade dos ativos. E, embora todos sejam relevantes, a maior parte das implicações da economia dos custos de transação recai no último, que se refere ao grau em que um ativo pode ser realocado para usos alternativos e por usuários alternativos sem sacrifício do valor produtivo. Isso tem uma relação com a noção de

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custo irrecuperável.

Segundo Pohlmann et al. (2004), a presença de diferentes instrumentos através dos quais se possa investir em custos irrecuperáveis pode influenciar, pesadamente, a estrutura de mercado, à medida que pode funcionar como uma barreira à entrada. Dessa forma, os autores ressaltam que mercados em que é possível a realização constante de investimentos em custos irrecuperáveis devem apresentar estruturas mais concentradas do que mercados em que a realização de investimentos irrecuperáveis é apenas ocasional.

Segundo Farina et al. (1997 apud POHLMANN et al., 2004), essa característica de especificidade do ativo associada ao pressuposto de oportunismo (apresentado logo adiante) e à incompletude dos contratos, torna o investimento nesses ativos sujeito a riscos e problemas de adaptação, que geram custos de transação. O principal problema associado à especificidade de ativos é que, uma vez que o investimento em um ativo específico tenha sido feito, comprador e vendedor passam a relacionar-se de maneira exclusiva ou quase exclusiva (POHLMANN et al., 2004). Dessa forma, de acordo com Fiani (2002 apud Pohlmann et al., 2004), a especificidade de ativos é uma condição necessária para que o risco associado a atitudes oportunistas seja significativo, pois, caso contrário, a própria rivalidade entre os agentes da transação (vendedores ou compradores), reduziria a possibilidade de comportamentos oportunistas.

Nesse contexto, Pohlmann et al. (2004) destacam que quanto maior a especificidade do ativo transacionado, menor vantagem o mercado oferece, enquanto os custos derivados de negociar, redigir, implementar e verificar a execução adequada das cláusulas contratuais (custos de transação) crescem. Da mesma forma, para um ativo com baixa especificidade, a soma dos custos de negociar, redigir e garantir a execução de um contrato deixa de ser expressiva, pois um ativo pouco específico não envolve complexidade e incerteza. Nesse caso, as transações ocorrem em grande número, o que significa que existem muitos vendedores e compradores no mercado, limitando, assim, as vantagens de qualquer uma das partes agir de forma oportunista, visto que sempre é possível encontrar outro fornecedor ou cliente para transacionar o ativo.

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transação adota duas pressuposições que diferem da teoria neoclássica: racionalidade limitada e oportunismo (WILLIAMSON, 1989). Essa última pressuposição está ligada à incerteza, citada anteriormente, visto que a existência de um comportamento oportunista torna imprevisível a identificação de possíveis desvios futuros de comportamento e dificulta a identificação de falsos sinais e informações por parte dos agentes envolvidos na transação (POHLMANN et al., 2004).

Rindfleish e Heide (1997) afirmam que existem dois tipos de custos de transação, o ex ante e o ex post. O primeiro são custos como os de elaboração e negociação de contratos e o último são custos de monitoramento e fiscalização de acordos. Para Hobbs (1997), os custos de transação podem ser divididos em três classificações principais: custos de informação, de negociação e de monitoramento ou aplicação. Esses custos de monitoramento surgem em diversas situações, mas no que diz respeito à imposição de MNTs, pode-se afirmar que as exigências de rastreabilidade, bastante comuns no mercado de carnes em geral, e especialmente no mercado de carne bovina, enquadram-se nesse tipo de custo.

Segundo Williamson (1985), esses custos são difíceis de serem quantificados, mas essa dificuldade é suavizada pelo fato de que os custos de transação são sempre avaliados de forma comparativa, na qual uma modalidade de contratação é comparada a outra. Deste modo, é a diferença entre os custos de transação ao invés de sua magnitude absoluta que importa; de acordo com Pohlmann et al. (2004), é da comparação entre os termos economias de escala e custos de transação que caberá a decisão final quanto à forma institucional mais adequada para a organização da transação: via mercado ou via estrutura hierárquica da empresa. E, ainda nesse contexto, a análise dos custos de transação é útil porque foca em como os compradores e vendedores protegem-se dos riscos de uma operação de troca (HOLLERAN; BREDAHL; ZAIBET, 1999).

Como conclusão, Williamson (1985) apresenta algumas proposições, dentre as quais se destaca a afirmação de que qualquer problema que possa ser apresentado direta ou indiretamente como um problema de contratação pode ser utilmente investigado em termos da economia de custos de transação. É, seguindo essa ideia, que se espera relacionar os custos de transação com as MNTs, especialmente medidas técnicas e

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sanitárias, pois essas nada mais são do que exigências que alteram as relações entre os agentes no mercado internacional, podendo afetar (gerar ou reduzir/eliminar) custos.

A importância de se estudar os custos de transação, que normalmente são desconsiderados na teoria, deve-se ao fato de que a redução desses poderia aumentar a eficiência do mercado. Para reduzir esses custos, os agentes alocam recursos e esforços para desenvolver e organizar um mercado, que facilita a troca, ao tornar mais fácil a execução de atividades de mudança contratual (SERIGATI, 2013). No entanto, o autor afirma que diferentes agentes, bens e transações vão exigir diferentes instituições em cada atividade de contratual de troca.

Nesse contexto, Nelson (1970 apud Serigati, 2013) divide os bens em duas categorias, bens de procura e bens de experiência. Se o comprador pode adquirir informação decisiva por inspeção a um custo acessível, esse bem será um bem de procura. Contudo, existem casos em que o processo de coleta de informações é tão caro e difícil, que é mais barato para o consumidor adquirir essa informação experimentando o produto, mesmo que isso seja possível apenas após a compra. Esses são os bens de experiência.

Nesse sentido, a dificuldade para adquirir as informações sobre a qualidade do bem tem implicações importantes sobre a forma como o mercado pode ser organizado. Se o preço de compra for baixo o suficiente, qualquer procedimento de procura moderadamente caro será descartado, ou seja, o procedimento pela experiência torna-se mais barato e, consequentemente, preferível. Nesse caso, a experiência dos demais compradores será considerada mais frequentemente na compra de bens de experiência do que dos de procura, isto é, a reputação é mais importante para o primeiro do que para o último.

4. DISCUSSÃO

As MNTs são exigências estabelecidas pelos países para os bens comercializados e, como dito anteriormente, podem divergir entre países, embora uma vez estabelecida uma exigência, essa desse ser a mesma para todos os parceiros

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comerciais, exceto quando envolvem questões sanitárias, para as quais podem ser aplicadas medidas apenas a países considerados de risco.

Essas medidas não estão diretamente ligadas à imposição de contratos, pois tratam de exigências gerais aplicadas a todos os agentes envolvidos em uma possível transação, antes que essa ocorra. No entanto, elas afetam as negociações e geram a necessidade de medidas de controle e inspeção que garantam ou comprovem seu cumprimento. Assim, poder-se-ia dizer que essas exigências, embora não estejam diretamente ligadas ao conceito de contrato, como os custos de transação, também estão relacionadas com custos desse tipo, pois, nessas circunstâncias, para que a transação possa ocorrer, deverá ter havido a comprovação de que determinada medida foi atendida.

Especificamente para o caso de carne bovina, é possível exemplificar essa questão. Conforme apresentado por Ashmead (2008), a UE exige, a fim de garantir a segurança alimentar referente a produtos animais, a rastreabilidade de todos os animais. Essa rastreabilidade possibilita que se conheça todo o histórico do animal, desde a origem e nascimento até o abate. No entanto, gera custos de adaptação por parte do produtor e de fiscalização por órgãos privados ou ligados ao país que exige a rastreabilidade.

Holleran, Bredahl, Zaibet (1999) afirmam que a competitividade das firmas alimentícias nos mercados nacionais e internacionais depende da sua capacidade de adotar processos produtivos que atendem a exigências de segurança alimentar e de qualidade. Para os autores, essas exigências afetam o custo de se efetuar as transações, e é a partir delas que surge o incentivo para adoção de sistemas de garantia de qualidade voluntários. Essas exigências têm, ainda segundo Holleran, Bredahl, Zaibet (1999), o potencial de reduzir custos de transação, pois fornecem ao comprador garantias com relação ao produto, mas também podem se tornar barreiras comerciais. No entanto, podem também aumentar os custos se houver necessidade de implantarem-se sistemas de monitoramento ou aplicação das medidas.

No caso da exigência de rastreabilidade apresentado anteriormente, assim como no de outras exigências de qualidade, observa-se, claramente, que a imposição dessas

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exigências pode reduzir custos de informação e negociação, visto que os agentes podem obter informações mais confiáveis sobre o produto que está sendo comercializado, o que reduz a incerteza e a necessidade de contratos muito específicos, e cria-se um novo custo de monitoramento e aplicação da medida, que não existia anteriormente. Assim, têm-se tipos diferentes de custos de transação envolvidos na comercialização da carne bovina, e que caminham em sentidos contrários, de forma que não é possível identificar o efeito líquido da imposição dessa exigência, pois ele depende da magnitude dos custos envolvidos.

Ainda nesse sentido, não apenas a rastreabilidade leva à situação anterior, mas também à imposição de exigências específicas para evitar a contaminação por febre aftosa e/ou por encefalopatia espongiforme bovina (BSE), ou como comumente é chamada, vaca louca. Nesse caso, há um possível aumento de custos devido à necessidade de fiscalização do produto, mas esses custos garantem um aumento da segurança do consumidor, de modo que sua redução ou eliminação poderia diminuir a eficiência do mercado ao invés de aumentá-la, como normalmente ocorre quando custos de transação são reduzidos.

Além disso, segundo Hollera, Bredahl e Zaibet (1999), os custos de transação surgem da incerteza sobre atributos de qualidade dos alimentos e os custos variam de acordo com fatores como a diferenciação do produto e o tamanho da empresa. Destaca-se, assim, que os custos de transação são observados geralmente em mercados onde os bens apresentam diferenciação entre si, visto que se não houver essa diferenciação a assimetria de informação e a incerteza serão baixas, de modo que é bastante eficiente adquirir o produto no mercado, sem a necessidade de adoção de contratos.

Especificamente para o caso da carne, sabe-se que a diferenciação do produto é baixa, embora nos últimos anos essa tenha aumentado, especialmente em virtude de exigências de bem-estar animal, que embora gerem características pouco identificáveis, conforme apresentado por Oliveira, Bortoli e Barcellos (2008), promovem a diferenciação do produto aos olhos do consumidor. Assim, há indícios de que a imposição de medidas para bens pouco diferenciados ocasionam a criação de novos custos para efetuar a transação, visto que é criada a necessidade de um contrato ou de

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processos de inspeção em um mercado, no qual a comercialização do produto ocorria de forma direta através da competição entre os diversos agentes.

Dessa forma, especificamente para os casos de bens agropecuários que são pouco diferenciados, a imposição de medidas ampliaria os custos de transação, sem trazer grandes benefícios aos consumidores visto que a assimetria de informação e a incerteza nesses mercados são baixas, ou seja, o consumidor estaria enfrentando um custo extra para obter basicamente o mesmo produto que anteriormente.

Assim, não haveria justificativa, do ponto de vista da economia dos custos de transação, para a imposição de medidas em mercados com baixa assimetria de informação, incerteza e diferenciação do produto. No entanto, destaca-se, neste sentido, que, do ponto de vista da Economia Internacional, essas medidas têm como função básica, embora seja comum a associação delas a situações protecionistas, garantir o acesso do consumidor a um produto com características pré-estabelecidas de qualidade, segurança alimentar, proteção ao meio ambiente, etc, não tendo, portanto, como objetivo a eliminação de custos de transação e também não devem ser eliminadas apenas por estarem gerando novos custos, pois, caso essas medidas não fossem impostas os custos à sociedade poderiam ser maiores, em virtude de possíveis perdas de bem-estar decorrentes de contaminações da produção interna (BSE, febre aftosa) ou danos à saúde dos consumidores.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo teve como objetivo realizar uma análise de uma possível relação entre as MNTs e os custos de transação. Por meio da realização de uma revisão de literatura, foi possível identificar que o mercado de carne bovina está sujeito a uma série de exigências técnicas e sanitárias que o afetam.

Do ponto de vista da Economia Internacional, essas medidas surgem a fim de garantir segurança alimentar e evitar a propagação de pragas e doenças, entre outros

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motivos, e visam dessa forma, garantir a manutenção do bem-estar dos consumidores4.

No entanto, analisando as MNTs sob a ótica da Economia dos Custos de Transação, é possível identificar que a imposição dessas medidas, ainda que não estejam vinculadas a um contrato no termo estrito, geram e combatem custos similares aos denominados custos de transação: ao estabelecer a medida aumentam as informações a que o consumidor tem acesso, reduzindo custos de procura do bem, mas também se gera a necessidade de sistemas que monitorem e garantam que as medidas estão sendo cumpridas (na ausência deles, o consumidor não estaria em uma situação melhor, em virtude da possibilidade de comportamento oportunista), que acabam gerando novos custos. Dessa forma, é possível afirmar que existe uma relação entre os dois conceitos. Contudo, não é possível identificar se as MNTs acabam gerando um aumento ou uma redução nos custos, visto que essa informação depende da magnitude dos custos envolvidos, que é desconhecida e de difícil mensuração, pois depende do nível de incerteza do mercado e de diferenciação do produto, entre outros fatores.

Além disso, é importante analisar com cuidado os resultados da análise, pois, mesmo que um bem seja pouco diferenciado e o mercado apresente baixa incerteza, de modo que a imposição de MNTs não fosse recomendável do ponto de vista da economia dos custos de transação, por ter potencial de elevar esses custos, pode-se haver necessidade da imposição da medida para atender demandas de segurança alimentar, qualidade do produto, por exemplo. Assim, recomenda-se não se realizar a análise da imposição de medidas apenas do ponto de vista da redução dos custos de transação, pois existem outros custos que as medidas combatem (como o custo de ter seu país contaminado por uma praga, por exemplo) e que têm grande importância e devem ser considerados.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

4 Existe uma forte discussão sobre a imposição de medidas com viés protecionista, no entanto, neste

artigo, assume-se que elas tem sempre um objetivo legítimo, a fim de facilitar a comparação dos conceitos.

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