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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.247.622 - SP (2009/0214579-5)

RELATOR : MINISTRO SIDNEI BENETI

AGRAVANTE : J A D P

ADVOGADOS : FERNANDO CORRÊA DA SILVA E OUTRO(S)

PRISCILLA COSTA PICIRILLO CURY

AGRAVADO : S S

ADVOGADO : JOSÉ LUIZ RAGAZZI E OUTRO(S)

EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL - AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE

PATERNIDADE CUMULADA COM PETIÇÃO DE

HERANÇA - PRESCRIÇÃO - INOCORRÊNCIA -

APLICAÇÃO DA SÚMULA 83/STJ - IMPROVIMENTO. I. A ação de investigação de paternidade cumulada com petição de herança, proposta na constância do Código Civil de 1916, não extrapolou o prazo prescricional vintenário.

II. O Tribunal de origem, ao afastar a alegada prescrição, decidiu em consonância com o entendimento jurisprudencial desta Corte. Aplicação da Súmula 83/STJ.

III. O agravo não trouxe nenhum argumento novo capaz de modificar a conclusão alvitrada, a qual se mantém por seus próprios fundamentos.

IV. Agravo Regimental improvido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.

Os Srs. Ministros Paulo Furtado (Desembargador convocado do TJ/BA), Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ/RS),Nancy Andrighi e Massami Uyeda votaram com o Sr. Ministro Relator

Brasília (DF), 05 de agosto de 2010(Data do Julgamento)

Ministro SIDNEI BENETI Relator

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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.247.622 - SP (2009/0214579-5)

RELATOR : MINISTRO SIDNEI BENETI

AGRAVANTE : J A D P

ADVOGADOS : FERNANDO CORRÊA DA SILVA E OUTRO(S)

PRISCILLA COSTA PICIRILLO CURY

AGRAVADO : S S

ADVOGADO : JOSÉ LUIZ RAGAZZI E OUTRO(S)

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO SIDNEI BENETI (Relator):

1.- J A D P interpõe Agravo Regimental contra decisão que negou

provimento ao Agravo de Instrumento.

2.- Pede a reforma da decisão hostilizada, ao insistir que o Acórdão

recorrido violou os artigos 177, 178, § 6º, V, 1.805 do Código Civil de 1916; e 1.029 e 1.030 do Código de Processo Civil. Ademais, afirma que deve ser afastado o óbice da Súmula 7/STJ, porquanto "...não se quer com o recurso especial revolver matéria

fático-probatória" (e-STJ fls. 566).

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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.247.622 - SP (2009/0214579-5)

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO SIDNEI BENETI (Relator):

3.- A irresignação não merece prosperar.

4.- A decisão agravada, ao negar provimento ao Agravo de

Instrumento, assim o fez pelos seguintes fundamentos (e-STJ fls. 529/534):

5.- Consoante se extrai dos autos, não houve violação aos alegados dispositivos da legislação infraconstitucional. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ao afastar a alegada prescrição, decidiu em consonância com o entendimento jurisprudencial desta Corte. Nos seus termos (e-STJ fls. 384/385):

A Agravada Sumaia Schiavoni nasceu no dia 14/01/70. Wlamir de Lima Pupo faleceu no dia 09/05/85 (fls. 34). Sumaia completou 16 anos no dia 14/01/86. Nessa data começou a correr a prescrição que se encontrava obstada em virtude do que dispunha o artigo 169, I do Código Civil revogado, já que a autora ainda era menor de 16 anos, portanto, absolutamente incapaz. A ação de investigação de paternidade cumulada com petição de herança foi proposta no dia 25/04/01 (fls. 19), portanto, dentro do prazo vintenário previsto pela Lei para o caso de petição de herança, pois a ação foi proposta ainda sob a vigência do Código Civil de 1916.

Não é inoportuno lembrar, no caso em tela, que trata-se de cumulação de ações, sendo que a investigação de paternidade, a teor da súmula 149 do STJ é uma ação imprescritível, e, no caso, foi cumulada com petição de herança, nulidade de partilhas e outros pedidos.

Assim, não merece acolhida a tese da agravante de que se trata de nulidade de partilha, para efeito do que dispunha o artigo 178, § 6º, inciso V, do Código Civil de 1916. Mencionado dispositivo não tem aplicabilidade no caso em tela. Da mesma forma

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inaceitável o argumento da agravante de que se trata de ação de natureza real, por visar a transferência de propriedade de bens (patrimônio) - conforme fls. 08 das razões recursais - posto tratar-se, incontestavelmente, de ação de natureza pessoal.

O Colendo Superior Tribunal de Justiça já teve a oportunidade de decidir que, julgada procedente ação de investigação de paternidade, cumulada com petição de herança, disso resulta, automaticamente, a nulidade da partilha realizada sem a presença do autor vitorioso, executando-se a decisão por meio de retificação de partilha, uma vez que a sentença homologatória de partilha não faz coisa julgada em relação a herdeiro não convocado ao processo de inventário.

(...)

Assim, correta a r.decisão que afastou a alegação de prescrição no presente caso.

Acerca do tema, este é o entendimento jurisprudencial deste Superior Tribunal de Justiça:

PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE CUMULADA COM PETIÇÃO DE HERANÇA. PROCEDÊNCIA DE AMBOS OS PEDIDOS. PARTILHA REALIZADA SEM A PRESENÇA E PARTICIPAÇÃO DO AUTOR, RECONHECIDO FILHO-HERDEIRO. NULIDADE PLENO IURE. DESNECESSIDADE DE QUE SEJA PROCLAMADA EXPRESSAMENTE EM AÇÃO PRÓPRIA. EXECUÇÃO. LIÇÃO DOUTRINÁRIA. AÇÃO AJUIZADA COM INTUITO DE HAVER A RESPECTIVA QUOTA-PARTE. POSSIBILIDADE DE APROVEITA-LA. INSTRUMENTALIDADE DO PROCESSO E AFORISMO PAS DE NULLITE SANS GRIEF. INTERESSE DE AGIR.

PRAZOS PRESCRICIONAIS. INAPLICABILIDADE DO DISPOSTO NO ART. 1.805 C/C 178, PARAG. 6., V, CC. INOPONIBILIDADE DA EXCEÇÃO DE COISA JULGADA. RECURSO DESACOLHIDO.

I - JULGADOS PROCEDENTES OS PEDIDOS FORMULADOS EM SEDE DE AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE CUMULADA COM PETIÇÃO DE HERANÇA, DISSO RESULTA

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LOGICA E AUTOMÁTICA A NULIDADE DA PARTILHA REALIZADA SEM A PRESENÇA E PARTICIPAÇÃO DO AUTOR VITORIOSO, AFIGURANDO-SE DISPENSÁVEL A PROPOSITURA DE AÇÃO ESPECIFICA QUE TENHA POR OBJETO APENAS VE-LA RECONHECIDA EXPRESSAMENTE. II - A EXECUÇÃO DA DECISÃO DE PROCEDÊNCIA PROFERIDA EM AUTOS DE PETIÇÃO DE HERANÇA FAZ-SE, COMO REGRA, POR MEIO DE SIMPLES PEDIDO DE RETIFICAÇÃO DE PARTILHA, UMA VEZ QUE A SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA DE PARTILHA NÃO FAZ COISA JULGADA EM RELAÇÃO AO HERDEIRO NÃO CONVOCADO AO PROCESSO DE INVENTARIO (ART. 472, CPC).

(REsp 16.137/SP, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, DJ 27/03/1995 p. 7162)

6.- Ademais, consoante se extrai dos autos, a ação de investigação de paternidade cumulada com petição de herança, proposta na constância do Código Civil de 1916, não extrapolou o prazo vintenário, não tendo ocorrido a prescrição. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. INCLUSÃO. PÓLO PASSIVO. POSTERIOR. CITAÇÃO. POSSIBILIDADE. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7-STJ. CIVIL. PARTILHA. NULIDADE. HERDEIRO PRETERIDO. PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA. ADOÇÃO. CÓDIGO CIVIL. ÉPOCA ANTERIOR. ATUAL CONSTITUIÇÃO. MORTE. DE CUJUS. SUCESSÃO. ABERTURA. ÉPOCA POSTERIOR (1989). ADOTADO. FILHOS DO CASAMENTO. DISCRIMINAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.

1 - Não viola os arts. 264 e 294, ambos do CPC a inclusão no pólo passivo da demanda de maridos e esposas dos primitivos réus, posteriormente à citação destes, porquanto não efetivada nenhuma alteração na causa de pedir ou no pedido, restando incólume a estabilidade da causa.

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especializadas em direito privado desta Corte a prescrição para anular partilha, onde preterido herdeiro necessário, é a vintenária.

3 - Aferir se há ilegitimidade passiva ad causam demanda revolvimento de aspectos fático-probatórios, vedados pela súmula 7-STJ. Precedentes do STJ.

4 - Ocorrida a morte da autora da herança em 1989, quando já em vigor o art. 227, § 6º, da Constituição Federal, vedando qualquer tipo de discriminação entre os filhos havidos ou não do casamento, ou os adotivos, a recorrida, ainda que adotada em 1980, tem direito de concorrer aos bens deixados pela falecida, em igualdade de condições com os outros filhos, prevalecendo, nesse caso, os arts. 1572 e 1577, ambos do Código Civil de 1916.

5 - Recurso especial não conhecido.

(REsp 260.079/SP, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, QUARTA TURMA, DJ 20/06/2005 p. 288)

7.- Dessa forma, inafastável, no caso em tela, a incidência da Súmula STJ/83: Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida.

O referido enunciado sumular também é aplicável aos Recursos Especiais interpostos pela alínea a do permissivo constitucional, segundo iterativa jurisprudência deste Tribunal, in verbis:

Agravo no agravo de instrumento. Súmula nº 83/STJ. (...)

Também se aplica o Enunciado nº 83 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça quando o recurso especial tiver fundamento na alínea a do permissivo constitucional.

Nega-se provimento a agravo de instrumento quando o acórdão tido por violado adotou tese idêntica ao posicionamento do STJ. Agravo no agravo de instrumento não provido.

(AgRgAg n.º 653.123/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJ de 18.4.2005).

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5.- A Agravante não trouxe nenhum argumento capaz de modificar a

conclusão do julgado, que está em consonância com a jurisprudência consolidada desta Corte, devendo a decisão ser mantida por seus próprios fundamentos.

6.- Pelo exposto, nega-se provimento ao Agravo Regimental.

Ministro SIDNEI BENETI Relator

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO TERCEIRA TURMA AgRg no Número Registro: 2009/0214579-5 Ag 1.247.622 / SP Números Origem: 5454364 5454364001 5454364202 5454364900 9812001 EM MESA JULGADO: 05/08/2010 SEGREDO DE JUSTIÇA Relator

Exmo. Sr. Ministro SIDNEI BENETI Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro MASSAMI UYEDA Subprocurador-Geral da República

Exmo. Sr. Dr. MAURÍCIO DE PAULA CARDOSO Secretária

Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA

AUTUAÇÃO

AGRAVANTE : J A D P

ADVOGADOS : FERNANDO CORRÊA DA SILVA E OUTRO(S)

PRISCILLA COSTA PICIRILLO CURY

AGRAVADO : S S

ADVOGADO : JOSÉ LUIZ RAGAZZI E OUTRO(S)

ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Família - Relações de Parentesco - Investigação de Paternidade

AGRAVO REGIMENTAL

AGRAVANTE : J A D P

ADVOGADOS : FERNANDO CORRÊA DA SILVA E OUTRO(S)

PRISCILLA COSTA PICIRILLO CURY

AGRAVADO : S S

ADVOGADO : JOSÉ LUIZ RAGAZZI E OUTRO(S)

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a) Relator(a). Os Srs. Ministros Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ/RS), Paulo Furtado (Desembargador convocado do TJ/BA), Nancy Andrighi e Massami Uyeda votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília, 05 de agosto de 2010

MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA Secretária

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