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ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - GEOPROCESSAMENTO EVOLUÇÃO DA MANCHA URBANA DO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA, PARÁ.

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Academic year: 2021

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ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - GEOPROCESSAMENTO

EVOLUÇÃO DA MANCHA URBANA DO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA, PARÁ.

DAVIELITON MESQUITA PINHO, GUSTAVO CARVALHO SPANNER, GENILSON SANTANA CORNÉLIO, JOSÉ ANTÔNIO HERRERA, ALAN NUNES ARAÚJO

O conhecimento acerca das transformações na área urbana de um município no tempo é fundamental para um planejamento adequando de politicas públicas. O presente estuda objetivou estudar a evolução da mancha urbana da cidade de Altamira, Pará. Foram utilizadas 5 imagens, sendo distribuídas entre o Landsat 5 TM e 8 OLI (15/06/1986, 04/07/1996, 26/06/2006 e 23/08/2015), onde foi feito a composição de bandas, o recorte e a classificação supervisionada. O maior crescimento ocorreu no período de 2011 a 2015 com 78,76 % de incremento em área, sendo um desses fatores a construção da UHE Belo Monte. O padrão de crescimento da mancha urbana foi no sentido norte se contrapondo ao rio Xingu (barreira física), no sentido leste-oeste em paralelo as vias que dão acesso a cidade. Foi possível perceber que o crescimento da mancha urbana também seguiu os cursos de águas.

Palavras-chave: Infraestrutura, ocupação irregular; geoprocessamento.

INTRODUÇÃO

O município de Altamira está compreendido na região fisiográfica do Vale do Xingu, pertencendo a Mesorregião do Sudoeste Paraense, formando com Anapú, Brasil Novo, Medicilândia, Pacajá, Senador José Porfírio, Uruará e Vitória do Xingu, a Microrregião de Altamira, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Altamira, hoje considerado o maior município do País em extensão territorial, tem sua fundação a partir do Coronel Gayoso como explica UMBUZEIRO, 2012:

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O fundador da cidade de Altamira foi Raymundo José de Souza Gayoso, [...] conhecido como Coronel Gayoso, na data de 2 de abril de 1883. A data de 2 de Abril, tem como referencia o dia do término da construção da estrada de Gayoso, quando o desbravador chegou à foz do Igarapé Ambé e aqui se instalou. Gayoso denominou o local de Fortaleza (que depois passou a ser chamado de Forte Ambé) e seus escravos foram alojados rio acima, onde se formou posteriormente o núcleo urbano de Altamira [...] (UMBUZEIRO, 2012, p.57).

No entanto, foi somente a partir de 1911 que Altamira se consolidou através da Lei Estadual n° 1.234 um município de fato. A partir daí, Altamira foi se consolidando com um pequeno espaço urbano que aglutinava suas atividades econômicas em relação direta com o rio. As mudanças ocorridas no território amazônico pelas políticas desenvolvimentistas do Governo Militar na década de 1970, com um projeto de colonização desenvolvida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), reforçaram as migrações, sobretudo, da região Nordeste, e somaram a concentração populacional, o número de cidades e as transformações no uso e ocupação dos territórios amazônicos.

Atualmente, vivemos o momento de um processo de territorialização no município de Altamira, proveniente de grandes investimentos públicos em infraestrutura que estão sendo implementados como elemento das políticas de desenvolvimento regional da Amazônia: A Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

É nesse contexto, que a Migração populacional proveniente de outras regiões brasileiras em busca de trabalho, somam a concentração demográfica no município ocasionando uma expansão acelerada da Mancha Urbana.

OBJETIVOS

Analisar e mensurar a evolução da expansão da mancha urbana do município de Altamira de 1986 a 2015.

METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado no município de Altamira, estado do Pará. A sede municipal tem as seguintes coordenadas: 03º 12’00’’ de latitude Sul e 52º 13’ 45’’ de longitude a Oeste

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de Greenwich (IDESP, 2011). O município possui uma área total de 159.533,255 km² com uma população de 99.075 (IBGE, 2010).

Segundo a classificação de Köppen o clima do município é do tipo equatorial Am e Aw. O primeiro, predominante na parte norte do município, apresenta temperaturas médias de 26 ºC, e precipitação anual, girando em torno de 1.680 mm, sendo que os meses mais chuvosos vão de dezembro a maio e, os menos chuvosos, de junho a novembro.

Figura 1. Mapa de localização de Altamira-PA

Para a análise proposta, foram utilizadas imagens dos sensores TM (Tematic Mapper) e do OLI ( Operational Land Imager) do satélite Landsat 5 e 8, respectivamente, da órbita 225 e ponto 62, obtidas via download gratuito do site do Serviço Geológico dos Estados Unidos, USGS. Na tabela 1, são apresentadas as datas das cenas, bem como indicando as plataformas e sensores responsáveis pela aquisição.

Plataformas e Sensores Data de aquisição Fonte

Landsat 5 TM 15/06/1986 04/07/1996 26/06/2006 USGS, 2016 Landsat 8 OLI 23/08/2015

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Tabela 1. Data das cenas e suas respectivos plataformas e sensores.

Para a extração das informações das imagens de satélite foram utilizadas duas técnicas complementares. Na primeira delas realizou-se a composição das bandas 3, 4 e 5. No segundo momento o processamento principal ficou por conta da classificação supervisionada por região, que teve como objetivo principal a extração das manchas urbanas das imagens de 1986, 1996, 2006, 2011 e 2015.

Utilizou-se o software Arcgis 10.2 para efetuar as composições e o ENVI 5.0 para as classificações, que foram de modo supervisionado, através do algoritmo de Máxima Verossimilhança (Maxver), deduzido por DAVIS (1978). Em seguida, essa máscara foi transformada em um arquivo shapefile com polígonos destas caracterizações, e posteriormente forma gerados os mapas, destacando apenas as regiões caracterizadas como mancha urbana de onde foram calculadas as áreas.

Figura 2. Fluxograma de metodologias utilizadas para esse procedimento RESULTADOS

Através do processamento dos dados dos mapas anuais da mancha urbana do município de Altamira, foi possível constatar e quantificar a expansão urbana ocorrida no período do estudo Na figura 3 é possível observar que a expansão urbana de Altamira foi maior no período entre 2006 a 2015. Uma das possíveis explicações para essa expansão expressiva durante esse

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período está na pequena melhoria nas vias de acesso, que ocorreu aproximadamente em 2003, onde observa-se que há um maior adensamento latitudinal, ou seja, se afastando um pouco mais da fronteira com o rio. Este período irá se caracterizar por um amplo crescimento na parte norte da cidade, que com melhores condições de acesso permite um maior fluxo de serviços e produtos, favorecendo a migração para os centros urbanos.

Figura 3. Evolução da expansão da mancha urbana em área

Nos primeiros 10 anos analisados, entre 1986 e 1996, a mancha urbana apresentou um crescimento de aproximadamente 19,86%, o que afirma as relações ainda bem rudimentares no município. Após 10 anos, intervalo entre 1996 e 2006, houve um incremento em área de 3,5 km², correspondente a 50% da área anterior. Na figura 4 é possível visualizar essa expansão. A partir de 2006 até 2011, 9 anos, a mancha urbana avançou 65,90%, cerca de 6, 92 km². Contudo, nos últimos 4 anos, o que se observou foi um incremento bastante expressivo, 78,76 %, o equivalente a 13.72 km² (Figura 4), fato que causa preocupação na repercussão deste elevado aumento para o município.

A cidade de Altamira é considerada um polo comercial que atende muitos munícipios, incluindo nesse raio de influência desde Pacajá, Anapú, Senador José Porfírio, Vitória do Xingu, Brasil Novo, Medicilância, Uruará, Porto de Moz até outros fora do eixo da BR-230, como São Félix do Xingu. Por tanto, diversos são os fatores que podem ter contribuído para a inclinação da reta a partir de 2006, como por exemplo, a criação de novos assentamentos nessa região, bem como a liberação de créditos para os assentados.

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Em outro prisma, destaca-se a direção e o sentido do crescimento urbano, que se encontram limitados pela presença do rio Xingu ao sul, mas que seguem paralelos as estradas e rodovias que dão acesso a cidade, como pode ser visualizado na figura 5. Vale ressaltar, que Altamira está envolta de igarapés que podem ter contribuído para a dispersão do tecido urbano, principalmente ao considerar que nas periferias os serviços públicos básicos são escassos ou ineficientes, como por exemplo, a coleta de lixo, o saneamento básico, levando a ocorrência de ocupações indevidas, como em Áreas de Preservação Permanente, para que os cursos d’águas recebam esses dejetos e os escoem para rios maiores.

Figura 4. Direção e sentido dos vetores de crescimento da cidade de Altamira

Outros fatores, como grandes obras de infraestrutura, influenciam diretamente na expansão urbana, dessa forma, alude-se a construção da 3ª maior hidrelétrica do mundo, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, de acordo com Saifi e Dagnino (2011) pode ser definido por um megaprojeto, tanto pelo tempo que durará sua execução, quanto pela quantidade de pessoas e municípios envolvidos. Nesse sentido, o relatório de Impacto Ambiental (ELETROBRÁS, 2009) destaca que nos períodos de pico das atividades previam a contratação de 18 mil empregos diretos e 23 mil empregos indiretos, o que já representaria um acréscimo de mais de 40% da

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população da cidade quantificada no ano de 2010, e foi justamente nesse período que o tecido urbano de Altamira obteve crescimento considerável (Figura 4). Para melhor compreender como como esse processo ocorreu a figura 5 demonstra os mapas referentes a cada ano estudado.

Figura 5. Mapas da expansão da mancha urbana referentes a 1986, 1996, 2006, 2011 e 2015.

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CONCLUSÕES

No presente estudo foi possível constatar uma evolução na mancha urbana do município de Altamira. O maior crescimento ocorreu no período de 2011 a 2015 com 78,76 % de incremento em área, sendo um desses fatores a construção da UHE Belo Monte. O padrão de crescimento da mancha urbana foi no sentido norte se contrapondo ao rio Xingu (barreira física), no sentido leste-oeste em paralelo as vias que dão acesso a cidade. Foi possível perceber que o crescimento da mancha urbana também seguiu os cursos de água.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebeu-se que através do monitoramento desse fenômeno de evolução da mancha urbana das cidades, pode-se evitar um crescimento desordenado, como ocorre em muitos lugares do Brasil, onde esse crescimento sem planejamento possibilita a construção de imóveis em áreas de risco (Morros, encostas, beiras de rios), em locais irregulares, como por exemplo, os diversos loteamentos que surgem em áreas de proteção ambiental (APP).

Além do mais, o Sensoriamento Remoto e o geoprocessamento se apresentam como ferramentas eficazes para análise temporal. Sendo possível visualizar o crescimento da mancha urbana e calcular o tamanho da área em diferentes anos.

REFERENCIAS

PARÁ, Estatística Municipal – Altamira. Governo do Estado, Secretária de Estado do Governo, Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP). Disponível em <http://www.idesp.pa.gov.br>. Acesso: 15 de maio de 2016..

BRASIL, Censo 2010. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Disponível em <http://www.censo2010.ibge.gov.br/dados_divulgados/index.php>. Acesso: 15 de maio de 2016. SWAIN, P. H., DAVIS, S. M. Remote sensing: the quantitative approach. New York: McGrawHill, 396 p. 1978.

SAIFI, Ricardo De Sampaio; DAGNINO, Samira El. ANAIS DO I CIRCUITO DE DEBATES ACADÊMICOS. I. 2011, Brasília.; GRANDES PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO E

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IMPLICAÇÕES SOBRE AS POPULAÇÕES LOCAIS: O CASO DA USINA DE BELO MONTE E A POPULAÇÃO DE ALTAMIRA, PARÁ.

UMBUZEIRO, Antônio Ubirajara Bogea. Altamira e sua história / Antônio Ubirajara Bogea Umbuzeiro; Ubirajara Marques Umbuzeiro. -4 ed. – Belém: Ponto Press, 2012.

ELETROBRÁS. 2009. Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte: Estudo de Impacto Ambiental. Fevereiro de 2009. Centrais Elétricas Brasileiras (ELETROBRÁS). Rio de Janeiro, RJ. 36 vols.

Referências

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