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Vista do Índice de Sustentabilidade dos Agricultores Familiares do Município de Papanduva – SC

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Revista de Administração do UNIFATEA - RAF

Índice de Sustentabilidade dos Agricultores Familiares do Município de

Papanduva – SC

Autores:

Jayne Gonçalves Pereira: Graduanda em Ciências Contábeis pela Universidade do Contestado – UnC/Santa Catarina

Cleonice Witt: Doutoranda em Ciências Contábeis pela Fundação Universidade Regional de Blumenau, FURBE/SC

mail: cleonicewitt7@gmail.com RESUMO

A agricultura familiar tem um papel fundamental no setor da economia brasileira, da menor até a maior cidade, e para que possam continuar contribuindo para o desenvolvimento do país as famílias devem ter condições de sobrevivências e bem-estar em diversos aspectos, como saúde, educação, habitação, lazer, relações interpessoais, meio ambientes, assistência técnica e outros. Voltado a este aspecto, este projeto visa descobrir o índice de sustentabilidade dos agricultores familiares do munícipio de Papanduva, cidade situada no planalto norte do estado de Santa Catarina, e para isso, foi realizado um levantamento de dados, sendo aplicados quarenta questionários em oito localidades do município, precisamente aos chefes das famílias agrícolas. A base para esta pesquisa foi o estudo do Índice de Sustentabilidade (IS) proposto por Damasceno, Khan e Lima (2011), que é composto pelo índice de desenvolvimento econômico social, índice de capital social, índice ambiental e índice político institucional. Após a aplicação do questionário, da tabulação dos dados, e das análises, o nível de sustentabilidade encontrado foi médio, este resultado pode contribuir diretamente para a melhoria da qualidade de vida das famílias agrícolas, através da implantação de novas políticas públicas direcionadas justamente as questões que se mostraram mais carentes e que necessitam de mudanças. O menor índice de desenvolvimento encontrado foi o político, está abaixo do esperado, e mostram que a assistência pública pode estar cometendo falhas nas capacitações aos agricultores, incentivos tecnológicos, entre outros serviços oferecidos pelo setor público.

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Revista de Administração do UNIFATEA - RAF SUSTAINABILITY INDEX OF FAMILY FARMERS IN THE MUNICIPALITY OF

PAPANDUVA - SC ABSTRACT

Family agriculture plays a fundamental role in the sector of the Brazilian economy, from the smallest to the largest city, and in order to continue contributing to the country's development, families must have conditions of survival and well-being in various aspects, such as health, education. , housing, leisure, interpersonal relationships, environments, technical assistance and others. Aiming at this aspect, this project aims to discover the sustainability index of family farmers in the municipality of Papanduva, a city located in the northern plateau of the state of Santa Catarina, and for this, a data survey was conducted, and forty questionnaires were applied in eight locations. municipality, precisely to the heads of agricultural families. The basis for this research was the Sustainability Index (IS) study proposed by Damasceno, Khan and Lima (2011), which is composed of the social economic development index, social capital index, environmental index and institutional political index. After applying the questionnaire, data tabulation and analysis, the level of sustainability found was medium, this result can contribute directly to the improvement of the quality of life of agricultural families, through the implementation of new public policies directed precisely to the issues. that have been most needy and in need of change. The lowest rate of development found was political, which is below expectations, and show that public assistance may be making failures in capacity building for farmers, technological incentives, among other services offered by the public sector. Keywords: Index, sutentainability, agriculture.

1. INTRODUÇÃO

A agricultura familiar representa um importante setor da economia brasileira, pois mantém aproximadamente 12 milhões de pessoas economicamente ativas no campo, produzindo, interiorizando o desenvolvimento, gerando renda e alimentando os brasileiros (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, 2015). Ainda segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MDA) a agricultura familiar representa no Brasil 84% de todas as propriedades rurais do país e emprega aproximadamente cinco milhões de famílias, sendo responsável pela produção da maioria dos alimentos como leite (58%), mandioca (83%) e o feijão (70%).

Esses dados confirmam a importância dos agricultores estabelecidos sob a forma de economia familiar e para que eles possam continuar contribuindo para o desenvolvimento o país oferece auxílio através da implementação de políticas públicas voltadas ao setor, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa Nacional de Crédito Fundiária (PNCF), Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Animal (SUASA), entre outros (MDA, 2013).

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Nesse contexto para que as famílias possam desenvolver as suas atividades e continuar contribuindo para a manutenção e desenvolvimento do país elas devem ter condições de sobrevivências e bem-estar em diversos aspectos, como saúde, educação, habitação, lazer, relações interpessoais, meio ambientes, assistência técnica e outros. Assim a mensuração da sustentabilidade dessas famílias, através de um índice se torna urgente e importante para a melhoria das suas condições e para a perpetuidade da atividade no país.

Nesse sentido o Índice de Sustentabilidade (IS) proposto por Damasceno, Khan e Lima (2011) é composto pelo índice de desenvolvimento econômico social, índice de capital social, índice ambiental e índice político institucional, o qual será utilizado para o cálculo da sustentabilidade dos agricultores familiares de Papanduva-SC.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Desenvolvimento Sustentável e índice de Sustentabilidade

Desenvolvimento sustentável está atrelado a ideia de algo duradouro, que se desenvolve e tem continuidade, possuindo dimensões ambientais, econômicas, sociais, políticas e culturais (DAMASCENO; KHAN; LIMA, 2011). Está atrelado também ao presente e ao futuro das pessoas que envolve a produção, consumo de bens e serviços, necessidades básicas de subsistência, recursos naturais, equilíbrio ecossistêmico, práticas decisórias e a distribuição de poder, valores pessoais e cultura (JARA, 1996).

O objetivo do desenvolvimento sustentável é promover oportunidades de bem-estar econômico que sejam compatíveis com as circunstâncias ecológicas de longo prazo e se refere aos processos de transformação socioeconômica e institucional que tem o intuito de assegurar a satisfação das necessidades básicas da população e a equidade social atual e futura (SIENA, 2002).

O índice de sustentabilidade proposto por Damasceno; Khan e Lima (2011) considera um elenco representativo de indicadores que compõem os seguintes índices: de desenvolvimento econômico social, de capital social, ambiental e político institucional.

O Índice de Desenvolvimento Econômico-Social (IDES) é composto por indicadores de saúde, educação, habitação, condições sanitárias e higiene, lazer e econômico.

O Índice de Capital Social (ICS) foi elaborado a partir de indicadores que expressam as relações interpessoais dos agricultores familiares, sendo representado pela acumulação de capital social dessas pessoas.

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Outro índice que compõe o IDES é o Índice Ambiental (IA) é composto por indicadores ambientais relacionados com a preservação e a recuperação do solo.

E o último índice que faz parte do IDES é o Índice Político-Institucional (IPI) caracterizado pela efetividade ou não de políticas públicas voltadas para o segmento da agricultura familiar.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa exploratória, de levantamento com abordagem quantitativa, voltada a levantar o índice de sustentabilidade dos agricultores familiares de Papanduva-SC. O estudo foi desenvolvido no período de abril a dezembro/2019 e teve como objeto as famílias que integram a agricultura familiar no município de Papanduva-SC. O levantamento dessas famílias se deu através da consulta a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) e ao sindicato rural da cidade.

O instrumento de coleta dos dados foi à entrevista estruturada e aplicada às famílias que se enquadram como pertencente à agricultura familiar do município de Papanduva-SC. As perguntas realizadas para as famílias são as que compõem o questionário semiestruturado que visa obter informações qualitativas e quantitativas e foi proposto por Damasceno; Khan e Lima (2011) e contemplam aspectos de saúde, educação, habitação, condições sanitárias e higiene, lazer, economia, relações interpessoais, preservação e recuperação do solo, também foram inseridas perguntas para levantar o perfil do respondente.

Desta forma a população do estudo é o conjunto de famílias que compõem a agricultura familiar do município, que totalizam quarenta famílias, sendo o tipo de amostragem por acessibilidade, ou seja, foram inquiridas as famílias cujo acesso era facilitado pelo conhecimento pessoal e as que residem em localidades mais próximas ao centro da cidade. As famílias pertenciam as seguintes localidades do município: Nova Cultura; Pratinha; São João do Mirador; Palmito; Rodeiozinho; Floresta; São Tomaz; e Rondinha.

Após a coleta, os dados foram tabulados em planilha do Excel com o intuito de realizar a análise descritiva básica da amostra e o cálculo do IDES. Na sequência os resultados foram analisados e apresentados através de alguns gráficos e tabelas.

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Revista de Administração do UNIFATEA - RAF 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O desenvolvimento sustentável está atrelado a ideia de algo duradouro, que se desenvolve e tem continuidade, possuindo dimensões ambientais, econômicas, sociais, políticas e culturais (DAMASCENO; KHAN; LIMA, 2011). Está atrelado também ao presente e ao futuro das pessoas que envolve a produção, consumo de bens e serviços, necessidades básicas de subsistência, recursos naturais, equilíbrio ecossistêmico, práticas decisórias e a distribuição de poder, valores pessoais e cultura (JARA, 1996).

O objetivo do desenvolvimento sustentável é promover oportunidades de bem-estar econômico que sejam compatíveis com as circunstâncias ecológicas de longo prazo e se refere aos processos de transformação socioeconômica e institucional que tem o intuito de assegurar a satisfação das necessidades básicas da população e a equidade social atual e futura (SIENA, 2002).

4.1 Índices de Sustentabilidade

O índice de sustentabilidade proposto por Damasceno; Khan e Lima (2011) considera um elenco representativo de indicadores que compõem os seguintes índices: de desenvolvimento econômico social, de capital social, ambiental e político institucional. O Índice de Desenvolvimento Econômico-Social (IDES) é composto por indicadores de saúde, educação, habitação, condições sanitárias e higiene, lazer e econômico. O Índice de Capital Social (ICS) foi elaborado a partir de indicadores que expressam as relações interpessoais dos agricultores familiares, sendo representado pela acumulação de capital social dessas pessoas. Outro índice que compõe o IDES é o Índice Ambiental (IA) que é composto por indicadores ambientais relacionados com a preservação e a recuperação do solo. E o último índice que faz parte do IDES é o Índice Político-Institucional (IPI) caracterizado pela efetividade ou não de políticas públicas voltadas para o segmento da agricultura familiar. Aplicando estes indicadores na agricultura familiar das localidades propostas no projeto, obteve-se os resultados que serão relatados a seguir.

4.2 Índice de Desenvolvimento Econômico Social (IDES)

Para descobrir o índice de desenvolvimento Econômico Social, é necessário avaliar variáveis, que fazem parte dos indicadores, e são: de saúde; de educação; habitação; condições

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sanitárias e de higiene; de lazer; e econômicos, as perguntas realizadas e os seus resultados, podem ser observados na tabela abaixo:

Tabela 1 – Indicador Econômico Social Indicador Econômico Social (IES)

S

aúde

Disponibilidade de serviços de saúde

Ausência de atendimento médico e ambulatorial 0 0%

Atendimento de primeiros socorros 0 0%

Atendimento por agente de saúde 15 38%

Atendimento médico 25 63%

E

duc

ão

Disponibilidade de serviços educacionais

Ausência de escolas públicas ou comunitárias 25 63%

Escolas de curso de alfabetização 0 0%

Escolas de ensino fundamental 10 25%

Escolas de ensino médio 5 13%

Instituições de ensino superior 0 0%

H abi ta ci on al Condição de domicílio Alugada 0 0% Cedida 0 0% Própria 40 100%

Tipo de construção da residência

Casa de taipa 0 0%

Casa de tijolo, sem reboco e piso de terra 0 0% Casa de tijolo, com reboco e piso de cimento 3 8% Casa de tijolo, com reboco e piso de cerâmica 37 93%

Iluminação utilizada na residência

Lamparina e/ou velas 0 0%

Lampião a querosene e/ou a gás 0 0%

Energia elétrica 40 100% S ani tá ri as e H igi ene

Destino dado aos dejetos humanos

Jogado a céu aberto ou enterrado 0 0%

Dirigido à fossa rudimentar 30 75%

Dirigido à fossa séptica 0 0%

Rede pública de esgoto 10 25%

Origem da água para consumo humano

Caminhão pipa 0 0%

Diretamente do açude ou rio 5 13%

Poço ou cacimba 35 88%

Chafariz 0 0%

Água encanada da rede pública 0 0%

Tipo de tratamento dado à água para consumo humano

Nenhum tratamento 40 100%

Fervida, filtrada ou com hipoclorito de sódio 0 0% Destino dado ao lixo domiciliar

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Enterrado 0 0%

Recolhido através de coleta domiciliar 0 0%

E conôm ic o Renda R ≤ R$ 4.980,00 10 25% R$ 4.980,00 < R ≤ R$ 9.960,00 23 58% R$ 9.960,00 < R ≤ R$ 14.940,00 5 13% R > 14.940,00 2 5% La ze r Tipo de entretenimento

Nenhuma infraestrutura de lazer 0 0%

Barragem/balneário/rio ou salão de festa ou campo de futebol ou acesso à praia ou festas religiosas ou populares

0 0%

Duas opções pertencentes ao item b 0 0% Três opções pertencentes ao item b 0 0% Mais de três opções pertencentes ao item b 40 100%

Fonte: Dados da pesquisa. (2019)

Indicador de saúde

As condições de saúde podem refletir diretamente no índice de sustentabilidade, pois os indivíduos mais pobres apresentam maior probabilidade de adoecer. A perda de rendimento decorrente desse pior estado de saúde pode torná-lo ainda mais pobre. Para este indicador, foi considerada a disponibilidade de serviços de saúde aos agricultores familiares e suas famílias. Cerca de 37% das famílias possuem atendimento de agentes de saúde e 63% tem atendimento médico, isso por que o governo do município disponibiliza médicos e agentes de saúdes em quase todas as localidades, tendo cada um, seu próprio posto de saúde.

Indicador de educação

Para este indicador, foi considerada a existência ou ausência de serviços educacionais para os agricultores familiares e suas famílias. Todas as famílias têm acesso à escola primária, fundamental e ensino médio, e nas localidades em que não existe a instituição de ensino, é disponibilizado ônibus para transporte até a escola mais próxima.

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Revista de Administração do UNIFATEA - RAF Indicador habitacional

Foram considerados os aspectos habitacionais dos agricultores familiares referente à condição de domicílio, tipo de construção de residência, e energia utilizada na residência. Com relação à condição de domicílio, todas as famílias entrevistadas moram em suas próprias casas construídas em seus terrenos, oriundos de herança, ou adquirido com recursos próprios. As residências são em sua maioria de tijolos, ou material, como costumam dizer, com reboco e piso de cerâmica. E 100% das famílias entrevistas tem acesso à energia elétrica de rede pública do estado.

Indicador condições sanitárias e higiene

Este indicador foi elaborado com base em quatro variáveis, destino dado aos dejetos humanos, origem da água para consumo humano, tipo de tratamento dado à água para o consumo humano, e destino dado ao lixo domiciliar.

O destino dado aos desejos humanos das famílias entrevistadas são 75% dirigido à fossa rudimentar, pois as comunidades ainda não têm acesso à rede pública de esgoto. A água utilizada pelas famílias é proveniente de poço, vindas de fontes naturais.

A água de consumo humano, em todos os questionários teve a resposta de que não é dado nenhum tratamento a água, visto que a água vem de fontes naturais e não veem necessidade do tratamento. O lixo domiciliar é todo jogado ao solo, ou queimado, pois não existe coleta por parte do município, nestas áreas mais distantes do centro da cidade.

Indicador econômico

Foi utilizada a renda anual da família, proveniente da renda agropecuária e da renda não agropecuária, como indicador econômico. Os agricultores familiares foram divididos nos quatro grupos, metade dos entrevistados possui renda anual acima de R$ 14.940,00, os integrantes das outras porcentagens, relataram durante a entrevista, que boa parte do plantio é para consumo próprio, desta maneira não vendem e não comprovam renda desse valor consumido.

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Revista de Administração do UNIFATEA - RAF Indicador de lazer

Neste indicador, o agricultor familiar foi questionado a respeito do tipo de entretenimento disponível, o resultado desta pergunta apontou a totalidade para mais de três opções do segundo indicador, pois os entretenimentos nas comunidades provem em sua maioria, dos campos de futebol, das festas religiosas em datas comemorativas, acampamentos em cachoeiras, rios, e atividades voltadas ao uso natural do meio ambiente.

Índice de Capital Social; (ICS)

O índice de capital social foi elaborado a partir de indicadores que expressam as relações interpessoais dos agricultores familiares pesquisados. A acumulação de capital social dos agricultores familiares nas localidades selecionadas foi mensurada com base no Índice de Capital Social, resultante da agregação dos seguintes indicadores:

Tabela 2: Indicador de Capital Social

Indicador de Capital Social (ICS) Sim Não O (a) Sr. (Sra.) foi comunicado(a) e convidado(a) para assistir

reuniões/ assembleias dos programas de agricultura?

60% 40%

O (a) Sr. (Sra.) frequenta as reuniões? 53% 48%

Todas as questões são respondidas em reuniões? 50% 50% O (a) Sr. (Sra.) participa da escolha dos líderes? 0% 100%

As decisões são aprovadas em reuniões? 0% 100%

Nas reuniões, o (a) Sr. (Sra.) apresenta sugestões? 28% 73% As decisões tomadas são efetivamente executadas pela diretoria? 0% 100% A associação realiza a prestação de contas com a comunidade? 0% 100%

O (a) Sr. (Sra.) participa com cota (taxa)? 0% 100%

O (a) Sr. (Sra.) participa na elaboração de eventos sociais? 43% 58% Se o (a) Sr. (Sra.) tiver um problema, sempre aparecerá alguém

para ajudar? 25% 75%

O (a) Sr. (Sra.) está satisfeito com o processo de escolha dos dirigentes?

0% 100% O (a) Sr. (Sra.) confia na maioria dos moradores da comunidade ou

integrantes dos programas públicos? 0% 100%

O (a) Sr. (Sra.) tem confiança nos líderes comunitários ou na

maioria da diretoria da associação? 0% 100%

O (a) Sr. (Sra.) tem confiança nas autoridades do seu município? 50% 50% O (a) Sr. (Sra.) tem confiança na sua própria capacidade para

ajudar a resolver problemas de sua comunidade?

40% 60%

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Revista de Administração do UNIFATEA - RAF

Quarenta por cento das famílias entrevistas acreditam terem pouca influência no meio onde vivem, pois deu a entender que as famílias não tem muito relacionamento com o meio social e público onde residem.

As demais perguntas relativas aos indicadores que compõem o índice de capital social foram respondidas de acordo com o seguinte critério: sim ou não.

Estas porcentagens apontaram pouco envolvimento da comunidade com os programas públicos do âmbito rural, as comunidades aparentam não terem muita confiança no governo municipal, e neste setor em geral para ajuda-los no desenvolvimento de novos projetos, no acompanhamento do andamento de suas culturas.

Índice Ambiental; (IA)

Conforme Pereira (2001), uma justificativa para a utilização do indicador de sustentabilidade ambiental é a seguinte: a preservação e a recuperação do solo constituem uma questão básica, ou seja, qualquer atividade agrícola que destrua o solo seja no curto ou longo prazo, não pode de forma alguma ser considerada uma atividade que esteja de acordo com o conceito e a prática de desenvolvimento sustentável. Algumas das perguntas aplicadas neste âmbito serão demonstradas abaixo:

Tabela 3: Índice Ambiental Índice Ambiental (IA)

Como é feita a conservação do solo?

Não é realizada nenhuma prática de conservação 0 0%

Através de práticas mecânicas 18 45%

Através de práticas biológicas 22 55%

Que método de controle de praga o (a) Sr. (Sra.) utiliza na unidade produtiva?

Agrotóxico 32 80%

Nenhum método 0 0%

Biológico 8 20%

Qual é a intensidade do uso de agrotóxicos?

2 ou mais produtos 29 73%

1 produto 3 8%

Nenhum produto 8 20%

Qual é o destino dos restos das culturas?

Queima 3 8%

Alimentação animal/venda a terceiros 37 92%

Incorporação ao solo após a colheita 0 0%

Índice Ambiental (IA) Sim Não Faz utilização de fogo nas atividades agropecuárias? 33% 67% Faz plantio de árvore para fins de conservação de solos? 10% 90%

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Revista de Administração do UNIFATEA - RAF Existe alguma área de reserva de mata nativa na propriedade? 58% 42%

Faz rotação de cultura? 78% 22%

Se necessário, faz calagem? 50% 50%

Faz análise de solo? 48% 52%

Faz adubação verde? 20% 80%

Utiliza material orgânico? 20% 80%

Utiliza o solo de acordo com a sua vocação? 10% 90%

Fonte: Dados da pesquisa. (2019)

Para controlar as pragas, 80% dos produtores relataram que utilizam de agrotóxicos, justamente por que os tratamentos com estes produtos são mais eficazes e mais rápidos do que os biológicos. Desta porcentagem dos agricultores que utilizam o agrotóxico, 72% utilizam em dois ou mais produtos.

Outro fator abordado nas pesquisas era os restos de culturas, que ao final das colheitas, o destino dado aos restos de milhos, por exemplo, são transformados em silagem, que incrementam a alimentação dos animais, e 92% é destinado para a alimentação dos animais, ou vendas a terceiros.

As demais questões relativas aos indicadores que compõem o índice ambiental foram respondidas de acordo com o seguinte critério: sim ou não, estes indicares sobre o ambiente aponta que a maioria das famílias entrevistas não utilizam materiais orgânicos para o cultivo de suas culturas.

Índice Político-Institucional (IPI)

O Índice Político-Institucional caracteriza-se pela efetividade ou não de políticas públicas voltadas para os agricultores familiares, como, por exemplo: assistência técnica, difusão de tecnologias e crédito. Nesse contexto, foram observados os tipos de políticas públicas com os quais a agricultura familiar é contemplada e, ao mesmo tempo, se essas políticas são eficazes, eficientes e efetivas. Nesta parte do questionário, as questões foram respondidas de acordo com os seguintes critérios também: sim e não. E os resultados foram:

Tabela 4: Índice Politico Institucional

Índice Politico Institucional (IES) Sim Não

Recebeu assistência técnica pública? 8% 92%

Recebeu crédito de instituição pública? 8% 92%

Participou de algum programa da EPAGRI? 18% 82%

Recebeu produtos e serviços oferecidos pelo escritório

municipal de agricultura? 23% 77%

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Revista de Administração do UNIFATEA - RAF Recebeu tecnologias geradas ou apropriadas por instituições

públicas? 0% 100%

Fonte: Dados da Pesquisa. (2019)

Esta última parte do questionário, confirma novamente que o município está carente, este resultado pode contribuir diretamente para a melhoria da qualidade de vida das famílias agrícolas, através da implantação de novas políticas públicas direcionadas justamente as questões que se mostraram mais carentes e que necessitam de mudanças. A fórmula do Índice de Sustentabilidade aplicada, segundo o estudo proposto por Damasceno, Khan e Lima (2011), é a seguinte:

Em que:

IS = Índice de Sustentabilidade; Ih = valor do h-ésimo índice; h = 1, ..., k (índice).

O valor do h-ésimo índice foi calculado pela seguinte equação:

A contribuição de cada indicador no Ih dos municípios foi obtida da seguinte maneira:

Em que:

Cl = contribuição do indicador “l” no lh dos agricultores familiares;

Eij = escore da i-ésima variável do indicador “l” obtida pelo j-ésimo agricultor familiar; E max i = escore máximo da i-ésima variável do indicador “l”;

i = 1, ..., n (variáveis que compõem o indicador “l”); j = 1, ..., m (agricultores familiares);

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Revista de Administração do UNIFATEA - RAF

O valor do Índice de Sustentabilidade é a média aritmética dos quatro índices citados anteriormente; quanto mais próximo de 1, maior o nível de sustentabilidade dos agricultores familiares. O índice está situado dentro do intervalo 0 ≤ IS ≤ 1, sendo:

a) Baixo nível de sustentabilidade 0 ≤ IS ≤ 0,5 b) Médio nível de sustentabilidade 0,5 < IS ≤ 0,8 c) Alto nível de sustentabilidade 0,8 < IS ≤ 1

Desta maneira, aplicando os fatores relatados acima na pesquisa aplicada as localidades do município de Papanduva, que são os questionários, com diversas perguntas sobre saúde, educação, moradia, condições de saúde, de higiene, habitacional, iluminação, entretenimento, condições de culturas, ambiente, econômico, uso de agrotóxicos ou não, participações em programas de agricultura familiar, foram encontradas os seguintes índices:

Tabela 5: Índice de Sustentabilidade

Índice de Sustentabilidade (IS)

Sigla Índices Nível de Sustentabilidade

Índice Econômico Social IES 0,67 Médio

Saúde - 0,63 - Educação - 0,62 - Habitacional - 1,00 - Sanitária e Higiene - 0,97 - Econômico - 0,70 - Lazer - 0,60 -

Índice de Capital Social ICS 0,60 Médio

Índice Ambiental IA 0,76 Médio

Índice Politico IP 0,30 Baixo

Índice de Sustentabilidade IS 0,63 Médio

Fonte: Dados da Pesquisa. (2019)

IES, ICS, e IA apontaram níveis médios, o que perante o estudo não é um indicador ruim, entretanto o IP está abaixo do esperado, pois apontou nível baixo, e mostram que a assistência pública está cometendo algumas falhas nas áreas em que foram aplicados os questionários, referente a capacitações aos agricultores, incentivos tecnológicos, entre outros serviços oferecidos pelo setor público. No geral, o índice foi de 0,63, que está entre, 0,5 < IS ≤ 0,8, e indica nível médio de sustentabilidade.

Analisando a situação geral de todos os impactos ambientais causados por uma demanda cada vez maior pelo agronegócio nos pais e em todo o mundo, começa-se a perceber a

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Revista de Administração do UNIFATEA - RAF

necessidade de serem criados mecanismos que envolvam uma cultura de sustentabilidade na agricultura familiar.

A agricultura sustentável respeita o meio ambiente, precisa ser justa do ponto de vista social e precisa ser economicamente viáveis as famílias, isso garante às gerações futuras a capacidade de suprir as necessidades de produção e qualidade de vida no planeta. Portanto, praticar a sustentabilidade no agronegócio é aumentar a produção de alimentos e melhorar a segurança alimentar, garantindo o suprimento das necessidades da geração atual e das gerações futuras, adotando práticas responsáveis e que respeitam o meio ambiente.

No munícipio de Papanduva, algumas ações a ser tomadas para desenvolver a cultura de sustentabilidade na agricultura, podem ser desenvolvidas e repassadas às famílias, através de comunicados e treinamento de programas governamentais próprios para isso, e são: o uso de técnicas que evitam a poluição do ar, da água e do solo, o uso de sistemas de captação de água das chuvas para uso na irrigação, a redução do uso de adubos químicos, eliminação de pesticidas ou uso racional quando necessário, pois esse tipo de produto contamina o solo e coloca a saúde das famílias e manipuladores, que aplicam estes produtos em risco. Pode ainda, estudar a possibilidade de uso de fontes de energia sustentáveis para as famílias, e formas de não desmatar florestas e evitar o desperdício, utilizando técnicas de reciclagem e de reaproveitamento.

Através da prática sustentável, a agricultura familiar de Papanduva tem muito a ganhar, e para que haja a efetiva atuação da sustentabilidade devem-se levar em conta as mudanças temporais nas necessidades humanas, especialmente relacionadas a uma população crescente, bem como uma adequada percepção da relação ambiental com a agricultura, salienta Paterniani (2001).

Com todo o crescimento da população, analisando em longo prazo, somente a partir de meios sustentáveis os agricultores familiares de Papanduva, incentivados pelos programas de agricultura atuantes no governo municipal, terá o índice de sustentabilidade alto, melhorando a condição de vida das famílias entrevistadas.

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Revista de Administração do UNIFATEA - RAF 5. CONCLUSÃO

Entre os principais resultados encontrados estão, o diagnóstico do índice de sustentabilidade dos agricultores familiares de Papanduva-SC, vale ressaltar que este levantamento possibilita para os gestores públicos avaliarem a situação desse segmento e também a reavaliação das políticas públicas desenvolvidas para os agricultores familiares.

Outro ponto interessante, é que com o resultado destes indicadores, pode ser feita a promoção da pesquisa relacionada à agricultura familiar e o resultado vir a contribuir para a criação ou o próprio aprimoramento das políticas públicas voltadas ao pequeno agricultor, proporcionando melhoria da qualidade do meio sustentável agrícola.

O conhecimento da realidade desses agricultores faz repensar os aspectos de sistemas já implantados, e chegando ao resultado de um índice de desenvolvimento político baixo, é um estimulo para pesquisas futuras, pois desperta o interesse em conhecer mais e assim atuar na sociedade com vistas ao acompanhamento do cotidiano e das questões que envolvem os agricultores familiares, além também de poder explorar novas técnicas de avaliação do bem-estar desse segmento de sustentabilidade.

REFERÊNCIAS

GIORDANO, Samuel Ribeiro. Gestão Ambiental no sistema agroindustrial. In: ZYLBERSZTAJN, Decio e NEVES, Marcos Fava (Org.). Economia e gestão dos negócios agroalimentares. São Paulo: Pioneira, 2000.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Pronaf: 20 anos de apoio aos agricultores familiares. Disponível em <http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/pronaf-20-anos-de-apoio-aosagricultores-familiares>. Acesso em 14 mar. 2019.

______. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Políticas Públicas para

Agricultura Familiar. Disponível em

<http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/ceazinepdf/politicas_publi cas_baixa.pdf>. Acesso em 14 mar. 2019.

PATERNIANI, E. Agricultura sustentável nos trópicos. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2001. 21p. (Documentos, 140).

PEREIRA, A. C. Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO): Descrição, Resultados e Perspectivas. Porto Alegre, RS – Junho, 2007.

Referências

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