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Ano I 1 / 2010 CURITIBA - PR

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(1)

P o l o n i c u s

Revista de reflexão Brasil–Polônia

Edição semestral

Ano I – 1 / 2010

CURITIBA - PR

Publicação da Missão Católica Polonesa no Brasil

(2)

Colaboradores desta edição:

EMBAIXADA DA REPÚBLICA DA POLÔNIA – Brasília-DF Jan SZPATOWSKI

Maria Neuza de M. ESQUEF Pe. Jan SOBIERAJ SChr Pe. Kazimierz PRZEGENDZA SChr

Ficha Catalográfica:

_______________________________________________________________ Polonicus : revista de reflexão Brasil-Polônia / Missão Católica Polonesa no Brasil -

- Ano 1, n. 1 (jan/jun. 2010) – Curitiba : v. ; 23cm.

Semestral. ISSN 2177 - 4730

1. Poloneses – Brasil – Periódicos.

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Prof. Ms. Mariano KAWKA Pe. Dr. Zdzislaw MALCZEWSKIS SChr

Prof. Piotr KILANOWSKI

Conselho Consultivo:

Profa. Dra. Aleksandra SLIWOWSKA BARTSCHUniverersida de Candido

Mendes – Rio de Janeiro Profa. Dra. Barbara HLIBOWICKA-WĘGLARZ – UMCS - Lublin

Pe. Ms. Benedykt GRZYMKOWSKI SChr – Missão Católica Polonesa no Brasil Profa. Dra. Cláudia R. KAWKA MARTINSColégio Militar - Curitiba

Pe. Dr. Edward WALEWANDER – Universidade Católica de Lublin Prof. Dr. Franciszek ZIEJKA – Universidade Jagiellônica de Cracóvia Prof. Dr. Jerzy MAZUREK - Universidade de Varsóvia

Sr. José Lucio GLOMB – Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-PR Prof. Dr. Marcelo PAIVA de SOUZA – Universidade Federal do Paraná Prof. Dr. Marcin KULA – Universidade de Varsóvia, Academia de Leon

Kozminski em Varsóvia Profa. Dra. Regina PRZYBYCIEN - Universidade Federal do Paraná

Prof. Dr. Tadeusz PALECZNY - Universidade Jagiellônica de Cracóvia Sr. Tito ZEGLIN – Vereador da Câmara Municipal de Curitiba

Sr. Tomasz LYCHOWSKI – Instituto Brasileiro de Cultura Polonesa – Rio Prof. Dr. Waldemiro GREMSKI – Universidade Federal do Paraná, PUC-PR Prof. Dr. Walter Carlos COSTA – Universidade Federal de Santa Catarina

Endereço da Redação:

Caixa Postal 4148; 82501 - 970 Curitiba – PR. Brasil tel (41) 3528 3223 ou (41) 8862 1226

E-Mail: revista@polonicus.com.br www.polonicus.com.br

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Resumo em polonês

Benedykt Grzymkowski SChr

Revisão do texto

Mariano Kawka

Editoração eletrônica

Zdzislaw Malczewski SChr

Tradução do polonês

Mariano Kawka

Projeto da capa

Dulce Osinski Claudio Boczan

Impressão / Acabamento

Gráfica Boa Vista Fone: 41 3257-6590

CEP: 82620-030

contato@graficaboavista.com.br

Os originais dos artigos, publicados ou não, não serão devolvidos. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

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EDITORIAL ... 10 Wstęp ... 12 POLÔNIA

Polska

A MAIOR TRAGÉDIA NACIONAL DA POLÔNIA

APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL ... 15 Największa tragedia narodowa Polski po II wojnie światowej

Andrzej SARIUSZ-SKAPSKI

DISCURSO DO KATYN ... 18 Przemówienie w Katyniu

Zdzislaw MALCZEWSKI SChr

A COLÔNIA POLONESA DO BRASIL SE UNE

NA DOR E NA ORAÇÃO COM A NAÇÃO POLONESA ... 23 Wspólnota polonijna w Brazylii zjednoczona w bólu i modlitwie z Narodem Polskim ARTIGOS Artykuły Janusz EKIERT CORAÇÃO DO GÊNIO ... 27 Serce geniusza

Marcin Florian GAWRYCKI

O EXÓTICO BRASIL NA LITERATURA POLONESA

DE VIAGENS – EM BUSCA DA REALIDADE IMAGINADA ... 43 Egzotyczna Brazylia w polskiej literaturze podróżniczej

– w pogoni za wyobrażoną rzeczywistością Mariano KAWKA

A LITERATURA POLONESA NA ESTEIRA

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PARA O 96º DIA MUNDIAL DO MIGRANTE

E DO REFUGIADO (2010) ... 95 Przesłanie papieża Benedykta XVI na 96 Światowy Dzień Migranta i Uchodźcy Andrzej DUCZKOWSKI SChr

DOCUMENTOS DA IGREJA – UMA RESPOSTA

AOS PROBLEMAS ATUAIS DOS MIGRANTES ... 98 Dokumenty Kościoła – odpowiedź na aktualne problemy migrantów

Tadeusz PALECZNY

O PAPEL DA IGREJA CATÓLICA NOS PROCESSOS

DA GLOBALIZAÇÃO, ASSIMILAÇÃO E HOMOGENEIZAÇÃO

NA AMÉRICA LATINA ... 104 Rola Kościoła katolickiego w procesach globalizacji, asymilacji

i homogenizacji w Ameryce Łacińskiej Edward WALEWANDER

CONSTRUINDO A CASA SOBRE UMA ROCHA ... 118 Budując dom na skale

Zdzislaw MALCZEWSKI SChr

A NOMEAÇÃO DE MAIS UM BISPO DE RAÍZES POLONESAS CONTRADIZ CERTA IMAGEM ESTRATIFICADA

SOBRE A COLÔNIA POLONESA NO BRASIL ... 126 Nominacja kolejnego biskupa o polskich korzeniach zmienia utarty

obraz Polonii brazylijskiej Tomasz LYCHOWSKI

TATARAK – DOCE PERFUME ... 130 Tatarak – słodki zapach

POEMAS Wiersze

Claudio BOCZON

OS LENÇOS ÀS POLACAS ... 133 Chustki Polkom

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Krzysztof TOMASIK

CHOPIN FOI UM HOMEM RELIGIOSO ... 135 Chopin był człowiekiem religijnym

Andréia GUERINI e Walter Carlos COSTA HENRYK SIEWIERSKI, UM MEDIADOR MÚLTIPLO ... 149

Henryk Siewierski – mediator wielostronny

RESENHAS Przegląd literacki

Thaís Janaina WENCZENOVICZ

SILVA, Ellen Cristina da. Yanka. A fuga da guerra e o refúgio

no Brasil. Florianópolis: Insular, 2007 ... 157 Maira Karin CARVALHO DOS SANTOS

LAROCCA, Júnior Joel, LAROCCA, Pier Luigi e LIMA, Clarisse de Almeida. Casa eslavo-paranaense. Arquitetura de madeira dos colonos poloneses e ucranianos do sul do Paraná.

Ponta Grossa: Editora Larocca Associados, 2008, pp. 236 ... 159 Piotr KILANOWSKI

Rafael VOIGT LEANDRO

POESIA SEMPRE: Polônia. Rio de Janeiro, Fundação

Biblioteca Nacional, ano 15, n. 30, 2008. ... 165 Benedykt GRZYMKOWSKI SChr

ANGULSKI, Nazareno Dalsasso; JADWISZCZAK, Grazyna; SELAU, Maurício da Silva; ZWIEREWICZ, Marlene. Da “Polska” à Terra Prometida.O legado polonês em Santa Catarina

e um tributo à comunidade do Chapadão/Orleans”. Florianópolis: Editora Insular, 2009. ... 173

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Israel BLAJBERG

POSSE NA ACADEMIA DE HISTORIA MILITAR ... 175 Uroczyste przyjęcie do Akademii Historii Wojskowej

Stanislaw PAWLISZEWSKI SIMPÓSIO COMEMORATIVO

DOS 80 ANOS DA SOCIEDADE POLONO-BRASILEIRA ... 178 Sympozjum z okazji 80. rocznicy Towarzystwa Polsko-Brazylijskiego

Mauro César NOSKOWSKI

ELEITA A KRAKOWIANKA DO ESTADO RIO GRANDE

DO SUL: RAINHA DOS DESCENDENTES DE POLONESES ... 184 Wybór Krakowianki w stanie Rio Grande do Sul: królowa potomków polskich

Efemérides Diariusz

ANO DE 2009 - 2010 ... 187

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DEDICATÓRIA

A nossa revista nasce num momento marcado por mais um

tragédia na História da Polônia. Uma tragédia que poderá -

apesar de tudo - contribuir para a união da Nação Polonesa

e para a sua caminhada firme e decidida rumo a um futuro

melhor para a Polônia e o mundo. Por isso, dedicamos este

número às vítimas da tragédia de Smolensk, no fatídico dia

10 de abril de 2010, porque também desta vez não podem

deixar de ressoar em nossos corações as palavras do Hino

Nacional Polonês: "A Polônia ainda não pereceu..."

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Estamos entregando para a leitura e a apreciação dos prezados leito-res este primeiro número da nossa revista da comunidade brasileira polônica em seu novo formato. Após muitas consultas e debates, decidimos dar à nova publicação o título Polonicus – Revista de reflexão Brasil-Polônia. Por que esse título da revista? Pelo seu nome, queremos direcionar o leitor ao perfil do periódico. Com efeito, o próprio termo “polonicus”, que tem as suas raízes na língua latina, refere-se a tudo que diz respeito à Polônia, sua cultura, suas tradições, seus costumes. Essa palavra pode também significar a pessoa que num ambiente novo tem criado diversos bens culturais que têm relação com o espaço geográfico da nação polonesa. Em muitos casos o termo “polonicus” define algum bem que foi descoberto e que aponta para a sua origem polone-sa. Em português, será “polônico” também algo que se apresenta como rari-dade em muitas áreas e que se apresenta fora do espaço geográfico da Polô-nia, mas com ela mantém algum tipo de vínculo. Além disso, incluímos nessa categoria também diversos traços que encontramos em vários lugares e que pela sua especificidade nos falam dos seus autores ou dizem respeito a tudo aquilo que, direta ou indiretamente, de maneira geral chamamos de polonês. Em diversas regiões do mundo encontramos esse tipo de marcas, que justa-mente denominamos “polônicas”.

A nossa revista Polonicus deseja justamente inserir-se nesse fenômeno, unindo pelo seu conteúdo pessoas que possuem as mesmas raízes étnicas ou brasileiros natos de outras origens, interessados por tudo aquilo que está rela-cionado com a Polônia e a sua produção cultural.

Em nossa revista, vamos dedicar um espaço especial a esses “polôni-cos”. Tanto mais que surgiu justamente aqui, no Brasil, essa palavra especial que define os brasileiros de raízes étnicas polonesas. Em razão do lugar do nascimento e da cidadania possuída, a pessoa é brasileira. No entanto, quando levamos em conta a origem étnica dessa pessoa, em razão dos seus laços de sangue, ela não é “polonesa”, mas pode ser definida como “polônica”.

Na nossa realidade brasileira temos um significativo número de pes-soas nascidas no Brasil (calculadas em 2-3 milhões) que têm em suas veias o sangue polonês. Trata-se de pessoas que, em razão da sua pertinência étnica, sentem-se ligadas com a Polônia.

A revista Polonicus deseja inscrever-se na longa e variada lista de jor-nais e revistas que têm sido publicados no Brasil desde 1892, quando surgiu o primeiro periódico polonês no País, intitulado Gazeta Polska w Brazylii (Jornal Polonês no Brasil), editado por um grupo de imigrantes em Curitiba e dirigido

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de natureza científica cujo objetivo tem sido apresentar a história e as conquis-tas da coletividade imigratória e polônica no Brasil. O último periódico desse tipo, publicado nos anos 1999-2009, foi Projeções – Revista de estudos polono-brasileiros2.

Intelectuais polônicos e o Conselho de Leigos que atua junto à Reitoria da Missão Católica Polonesa no Brasil, motivados pelo ideal da publicação de Projeções, sugeriram ao Reitor da MCPB que prosseguíssemos com o nosso trabalho editorial. Decidimos então levar adiante o nosso labor intelectual e editorial e no primeiro semestre de 2010 fazer chegar aos nossos leitores o primeiro número de Polonicus – Revista de reflexão Brasil-Polônia. Alegra-nos e infunde-nos muito otimismo para o futuro o fato de que intelectuais do Brasil e da Polônia aceitaram o nosso convite de integrar o Conselho Consultivo da revista. Trata-se de especialistas que conhecem muito bem as questões que pretendemos abordar nas páginas da nossa publicação.

Convidamos os prezados leitores a se unirem a nós e a vivenciar, jun-tamente conosco, a jornada comum na descoberta da história, bem como da realidade atual da comunidade polônica no Brasil. Continuaremos a acompa-nhar os diversos pontos de contato que existem e que com certeza se amplia-rão entre os dois países amigos: o Brasil e a Polônia. Na medida das nossas possibilidades, nas páginas da nossa revista procuraremos familiarizar os nossos caros leitores com essa ampla problemática dos contatos polono-brasileiros.

O periódico Polonicus – Revista de estudos Brasil-Polônia terá as seguin-tes seções: Polônia/Polska, Artigos/Artykuły, Poemas/Wiersze, Entrevis-tas/Wywiady, Resenhas/Przegląd literacki, Crônicas/Wydarzenia e Efeméri-des/Diariusz. Com o objetivo de tornar acessível o conteúdo de cada número aos poloneses que desconhecem a língua portuguesa, o título de cada texto será também fornecido em língua polonesa. No final de cada artigo será tam-bém apresentado um resumo em polonês.

Em nome da equipe redacional – Henryk Siewierski, Mariano Kawka e Piotr Kilanowski – e em meu próprio, desejo aos prezados leitores uma a-gradável leitura e convido à cooperação conosco.

Zdzislaw Malczewski SChr – redator

1 Cf. MALCZEWSKI, Zdzislaw. Ślady polskie w Brazylii / Marcas da presença

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Oddajemy do rąk Szanownych Państwa pierwszy numer czasopisma brazylijskiej wspólnoty polonijnej. Po wielu konsultacjach, dyskusjach postanowiliśmy nadać tytuł nowemu pismu „Polonicus. Revista de reflexão Brasil-Polônia”. Dlaczego taki tytuł nowego czasopisma? Jego nazwą zamierzamy ukierunkować Czytelnika na profil pisma. Bowiem już samo określenie „polonius”, mające swoje korzenie w języku łacińskim, odnosi się do wszystkiego co ma swoje korzenie związane z Polską, jej kulturą, tradycją, zwyczajami. Słowo to może oznaczać człowieka, który w warunkach obcego środowiska tworzył różnorodne dobra kultury mające związek z geograficzną przestrzenią narodu polskiego. W wielu wypadkach nazwą „polonicus” określane jest jakieś dobro, które zostało wytworzone, a wskazujące na swoje narodowe pochodzenie. „Polonicusem” będzie też coś co jest rzadkością w różnych dziedzinach, a występujące poza przestrzenią geograficzną Polski. Poza tym do tej kategorii zaliczamy także wszelkie ślady, jakie spotykamy w różnych miejscach, a które swoją specyfiką mówią nam o ich twórcy czy odnoszą się pośrednio czy bezpośrednio do tego wszystkiego, co nazywamy ogólnie polskim. W różnych miejscach świata spotykamy właśnie takie ślady i nazywamy je polonikami.

W naszej brazylijskiej rzeczywistości mamy pokaźną liczbę ludzi urodzonych w Brazylii (szacujemy na 2-3 miliony osób), którzy mają w swoich żyłach polską krew. Są to osoby, które ze względu na przynależność etniczną mają związek z Polską. Właśnie polska społeczność etniczna w tym kraju jest dla nas również „poloniusem”. W naszym piśmie dużą uwagę będziemy pragnęli poświęcać temu szczególnemu „Poloniusowi”. Tym bardzie, że powstało tutaj, w Brazylii, specjalne słowo w odniesieniu do Brazylijczyków o polskich korzeniach etnicznych. Te osoby nazywamy „polônico”. Osoba, ze względu na miejsce urodzenia i posiadane obywatelstwo jest Brazylijczykiem. Kiedy jednak bierzemy pod uwagę pochodzenie etniczne tej osoby, to ze względu na więzi krwi są one określane jako „polônico” i nie „polonês”.

Nowe czasopismo „Polonicus” pragnie być takim właśnie zjawiskiem, które będzie swoją treścią łączyło ludzi mających te same korzenie etniczne czy też rdzennych Brazylijczyków zainteresowanych tym wszystkim co jest związane z Polską i jej wytworami kultury.

Czasopismo „Polonicus” pragnie wpisać się w tę wielką i różnorodną listę gazet, czasopism, jakie były wydawane w Brazylii od 1892 r., kiedy to pojawiło się pierwsze pismo noszące nazwę „Gazeta Polska w Brazylii” i wydawane przez grupę emigrantów w Kurytybie i skierowane do tworzącej

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które starały się poprzez swoje publikacje ukazywać historię, dorobek społeczności imigranckiej i polonijnej w Brazylii. Ostatnim takim periodykiem wychodzącym w latach 1999-2009 w Kurytybie było „Projeções. Czasopismo studiów polsko-brazylijskich”2.

Polonijni intelektualiści oraz Rada świeckich przy rektorze Polskiej Misji Katolickiej w Brazylii motywowani ideałem wydawania „Projeções” sugerowali rektorowi PMK, abyśmy kontynuowali naszą dotychczasową pracę wydawniczą. Postanowiliśmy zatem kontynuować nasze zmagania intelektualne i wydawnicze i w pierwszym semestrze 2010 r. oddać do rąk Szanownych Państwa pierwszy numer pisma „Polonicus. Revista de reflexão Brasil–Polônia”. Cieszy nas fakt i napawa wielkim optymizmem na przyszłość, że zaproszeni intelektualiści z Brazylii i Polski przyjęli nasze zaproszenie wejścia do Rady Konsultacyjnej czasopisma. Są to naukowcy, którzy dobrze znają zagadnienia, które zamierzamy poruszać na łamach naszego pisma.

Zapraszamy Drogich Państwa do dołączenia do nas i doświadczania wraz z nami, wspólnej odkrywczej wędrówki w poznawaniu historii, jak też współczesnej rzeczywistości społeczności polonijnej w Brazylii. Nadal będziemy śledzić wszechstronne kontakty, jakie istnieją i - z pewnością - będą się poszerzały pomiędzy naszymi zaprzyjaźnionymi krajami: Brazylią i Polską. W miarę naszych możliwości tę szeroką problematykę kontaktów brazylijsko-polskich będziemy przybliżali naszym Drogim Czytelnikom na łamach „Polonicusa”!

Periodyk „Polonicus. Revista de reflexão Brasil-Polônia” będzie zawierał następujące działy: Polônia/Polska, Artigos/Artykuły, Poemas/Wiersze, Entrevistas/Wywiady, Resenhas/Przegląd literacki, Crônicas/Wydarzenia i Efemêrides/Diariusz. Dla Polaków nieznających języka portugalskiego w celu ułatwienia zaznajomienia się z treścią każdego numeru pisma tytuł każdego tekstu będzie podawany również w języku polskim. Również na końcu każdego artykułu zamieszczone będzie streszczenie w języku polskim.

W imieniu Zespołu Redakcyjnego: Henryka Siewierskiego, Mariano Kawki i Piotra Kilanowskiego oraz własnym życzę Szanownym Państwu przyjemnej lektury i zapraszam do współpracy z nami –

Zdzislaw Malczewski SChr - redaktor

1 MALCZEWSKI, Zdzislaw, Ślady polskie w Brazylii / Marcas da presera polonesa

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A MAIOR TRAGÉDIA NACIONAL DA POLÔNIA APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL*

O avião em que viajavam o presidente da Polônia Lech Kaczyń-ski, sua esposa – a primeira dama Maria, 94 outros membros da delega-ção e a tripuladelega-ção acidentou-se no dia 10 de abril de 2010 na região de Pieczersko, enquanto se aproximava para pousar no aeroporto militar Sieviernyj, perto de Smolensk. O avião caiu a cerca de dois quilômetros da pista de pouso. Segundo informações iniciais, o acidente foi provoca-do pelas difíceis condições atmosféricas, na quarta tentativa de pouso.

O presidente Lech Kaczyński, juntamente com uma delegação, dirigia-se a Katyn, perto de Smolensk, na Rússia, onde juntamente com representantes das Famílias de Katyn, bem como de parlamentares, reli-giosos e militares ex-combatentes queria prestar uma homenagem aos poloneses assassinados por força de uma decisão do dia 5 de março de 1940 da NKVD (sigla em russo de Comissão do Povo para Assuntos In-ternos) da União Soviética.

Na lista das pessoas que viajavam com o presidente a Katyn en-contravam-se: o ex-presidente da Polônia no exílio Ryszard Kaczorowski, os vice-presidentes do Parlamento Jerzy Szmajdziński e Krzysztof Putra, a vice-presidente do Senado Krystyna Bochenek, os ministros presidenci-ais Władysław Stasiak, Paweł Wypych e Mariusz Handzlik, o chefe do Escritório de Segurança Nacional Aleksander Szczygło, os vice-ministros das relações exteriores – Andrzej Kremer, da defesa – Stanisław Komo-rowski e da cultura – Tomasz Merta, o porta-voz dos direitos civis – Ja-nusz Kochanowski, o presidente do Banco Central da Polônia – Sławomir Skrzypek e o presidente da Memória Nacional – Janusz Kurtyka.

Viajavam no avião também os deputados Maciej Płażyński, Ar-kadiusz Rybicki, Grzegorz Dolniak, Przemysław Gosiewski, Zbigniew Wassermann, Joanna Szymanek-Deresz, Izabela Jaruga-Nowacka, Graż-yna Gęsicka, Wiesław Woda, Edward Wojtas, Sebastian Karpiniuk, Les-zek Deptuła, Aleksandra Natali-Świat e os senadores Janina Fetlińska e Stanisław Zając.

*

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Na lista das pessoas que viajavam no avião presidencial encon-travam-se também os comandantes das forças armadas polonesas gen. Andrzej Błasik, gen. div. Tadeusz Buk, gen. Franciszek Gągor, gen. brig. Kazimierz Gilarski, gen. Bronisław Kwiatkowski e o gen. brig. arc. Miron Chodakowski. Morreram também os responsáveis pela pastoral militar: o bispo católico Tadeusz Płoski, o arcebispo ortodoxo Miron Chodakowski e o pastor protestante Adam Pilch.

O ministro das relações exteriores, Radosław Sikorski, disse que o primeiro-ministro Donald Tusk chorou quando ficou sabendo do aci-dente com o avião presidencial. “Foi minha terrível e triste obrigação informar a respeito disso o primeiro-ministro, o presidente do senado e Jarosław Kaczyński – irmão do presidente” – informou ele.

O presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, convocou uma co-missão especial para investigar as causas do acidente com o avião polo-nês. Foi indicado para chefiar essa comissão o primeiro-ministro da Rús-sia, Vladimir Putin. O ministro da informação da Polônia, Krzysztof Kwiatkowski, informou que será também realizada uma investigação polonesa a respeito do acidente com o avião polonês em Smolensk. Essa ordem foi expedida pelo procurador geral Andrzej Seremet.

Em razão do acidente, em toda a Polônia foram suspensos os e-ventos recreativos e esportivos. A bandeira nacional no palácio presiden-cial foi hasteada a meio pau. Diante do palácio, por muitos dias os habi-tantes de Varsóvia depositaram flores, acenderam piras e rezaram. Em todo o país, “nas igrejas, nas praças, nas ruas – mais uma vez reconhece-mo-nos em nossa essência como nação” – disse um político polonês.

Em razão desse trágico acidente aéreo, no qual pereceram repre-sentantes da elite da vida política, militar, social e religiosa do país, mais uma vez em sua história Polônia vivenciou uma experiência dolorosa, mas confiamos que o sacrifício desses nossos irmãos e irmãs, dos melho-res Filhos e Filhas da Nação Polonesa, produzirá o bem e trará e paz e a reconciliação de todos os poloneses. Como discípulos de Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou, acreditamos que o sacrifício da vida de 96 polone-ses foi envolvido pela Sua morte e ressurreição. Confiamos profunda-mente que o sacrifício deles não será inútil, mas que dele – como do sacri-fício da cruz de Seu Filho – Deus extrairá o bem, o bem para a Pátria

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Po-lonesa, e que isso servirá para a aproximação de duas nações eslavas – da Polônia e da Rússia.

* Quando penso na Pátria...

Quando penso na Pátria, então expresso a mim mesmo e me en-raízo. Fala-me disso o coração, como que de uma fronteira oculta que de mim se estende aos outros, a fim de envolver a todos num passado mais antigo que cada um de nós: dela me origino... quando penso na Pátria – para envolvê-la em mim como um tesouro. E pergunto sempre como mul-tiplicá-lo, como ampliar esse espaço que ela preenche.

Karol Wojtyła – 1974

RESUMO – STRESZCZENIE

W powyższym tekście przybliżyliśmy naszym czytelnikom katastrofę polskiego samolotu, w którym leciała na uroczyste obchody do Katynia polska delegacja z prezydentem Lechem Kaczyńskim na czele. W katastrofie lotniczej zginęło 96 osób.

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DISCURSO DO KATYN*

Excelentíssimo Senhor Presidente Excelências, Senhores Padres Capelães Senhoras e Senhores

Querida Família de Katyn

Há 70 anos, já havia vários dias que neste lugar se ouviam os es-talos secos dos tiros e os sons surdos dos corpos empurrados para os ”fossos da morte” – os verdugos da NKVD matavam os nossos Pais com um tiro na nuca.

Como era este lugar naquela primavera de 1940...? Estas árvores não se lembram. Elas foram plantadas com as mãos dos assassinos para que as suas raízes pudessem para sempre encobrir os vestígios do crime. Mas esse plano não foi bem-sucedido. Passaram-se três décadas e o mundo conheceu a palavra de ”Katyn”.

”Katyn”, ”bosque de Katyn” – palavras conhecidas e sempre assustadoras, desde 1943. ”Katyn” – a palavra que se tornou um sinôni-mo do crime – o Crime de Katyn – um crime que tirou a vida de 22 mil de prisioneiros de guerra poloneses, de prisioneiros de uma guerra não de-clarada. Ao falar das Vítimas do Crime de Katyn, muitas vezes comete-se um erro histórico mencionando apenas os oficiais poloneses. É um erro tanto mais grave porque desrespeita a memória de muitos prisioneiros

*

Discurso que devia ser pronunciado no 70º aniversário do massacre, no dia 10 de abril de 2010, diante dos túmulos de Katyn, por Andrzej Sariusz-Skąpski, presidente da Federação das Famílias de Katyn. Seu pai, Boleslau, foi ali assas-sinado pelos soviéticos, juntamente com outros milhares de poloneses. Na Polô-nia de antes da guerra, Boleslau Sariusz-Ską pski foi um eminente jurista e fun-cionário do Ministério da Justiça. Infelizmente o discurso de Andrzej Sariusz-Skąpski não foi pronunciado, visto que ele pereceu, juntamente com o presidente Lech Kaczyński e outros representantes da elite polonesa, na catástrofe aérea em Smolensk.

A redação da Polonicus agradece à filha de Andrzej Sariusz-Skąpski, Izabella Sariusz-Skąpski, por ter expressado o seu consentimento para a publicação do texto no Brasil.

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assassinados que eram pessoas civis – altos funcionários públicos e de autarquias, professores, juristas, funcionários uniformizados de vários serviços do Estado...

Junto com os oficiais do Exército Polonês, todos eles eram os prisioneiros de guerra – a flor da intelligentzia polonesa.

Não repitamos esse erro.

Aqui, junto aos túmulos dos nossos Pais, unimos-nos em pensa-mento com os amigos das Famílias de Katyn, cujos Pais descansam nos bosques semelhantes de Kharkov e Miednoie, mortos também com um tiro na nuca nas masmorras da NKVD de Kharkov e Tver, a mesma Tver que naquele tempo se chamava Kalinin, do nome de um dos signatários da ordem infame de Stalin de 5 de março de 1940.

Unimo-nos em pensamento com as mais de 7 mil famílias cujos pais foram assassinados na Ucrânia e na Bielorrússia. O Crime de Katyn, hoje escrito com letra maiúscula em respeito à tragédia vivida naquele tempo pelas Esposas, Filhas e pelos Filhos das Vítimas aqui sepultadas.

Passaram-se 70 anos (...).

Hoje, as Viúvas – a geração das nossas Mães – contam poucas dezenas de senhoras de cerca de noventa anos de idade. A mais velha delas morreu no ano passado em Israel com a idade de 108 anos.

Nós, a geração dos filhos, somos algumas centenas de Filhas e Filhos, hoje com a idade de pelo menos 70 anos.

Hoje somos poucos aqui presentes.

Chegamos com os nossos filhos – netos e bisnetos – para transmi-tir-lhes, junto aos túmulos dos nossos Pais, a nossa mensagem: guardem este lugar, guardem a digna memória dos Seus antepassados, nunca permitam que estranhos se apropriem dessa memória, como infelizmente muitas vezes acontece. (...) Transmitam um dia essa mensagem aos seus filhos – para que esta memória perdure. (...)

Não é hora hoje de lembrar como ao longo de várias décadas o nosso sentimento do mal não reparado foi agravado pelas chicanas, nem como naquela realidade cativa vivemos com a marca de cidadãos de se-gunda categoria, como foi falsificada a história e silenciado o sacrifício dos nossos Pais. Esses anos ensinaram-nos a humildade numa situação em que não se podia fazer nada, mas também nos ensinaram a paciência

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e a esperança – a esperança de que a verdade vencerá. Esperamos por estes dias quase 50 anos – anos longos e sombrios.

Em 1989 recuperamos a independência – deixamos de ser os ci-dadãos de segunda categoria. Organizamos as Famílias de Katyn e, ape-sar de fardo do legado dos anos anteriores, ficamos otimistas. Definimos as metas. No primeiro lugar a mais importante – uma digna preservação da memória deste lugar, aqui no bosque de Katyn e nos bosques de Kharkov e Miednoie.

O início dos anos 1990 trouxe acontecimentos importantes. No dia de 13 de abril de 1990 a parte russa, por intermédio de uma notícia da agência TASS, reconheceu a sua responsabilidade pelo Crime de Katyn. Logo em seguida passou à parte polonesa as cópias dos documentos de suprema importância, inclusive o de uma decisão infame de Bureau Polí-tico VKP(b), de 5 de março de 1940, que com a assinatura de Stalin con-denava ao fuzilamento os prisioneiros de guerra poloneses, bem como assim chamadas „listas de retirada” dos campos de prisioneiros de guer-ra. Foi revelado – quase 50 anos depois – o lugar do assassinato e do en-terro dos prisioneiros dos campos de Starobielsk e Ostaszków. As “listas de retirada” permitiram-nos verificar o nosso conhecimento sobre o des-tino das Vítimas. Dos dois lados começou o assim chamado “inquérito de Katyn”. A parte polonesa iniciou os trabalhos de exumação para demar-car a extensão dos cemitérios. Parecia que brevemente seriam cumpridas outras metas aguardadas pelas Famílias de Katyn.

Porém isso não aconteceu. Foi perdida a oportunidade dos mea-dos mea-dos anos 90, favoráveis à investigação do Crime de Katyn, com uma exceção: foram continuados os trabalhos de preparação para a construção dos Cemitérios Poloneses de Guerra aqui em Katyn, em Kharkov e em Miednoie.

O inquérito polonês foi suspenso sem qualquer motivo racional. Cada vez mais ouvimos estas palavras para nós dolorosas: “Vocês de novo insistem com esse Katyn”. (...)

A parte russa sucessivamente endurecia a sua posição. Em 2005 foi anunciado que em 2004, mais de dez anos após o seu início, o inquéri-to russo sobre o Crime de Katyn foi encerrado e qualificado como um “crime comum” e como tal sujeito a prescrição.

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A justificativa do encerramento do inquérito não foi revelada. Da parte da Polônia não houve nenhuma reação oficial. Diante dessa situa-ção ofensiva à memória dos nossos Pais, algumas centenas de membros das Famílias de Katyn, na primavera de 2005, entraram junto à Procura-doria Militar da Federação Russa com um pedido de acesso a essa justifi-cativa. As respostas eram sempre as mesmas: o caso é secreto e não dá para fazer nada. Algumas pessoas, após esgotarem as possibilidades junto aos tribunais russos, apelaram ao tribunal em Estrasburgo, onde atualmente estão sob o julgamento dois dos seus pleitos.

As Famílias de Katyn continuam esperançosas até hoje, aguardan-do cada passo que possa aproximar uma resolução definitiva da questão de Katyn; resolução que não tirará a dor dos nossos corações, mas que faria que a ferida deixe de sangrar, e a palavra ”Katyn” deixe de assom-brar as relações entre a Polônia e a Rússia. Sabemos que decisões satisfa-tórias só podem ser tomadas nos mais altos níveis de poder.

As nossas esperanças são reforçadas pelos trabalhos de um Gru-po para os Assuntos Difíceis Gru-polono-russos, reativado em 2008. Esses trabalhos já deram frutos em forma de apurações e ações concretas, como o consenso das duas partes quanto à verdade histórica sobre o Crime de Katyn e o apelo de julho do ano passado, dirigido aos primeiros-ministros de ambos os países, pela resolução definitiva da questão do Crime de Katyn em toda a sua complexidade. A primeira resposta a esse apelo foi a declaração do primeiro-ministro da Rússia, de 1 de setembro de 2009, em Westerplatte, anunciando a disposição para a abertura dos arquivos.

Há poucas semanas começaram a chegar da Federação Russa os sinais de uma mudança substancial em relação ao Crime de Katyn. Foi o anúncio da visita ao Cemitério Polonês de Guerra em Katyn feita pelo primeiro-ministro da Rússia, bem como o seu apelo, dirigido aos serviços a ele subordinados, para que procurem nos arquivos os documentos his-tóricos ainda não conhecidos. Foi significativa a apresentação, há poucos dias, do filme Katyn, de Andrzej Wajda, na televisão russa. (...)

Há três dias, pela primeira vez neste lugar a prestou a sua home-nagem às Vítimas do assassinato de Katyn o primeiro-ministro da Rússia Vladimir Putin, chamando de heróis aqueles cujo sacrifício de vida se negava ainda havia pouco. Os primeiros-ministros, senhores Donald

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Tusk e Vladimir Putin, pronunciaram aqui, junto aos túmulos dos nossos Pais, palavras muito significativas, que em nossas Famílias de Katyn despertaram uma nova esperança.

(...)

Excelentíssimo Senhor Presidente!

Em nome das Famílias de Katyn agradeço de coração a sua pre-sença aqui conosco, agradeço que o Senhor quis presidir as solenidades de hoje. A presença do Chefe de Estado nesta nossa peregrinação de hoje foi de extrema importância.

Agradeço a todos que chegaram aqui conosco. Agradeço aos que prepararam e organizaram esta viagem. Ao terminar, queria pedir ao Senhor Presidente e a todos aqui presentes para que em silêncio evoquem a memória da única mulher aqui assassinada, a tenente piloto Janina Lewandowska, dos generais Bohatyrewicz e Smorawinski e de todos os que aqui descansam.

Obrigado.

(Tradução de Henryk Siewierski)

RESUMO / STRESZCZENIE

Publikujemy tekst przemówienia, jakie miał wygłosić w Katyniu Andrzej Sariusz-Skąpski - prezes Stowarzyszenia Rodzin Katyńskich. Jego ojciec Bolesław został zamordowany przez sowietów w Katyniu. Niestety autor nie wygłosił tego przemówienia, gdyż zginął w katastrofie lotniczej wraz z prezydentem RP Lechem Kaczyńskim i innymi osobami towarzyszącymi.

Redakcja czasopisma „Polonicus” składa podziękowanie Izabelli Sariusz-Skąpskiej za wyrażenie zgody na publikację tekstu Jej ojca Andrzeja.

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A COLÔNIA POLONESA DO BRASIL SE UNE NA DOR E NA ORAÇÃO COM A NAÇÃO POLONESA

Zdzislaw MALCZEWSKI SChr

A notícia da trágica morte do presidente da Polônia Lech Kaczynski, de sua esposa Maria e das pessoas que os acompanhavam, que ocorreu num desastre aéreo perto de Smolensk, na Rússia, abalou não apenas a comunidade polônica, mas também toda a sociedade brasi-leira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva proclamou no dia 10 de abril um luto oficial de três dias e numa mensagem enviada ao primeiro-ministro Donald Tusk e ao presidente do Parlamento, Bronislaw Komo-rowski, que assumiu as funções presidenciais, expressou o seu pesar em razão da trágica morte do presidente da Polônia Lech Kaczynski, de sua esposa e de outras pessoas. Ao enviar as condolências, o presidente Lula assegurou a solidariedade da Nação Brasileira e relembrou os históricos vínculos de amizade entre os brasileiros e os poloneses. Por sua vez o ministro brasileiro das relações exteriores, Celso Amorim, numa mensa-gem ao ministro Radoslaw Sikorski, expressou as condolências e a solida-riedade diante da Polônia – “país com o qual estamos unidos através de uma grande comunidade de imigrantes e de profundos laços de amizade e cooperação”. E Orlando Pessuti, governador do estado do Paraná, em cujo território estabeleceu-se o maior número de imigrantes poloneses, no sábado (10 de abril do corrente ano) proclamou igualmente três dias de luto. Numa nota oficial ele expressou o pesar em razão da catástrofe que provocou a morte do presidente da Polônia e das pessoas que o acompa-nhavam. O governador lembrou a participação dos imigrantes poloneses e dos seus descendentes na moldagem da identidade cultural e no desen-volvimento econômico do estado do Paraná.

Em nome da comunidade polônica brasileira, expressamos diante das autoridades da República – representadas pelo presidente Luiz Inácio

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Lula da Silva, pelo ministro Celso Amorim e pelo governador Orlando Pessuti – os mais cordiais agradecimentos pela solidariedade demonstra-da com a Nação Polonesa neste período muito difícil. Os poloneses e os brasileiros de origem polonesa que vivem e trabalham pelo bem da sua Pátria brasileira, do seu desenvolvimento geral e do seu progresso jamais se esquecerão desse comovente gesto dos mais elevados representantes da Nação Brasileira. Os três dias de luto nacional que foram anunciados, o luto no estado do Paraná e a lembrança dos históricos laços de amizade entre os nossos países constituem sinais de uma grande amizade do Bra-sil diante da Polônia! A comunidade polônica braBra-sileira trará em seu coração e preservará para sempre na lembrança essas expressões de pro-funda amizade e solidariedade demonstradas pelos representantes do Brasil diante da Polônia – país de nossa origem ou da origem dos nossos antepassados! Que essa amizade perdure e se fortaleça para o bem das nossas duas Nações!

Por iniciativa da Sra. Dorota Joanna Barys, consulesa-geral da Po-lônia em Curitiba, no domingo 11 de maio, na igreja polonesa de S. Esta-nislau (situada no centro da cidade), foram celebradas duas missas pelo falecido presidente Lech Kaczynski e pelas demais vítimas do acidente aéreo. Através de correio eletrônico, na manhã de sábado (do tempo bra-sileiro) o Consulado Geral divulgou uma nota oficial a respeito da tragé-dia nacional polonesa e convidou para participar da missa os represen-tantes das autoridades locais, o corpo consular e a comunidade polônica. Às 9 horas foi celebrada uma missa em língua polonesa, presidi-da pelo pe. dr. Zdzislaw Malczewski SChr – reitor presidi-da Missão Católica Polonesa, que na ocasião também pronunciou um sermão. Foram conce-lebrantes o pe. Zbigniew Minta SChr – provincial da Sociedade de Cristo na América do Sul, o pe. Zenon Sikorski SVD – cura da paróquia polone-sa e o pe. Casimiro Oldak SChr. Jovens do conjunto folclórico polonês Wisla, vestindo trajes populares, saudavam os fiéis que entravam no santuário. Antes do término da solene Eucaristia – celebrada com fé e esperança – os mencionados jovens trouxeram para junto do altar o velho estandarte de uma organização polônica e as bandeiras da Polônia e do Brasil ornamentadas de uma faixa negra. Enquanto os jovens se dirigiam da porta principal da igreja até o presbitério, um músico executou em seu trompete o hino da Polônia. E no ombro esquerdo das camisas brancas os

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jovens traziam faixas negras. Esse costume não é conhecido no Brasil. Uma das moças do conjunto folclórico Wisla trazia sobre um lenço polo-nês de cor verde o retrato do casal presidencial. Após a localização das bandeiras nos lados do altar, tomou a palavra a consulesa-geral Dorota J. Barys, a qual falou que tais tragédias aproximam muito as pessoas. Ela também agradeceu por essa expressão de união com a Polônia. A missa foi filmada por uma equipe da TV Globo. Trechos da cerimônia foram mostrados no jornal da noite de domingo e repetidos no jornal do meio-dia de segunda-feira (12 de abril).

Às 10h15 foi celebrada uma outra missa, dessa vez em língua portuguesa. Presidiu a Eucaristia o padre provincial da Sociedade de Cristo, e o sermão foi pronunciado pelo reitor da Missão Católica Polone-sa no Brasil. Entre os fiéis esteve presente um representante do governa-dor do estado do Paraná, bem como representantes do corpo consular. Entre os brasileiros presentes podiam ser vistos influentes representantes da colônia polonesa que, por não conhecerem bem a língua dos seus an-tepassados, preferiram rezar em língua portuguesa. Toda a celebração foi semelhante àquela promovida anteriormente em língua polonesa.

Na embaixada da Polônia em Brasília e nos consulados gerais em Curitiba e em São Paulo foram expostos livros de condolências. Durante a semana toda, representantes da sociedade brasileira e da colônia polo-nesa local puderam inscrever-se neles a fim de expressar as condolências e a participação na dor da nação polonesa.

Ao meio-dia de segunda feira (12 de abril), dirigi-me juntamente com o pe. Benedito Grzymkowski SChr ao Consulado Geral da Polônia em Curitiba a fim de nos inscrevermos no livro de condolências. Encon-tramos aí não apenas a senhora consulesa-geral Dorota J. Barys, mas também o eng. Rizio Wachowicz, presidente da Representação Central da Comunidade Brasileiro-Polonesa (Braspol) – o maior movimento polôni-co no Brasil, que se enpolôni-contra presente em 16 estados do Brasil e possui 335 filiais. Em seguida veio um professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), responsável pelos contatos internacionais dessa institui-ção de ensino superior. Ao mencionar essas pessoas, quero dizer que na expressão de condolências diante da Polônia uniram-se os brasileiros com os poloneses que aqui residem e com a coletividade polônica.

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Estou profundamente convencido de que em todos os lugares onde trabalham padres diocesanos e religiosos poloneses (não apenas em comunidade polônicas, mas também brasileiras), bem como irmãs religi-osas polonesas representando numerreligi-osas congregações foi elevada uma oração ao Deus da Vida por aqueles que pereceram tragicamente, ofere-cendo a sua vida pela Pátria. A Polônia perdeu uma parte da sua elite. De repente, a morte trágica levou os seus melhores Filhos e Filhas! A comu-nidade polônica brasileira reza para que essa tragédia nacional traga à Polônia enlutada um grande bem, na forma de uma união mais profunda de todos em nome de valores superiores, para a maior glória da ilustre Polônia! Do distante Brasil, mergulhado em luto, em nome de toda a coletividade polônica, enviamos os nossos votos: “Paz a Ti, Polônia, Pá-tria nossa!”

Curitiba, 12 de abril de 2010.

RESUMO / STRESZCZENIE

Tak jak w innych miastach świata, tak też i w Kurytybie, sprawowane były Msze św. za ofiary katastrofy lotniczej, w której zginął prezydent RP wraz z innymi towarzyszącymi osobami. Prezydent Brazylii Luiz Inácio Lula da Silva ogłosił 3-dniową żałobę narodową. Również gubernator Orlando Pessuti ogłosił oficjalną 3-dniową żałobę w stanie Paraná, gdzie żyje bardzo liczna etnia polska. Staraniem konsul generalnej Doroty J. Barsy w dniu 11 kwietnia br. sprawowane były w kościele polskim dwie Msze św. (po polsku i po portugalsku) za prezydenta RP Lecha Kaczyńskiego i wszystkie osoby, które zginęły w katastrofie lotniczej, która wstrząsnęła całym światem. Również społeczeństwem Brazylii i tutejszą Polonią.

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CORAÇÃO DO GÊNIO

Janusz EKIERT

DISTÂNCIA

A visão que se tem do Chopin, de sua vida, obra, da interpreta-ção de suas composições, no espaço de cem anos desde a morte do gran-de compositor, tem mudado e, às vezes, inclusive, diametralmente. Ape-sar da admiração, adoração e arrebatamento que o cercava em vida e ainda hoje o cerca, sua genialidade e questões pessoais refletiam-se de maneira diferente no ver das pessoas que com ele tinham algum contato e, mais tarde, na mentalidade das pessoas do fin de siècle, de forma diver-sa entre as duas guerras mundiais, como ainda de maneira distinta hoje em dia.

Apesar do generalizado respeito e do amor a seu gênio, a força da sua originalidade foi, durante um longo período, incompreendida ou tratada como algo extravagante. No período de florescimento do roman-tismo, interpretavam-se com frequência suas obras como se fossem elas compostas por um histérico que, permanentemente, morria à prestação. A reação que veio após a Primeira Guerra Mundial, estética antissubjeti-va, a busca da chamada fidelidade ao compositor, busca do texto original das obras – sem apêndices redacionais, execução de somente o que está contido na inscrição esquemática e limitada da pauta, as senhas para que a música da Chopin não seja nem alta nem baixa demais, para não se executá-la nem rápido nem lento demais, de forma nem muito dilacerada nem muito calma, o encanto, a graça, a verve, a fantasia, levando a este-reótipos de interpretação.

O romantismo tinha tendência a atribuir conteúdos literários e episódios verdadeiros ou imaginados a suas obras, a sua vida. Mais tar-de, os biógrafos e pesquisadores ocuparam-se, zelosa e escrupulosamen-te, de limpar sua música e sua vida desses adornos, desprezando-os.

Folheto do Ministério das Relações Exteriores da República da Polônia,

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Passaram para o polo contrário da inverdade. Desenvolveu-se um tipo de biografia científica que tendia a considerar inexistentes os fatos que não se permitiam documentar. O romantismo e ainda os períodos pós-românticos idealizavam e esmaltavam o retrato de Chopin. Nos anos setenta, surgiu uma vaga cinematográfica que apresenta o mundo do nosso século, inclusive o mais elegante e espiritualizado, visto pelo ângu-lo do lixo e da sarjeta; da biografia do gênio tentou-se extrair à luz do dia suas fraquezas, distorções de caráter e os fatos mais vergonhosos e imo-rais.

EQUÍVOCOS

Ainda em vida, suas revolucionárias harmonias e sons caracterís-ticos do folclore polonês, mas que não cabiam no sistema maior-menor, em vigor nos períodos do classicismo e romantismo, esbarraram em in-compreensões. Dúvidas levantavam seus acentos rítmicos e construções das sonatas. O final da sonata bemol durante quase cem anos parecia incompreensível. Era tão pouco típica que parecia estranha, um estudo volátil, em que não se podia reconhecer melodia, harmonia ou ritmo. Parecia que o laconismo desse final, que dura não muito mais que um minuto, desequilibrava em proporções as sonatas. Passaram-se quase cem anos para se conscientizar de que se trata de um rastro tonal do som, que esse final anuncia uma época em que a tonalidade do som configu-rará a forma.

O papel da tonalidade na pintura e na música era na época de Chopin um tema em moda. Berlioz estava já trabalhando sobre o “Trate d’instrumentation”, que mais tarde foi publicado em 1844 e passou a ser o evangelho dos compositores. Nos Prelúdios, Estudos e Noturnos, Cho-pin transformou a escritura (écriture) para piano, esse sistema e concen-tração de substância tonal. Criou as bases da moderna tonalidade pianís-tica. Descobriu a tonalidade do piano nas formas originais de acompa-nhamento, nas rápidas passagens do pianíssimo, que em Chopin sempre permaneceram melodia, mas já anunciavam rastos de tonalidades sono-ras. A constante instabilidade e variabilidade da tonalidade nas sonatas já constituíam novas relações entre melodia, harmonia e estrutura. A insta-bilidade da tonalidade e as eternas modulações eram sua originalidade e, dentro de algumas dezenas de anos, em Wagner se tornaria uma regra.

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Chopin foi um das mais fortes individualidades artísticas na história da cultura mundial, não só na música. Fechou-se na música para piano, não escreveu óperas, não escreveu sinfonias. Fez da música para piano, pela primeira vez, uma potência artística independente.

A ilimitada heterogeneidade da melodia, harmonia e da tonali-dade sonora, das estruturas e das ideias que ligavam tudo isso é, com frequência, causa de equívocos nos concursos internacionais de pianos Frederico Chopin de Varsóvia: uma interpretação é consoante com o espírito de sua música, outra – não. O pianista deve se decidir pela esco-lha e destaque de algumas características em detrimento de outras. De outra maneira, a interpretação de Chopin transformou-se numa média estética farmaceuticamente dosada, em que há de tudo um pouco, mas, propriamente, nada . Não se pode desenvolver, sem quebras do belo arco da melodia, de sua atmosfera, tensão, nobreza plástica e, pelo caminho, expor, ao mesmo tempo, o paladar de todas as interessantes cotonalida-des e ligações de acorcotonalida-des, da figura rítmica característica, da figura do acompanhamento, do interessante espectro tonal, extrair um som interes-sante no baixo. Adaptar a tudo isso a dinâmica e o ritmo. Apareceram inúmeros pianistas que sublinham o quanto essa música é apaixonante-mente interessante. Outros concentram-se na sua beleza natural e atmos-fera. Essas diferenças tornam-se às vezes fonte de controvérsias.

Durante certo tempo, desenrolavam-se também discussões sobre a verdadeira data do nascimento de Chopin. Se dermos créditos aos do-cumentos, placas comemorativas e enciclopédias, Chopin teria nascido em 22 de fevereiro de 1810. Mas ele próprio afirmava que havia nascido 1 de março. A sua mãe confirmou que nesse dia comemorava o nascimen-to. O próprio Chopin forneceu a data de 1 março ao preencher o passa-porte e informou-a à enciclopédia Fétis de Paris. Segundo documentos oficiais – atestado de nascimento e de batismo –, ele veio ao mundo em 22 de fevereiro. Foi batizado tarde, em 23 de abril, pois o padrinho deveria ser Frederico Skarbek, que estudava em Paris, e estava sendo esperada sua concordância. O pai de Chopin não tinha cabeça para datas e esque-cia inclusive o dia do próprio nascimento. Lembrava que o filho havia nascido numa quinta-feira, mas, talvez, tenha contado 8 semanas para trás no lugar de 7, quando estava tratando das formalidades. E assim surgiu o erro. Aliás tanto o atestado de nascimento como o de batismo

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contêm versões errôneas do sobrenome de Chopin (Choppyn, Choppen). Ninguém corrigiu isso.

RÉPLICA

Chopin era um perspicaz observador dos fenômenos que o cer-cavam e da moda, sobretudo artística; das polêmicas varsovianas dos clássicos com os românticos. Às vezes tentava esconder os impulsos cria-dores que daí vinham, às vezes não. Mas conseguiu e desejou muito, com toda consciência, estampar em seus impulsos criadores a marca indivi-dual.

O romantismo não inventou a divisão em corpo e alma, apenas aprofundou-a, mas talvez só a tenha sublinhado. George Sand reclamou que a consequência disso eram os conventos e lupanares. Chopin entre-gava-se a essa dualidade de visão do mundo, quando chamava com boa dose de senso prático – as filhas de Corinto de Varsóvia “senhoritas mise-ricordiosas”, e Constância Gladkowska – seu ideal; sob a influência desse romance platônico escreveu o Larghetto do Concerto em fá maior, o Ro-mance do Conserto em mi maior (op. 70 nº 3). Quando compunha inspi-radas harmonias e melodias, com os editores de Paris e Lipsk barganhava os seus preços. Mas não tinha quanto a essas questões concepções de princípio. Só não gostava quando tentavam encontrar em suas obras-primas o reflexo de uma concreta realidade ou conteúdo literário. Irritou-se quando, na Maiorca, George Sand usou a expressão “harmonia imita-tiva” em relação à monotonia do repetido som lá bemol e, depois, sol sustenido, no Prelúdio “chuvoso”, como que imitando as gotas de chuva caindo.

Irritavam-no tais opiniões, pois – ao contrário de Schumann, Mendelssohn oun Liszt – não imitava na música os fenômenos da natu-reza, não transplantava para a música uma fábula literária, nem reflexos filosóficos, nem imagens. Não se deixava dominar pela moda da época e nunca intitulava suas obras, o que poderia sugerir uma concreta situação, acontecimento, figura, paisagem. Entregava-se à atmosfera de sua época. Confessou a um amigo que o Romance do Concerto mi menor constitui recordação de lugares e momentos que lhe eram caros; na Marcha fúne-bre da Sonata em bemol pode-se escutar o tocar de sinos e tambores. O som lá bemol no Prelúdio lá bemol maior, repetido onze vezes, soa como

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eco de onze batidas do relógio da torre, lembrando o momento de sepa-ração; o Trio da Polonaise em lá bemol maior, como tropel dos hussardos poloneses; no Estudo fá menor do opus 25 criou, dizem, um retrato de Maria Wodzinska. Nos salões parisienses tornou-se famoso pelos retratos sonoros. Lembrando Chopin, Berlioz disse: “Isso acontecia, com maior frequência, ao redor da meia-noite, quando Chopin se sentia mais livre. Quando haviam saído todos os peixes graúdos de salão, quando já havia muito tinham se esgotado todas as questões políticas correntes, quando todos os faladores da via alheia haviam terminado suas maledicências e anedotas sobre os ausentes, quando já haviam sido discutidas todas as perfídias e pequenas baixezas dos conhecidos, dos próximos e mais afas-tados, enfim, quando todos estavam cheios da prosa cotidiana, então ele, obediente à solicitação muda de um par de belos olhos de mirada inteli-gente, aproximava-se do piano”. Improvisava os retratos de certos convi-dados, instando a adivinhar de quem se tratava.

IMPULSOS

Quando tocava nos salões varsovianos para os convidados dan-çarem, quando improvisava retratos musicais, isso pertencia aos elegan-tes lazeres sociais. Mas quando compunha, a música era só sua própria e emocional reação face aos fenômenos e acontecimentos que o cercavam. O ciclo dos concertos de Paganini em Varsóvia, em 1829, deixou-lhe uma forte impressão. Mas os dois ciclos de 12 Estudos que compôs não consti-tuíram nem retratos do fenomenal violinista nem imitação de seus Capri-chos no piano nem homenagem ao seu virtuosismo. Os estudos de Cho-pin surgiram como réplica admiravelmente individual. ChoCho-pin transfor-mou a acrobacia dos dedos no piano em poesia de tonalidades sonoras e de atmosferas. Revelação que preservou fascinação até hoje são as origi-nais harmonias reunidas com a nova configuração da substância sonora no piano, com as novas estruturas de acompanhamento, distante do este-reótipo generalizado, estrutura dos arpejos com sons alheios, não perten-centes ao acorde. Ao mesmo tempo, o acompanhamento ganha, frequen-temente, nessa situação, papel melódico. A revelação baseia-se no fato de que os ornamentos, arpejos e gamas, no caso de Chopin, deixaram de ser somente decoração e grande virtuosismo. Tornaram-se meio de expres-são e de uma tonalidade pianística até então desconhecida. As ousadas

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junções de acordes, as gamas cromáticas de terceira no Estudo sol suste-nido menor de terça junção de sons muito altos e muito baixos, arpejos passando rapidamente por todo o teclado no contexto de sons muito baixos do baixo, no Estudo no 1 dó maior, isso constituía uma nova época da tonalidade pianística. Posteriormente, escreveu-se que os Estudos de Chopin são para o desenvolvimento da tonalidade do piano o mesmo que Berlioz e Wagner juntos foram para o desenvolvimento da tonalida-de orquestral. Alguns pesquisadores sugerem que o Estudo em si bemol opus 10 e sua melodia de baixo tornou-se modelo de alguns motivos e atmosfera de “Tristão e Isolda”, de Wagner. Outros observam que sem os Estudos de Chopin não apareceriam muitas obras de Débussy e Ravel.

Chopin escreveu o primeiro ciclo de Estudos entre os 19 e 22 anos de idade, em Varsóvia, Viena e Stuttgart; já o segundo em Paris, entre os 22 e 26 anos. É surpreendente que os Estudos, incluídos entre suas maio-res obras-primas e que deram início a uma nova época do estilo pianísti-co, Chopin tenha-os criado em tão tenra idade. Pela primeira vez, o estu-do, contendo objetivo pedagógico, tornou-se fascinante obra de arte. In-clusive tentou-se dar a três Estudos, por motivo de seu caráter excepcio-nalmente dramático, o título de “Revolucionários”. Ao lado do mais fa-moso em dó menor do opus 10, também os dois últimos do opus 25, em lá menor e dó menor, foram chamadas de “Revolucionários”; para ou-tros, foi inventado um certo teor ou imagens. A caminho de Viena para Paris, Chopin deteve-se em Munique e Stuttgart, onde, em setembro de 1831, tomou conhecimento, através de jornais, que Varsóvia, após san-grenta luta, entregou-se aos russos e que a Insurreição de Novembro na Polônia havia caído. Seu desespero soa no Estudo “revolucionário” em dó menor 12 do opus 10, composto então em Stuttgart. Mas esse Estudo expressa o estado de seu espírito e não qualquer cena ou fábula.

Pode ser que, sob a influência da inquietação face à sorte de seus próximos durante a Insurreição, tenha composto o Estudo em dó menor, que fechava o opus 25. Escreveu numa carta após retornar a casa depois de uma recepção: “No salão, finjo que estou calmo, mas ao retornar en-doideço no piano”. Parece que Chopin confidenciou uma vez que, depois de compor o Estudo lá menor, que incluiu no opus 25 como nº 11, duran-te uma noiduran-te de insônia duran-teve a ideia de escrever adicionalmenduran-te uma in-trodução de quatro tatos, anteriorizando o apaixonante fortíssimo dessa

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obra. Mas também esse episódio do processo criativo sugere que ele construiu uma ação puramente musical, ou talvez dramaturgia psicológi-ca, mas sem correlações visuais.

DRAMATURGIA

Exemplo sintomático disso são suas quatro Baladas. Uma vez deixou escapar que a ideia lhe veio da balada de Mickiewicz, mas depois se espalharam informações de segunda ou terceira mão de que ele havia se impressionado com “Switezia”, “Switezianka” e “Konrad Wallenrod” de Mickiewicz. As baladas de Chopin têm realmente caráter narrativo, mas desenvolvimento de dramaturgia sonora; nem as mudanças de at-mosfera na segunda, terceira e primeira Balada não casam com o desen-volvimento dos acontecimentos nas obras de Mickiewicz. Nas Baladas e no final da Sonata em si menor, Chopin transforma, numa forma extra-ordinariamente inventiva, essa mesma melodia. Quando ela aparece pela segunda ou terceira vez, o seu caráter modifica-se às vezes radicalmente. Às vezes calmo e lírico, outras tempestuoso e dramático, outras delica-damente dissimulado, e outras ainda – brilha pelo virtuosismo. Liszt e Wagner, e depois outros românticos, adotaram essas formas de modifica-ção do tema e disso fizeram princípio. Neles, o motivo ou tema, e suas metamorfoses simbolizam o herói e os estados diversos de seu humor, transformações espirituais, novas situações em que se encontrou. Chopin não se serve de qualquer roteiro literário, não sugere isso com qualquer título, cria nas Baladas e Scherzos como que aventuras de pura emoção, de puros estados de espírito, separados de dada figura e definidos acon-tecimentos. Se inclusive compõe sob a influência de recordações pessoais, de lições escolares de história, do épico passado da Polônia, do convento dos Cartuxos em Valdemos e do mau tempo na Maiorca, da leitura dos versos de Heine ou Mickiewicz, pode-se supor que a música fala de algo em que em geral tais segmentos, fortemente transformados são irreco-nhecíveis. Chopin cria um teatro em que as figuras centrais são só melo-dias e harmonias em molduras de diversificado movimentos e intensida-de intensida-de sons, intensida-de suas interessantes estruturas, intensida-de acentuação rítmica, or-namentos. Delineia um encanto misterioso. Dentre os seus quatro Impro-visos, o caráter e a forma do que compôs em tonalidade fá sustenido maior difere dos outros. O desenvolvimento narrativo da frase e a

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atmos-fera de reflexão aproximam-se do caráter de balada. Alguns episódios criam antes ilusão de diálogo do que de contraste de temas. Deixam im-pressão de não desenvolvimento dos pensamentos musicais, mas de seu alinhamento, entregue a uma lógica misteriosa.

Mais legíveis são as experiências e o arrebatamento, as provações pessoais e artísticas, que deixaram vestígios nas obras dos anos juvenis, embora se façam lembrar também nas obras posteriores. Chopin visitava com frequência as livrarias de notas, frequentava sobretudo Brzezina, com atenção absorvia todas as novidades que vinham do estrangeiro, obras de pianistas europeus em moda, Hummel, Fiels, Moscheles, Weber, assimilava o difundido estilo brilhante. Encantava-se com a ópera, não deixava passar um espetáculo, transladava para o piano os segredos do canto e dos cantores, seus ornamentos fantasiosos da melodia, compara-dos a cordões de pérolas, de renda, fitas ou fogos de artifício, a beleza e sensual sedução do bel canto, em Paris adorava o Deus da melodia italia-na - Berlim. Em alguns Noturnos podemos identificar a influência da oração da sacerdotisa dos Gauleses “Casta Diva” da “Norma” de Bellini. Todos os anos, durante as férias de verão, no campo ele absorvia a singu-laridade do folclore musical polonês, seus arcaísmos severos e ásperos, sinos, as antigas escadas de igreja, vazios quintais, característica quarta lúdica, originalidade do metro e do ritmo.

VARSÓVIA

Educou-se em Varsóvia em companhia de filhos de famílias abas-tadas, que viviam na pensão conduzidas por sua mãe. O pai, Nicolau Chopin, francês, filho instruído de camponeses de Vosges, proprietário de vinhas, veio da Lorena e ficou na Polônia para fugir ao serviço militar no exército de Napoleão. Era professor de ricos fidalgos, mais tarde pas-sou a dar aulas de língua e literatura francesa no Liceu Varsóvia, depois frequentado por seu filho Frederico. A mãe de Frederico - Justina Krzy-zanowska - administrava a casa da condessa Ludwika Skarbkowa em Zelazowa Wola, nos arredores de Varsóvia. Era sua parenta distante, órfã originária de família empobrecida. Nicolau Chopin tornou-se instrutor das filhas e do filho da condessa. Frederico Skarbek durante quatro anos sentou-se à mesa comum com Justina Krzyzanowska, até que por fim se casaram. Depois, transladaram-se para Varsóvia.

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A juventude de Frederico Chopin significou estudo de composi-ção com Józef Elsner, reitor do conservatório, a quem amava como pai; significou rápidos progressos na execução no piano, mas também recep-ções varsovianas, concertos em elegantes salões e férias no campo em propriedades familiares de colegas que viviam na pensão da mãe. Desde criança habituou-se a estar cercado de admiração e embevecimento. Quando tinha 8 anos apresentou-se em seu primeiro concerto público e dele começou a falar toda a Varsóvia. Depois passou a ser admirado nos salões varsovianos, dava concertos em palácios de aristocratas varsovia-nos. O máximo de sons num mínimo de tempo. Moda da época, mas Chopin emprestou-lhe uma poesia muito pessoal do timbre. Seus Ron-dós, suas Variações sobre o tema de “Don Juan” anunciam o despertar de uma individualidade, mas a Grande Polonaise Brilhante, Grande Valse Brilhante, os concertos fá menor e mi menor já são obras em que o jovem gênio fala com linguagem própria.

Esse jovem de estatura um pouco mais que média, magro, pálido, inicialmente tímido, posteriormente enchia a atmosfera dos salões com perenes piadas. Via o mundo como uma comédia, animava os chás e bailes varsovianos. Os convidados choravam de rir quando mostrava seus polichinelos, como chamava as paródias de conhecidas figuras. Imi-tava as caras e os gestos do professor de língua inglesa ou metia uma peruca ruiva e tomava pose de pastor evangélico. Não gostava de senti-mentalismo e chamava as supersensíveis senhoritas de “românticos bu-buzinhos”. Junto aos amigos, tomando vinho ou em jantar, improvisava valsas, mazurcas, escocesas e, inclusive, tocava para dançar. Escrevia cartas cheias de piadas, desenhava gozadas caricaturas. Durante as férias em Szafarnia, o jovem Chopin de 14 anos redigiu o “Correio de Szafarni-a”, parodiando o “Correio Varsoviense”. Reagiu à notícia sobre a intro-dução da censura da imprensa e dos livros com um versinho no “Correio de Szafarnia”:

Muito por favor, censor, A língua não me prender

As lições de história deixaram em Chopin visões da antiga potên-cia da Polônia quando era no leste o “baluarte do cristianismo”, quando então os poloneses derrotavam turcos e tártaros, exércitos russos, suecos, a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos. Quando o rei Jan III Sobieski salvou

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Viena ante a invasão turca e a carga dos hussardos decidiu a sorte do cristianismo. Lembrança fresca era a morte do príncipe Josef Poniatowski na Batalha das Nações nos arredores de Lipsk, quando os poloneses co-briam a retirada de Napoleão. Reflexões sobre a sorte da Polônia e patrio-tismo soam mais tarde nas Polonaises heroicas de Chopin, assim como se fazem sentir em alguns Estudos, como a saudade da Polônia volta em algumas Mazurcas, escritas na Maiorca e em Nohant.

Quase nunca citava melodias populares. Nas Mazurcas fantasiou e inventou-as de forma tão verdadeira como se fossem um documento sonoro do campo polonês: Os ares rurais ajudavam a fortalecer sua saúde débil. Tocava com músicos camponeses, interpretava músicas judaicas, andava atrás das jovens camponesas pelos campos, caçava perdizes e coelhos, colhia cogumelos e morangos silvestres, andava a cavalo. Infor-mou a um amigo numa carta: “O cavalo vai onde quer, eu – como macaco num urso – fico nele sentado com medo”. Em outra escreveu: “Meus queridos pais e vocês, lube siostrylle (amadas irmãzinhas)! A saúde me serve assim como um cão adestrado”.

O seu senso de observação registrava detalhes das bodas rurais e festas da colheita. Chopin mirava como o campo se comportava nas fes-tas de casamento, sobretudo após tomar vodca. Tinha na memória os taberneiros judaicos e as discussões das jovens do campo, a mazurca rural e os obereks. Assimilava a melancolia do habitante da região de Kujawy. Mais tarde estilizou todas essas danças sob a denominação co-mum de mazurcas. Nos bailes nas casas de campo dançava até o raiar do sol a mazurca nobre, também fogosa, mas mais elegante. As mazurcas eram recordação das férias de verão.

Viajou a Berlim, visitou o musical amador, violoncelista e compo-sitor, príncipe Antoni Radziwill, em sua residência de verão perto de Poznan, na localidade de Antonin. Escreveu algumas obras para ele, es-teve aí duas vezes, deu lições à filha mais jovem do príncipe, Wanda, enlevava-se com sua beleza. Eliza, a filha mais velha, desenhava seus retratos. Tinha 16 anos quando foi com a mãe e as irmãs, Ludwika e Emí-lia, para a Silésia, para tratamento nos sanatórios de Deszniki, que então se chamava Bad Reinerz. Sobreviveu à morte da irmã mais jovem, Emília, e, pela primeira vez, soou ameaçante em seus ouvidos a palavra tubercu-lose. Após terminar o conservatório, Chopin, na idade de 19 anos,

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rece-beu de seu pai – como prêmio – dinheiro para uma viagem a Viena. Seus dois concertos no Teatr, Kaertnerthortheater, sobretudo Variações sobre tema da ópera “Don Giovanni” de Mozart, provocaram admiração entre os vienenses. Saudou o público inúmeras vezes, embora no início estives-se nervoso e bebesestives-se água com açúcar para estives-se confortar. Mas não deixou passar a ocasião e flertou com uma jovem pianista, a rechonchuda Leo-poldina Blahetka. No percurso dessas viagens visitou Kalisz, Wroclaw, Poznan e Cracóvia, Praga e Drezno, Torun e Gdansk.

As últimas férias polonesas Chopin as iniciou em Poturzyn, na propriedade de seu mais próximo amigo – Tytus Woyciechowski. Inter-rompeu-as para estar presente na estreia da talentosa cantora Constância Gladkowska. Já anteriormente, no concerto dos estudantes do conserva-tório, percebera seus olhos azuis e cabelos louros. Tinha então 18 anos. Era filha do burgrave do castelo real de Varsóvia. Aprendeu canto com o italiano Carla Soliva. Certamente que teria lido no “Correio Varsoviano”: “As obras do senhor Chopin levam, sem dúvida, o cunho de grande gê-nio”. Pode ser que tenha escutado que o reitor Elsner teria anotado no diário junto ao nome de Chopin: “gênio musical”. Chopin, após meses de silenciosa adoração, aproximou-se dela, fazia-lhe companhia. Mantive-ram esse amor em conspiração, pois um jovem sem estabilidade material, mesmo que notavelmente talentoso, com perfil infantil, não podia con-correr com ricos candidatos a marido, com os quais sonhava a mãe dela. Para Constância, inacessíveis eram os salões aristocráticos em que Cho-pin era cercado de nuvens de coquetes. Ela era cortejada por oficiais rus-sos com posição, ajudantes do irmão do czar, Grão-Duque Constante, que governava a Polônia e que vinha ao conservatório cantar com ela duetos. Chopin e Constância atormentavam-se com ciúmes, passavam por mo-mento de dúvida, fluxos e refluxos de sentimo-mentos.

Os pais e amigos decidiram que Chopin deveria viajar para uma grande metrópole da Europa – não sabiam ainda para qual – para que seu gênio pudesse se desenvolver e brilhar. Constância apresentou-se em seu concerto de despedida no Teatro Nacional. Cantou “Oh! Quantas lágrimas verti por você” da ópera “La Donna Del lago” de Rossini. Tinha vestido branco e rosas no cabelo.

Os últimos compassos do Concertos mi menor ele compôs em Ze-lazowa Wola, onde nasceu. Com os pais e ambas as irmãs, Ludwika e

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Izabela, terminou aí suas últimas férias polonesas. Compunha também Noturnos. Em sua melodia e ornamentos ouvia-se não só o enlevamento que tomava conta dele o bel canto da ópera. Via-se nele a força da indivi-dualidade que o transformava. O movimento fluente do arabesco sonoro em Chopin é algo muito mais significativo do que ornamento elegante ou passagem de virtuose. Tinha colorido e caráter próprios, tinha traço de melodia volátil de excepcional originalidade. Inclusive um rápido grupet-to adicionado a um som mais longo não era só decoração ou recurso de virtuosismo, mas tinha valor mais profundo e desempenhava tarefa defi-nida. Nos Noturnos sublinha a expressão de um som, ponto culminante do pensamento musical ou termo na dramaturgia musical da obra. Exa-tamente tal aplicação tinha a grande arte da ornamentação na ópera de Monteverdi, antes de se tornar um efeito puramente de virtuosismo.

Quando no Dia dos Finados Chopin embarcou na diligência, no coração levava uma fita oferecida por Constância e no dedo o seu anel. Dois anos mais tarde sua amada tornou-se esposa de um rico proprietário de terras – Jozef Grabowski. Seis dias após a chegada de Chopin a Viena, eclodiu na Polônia a Insurreição de Novembro. Os planos artísticos e a eclosão da revolta dividiram sua vida. Os primeiros anos ele passou em Varsóvia, os seguintes em Paris. Em Viena permaneceu seis meses, de-pois decidiu viajar para Paris. A derrota dos insurretos e as repressões dos russos fecharam-lhe o caminho de volta. Tinha vinte anos quando deixou Varsóvia, para a qual nunca mais retornou, e trinta e nove quando morria em Paris.

PARIS

Conquistou os salões parisienses rapidamente, com humor pers-picaz e gênio de improvisação, encontrou-se entre a elite de artistas. A vida era preenchida pelas noites sociais e lições que dava sobretudo a pianistas dentre a aristocracia, obtendo boa remuneração. Tornou-se a-migo de Liszt, Mendelssohn, que o chamava de Chopinetto, de Meyerbe-er, Halevy, Heine. Encontrava-se com Mickiewicz, que sem sucesso pro-curava convencê-lo a compor uma ópera nacional. Passava o verão inici-almente em Le Coteau na Touraine e em Enghien, nos arredores de Paris, o que lhe recomendaram os médicos para fortalecimento da saúde. Em Enghien, no verão passava com frequência Delfina Potocka; não distante,

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