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Aula 03 - Processo Penal - Competência

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Academic year: 2021

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JURISDIÇÃO e COMPETÊNCIA

Jurisdição

Como se sabe, a Jurisdição é una, não se podendo falar em divisões do Poder Judiciário. Entretanto, a jurisdição não pode ser desenvolvida de forma ilimitada por qualquer juiz, em qualquer lugar ou em qualquer matéria, até mesmo em virtude da extensão territorial do país e das diversas temáticas abordadas pelo Direito.

Podemos falar, assim, em um limite legislativo para o exercício da função jurisdicional, chamado competência.

Os diversos órgãos dentro do Poder Judiciário têm o exercício da atividade jurisdicional delineada e medida pela competência, que pode ser analisada sob o aspecto material, territorial ou funcional (ratione materiae, ratione loci e

ratione personae). Princípios da jurisdição

a) Princípio do juiz natural b) Princípio da investidura c) Princípio da indeclinabilidade d) Princípio da indelegabilidade e) Princípio da improrrogabilidade f) Principio da inevitabilidade ( ou irrecusabilidade)

g) Princípio da inércia (ou da iniciativa das partes)

COMPETÊNCIA

Artigos no CPP:

Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:

I - o lugar da infração:

II - o domicílio ou residência do réu;

III - a natureza da infração; IV - a distribuição; V - a conexão ou continência; VI - a prevenção;

VII - a prerrogativa de função. CAPÍTULO I

DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. § 1o Se, iniciada a execução no território

nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.

§ 2o Quando o último ato de execução for

praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.

§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas

ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

Casos que merecem atenção especial:

1 – Crime do art. 171, § 2º, Vi, CP (emissão de cheque sem fundo)

Súmula 521 do STF:

O FORO COMPETENTE PARA O PROCESSO

E JULGAMENTO DOS CRIMES DE

ESTELIONATO, SOB A MODALIDADE DA EMISSÃO DOLOSA DE CHEQUE SEM PROVISÃO DE FUNDOS, É O DO LOCAL ONDE SE DEU A RECUSA DO PAGAMENTO PELO SACADO.

Súmula 244 do STJ:

Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.

2 – Estelionato simples mediante falsificação de no cheque:

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COMPETE AO JUIZO DO LOCAL DA

OBTENÇÃO DA VANTAGEM ILICITA PROCESSAR E JULGAR CRIME DE ESTELIONATO COMETIDO MEDIANTE FALSIFICAÇÃO DE CHEQUE.

3 – Homicídio doloso

A consumação ocorre no momento da morte. Acontece que, quando a vítima é atingida em uma cidade e vem a falecer em outra, o entendimento doutrinário e jurisprudencial é de que a competência será o local onde a vítima foi alvejada, para evitar complicações em relação à presença das testemunhas, que têm o direito de serem ouvidas onde moram.

DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu.

§ 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a

competência firmar-se-á pela prevenção.

§ 2o Se o réu não tiver residência certa ou for

ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.

Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO

Esse critério (“pela natureza da infração”) está regulamentado no art. 74 do CPP. Entretanto, esse artigo nos remete à organização judiciária de cada Estado.

Art. 74 – A competência pela natureza da infração será determinada pelas regras de organização judiciária de cada Estado, ressalvada a competência privativa do Tribunal do Júri.

Portanto, não há uma regra específica para a distribuição das diversas espécies de crimes entre os órgãos jurisdicionais, com exceção:

. dos crimes dolosos contra a vida, cuja competência está constitucionalmente garantida ao Tribunal do Júri;

. das infrações de menor potencial ofensivo, em decorrência da Lei 9.099/95; e

. das infrações de violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei 11.340/2006).

O § 1° do art. 74 do CPP trata dos crimes da competência do Tribunal do Júri: homicídio doloso, infanticídio, aborto, induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio.

OBS : Não são da competência do Júri crimes como homicídio culposo ou, ainda, aqueles cujo resultado morte seja preterdoloso, como por exemplo: latrocínio, extorsão qualificada pelo resultado morte, extorsão mediante sequestro seguida de morte, estupro seguido de morte, lesão corporal seguida de morte, etc.

Justiça Militar, Justiça Eleitoral, Justiça Federal e Justiça Estadual

JUSTIÇA MILITAR Art. 124 da CF.

Crime militar próprio – previsto somente no CPM Crime militar impróprio – previsto no CPM, mas que tem descrição semellhante no CP.

A Justiça Militar julga somente crime militar praticado por militar em serviço.

A Justiça Militar pode ser federal ou estadual. Atenção:

a) O art. 125, § 4º, da CF estabelece que compete à Justiça Comum julgar crime doloso contra a vida de civil.

“Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.”

b) Súmulas do STJ a respeito:

Súmula 6 - COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR DELITO DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRANSITO ENVOLVENDO VIATURA DE POLICIA MILITAR, SALVO SE AUTOR E VITIMA FOREM

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POLICIAIS MILITARES EM SITUAÇÃO DE

ATIVIDADE.

Súmula 53 - COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR CIVIL ACUSADO DE PRATICA DE CRIME CONTRA INSTITUIÇÕES MILITARES ESTADUAIS.

Súmula 75 - COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR O POLICIAL MILITAR POR CRIME DE PROMOVER OU FACILITAR A FUGA DE

PRESO DE

ESTABELECIMENTO PENAL.

Súmula 78 - COMPETE A JUSTIÇA MILITAR PROCESSAR E JULGAR POLICIAL DE CORPORAÇÃO ESTADUAL, AINDA QUE O

DELITO TENHA SIDO PRATICADO

EM OUTRA UNIDADE FEDERATIVA.

Súmula 90 - COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL MILITAR PROCESSAR E JULGAR O POLICIAL MILITAR PELA PRATICA DO CRIME MILITAR, E A COMUM PELA PRATICA DO CRIME COMUM SIMULTANEO AQUELE.

Súmula 172 - COMPETE A JUSTIÇA COMUM PROCESSAR E JULGAR MILITAR POR CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE, AINDA QUE PRATICADO EM SERVIÇO.

JUSTIÇA ELEITORAL

Art. 121 da CF: Julga os crimes eleitorais e os seus conexos.

JUSTIÇA FEDERAL Art. 109 da CF:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades

autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

OBS:

Súmula 38 do STJ - COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL COMUM, NA VIGENCIA DA CONSTITUIÇÃO DE 1988, O PROCESSO POR CONTRAVENÇÃO PENAL, AINDA QUE PRATICADA EM DETRIMENTO DE BENS, SERVIÇOS OU INTERESSE DA UNIÃO OU DE SUAS ENTIDADES.

Súmula 42 do STJ - COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR AS CAUSAS CIVEIS EM QUE E PARTE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E OS

CRIMES PRATICADOS EM SEU

DETRIMENTO.

Súmula 140 do STJ: COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR CRIME EM QUE O INDIGENA FIGURE COMO AUTOR OU VITIMA.

Súmula 147 do STJ - COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL PROCESSAR E JULGAR OS

CRIMES PRATICADOS CONTRA

FUNCIONARIO PUBLICO FEDERAL, QUANDO RELACIONADOS COM O EXERCICIO DA FUNÇÃO.

V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

Exemplo: tráfico internacional de drogas.

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal,

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excetuados os casos de competência dos

tribunais federais;

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

OBS 1: Em âmbito federal também há Juizado Especial Criminal com competência para processar e julgar crimes cuja pena máxima não ultrapasse 2 anos.

OBS 2: Na Justiça Federal também existe Tribunal do Júri.

JUSTIÇA ESTADUAL

Competência residual, podendo recair em Vara Comum, Tribunal do Júri, Juizado Especial Criminal ou Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher.

DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO

Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente.

Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.

DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA

A doutrina diz que a conexão e a continência não são critérios para a fixação de competência, mas de prorrogação de competência.

Casos de conexão

Na conexão há um vínculo entre duas ou mais infrações.

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:

a) Conexão intersubjetiva (por simultaneidade, por concurso ou por reciprocidade).

I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; b) Conexão objetiva (teleológica ou conseqüencial)

II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;

c) Conexão instrumental (ou probatória)

III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.

Casos de continência

Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:

a) Por cumulação subjetiva

I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;

b) Por cumulação objetiva

II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e

54 do Código Penal.

São os casos de concurso formal, inclusive na

aberratio ictus e na aberratio crminis com dois

resultados.

ESTUDO DO FORO QUE VAI PREVALECER (FORO PREVALENTE)

Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:

I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri;

Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria:

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preponderará a do lugar da infração, à qual for

cominada a pena mais grave;

OBS: Isso não se aplica quando houver conexão entre um crime federal e um crime da justiça estadual (Súmula 122 do STJ)

COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL O PROCESSO E JULGAMENTO UNIFICADO DOS

CRIMES CONEXOS DE COMPETENCIA FEDERAL E ESTADUAL, NÃO SE APLICANDO A REGRA DO ART. 78, II, "A", DO CODIGO DE PROCESSO PENAL.

b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos;

III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação;

IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.

CASOS DE SEPARAÇÃO DE PROCESSOS A) CASOS DE SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA:

Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo:

I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;

II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.

§ 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do

processo, se, em relação a algum co-réu, sobrevier o caso previsto no art. 152.

§ 2o A unidade do processo não importará a do

julgamento, se houver co-réu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.

OBS: Também haverá separação obrigatória no caso de um dos co-réus aceitar a suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95).

B) CASOS DE SEPARAÇÃO FACULTATIVA (art. 80 do CPP):

Será facultativa a separação dos processos quando:

a) as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes;

b) quando pelo excessivo número de acusados, para não Ihes prolongar a prisão provisória c) por outro motivo relevante, quando o juiz

reputar conveniente a separação.

CASOS EM QUE HÁ DESCLASSIFICAÇÃO 1 – Art. 74, § 2º, CPP:

Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada.

2 – Se a desclassificação ocorrer por ocasião da pronúncia, o processo será remetido ao juízo competente.

3 – Se a desclassificação for pelo Júri, a decisão será dada pelo juiz presidente, salvo se for da competência do Jecrim.

4 – Quando o réu estiver sendo processado por crime doloso contra a vida e também por crime comum conexo, se houver absolvição pelo do júri, assim assim, caberá aos jurados julgar o réu pelo outro. Porém, se houver desclassificação do crime doloso contra a vida, caberá ao juiz presidente sentenciar.

DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO

Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente.

Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.

DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO

Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido

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aos outros na prática de algum ato do processo

ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO Hipóteses previstas na CF

OBS 1:

Súmula 721 do STF: A COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL DO TRIBUNAL DO JÚRI

PREVALECE SOBRE O FORO POR

PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

ESTABELECIDO EXCLUSIVAMENTE PELA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.

OBS 2:

Súmula 451 do STF: A COMPETÊNCIA ESPECIAL POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO NÃO SE ESTENDE AO CRIME COMETIDO APÓS A CESSAÇÃO DEFINITIVA DO EXERCÍCIO FUNCIONAL.

OBS 3: Quando houver exceção de verdade aplica-se o art. 85 do CPP.

Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade.

Competência do TRF

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:

I - processar e julgar, originariamente:

a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;

c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;

d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal;

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.

Competência do STJ:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre

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autoridades judiciárias de um Estado e

administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; II - julgar, em recurso ordinário:

a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Competência do STF:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação

declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

h) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;

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n) a ação em que todos os membros da

magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;

II - julgar, em recurso ordinário:

a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

b) o crime político;

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

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