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O polimorfismo dos genes gstm1 e gstt1 em pacientes com microdeleção na região azf / The polymorphism of the gstm1 and gstt1 genes in patients with microdelection in the azf region

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.21885-21899 apr. 2020. ISSN 2525-8761

O polimorfismo dos genes gstm1 e gstt1 em pacientes com microdeleção na

região azf

The polymorphism of the gstm1 and gstt1 genes in patients with

microdelection in the azf region

DOI:10.34117/bjdv6n4-381

Recebimento dos originais: 28/03/2020 Aceitação para publicação: 28/04/2020

Isabela Barros Lima

Graduanda em Biomedicina pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Instituição: Escola de Ciências Médicas, Farmacêuticas e Biomédicas Pontifícia

Universidade Católica de Goiás (PUC-GOIÁS).

Endereço: Av, Universitária 1.440 - Setor Universitário. Goiânia-GO, Brasil. E-mail: isabelablima1997@gmail.com

Kleber Santiago Freitas e Silva

Doutor em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal de Goiás. Instituição: Instituto de Ciências Biológicas na Universidade Federal de Goiás (UFG). Endereço: Avenida Esperança s/n, Câmpus Samambaia - Prédio da Reitoria. Goiânia –

Goiás, Brasil.

E-mail: smallbinho@hotmail.com

Leandro do Prado Assunção

Mestre em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Instituição: Universidade Federal de Goiás (UFG).

Endereço: Avenida Esperança s/n, Câmpus Samambaia - Prédio da Reitoria. Goiânia – Goiás, Brasil.

E-mail: leandrodopradoassuncao@gmail.com

Ulisses dos Santos Vilarinho

Graduando em Biomedicina pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Instituição: Escola de Ciências Médicas, Farmacêuticas e Biomédicas na Pontifícia

Universidade Católica de Goiás (PUC-GOIÁS).

Endereço: Av, Universitária 1.440 - Setor Universitário. Goiânia-GO, Brasil. E-mail: ulisses.santos16@hotmail.com

Iasmim Ribeiro da Costa

Doutora em Biotecnologia e Biodiversidade na rede Pro Centro-Oeste pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

Instituição: Escola de Ciências Médicas, Farmacêuticas e Biomédicas na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GOIÁS).

Endereço: Av, Universitária 1.440 - Setor Universitário. Goiânia-GO, Brasil E-mail: iasmimribeirodacosta@gmail.com

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Andreia Marcelino Barbosa

Doutoranda em Biotecnologia e Biodiversidade pela Universidade Federal de Goiás (UFG) Instituição: Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GOIÁS)

Endereço: Avenida Esperança s/n, Câmpus Samambaia - Prédio da Reitoria. Goiânia – Goiás, Brasil.

E-mail: andreiamarcelino_@hotmail.com

Kátia Karina Verolli de Oliveira Moura

Doutora em Ciências (Fisiologia Humana) pela Universidade de São Paulo (USP). Instituição: Escola de Ciências Médicas, Farmacêuticas e Biomédicas na Pontifícia

Universidade Católica de Goiás (PUC-GOIÁS).

Endereço: Av, Universitária 1.440 - Setor Universitário. Goiânia-GO, Brasil E-mail: katiakarinaverolli@gmail.com

RESUMO

A infertilidade é a dificuldade de um casal de engravidar sem o uso de qualquer tipo de contraceptivos por um ano. Ela pode ser influenciada pelo consumo de drogas como álcool e cigarro, alterações no espermograma e pela microdeleção no Y. O Azoospermic Factor (AZF) é considerado um relevante fator para a espermatogênese. A Glutation S-Transferase (GST) são enzimas antioxidante de fase II, responsáveis pela desintoxicação celular. O objetivo do estudo é identificar associações entre os genótipos GSTM1 (nulo), GSTT1 (nulo), tabagismo, etilismo e a alteração no espermograma em pacientes com microdeleção da região AZF. Dos 84 pacientes analisados, a maioria apresenta genótipo nulo, com azoospermia ou oligozoospermia independente de ter microdeleção no fator AZF. Há uma potencialização da influência do etilismo e do fumo na alteração numérica de espermatozoides em pacientes com microdeleção e polimorfismos nulo dos genes GSTM1 e GSTT1.

Palavras-chave: Infertilidade, AZF, GSTs, espermograma.

ABSTRACT

Infertility is the inability of a couple to become pregnant without using any type of contraceptives for a year. It can be influenced by the consumption of drugs such as alcohol and cigarettes, changes in sperm and the microdeletion in Y. One of the genes responsible is

Azoospermic Factor (AZF), considered a relevant factor for spermatogenesis. The Glutathione

S-Transferase (GST) family is an antioxidant enzymes responsible for cell detoxification. The objective of the study was to identify associations between the genotypes GSTM1 (null),

GSTT1 (null), smoking, alcoholism and alteration in spermogram in patients with

microdeletion of the AZF region. Of the 84 patients analyzed, the majority presents null genotype, with azoospermia or oligozoospermia. There is a potentiation of the influence of numerical sperm alteration in patients with microdeletion and null polymorphisms of the

GSTM1 and GSTT1 genes.

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1 INTRODUÇÃO

A infertilidade é considerada a inaptidão de um casal de engravidar sem uso de qualquer tipo de contraceptivos por um ano. Os problemas na concepção ou na infertilidade são considerados um assunto de saúde pública que afeta de 8 a 15% dos casais em todo mundo, podendo chegar a 50% os fatores relacionados ao homem (PASQUALOTTO, 2007).

Os espermatozoides são sensíveis a diversas substâncias e polimorfismos de genes que regulam e participam da espermatogênese, podendo levar à infertilidade (WU, et al., 2013). O uso abusivo de álcool pode prejudicar a maturação da formação dos espermatozoides (densidade, motilidade, morfologia). O cigarro é considerado um dos agentes deletérios do DNA espermático e pode levar a uma redução da concentração espermática e a uma baixa motilidade. Estas duas substâncias têm grande impacto na infertilidade masculina (FINOTTI, 2009).

A infertilidade masculina pode ser influenciada pela idade, consumo de drogas como álcool e cigarro (GONÇALVES; DIAS, 2016), distúrbios na ejaculação ou penetração, varicocele, infecções do trato urogenital, aumento da temperatura escrotal e exposição a substâncias químicas, como metais e pesticidas (SANTOS et al., 2013). As causas podem ser idiopáticas ou multifatoriais, sendo elas: síndromes cromossômicas principalmente a Síndrome de Klinefelter, alterações no espermograma (oligozoospermia, azoospermia, astenozoospermia, teratozoospermia, necrozoospermia) e a microdeleção do Y (CENTA, 2000; CRUZ, 2010). O homem, apesar de infértil, pode ser saudável e assintomático (CENTA, 2000).

A Síndrome de Klinefelter (47, XXY) é a aneuploidia mais frequente no sexo masculino, sendo a causa mais comum de infertilidade, causada pela insuficiência testicular, onde os pacientes geralmente apresentam azoospermia (ROSENBLATT, et al., 2010; CRUZ, 2010).

As alterações no espermograma consistem em: oligozoospermia, a redução no número de espermatozoides na ejaculação (<20x10⁶ espermatozoides por ml); azoospermia (ausência de espermatozoides na ejaculação), astenozoospermia (a redução da motilidade espermática, causada por alterações morfológicas ou no meio), teratozoospermia (o aumento de espermatozoides com morfologia anormal, normalmente provocada pela varicocele) e a necrozoospermia (o aumento do número de espermatozoides mortos) (CENTA, 2000; LOPES,

et al., 2005).

O cromossomo Y é o menor cromossomo, representando 2% do genoma haploide e acrocêntrico apresentando cerca de 300 genes. As alterações nos cromossomos sexuais podem

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.21885-21899 apr. 2020. ISSN 2525-8761 ser numéricas ou estruturais, podendo afetar a determinação sexual, desenvolvimento sexual e a fertilidade (MOORE e PERSAUD, 2008). Relata-se que de 2-25% dos homens inférteis têm falha na espermatogênese causadas pelas microdeleções no cromossomo Y (GALLETTO,

et al., 2008).

Um conjunto de genes responsáveis pela infertilidade masculina é específico, denominado Azoospermic Factor (AZF). Considerado um relevante fator para a espermatogênese e encontra-se na região Yq11. 23 (CENTA, 2000). A região AZF é essencial para proliferação e diferenciação das células germinativas e as deleções desse gene podem interferir na espermatogênese de diversas formas (VOGT, et al., 2008; VOGT, 2005).

O fator AZF divide-se em três regiões funcionais e distintas: AZF-a, AZF-b e AZF-c. A região AZF-a, está relacionada com erros na fase pré-meiótica da espermatogênese. Na região AZF-b encontram-se duas proteínas funcionais, HSFY e RBMY, que são importantes no processo de formação dos gametas. Problemas no seu funcionamento podem gerar modificações na meiose. As microdeleções do AZF-c são as que mais resultam em infertilidade (variando entre azoospermia e oligozoospermia) (CRUZ, 2010). Deleções nestas regiões nem sempre causam infertilidade (CENTA, 2000).

Polimorfismos nos genes da superfamília da Glutationa S-Transferase (GST) vêm sendo associados à infertilidade masculina (FINOTTI, 2009). Polimorfismos são variações na sequência de DNA de genes que codificam enzimas e devem estar em uma frequência maior ou igual a 1% na população (JOSEPH, et al, 2006).

A superfamília da GST, possui pelo menos, 20 GSTs na espécie humana, tendo uma maior expressão nos tecidos hepáticos, mas também encontrados no testículo, ovário e pulmão (FINOTTI, 2009). São enzimas antioxidantes de fase II, responsáveis pela desintoxicação celular (SAFARINEJAD, et al., 2010).

A GSTM1 está no cromossomo 1 (1p. 13.3) e é polimórfico (LOSI-GUEMBAROVSKI,

et al., 2001). Polimorfismo neste gene pode resultar na ausência da enzima que é um

importante fator de infertilidade, principalmente, em pacientes de causa idiopática (SAFARINEJAD, et al., 2010). A GSTM1 é importante na proteção da espermatogênese e está, em grande quantidade no sêmen, atenuando a toxicidade causada por xenobióticos e/ou espécies reativas de oxigênio (FINOTTI, 2009).

O gene GSTT1 é polimórfico em humanos e passível de apresentar deleção: genótipo nulo. Os genes GSTT1 e GSTM1 podem apresentar perda completa da atividade enzimática.

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O gene GSTT1 pode estar relacionado, principalmente, a doença coronária, a vascular periférica e a cânceres, se destacando os de cabeça e pescoço (BISELLI, et al., 2006).

O diagnóstico de microdeleções além de influenciar na escolha terapêutica, é importante nos casos de pacientes inférteis porque estes ainda podem transferir a informação genética à prole, porém não há um critério absoluto indicando quais pacientes devem fazer a análise molecular (KRAUSZ, et al., 2014; SIMONI et al., 1999).

Um método muito utilizado é a Reação em Cadeia de Polimerase (PCR), onde existe a amplificação do material a ser analisado. Quando se trata de diagnosticar deleções no Y, usa-se a PCR duplex ou a multiplex, usa-sendo a usa-segunda opção melhor por contribuir na diferenciação de um possível resultado de um erro técnico, funcionando como controle de qualidade interno (SIMONI et al., 1999; KRAUSZ et al., 2014). Na PCR multiplex, os controles externos, positivos (amostra de DNA masculino contendo a deleção) e o negativo (amostra de DNA feminino) devem correr, paralelamente, para cada série de primers. O controle positivo controla a sensibilidade e a especificidade da técnica, enquanto o controle negativo é usado para especificidade e controle de contaminação das amostras analisadas (SIMONI et al., 1999; KRAUSZ et al., 2014).

2 OBJETIVO GERAL

Analisar a influência do polimorfismo dos genes GSTM1 e GSTT1 em homens diagnosticados com infertilidade idiopática pelo Serviço de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas de Goiânia (HC), segundo o laudo dos espermogramas.

2.1 OBJETIVO ESPECÍFICO

Identificar possíveis associações entre os genótipos GSTM1 (nulo), GSTT1 (nulo), tabagismo, etilismo e a alteração no espermograma em pacientes com screening de microdeleção da região AZF.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Foram obtidas amostras de sangue periférico (10 ml) e/ou sêmen de 84 pacientes no período de 2004 a 2006 e encaminhados ao Laboratório de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas de Goiânia–GO. Os pacientes assinaram termo de consentimento livre e esclarecido. Estes pacientes tinham idade entre 15 e 69 anos e foram diagnosticados com infertilidade idiopática. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.21885-21899 apr. 2020. ISSN 2525-8761 Universidade Católica de Goiás, Goiânia-GO, sob o parecer número 150/2004, de 11 de novembro de 2004.

Utilizou-se a técnica estabelecida como padrão pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no Laboratório de Reprodução Humana HC-UFG para análise do espermograma. Para a extração de DNA foi utilizado sangue total e/ou sêmen. As amostras extraídas foram rotuladas e armazenadas a -20°C para utilização posterior nas reações de PCR e, anteriormente foi realizado o screening da região AZF.

Ao visualizar fragmentos de 215pb e 480pb, atribuiu-se genótipo positivo para GSTM1 e GSTT1, respectivamente. Os genótipos GSTM/T1(nulo) foram identificados pela ausência dos fragmentos de amplificação de 215pb e 480pb, sempre em duplicata, desde que o controle interno fosse visualizado.

Os dados da genotipagem foram tabulados em planilhas do software Excel® (2003). Posteriormente, o teste G foi utilizado para verificação de possíveis associações entre a análise molecular e a infertilidade idiopática masculina. O programa BioEstat® 3.0 (Sociedade Civil Mamirauá / MCT-CNPq) foi utilizado para realização dos testes.

4 RESULTADOS

Foram analisados, 84 pacientes, sendo apenas 03 com espermograma normal e com o genótipo GSTM1 e GSTT1 nulo. Destes, foram analisados somente aqueles que apresentavam alguma alteração no laudo do espermograma, como oligozoospermia, azoospermia e/ou teratozoospermia, sendo 26 AZF + e 37 eram AZF -.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.21885-21899 apr. 2020. ISSN 2525-8761 Na tabela I, no grupo AZF+, 66,6% dos fumantes com diagnóstico para oligozoospermia, apresentaram o genótipo nulo para GSTM1. Assim como, 33,3% dos pacientes fumantes com diagnóstico de azoospermia, com um p=0,3277 não significativo. Para os pacientes não fumantes com AZF+, a maior prevalência também foi para ausência do genótipo GSTM1 em pacientes com oligospermia e azoospermia, sendo 18,1% e 54,5%, respectivamente, com um p=0,0298 significativo. Ainda na tabela I, no grupo de pacientes AZF- com diagnóstico de oligozoospermia e azoospermia e que fumavam, apresentaram o genótipo GSTM1 nulo com 27,2% e 36,3%, respectivamente e p=0,6859 não significativo. Para os pacientes AZF- que não fumam a maior prevalência ocorreu em azoospérmicos, com 34,4% e um p nāo significativo de 0,8102.

Na tabela II, o genótipo analisado foi o GSTT1. Tanto pacientes AZF+ quanto AZF-, não fumantes e com diagnóstico de azoospermia, apresentaram maior prevalência na ausência deste genótipo, com 59% e 40% e p= 0,0306 e p=0,0751 respectivamente, ambos nāo significativos. Já os pacientes fumantes, AZF+ e com diagnóstico de duas ou mais alterações no espermograma, 40% tinham o genótipo nulo e p=0,3277. Contudo, pacientes fumantes, AZF- e com diagnóstico de azoospermia tiveram porcentagens iguais para ausência e presença do genótipo, 27,2% com um p=0,5233, não significativo.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.21885-21899 apr. 2020. ISSN 2525-8761 Na tabela III, 35,7% dos pacientes AZF+ que bebem e com diagnóstico de oligozoospermia e azoospermia foram nulos para GSTM1 e apresentaram um p=0,0034 significativo. Da mesma maneira que, pacientes AZF+ que não bebem, sendo 64,2% azoospermicos, 14,2% com duas ou mais alterações no espermograma e 7,1% para oligospermicos e um p nāo significativo de 0,5592. Tal como em pacientes AZF-, com 36,8% para os que bebem p=0,0717 (nāo significativo) e 36,2% para os que não bebem p=0,3678 (nāo significativo), ambos com diagnóstico de azoospermia.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.21885-21899 apr. 2020. ISSN 2525-8761 Da mesma maneira, na tabela IV, os pacientes AZF+ apresentaram maior prevalência no genótipo nulo de GSTT1, sendo 35,7% pacientes que bebem p=0,2132 e 69,2% que não bebem p=0,1987, todos azoospermicos e nāo significativos. Tal como, pacientes AZF-, que não bebem e azoospermicos, com 40,8% e oligospermicos com 18,1% com um p significativo de 0,0345. Em contrapartida, pacientes AZF-, que bebem e com diagnóstico de oligozoospermia e azoospermia, apresentaram 26,3% de presença para o genótipo GSTT1 e um p=0,6529 (nāo significativo).

4.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS

Para análise dos dados foi utilizado o modelo linear generalizado com interação entre os genes (GSTM e GSTT). Além disso, foram consideradas variáveis do modelo: consumo de álcool, tabagismo, xenobióticos e idade. Com essa análise tínhamos interesse de verificar se essas variáveis tinham alguma influência com a doença. Logo, nossa variável resposta foi considerar o diagnóstico da doença, ou seja, se os indivíduos apresentavam ou não a doença e sua relação com todas essas variáveis. Para isso consideramos que a variável resposta se comportava de acordo com uma distribuição Binomial. Portanto, desenvolvemos o modelo da seguinte forma:

Y = µ + α + β + θ + λ + (σψ) + e

Exame = Idade + Tabagismo + Consumo de álcool + Xenobioticos + GSTM*GSTT + Erro aleatório

Temos os seguintes resultados:

Variáveis no modelo Valores de p

Intercepto 0,33 Tabagismo 0,56 Consumo de álcool 0,96 Idade 0,05 Xenobioticos 0,44 GSTT1 0,0022 GSTM1 0,14 GSTT1*GSTT1 0,1

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.21885-21899 apr. 2020. ISSN 2525-8761 Nesse caso, percebemos que apenas as variáveis Idade e GSTT1apresentaram uma estatística significante. Com isso, desenvolvemos um novo modelo considerando apenas as duas variáveis, Idade e o gene GSTT1. Logo, temos:

Exame = Idade + GSTT1 + Erro aleatório Temos os seguintes resultados:

Variáveis no modelo Valores de p

Intercepto 0,27

Idade 0,002

GSTT1 0,036

Nesse caso, percebemos as variáveis Idade e GSTT1 apresentaram uma estatística significante. Posteriormente, para validar o modelo foi realizado uma análise de diagnóstico, com análise dos resíduos e a análise de envelope.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.21885-21899 apr. 2020. ISSN 2525-8761 Envelope:

Portanto, a análise do diagnóstico e do envelope mostraram que o modelo se adequa aos nossos dados. Com isso, temos que as variáveis idade e o gene GSTT1 tem uma relação com a presença da infertilidade nos indivíduos.

5 DISCUSSÃO

No presente estudo os indivíduos que foram detectados com microdeleção na região AZF do cromossomo Y e que apresentam os polimorfismos nulos dos genes GSTM1 e/ou

GSTT1 apresentaram uma maior frequência na alteração numérica dos espermatozoides,

independente do hábito de fumar ou beber. Ahluwalia e Kaur (2018), também detectaram uma forte associação entre os polimorfismos nulo dos genes GSTM1 e GSTT1 com a infertilidade masculina em trabalhadores rurais de Punjabi, na Índia. Também Kolesnikova e colaboradores (2017), demonstraram a participação dos polimorfismos nulo dos genes GSTM1 e GSTT1 em homens inférteis, com 19% para os dois genes nulos na infertilidade contra 6% em homens férteis.

Ying e colaboradores (2013) em uma meta análise, verificaram a relação dos polimorfismos GSTM1 e GSTT1 em homens inférteis de ambas as etnias, sendo que o polimorfismo do GSTM1 foi predominante em caucasianos e chineses e o do GSTT1 principalmente em chineses. Corroborando com esse estudo, Xu e cols (2013), Xiong e colaboradores (2019) e Hu e colaboradores (2016), relataram a associação dos polimorfismos dos genes GSTM1 e GSTT1 com influência na diminuição do número de espermatozoides em

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.21885-21899 apr. 2020. ISSN 2525-8761 homens chineses inférteis e não encontraram associação do hábito de fumar e de beber com a infertilidade.

Yaroch e colaboradores (2015), relataram a relação dos polimorfismos nulo dos genes

GSTM1 e GSTT1 com a infertilidade masculina, mas apontam a possibilidade de o cigarro

potencializar a doença. Entretanto, não foram encontrados trabalhos que estudam possíveis associações entre pacientes inférteis com screening de microdeleção da região AZF, os polimorfismos dos genes GSTM1 e GSTT1 e hábitos de fumar e beber. A relação do álcool com a infertilidade foi investigada pela primeira vez em 1985. Vários estudos relataram a diminuição dos níveis de testosterona, alterações na concentração de espermatozoides e parada da espermatogênese (KUCHERIA, et al., 1985; PAJARINEN e KARHUNEN, 1994; LI Y, et

al., 2011; SANSONE, et al., 2018; Practice Committee of the American Society for Reproductive Medicine, 2018).

Diferentemente desse estudo, há relatos de que o cigarro influência na qualidade do sêmen (DAI, et al., 2015; ASARE-ANANE, et al., 2016; SANSONE, et al., 2018) e nos níveis dos hormônios sexuais (BASSEY, et al., 2018). Gholami et al. (2017), também citam a potencial associação do cigarro com a microdeleção na região AZF.

Bundhun et al. (2019) demonstraram no seu estudo de meta análise que o tabaco está fortemente associado a um baixo número de espermatozoides, mas em um total de 16 estudos pesquisados por eles, o número de homens inférteis não fumantes foi analisado em 11 estudos, e fumantes foram de apenas 05 e 50% dos que não consumiam álcool eram azoospermicos, assim como esse estudo.

6 CONCLUSÃO

A presença das variantes nulas dos genes GSTM1 e GSTT1 tem potencialidade de estar associada com a detoxificação das células germinativas masculinas, sendo relacionada com os xenobióticos ambientais e outros, diferente do álcool e do fumo. Mas devido a outros estudos é controversa a relação entre a infertilidade com o tabaco e o álcool na espermatogênese, em assim sendo, será interessante novos estudos.

Com isso, em esse estudo, concluímos uma potencialização da influência do álcool e do tabaco na alteração numérica de espermatozoides nos pacientes com microdeleção e polimorfismo nulo dos genes GSTM1 e GSTT1, sem a associação com o hábito de beber e fumar.

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Referências

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