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Obtenção de mimetismo em restauração de dente posterior através da técnica de estratificação com resinas compostas e corantes: Relato de caso / Obtaining mimicry in posterior tooth restoration through the technique of stratification with composite resins

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36790-36803 jun. 2020. ISSN 2525-8761

Obtenção de mimetismo em restauração de dente posterior através da

técnica de estratificação com resinas compostas e corantes: Relato de caso

Obtaining mimicry in posterior tooth restoration through the technique of

stratification with composite resins and tinted flowable composite: Case

report

DOI:10.34117/bjdv6n6-279

Recebimento dos originais:12/05/2020 Aceitação para publicação:12/06/2020

Jiovanne Rabelo Neri

Doutor em Odontologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Instituição: Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS)

Endereço: Rua João Adolfo Gurgel, 133 - Cocó, Fortaleza - CE, 60190-180. E-mail: jiovanne@hotmail.com

Cássia Emanuella Nóbrega Malta

Graduada em Odontologia pelo Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS). Instituição: Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS)

Endereço: Rua João Adolfo Gurgel, 133 - Cocó, Fortaleza - CE, 60190-180. E-mail: cassiaen13@hotmail.com

Lara Rabelo Aragão

Graduada em Odontologia pelo Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS). Instituição: Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS)

Endereço: Rua João Adolfo Gurgel, 133 - Cocó, Fortaleza - CE, 60190-180. E-mail: lara_rabelo0@hotmail.com

Taira Endi de Flaviano Albuquerque

Mestre em Ciências Odontológicas pelo Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS). Instituição: Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS)

Endereço: Rua João Adolfo Gurgel, 133 - Cocó, Fortaleza - CE, 60190-180. E-mail: taira_endi@hotmail.com

Milena Guerra Torres

Aluna do Curso de Graduação em Odontologia do Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS).

Instituição: Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS)

Endereço: Rua João Adolfo Gurgel, 133 - Cocó, Fortaleza - CE, 60190-180. E-mail: lara_rabelo0@hotmail.com

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36790-36803 jun. 2020. ISSN 2525-8761

Pedro Jessé Lima Veras

Aluno do Curso de Mestrado Profissional em Odontologia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Instituição: Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Endereço: Av. Washington Soares, 1321 - Edson Queiroz, Fortaleza - CE, 60811-905. E-mail: pedrojveras7@gmail.com

Phillipe Nogueira Barbosa Alencar

Doutor em Radiologia Odontológica pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Instituição: Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS)

Endereço: Rua João Adolfo Gurgel, 133 - Cocó, Fortaleza - CE, 60190-180. E-mail: drphillipenogueira@hotmail.com

Danilo Lopes Ferreira Lima

Doutor em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte Instituição: Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Endereço: Av. Washington Soares, 1321 - Edson Queiroz, Fortaleza - CE, 60811-905. E-mail: lubbos@uol.com.br

RESUMO

O objetivo do estudo foi relatar, através de um caso clínico, a realização de um tratamento restaurador usando resinas compostas e corantes, a partir da técnica de estratificação, visando mimetizar as características naturais de um dente posterior. Paciente com 32 anos, do gênero feminino, queixava-se de fratura de uma restauração. Após a constatação na fratura no dente 47, foi realizada a seleção de cor (A2) e a restauração foi removida. Realizou-se profilaxia da cavidade, aplicação de um sistema adesivo autocondicionante de 2 passos e fotoativação por 10 segundos. Na etapa restauradora, foi inserida uma camada de resina composta fluida, na parede pulpar, e a dentina foi mimetizada com 2 incrementos. A resina de esmalte cromtático foi aplicada e realizou-se a delimitação do perímetro das 4 cúspides. O corante ocre foi aplicado no fundo do sulco central e o branco na vertente das cúspides, e por fim, foi aplicada a resina composta de esmalte acromático, restabelecendo as características de textura. Todos os incrementos de resina foram foativados individualmente por 40º segundos. Posteriormente, foi realizado o ajuste oclusal e o acabamento e polimento da restauração. Concluiu-se que a técnica restauradora incremental, utilizando resinas compostas com diferentes graus de translucidez e opacidade associado a corantes é eficiente para mimetizar restaurações em dente posterior.

Palavras-chave: Resinas Compostas, Restauração Dentária Permanente, Biomimética. ABSTRACT

The objective of the study was to report, through a clinical case, the realization of a restorative treatment using composite resins and dyes, using the stratification technique, aiming to mimic the natural characteristics of a posterior tooth. A 32-year-old female patient complained of a fracture of a restoration. After finding a fracture in tooth 47, a color selection (A2) was performed and the restoration was removed. Cavity prophylaxis was performed, a 2-step self-etching adhesive system was applied and photoactivation for 10 seconds. In the restorative stage, a layer of fluid composite resin was inserted into the pulp wall, and the dentin was mimicked in 2 increments. The chromatic enamel resin was applied and the perimeter of the 4 cusps was delimited. The ocher dye was applied to the bottom of the central groove and

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36790-36803 jun. 2020. ISSN 2525-8761 white to the cusp side, and finally, the resin composed of achromatic enamel was applied, reestablishing the texture characteristics. All increments of resin were activated individually for 40º seconds. Subsequently, occlusal adjustment and finishing and polishing of the restoration were performed. It is concluded that the incremental restorative technique, using composite resins with different degrees of translucency and opacity associated with dyes, is efficient to mimic posterior tooth restorations.

Keywords: Composite Resins, Dental Restoration Permanent, Biomimetics. 1 INTRODUÇÃO

A exigência dos pacientes por soluções restauradoras que proporcionem melhorias no sorriso não se limita mais aos dentes anteriores (MAGNE, BELSER., 2002; MAGNE., 2006; NAHSAN et al., 2012). As restaurações de dentes posteriores, com materiais estéticos, passaram a representar uma parcela significativa dos procedimentos clínicos diários (HIRATA, PACHECO., 2001; KLAFF., 2001). Neste contexto, as resinas compostas ocuparam uma posição de destaque na prática odontológica, pois proporcionam excelente estética e longevidade aceitável, associado a um custo menor do as cerâmicas (CHANDRASEKHA et al., 2017; HICKEL, MANHART., 2001).

As resinas compostas evoluíram consideravelmente nos últimos anos e culminaram com o surgimento de materiais com tecnologia nanométrica (ALZRAIKAT et al., 2018). As resinas compostas nanoparticuladas possuem partículas de carga isoladas, com dimensões de 5 a 100 nm, ou nanoagregados de carga que podem exceder 100 nm, e tem mostrado excelentes resultados, suportando tensões mastigatórias (ALZRAIKAT et al., 2018; ANGERAME, BIASI, 2018) e reproduzindo características ópticas únicas do esmalte e da dentina (HIRATA, PACHECO, 2001; SUGII et al., 2019).

Uma nova abordagem biomimética da Odontologia restauradora tem sido proposta através do uso incremental de materiais restauradores poliméricos, com diversas cores e opacidades, associada à técnica de estratificação (CHI, 2006; MAGNE, BELSER, 2002; KLAFF, 2001). A técnica incremental consiste na aplicação de incrementos de resina composta com com 2 mm de espessura, no máximo, e que toquem em 2 ou 3 paredes do preparo cavitário (CHANDRASEKHA et al., 2017; KLAFF, 2001; CHI, 2006). Esta técnica proporciona maior controle da profundidade de polimerização da resina composta (KLAFF, 2001; FRAUSCHER, LLIE, 2012; CHANDRASEKHA et al., 2017), reduz o Fator C e os efeitos deletérios da contração de polimerização (MUNCHOW et al., 2018;

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36790-36803 jun. 2020. ISSN 2525-8761 CHANDRASEKHA et al., 2017). Adicionalmente, a técnica incremental ainda melhora adaptação do incremento ao substrato dentário e facilita a reprodução anatômica (CHI, 2006).

Por outro lado, a técnica de estratificação de cor proporcionará a confecção de uma restauração com características de cor, translucidez e opacidade semelhantes ao elemento dental restaurado (MAGNE, BELSER, 2002; HIRATA, PACHECO, 2001; HIRATA et al., 2004; MAGNE, 2006; CHI, 2006). A busca por restaurações cada vez mais imperceptíveis tanto no segmento anterior como no posterior, levou à ampliação da indústria de compósitos no que diz respeito as possibilidades de cores de resina e corantes fotopolimerizáveis, o que auxilia no mimetismo de novas restaurações, tornando possível a reprodução de características únicas (FELIPPE et al., 2000).

Os corantes fotopolimerizáveis são resinas compostas de baixa viscosidade com pigmentos vegetais, que possuem em sua composição bis-GMA, dimetacrilato de uretano e trietilenoglicol e as partículas de carga consistem de dióxido de silício (LOPES et al., 2004; FELIPPE et al., 2000). Assim, temos que os corantes podem ser utilizados para reproduzir as características naturais do elemento dental, sejam essas intrínsecas ou extrínsecas, ou podem ser utilizados para mascarar as imperfeições presentes na estrutura dentária. Esses corantes possuem diversas apresentações comerciais, obtendo diferença nas colorações, como marrom, preto, vermelho, ocre, branco, entre outros, tendo o objetivo de permitir com que as restaurações diretas sejam mais harmônicas em relação aos dentes adjacentes (BARCELLOS et al., 2013).

Embora tenha ocorrido uma notável evolução nas técnicas e nos materiais restauradores, a confecção de restaurações de resina composta minimamente perceptíveis ainda é considerada extremamente desafiadora (HIRATA et al., 2004). Desta forma, o objetivo do presente estudo foi relatar, através de um caso clínico, a realização de um tratamento restaurador usando resinas compostas e corantes, a partir da técnica de estratificação, visando mimetizar as características naturais de um dente posterior.

2 RELATO DE CASO

Paciente com 32 anos, do gênero feminino, procurou atendimento na clínica escola de Odontologia do Centro Universitário Christus (Unichristus) – Fortaleza/CE, relatando a fratura de uma restauração.

Durante a anamnese, foi verificado que a paciente não possuía nenhuma alteração sistêmica, sendo assim, normossitêmica. Foram realizados os exames físicos, sem nenhuma

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36790-36803 jun. 2020. ISSN 2525-8761 alteração digna de nota, seguido dos exames clínicos e foi verificada a presença de uma restauração de amálgama de prata fraturada, localizada na face oclusal do dente 47. Com isso, foi realizada uma radiografia interproximal que evidenciou uma cavidade de média profundidade e sem a presença de cárie secundária. (Figura 1) Portanto, o tratamento idealizado pela equipe de trabalho para o caso clínico referido foi a remoção da restauração de amálgama de prata e a realização de uma nova restauração com resina composta. Antes de iniciar os procedimentos, a paciente foi devidamente informada sobre o tratamento e assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido concordando com os procedimentos executados e autorizando a divulgação do caso clínico em eventos científicos.

Inicialmente, foi realizada a seleção de cor com o auxílio de uma escala (Vita Classical; VITA Zahnfabrik, Bad Säckingen, Alemanha), sendo selecionada a cor A2. Posteriormente, foi realizada anestesia através da técnica de bloqueio do nervo alveolar inferior do lado direito com uma solução anestésica local contendo cloridratos de lidocaína a 2% e de fenilefrida a 1:2500 (SS White 100; SS White, Rio de Janeiro, RJ, Brasil), seguido do isolamento absoluto do campo operatório, do dente 34 ao 47.

A remoção da restauração de amálgama de prata do dente 47 foi executada com o auxílio de uma ponta diamantada esférica (1014 HL; KG Sorensen, Cotia, SP, Brasil) montada em um caneta de alta rotação (EXTRAtorque 605; KaVo, Joinville, SC, Brasil) sob refrigeração abundante, sendo possível observar a presença de dentina esclerosada (Figura 2). A profundidade da cavidade foi verificada com o auxílio de uma sonda milimetrada Carolina do Norte (Millennium – Golgran, São Caetano do Sul, SP, Brasil), e a mesma apresentava 4 mm. A mensuração da profundidade da cavidade foi importante para o planejamento da espessura dos demais incrementos de resina composta que foram colocados na cavidade.

Em seguida, foi realizada a profilaxia da cavidade utilizando uma mini escova de Robinson reta (Dhpro, Paranaguá, PR, Brasil) e pasta profilática a base de pedra pomes e água destilada, preparada na proporção de 1:1. Na sequência a cavidade foi lavada com água destilada, para remover todos os resíduos de pasta profilática, foi seca com jato de ar e realizou-se a técnica de condicionamento seletivo do esmalte com gel de ácido fosfórico a 37% (Condac37; FGM, Joinville, SC, Brasil), durante 30 segundos. Na sequência, foi feita a aplicação do sistema adesivo autocondicionante de 2 passos Clearfil SE Bond (Kuraray, Tóquio, Japão) e a fotopolimerização (Poly Wireless; KaVo, Joinville, SC, Brasil), de acordo com as instruções do fabricante.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36790-36803 jun. 2020. ISSN 2525-8761 Os operadores optaram por utilizar a técnica restauradora incremental adaptada por Hirata et al. (2015), devido ao excelente resultado estético. Após a aplicação do sistema adesivo, foi inserida uma fina camada de resina composta fluida cor A2 (Opallis flow; FGM, Joinville, SC, Brasil) na parede pulpar, nos ângulos diedros, do 2º grupo, e triedros da cavidade, e em seguida foi fotoativada por 40 segundos.

Dando continuidade ao procedimento restaurador, foram inseridos individualmente 2 incrementos de resina composta de dentina de cor A2 (Vittra; FGM, Joinville, SC, Brasil) , de forma incremental e em sentido oblíquo, com uma espátula suprafill nº 1 (Quinelato, Rio Claro, SP, Brasil) e cada incremento foi fotoativado por 40 segundos (Figura 3). A espessura total dos incrementos de resina composta de dentina foi de aproximadamente 2 mm.

Posteriormente, foi inserido um incremento único de resina composta de esmalte cromático cor A2 (Vittra; FGM, Joinville, SC, Brasil), com aproximadamente 1,5 mm de espessura. Antes da polimerização do incremento, foi feito realizada a delimitação do perímetro de cúspides, com uma sonda exploradora Nº5 (Hu-Friedy; Chicago, IL, EUA, desta forma o incremento único foi completamente separado em 4 outros menores, correspondente as cúspides (Figura 4). A delimitação do perímetro das cúspides seguiu os princípios de anatomia dentária do segundo molar inferior do lado direito e definiu o posicionalmente correto da fóssula central, fossetas mesial e distal e sulco central. Após a fotoativação dos incrementos por 40 segundos, seguiu-se a aplicação dos corantes para otimizar a mimetização dos substratos dentários. Inicialmente, foi inserido, cuidadosamente, no fundo do sulco central um corante de cor ocre (IPS Empress Direct Color; Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein) e na vertente das cúspide um corante de cor branca (IPS Empress Direct Color; Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein), com auxílio de um pincel (Kota; Cotia, SP, Brasil) (Figura 5). Os corantes foram fotoativados por 40 segundos (Figura 6).

A última camada visa reproduzir a translucidez intensa encontrada em certas regiões como vértices e pontas de cúspides, desta forma foi inserida uma resina composta de esmalte acromático (Trans-N – Vittra; FGM, Joinville, SC, Brasil). Cada cúspide foi reconstruída individualmente, restabelecendo as características naturais de textura e anatomia, como sulcos secundários (Figura 7). Os incrementos de resina de esmalte acromático foram fotoativados por 40 segundos.

Por fim, o isolamento absoluto foi removido e com o auxílio de um papel carbono (Accufilm; Parkell, Edgewood, NY, EUA) e uma broca multilaminada em forma de torpedo (H48LQ; Komet, Lemgo, Alemanha) foi realizado o ajuste oclusal e o acabamento da

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36790-36803 jun. 2020. ISSN 2525-8761 restauração. Para o polimento foi utilizado um disco de feltro flexível (Diamond Flex; FGM, Joinville, SC, Brasil) e uma pasta diamantada (Diamond Excel; FGM, Joinville, SC, Brasil), em baixa velocidade (Figura 8).

3 DISCUSSÃO

Segundo Reis et al. (2000), as resinas compostas atuais, como as nanoparticuladas, apresentam melhores propriedades mecânicas e ópticas, e menor contração de polimerização. Desta forma, há uma confiança quanto a longevidade das restaurações de resinas compostas executadas em regiões de maior esforço oclusal. Entretanto, alguns fatores inerentes aos materiais compósitos, como as tensões oriundas da contração de polimerização, podem resultar em falhas no processo restaurador, seja imediatamente ou ao longo do tempo (HIRATA et al., 2004).

Técnicas e materiais restauradores têm sido desenvolvidos para minimizar os efeitos das tensões de contração de polimerização, principalmente em cavidades nos dentes posteriores. As técnicas incrementais, principalmente com a inserção de incrementos oblíquos, têm sido frequentemente indicadas para diminuir os efeitos da contração de polimerização e das tensões geradas, aumentando, portanto, a longevidade dos tratamentos restauradores (BICALHO et al., 2014b). Bicalho et al. (2014a), realizaram um estudo avaliando materiais restauradores e protocolos clínicos capazes de minimizar a contração de polimerização e tensão nos dentes posteriores, onde comparou três técnicas, em massa, oito incrementos e 16 incrementos. Ao fim do estudo, observaram que quanto menor a quantidade de incrementos inseridos em cavidades extensas, menor os efeitos da contração de polimerização e das tensões geradas. Fazendo o uso de incrementos oblíquos com espessura de 2mm, dando ênfase à qualidade da polimerização, onde se torna essencial para as propriedades mecânicas adequadas, justificando a necessidade do posicionamento incremental (BICALHO et al., 2014). Estes dados fundamentaram a técnica restauradora selecionada no presente estudo, uma vez que foi executada um tipo de técnica incremental e utilizou-se, ao todo, 7 incrementos de resina composta, inseridos de forma oblíqua.

A técnica incremental reduz o fator de configuração cavitária (Fator C), consequentemente atenua a formação das tensões de contração de polimerização, formação de espaços nas interfaces restauradoras, deflexão e fraturas de cúspides (CHANDRASEKHA et al., 2017). Entretanto, está técnica demanda muito tempo durante a confecção das restaurações e muitos cirurgiões-dentistas tendem a não a executar com o rigor necessário. Hirata et al.,

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36790-36803 jun. 2020. ISSN 2525-8761 2004, propôs uma variação da técnica incremental clássica que proporciona maior rapidez na execução da restauração. Nesta variação técnica, as cúspides são confeccionadas simultaneamente, poupando tempo clínico, e como elas estão totalmente separadas, não há o aumento das tensões de contração de polimerização.

A evolução das propriedades físicas das resinas compostas, aliadas às suas características de estética e preservação de tecido dentário sadio, consolidou o uso destes materiais restauradores em dentes posteriores, permitindo uma reprodução óptica bastante satisfatória (CHI, 2006). Para obter harmonia estética e menos problemas restauradores, foi utilizado uma escolha de resinas no que se refere a cor, opacidade e translucidez, a fim de tornar o resultado do procedimento mais natural (HIRATA et al., 2001b). O uso de corantes pode ser interessante se utilizado no momento adequado, antecedendo as camadas finais, visto que os corantes transparecerão com sutileza, quebrando a homogeneidade de cores e dando maior vitalidade ao dente. Algumas cores são mais utilizadas nos sulcos principais de dentes posteriores como o ocre, o corante utilizado nesse caso no fundo de sulcos, e de forma adicional, nas vertentes das cúspides foi utilizado o corante branco (HIRATA et al., 2001b).

4 CONCLUSÃO

É possível concluir que que a técnica restauradora incremental, utilizando resinas compostas com diferentes graus de translucidez e opacidade associado a corantes é eficiente para mimetizar restaurações em dente posterior.

CONFLITOS DE INTERESSE

Os autores declaram não haver conflitos de interesse.

REFERÊNCIAS

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FIGURAS

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Figura 2. Visualização da cavidade do dente 47.

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Figura 4. Delimitação das cúspides, após a Inserção do incremento de resina composta de esmalte cromático, cor A2

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Figura 6. Após a fotopolimerização dos corantes ocre e branco.

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Figura 8. Aspecto final da restauração de resina composta no dente 47, após ajuste oclusal, acabamento e polimento.

Imagem

Figura 1. Exame radiográfico do dente 47.
Figura 3. Inserção dos incrementos de resina composta de dentina cor A2.
Figura 4. Delimitação das cúspides, após a Inserção do incremento de resina composta de esmalte cromático,  cor A2
Figura 7. Inserção dos incrementos de resina composta de esmalte acromático.
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