PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC SP
Adriana Aparecida de Oliveira
Cenas de enunciação e
discursivo
no discurso literário escrito por Moacyr Scliar
em Língua Portuguesa
MESTRADO EM LÍNGUA PORTUGUESA
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC SP
Adriana Aparecida de Oliveira
Cenas de enunciação e
discursivo
no discurso literário escrito por Moacyr Scliar
em Língua Portuguesa
Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Língua Portuguesa, sob a orientação do Prof. Doutor Jarbas Vargas Nascimento.
SÃO PAULO
Banca Examinadora
...
...
À minha avó
Luiza
Sempre
Ao Prof. Moacyr Scliar
Imortal
AGRADEÇO ...
A milha família, alicerce ... exemplo que a união é força
Uma união de sangue que também por ser uma relação de amor fica cada vez maior. Mãe
Muito obrigada. Sua presença é essencial Aos meus amados sobrinhos são pura alegria
Nayara, Tamyris, Kawan, Ludmilla e Diego, Lucas e Pedro, Marcos Aos Meus irmãos
Rogério , Marcio e Marcos Raquel e Vagner
Paula, Meire e Gisele
Aos meus tios que estão sempre por perto e acompanharam minha trajetória Aqui são muitos: Isaura, Wanna, Nego, Miro, Antonia, Fátima,
Ao meu primo tio José Antonio – Sabiá
Muito obrigada pela colaboração. Sempre prestativo, ajudou me muito.
Aos meus queridos primos
Todos gente boa: Guga, Toni, Milena, Aline, Chris, Well, Lizandra, Samara, Soraia, Nando, Glaucco e Glauccio
E um agradecimento especial a família que escolhi: Kuka, Nina, Yasmin, Nega, Cesar, Laila
Um carinho e meu profundo agradecimento: Cremilda, Flavio, Silvia Peres, Silvia Moraes, Sandra, Neusa, Margareth, Lilian, Ivana, Maria Cezira, Almir, Marcio, Jussanea, Ana Lucia, Sueli, Elisabeth Machado, Lucia Guilhoto e Linete Martinez (amigas sempre)
Ao Prof. Jarbas agradeço a colaboração, orientação e amizade, exemplo de dedicação ao trabalho e a vida. Mestre que acreditou em mim até mesmo quando duvidei. Que com sua humildade fez me acreditar no meu sonho. Muito obrigada!
Aos Professores da PUC e do Departamento de Língua Portuguesa, pelo apoio, ensinamentos e desafios. Pela acolhida na Universidade. Muito Obrigada!
Aos Professores João Hilton e Mauro Maia por terem aceitado participar da banca examinadora de qualificação, com críticas fundamentais que espero ter podido atender. Muito Obrigada!
Aos funcionários da PUC apoio fundamental Lourdes, Rodrigo, Miriam, Cida Miloni e toda a equipe da Secretaria. Muito Obrigada!
As amigas e companheiras na PUC e para vida: Sabrina, Rosmeire, Nelci, Paula, Izilda, Flavio e Élio. Muito Obrigada!
Aos Supervisores de Ensino – Vagner Manaf e Cristina responsáveis pela Comissão de Bolsas de Mestrado da Diretoria de Ensino Leste 5. Muito Obrigada!
– A Cida Teodoro e os amigos do Departamento Financeiro. Muito Obrigada!
Aos Amigos Professores e Funcionários da EE Luiza Mendes Correa e da Diretoria de Ensino Leste 5. Muito Obrigada!
A Secretaria de Estado da Educação por possibilitar que nós professores da Rede Pública de Ensino tenhamos a oportunidade de estar em renomadas Instituições de Ensino. – Muito Obrigada!
RESUMO
CE AS DE E U CIAÇÃO E DISCURSIVO O DISCURSO
LITERÁRIO ESCRITO POR MOACYR SCLIAR EM LÍ GUA PORTUGUESA
Esta dissertação tem por objetivo geral examinar a construção da cena de enunciação e a constituição do discursivo, no discurso literário escrito por Moacyr Scliar em Língua Portuguesa. Como objeto de análise, tomamos o conto , escrito por Moacyr Scliar que assumimos como discurso.
A fundamentação teórico metodológica utilizada para a análise, é dada pela Análise do Discurso de linha francesa, na abordagem proposta por Dominique Maingueneau em especial para o discurso literário.
O discurso analisado de autoria de Moacyr Scliar, corresponde a uma prática discursiva freqüente na obra deste autor, que tendo o discurso bíblico como fonte de inspiração apresenta uma significativa parte de sua obra relacionada como ele intitula a “bíblia revisitada”. Na verdade, a proposta discursiva de revisitar as antigas histórias, parábolas e personagens bíblicos, que por meio da ficção recebem deste autor um tom contemporâneo, crítico, marcado pela ironia, pelo humor ou até mesmo reflexivo, estes são os pressupostos adotados que inscrevem no discurso literário contemporâneo.
A relevância desta pesquisa reside em propor por meio da Análise do Discurso de linha francesa um novo tratamento ao evento literário destacando as categorias como a cena de enunciação e o discursivo.
Palavras chave:
1. Análise do Discurso 2. Discurso Literário 3. discursivo
Abstract
SCE ES OFE U CIATIO A DDISCURSIVE I LITERARY DISCOURSE WRITTE BYMOACYRSCLIAR I PORTUGUESE LA GUAGE
This dissertation aims to examine the overall scene of the construction of enunciation and the constitution of Discursive , in the literary discourse by Moacyr Scliar in Portuguese Language. The tale “As Pragas” written by Moacyr Scliar was taken as the purpose of analyses that we have taken on a discourse.
The theoretical and methodological basis used to analyze, is given by the Discourse Analyses of the French line on the approach proposed by Dominique Maingueneau especially for literary discourse.
The discourse analysis written by Moacyr Scliar, corresponds to a discursive practice common in his works which have the biblical discourse as a source of inspiration and present a significant part of his work related as he calls the “Bible revisited”. In fact, the discursive proposal to revisit the old stories, parables, and biblical characters, that get through the fiction of this author, a contemporary tone, critical, marked by irony, humor, or even reflective. These are the adopted assumptions that inscribe “As pragas” in contemporary discourse.
The relevance of this research is to propose through the discourse analyses of the French line a new literary event highlighting categories like the Scene of Enunciation and the Discursive
Keywords:
1. Discourse Analysis 2. Literary Discourse 3. Discursive
SUMÁRIO
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1.6.2 Revolução e engajamento ... 24
1.6.3 Scliar Médico e Autor – questão de identidade... 26
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I TRODUÇÃO
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Muitas vezes se apresenta a Análise de discurso como
uma tentativa para superar os limites da filologia
tradicional e das diversas "análises de conteúdo" em uso
nas ciências humanas. :a linha direta da "nova crítica"
literária e do conjunto do estruturalismo, a Análise de
Discurso reconhece a existência de "estruturas"
específicas da discursividade, pré<requisito obrigatório
para qualquer análise séria de textos.L F
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7
CAPÍTULO I
AS CO DIÇÕES DE PRODUÇÃO DO
DISCURSO
LITERÁRIO
ESCRITO
POR
MOACYR
SCLIAR EM LÍ GUA PORTUGUESA
1.0
Introdução
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designa a vida literária (os artistas, os editores, os prêmios, etc) levando em conta o
conjunto de quadros sociais da atividade dita literária. L F 7*F
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1.1
A emergência a concepção de literatura e o papel da Análise do
Discurso
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As teorias da enunciação lingüística, as múltiplas
correntes da pragmática e da análise do discurso, o
desenvolvimento do campo literário de trabalhos que
recorrem a Bakhtin, à retórica, à teoria da recepção, à
intertextualidade, à sociocrítica etc impuseram
progressivamente uma nova apreensão do fato literário na
qual o dito e o dizer, o texto e o contexto, são
indissociáveis L F 7F + WN
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(...) não se contenta com a mobilização de noções tomadas
à Psicanálise, à Sociologia à Antropologia etc. para
‘aplicá<las’ a textos literários, não se trata de projetar um
universo (as ciências humanas) noutro (a literatura) que
lhe seria estranho, mas de explorar o universo do
discurso.L F 7*F + 3TN
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(...) na perspectiva da análise do discurso, as ciências da
linguagem intervêm de duas maneiras, e não apenas nos
termos anciliares tradicionais da ‘gramática’(ainda que
esta última tenha entrements se tornado “lingüística”)
com relação à literatura. O recurso à lingüística não é
mero uso de ferramentas elementares, ou como no caso do
estruturalismo, de alguns princípios de organização
sobremodo gerais; ela constitui um verdadeiro
instrumento de investigação. L F 7*F
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. discursos constituintes são aqueles que conferem sentidos aos atos da
coletividade, sendo em verdade representados em múltiplos gêneros do discurso
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1.2
Literatura – possíveis caminhos
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:osso propósito é abordar a ‘obra’ poética em si mesma
e em seus diversos gêneros, dizer qual a função de cada
um deles, e como se deve construir a fábula, visando a
conquista do belo poético; qual o número e natureza de
suas (da fábula) diversas partes, e também abordar os
demais assuntos relativos a esta produção. (...) Seguindo a
ordem natural, começaremos pelos pontos mais
importantes. A epopéia e a poesia trágica, assim como a
comédia, a poesia ditirâmbica, a maior parte da aulética e
da citarística, consideradas em geral, todas se enquadram
nas artes de imitação.L [ F F + 45N
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Do mesmo modo, a função do escritor é fazer com que
ninguém possa ignorar o mundo e considerar<se inocente
diante dele. E uma vez engajado no universo da
linguagem, não pode nunca mais fingir que não sabe
falar: quem entra no universo dos significados, não
consegue mais sair; deixemos as palavras se organizarem
em liberdade, e elas formarão frases e cada frase contém
a linguagem toda e remete a todo o universo; o próprio
silêncio se define em relação às palavras, assim como a
pausa, em música, ganha o seu sentido a partir dos grupos
de notas que a circundam. Esse silêncio é um momento da
linguagem; calar<se não é ficar mudo, é recusar<se a falar
< logo, ainda é falar L F MM3F + N
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Distinguindo manifestações literárias, de literatura
propriamente dita, considerada aqui como um sistema de
obras ligadas por denominadores comuns, que permitem
reconhecer as notas dominantes duma fase. Estes
denominadores são, além das características internas,
(língua, temas, imagens) certos elementos de natureza
social e psíquica, que se manifestam historicamente e
fazem da literatura aspecto orgânico da civilização. Entre
eles se distinguem: a existência de um conjunto de
produtores literários, mais ou menos conscientes de seu
papel; um conjunto de receptores, formando os diferentes
tipos de público, sem os quais a obra não vive; um
mecanismo transmissor, (de modo geral, uma linguagem,
traduzida em estilos) que liga uns a outros
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1.3
O discurso literário
$&! *) &!$ $*! L 7*N a própria noção de “discurso literário” é
problemática. Ela parece pressupor que, por proximidade de gênero e diferença
específica haveria uma categoria correspondente a um subconjunto bem definido da
produção literária de uma dada sociedade, o discurso literário.
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L N existia uma espécie de repartição tácita do trabalho:
de um lado, as faculdades de letras analisavam os textos
de grande prestígio, dedicando atenção especial ao
“estilo” e, por conseguinte, aos recursos estilísticos
mobilizados pelo escritor; de outro lado, os
departamentos de ciências humanas ou sociais que
dedicavam seus empreendimentos de pesquisa a textos de
pouco prestígio, “documentos”, considerados como não
suceptíveis a abordagens estilísticas, visto que davam
acesso apenas a realidades extralingüísticas.
L F F + 7N
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seja necessário a se alcançar a compreensão do todo que uma língua formaF
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5
apreensão do fato literário no qual o dito e o dizer, o texto
e o contexto, são indissociáveis. As condições do dizer que
permeiam aí o dito, e o dito remete a suas próprias
condições de enunciação (o estatuto do escritor associado
a seu modo de posicionamento no campo literário, os
papéis vinculados com os gêneros, a relação com o
destinatário, construída através da obra, os suportes
materiais e os modos de circulação dos enunciados...)
L F 7U43N
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1.4
O gênero conto – do literário ao discursivo
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fantasiada? Ou ainda: a realidade contada literariamente (...)$. $ $.+*" (!+* +$,
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. 8 $ a realidade, desvinculada de um antes ou um depois (início e fim), solta neste
espaço, desdobra<se em tantas configurações quantas são as experiências de cada um,
T
E!$ < )%+ * $ $ .$ $..*, * < E!$ + * * 2). ; )* $. $ &' $
).(! .)1 F E!$ *) * ( % *. *. + ..)8),) * $. $ $(! . . $ $( ,;&)(*. ! ),)G* .
$% .!* ( %+ .)"# F < ( .$ 1* * * * ! $G* (
a relação: entre a extensão do conto e a reação de
excitação que ele consegue provocar no leitor, pelo efeito
que a leitura devidamente dosada lhe causa. É pela
intensidade e a economia narrativa, que de acordo com A.
Poe o contista elabora sua composição, com o mínimo de
meios para provocar o máximo de efeitos, cabendo ao
contista elaborar tal efeito se por incidentes comuns e um
tom peculiar, ou o contrário, ou por peculiaridade tanto
de incidentes quanto de tom”. E em seguida busca
combinações adequadas de acontecimentos ou de tom,
visando a construção do efeito.L ,)8F MM U N
).(! .)1*%$ $ .$ # *. ( )">$. $ + !"# E!$ ( ). * $.
-$:+ . F 8$% ( % .$!. ,)%) $. $ + ($ )%$ .F E!$ )$ * # $ ! ()* $
%* (* # * .$,$"# $ ) . !%$ . ,) &H0. )( .
(...) todo enunciado, antes de ser um fragmento da língua
natural que o lingüista procura analisar, é o produto de
um acontecimento único, sua enunciação, que supõe um
enunciador, um destinatário, um momento e um lugar
particulares. Esse conjunto de elementos define a situação
de enunciaçãoL F F + TN
1.5
O Conto Contemporâneo em Língua Portuguesa
+"# +$,* *% . * $ * -,).$F $. * +$.E!).*F $% $ $ .$ ).(! . As
M
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$+ $.$ *1*% !%* %*) *($) *"# F !%* 1$G E!$ & * $ +* $ * + +!,*"#
$.( 2$()* $&). $.( ) F < $% %$* . .<(!, A X E!$
(...) o contador procura elaboração artística sem perder,
contudo, o tom da narrativa oral. E conserva o recurso
das estórias de moldura: são todas unidas pelo fato de
serem contadas por alguém a alguém L @F MM U7N
!*,%$ $F + $% . 8.$ 1* E!* * * !*,) * $ $%+$ 2* .$ $%
%* $ *. = %*. $. $ ).(! . F E!$ &* 2* $.+*" $% )=$ $ $. .!+ $. %) )- )( . $
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)1$ .) * $ =*1 -1$, +* * * %* ! $ "# $. $ )+ $ + !"# ,) $ - )*F .$B* + %$)
* $. < )(* E!$ + ;+ ) * $ ( * 2). ; )*. $ ( ! * + + !%* $%- )(*
+ ;:)%* * ( ) )* F $( 2$() * * 1) * ( ) )* *F * 8!.(* * =)("# *
(*+*() * $ $ ( * 2). ; )*. procurando também atingir uma dimensão metafísica e,
num certo sentido atemporal, das realidades vitais (...) L@ F MWWF + N
(*+*() * $ $ * .= %*"# ! * $E!*"# * $%+ F * . 2 %$ . $ * + ;+ ) * $
( * $ 2). ; )*. =*G ( % E!$ $. $ ).(! . .$ $1) *,)G$F *) * E!$ .$ 1*,2* *.
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L N * contista se faz pelo achamento (sic) de uma
situação que atraia, mediante um ou mais pontos de vista,
espaço e tempo, personagens e trama. Daí não ser tão
aleatório ou inocente, como às vezes se supõe, a escolha
que o contista faz de seu universoL@ F MWWU TN
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Esta é a literatura<verdade que nos convém desde os anos
60, e que corresponde à tecnocracia, à cultura para as
massas, às guerras, às ditaduras feitas de cálculo e de
sangue. De outro lado, a ficção introspectiva, cujos
arrimos foram sempre a memória e a auto<análise L@ F
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1.6
Scliar e sua participação no discurso literário brasileiro
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1.6.1 O início no Bom Fim
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(...) Como Clarice Lispector, declarava<se brasileira,
embora não o fosse. E deu<me o nome de Moacyr, uma
homenagem a José de Alencar, mas, principalmente um
nome brasileiro – melhor ainda – indígena. Teria ela se
dado conta do significado, em guarani, desse Moacyr –
aquele que causa dor?L ` a F F + 73N
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1.6.2 Revolução e engajamento
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O companheirismo era fundamental, como era a lealdade
os princípios, às idéias e os ideais. E que ideais eram
esses? O ideal sionista e o ideal socialista, intimamente
acoplados. O movimento do qual fiz parte mais tempo, e
ao qual me dediquei mais intensamente, era de inspiração
marxista<leninista<estalinista. Um verdadeiro oximoro,
uma contradição em termos L N L ` a F
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5
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1.6.3 Scliar Médico e Autor – questão de identidade
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1.6.4 Scliar e a “Orelha de Van Gogh”
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) $,$( !*).F $($8$! $% MTM '%) *.*. $ *. %< )(*. +$, ,)1 $ ( . A
Orelha de Van GoghF +!8,)(* * * $ ) $. $ ,)1 F !%* ( ,$ 6 $* $ 4
( . ) < ) .F $% * *8$ ! * ( % ( As PragasF E!$ $ ($ * = %* )%+ )%)
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( Diário de um comedor de lentilhasF E!$ $% . +$ . *&$ . .*O $ V*(;F .
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+ $ $&! b*, %* L 3NF $. * ( ,$ 6 $* $ ( .
:a obra Orelha de Van Gogh, estão presentes duas
direções narrativas sobrepostas: uma delas alude à matriz
judaica, ainda que os textos não se refiram a judeus, ao
mesmo tempo que aponta para a realidade cotidiana
brasileira muitas vezes por caminhos oblíquos
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*&*. * .$ ; ) F a reversão do ponto de vista entra como ingrediente que
elabora o novo a partir de um código pré<existente, recurso paródico Lb F
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há dois componentes em sua obra: a expressão de uma
identidade étnica, e a manifestação de um modo de sentir
e pensar o nacional Lb F 3F + 3 N
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CAPÍTULO II
CO CEITOS FU DAME TAIS DA A ÁLISE DO
DISCURSO
2.0 Introdução
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2.1 Enunciado e Texto
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2.2 Interdiscurso
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