• Nenhum resultado encontrado

Cenas de enunciação e ethos discursivo no discurso literário escrito por Moacyr Scliar em Língua Portuguesa MESTRADO EM LÍNGUA PORTUGUESA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "Cenas de enunciação e ethos discursivo no discurso literário escrito por Moacyr Scliar em Língua Portuguesa MESTRADO EM LÍNGUA PORTUGUESA"

Copied!
83
0
0

Texto

(1)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC SP

Adriana Aparecida de Oliveira

Cenas de enunciação e

discursivo

no discurso literário escrito por Moacyr Scliar

em Língua Portuguesa

MESTRADO EM LÍNGUA PORTUGUESA

(2)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC SP

Adriana Aparecida de Oliveira

Cenas de enunciação e

discursivo

no discurso literário escrito por Moacyr Scliar

em Língua Portuguesa

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Língua Portuguesa, sob a orientação do Prof. Doutor Jarbas Vargas Nascimento.

SÃO PAULO

(3)

Banca Examinadora

...

...

(4)

À minha avó

Luiza

Sempre

Ao Prof. Moacyr Scliar

Imortal

(5)

AGRADEÇO ...

A milha família, alicerce ... exemplo que a união é força

Uma união de sangue que também por ser uma relação de amor fica cada vez maior. Mãe

Muito obrigada. Sua presença é essencial Aos meus amados sobrinhos são pura alegria

Nayara, Tamyris, Kawan, Ludmilla e Diego, Lucas e Pedro, Marcos Aos Meus irmãos

Rogério , Marcio e Marcos Raquel e Vagner

Paula, Meire e Gisele

Aos meus tios que estão sempre por perto e acompanharam minha trajetória Aqui são muitos: Isaura, Wanna, Nego, Miro, Antonia, Fátima,

Ao meu primo tio José Antonio – Sabiá

Muito obrigada pela colaboração. Sempre prestativo, ajudou me muito.

Aos meus queridos primos

Todos gente boa: Guga, Toni, Milena, Aline, Chris, Well, Lizandra, Samara, Soraia, Nando, Glaucco e Glauccio

E um agradecimento especial a família que escolhi: Kuka, Nina, Yasmin, Nega, Cesar, Laila

Um carinho e meu profundo agradecimento: Cremilda, Flavio, Silvia Peres, Silvia Moraes, Sandra, Neusa, Margareth, Lilian, Ivana, Maria Cezira, Almir, Marcio, Jussanea, Ana Lucia, Sueli, Elisabeth Machado, Lucia Guilhoto e Linete Martinez (amigas sempre)

(6)

Ao Prof. Jarbas agradeço a colaboração, orientação e amizade, exemplo de dedicação ao trabalho e a vida. Mestre que acreditou em mim até mesmo quando duvidei. Que com sua humildade fez me acreditar no meu sonho. Muito obrigada!

Aos Professores da PUC e do Departamento de Língua Portuguesa, pelo apoio, ensinamentos e desafios. Pela acolhida na Universidade. Muito Obrigada!

Aos Professores João Hilton e Mauro Maia por terem aceitado participar da banca examinadora de qualificação, com críticas fundamentais que espero ter podido atender. Muito Obrigada!

Aos funcionários da PUC apoio fundamental Lourdes, Rodrigo, Miriam, Cida Miloni e toda a equipe da Secretaria. Muito Obrigada!

As amigas e companheiras na PUC e para vida: Sabrina, Rosmeire, Nelci, Paula, Izilda, Flavio e Élio. Muito Obrigada!

Aos Supervisores de Ensino – Vagner Manaf e Cristina responsáveis pela Comissão de Bolsas de Mestrado da Diretoria de Ensino Leste 5. Muito Obrigada!

– A Cida Teodoro e os amigos do Departamento Financeiro. Muito Obrigada!

Aos Amigos Professores e Funcionários da EE Luiza Mendes Correa e da Diretoria de Ensino Leste 5. Muito Obrigada!

A Secretaria de Estado da Educação por possibilitar que nós professores da Rede Pública de Ensino tenhamos a oportunidade de estar em renomadas Instituições de Ensino. – Muito Obrigada!

(7)

RESUMO

CE AS DE E U CIAÇÃO E DISCURSIVO O DISCURSO

LITERÁRIO ESCRITO POR MOACYR SCLIAR EM LÍ GUA PORTUGUESA

Esta dissertação tem por objetivo geral examinar a construção da cena de enunciação e a constituição do discursivo, no discurso literário escrito por Moacyr Scliar em Língua Portuguesa. Como objeto de análise, tomamos o conto , escrito por Moacyr Scliar que assumimos como discurso.

A fundamentação teórico metodológica utilizada para a análise, é dada pela Análise do Discurso de linha francesa, na abordagem proposta por Dominique Maingueneau em especial para o discurso literário.

O discurso analisado de autoria de Moacyr Scliar, corresponde a uma prática discursiva freqüente na obra deste autor, que tendo o discurso bíblico como fonte de inspiração apresenta uma significativa parte de sua obra relacionada como ele intitula a “bíblia revisitada”. Na verdade, a proposta discursiva de revisitar as antigas histórias, parábolas e personagens bíblicos, que por meio da ficção recebem deste autor um tom contemporâneo, crítico, marcado pela ironia, pelo humor ou até mesmo reflexivo, estes são os pressupostos adotados que inscrevem no discurso literário contemporâneo.

A relevância desta pesquisa reside em propor por meio da Análise do Discurso de linha francesa um novo tratamento ao evento literário destacando as categorias como a cena de enunciação e o discursivo.

Palavras chave:

1. Análise do Discurso 2. Discurso Literário 3. discursivo

(8)

Abstract

SCE ES OFE U CIATIO A DDISCURSIVE I LITERARY DISCOURSE WRITTE BYMOACYRSCLIAR I PORTUGUESE LA GUAGE

This dissertation aims to examine the overall scene of the construction of enunciation and the constitution of Discursive , in the literary discourse by Moacyr Scliar in Portuguese Language. The tale “As Pragas” written by Moacyr Scliar was taken as the purpose of analyses that we have taken on a discourse.

The theoretical and methodological basis used to analyze, is given by the Discourse Analyses of the French line on the approach proposed by Dominique Maingueneau especially for literary discourse.

The discourse analysis written by Moacyr Scliar, corresponds to a discursive practice common in his works which have the biblical discourse as a source of inspiration and present a significant part of his work related as he calls the “Bible revisited”. In fact, the discursive proposal to revisit the old stories, parables, and biblical characters, that get through the fiction of this author, a contemporary tone, critical, marked by irony, humor, or even reflective. These are the adopted assumptions that inscribe “As pragas” in contemporary discourse.

The relevance of this research is to propose through the discourse analyses of the French line a new literary event highlighting categories like the Scene of Enunciation and the Discursive

Keywords:

1. Discourse Analysis 2. Literary Discourse 3. Discursive

(9)

SUMÁRIO

!"# ... 6

$%$ &' ()* * ( ($+"# $ ,) $ * ! * $ +*+$, * -,).$ ).(! . ... 7

) $ * ! * / + ..01$). (*%) 2 . ... 9

3 ).(! . ,) $ - ) ... 12

4 &' $ ( / ,) $ - ) * ).(! .)1 ... 16

5 $%+ 6 $ $% 0 &!* !&!$.* ... 18

7 (,)* $ .!* +* )()+*"# ).(! . ,) $ - ) 8 *.),$) ... 21

1.6.1 O início no Bom Fim ... 22

1.6.2 Revolução e engajamento ... 24

1.6.3 Scliar Médico e Autor – questão de identidade... 26

1.6.4 Scliar e a “Orelha de Van Gogh” ... 27

9 3 !"# ... 30

! ()* $ $: ... 30

$ ).(! . ... 32

3 $ *. $ $ ! ()*"# $ .) !*"# $ ( %! )(*"# ... 34

4 Ethos $ ; )( ... 38

5 Ethos+ <1) .$&! *) &!$ $*! ... 39

7 Ethos ).(! .)1 ... 40

4 ' $ ).(! . ... 44

47 3 !"# ... 46

(10)

3 $ ).(! .)1) * $ $ * &$ *"# $ ( =,) . ).(! .)1 . ... 49

3 3 As Pragas * ,) $ * ! * !%* ($ * $ &, 8* $... 52

3 3 ( As Pragas/ !% &' $ ).(! . ... 54

3 3 As Pragas/ * ($ & *=)* ... 58

3 3 3 As Pragas/ $ $.+*" $ $%+ ).(! .)1 . ... 59

3 3 4 As Pragas/ !% (; )& ,) &!*&$) ... 63

3 3 4 O ethos discursivo * =*%0,)* ... 64

3 3 5 O ethos discursivo/ =),2 ... 67

.) $ *">$. =) *). ... 70

9 ? @ @ 9 ... 72

(11)

I TRODUÇÃO

. * )..$ *"# < $.!, * $ !% $.$B 2- %!) C $.$B* D $ E!$ +

() (! . 6 ()*. * 1) * = )F + * *. 1$G$.F * )* $ *. ( )">$. $($..- )*. +* *

+ $ $ )(* !% $%+ * . $. ! . $ $:*%) * ).(! . ,) $ - ) + $ 1). *

,) &H0. )( ( * (*%) 2 . $; )( %$ ,;&)( . E!$ +$ %) )..$% ).(! ) *.

E!$. >$. ,) &H0. )( ).(! .)1*. E!$ $ 1 ,1$% $1$ ,) $ - ) $ ( %+* ),2*

$. *. $=,$:>$. ( % . ) $ $..* . $% !%* 8 * + .* . 8 $ * I8 * + .*J

%* % )1*"# E!$ &$ ! $. * +$.E!).* $. * 8*.$* * * ).(!..# ( %

+ =$.. $. $ *,! . . 8 $ * "# E!$ $ 1 ,1$ * + !"# ,) $ - )* K!*). .$ )*% .

( ) < ) . E!$ $. *8$,$($% * "# $ ,) $ * ! *F .$ )*% ( ) < ) . E!$ .$ $%$ $% . %$ $

* . $: .F E!*). 8 *. + $ )*% .$ ( .) $ * *. ( % ,) $ * ! *F ! *) *F E!*).

*! $. + $% .$ ) .( $1$ ( % + ! $. $ ,) $ * ! *F ) )()*,%$ $ $. *.

+ + .)">$. .# * *. + ) * ) F E!$ *8 * $1$ ,) $ - ) . 8 !%*

+$ .+$( )1* . ()*,

(...) O fenômeno literário da maneira mais significativa e

completa possível, não só averiguando o sentido de um

contexto cultural, mas procurando estudas cada autor na

sua integridade estética.L F F + MN

$ * 1*. + + .)">$. $; )( %$ ,;&)(*. .$ # $($..- )*. +* *

*8 * $1$ ,) $ - ) ( % 1$ $% .F $. * +$.E!).*F * * .$ $ !% $1$

( %+,$: F E!$ $ 1 ,1$ ) O%$ . $ $ %) * $.F # .; +$,* +$ .+$( )1* . ()*,F

2). ; )(*F ( % *%8<% + $ )*. 1 , * *. +* * . $. ! . * ,0 &!*

! * % )1*"# E!$ $.$ (* $ ! * +$.E!).* = ) * $($..) * $ $ $.+ $

*,&!%*. E!$. >$. . 8 $ * ( ($+"# E!$ < !% $: F .$ < !%* ! ) * $ ( $ $ $ $%

.) %$.%*F ! *) * .$ * ( $ ' ()* < * E!) ) * * +$ .+$( )1* ) $ *() *() ). *F .#

( ($+">$. * * *.F + ) ()+*,%$ $F +$,* ) &!0. )(* $: !*,F E!$ # .# $.(* * *.F

+ ..* +$.E!).*F %*. $. *. ( ($+">$. .$ # %* *. + ).(! . $ + $,$%$ .

(12)

3

& F * * * % . ).(! . ( % modos de apreensão da linguagem

*) &!$ $*! L 78F + 43N $ ( .) $ *% . E!$ * "# F # .; $ $: F ( % *.

( ($+">$. $ ,) $ * ! * + $ # .$ $( =)&! * *.F +$,* + + . * $; )( %$ ,;&)(*

* -,).$ ).(! . = * ($.*F $ +$,* +$ .+$( )1* $ %) )E!$ *) &!$ $*!

9 ) * )=0()* )1$ .) * $ * ;,)(* $ # *!, & *%* $

. ! . ;. * !* . $% 0 &!* !&!$.* ( % * )$ *"# . + =$.. $. $

+$.E!).* $. E!$ . &* * ) *%! * + ! ) * $ $ *+ $ $ F ).(! ) F ( 2$($ F

$ =)% $:+ O1) *. $ $=,$ ) . 8 $ E!$. >$. E!$ $. # )%+ . *. +$, !. * ,0 &!* $

.!* ( %+,$:) * $ P B$F + $% . *=) %* E!$ .$ )%$ $ *( ,2) * = ) $.+*, *

+ + ) (0+) . $; )( . $ %$ ,;&)( .F E!$ ( )8!) *% ( % *. * )1) * $. *(* '%)(*.

$ + =)..) *).F *. E!*). E!$. >$. ,) &H0. )( ).(! .)1*. $. # )%+,)(* *.

( ) )* *%$ $

B!&* $. $. =* $. % )1*() *). $ *(* '%)( .F $.!, * E!$

B!,&*% . .* ).=* ; ) $. - . $. ! . * $ ! ()*"# $F %*). $.+$()=)(*%$ $F .

+ ) (0+) . $; )( %$ ,;&)( . * -,).$ ).(! . $ ,) 2* = * ($.*

Muitas vezes se apresenta a Análise de discurso como

uma tentativa para superar os limites da filologia

tradicional e das diversas "análises de conteúdo" em uso

nas ciências humanas. :a linha direta da "nova crítica"

literária e do conjunto do estruturalismo, a Análise de

Discurso reconhece a existência de "estruturas"

específicas da discursividade, pré<requisito obrigatório

para qualquer análise séria de textos.L F

MM F + 77N

$. $ .$ ) F * -,).$ ).(! . .$ *+ $.$ *F . 8 ..* +$ .+$( )1*F

( % !% *1* " +* * * * -,).$ $ $: F + ). +$ %) $ E!$ .$B*% $. ! * *. *,<% *.

%* (*. ,) &H0. )(*. %* $ )*,)G* *. $: F * .) !*"# $ ( %! )(*"# F Q. ($ *. *

$ ! ()*"# $ .!*. $. ! ! *. ).(! .)1*. E!$ . ,$1 ! * +$.E!).* = ) Q $($..) * $

$ 8!.(* !%* %$ , &)* $ * -,).$F E!$ ( $%+,*..$ ).(! . F ) (,!.)1$F E!$ .$

(13)

4

. $+* *% . ( % !%* + 8,$%- )(* * .$ $.1$ * * . 8 $ ).(! .

,) $ - ) ) 1$. )&*"# . 8 $ E!*). .# . $,$%$ . ).(! .)1 . E!$ ) # * .$

.!=)()$ $%$ $ $:+ $..)1 . +* * ) .$ ) !% ).(! . (*%+ ).(! .)1 ,) $ - )

@*. * - $ % . * ($ & *=)* . $,$%$ . =)(() *).F $ $ $. ), F +* * E!$ !%

$ ! ()* .$ ) .( $1* ).(! . ,) $ - ) R

K!*, * )%+ 6 ()* * ) . *! *"# ethos ).(! .)1 ( % $,$%$

( . ) ! )1 (*+*G $ ) ( + * !% $ ! ()* * ).(! . ,) $ - ) R

* * $.+ $ * $. *. E!$. >$.F .$,$() *% . ( % *% . * ).(! . As

Pragas+ !G) + *(S (,)*

. * )..$ *"# $% + 8B$ )1 &$ *, * *,).* * ( . ) !)"# *. ($ *. $

$ ! ()*"# $ ethos ).(! .)1 F + $.$ $. * &* )G*"# ).(! . .$,$() * F 8$%

( % *. ( )">$. ,) &H0. )(*. E!$ .$ $. *8$,$($% *. $,*">$. ) $ ).(! .)1*.

+ $.$ $. ( . *&*.F $ *(S (,)*

.+$()=)(*%$ $F * * -,).$ $. $. $,$%$ . ,) &H0. )( . +$ %) ) #

( %+ 1* E!$ texto é um rastro do discurso $&! *) &!$ $*! L T(NF .

+,* . * .$%6 )(* &, 8*, +$ +*..*% + $: F $ + %$) $. $. $,$%$ .

,) &H0. )( . < E!$ .$ ( . ) !) # . .)& )=)(* . $: F E!$ ( )8!) # +* * *

,$&)8),) * $ * $: F E!* ).(! . * * $% . $ ) $ )=)(* .

%* (* $. $%+ *).F + $.$ $. * '):). $ ! ()* )1*F E!$ = $($% +). *. +* * *

( . ) !)"# * ($ & *=)*F *..)% ( % *. %* (*. $ +$.. * $ # +$.. * E!$ %* (*%

+ .)() *%$ ).(! .)1 . +$ . *&$ .F 1$ )=)(* * ( . !"# * ($ *. $

$ ! ()*"# $ ethos ).(! .)1 % $. *. $,*">$. ( . ) !0 *. * * $% . $. $

*8*,2 $ *+,)(- ,*. * * -,).$ *. (* $& )*. *. ($ *. $ $ ! ()*"# $ ethos

).(! .)1

..* +"# $; )( %$ ,;&)(* < +$,* -,).$ ).(! . $ ,) 2*

= * ($.*F ( % 8*.$ * *8 *&$% $ %) )E!$ *) &!$ $*! E!$F * +* ) . * . $

M7 F 1$% ( . !) !% * (*8 !" $; )( %$ ,;&)( F E!$ *%+,)* $ + ..)8),) *

E!$ * %$ , &)* + + . * * $ * Q ) 1$. )&*"# $ $: . =! () *). $ ,) $ - ) .

*) &!$ $*! + +>$ !%* 8.$ 1*"# $1$ ,) $ - ) + $ 1). * $: !*, $

).(! .)1 F ( $%+,* *. ( )">$. $ ( %! )(*"# $ * .) !*"# $ $ ! ()*"#

(14)

5

% $,*"# Q &* )G*"# $. * )..$ *"# .$&!) $% . *,<% $. *

) !"# ( % '. (*+0 !, .U

+ )%$) *+0 !, / . ( )">$. $ + !"# ).(! . ) $ - ) $%

0 &!* !&!$.*F *+ $.$ * $% . !%* ( ($) !*"# . 8 $ ,) $ * ! * $ . 8 $

).(! . ) $ - ) F *,<% * *+ $.$ *"# $ *(S (,)* .$&!) !%*

( $: !*,)G*"# E!$ B!,&*% . $($..- )* +* * ( %+ * +$.E!).*

.$&! *+0 !, / $..!+ . . $; )( . * -,).$ ).(! . $

,) 2* = * ($.* E!$ $* # *. (* $& )*. * *,).* *.U ).(! . ,) $ - ) F *. $,*">$.

) $ ).(! .)1*.F &' $ ).(! . F *. ($ *. * $ ! ()*"# $ethos ).(! .)1

$ ($) *+0 !, / -,).$ mostra ).(! . As Pragas % $. !

. $,$%$ . ,) &H0. )( ).(! .)1 . +* * * ( . !"# *. ($ *. $ ! ()* )1*. $

(15)

7

CAPÍTULO I

AS CO DIÇÕES DE PRODUÇÃO DO

DISCURSO

LITERÁRIO

ESCRITO

POR

MOACYR

SCLIAR EM LÍ GUA PORTUGUESA

1.0

Introdução

* * (!%+ ) * + + . * * +$.E!).*F $+* *% . ( % * $($..) * $ $

$:*%) * E!*). . $,$%$ . ,) &H0. )( ).(! .)1 . $ !%* *% . * E!$ = $($%

+). *. +* * * * -,).$ E!$ 1*% . $%+ $$ $ F . 8 $ *. * %* )=$. *">$. ,) $ - )*. $%

.. ( ) )*

9* E!$ +* $($ .$ # .)%+,$. $):* $ .$ F E!* $% . * * $=* $

$. ) &) F .$,$() * F $ $=) ) E!$ < %* )=$. *"# ,) $ - )* ! *+$ *. !%* + !"#

$.( ) *

$,$() *% . !% *! ( $%+ 6 $ F 8 *.),$) *(S V*S%$ (,)* F

&*O(2 F $ ,$& $F E!$ $% !%* + !"# ) $,$( !*, E!$ * *1$..* ) O%$ .

&' $ . $ ).(! . %* ($.F ( .F $ .*) .F ( ,! *. B *,0. )(*. ,<% !%*

+ !"# ) $() * * * +O8,)( ) =* ),F * E!* * ) $ .) * $ $ .!* + !"# F *

)1$ .) * $ .# %* (*. $ .!* ) .$ "# (!, ! *, ($ - ) *(* '%)( $ * 0. )(

(,)* = ) !% *! E!$ %* ( ! .!* +* )()+*"# ($ - ) (!, ! *,

( $%+ 6 $ + !%* $:+ .)"# ( . * $ * %0 )* $,$1).)1*F $% ).(!..>$.

*(* '%)(*. . 8 $ ,) $ * ! * $ ) O%$ . * )& . $% B *). $ +*0. E!$ ).(! )*%

($ - ) * 0. )( F $ =* = ) !% *! E!$ $ )( ! & * $ +* $ $ .!* 1) * * )1!,&* *

,) $ * ! *F * *..)% !% ,$&0 )% $+ $.$ * $ * ) . ) !)"# ,) $ - )* L N pois

designa a vida literária (os artistas, os editores, os prêmios, etc) levando em conta o

conjunto de quadros sociais da atividade dita literária. L F 7*F

+ 53N.

+ $.$ * *! * $ *+* .$&!) $ < .$,$() * $ .!* 8 * !% ).(! .

E!$ * $ * * . .. . 8B$ )1 . + *% . +$, ).(! . As pragasF +!8,)(*

) )()*,%$ $ ,)1 A orelha de Van Gogh, $ MTT

).(! . .$,$() * < $+ $.$ * )1 * 8 * $ (,)* F *G !%* + - )(*

1$ 8*, $,* )1*%$ $ = $E!$ $ $% .$! $+$ ; ) F + % 1$ * ) $ $: !*,) * $ ( %

(16)

W

1.1

A emergência a concepção de literatura e o papel da Análise do

Discurso

-,).$ ).(! . < !%* + + . * $; )( %$ ,;&)(* E!$ $1$ .$!

.! &)%$ $% %$* . . * . $ M7 $ E!$ + +>$ !%* ( ($+"# &, 8*, $

).(! . F .! &)! $ $.$ 1 ,1$! $ . = $! !% + ($.. $ $1 ,!"# + %$) * "# $

).(! . $ ( % .$ - .!* =! () *,) * $

..)% ( % * -,).$ ).(! . F . $. ! . ,) $ - ) . * <(* * $ M7

$ W $.$ 1 ,1$ *% 1*. + 8,$%- )(*. E!$ E!$. ) *1*% *. ( ($+">$. $ ,) $ * ! *

E!$ 1) 2*% .$ )=! ) *. $. $ =) *, .<(!, AX $ $. $ $. ! . E!$

+*! *1*% .$ +$, . ! ! *,).% $ =! ! *%$ $ *. + + . *. * $ )* * ! ()*"#

= *% $().)1*. +* * $= %!,* *. ( ($+">$. . $. ! . ,) &H0. )( . $ ,) $ - ) .

As teorias da enunciação lingüística, as múltiplas

correntes da pragmática e da análise do discurso, o

desenvolvimento do campo literário de trabalhos que

recorrem a Bakhtin, à retórica, à teoria da recepção, à

intertextualidade, à sociocrítica etc impuseram

progressivamente uma nova apreensão do fato literário na

qual o dito e o dizer, o texto e o contexto, são

indissociáveis L F 7F + WN

! F * "# $ ).(! . ,) $ - ) *) * *+ $.$ * + $..!+ . . E!$

( * )*% * + + . * E!$ + $1*,$($ +* * . $. ! ) . . $ ,) $ * ! * $F + $% . )G$ F

E!$ * < %$.% * "# $ ,) $ * ! * )=! ) * $% ( $: . ) . ) !() *). ( %

$.( ,*.F %0 )*F $ ( + )%$) * + + . * )=! ) * +$, . %6 )( . E!$ ( .*& *%

$: . $ *! $. $. *8$,$($ ( ) < ) . $. < )( . +* * ) .( $1$ $% !%* 8 *

C.*& * D ,) $ - ) F ! *) * ( $ $. * ( 0 )(* ,) $ - )* . () ,;&)(* E!$ $. ! *%

=$ Y%$ ,) $ - ) ,)&* * =! () *%$ * . ()$ * $ E!$ + !G

* * * -,).$ ).(! . ,) $ - ) + )%$) + $..!+ . < E!$ #

(17)

T

,) $ * ! * $:+, * *. )%$ .>$. * ).(! .)1) * $ * -,).$ ).(! . ,) $ - )

1*,$ .$ $ ">$. + 1$G$. %* *. $ ! *. ()' ()*. ( % * .)(* -,).$F * () , &)*

* + , &)* $ $ ! *.F E!$ + $% .$ + B$ * *. $ ( . ) !) $. * %* $) *F

+ ..)8),) * $. $ * -,).$ E!$ $%$ &$% * $,*"# ) $ ).(! .)1* -,).$

).(! . ,) $ - ) < %* * + !%* ( . ) !)"# E!$U

(...) não se contenta com a mobilização de noções tomadas

à Psicanálise, à Sociologia à Antropologia etc. para

‘aplicá<las’ a textos literários, não se trata de projetar um

universo (as ciências humanas) noutro (a literatura) que

lhe seria estranho, mas de explorar o universo do

discurso.L F 7*F + 3TN

.$&! + $..!+ . < E!$ ).(! . ,) $ - ) $. - = $%$ $ ,)&* * .

$. ! . ,) &H0. )( .F $ # .$ $. ) &$ * *+$ *. !%* ( $ $ $ $. ! . * ,0 &!*F

+ * *( %+* 2* $( 2$($ * *. ( $ $. %*). * )() *). ( % *. ">$. *

& *%- )(* $.( ) )1* +*..*% * .$ ! ),)G* *. +* * $$,*8 * ) $ + $ *">$.F %$.% E!$

+ + ) ()+) %$ ,;&)( $. * )*% ,)&* . *+$ *. Q ) &!0. )(*F ! $ $,$%$ . E!$

$ )1*% * $ )* * ! ()*"# ( % . $. ! . $ &' $ .F * + ,)= )* $ ! ()* )1*F

$ %* (* $. $ ) $ *"# *,F $ $ ! . E!$ $. # + $.$ $. *. + + . *. *

-,).$ ).(! . ( % * =) *,) * $ $ *+ $$ .# fato literário

(...) na perspectiva da análise do discurso, as ciências da

linguagem intervêm de duas maneiras, e não apenas nos

termos anciliares tradicionais da ‘gramática’(ainda que

esta última tenha entrements se tornado “lingüística”)

com relação à literatura. O recurso à lingüística não é

mero uso de ferramentas elementares, ou como no caso do

estruturalismo, de alguns princípios de organização

sobremodo gerais; ela constitui um verdadeiro

instrumento de investigação. L F 7*F

(18)

M

)* $ $. $. + $..!+ . .F .$&! *) &!$ $*! L 7*N # < $,$%$ *

8!.(* !%* ). ) "# . $: . B!,&* . )& . * ,) $ * ! * + + )*%$ $ ) F %*.

. $ )(* % . * . =! *%$ . * %$ , &)* *+,)(* * * -,).$ ).(! . F !

.$B*F ).(! . $ . *. ( )">$. $ .!* ( . ) !)"#

).(! . ,) $ - ) *+ $.$ * ( % !%* $ .!*. (* *( $ 0. )(*.F !% +,*

$ $ %) * * + !"# 1$ 8*,F %* (* ( % ).(! . ( . ) !) $ Z $. $ +,* E!$

.$ # $. *8$,$() *. *. $,*">$. ( % . $%*). ).(! . .F ( % + $:$%+, U ).(! .

,) $ - ) $ ).(! . . () ,;&)( F ).(! . ,) $ - ) $ ).(! . $,)&) . F ).(! .

,) $ - ) $ ).(! . + ,0 )( F $ $ ! . ).(! . . ( . ) !) $.

. discursos constituintes são aqueles que conferem sentidos aos atos da

coletividade, sendo em verdade representados em múltiplos gêneros do discurso

L *) &!$ $*!F 7*F + 7 NF E!$ $%$ &$% ).(! . ,) $ - ) * * -,).$ $1) $ ()* !%

).(! . $ Origem, !%* *! ) * $F !%* = $ $ ! ()* )1* E!$ ( $.+ $

.)%!, * $*%$ $ * !%F ! %*).F ).(! . . L*,<% ,) $ - ) N . ).(! . . ( . ) !) $.

# + ..!$% !%* $,)%) *"# 0&) * $ .!*. = $) *.F .# 2)+; $.$. E!$ .$ ( . $%

$ *( ( % *. + !">$. 1$ 8*). $ !%* $ $ %) * * . ()$ * $F E!$ '% ( %

+ + )$ * $. *. ( )">$. $ $%$ &' ()*F $ =! () *%$ $ $ () (!,*"# $ !%

).(! .

1.2

Literatura – possíveis caminhos

$=,$:# . 8 $ $1$ ,) $ - ) .$ $*,)G* %$ )* F ) $1) *1$,%$ $F +

+ $($) . * ( 0 )(* ,) $ - )*F *0 * $($..) * $ $ *+ ) $; )( (*+*G $ ( ($) !* $

)$ * E!$ $ $ $% . + ,) $ * ! *

# $% . * + $ $ .# $ *+ $.$ * !%* ( (,!.# F ! !% O )( ( ($)

E!$ + ..* * $ $ * . . E!$. ) *%$ . E!$ B- = *% =$) . . 8 $ E!$ <

,) $ * ! * E!$ =* $% . $ + + !%* $=,$:# . 8 $ ( ($) + $..!+ . +

). ; $,$. L3T4 3 * N !% . + )%$) . $. ! ) . . * $ )(* .$ * ( ($) !* * $

,) $ - )*F $ E!$ $ $ $ * ,) $ * ! * ( % !%* * $ (*+*G $ $( )* * $*,) * $ +$,

+ )(0+) * )%) *"# F * mimesis, $% * .!* $. ! ! * +$ . *&$ .F $%+ F *"# F $

(19)

:osso propósito é abordar a ‘obra’ poética em si mesma

e em seus diversos gêneros, dizer qual a função de cada

um deles, e como se deve construir a fábula, visando a

conquista do belo poético; qual o número e natureza de

suas (da fábula) diversas partes, e também abordar os

demais assuntos relativos a esta produção. (...) Seguindo a

ordem natural, começaremos pelos pontos mais

importantes. A epopéia e a poesia trágica, assim como a

comédia, a poesia ditirâmbica, a maior parte da aulética e

da citarística, consideradas em geral, todas se enquadram

nas artes de imitação.L [ F F + 45N

( ($) $ ,) $ * ! *F ! %$,2 F * $ ) $ - )* $ ). ; $,$. $.

-+*! * * # .; +$,* $+ $.$ *"# * $*,) * $F %*. ( % * * $ * $,$1*"# F

*.. ()* * E!$. >$. $. < )(*. * $ ,) $ - )* + $ $. * 1) (!,* * * . . &' $ .F

$. $ E!$ $. $. $%+ $&!$% * ,) &!*&$% $ %* $) * E!$ .$B* %*). C. =). )(* *D

$&!) $. $. (*%) 2 . ). ; $,$. + )1),$&)* # .; *,&! . &' $ .F ( % *%8<%

+ ;+ ) ( ($) $ $. < )(* $. - ( )() * + 1*, $. (!, ! *).F 2). ; )( . $ * <

%$.% .!8B$ )1 .

$. * $% * ). <,)(* +* * ( ($) $ * $ ,) $ - )*F E!$ + $1*,$($! *

(!, ! * () $ *, $ $=$ ) * + <(* *.F < E!$ ,) $ * ! * < !%* * $ %* (* * +$,*

$,$1*"# F !% $&). * $*,) * $ %* (* + +* >$. $. < )( . E!$ .# + .!*

$,$1*"# F ) $+$ $% $ $%+ F $ (!, ! *F ,) $ * ! * < !%* ( . !"# * 0. )(*

! )1$ .*,

. .<(!, . E!$ . ). * ()*% . & $& .F ) O%$ *. ( $ $. ( 0 )(*.

* *% $%* ( % .!8. * ()*, $ )(*"# F * 1*, )G* *. ( )">$. $ $. ), $

* $E!*"# Q. .( ,*. ) $ - )*.F * $ .!* 1*, )G*"# %* (* * +$,* ! ),)G*"# *

,) &!*&$% ( % = %* $ $:+ $..# F .$ *..)% ($ * .$ $% E!$. >$. $. < )(*.

% + +;.) $ * * % . *. E!$. >$. ( $%+ 6 $*. ( %

.!8B$ )1*"# F + .)() *%$ . . ()*). $ $ ! . ..* $=,$:# +*..* ) $1) *1$,%$ $

+$, =),;. = V$* *!, * $ L M 5 MT N E!$F .<(!, AAF *+ $.$ * * "# * * $

(20)

1*, )G*"# # .; . *.+$( . $. < )( . ( % *%8<% * . ()$ * $ $% E!$ $.

-) .$ -) * * $ *..!%$ *%8<% !%* =! "# . ()*, $F + * F * ,) &!*&$% *..!%$ !%

*.+$( $ %*) ) .$ "# +* * +O8,)( F * * $ $1$ $=,$ ) * . ()$ * $ $

.)%!, * $*%$ $ .$ C*8. 1) *D + $,*

Do mesmo modo, a função do escritor é fazer com que

ninguém possa ignorar o mundo e considerar<se inocente

diante dele. E uma vez engajado no universo da

linguagem, não pode nunca mais fingir que não sabe

falar: quem entra no universo dos significados, não

consegue mais sair; deixemos as palavras se organizarem

em liberdade, e elas formarão frases e cada frase contém

a linguagem toda e remete a todo o universo; o próprio

silêncio se define em relação às palavras, assim como a

pausa, em música, ganha o seu sentido a partir dos grupos

de notas que a circundam. Esse silêncio é um momento da

linguagem; calar<se não é ficar mudo, é recusar<se a falar

< logo, ainda é falar L F MM3F + N

* $ ,) $ - )*F .$&! * $F +*..* * $($8$ !% * *%$ $

+ :)%) * $ * 0. * ( % * . ()$ * $F ( $: + ,0 )( E!$ $,$ $. - ) .$ ) F

$ &*B* * =! "# * 0. )(* * !% + +;.) $ ) =$ ) ( 2$()%$ . $ + .)() *%$ .

) $ ,;&)( . .<(!, AA $..*( *,)G* . + ) ()+) . $ $,$1*"# * 0. )(*F $% 8!.(* $

!%* =! "# . ()*,F .$B* $. * $ $ (*%) *2* !%* $=,$:# F $ $&). * !% $1$

2). ; )( ! %$.% $ * * . ),$%*. * . ()$ * $ % 1$ ,) $ * ! * ( % !%*

* $ E!$ *%8<% < $.+ .-1$, + =$ $($ $=,$:>$. ) $ ,;&)(*.F =), .;=)(*.F 2). ; )(*.

$ $ ! *.

+ :)%* *) * +* * ( $: 8 *.),$) F ) 6 ) L F

+ 3N ( %+* ),2* ( ($) $ 1*, )G*"# * . ()$ * $ ( % ( )() * $

(21)

Distinguindo manifestações literárias, de literatura

propriamente dita, considerada aqui como um sistema de

obras ligadas por denominadores comuns, que permitem

reconhecer as notas dominantes duma fase. Estes

denominadores são, além das características internas,

(língua, temas, imagens) certos elementos de natureza

social e psíquica, que se manifestam historicamente e

fazem da literatura aspecto orgânico da civilização. Entre

eles se distinguem: a existência de um conjunto de

produtores literários, mais ou menos conscientes de seu

papel; um conjunto de receptores, formando os diferentes

tipos de público, sem os quais a obra não vive; um

mecanismo transmissor, (de modo geral, uma linguagem,

traduzida em estilos) que liga uns a outros

$&!) $. * ( ($+"# .! &)%$ *. 8 *. ) *. ( % ,) $ - )*.F

1* )*% $ *( ( % * ) 6%)(* * . ()$ * $F $ # ( % =$ Y%$ + !*,F

$:+ $..# ) )1) !*,F %*. ( % !% $1$ $ * ! $G* . ()*, & * ,) $ * ! * +*..* *

.$ &$ ) * ( % !%* * $F !%* $:+ $..# ) )1) !*,F %*. $+$ $ $ $ !% .). $%* E!$

$ 1 ,1$ *! $. .!*. 8 *. $ .$!. ,$) $.

1.3

O discurso literário

$&! *) &!$ $*! L 7*N a própria noção de “discurso literário” é

problemática. Ela parece pressupor que, por proximidade de gênero e diferença

específica haveria uma categoria correspondente a um subconjunto bem definido da

produção literária de uma dada sociedade, o discurso literário.

E!$ . ,$1* * ( .) $ * E!$ < $($..- ) F *%+,)* % . * +$ ($+"#

E!$ < !% ).(! . ,) $ - ) F !%* 1$G E!$ .!* (* *( $ )G*"# +$ %$)* * *%8)&H) * $ +

$.)& * * . ()$ * $F E!$ *($) *F * )8!) *..)% !%* (* *( $ 0. )(* pragmática, e

por outro lado permite agrupar um conjunto de fenômenos que são de épocas e

(22)

3

).(! . ,) $ - ) ( ($8) +$,* -,).$ ).(! . < ( ($8) .

$ % . $ ) . ) !)"# ).(! .)1* F $ $.+$( )1*%$ $ ( $%+,* * ) . ) !)"# ,) $ - )*F

$+ $.$ * * + !%* 1) * ,) $ - )*F E!$ $ 1 ,1$ * ). *.F . $ ) $.F . + '%) . $ *.

*. ) . ) !)">$. $ .!*. + * )(*. . ()*). ,<% * *(* $%)* E!$ # + !G * ,) $ * ! *

C* $D %*. $ )(* .$ * . $. ! . . $: . $ *! $.

).(! . ,) $ - ) %+$ ( % $. * ). ) "#

L N existia uma espécie de repartição tácita do trabalho:

de um lado, as faculdades de letras analisavam os textos

de grande prestígio, dedicando atenção especial ao

“estilo” e, por conseguinte, aos recursos estilísticos

mobilizados pelo escritor; de outro lado, os

departamentos de ciências humanas ou sociais que

dedicavam seus empreendimentos de pesquisa a textos de

pouco prestígio, “documentos”, considerados como não

suceptíveis a abordagens estilísticas, visto que davam

acesso apenas a realidades extralingüísticas.

L F F + 7N

$. * = %* * -,).$ ).(! . * * ).(! . ,) $ - ) F . 8 $ ! F

) . ) !() *,%$ $F .$ 1*,$ . + $..!+ . . . $. ! . ,) &H0. )( .F $ $ %

$.+$()*, $=,$ ) . . %*). $($ $. $. ! . * $ )* * $ ! ()*"# E!$ $=,$ $% !%*

+ $ (!+*"# ( % . $,$%$ . $ 1 ,1) . * ( %! )(*"# F ( % . $ ! ()* $. $

( $ ! ()* $.F ( %+* ),2* F *) *F . *1* " . E!$ . $. ! . . 8 $ ).(! .

*+ $.$ *%

-,).$ ).(! . ,) $ - ) + %* $ * +$ .+$( )1* ) . ) !() *,)G* *F

E!$ ,$&) )%* *! $. $ 8 *.F E!$ + 1$G$. # .$ $. ) &$ Q. * )() *). (* '%)*.

$ $ *.F + ). ( .) $ * + .)() *%$ ).(! .)1 *! F $ * .!* $,*"#

) $ ).(! .)1*F < + ..01$, $ % . ( =)&! * ).(! . ,) $ - ) *. %*). )1$ .*.

.) !*">$. $:$%+, !%* + $%)*"# ,) $ - )* $ !% .) )(* F ! !% & !+ E!$

(23)

4

P- *%8<% E!$ .$ 8.$ 1* *. ( =)&! *">$. *. + - )(*. ).(! .)1*.F

$:+ $..*. + %$) $ .!* 8 *F . $: .F $ $1). *.F +*,$. *.F ! *) * + %$) $

). ) *. + !">$.F ( % () $%*F B *,F $ $ ! *. E!$ ! ),)G*% ) $ - ) +* *

( ) )*

$ * F +$, ).(! . ) $ - ) # .$ 8*. * . =* $.

$: *,) &H0. )( .F * *%8)&H) * $ * -,).$ ).(! . ) $ - ) $.) $ * * $ .$ *

* . =* $. $:+, * . +$,* $*,) * $ ( $: . ()*,F E!* +$,* ) 1$. )&*"#

$+). $% ,;&)(*F 8B$ \,) $ * ! *D $:

*) &!$ $*! L 7*N .$ $=$ $ Q + + . * $ V*] 8. E!$ ($ ! .!*

$=) )"# 8*.$* *. =! ">$. * ,) &!*&$% L$% )1*F $=$ $ ()*,F =- )(*F ( * )1*F

%$ *,) &H0. )(* $ + < )(*N . * +$ .+$( )1* =! () *,). * * ,) &!*&$% + )1),$&)* !%*

*. =! ">$. +* * * * $ ,) $ * ! * =! "# + < )(* $ * !% $ $ %) * $ * $:+ $..#

.!8B$ )1*F E!$ +$ %) $ !%* ,)8$ * $ $ $:+ $..# ( .) $ * * =! *%$ *, Q $:+ $..#

* 0. )(*

-,).$ ).(! . 1*) *,<%F ) )()*,%$ $ + .!* + + . * $ ) $& *

* * (*8 !" $: . # ,) $ - ) .F $ + * F # .$ $. ) &$ * $,*"# $. ),0. )(* $

$. < )(*F , & F * $ %* % . * + + . * V*] 8. F . $: . ) = %* )1 .F #

+ $ )*% .$ ( $%+,* .F *..)% ( % $: . ( % $&). *,

-,).$ ).(! . # )& * $. $. =* $. $ $&). .F %*. . ) $& *

+ %$) *. = %*">$. ).(! .)1*. !% .). $%* $ %O, )+,*. )%$ .>$.

+ ) ()+) * $%6 )(* , 8*, ,$1* * * * * ,0 &!* ( % !% + ) (0+)

) 6%)( L F T(UW7 WWNF ( 1<% %* (* E!$ $%8 * *8*,2 $

* -,).$ ( * ( % ).(! . $ # ( % * ,0 &!*F # < + ..01$, + )1),$&)* E!$ !%* !

! * + ..)8),) * $ $ C ,2* D +* * $. $ $ ! ()* F $ + * F * %) $ .$ $. $ E!$ .$B*

( . ) !0 !% ‘inventário laborioso que seja de todas as formas lexicais’ desde que

seja necessário a se alcançar a compreensão do todo que uma língua formaF

L F T(N E!* * +,* . %* (* . + !% $.E!$%* ( . !

&, 8*,F $+ $.$ * +$,* ( %+$ ' ()* ,) &H0. )(*F + * # 2- !%* * 2)$ * E!)G*"#

. +,* . * $%6 )(* , 8*,

).(! . ,) $ - ) $ *( ( % *) &!$ $*! L 7*N $+ $.$ * $ =*

(24)

5

apreensão do fato literário no qual o dito e o dizer, o texto

e o contexto, são indissociáveis. As condições do dizer que

permeiam aí o dito, e o dito remete a suas próprias

condições de enunciação (o estatuto do escritor associado

a seu modo de posicionamento no campo literário, os

papéis vinculados com os gêneros, a relação com o

destinatário, construída através da obra, os suportes

materiais e os modos de circulação dos enunciados...)

L F 7U43N

).(! . + !G) + *(S (,)* F ( % 1$ $% .F < !%* + !"#

( $%+ 6 $* $ ).(! .)1*%$ $ )*, &* ( % !%* *. %*). ( 2$() *. 2). ; )*.

* * *. * @08,)* P$8 *)(*F + $.$ $. ^ )1 $ * $!( ?: ).(! .

,) $ - ) +$ %) $ ( * F ! %$,2 F $( * $. * 2). ; )*F E!$ !, *+*..* *.

= $) *. $%+ F . 2 %$ .F . 1*, $. . ()*).

$. $ .$ ) ).(! . As Pragas( )8!)F # .; +* * $ %* $ !%* *.

%*). * )() *). 2). ; )*.F ( % *%8<% + + () * !%* $* !*,)G*"# F ! %$,2 F

!%* 1* ( . ) !)"# ).(! .)1* .)& )=)(* )1* +* * .. ( ) )*

$. * %* $) *F $% . ) .( ) $. $ ( F !%* $,*"# ) $ ).(! .)1* E!$

. +$ %) $ *8 * ) O%$ . ! . * . (*%+ . ).(! .)1 .F %) )%*%$ $ ). ) .

$. # ).(! . ,) $ - ) $ ).(! . 808,)( E!$F .$&! *) &!$ $*! L 7*N .#

).(! . . ( . ) !) $.F (!B (*%+ $ = $) *. .# + !( )& .*.F + #

*+ $.$ * $% !%* +*,*1 * =! * *F ! + ..!) !%* , (*,)G*"# =):*F %*. ( %

).(! . . ( . ) !) $. (!+*% . $.+*" . $ $%+ $,*() * *. Q. ( )">$. $

$ ! ()*"#

# *. $ )*. E!$ $. ! *% * $ ! ()*"# ,) &H0. )(*F ( % * *&%- )(* *

$%6 )(* $ * -,).$ ).(! . F *..)% ( % . $. ! . E!$ $( $% *.

+ + .)">$. $ @*2] ) E!$ +$ %) $% * $E!* !%* 1* $=,$:# . 8 $ $1$

,) $ - ) F E!$ < I ) J $ ( % I )G$ JF *+ :)%* $: $ ( $: F . 8 $ !

(25)

7

$. $ .$ ) F * $,$&$ % . * -,).$ ).(! . $ ,) 2* = * ($.* ( %

8*.$ $; )( %$ ,;&)(* E!$ $* - ..* +$.E!).*F 8!.(*% . ( %+ 1* E!$ *

,) $ * ! * < # .; !%* * $F %*. *%8<% !%* %* )=$. *"# E!$ $( $% . +* *

L $N( . !) .)& )=)(* . ! )1$ . $*, ! =)(() *,F * %$ ) * $% E!$ .$ %! *

+ .)() *%$ ).(! .)1 $ *. ( )">$. $ $ ! ()*"# F *,<% $ + ..)8),) * E!$ .$

* *,).$ ).(! . $% .!* %* $ )*,)G*"# / $:

%$) *. (* $& )*. * -,).$ ).(! . ( % * 8.$ 1*"# *.

($ *. $ $ ! ()*"# . +$ %) ) - ,$&) )%* E!$ < * ( % $,$%$ ).(! .

,) $ - ) ! * (* $& )* E!$ .$ - 8.$ 1* * $. - ) $ *%$ $ $,*() * * *

+ .)() *%$ ).(! .)1 $ E!$% + =$ $ * $ ! ()*"# F +$, E!*, * *,).* $% . *

(* $& )* ethos $ .!* ( . ) !)"# F !%* 1$G E!$ ethos < ( . ) !0

).(! .)1*%$ $ $ ( %+ $$ $ !% $. ! $ !%* )%*&$% +$.. *,F ( + )=)(* *F $

* * $ !% (* - $ * *..!%) * =*,* $ !% ).(! .

1.4

O gênero conto – do literário ao discursivo

$ $ * %!, )+,)() * $ $ &' $ . ).(! . E!$ * .) *% ( $:

. ()*,F =*G .$ $($..- ) 8!.(* % . !% ( ($) $ &' $ +* * ( $ .$!

=! () *%$ * . ()$ * $ * * ).. !% . (*%) 2 . < ,2* +* * .$! + ($.. $

$1 ,!"# % ,) 2*. &$ *).F ( .$ )&) * * * )"# *,F * $ $ Q $($..) * $

$ 2 %$% $,* * =* .F ( * $ $( * 2). ; )*.F 1)1$ ()* *.F $. $%! 2* *.F !

.)%+,$.%$ $ 2). ; )*. !1) *. E!$ + $% $+ !G) *. ) =) ) *%$ $ $&). *,

. ( . +* * $&). $.( ) F + ($.. +* $($ E!*.$ * ! *,F ! .$B*F % 1) .

+$,* $($..) * $ $ &* * ) E!$ * * )"# + ..* %* $ .$F $ +* )()+* .

)=$ $ $. $(! . . $ $&). F %!) . ( . +*..* *% +* * !%* ( =)&! *"#

$&). $.( )

+ ;+ ) * $ ( * !%* 2). ; )* B- $E!)1*,$ * !%* )=$ $ "* $% $,*"#

* * $ $,* * $,* * < !% ( %+ %).. $ $=*G$ !% *( $()%$ F %*).

+ ;:)% * $*,) * $F =* *, ( % * $*,) * $ E!$ + !G)!F + ! ,*

( * !%* 2). ; )*F . ,)%) $. $ $ * realidade e a ficção não tem limites precisos

L @F MM UTNF !%* 1$G E!$ # $:). $ ( %+ %).. ( % * $*,) * $F (

(26)

W

$ *( ( % ,)8 L MM F + WN $..* * .) )$ * $ # < # .)%+,$.F

!%* 1$G E!$ * ( * $ $( * !%* 2). ; )*F .$B* $&). *, .$B* $&).

$.( ) F $. $. $($..* )*%$ $ +*..*% + !% *! F E!$ .$ ) (!%8) - $ $$,*8 * *

$*,) * $ qual realidade nossa? a nossa cotidiana, do dia<a<dia? ou a nossa

fantasiada? Ou ainda: a realidade contada literariamente (...)$. $ $.+*" (!+* +$,

*! E!$ *! )G* ( * ( )* $.( ) * .$ *1$ ! * F ! ),)G* $(! . .

( )* )1 . +* * E!$ * 2). ; )* *..!%* (*%) 2 . =)(() *). $ (* - $ ,) $ - )

$..*, *% . E!$ $. *. ( )">$. $ %! * "* . $&). .F $ 1$0(!, . $ $

* .%)..# +*..*% $($..* )*%$ $ +$,* $$,*8 *"# $ * $E!*"# * ,) &!*&$%F

E!$% $% .$%+ $ .)& )=)(* E!$ . $=$) . $ .$ ) .$ # ( .$ 1* .

,<% $. *. ). ) ">$. %* (* *. +$,*. (* *( $ 0. )(*. * 1$ ..)%),2* "*F

. $+* *% . ( % ! * ). ) "# * .$ =$) *F +* * * $ %) *"# $ ( F . .<( AX

$ AX F $% ) &,'.F + $:$%+, F $ % ! ),)G* +* * !%* * * )1* =)(() *, ( %

+$ . *&$ . $ *"# $+ $.$ * =* . ( ) )* F $ * novelF $ )=$ $ ()*1* .$

%* ($F $% ) *,)* novella$ * $ % %*). * $E!* +* * 2). ; )*. %*). (! *.

Z * % $ ) * $ E!$ 1$% + % 1$ !%* .$&%$ *"# +* * *. * * )1*.

%*). (! *.F ( % !% $. ), $( Y%)( F * )8!) * $ %) *"# $ =-8!,* Q. 2). ; )*.

( % (* *( $ 0. )(*. ( % * * + % =)G*"# $ * )%*).F $ ! . .$ $.F ! *) * ( %

+$ . *&$ . E!$ * E!) $% +$,* * * )1* !% (* - $ $ !(* )1 F $:$%+,* $ (! 2

% *,). *

+$ .+$( )1* % *,). * 1*, )G* * ( + +!,* F < !% $(! . ( ). *,)G*

*) * * * )"# *,F $ ! ),)G* +$, . + 1 . ( % *+ + )*"# $ $,$%$ $

* .%)..# $ $ .) *%$ .F 1*, $. < )( . ! ( ($+">$. $ %! * $ ( * $

$( * 2). ; )*. < !%* &* * )* $ %* $ 1)1* * * )"# $ * %$%; )* $ &$ *">$. $

+*). +* * =),2 .F $ +* * * . ()$ * $ ( % !%

V- .<(!, AX * ( %+,$:) * $ %! % $ F + + () * +$,*

$1 ,!"# !. )*, + 1 (* !% E!$. ) *%$ . 8 $ * ! ) * $ * 1) * $F

( .$E!$ $%$ $F *. = %*. $ $:+ $..>$.F ! .$B*F *. 8 *. + $ %0 ) *

= *&%$ *"# F *8 * &$ +$.. *.F 8 *. $ 1*, $.F $% .$ ! * +$ .+$( )1* . 8 $ * $%F

. 8 $ a realidade, desvinculada de um antes ou um depois (início e fim), solta neste

espaço, desdobra<se em tantas configurações quantas são as experiências de cada um,

(27)

T

E!$ < )%+ * $ $ .$ $..*, * < E!$ + * * 2). ; )* $. $ &' $

).(! .)1 F E!$ *) * ( % *. *. + ..)8),) * $. $ $(! . . $ $( ,;&)(*. ! ),)G* .

$% .!* ( %+ .)"# F < ( .$ 1* * * * ! $G* (

a relação: entre a extensão do conto e a reação de

excitação que ele consegue provocar no leitor, pelo efeito

que a leitura devidamente dosada lhe causa. É pela

intensidade e a economia narrativa, que de acordo com A.

Poe o contista elabora sua composição, com o mínimo de

meios para provocar o máximo de efeitos, cabendo ao

contista elaborar tal efeito se por incidentes comuns e um

tom peculiar, ou o contrário, ou por peculiaridade tanto

de incidentes quanto de tom”. E em seguida busca

combinações adequadas de acontecimentos ou de tom,

visando a construção do efeito.L ,)8F MM U N

).(! .)1*%$ $ .$ # *. ( )">$. $ + !"# E!$ ( ). * $.

-$:+ . F 8$% ( % .$!. ,)%) $. $ + ($ )%$ .F E!$ )$ * # $ ! ()* $

%* (* # * .$,$"# $ ) . !%$ . ,) &H0. )( .

(...) todo enunciado, antes de ser um fragmento da língua

natural que o lingüista procura analisar, é o produto de

um acontecimento único, sua enunciação, que supõe um

enunciador, um destinatário, um momento e um lugar

particulares. Esse conjunto de elementos define a situação

de enunciaçãoL F F + TN

1.5

O Conto Contemporâneo em Língua Portuguesa

+"# +$,* *% . * $ * -,).$F $. * +$.E!).*F $% $ $ .$ ).(! . As

(28)

M

+ ($.. $ %! * "* E!$F .$&! *%$ $ < $1) *,)G* F + .$!. *! $. $ .!*. %*).

)=$ $ $. ( )">$. $ + !"#

$ * + ) (0+) . ).(! . . ( % !% = $ *+$, Q * )"# * *,) * $F

$+ $.$ *1*% !%* %*) *($) *"# F !%* 1$G E!$ & * $ +* $ * + +!,*"#

$.( 2$()* $&). $.( ) F < $% %$* . .<(!, A X E!$

(...) o contador procura elaboração artística sem perder,

contudo, o tom da narrativa oral. E conserva o recurso

das estórias de moldura: são todas unidas pelo fato de

serem contadas por alguém a alguém L @F MM U7N

!*,%$ $F + $% . 8.$ 1* E!* * * !*,) * $ $%+$ 2* .$ $%

%* $ *. = %*. $. $ ).(! . F E!$ &* 2* $.+*" $% )=$ $ $. .!+ $. %) )- )( . $

* < %$.% )=$ $ $. ,) &!*&$ .F $ E!* $.&* * *. $,*">$. ) $ ).(! .)1*.F E!$

.. (*. 8.$ 1*% . ).(! . 808,)( *%8<% .$ $( =)&! * $% )=$ $ $.

= %*">$. ).(! .)1*. $ .!+ $. %) )- )( .

)* $ $ .<(!, . $ 2). ; )*F +* $($ $1) $ $ E!$ $ 2*% . !%*

)1$ .) * $ =*1 -1$, +* * * %* ! $ "# $. $ )+ $ + !"# ,) $ - )*F .$B* + %$)

* $. < )(* E!$ + ;+ ) * $ ( * 2). ; )*. $ ( ! * + + !%* $%- )(*

+ ;:)%* * ( ) )* F $( 2$() * * 1) * ( ) )* *F * 8!.(* * =)("# *

(*+*() * $ $ ( * 2). ; )*. procurando também atingir uma dimensão metafísica e,

num certo sentido atemporal, das realidades vitais (...) L@ F MWWF + N

(*+*() * $ $ * .= %*"# ! * $E!*"# * $%+ F * . 2 %$ . $ * + ;+ ) * $

( * $ 2). ; )*. =*G ( % E!$ $. $ ).(! . .$ $1) *,)G$F *) * E!$ .$ 1*,2* *.

C1$,2*. 2). ; )*.D

. * $1) *,)G*"# ).(! . ( =) %* E!$ * -,).$ ).(! . + +>$

E!$ .$B*% 8.$ 1* *. *. ( . ) !)">$. ,) &H0. )( ).(! .)1*. ( % (* *( $ 0. )(*

).(! . ,) $ - ) F *,<% $ !%* + !"# $% ( . * $ % 1)%$ *"# * $E!* * *

( $: . ()*, :+, * 2). ; )* + 1)*. * ) $ $: !*,) * $F $(!+$ * .!*

) $ .) * $ =)(() *, (* *( $ 0. )(* ).(! . ,) $ - ) E!$ ( %+$ $ * 8 %

( ). *F $ !%* 2). ; )* +* * ( * $ *8*,2* ( % . $(! . . ,) &!). ). )( . $

(29)

L N * contista se faz pelo achamento (sic) de uma

situação que atraia, mediante um ou mais pontos de vista,

espaço e tempo, personagens e trama. Daí não ser tão

aleatório ou inocente, como às vezes se supõe, a escolha

que o contista faz de seu universoL@ F MWWU TN

<(* * $ MT < % %$ E!$ + + () * $,$%$ . ).(! .)1 .

)%+ * $. +* * * .) !*"# $ ( %! )(*"# * E!*, .$ ) .( $1$ * ..* *% . *

.) $ *% . E!$ 2). )(*%$ $ & * $ %* ( +* * $. $ +$ 0 = ) * $(* ' ()*

) $*, %* :). *F E!$ $= %!, ! *.+$( . ) $ ,;&)( F $( Y%)( $ + ,0 )( *+ $.$ *1*%

.) *). $ E!$ .). $%* ( %! ). * . 1)< )( *& )G*1* $$. ! ! *"# . * F

+ ,0 )( $ $( %)(*%$ $F = *% + + . *. +$, ,0 $ . 1)< )( 8* (2 1 *..)%

( % * % $ )G*"# . * F . % . $ + !"# $ !% $ * (*+) *,).%

@ $1$%$ $F %! *..). ) )* * $.) $& *"# * )# 1)< )(*F * E!$ * ! $

@$ ,)% =)% $ !% ) $*, E!$ ) .+) ! !%* &$ *"# $

@ *.),F .)& )=)(* )1*. %! * "*. $):*1*% +*0. !%* $=$ 1$.(' ()*F

+$ 0 < $ * .)"# O, )% + $.) $ $ %),) * V # @* ). * $ 9)&!$) $ & 1$ !

+*0. $ MWM * MT3F .) *,)G* E!$ * ) * ! * # .!+ * )* * + $..# + +!,*

)()* .$ !% + ($.. $ *8$ ! * $% ( - )(* $ 1 ,1$ % 1)%$ . + +!,* $. $

)1$ . . .$&%$ . . ()*).F B 1$ . $. ! * $. $ *8*,2* $. +$ $% + $,$)">$.

I ) $ *. V-J $. * & * $ $=$ 1$.(' ()* * . ()$ * $ < & * $ * * $.# $

+$ . *,) * $. * 0. )(*.F ) $,$( !*). $ *(* '%)( . B! *% .$ * + 1 *. !*.

$ ) %! * "*. + ,0 )(*. $ . ()*).

Z $. * =*.$ E!$ - *%8<% !% 1 =,!: %)& * ; ) F E!$ ( )* $.($ *

<+ (* * ( , )G*"# F . = $ !%* ) 1$ .# @ *.),F E!$ $($8)* ) O%$ . )%)& * $.F

+*..* * $:+ * %# $ 8 *_ .# 8 *.),$) . E!$ +* $% +* * . %*). ). * $. ,!&* $.F

8!.(* 1*. + ! ) * $. $ *8*,2 F ( )">$. %*). B!. *. $ ,)8$ * $

8 $ ! ,)8$ * $

* <(* * $ MT F $. *1* %* (* * + & * $. %! * "*._ $ E!*

) O%$ . B 1$ . *8* *1*% +*0.F =)% * ) * ! * @ *.), + % 1$! !% 1

=,!: $ +$.. *.F $. * 1$GF 8 *.),$) . * ). *.F %O.)( .F * $.F B *,). *. *,<% $

(30)

$% .$&! * "*F !:$ *% * +*0. ( % .$! & * $ 1)& $ + $ $ ) $ 1$ "# .

%$) . * 0. )( . )%+*( * 1 , * $. $. $:),* . $=,$ )! .$ $% !%* ,)8$ * $ $

$:+ $..# F $ $=,$ ) * *. ) . ) !)">$. * 0. )(*.

+ ..)8),) * $ $ $:+ $..* .$ ( % %*) ,)8$ * $ = ) *+ 1$) * * + !%

& * $ O%$ $ $.( ) $. * <(* * $ MT F *, )( ) L N $1$,* E!$

2-!%* )1$ .)=)(*"# * $+ $.$ *"# * )%*&$% *() *,F .$% * $ ) * ,) &!*&$ .

$&) *,). *.F *=) *, * 1* &$ *"# $ $.( ) $. + )* ) 1* *. <( )(*. * * )1*. $

* *&),) * $ * $.( ) *F $ * 1*G# Q ( 0 )(* E!$ + * . * . =)( ! $+ )%) *

Esta é a literatura<verdade que nos convém desde os anos

60, e que corresponde à tecnocracia, à cultura para as

massas, às guerras, às ditaduras feitas de cálculo e de

sangue. De outro lado, a ficção introspectiva, cujos

arrimos foram sempre a memória e a auto<análise L@ F

MWWF + 35N

%8 * # .$ $ 2* $ 2!%* * , &)* $ ( . $.+$(0=)(* $. * <(* *F

. ( ). *. ( % (,)* !.* *% * )1$ .) * $ $ $%- )(* $ ) 1* *% * $:+ $..# F

imanentes da prosa moderna, livres de expressões neo<realistasF L@ F MWWF + 3 N <

!%* 8!.(* +$,* ) $ .) * $ $ + +*,*1 *. $.+ B* *. $ $8!.(*%$ .

1.6

Scliar e sua participação no discurso literário brasileiro

*(S V*)%$ (,)* F *.() * () * $ $ ,$& $ ) * $

!,F + )% &' ) $ !%* =*%0,)* $ )%)& * $. B! $!. * $&)# * @$..* -8)* L O..)*NF

$.$%8* (* . @ *.), * $ M 4 $!. +*). V .< $ * * (,)* $,$&$ *% @ *.),

( % !%* + %$..* $ !%* $ * $ *8! 6 ()*F +*G $ + & $.. +* * . B! $!. E!$

=!&)*% * +$ .$&!)"# < )(*F $,)&) .* $ + ,0 )(*

P). )(*%$ $F * )%)& *"# $ $! +$!. ( . ) !)!F $ !% ,* F *

$($..) * $ $ *8* * !%* 1) * $ +$ .$&!)">$. $ % $.F =* *.%* $ + )1*">$.

(31)

1).*1* .$ * !% + B$ $ (!+*"# $ $ *. 8 *.),$) *. $ !%* $=$ )1* +* )()+*"#

$. $. )%)& * $. + ($.. $ ) !. )*,)G*"# $ $.$ 1 ,1)%$ +*0.F

# )1$ . . . $,* . E!$ *+ *% * *.. ()*"# *. )%*&$ . * %< )(*F

Q 1).# $ ' )(* 1 * *0. F ( % *,& E!$ $1$ )* .$ 8!.(* +$, . 2 %$ .F

( % $( %+$ .* *. * 1$ .) * $. %! ) ()1),)G* F * $+ $.$ *"# * $ *

%$ ) * Z !%* = $ $ ) .+) *"# $1) $ ()* ( $: =)(() *, ( ). # $

B! *)( @ *.), # .$ $:(,!) $. * $1) ' ()*F + %* $ !%* \+ +*&* *\ (!, ! *,

E!$ $:*, * * * ! $G* $ *. *%$ ) * $. * 1) *F E!$ .# =*(),%$ $ $ ( * *.

! * $ + )%$) E!* ), .<(!, AAF * )%)& *"# = ) $. )%!,* * *

+$, & 1$ 8 *.),$) E!* + )%)& * $. E!$ * . + !( . .$ $. *8$,$()*% & *"*. *

+* (0 ) $ .$!. ( $ 6 $ .F $ $ . * . $ M33 $ M3W !% %*) O%$ $

B! $!. *,$%#$. (2$&* *% * @ *.),F =,!: $ (2$&* * $ $. * &$) . .; = ) $ !G)

+ *G>$. ,)&* *. * . *( . ( % . *,)* . Q $&! * !$ *F $ * + ,0 )(* *() *,

* * X* &*.F *) * *..)% @ *.), $+ $.$ ! * + ! ) * $ $ .*,1*"# +* *

) O%$ . $=!&)* . & 1$ *G). *

=) *, * $&! * !$ *F * ( %! ) * $ B! *)(* *. ,Y )*. !,

+*0.F 2*1)* ( $.() F $ %!) F * ) $& *"# $. * + +!,*"# .$ *1* B! *%$ $ ( % *

%! * "* * $( %)* +$, + ($.. $ ) !. )*,)G*"# F , & F & * $ +* $ *

+ +!,*"# %)& *1* (*%+ +* * *. () * $.F $% ,$& $F =):*1*% .$ @*)

@ % 9)%F $&)# $ +$ )=$ )*F + +!, .*F ( % (*.*. +$E!$ *. $ $ =*%0,)*.

!%$ .*.

1.6.1 O início no Bom Fim

@*) @ % 9)%F +$ )=$ )* * () * $ $ ,$& $F * . 3 $

%* " $ M3WF * () * $ $ ,$& $ ) * $ !,F *.($ + )% &' ) F

* =*%0,)* (,)* *(S (,)*

+$ )=$ )* * () * $ &*O(2* < ($ - ) $*, * ( %! ) * $F ( %+ . * +

) O%$ . )%)& * $. B! $!.F E!$ .! &$ ( % = $EH' ()* ( % ($ - ) =)(() *,F

$1).) * $% ( Y )(*.F ( . $ %* ($.F . 8$( . $ *1$..*.F %$.(,* +$ . *&$ .

$ +*):>$. $*). Q =)("# @ % 9)% $+ $.$ *1* +* * .$!. % * $. * + ..)8),) * $

(32)

3

$.+*" @ % 9)% # .$ $. ) &)! * 8.$ 16 ()* * + - )(* $,)&) .*F $% * ! *.

= %*. $ $:+ $..>$. (!, ! *). ( % !. * ,0 &!* )%)& * $ $ * (!,) - )*

1) * )%)& * $ ) $+$ $ $ *%8<% $+$ )* $ !% ($

C%).()&$ * D # $ * + $ $ .# =*G$ @ % 9)% !% &!$ F *,)-.F $ * $. * .$& $&*"#

E!$ . )%)& * $.F + ) ()+*,%$ $ . B! $!. =!&)*% P*1)* * (,* $G* +* * * ( %! ) * $F

$ E!$F @ *.), $ * +* * .$ =):* $ $. *8$,$($ * + $ (!, ! *, =*%0,)* (,)* * *

$. $ + $($)

=*,* $ * * (,)* F + =$.. * ( ,<&) B! *)( F $ E!$ B- $% . *1*

* + $ (!+*"# E!$ C+$. +$, B! *0.% D * )*F (,)* $(,* *U

(...) Como Clarice Lispector, declarava<se brasileira,

embora não o fosse. E deu<me o nome de Moacyr, uma

homenagem a José de Alencar, mas, principalmente um

nome brasileiro – melhor ainda – indígena. Teria ela se

dado conta do significado, em guarani, desse Moacyr –

aquele que causa dor?L ` a F F + 73N

+ $ (!+*"# +$,* *..)%),*"# (!, ! *, *1*1* !% ( = ( % *

$ * * . $.($ $ $.F (,)* = * *,=*8$ )G* $% (*.*F $ .; %*). * $ = )

%* )(!,* $% ,<&) O8,)( $ $ $ %) *"# (* ;,)(*F *1*% .$ $1) $ $. *.

). * ()*. (!, ! *). %8 * # $ 2* 2*1) $,$%$ . * ) .$%) *. * =*.$ $.( ,*

$1) $ ()*1* * ). ) "# (!, ! *, $ * *.. ()*"# . $. $ $; )+ .Ftoda vez que a palavra

judeu era mencionada a classe inteira voltava<se para mim com olhar acusador

L ` a F F + 74N

% $. $ 8B$ )1 + % 1$ * *..)%),*"# (!, ! *,F (,)* $1$ .!* = %*"#

$ 1 ,1) * +$, B! *0.% F %*. + # +$, 1)<. $,)&) . $. $ .$ ) (,)*

$% . * .$ !% ( 2$($ *. * )">$.F )%*&) - ) $ $ !% \! )1$ . \E!$

(33)

4

1.6.2 Revolução e engajamento

@ *.), . = $! & * $. %! * "*.F $. $ * (2$&* * . + )%$) .

%)& * $.F $ . * . $ M7 $ MW F = *% %* (* . + * .= %*">$. . ()*). $

+ ,0 )(*.F ( % * + $.$ "* $ *8*,2* $.F $ $. ! * $.F $ ,) $ * "*. $ % 1)%$ .

. ()*). * . $ !%* + ,0 )(* *! ) - )*F ) $1) *1$,%$ $F $. * $=$ 1$.(' ()* * ) &)* *

* * . ()$ * $F ) (,!.)1$ * ( %! ) * $ B! *)( 8 *.),$) * $ . B 1$ . ,)&* . *

% 1)%$ . + ,0 )( . $ &*B*1*% .$ * (*!.* .) ). *F ) O%$ . B 1$ . ! #

$ * *% * . *$,F * $ * %$ ) * $ .$!. * $+*..* . L a ` F

N

$. $ $=$ 1$.($ $ ( $: $ * .= %*"# F B 1$% (,)* $1$ .!*

= %*"# (!, ! *,F ) $,$( !*, $ + ,0 )(* $=,$ ) . 8 $ .$! *8*,2 $ $.( ) F

$(,* * E!$ .!* = %*"# F +*..* $($..* )*%$ $F + .!* ( )"# $ ,$) $ + *.

*. ) =,!' ()*. . $: . ,) . E!$ *,)%$ *% .!* )%*&) *"# * ,$) ! * E!$ +*.. !

+$, . (,-..)( . * ,) $ * ! * ! )1$ .*,F * ,) $ * ! * 8 *.),$) * *,<% $ 8 *. $,*() * *. *

2). ; )* *. ()' ()*. $ Q @08,)* 2$8 *)(* $( 2$($ E!$ < !%* = $ $ ) .+) *"# +* *

.!*. 2). ; )*. (,)* = ) !% ,$) # $(,< )( E!* .$ - .!* + !"#

%8 * $ 2* ) +* )()+* $ % 1)%$ . B!1$ ). ,)&* . Q. (*!.*.

. ()*).F Q %),) 6 ()* + ,0 )(* $ $! ,2$F . 8 $ ! F um modo de vida, uma experiência

total – totalitáriaF * E!*, ( )8!)! = $%$ $ +* * ( %+ .!* 8 * * $:+$ )' ()* .

% 1)%$ . B!1$ ).U ! +)*.F %* :).% ,$ ) ).% $F (,* F *) * * ( %+* 2)*

) .$+* -1$, $: ,) $ - ) F $ &*B* < 1$ * $F %*. ,) $ * ! *

O companheirismo era fundamental, como era a lealdade

os princípios, às idéias e os ideais. E que ideais eram

esses? O ideal sionista e o ideal socialista, intimamente

acoplados. O movimento do qual fiz parte mais tempo, e

ao qual me dediquei mais intensamente, era de inspiração

marxista<leninista<estalinista. Um verdadeiro oximoro,

uma contradição em termos L N L ` a F

F + 7WN

(34)

5

E!$ ( = %$ ..* +$ .+$( )1* ).(! .)1*F * .+* $($% $% .$! ).(! . .$B* *

*8 *&$% Q $%- )(* B! *)(* E!$ < $( $ $F * ( =)&! * * + $%*. + ,'%)( . $

+ .)() *%$ . + ,0 )( . $ ) $ ,;&)( .F E!$ ( % ($ $.1$, E!$ + $% . *+ *

+* * % %$ . ). ) . $ .!* 8 *F 1). E!$ ) )()*,%$ $ $1) $ ()* (,)%* + ,0 )(

* ) * ! * 8 *.),$) * . 8 ,2* $ !% $.+0 ) $1 ,!() - ) $ . 2*

. %* ($. A guerra no Bom FimF ! O exército de um homem sóF !

*) * *,&! . ( .F + !G) . * %$.%* (*.)# F E!$. >$. $ 1 ,1$ * *

)%$ .# . ()*, ! )1$ . 2!%* $% !% ) 6%)( $ ( %+,$: =,!: $ $,*">$.

$ ( $ . $.+*" . * * )"# B! *)(*F .$% $.E!$($ . $(* . * ( )"# 2!%* *F

.! &$ !% $. ), + ;+ ) F %* (* $ !% $.( ) 2-8), $ %* !

+ $ $ $ % . . *1$ ! * +$,*. * * )1*. $ *(S (,)* F $1$% .

$. * *1).* . . 8 $ %! $ $. * 2$G*. E!$ + $% . $ ( * F ) !.) * .

).(! . . E!$ 1* )*% =* -. )( %* *1),2 . F * $ .*) . E!$ * *% * 2). ; )* *

%$ )() *F ( % ( %+* ),2*% .$! ! )1$ . F !%* ,) &!*&$% .)%+,$.F ( $ .* * + !%

,<:)( .)%+,$.F %*. ) $ . $ ( % $ (* $*%$ . ,;&)( .F $=,$: + 1*1$,%$ $ *

.!* = %* $ &* )G*"# +$ .*%$ $) * +$, *() (0 ) ()$ 0=)(

# < + ..01$, $,)%) * !% (*%) 2 $%- )( E!$ $. $B* $,*() * .$!

).(! . F .!*. 8 *. = *% ) )()*,%$ $ %* (* *. +$,* +!8,)(*"# . %* ($. .

E!*). . (*%) 2 . +* * * 9*(!, * $ $ $ )() * ( !G*% .$ ( % .!*. $:+$ )' ()*.

=)(() *). ( % %* ($ Os deuses de RaquelF Ciclo das Águas $ $. #

%* (* . . ( =,) . (!, ! *). $ * .!* $:+$ )' ()* ( % %< )( F <+ (* $% E!$ $:$ ($!

* %$ )() * . .* * ; ) . -F ( % 8 % !1) $F *. 2). ; )*. . +*()$ $. *%

= $ $ ) .+) *"# F $*, $ =)(() *, .# I * !G) .J +* * ).(! . ,) $ - )

8 * ) .+) *"# .$! )* * )* $ $. ! * $ $ %$ )() *F +$,*. * * )1*.

808,)(*. $ * ( . !"# $ !% .) &!,* 8$. )- ) = %* $ ($ *! . $ E!)%$ *.F

$,) $)* * $:+$ )' ()* ) ( $. -1$, $ !% & * $ + .* ( $%+ 6 $ F $%8 *

$( 2$"* E!$ I( * 2). ; )*. < ( ).* * )&*J

+ !"# ,) $ - )* $ *(S (,)* = ) ) $ .*F .# ($ (* $ T ,)1 .

$ $ %* ($.F $ ( .F %!) . . E!*). $1).) * ! )1$ . B! *)( F *,&! .

$ )(* . * +O8,)( B!1$ ),F *,<% . $ .*) . . E!*). *8 * E!$. >$. $ +$ . *&$ .

E!$ ( )8!0 *% +* * * 2). ; )* * %$ )() * (,)* $( 2$($ E!$ * ( %+ .)"# $ .!*

(35)

7

$( $ $. + ($.. * ! *, *%* ! $()%$ $ * $:+ $..# * 0. )(*F a

afirmação da diferença é crucial num mundo tão homogeneizante L N 1$ .* ),) * $

* + !"# * 0. )(*F * %$ . + 2 *F ( % 1$ $% . * *% . * .$,$() * * +* *

$. * )..$ *"# .$ - $1) $ ()* * + E!$. >$. (!, ! *). $:+ $..*. !%*rica cultura, na

história, na literatura, na arte ... L ` a F F + WMN

,<% $. * )%$ .* + ..)8),) * $ $ * ) &) +O8,)( ,$) F (,)* *) *

*,(* "*1*F $.+$()=)(*%$ $F ,$) $. $ B *). ). = ) ( ,! ). * + %*). $ * .F

$ $.( $1$! ( % ( 1) * F +* * B *). ( % *Folha de São P*!, F . * $

# *!, $ +* * Zero HoraF B *, ) * $ !,

1.6.3 Scliar Médico e Autor – questão de identidade

8 * $ (,)* .$ *+ $.$ * $ %* $) * 8*. * $ )1$ .)=)(* *F .$B* $%

$,*"# * . &' $ . ( % %* ($.F ( .F ( Y )(*.F $ .*) . $ ,)1 . 1 , * . +* * !%

,$) * ,$.($ $ ! ) =* ),F .$B* +$,* $%- )(* E!$ + 1 * .$! ! )1$ . ,) $ - ) F )

* + .* %$% )*,). *F $ .*) . . 8 $ (!, ! * B! *)(* ! * 2). ; )* * %$ )() *F Q. 8 *.

( % (* *( $ 0. )(*. $ ) $ * ! *F # *8 * &$ $ E!* Q 8 * $. - +O8,)( E!$F #

.$ 8*. * !% $ $ %) * & !+ $ ,$) $.F $ * !, . * * ,$.($ $.F $ ) $,$( !*). *

*. $ (*.* +$ %$* ! )1$ . $.( ,* F =$G $ (,)* !% *! ) .$ )

( ) )* 8 *.),$)

'%) . $&) *).F *() *). $ ) $ *() *). *%8<% =*G$% +* $

(! 0(!, $ (,)* F . $. *E!$. .# U '%) * (* $%)* ) $) * $ $ *. L M7TNF

'%) V *E!)% * !$, $ *($ L 1$ . * ) F MW4NF '%) ) * $

$ ,$& $ L MW7NF '%) Z )( X$ 0..)% $ %* ($ L MW7N_ '%) @ *.0,)*

L MWWNF '%) !)%* #$. .* L 1$ . * $ ) *. $ *).F MWWN_ '%)

.. ()*"# *!,). * $ 0 )( . $ $ L MT N_ '%) V*8! ) L MTTF MM3 $ N_

B-() * '%) *.* $ *. %< )(*. L !8*F MTMN +$, ,)1 A Orelha de Van Gogh_

'%) ,!8$ @ *.), L MM NF '%) " )* . L $=$) ! * $ ,$& $F

MMW $ N $! %* ($A Majestade do XinguF E!$ * * * 2). ; )* $ $, ! ,$.F

*%8<% B! $! $ %< )( .* ) * ). *F *,<% $ $ %* ) )&$ ). *F $($8$! '%)

V .< ) . $& F * (* $%)* @ *.),$) * $ $ *. L MMTN_ '%) - ) K!) * *

L MMMN_ '%) V*8! ) L MN * (* $& )* %* ($ ( % Manual da paixão Solitária, e

!%* *. O, )%*. + $%)*">$. V*8! ) L N * (* $& )* . $ Y )(*. ( % ,)1

(36)

W

9 ! . $. * $ )(*"# * =0() $ $.( $1$ = ) * ) )(*"# Q (* $%)*

@ *.),$) * $ $ *.F =* E!$ ( $! $% 3 $ B!,2 $ 3 ( % * $,$)"# Q 3 c

(* $) * * @ ($ - ) E!$ $ 1 ,1$! * $,$)"# $ (,)* $=,$ )!F $ =* F .$!

$( 2$()%$ ( % ) $,$( !*, $1 * * Q ,) $ * ! * $ + +!,* ) * $ % .$! . *

$ )&$%F ) * $ !, 2 !1$ !%* % 8),)G*"# + +!,* F !% *8*): *..) *

= ) ).+ )8),)G* * + *"* ($ *, $ ,$& $F $ * + +!,*"# *..) *1* .!*

* $.# $ ( % ).. %* (*1* .$! *+ ) * $.( ) F $%).. *. $ - ) F $ * ( %! ) * $

&*O(2* ,* "* *% ) O%$ *. (*%+* 2*.F +* * &* * ) $% * )% *,) * $ +$,* @

1.6.4 Scliar e a “Orelha de Van Gogh”

$.( ) E!$ ( E!). ! $( 2$()%$ $ $ . + +!,* $. $ .

) $,$( !*).F $($8$! $% MTM '%) *.*. $ *. %< )(*. +$, ,)1 $ ( . A

Orelha de Van GoghF +!8,)(* * * $ ) $. $ ,)1 F !%* ( ,$ 6 $* $ 4

( . ) < ) .F $% * *8$ ! * ( % ( As PragasF E!$ $ ($ * = %* )%+ )%)

-% $. * $ ,)1 F ( . E!$ *G$% ) $ ).(! . ( % $: . 808,)( .F ( %

( Diário de um comedor de lentilhasF E!$ $% . +$ . *&$ . .*O $ V*(;F .

) %# . E!$ B- $1).) * *% * ,) $ * ! * + %$) $ ) O%$ *. 8 *.F $ $ $ $,*. + $% .

() * *(2* $ ..).F E!$ *+ $.$ ! ( =,) =*%),)* $ * ( . * $ ).+! * +$,

+ $ $&! b*, %* L 3NF $. * ( ,$ 6 $* $ ( .

:a obra Orelha de Van Gogh, estão presentes duas

direções narrativas sobrepostas: uma delas alude à matriz

judaica, ainda que os textos não se refiram a judeus, ao

mesmo tempo que aponta para a realidade cotidiana

brasileira muitas vezes por caminhos oblíquos

Lb 3F + TN

$. * ( ,$ 6 $*F (,)* 1*,$ .$ $ !%* ,) &!*&$% .)%+,$. $ *($..01$,F

$%8 * %* $ 2* * . =). )(*"# ) Y )(* E!$ ( =$ $ !% & *! $ $ .# *. * * )1*.F

=* E!$ * . ( . *&! $G $ $ $*, $ )%*&) - ) F ! * $ .# *. $,*">$.

=*%),)* $.F E!$ E!$. ) *% * )%+ .)"# + $ +* * * %* ! $ "# ()(, * 1) *F

(37)

T

*&*. * .$ ; ) F a reversão do ponto de vista entra como ingrediente que

elabora o novo a partir de um código pré<existente, recurso paródico Lb F

3F + TN

. ) $">$. E!$ ,)1 %*F $=,$ $% * .)%+* )* *! +$,*. $%- )(*.

. ()*).F $% E!$ 2- !%* * $.# * . %$ . =*1 $() .F . = )%$ . =0.)( .F $ "*.F

% $F *%*. (*!.* . +$,* ) 1$B*F +$, + $ $ * 8!.(* +$,* + ;+ )* ) $ ) * $ .$

%$.(,*% * % 2!% 0. )( *. +* ; )*.F ! $($8$% !% % ) Y )( # ( .F

+* * :*,%$ $F .)%+,$. $ ) $ . .F . E!*). (,)* $ ! ()* *. %*G$,*. 2!%* *.F

há dois componentes em sua obra: a expressão de uma

identidade étnica, e a manifestação de um modo de sentir

e pensar o nacional Lb F 3F + 3 N

. ( . * )=)(*% * $:+$ )' ()* $ 2)8 ) )G*"# (!, ! *, *. E!*). *!

1)1$ ()* )1$ .)=)(* *. ( .% 1).>$. $ $1)1$ .!*. %$%; )*. -,).$ ).(! . F

+ ( .) $ * $: ( % * %* $ )*,)G*"# , um rastro do discurso ) - * .+ $. *.

$:+$ )' ()*.F $ + %$) $: ,) $ - ) *. $:+$ )' ()*. $ 1*. + ..)8),) * $.

).(! .)1*.F )=$ $ $. + . $ 8.$ 1*"# E!$ $( )*% C%! . =)(() *).D

-,).$ ).(! . F .$% O1) * . +$ %) $ 8.$ 1* * %* )=$. *"#

$1$ ,) $ - ) 1 , * +* * * ( Y )(* + $.$ $F E!*, ).(! . $. - C.$ =*G$ D

$% $%+ $*, * .= %* * 1) * $% * $F * $*,) * $ $% =)("# F * $*,) * $ $%

$: . =)(() *).

% B- %$ () *% . !%* *. 1$ $ $. * + !"# $ (,)* < * $

( Y )(*. E!$F * .!* +) )# F .$ ! !%* *. * )1) * $. %*). + ! )1*.F + ).

+$ %) $ !%* ) $ *"# ( . * $ ( % .$!. ( $ ! ()* $.

( .$EH' ()*F *. ( )">$. $( ,;&)(*.F *. %0 )*. $,$ Y )(*. E!$ *

1) * ( $%+ 6 $* ).+>$F * *% . * .$,$() * * * ) &$ !% & !+ + +!,*() *, %!)

%*) F E!$ # .$ $. ) &$ * . C,$) $. $ %* ($.DF %*. * .$ +*! * $ ).(!..>$.

* . ()$ * $ ,<% $. *. ( .) $ *">$. (,)* *%8<% ( )8!)! *8 * $%*.

$&) *). .!, +*0. $ =$G ( % E!$ @ % 9)% )1$..$ .!*. = $) *. $:+* ) *.

(38)

M

$%*. $ ) $ $..$ .$B*% $:+, * . + (,)* $ ).(! ) . +$, . .$!. ,$) $.F *

$%- )(* . ()*,F + ,0 )(*F *. ( )">$. 2). ; )(*. $ + ,'%)(*. $&) *).F * $=,$:# . 8 $

* * )"# $ * % $ ) * $ =*G$% ( % E!$ (,)* +$ %) * E!$ ) O%$ *. I)%*&$ . $ .)

).(! . J .$B*% *+ $.$ * *.

$=,$: $. $ .$ )%$ $ *+ :)%*"# $ $ $,*"# * .$ !% %$) *

1*,) *"# *. = %*">$. ).(! .)1*.F E!$ .# *+ $.$ * *. * + !"# .$! ).(! .

(39)

3

CAPÍTULO II

CO CEITOS FU DAME TAIS DA A ÁLISE DO

DISCURSO

2.0 Introdução

$. $ (*+0 !, F * * $% . $ *,&! . . ( ($) . * -,).$ ).(! .

$ ,) 2* = * ($.* +$ .+$( )1* ( $.+ $ Q (2*%* * $ ($) * =*.$ * F * E!*,

$% $.+ * . $. ! . + + . . + %) )E!$ *) &!$ $*!

).(! ) $% . * +* ) *. ">$. $ $: F ).(! . $ ) $ ).(! . ( % *.

%! * "*. $ +$ .+$( )1*. $ *% ( )">$.F +* * E!$ $. * +$.E!).* .$ $*,)G*..$

+ )%$) * $..*. %! * "*. )G $.+$) * corpusF .$% *8* * F . $. ! . ) )()*).

E!$ * *1*% . ).(! . . + ,0 )( . $ +!8,)() - ) . * -,).$ ).(! . *%+,) ! .$!

corpus $ +$.E!).*F $ +*.. ! * $ )(* )&!*, * $ "# * ).(! . $,)&) . F +$ *&;&)( F

,) $ - ) $ ! . * . &!*,%$ $ .)& )=)(* )1*F = ) * %! * "* 8*.$* * * $,*"#

ethos * $ ! ()*"# F E!$ $):* $ .$ ) . ) !) $%+) )(*%$ $F ( % + +>$ * $ ; )(*

* )() *,F $ +*..* * .$ ( . ) !0 ).(! .)1*%$ $ * .) !*"# $ $ ! ()*"#

$. * %* $) *F (*+0 !, $1$ - *) * * * $ ( ($) . ( % &' $

).(! . F !%* 1$G E!$ * +$.E!).* $% ( % corpus !% ( F *+ $$ ) ( %

).(! . ) * $. $ (*+0 !, F *8 * $% . *. (* $& )*. $ ($ *. $ ! ()* )1*. $ethos

).(! .)1

2.1 Enunciado e Texto

. ( ($+">$. $ $ ! ()* $ $: .$ # * * *. . 8 * +$ .+$( )1* * !*,

* -,).$ ).(! . E!$F $%8 * $($8*% $=) )">$. )1$ .*.F *( ,2$ !%* $,*"#

$ ( . ) !)"# 2$ $ &' $* .$ =*G$ $=$ ' ()*. Q. + !">$. 1$ 8*).F $+* *% .

. ( % $=) )">$. % $ ! ()* $ $: E!$F %!) *. 1$G$.F +* $($% .$ * %$.%*

( ).*F ! *) * E!$ !%* $=) )"# ( %+,$%$ $ * ! *

$&! *) &!$ $*! L TN $ ! ()* < !%* + !"# 1$ 8*, E!$ + $

$. * $+ $.$ * * $. $ !%* O )(* = *.$F * < %$.% !% %* ($ .$%+ $ E!$ ) .( ) .

(40)

3

$. * $ ! ()*"# ( % !%* ! ) * $ $,$%$ * * ( %! )(*"# F $ # .$ $1$ *.. ()* *

( )"# $ $:). ' ()* $ !% $ ! ()* F E!*,E!$ 1) (!,*"# ( % $: $ .#

* F + $% . $ !%* $:+ $..# ( % C . + *&*.dF .$ ( .) $ * * = *

$ !% ( $: $.+$(0=)( F ! ( .) $ - ,* ( % !% $ ! ()* E!* ) .( )

$.+$()*,%$ $ !%* .) !*"# $ !. * ,0 &!*F $ ( %! )(*"# F $ $1) *%$ $

$,*() * !% $ $ %) * &' $ ).(! . F %$% . ( % $:$%+, U d . + *&*.d

$,*() * * * ).(! . 808,)( $. * ) $ *%$ $ ,)&* * Q 2). ; )* $ ).<. $ Q

,)8$ *"# . 2$8 $!. $,*() * * ).(! . ,) $ - ) *,! $ * !% ( ,) $ - ) F $

* < %$.% !%* .!+ . * .) !*"# $ ( %! )(*"# F $ *..! .$B* *. + *&*. $

+* *.) *. E!$ * *(*% ,*1 ! *.F $ =)% !%* $:+ $..# ( % Ud . + *&*.dF * $,*() * .$

* !%* .) !*"# $.+$(0=)(* $ ( %! )(*"# F *+ $.$ * !%* ! ) * $ .)& )=)(* )1* $

( $ $ $F * .$ !% $ ! ()*

$. $ .$ ) * $=) )"# $ $: < %!) .$%$,2* $F + ). .$ $% + $:

!%* ! ) * $ $ ( %! )(*"# ( $.* $ ( $ $ $ * * *) &!$ $*! L TF +5WN

( ($) $ texto emprega<se igualmente um valor mais preciso, como um todo, como

constituindo uma totalidade coerenteF $. * $=) )"# $ 1*,) * $ < ( %+* ),2* * +$,*

) &!0. )(* $: !*,F E!$ *) * *+ $.$ * ( % !%* ). ) "# $ !% $ ! ()* +* * !%

$: F * E!$. # * ! *"# $ (*+*() * $ $ $+$ )"# E!$ $. *. ! ) * $. $

( %! )(*"# $% * .$ $% $+$ ) *.F $% )=$ $ $. .) !*">$. $ $ ! ()*"# F $ , &$

.$! ( $: )&) *,

. * ). ) "# .; < + ..01$, + .$ ( .) $ * $: !%* ! ) * $ $

( %! )(*"# 2$ $ &' $*F + ). um texto não é necessariamente produzido por um só

locutor P- !%* ( $.+ .*8),) * $ , (! +* * ( % . )1$ . . , (! $.F

)1$ .*. 1 G$. E!$ ( %+* ),2*% !% $ $ %) * ( $O $ E!$ ( %+>$% $: F

( % * =) *,) * $ $ * )8!) .)& )=)(*"#

+$ .+$( )1* * ) &H0. )(* $: !*, * $=) )"# $ $: *) * $.

-$,*() * * * ( ) < ) . ) $ $+$ $ $.F .$ E!$ *,&! . $,$. %*). + ;:)% . *

C $*,)G*"# D $: ( % ( $.# $ ( $ ' ()*F $ ! *. ( )">$. E!$ .$ $,*() *% *

( $: $ + !"# F ( % . ( ) < ) . $ ) $ () *,) * $F .) !*() *,) * $F

) = %* )1) * $F ) $ $: !*,) * $ $ *($) *8),) * $ $. $ (*. F * ) $ $+$ ' ()* $.

(41)

3

%*). $. ! ! * E!$ !% $: $. $B* * *($) *8),) * $F + $:$%+, F $. - ) $ *%$ $

,)&* * * . ( , (! $.

P-F *) *F . $: . E!$ .# $. *. ! ) * $. ( $.*. $ ( $ $. .)& )=)(* )1*.

+* * E!$ .$ $=$ )1$ * ( %! )(*"# F $ E!$ + $ $. * $+ $.$ * * $% )=$ $ $.

$&). .F .$B* $&). * *,) * $F 1).!*,F $ $&). $.( ) F $. *

)1$ .)=)(*"# *. <( )(*. $ & *1*"# $ $ $+ !"# * )%*&$% $ . % 1$%

% )=)(* ( .) $ *1$,%$ $ * $+ $.$ *"# * )() *, $ !% $:

E!$ $%$ $ * !% ( .$ . < * *=) %*"# $ E!$ $: < * %* $ )*,)G*"#

$ !% ).(! . F $ E!$ texto não é um enunciado auto<suficiente a que se somaria

contigentemente um intérprete, ele só é um enunciado ao ser tomado num quadro

hermenêutico que vem a garantir que o texto deve ser interpretado L F

7UW N .$EH' ()* $. $. )=$ $ ()*). * +"# +$, !. $ textos literários ou

textos jurídicos* $ ! ()* . ,) $ - ) . * * *. + ..)8),) * $. $ ) $ + $ *">$.F * (* *

1* ,$) ! *F . $: . $ *. $,*">$. $. *8$,$() *. + $. $. *% .$ $ )&%*.

)%+ * $. $ .$ $% $1$,* . * ( ,$ )1) * $

..)% ( % * "# $ $: F * "# $ ).(! . + $ .$ $ ( *

)=$ $ $. ( ($) .F ( ! *) &!$ $*! L TF + 5N B- *+ $.$ * ( % ( ($) E!$

* entenderemos por “discurso” como uma dispersão de textos, cujo modo de inscrição

histórica permite definir um espaço de regularidadeF < . 8 $. $ *.+$( E!$ +$ ($8$ .$

E!$ %$ , &)(*%$ $ 2- !%* %! * "* ( .) $ -1$,F *+ )* ( ($) $ E!$ .

).(! . . .! &$% * $,*"# $ ! . ( % . ! .

$. * %* $) *F $E!)1*,$ )G$ E!$ ) $ ).(! . $% + $($ ' ()* . 8 $

).(! . F ! .$B*F ).(! . < ( . ) !0 +$,* 2$ $ $ &$ $) * $F , & +* *

*+ $$ $ % . !% ).(! . < $($..- ) ( %+ $$ $ % . E!$ .!* )&$% $.

-) $ -).(! .

2.2 Interdiscurso

%* ( % * + )%$) * 2)+; $.$ +* * .$ +$ .* !%* 1* = %* $

).(! ) * -,).$ ).(! . F $ +* * .$ %*). $.+$(0=)( *) &!$ $*!F + +>$

.!8. ) !) * "# $ ) $ ).(! . +$,* 0* $U ! )1$ . ).(! .)1 F $.+*" ).(! .)1 $

(42)

33

$ $ .$ + e! )1$ . ).(! .)1 e ( B! $ = %*">$. ).(! .)1*.

$ . . )+ . E!$ ( $:). $%F $ ) $ *&$% . $ ( B! *+ $.$ * !%* =) ) ! $F

$%8 *F ) $+ $.$ -1$,F $ # + $ .$ *+ $$ .01$, * .!* *,) * $F ! .$B*F !%

* *,). * ).(! . B*%*). ( .$&!$ )%$ .) * ! )1$ . ).(! .)1

,<% ! )1$ . ).(! .)1 F 2- !% ! ( B! F ( % )%$ .>$.

%$ $. (2*%* $ (*%+ ).(! .)1 F E!$ + .!* 1$G *%8<% < ( %+ . +

) O%$ *. = %*">$. ).(! .)1*.F + <% ) $ *&$% $ = %* * ( ( $ $F $ $ $

E!$ < (*%+ ).(! .)1 $ *. = %*">$. ).(! .)1*. ( % * %$.%* =! "# . ()*,

.$ *.. ()*%F .$ ( = *%F .$ $,)%) *% %8 * *) * %* $ 2* !% *, 01$, $

*8. *"# < (*%+ ).(! .)1 E!$ ) $ )=)(*% . (*%+ ,) $ - ) F + ,0 )( F $,)&) .

$ (

F + =)%F $.+*" ).(! .)1 E!$ < !%* $+ $.$ *"# *) * %*). $. ) *F

(!B*. = $) *. ( )*% $.+<()$. $ .!8( B! . (*%+ ).(! .)1 F , & !%

.!8( B! $ = %*">$. ).(! .)1*. $% + + ">$. %$ $.F ( )() * *. +$,

.*8$ 2). ; )( * *,). *

$.+*" ).(! .)1 $1$,* .!* )%+ 6 ()* +* * * -,).$ ).(! . +

). % %$ . $% $.+$()*,F + )%$) + ( . ) !) !% ).(! . E!$ *+ $.$ * ( %

)=$ $ $ . ).(! . . ) )()*).F $ < $. $ % %$ E!$ ).(! . I ! J .$

$. *8$,$($F $ !% .$&! % %$ + $. *8$,$($ *. $,*">$. $ ( = .F ! $

*.. ()*">$.F E!$ .$ # ( =) %* *. I ! J ).(! . F $. $ < $.+*" E!$ $1$ - .$

( )* $ $:+, * +$, * *,). *F +* * * $ $ * .$! + +;.)

. $ I ! J $. *8$,$() $1$,* !%* +"# !%* *($) *"# $ !% ).(! . F

%*. *%8<% !%* $&*"# F $ + $. * *G# ) - *& $&* .$ $ ! ).(! . E!$ .! &$

+* * =$(2* !% + +;.) . * ) $ ).(! .)1) * $ $% * + )%*G)* . 8 $ ).(! . F + ).

< * $,*"# $ $ ).(! . $ I ! J E!$ $.) ) - ) $ $..$ * *,). *

+ ..)8),) * $ $ $ (* $* $. * + )%*G)* ) $ ).(! . * =* *. ($ *.

$ $ ! ()*"# F E!$ ( % 1$ $% .F * $=) ) % . &' $ ).(! .)1 B- *.. ()*% . *

Referências

Documentos relacionados

É importante perceber o significado destas práticas diariamente, na rotina de trabalho de quem convive e utiliza, a fim de avaliar sua importância para a saúde coletiva, pois

Esse colostro servirá tanto como fonte de alimento quanto para a transferência de imunidade, pois ele é rico em imunoglobulinas, citocinas e outras moléculas que

Para tal são usados determinados métodos, que vão desde o uso de variáveis facilmente quantificáveis (número de oficiais que ocupam cargos políticos e

20 da Lei nº 8.742/93, são a garantia “1 (um) salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem não possuir meios

Ele foi desenvolvido de acordo com os requisitos da norma ISA-S50.02-1992 (IEC 61158-2) e pode ser utilizado tanto em áreas classificadas ou não, segundo as especificações das

Baseado no exposto acima o presente trabalho teve como objetivo analisar sucos de uva integral, reconstituído e néctar, comercializados na cidade de Bento Gonçalves e região

Nessa pesquisa, cuja temática é a aprendizagem, o que se pode identificar é que a empresa Flora, embora reconheça o desafio de agir nesse novo contexto e a necessidade de buscar