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Aprendizagem de conceitos matemáticos e interação entre pares durante o uso de um objeto de aprendizagem

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WIE XII Workshop de Informática na Escolal

14 a 20 de julho de 2006 Campo Grande, MS

Anais do XXVI Congresso da SBC

Aprendizagem de conceitos matemáticos e interação entre

pares durante o uso de um objeto de aprendizagem

Monalisa de Abreu Leite, José Aires de Castro Filho

Faculdade de Educação – PROATIVA - Universidade Federal do Ceará - Rua Walderi Uchôa 01, bl. 123 Benfica, 60020-110 Fortaleza - CE – Brasil

www.vdl.ufc.br/oa

monalisaabreu@hotmail.com, j.castro@ufc.br

Abstract: This present research analyzed how dialogic exchanges between teacher and students, influence the learning of mathematics concepts when a learning object called "Interative scale" is used. The research was conducted in a public school, in the city of Fortaleza, between a 7th grade class and a Math teacher. The research used the "Conversation Analysis" and the "Microgenetics Perspective” as a basis for the data analysis. The results indicates that teacher's intervention and the mutual aid between students lead to a better understanding of the algebraical concepts of equation, inequality and unknonw.

Resumo: A presente pesquisa analisou como as trocas dialógicas entre professor e alunos influenciam na aprendizagem de conceitos matemáticos ao utilizar um Objeto de Aprendizagem denominado Balança Interativa. A pesquisa foi realizada em uma escola pública da rede municipal de ensino da cidade de Fortaleza com uma turma de vinte e três alunos de 7ª série e seu professor de matemática. A pesquisa baseia-se na análise qualitativa dos dados, utilizando a análise da conversação (AC) e a perspectiva microgenética. Os resultados obtidos indicam que a intervenção do professor e a ajuda mútua entre os alunos os levam a uma melhor compreensão dos conceitos algébricos de equação, inequação e incógnita.

1. Introdução

O desempenho em matemática, no Brasil, vem se mostrando deficiente de acordo com os dados obtidos através de testes como o SAEB (BRASIL, 2003) e SpaeceMAT (Castro-Filho et al., 2002). Nesses exames, os alunos têm demonstrado uma não apropriação dos conhecimentos que deveriam ser construídos na escola.

A visão que muitos alunos e professores têm da matemática, como disciplina escolar, é daquela matéria difícil e desvinculada do cotidiano. As aulas de matemática, muitas vezes, tornam-se momentos de repassar regras que devem ser usadas pelos alunos a fim de resolverem problemas para fixação do conteúdo dado. Essa visão é denominada de letrista por Gimenez e Lins (1997).

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Diante das evidentes dificuldades de ensinar e aprender matemática nas escolas, novas metodologias fazem-se necessárias para enriquecermos as práticas educativas centradas apenas no uso de materiais convencionais como o livro didático. A difusão da informática na sociedade, mais precisamente de computadores, tem influenciado o cotidiano das pessoas e, de forma singular, nossas instituições de ensino. Segundo Peres (2002, p.1), “desde a década de 80, no Brasil, com o movimento de implementação de computadores nas escolas, um dos assuntos mais discutidos e que abriu espaço para uma variedade de pesquisas e debates gira em torno da interseção entre educação e informática.”

Na matemática, em particular, os computadores podem ser usados nas aulas com várias finalidades, dentre elas: como fonte de informação, recurso para alimentar o processo de ensino aprendizagem; como auxiliar no processo de construção de conhecimento; como meio para desenvolver autonomia pelo uso de softwares que possibilitem pensar, refletir e criar soluções; e como ferramenta para realizar determinadas atividades. Além disso, softwares educativos podem ser aliados do desenvolvimento cognitivo dos alunos, quando possibilitam um trabalho que se adapta a distintos ritmos de aprendizagem e permite que o aluno aprenda com seus erros (BRASIL, 1998).

Alguns estudos têm investigado a aprendizagem de conceitos matemáticos com o auxílio de ferramentas interativas (Carraher, 1992, Castro-Filho et al., 2005). Tais pesquisas apontam que o uso de softwares educativos permite a ligação entre múltiplas representações de um conceito, ampliando o repertório de compreensão dos alunos (Gomes et al., 2003). Outros estudos indicam a possibilidade de usar instrumentos concretos, como uma balança de dois pratos, para auxiliar na utilização de recursos informatizados que aparecem como mediadores entre a criança e o conhecimento (Leite, 2003), como também a necessidade de analisar o software durante seu uso, em contextos específicos, como forma de estudar as sutilezas referentes à aplicabilidade do mesmo (Peres e Meira, 2003). Peres (2002) investigou a construção de significados mediada por um software educacional para o trabalho com conceitos aritméticos e identificou os mecanismos orientadores dos diálogos durante uma interação com um pesquisador. A autora aponta para a importância das trocas conversacionais para o desenvolvimento conceitual. “A presença de um outro que participasse do mesmo contexto de fala em que os alunos se encontravam” (p. 152) durante as conversações foi requerida muitas vezes, já que, segundo a autora, o software fazia o papel de quase outro, abrindo lacunas para intervenção do pesquisador.

Em nosso trabalho, damos prosseguimento ao estudo de Peres (Op. Cit.), sendo que pretendemos analisar e discutir como a mediação do professor através das trocas dialógicas influencia na aprendizagem de conceitos matemáticos entre pares ao utilizar um Objeto de Aprendizagem (OA) denominado Balança Interativa (Castro-Filho, 2002).

2. Metodologia

A pesquisa tem enfoque qualitativo, utilizando a Análise da Conversação (Marchusi, 1991), a Análise microgenética e videografia (Meira, 1994) para análise dos dados.

A Análise da Conversação procede pela indução, ou seja, não existem modelos a priori. Ela parte de dados empíricos em situações reais, possuindo assim uma categorização naturalística com poucas análises quantitativas, prevalecendo as

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descrições e interpretações qualitativas. Marchusi (1991) enumera cinco características básicas constitutivas da organização elementar da conversação: a) interação entre pelo menos dois falantes; b) ocorrência de pelo menos uma troca de falantes; c) presença de uma seqüência de ações coordenadas; d) execução de uma identidade temporal e e) envolvimento numa interação centrada.

A análise da conversação consiste, estruturalmente, numa série de turnos (aquilo que um falante diz ou faz enquanto tem a palavra, incluindo aí a possibilidade do silêncio) alternados que compõem seqüências a partir de movimentos coordenados e cooperativos. São essas seqüências e os turnos de fala, mais do que as sentenças isoladas, que interessam à análise da conversação, que vem mostrar que algumas ações conversacionais situam a ação a tal ponto de orientar a fala subseqüente. Ou seja, um turno corrente projeta a próxima ação relevante, ou as futuras trocas de ações a serem complementadas pelo outro, podendo haver rompimento.

A análise microgenética é entendida como o estudo detalhado da evolução das relações entre agentes e situações e a videografia como sendo o estudo das atividades através da filmagem. Com relação à análise microgenética, “pode-se dizer que ela implica numa descrição densa dos aspectos interacionais de uma atividade, tais como diálogos entre seus participantes ou a produção colaborativa de representações durante a resolução de problemas. Em geral, ela não busca estabelecer ‘leis’ que governam o surgimento das ações, mas identificar seus significados em relação a atividades e situações específicas”(Meira, 1994, p.60). Já a videografia, ou registro em vídeo de atividades humanas apresenta-se como uma ferramenta singular para a investigação microgenética, pois resgata a densidade de ações comunicativas gestuais (Meira, 1994).

2.1 Material utilizado

Utilizamos em nossa pesquisa o Objeto de Aprendizagem (OA) denominado Balança Interativa (Figura 1) que tem como objetivo trabalhar as noções de equação, inequação e incógnita através da simulação de uma balança de dois pratos na tela do computador. Na tela do OA, desenhos de pesos com letras representam pesos desconhecidos (incógnitas), enquanto desenhos de pesos com números, representam pesos conhecidos. O objetivo consiste em descobrir os valores associados aleatoriamente às letras. O aluno deverá utilizar o objeto de aprendizagem para pesar os pesos conhecidos e desconhecidos, compará-los e chegar a conclusões sobre os valores dos pesos desconhecidos. O ambiente possui dez níveis de utilização que aumenta de dificuldades ao passar dos níveis.

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Figura 1 – Nível 3 do OA Balança Interativa

2.2 Escola

A pesquisa foi realizada em uma escola pública da cidade de Fortaleza, CE. A escola possui laboratório de informática equipado com dez computadores ligados à internet e utiliza o ambiente de forma cotidiana. Os professores utilizam os recursos disponíveis no laboratório de forma a complementar o conteúdo visto em sala de aula.

2.3 Participantes

Participaram da pesquisa uma turma de 7ª série, composta de 23 alunos, e o professor de matemática da turma. As atividades em dupla no laboratório de informática foram feitas por três (3) duplas com acompanhamento e interação do professor.

2.3.1 Escolha das duplas

Para escolha das duplas acompanhamos 10 aulas de matemática da turma de 7ª série A, tanto em sala como no laboratório de informática, em um período de dois meses. Esse período trouxe contribuições em dois sentidos:

- Permitir uma observação dos alunos no contexto de sala de aula e no laboratório de informática durante a aula coletiva com o software Balança Interativa, sendo possível verificar a qualidade da interação dos alunos entre si, a participação nas aulas e dinâmica de interação entre alunos e professor. Ou seja, já que vislumbrávamos a análise da conversação entre duplas de alunos e professor, era importante que os alunos componentes das duplas possuíssem interesse em participar da pesquisa e certa afinidade que favorecesse a conversação.

- Aproximar-nos dos alunos e professor, a fim de nos tornarmos mais um membro da turma com o objetivo de interferir o menos possível durante as interações em sala e principalmente no laboratório de informática, quando da interação entre duplas específicas e professor.

A partir das observações e conversas com o professor foram selecionados seis alunos (três duplas) para a pesquisa com a utilização do OA. A escolha foi feita de comum acordo entre pesquisadores e professor. Os critérios de escolha foram: disponibilidade para ir à escola fora do horário de aula (Sábado pela manhã), autorização por escrito dos pais e interesse em participar da pesquisa. Critérios referentes ao desempenho acadêmico ou nível de aprendizagem não foram utilizados.

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2.4 Procedimentos

O acompanhamento das aulas foi feito através de observações e filmagens. O encontro das três duplas com o professor aconteceu em momentos distintos para cada dupla. O objetivo de tal procedimento foi capturar com maior riqueza de detalhes as trocas dialógicas que aconteceram durante a utilização do OA. A transcrição da dinâmica discursiva entre os participantes foi analisada através de uma interpretação da atividade com base na análise da conversação Marchusi (1991), por entendermos esta como prática social comum, que além de desenvolver um espaço privilegiado para construção de identidades sociais no contexto real, também exige uma enorme coordenação de ações. Também utilizamos a perspectiva microgenética, Meira (1994), que permite acompanhar as ações dos usuários, capturando as diversas construções e cadeias de significados que se manifestam em sua falas e desempenhos frente ao computador e em interação com o outro (aluno, professor), registradas através da videografia.

3. Análises e discussões

Pretendemos com a análise das trocas dialógicas entre alunos e professor identificar momentos de interação que contribuam para a compreensão de conceitos algébricos. Nossa intenção é discutir os momentos das quebras nos diálogos e identificar como os pares superam dificuldades conceituais durante o uso do OA através da intervenção docente. Extraímos três episódios interacionais de uma das duplas pesquisadas. Todos os nomes são fictícios.

DUPLA 1 – Leonardo (L) e Alaor (A); PROFESSOR - P 1º nível do OA Balança Interativa – Episódio 1

Os alunos iniciam atividade no laboratório de informática (atividade de dupla), sendo que já haviam utilizado o OA anteriormente. Após Leonardo encontrar o valor do peso A (início da atividade), o professor (P) pergunta ao aluno Leonardo sobre a dificuldade em utilizar o objeto de aprendizagem.

/.../

P – agora está mais fácil ou será que ainda tem alguns probleminhas” ((os alunos estão sentados de frente para o computador e o professor está em pé atrás deles))

1 2 3 4 5 6 7 8

L – mesma coisa ((o aluno está olhando para o computador e se balança na cadeira )) no começo é só tentativa né” ((olha para o professor)) É só tentativa

P – por quê”

L – porque tem todos os pesos e aí nos próximos níveis vai ficando mais difícil porque vai diminuindo os pesos e você tem que pensar mais. Tem que usar os pesos de A, de I +++ COMPLICADO

/.../

O episódio acima evidencia que o aluno entende o objetivo do OA. Através de sua explicação simples, o aluno, demonstra o entendimento do uso de pesos já encontrados para encontrar o valor do peso desconhecido. Nas linhas 6 a 8, ele fala sobre a utilização dos pesos de A a I, ou seja, pesos que ele deve encontrar o valor. À medida que vai encontrando pode utilizá-los para auxiliar a encontrar outros pesos. A transcrição “+++ COMPLICADO” em letras maiúsculas na linha 8, é um artifício da

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análise da conversação para retratar momentos de silêncio na fala (pelos sinais de +) e entonação da voz (letras maiúsculas). No geral, este episódio mostra que o aluno tem consciência da utilização da incógnita para resolução da equação demonstrada na tela do OA.

2º nível do OA Balança Interativa – Episódio 2

O aluno Leonardo tenta encontrar o valor do peso F. Alaor diz pra Leonardo trocar um dos pesos a fim de encontrar o resultado. Ao ser questionado pelo professor sobre o porque da dica, o aluno Alaor não responde, sendo auxiliado por Leonardo (ver linhas 3 a 11). O trecho a seguir indica que os alunos estão acompanhando o pensamento um do outro, o que mostra interação através da alternância na resposta.

Para melhor entendimento observe a configuração da tela do Balança Interativa:

4 + 1 + 2 (lado esquerdo da balança) < F (lado direito da balança) – configuração 1 4 + 1 + 3 (lado esquerdo da balança) = F (lado direito da balança ) – configuração 2

/.../

((Leonardo usa o mouse)) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

P - porque Alaor você acha que é pra tirar o 2 (( configuração 1)) e botar o 3 ((configuração 2))”

A – ééééé ((olha para Leonardo como se pedisse ajuda para responder, coloca a mão na boca e ri))

L – ((olha para Alaor e responde ao professor)) porque tirando o 2 e botando o 3 ia ser só mais um’ ((o aluno quer dizer que acrescentado mais um encontraria a resposta, ou seja o valor do peso F)). E o 1 já tava aqui ((aponta para o prato da balança onde estava o peso 1)) e não tinha mais nenhum peso de 1 ((ou seja, como o programa só tem um peso no valor 1, a maneira que o aluno encontrou para obter o resultado foi trocar o peso 2 pelo 3, o que equivale a acrescentar um))

P – cerrrrrto

L – ((Fala e soma os valores que visualiza no lado esquerda da balança, configuração 2)) quatro mais três: sete; oito. Bota aí ((pede para Alaor colocar o valor no campo)) A - ((Alaor)) <digita o valor 8 no espaço correspondente ao peso F> /.../

Neste episódio podemos verificar uma interação entre a dupla de alunos após o professor perguntar a (A) sobre uma ação realizada por ele. O aluno fica em dúvida e seu parceiro (L) ao notar que o amigo pedia ajuda (linhas 4 e 5) explicou os movimentos realizados por (A), linhas 6 a 9 . Vale salientar que Leonardo estava acompanhando os movimentos de (A) pelo monitor, isto indica que (L) mesmo sem manusear o mouse estava acompanhando o raciocínio do outro.

3º nível do OA Balança Interativa – Episódio 3

O aluno (A) já havia encontrado o valor do peso I = 10, quando o professor lhe faz uma pergunta que é complementada pelo aluno (L). Tal pergunta teve como objetivo

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lembrar a (A) sobre a possibilidade de economizar movimentos para encontrar o valor do peso.

/.../

P – oh, de novo. Só um minutinho. Você tinha colocado o nove’ não foi Alaor” 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A – foi

P – aí viu que ainda era maior’ né”

A – mas aí eu botei só 1’ porque já tinha o nove’ aí eu botei o 10

L – mas não precisava ter colocado o 1. Podia ter economizado um movimento. A – ai’ é

P - certo”

A – eu me esqueci P – tá certo

/.../

No episódio acima, notamos a importância da intervenção do professor e do aluno L para que o aluno (A) pudesse perceber que poderia ter encontrado o valor do peso I com menos movimentos. Nota-se também que o aluno (L) havia percebido tal possibilidade mesmo antes do professor concluir seu questionamento quando diz na linha 5: “mas não precisava ter colocado o 1. Podia ter economizado um movimento”. 5º nível do OA Balança Interativa – Episódio 4

Neste episódio o aluno Alaor ao analisar a tela do programa e o valor dos pesos já encontrados, linhas 1 a 9, já sabe que o valor do peso H é nove. Seu pensamento é detalhado após a pergunta que o professor faz, linha 4 “e agora?”. Também podemos notar neste episódio que o professor retoma a questão da economia de movimentos, linha 8, tendo como resposta a intervenção do aluno Leonardo que confirma a não necessidade de fazer movimento já que os valores oito e dez já haviam sido encontrados “porque o oito já foi’ o dez já foi”.

((Alaor usa o mouse)) /.../ < 0 (menor que) < H > 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

((clica no peso 7 e arrasta-o para o prato esquerdo da balança)) < 7 (menor que) < H > ((clica no peso 7 e retira-o)) < 0 (menor que) < H >

P - e agora”

A - maior do que 7 ((analisa os movimentos)) +++ Maior do que 7 é o nove L -é. Tenta o nove

A - o oito já foi. ((olha para os valores dos pesos já encontrados)) É o nove’ é o nove P - vai fazer o movimento”

L - porque o oito já foi’ o dez já foi. A ((Digita o valor 9 no espaço de H)) P - pronto’ H do 5 é 9

A - só falta mais um

L - agora só falta a letra I ! ((Leonardo já segura o mouse para encontrar o I) /.../

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As intervenções do professor ajudam aos alunos a explicitar seus pensamentos e mais uma vez percebe-se que o aluno que não está no “comando” no mouse, tem atenção aos movimentos realizados pelo outro. Também se observa, implicitamente, no fim do trecho transcrito um acordo feito pelos alunos do início do uso do OA. Ou seja, cada um encontraria o valor de um peso alternadamente, “agora só falta a letra I! ((Leonardo já segura o mouse para encontrar o I))”. Como Alaor encontrou o valor do peso H, Leonardo encontraria então o valor do I.

4. Conclusões

A análise da conversação entre professor e alunos é um instrumento metodológico que permite verificar se a utilização de um software educativo ou um objeto de aprendizagem possibilita diálogos em torno dos conceitos almejados pelo software. Temos assim uma forma de verificar se a interação entre alunos, professor e software pode favorecer o desenvolvimento de conceitos. A partir dos episódios acima comentados podemos confirmar uma continuidade de ações e trocas dialógicas que possibilitam uma interação produtiva entre os pares.

Em nosso caso, constatamos que a utilização do OA Balança Interativa permite aos alunos visualizarem a equação manipulada e dessa forma entenderem melhor os conceitos subjacentes à representação simbólica utilizadas em álgebra. Pudemos constatar que a parceria existente entre os sujeitos promove com mais eficiência o entendimento dos conceitos trabalhados pelo objeto.

5. Referências Bibliográficas

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