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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL - LFG

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL - LFG AM – ATIVIDADE DE MONITORIA

Pesquisa Jurisprudencial

Monitores: Mário Rodrigues Coelho Neto, Paula Gordilho, Amanda Barbosa, Marina Freitas, Gabriel Suzart

Tema: TÍTULO EXECUTIVO. Sentença declaratória e constitutiva como títulos executivos.

Em muito discute-se acerca da possibilidade, ou não, das sentenças de natureza declaratória e constitutiva configurarem título executivo.

A Primeira Turma do STJ em diversas oportunidades decidiu que a sentença declaratória de crédito tributário para fins de compensação, caso supervenientemente impossibilitada a compensação, enseja, por si só, independentemente da propositura de nova demanda, a possibilidade de execução do título judicial, visando à expedição de precatório para pagamento de quantia, conforme se verifica nos julgados a seguir ementados:

“PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. VALORES INDEVIDAMENTE PAGOS A TÍTULO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SENTENÇA DECLARATÓRIA DO DIREITO DE CRÉDITO CONTRA A FAZENDA PARA FINS DE COMPENSAÇÃO. SUPERVENIENTE IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAR. EFICÁCIA EXECUTIVA DA SENTENÇA DECLARATÓRIA, PARA HAVER A REPETIÇÃO DO INDÉBITO POR MEIO DE PRECATÓRIO. 1. No atual estágio do sistema do processo civil brasileiro não há como insistir no dogma de que as sentenças declaratórias jamais têm eficácia executiva. O art. 4º, parágrafo único, do CPC considera “admissível a ação declaratória ainda que tenha ocorrido a violação do direito”, modificando, assim, o padrão clássico da tutela puramente declaratória, que a tinha como tipicamente preventiva. Atualmente, portanto, o Código dá ensejo a que a sentença declaratória possa fazer juízo completo a respeito da existência e do modo de ser da relação jurídica concreta.2. Tem eficácia executiva a sentença declaratória que traz definição integral da norma jurídica individualizada. Não há razão alguma, lógica ou jurídica, para submetê-la, antes da execução, a um segundo juízo de certificação, até porque a nova sentença não poderia chegar a resultado diferente do da anterior, sob pena de comprometimento da garantia da coisa julgada, assegurada constitucionalmente. E instaurar um processo de cognição sem oferecer às partes e ao juiz outra alternativa de resultado que não um, já prefixado, representaria atividade meramente burocrática e desnecessária, que poderia receber qualquer outro qualificativo, menos o de jurisdicional. 3. A sentença declaratória que, para fins de compensação tributária, certifica o direito de crédito do contribuinte que recolheu indevidamente o tributo, contém juízo de certeza e de definição exaustiva a respeito de todos

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os elementos da relação jurídica questionada e, como tal, é título executivo para a ação visando à satisfação, em dinheiro,

do valor devido.

4. Recurso especial a que se nega provimento”. (grifos nossos) (STJ. REsp nº 588202/PR. Relator: Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma. Publicação em: 25/02/2004)

"PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. VALORES INDEVIDAMENTE PAGOS A TÍTULO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SENTENÇA DECLARATÓRIA DO DIREITO DE CRÉDITO CONTRA A FAZENDA PARA FINS DE COMPENSAÇÃO. EFICÁCIA EXECUTIVA DA SENTENÇA DECLARATÓRIA, PARA HAVER A REPETIÇÃO DO INDÉBITO POR MEIO DE PRECATÓRIO.

1. No atual estágio do sistema do processo civil brasileiro não há como insistir no dogma de que as sentenças declaratórias jamais têm eficácia executiva. O art. 4º, parágrafo único, do CPC considera "admissível a ação declaratória ainda que tenha ocorrido a violação do direito", modificando, assim, o padrão clássico da tutela puramente declaratória, que a tinha como tipicamente preventiva. Atualmente, portanto, o Código dá ensejo a que a sentença declaratória possa fazer juízo completo a respeito da existência e do modo de ser da relação jurídica concreta. 2. Tem eficácia executiva a sentença declaratória que traz definição integral da norma jurídica individualizada. Não há razão alguma, lógica ou jurídica, para submetê-la, antes da execução, a um segundo juízo de certificação, até porque a nova sentença não poderia chegar a resultado diferente do da anterior, sob pena de comprometimento da garantia da coisa julgada, assegurada constitucionalmente. E instaurar um processo de cognição sem oferecer às partes e ao juiz outra alternativa de resultado que não um, já prefixado, representaria atividade meramente burocrática e desnecessária, que poderia receber qualquer outro qualificativo, menos o de jurisdicional. 3. A sentença declaratória que, para fins de compensação tributária, certifica o direito de crédito do contribuinte que recolheu indevidamente o tributo, contém juízo de certeza e de definição exaustiva a respeito de todos os elementos da relação jurídica questionada e, como tal, é título executivo para a ação visando à satisfação, em dinheiro, do valor devido. 4. Recurso especial a que se nega provimento.

(STJ, REsp nº 614577/SC, Relator: Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, publicado no DJ em 25/05/2004)

O entendimento, confirmado no REsp nº 1.114.404/MG1, escolhido pelo como representativo da controvérsia (art. 543 do CPC/73), porque reiterado em

1 PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. SENTENÇA DECLARATÓRIA DO DIREITO À COMPENSAÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO. POSSIBILIDADE DE REPETIÇÃO POR VIA DE PRECATÓRIO OU REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. FACULDADE DO CREDOR. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. 1."A sentença declaratória que, para fins de compensação tributária, certifica o direito de crédito do contribuinte que recolheu indevidamente o tributo, contém juízo de certeza e de definição exaustiva a respeito de todos os elementos da relação jurídica questionada e, como tal, é título executivo para a ação visando à satisfação, em dinheiro, do valor devido" (REsp n. 614.577/SC, Ministro Teori Albino Zavascki). 2. A opção entre a compensação e o recebimento do crédito por precatório ou requisição de pequeno valor cabe ao contribuinte credor pelo indébito tributário, haja vista que constituem, todas as modalidades, formas de execução do julgado colocadas à disposição da parte quando procedente a ação que teve a eficácia de declarar o indébito. Precedentes da Primeira Seção: REsp.796.064 - RJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22.10.2008; EREsp. Nº 502.618 - RS,

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outros julgados, foi rendeu ensejo à edição do enunciado sumular n. 461/STJ: "O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado".

No REsp n. 1261888/RS, relatado pelo Ministro Mauro Campbell Marques, julgado em 09/11/2011 e publicado no DJe em 18/11/2011, a Primeira Seção do STJ decidiu também ser juridicamente viável a execução de sentença declaratória. No caso, um consumidor ingressou com ação contra a concessionária de energia elétrica do Rio Grande do Sul (Rio Grande Energia S/A), postulando o reconhecimento da ilegalidade da cobrança da conta de energia, com vistas a obstar o corte em caso de inadimplemento.

O juiz de primeiro grau acolheu apenas em parte a pretensão do autor, declarando ilegal a cobrança do denominado “custo administrativo”, equivalente a 30% do valor da conta de luz, e declarando, por outro lado, a legalidade do restante da cobrança.

Valendo-se dessa sentença, a Rio Grande Energia S/A, que não apresentou reconvenção ou pedido contraposto, ingressou com cumprimento de sentença em face do consumidor, embasando sua pretensão executiva na regra do art. 475-N, inciso I, do CPC/1973, que diz ser título executivo judicial “a sentença

proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia” (correspondente ao art. 515, I do CPC/2015).

Conquanto o juízo de primeiro grau e o TJRS tenham inadmitido a pretensão executiva formulada pela concessionária, ao fundamento de ausência de título executivo, o STJ deu provimento ao REsp, sob o regime de julgamento de recursos repetitivos, para admitir a existência de título executivo, passível de cumprimento de sentença, em favor da Rio Grande Energia S/A.

Confira-se a ementa do julgado:

“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. SENTENÇA QUE CONDENA CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA EM OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER (IMPEDIMENTO DE CORTE NO FORNECIMENTO) E DECLARA LEGAL A COBRANÇA IMPUGNADA EM JUÍZO, SALVO QUANTO AO CUSTO ADMINISTRATIVO DE 30% REFERENTE A CÁLCULO DE RECUPERAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 475-N, INC. I, DO CPC PELA

Primeira Seção, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 8.6.2005; EREsp. N. 609.266 - RS, Primeira Seção, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 23.8.2006. 3. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (STJ, REsp nº 1.114.404/MG, Relator: MAURO CAMPBELL MARQUES, Segunda Turma. Publicado no DJe em 01/03/2010.

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CONCESSIONÁRIA EM RELAÇÃO À PARTE DO QUE FOI IMPUGNADO PELO CONSUMIDOR NA FASE DE CONHECIMENTO. POSSIBILIDADE NO CASO CONCRETO. 1. Com a atual redação do art. 475-N, inc. I, do CPC, atribuiu-se “eficácia executiva” às sentenças “que reconhecem a existência de obrigação de pagar quantia”. 2. No caso concreto, a sentença que se pretende executar está incluída nessa espécie de provimento judicial, uma vez que julgou parcialmente procedente o pedido autoral para (i) reconhecer a legalidade do débito impugnado, embora (ii) declarando inexigível a cobrança de custo administrativo de 30% do cálculo de recuperação de consumo elaborado pela concessionária recorrente, e (iii) discriminar os ônus da sucumbência (v. fl. 26, e-STJ). 3. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ n. 8/08.” (grifos nossos) (STJ. REsp nº 1261888/RS. Relator: Min. Mauro Campbell Marques. Primeira Seção. Publicação em: 18/11/2011).

O entendimento fixado no julgado acima colacionado foi repetido em julgamento relatado pelo Ministro Teori Albino Zavascki, conforme trecho do seu voto a seguir transcrito:

“Conforme reconhecem fontes doutrinárias de alta qualificação (v.g.: CARNEIRO, Athos Gusmão. Cumprimento da sentença civil, RJ: Forense, 2007, p. 86; THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, volume II, 47a. ed., RJ: Forense, 2.012, p. 74; DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo José Carneiro da; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA: Rafael. Curso de Direito Processual Civil - Execução, vol. 5, 2ª ed., Salvador: Ed. Podium, p. 159; CALMON, Petrônio. Sentença e títulos executivos judiciais, apud: A nova execução de títulos judiciais, obra coletiva, coordenadores Sérgio Renault e Pierpaolo Bottini, SP: Saraiva, 2006, p.100; KNIJNIK, Danilo. A nova execução, obra coletiva, coord. Carlos Alberto Alvaro de Oliveira, RJ;Forense, 2006, p. 169), a norma do art. 475-N, I do CPC, introduzido pela Lei 11.232/05, visou a deixar assentado de modo expresso o que já existia e fora percebido pela jurisprudência do STJ (a partir de precedentes da sua 1ª Turma): há sentenças proferidas no processo civil que, embora não possam ser qualificadas como condenatórias em sentido estrito, certificam integralmente a existência da obrigação, exaurindo, portanto, a atividade cognitiva, cuja repetição seria, consequentemente, desnecessária por absoluta inutilidade, porque o seu resultado não poderia ser outro que não o já proclamado. Tais sentenças são, portanto, dotadas de imediata eficácia executiva.”. (grifos aditados)

(STJ. REsp nº 1300213/RS. Relator: Min. Teori Albino Zavascki. Primeira Turma. Publicação em: 18/04/2012)

A executividade das sentenças declaratórias, pois, vem sendo admitida pelo STJ há algum tempo, sobretudo em razão da economia e celeridade processual, nada obstante ainda subsistam discussões doutrinárias e jurisprudenciais acerca do tema.

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Questão igualmente interessante é a relativa à executividade de sentenças constitutivas. Verdadeiramente, os direitos potestativos reconhecidos em sentenças constitutivas não ensejam execução em sentido próprio2. O direito potestativo, em si, não pode ser objeto de execução, já que o comando jurisdicional de “anular”, de “resolver”, de “rescindir” etc. realiza-se normativamente, não dependendo de atos concretos para sua efetivação.

Segue-se, contudo, que a realização do direito potestativo de “anular”, “rescindir”, “resolver” etc. pode gerar, como efeito anexo, o direito a uma prestação de fazer, de não-fazer, de dar coisa ou de pagar quantia, passível, aí sim, de execução. Ex.: rescindida uma sentença (direito potestativo, que independe de execução), surge para o executado, como efeito anexo, o direito à indenização pelos prejuízos que lhe foram causados. Apenas o direito à prestação (de pagar) constituirá objeto de execução; a rescisão da sentença, em si mesma, não.

No REsp nº 1297897/DF, por exemplo, a Segunda Turma do STJ decidiu que, julgado procedente pedido em ação objetivando a desconstituição de multa de trânsito, o título judicial é hábil a embasar execução para devolução do valor já pago. A execução não se volta à efetivação do direito potestativo em si (desconstituição da multa), mas sim à efetivação do dever anexo, que independe de pedido inicial nesse sentido, de a Administração devolver o valor indevidamente pago pelo administrado.

Leia-se a ementa do julgado:

“PROCESSUAL CIVIL. MULTAS DE TRÂNSITO. AÇÃO

DESCONSTITUTIVA. RECUPERAÇÃO DOS VALORES PAGOS A TÍTULO DE MULTA. TÍTULO EXECUTIVO E COISA JULGADA. EXECUÇÃO POR

QUANTIA CERTA DE SENTENÇA EMINENTEMENTE

DESCONSTITUTIVA. ART. 475-N, I, DO CPC. 1. Os recorridos propuseram "ação constitutiva negativa de aplicação de penalidade de trânsito e arquivamento dos autos de infração". A sentença reconheceu o desrespeito ao devido processo legal e "desconstituiu" as penalidades. O acórdão manteve a decisão, e, em sequência, foi proposta a execução visando à recuperação dos valores das multas. 2. A demanda ajuizada questiona a sanção como um todo e busca sua desconstituição. Sem adentrar vetustos debates sobre cargas de eficácia de decisões, a desconstituição da multa aplicada pressupõe a declaração de sua insubsistência por violação do devido processo legal. A alteração concreta produzida pela eficácia constitutiva negativa não esgota os efeitos do repúdio à sanção aplicada. O iter de rejeição à imposição estatal termina com a recuperação dos valores, corolário inquestionável da declaração de inexistência da multa, ainda que por motivos formais. 3. Decorrência disso é a

2 Sobre o assunto, v. DIDIER Jr., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. V. 5. 5 ed. Salvador:

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alteração do CPC, que previu como título executivo não mais a sentença exclusivamente condenatória, e sim aquela que "reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia" (art. 475-N, I, do CPC), possibilitando a execução de sentenças formalmente declaratórias. Nessas situações, "não há razão alguma, lógica ou jurídica, para submeter tal sentença, antes da sua execução, a um segundo juízo de certificação, cujo resultado seria necessariamente o mesmo, sob pena de ofensa à coisa julgada" (REsp 1300213/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 18.4.2012). 4. Tal posição reforça o entendimento de que o "pagamento de multa de infração de trânsito não exprime convalidação de vício, porquanto se julga da improcedente a penalidade imposta, será devolvida, a importância paga, atualizada em UFIR, ou por índice legal de correção dos débitos fiscais, conforme o art. 286, § 2º, do Código de Trânsito Brasileiro" [...] 5. Recurso Especial não provido”. (Grifos aditados)

(STJ. REsp nº 1297897/DF. Relator: Min. Herman Benjamin. Segunda Turma. Publicação em: 19/12/2012)

Por sua vez, na Apelação Cível n° 70010597029, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, reconheceu a possibilidade de liquidação, para acertamento da relação de débito e de crédito, e de conseguinte execução da sentença revisional de contrato (sobre cuja natureza, se declaratória ou constitutiva, a doutrina controverte). Confira-se a ementa do julgado:

“APELAÇÃO CÍVEL. RESERVA DE DOMÍNIO. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA DE AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO, POR ARBITRAMENTO, PARA APURAÇÃO DA SITUAÇÃO DE DÉBITO E CRÉDITO AS PARTES. (...) EFICÁCIA CONDENATÓRIA DA SENTENÇA REVISIONAL E REPETIÇÃO DE INDÉBITO. (...) A ação revisional de contrato conduz-se à fase liquidatória e conseqüente execução, para acertamento da relação de débito e crédito das partes, que se dá através da compensação de valores e repetição de eventual indébito apurado. Eficácia condenatória da ação revisional. (...)” (Apelação Cível nº 70010597029, Décima Quarta Câmara Cível, Relator Des. Sejalmo Sebastião de Paula Nery, julgado em 28.0 4.2005).” (Grifos aditados) (TJRS. Apelação Cível n° 70010597029. Relator: Des. Sejalmo Sebastião de Paula Nery. 14ª Câmara Cível. Publicação em: 10/05/2005)

Vê-se, pois, que é viável a execução de sentença declaratória, quando esta fizer juízo completo a respeito da existência e do modo de ser da relação jurídica concreta, bem assim de sentença constitutiva, precisamente no que tange a seus efeitos anexos.

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Recentemente, o STJ sedimentou os entendimentos delineados supra firmando tese em sede de julgamento de recursos repetitivos no sentido da possibilidade de execução de sentenças a despeito de sua natureza. Confira-se:

PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. EXEQUIBILIDADE DE SENTENÇAS NÃO CONDENATÓRIAS. ARTIGO 475-N, I, DO CPC. 1. Para fins do art. 543-C do CPC, firma-se a seguinte tese: "A sentença, qualquer que seja sua natureza, de procedência ou improcedência do pedido, constitui título executivo judicial, desde que estabeleça obrigação de pagar quantia, de fazer, não fazer ou entregar coisa, admitida sua prévia liquidação e execução nos próprios autos". 2. No caso, não obstante tenha sido reconhecida a relação obrigacional entre as partes, decorrente do contrato de arrendamento mercantil, ainda é controvertida a existência ou não de saldo devedor - ante o depósito de várias somas no decorrer do processo pelo executado - e, em caso positivo, qual o seu montante atualizado. Sendo perfeitamente possível a liquidação da dívida previamente à fase executiva do julgado, tal qual se dá com as decisões condenatórias carecedoras de liquidez, deve prosseguir a execução, sendo certa a possibilidade de sua extinção se verificada a plena quitação do débito exequendo. 3. Recurso especial provido. (STJ. REsp nº 1324152/SP. Relator: Min. Luis Felipe Salomão. Corte Especial. Publicação em: 15/06/2016)

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