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Prof. José Jayme Moraes Junior 2

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Academic year: 2021

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Prof. Moraes Junior

Aula 01

1. Contabilidade: conceituação, objetivos, campo de atuação

e usuários da informação contábil.

2. Princípios e normas contábeis brasileiras emanadas pelo

CFC - Conselho Federal de Contabilidade.

Conteúdo

1. Contabilidade ... 3 1.1. Conceito e Objetivo ... 3 1.2. Objeto ... 4 1.3. Campo de Atuação ... 5 1.4. Usuários ... 6 1.5. P ressupostos Básicos . ... 8 1.5.1. Regime de Competência...8 1.5.2. Continuidade ...9

1.6. Características Qualitativas das Demonstrações Contábeis ...9

1.6.1. Compreensibilidade ...9

1.6.2. Relevância ... 10

1.6.2.1. Materialidade ... 10

1.6.3. Confiabilidade ... 11

1.6.3.1. Representação Adequada ... 11

1.6.3.2. P rimazia d Essência sobre a Forma ... 12

1.6.3.3. Neutralidade ... 12

12 . 1.6.3.4. ...P rudência 1.6.3.5. Integridade ... 13

1.6.4. Comparabilidade ... 13

1.7. Limitações na Relevância e na Confiabilidade das Informações ... 13

1.7.1. Tempestividade ... 14

1.7.2. Equilíbrio entre Custo e Benefício ... 14

1.7.3. Equilíbrio entre Características Qualitativas ... 15

1.7.4. Visão Verdadeira e Apropriada ... 15

2. P rincípios de Contabilidade (aprovados pela Resolução do Con-selho Federal de Contabilidade – CFC - no 750/93). . ... 16

2.1. P rincípio da Entidade . ... 19

2.2. P rincípioo da C ntinuidade ... 20

2.3. P rincípio da Oportunidade . ... 22

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2.5. P rincípioo da C mpetência . ... 26

2.6. P rincípio da Prudência . ...29

2.7. Memorize para a Prova ...31

2.8. Exercícios de Fixação ...35

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Com a suspensão do concurso, não há como saber qual será banca examinadora do concurso. P or isso, utilizarei questões da própria Funiversa e da Esaf como exercícios de fixação. Os conceitos não se alteram e, portanto, não há problema em utilizar questões de outra banca.

Além disso, às vezes, não haverá muitas questões da Funiversa sobre determinado assunto, sendo necessária a utilização de questões de outras bancas.

Ressalto que seguirei o conteúdo programático do edital publicado pela Funiversa. Além disso, enquanto escrevia esta aula, foi divulgada uma notícia no Correioweb de que o concurso irá prosseguir normalmente. Mais uma razão para que eu siga o conteúdo programático do edital da Funiversa.

Um último detalhe. Momento propaganda, caso você tenha interesse. Atualmente, possuo três livros publicados pela Editora Campus:

- Contabilidade Geral – Teoria – Segunda Edição; - Contabilidade Geral – Questões Comentadas; e

- Finanças Públicas – em parceria com outro professor.

Chega de enrolação! E aí? P ronto para começar a grande aventura da Contabilidade Geral? Então, sem perder tempo, vamos começar o nosso estudo. Como diria John Lennon: “let´s go”.

1. Contabilidade

1.1. Conceito e Objetivo

No início da civilização já se observava a função da contabilidade. O pastor de ovelhas, 4.000 anos antes de Cristo, já utilizava, inconscientemente, a contabilidade, ao avaliar os acréscimos ou decréscimos da criação de rebanho, utilizando um monte de pedrinhas para estabelecer a correspondência entre elas e as ovelhas. Se o pastor tivesse 40 ovelhas, por exemplo, ele guardava 40 pedrinhas, onde cada pedra representava uma ovelha.

Muito tempo depois, no século XV (1494), o Frei Luca P acioli escreveu a primeira literatura contábil relevante, consolidando o método das partidas dobradas, expressando a causa e o efeito do fenômeno patrimonial com os termos “débito” e “crédito”, assunto que veremos com mais detalhes em aula posterior.

De acordo com o I Congresso Brasileiro de Contabilistas, de 1924, Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro relativas à administração econômica.

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informações sobre sua composição e suas variações. A contabilidade deve ser um instrumento gerencial de tomada de decisão.

A Contabilidade também pode ser conceituada como sendo “a ciência que estuda, registra, controla e interpreta os f atos ocorridos no patrimônio das entidades com fins lucrativos ou não”.

O objetivo da Contabilidade é assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins.

As f unções da contabilidade são as de coleta de dados, registro dos dados e elaboração de relatórios e as técnicas utilizadas no trabalho são a escrituração contábil, a elaboração das demonstrações contábeis, a auditoria e a análise das demonstrações contábeis.

1.2. Objeto

O objeto da Contabilidade é o patrimônio, que corresponde ao conjunto de bens, direitos e obrigações referentes à azienda. P or azienda, entende-se toda entidade organizada passível de ter um patrimônio (bens, direitos e obrigações), ou seja, são pessoas jurídicas com fins lucrativos, empresas informais, entidades sem fins lucrativos, empresas públicas, pessoas físicas e etc.

Os bens são itens avaliados em moeda capazes de satisfazer às necessidades das entidades, sejam essas pessoas físicas ou jurídicas.

Os direitos são os valores a receber de terceiros, gerados por meio de operações da entidade, e as obrigações representam as dívidas que a entidade contrata junto a terceiros.

Caiu em prova! (IRB–2004–Esaf) O objeto da contabilidade está presente na única opção correta.

a) Ativo

b) Capital Social c) Passivo

d) Patrimônio

e) Patrimônio Líquido

Alguma dúvida na resposta correta! Espero que não! Esta questão foi um presente da banca examinadora. A resposta correta é a alternativa “d”.

Patrimônio: Objeto da contabilidade, formado por bens, direitos e obrigações.

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1.3. Campo de Atuação

O campo de aplicação da Contabilidade abrange todas as entidades econômi-coadministrativas, inclusive as pessoas de direito público, como a União, os Estados, os Municípios, as Autarquias, etc.

- Entidade econômico-administrativa: também conhecida como Azienda (Patrimônio + Gestão), são as entidades que possuem patrimônio líquido (pessoas físicas ou jurídicas), com fins lucrativos ou não. São definidas como um patrimônio considerado juntamente com a pessoa que possui poderes de administração e disponibilidade sobre este patrimônio.

- Quanto aos fins a que se destinam as aziendas ou entidades econômi-coadministrativas classificam-se em:

- Aziendas sociais: aquelas que não visam lucros. São exemplo de aziendas sociais as associações beneficentes, esportivas, culturais, recreativas, etc;

- Aziendas econômico-sociais: são aquelas que, além das finalidades sociais, visam também ao lucro, com o objetivo de prestar serviços, pecúlios, benefícios, às pessoas que contribuíram para sua formação. Exemplos: institutos de pensão, aposentadoria, pecúlio e previdência; e - Aziendas econômicas: são aquelas cuja finalidade é obter lucros. Nesse tipo de azienda, estão todas as sociedades comerciais, industriais, agrícolas, de serviços, entre outras.

- Quanto aos seus proprietários as aziendas ou entidades econômi-coadministrativas classificam-se em:

- Aziendas públicas: pertencem à comunidade, mas podem estar sob a administração do poder público ou privado. Exemplos: fundações, sindicatos, fundações com fins educacionais, intelectuais, esportivos, e o próprio Estado; e

- Aziendas particulares: são as propriedades particulares pertencentes a uma pessoa ou a um grupo de pessoas, como as sociedades civis ou comerciais ou o próprio patrimônio de uma família.

Já caiu em prova! (Agente Executivo-Susep-2006-Esaf) O campo de atuação da Contabilidade é a entidade econômico-administrativa, cuja classificação, quanto aos fins a que se destinam, faz-se, corretamente, dividindo-as em

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a) pessoas físicas e pessoas jurídicas. b) entidades abertas e entidades fechadas. c) entidades públicas e entidades privadas. d) entidades civis e entidades comerciais.

e) entidades sociais, econômicas e econômico-sociais.

E aí, alguma dúvida quanto à resposta? Agora que vimos os conceitos ficou fácil. A resposta é a alternativa “e”.

1.4. Usuários

Os usuários da informação contábil são pessoas físicas e/ou jurídicas com interesse na entidade, que utilizam as informações contábeis desta para seus próprios fins.

Entre os usuários das demonstrações contábeis incluem-se investidores atuais e potenciais, empregados, credores por empréstimos, fornecedores e outros credores comerciais, clientes, governos e suas agências e o público.

Usuários:

- Investidores;

- Empregados;

- Credores por Empréstimo;

- Fornecedores e outros credores comerciais;

- Clientes;

- Governo e suas agências;

- Público.

Investidores. Os provedores de capital de risco e seus analistas que se preocupam com o risco inerente ao investimento e o retorno que ele produz. Eles necessitam de informações para ajudá-los a decidir se devem

comprar, manter ou vender investimentos. Os acionistas também estão

interessados em informações que os habilitem a avaliar se a entidade

tem capacidade de pagar dividendos.

Empregados. Os empregados e seus representantes estão interessados em informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus

empregadores. Também se interessam por informações que lhes permitam

avaliar a capacidade que tem a entidade de prover sua remuneração,

seus benefícios de aposentadoria e suas oportunidades de emprego.

Credores por empréstimos. Estes estão interessados em informações que lhes permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus

empréstimos e os correspondentes juros no vencimento.

Fornecedores e outros credores comerciais. Os fornecedores e outros credores estão interessados em informações que lhes permitam avaliar se

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vencimentos. Os credores comerciais provavelmente estão interessados em

uma entidade por um período menor do que os credores por empréstimos, a não ser que dependam da continuidade da entidade como um cliente importante.

Clientes. Os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade

operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a

longo prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante.

Governo e suas agências. Os governos e suas agências estão interessados

na destinação de recursos e, portanto, nas atividades das entidades.

Necessitam também de informações a fim de regulamentar as atividades das entidades, estabelecer políticas f iscais e servir de base para

determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes.

Público. As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas podem, por exemplo, fazer contribuição substancial à economia local de vários modos, inclusive empregando pessoas e utilizando f ornecedores

locais. As demonstrações contábeis podem ajudar o público fornecendo

informações sobre a evolução do desempenho da entidade e os desenvolvimentos recentes.

Podemos dividir os usuários em dois tipos:

Usuários internos: administradores, gerentes, diretores, acionistas ou sócios controladores e empregados.

Usuários externos: acionistas ou sócios não controladores, bancos (instituições financeiras), fornecedores, clientes, governo e sindicatos. Já caiu em prova! (Senado–Analista Legislativo–Contabilidade–2008-FGV) Em relação aos interesses dos principais usuários da informação contábil, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Os acionistas atuais da empresa têm grande interesse na sua rentabilid-ade atual.

(B) Os investidores que podem se tornar acionistas futuros efetuam um confronto da rentabilidade da empresa comparando com as diversas opções existentes no mercado.

(C) O governo foca na análise do fluxo de caixa da empresa para determinar o imposto a ser pago.

(D) Os financiadores concentram-se na capacidade de a empresa pagar os valores dos financiamentos e dos juros.

(E) Os empregados analisam a capacidade da empresa em efetuar o pagamento dos salários e em sua capacidade de expansão.

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A questão pede a alternativa falsa. De acordo com o nosso estudo:

- os acionistas atuais da empresa têm grande interesse na sua rentabilidade atual. Logo, a alternativa “a” está correta.

- Por outro lado, os investidores que podem se tornar acionistas futuros efetuam um confronto da rentabilidade da empresa comparando com as diversas opções existentes no mercado. Logo, a alternativa “b” está correta.

- Os empregados analisam a capacidade da empresa em efetuar o pagamento dos salários e em sua capacidade de expansão. A alternativa “e” está correta

- Os f inanciadores concentram-se na capacidade de a empresa pagar os valores dos financiamentos e dos juros. A alternativa “d” está correta. - O governo f oca na análise lucro apurado pela empresa (regime de caixa ou regime de competência, dependendo da forma de tributação) para determinar o imposto a ser pago.

Por exemplo, nas grandes empresas, o regime de apuração é pelo lucro real, onde deve ser adotada a competência para a apuração do imposto a ser pago. Por outro lado, há opção de apuração pelo regime de caixa quando a empresa é tributada pelo lucro presumido ou pelo Simples Nacional. A alternativa “c” está incorreta, que é a resposta da questão.

1.5. Pressupostos Básicos

São pressupostos básicos das demonstrações contábeis: - Regime de Competência

- Continuidade

1.5.1. Regime de Competência

A f im de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de competência.

Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem.

As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários não somente sobre transações passadas envolvendo o

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também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro.

Dessa forma, apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que sejam as mais úteis aos usuários na tomada de decisões econômicas. O regime de competência pressupõe a confrontação entre receitas e despesas.

1.5.2. Continuidade

As demonstrações contábeis são normalmente preparadas no pressuposto de que a entidade continuará em operação no f uturo previsível.

Dessa forma, presume-se que a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações.

Se tal intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis têm que ser preparadas numa base diferente e, nesse caso, tal base deverá ser divulgada.

1.6. Características Qualitativas das Demonstrações Contábeis

As características qualitativas são os atributos que tornam as demonstrações contábeis úteis para os usuários. As quatro principais características qualitativas são:

- compreensibilidade; - relevância;

- confiabilidade; e - comparabilidade.

Podemos guardar as características qualitativas das demonstrações contábeis, como aquele robô do filme “Guerra das Estrelas”: C3R (Compreensibilidade, Confiabilidade, Comparabilidade e Relevância).

Tudo bem. Criei um robô novo, que não existia no filme, mas o importante é memorizar! Risos.

1.6.1. Compreensibilidade

A compreensibilidade da informação contábil deve ser exposta da forma mais compreensível possível ao usuário que se destine.

Uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações contábeis é que elas sejam prontamente entendidas pelos usuários.

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Para esse fim, presume-se que os usuários tenham um conhecimento razoável dos negócios, atividades econômicas e contabilidade e a disposição de estudar as informações com razoável diligência.

Todavia, informações sobre assuntos complexos que devam ser incluídas nas demonstrações contábeis por causa da sua relevância para as necessidades de tomada de decisão pelos usuários não devem ser excluídas em nenhuma hipótese, inclusive sob o pretexto de que seria difícil para certos usuários as entenderem.

1.6.2. Relevância

Para serem úteis, as informações devem ser relevantes às necessidades dos usuários na tomada de decisões.

As informações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros ou confirmando ou corrigindo as suas avaliações anteriores.

Informações sobre a posição patrimonial e financeira e o desempenho passado são freqüentemente utilizadas como base para projetar a posição e o desempenho futuros, assim como outros assuntos nos quais os usuários estejam diretamente interessados, tais como pagamento de dividendos e salários, alterações no preço das ações e a capacidade que a entidade tenha de atender seus compromissos à medida que se tornem devidos. Para terem valor como previsão, as informações não precisam estar em forma de projeção explícita.

1.6.2.1. Materialidade

A relevância das informações é afetada pela sua natureza e materialidade. Em alguns casos, a natureza das informações, por si só, é suficiente para determinar a sua relevância.

Por exemplo, reportar um novo segmento em que a entidade tenha passado a operar pode afetar a avaliação dos riscos e oportunidades com que a entidade se depara, independentemente da materialidade dos resultados atingidos pelo novo segmento no período abrangido pelas demonstrações contábeis.

Em outros casos, tanto a natureza quanto a materialidade são importantes; por exemplo: os valores dos estoques existentes em cada uma das suas principais classes, conforme a classificação apropriada ao negócio.

Uma informação é material se a sua omissão ou distorção puder influenciar as decisões econômicas dos usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis.

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1.6.3. Confiabilidade

A confiabilidade da informação contábil refere-se ao fato de que a informação contábil deve chegar ao conhecimento do usuário em tempo hábil, a fim de que este possa utilizá-la para seus fins.

Para ser útil, a informação deve ser confiável, ou seja, deve estar livre de erros ou vieses relevantes e representar adequadamente aquilo que se propõe a representar.

Uma informação pode ser relevante, mas a tal ponto não confiável em sua natureza ou divulgação que o seu reconhecimento pode potencialmente distorcer as demonstrações contábeis.

Por exemplo, se a validade legal e o valor de uma reclamação por danos em uma ação judicial movida contra a entidade são questionados, pode ser inadequado reconhecer o valor total da reclamação no balanço patrimonial, embora possa ser apropriado divulgar o valor e as circunstâncias da reclamação.

Confiabilidade (características): - Representação Adequada

- Primazia da Essência sobre a Forma - Neutralidade

- Prudência - Integridade

1.6.3.1. Representação Adequada

Para ser confiável, a informação deve representar adequadamente as transações e outros eventos que ela diz representar.

Assim, por exemplo, o balanço patrimonial numa determinada data deve representar adequadamente as transações e outros eventos que resultam em ativos, passivos e patrimônio líquido da entidade e que atendam aos critérios de reconhecimento.

Balanço P atrimonial: é uma demonstração financeira que evidencia, resum-idamente, a situação patrimonial e financeira da entidade, quantitativamente e qualitativamente, em um dado momento (normalmente em 31 de dezembro de cada ano).

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1.6.3.2. Primazia da Essência sobre a Forma

Para que a informação represente adequadamente as transações e outros eventos que ela se propõe a representar, é necessário que essas transações e eventos sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade econômica, e não meramente sua forma legal.

A essência das transações ou outros eventos nem sempre é consistente com o que aparenta ser com base na sua forma legal ou artificialmente produzida. Por exemplo, uma entidade pode vender um ativo a um terceiro de tal maneira que a documentação indique a transferência legal da propriedade a esse terceiro; entretanto, poderão existir acordos que assegurem que a entidade continuará a usufruir os futuros benefícios econômicos gerados pelo ativo e o recomprará depois de um certo tempo por um montante que se aproxima do valor original de venda acrescido de juros de mercado durante esse período. Em tais circunstâncias, reportar a venda não representaria adequadamente a transação formalizada.

1.6.3.3. Neutralidade

Para ser confiável, a informação contida nas demonstrações contábeis deve ser neutra, isto é, imparcial.

As demonstrações contábeis não são neutras se, pela escolha ou apresentação da informação, elas induzirem a tomada de decisão ou julgamento, visando atingir um resultado ou desfecho predeterminado.

1.6.3.4. Prudência

Os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas que inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas por garantias que possam ocorrer.

Tais incertezas são reconhecidas pela divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na preparação das demonstrações contábeis. Prudência consiste no emprego de um certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados.

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deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam confiáveis.

1.6.3.5. Integridade

Para ser confiável, a informação constante das demonstrações contábeis deve ser completa, dentro dos limites de materialidade e custo. Uma omissão pode tornar a informação falsa ou distorcida e, portanto, não-confiável e deficiente em termos de sua relevância.

1.6.4. Comparabilidade

Os usuários devem poder comparar as demonstrações contábeis de uma entidade ao longo do tempo, a f im de identificar tendências na sua posição patrimonial e financeira e no seu desempenho.

Os usuários devem também ser capazes de comparar as demonstrações contábeis de diferentes entidades a fim de avaliar, em termos relativos, a sua posição patrimonial e f inanceira, o desempenho e as mutações na posição financeira.

Conseqüentemente, a mensuração e apresentação dos efeitos financeiros de transações semelhantes e outros eventos devem ser feitas de modo consistente pela entidade, ao longo dos diversos períodos, e também por entidades diferentes.

Uma importante implicação da característica qualitativa da comparabilidade é que os usuários devem ser informados das práticas contábeis seguidas na elaboração das demonstrações contábeis, de quaisquer mudanças nessas práticas e também o efeito de tais mudanças.

Tendo em vista que os usuários desejam comparar a posição patrimonial e f inanceira, o desempenho e as mutações na posição financeira ao longo do tempo, é importante que as demonstrações contábeis apresentem as correspondentes informações de períodos anteriores.

1.7. Limitações na Relevância e na Confiabilidade das Informações As limitações na relevância e na confiabilidade das informações são:

- Tempestividade

- Equilíbrio entre Custo e Benefício

- Equilíbrio entre Características Qualitativas - Visão Verdadeira e Apropriada

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1.7.1. Tempestividade

Quando há demora indevida na divulgação de uma informação, é possível que ela perca a relevância.

A Administração da entidade necessita ponderar os méritos relativos entre a tempestividade da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida. Para fornecer uma informação na época oportuna pode ser necessário divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou evento sejam conhecidos, prejudicando assim a sua confiabilidade.

Por outro lado, se para divulgar a informação a entidade aguardar até que todos os aspectos se tornem conhecidos, a informação pode ser altamente confiável, porém de pouca utilidade para os usuários que tenham tido necessidade de tomar decisões nesse ínterim.

Para atingir o adequado equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, o princípio básico consiste em identificar qual a melhor forma para satisfazer as necessidades do processo de decisão econômica dos usuários.

1.7.2. Equilíbrio entre Custo e Benefício

O equilíbrio entre o custo e o benefício é uma limitação de ordem prática, ao invés de uma característica qualitativa.

Os benefícios decorrentes da informação devem exceder o custo de produzi-la. A avaliação dos custos e benefícios é, entretanto, em essência, um exercício de julgamento. Além disso, os custos não recaem, necessariamente, sobre aqueles usuários que usufruem os benefícios.

Os benefícios podem também ser aproveitados por outros usuários, além daqueles para os quais as informações foram preparadas; por exemplo, o fornecimento de maiores informações aos credores por empréstimos pode reduzir os custos financeiros da entidade.

Por essas razões, é difícil aplicar o teste de custo-benefício em qualquer caso específico. Não obstante, os órgãos normativos em especial, assim como os elaboradores e usuários das demonstrações contábeis, devem estar conscientes dessa limitação.

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1.7.3. Equilíbrio entre Características Qualitativas

Na prática, é f reqüentemente necessário um balanceamento entre as características qualitativas.

Geralmente, o objetivo é atingir um equilíbrio apropriado entre as características, a fim de satisfazer aos objetivos das demonstrações contábeis. A importância relativa das características em diferentes casos é uma questão de julgamento profissional.

Vamos relembrar as características qualitativas (aquelas do robô – C3R): As características qualitativas são os atributos que tornam as demonstrações contábeis úteis para os usuários. As quatro principais características qualitativas são:

- compreensibilidade; - relevância;

- confiabilidade; e - comparabilidade.

1.7.4. Visão Verdadeira e Apropriada

Demonstrações contábeis são f reqüentemente descritas como apresentando uma visão verdadeira e apropriada (true and fair view) da posição patrimonial e f inanceira, do desempenho e das mutações na posição financeira de uma entidade.

Já caiu em prova! (Fiscal de Rendas-SP-2009-FCC) A empresa Empreendimentos S.A. atua no seguimento da construção civil exclusivamente na construção de agências bancárias. Nesse mercado a inadimplência é próxima de zero em decorrência do setor ser bastante forte. Com o objetivo de ampliar seus negócios, a empresa passou a atuar, no último ano, no seguimento de casas populares, em que o ganho é maior e o risco de inadimplência, também. O faturamento nesse primeiro ano representou 2% do total. A empresa deve divulgar essa informação por ser:

(A) material e permitir a avaliação do patrimônio líquido. (B) neutra e não modificar a análise do usuário.

(C) essencial para o encerramento das demonstrações contábeis. (D) direcionadora para tomada de decisões a favor da empresa. (E) relevante e afetar a avaliação de riscos e oportunidades.

A empresa está entrando em um novo ramo de negócios que oferece maior ganho, mas também oferece maior risco de inadimplência. Logo, esta informação deve ser divulgada por ser relevante e afetar a avaliação de riscos e oportunidades. A resposta correta é a alternativa “e”.

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2. Princípios de Contabilidade (aprovados pela Resolução do Conselho

Federal de Contabilidade – CFC - no 750/93).

Primeiramente, há que se ressaltar que a Resolução CFC no 1.282/10, alterou a denominação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade para Princípios de Contabilidade.

Os P rincípios de Contabilidade foram estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resolução CFC no 750/93, com as alterações trazidas pela a Resolução CFC no 1.282/10. De acordo com o artigo 2o da resolução:

Art. 2º Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

Memorize para a prova:

O artigo 3o da Resolução no 750/93 enumera os princípios fundamen-tais, conforme descrito abaixo:

Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

I) o da ENTIDADE;

II) o da CONTINUIDADE; III) o da OPORTUNIDADE;

IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

VI) o da COMPETÊNCIA; e VII) o da PRUDÊNCIA.

Atenção! Os Princípios Fundamentais de Contabilidade agora são denominados apenas Princípios de Contabilidade.

No artigo 3o, houve a revogação do Princípio da Atualização Monetária.

O principal objetivo da adoção dos princípios de contabilidade é tornar as informações contábeis divulgadas uniformes, confiáveis e úteis para os usuários internos e externos.

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Para a prova, vamos memorizar da seguinte maneira: ECOPRC (repita comigo: “ECO PÊ ERRE CÊ”, eu vou ter que saber, para a questão não perder...Tudo bem, não sou bom rapper mesmo. Risos).

Cabe ressaltar que, de acordo com o artigo 1o da Resolução no 750/93: Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC) os enunciados por esta Resolução.

§ 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).

§ 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) Isto significa que, independentemente da forma jurídica aplicada, a Contabilidade deve traduzir, primordialmente, o efeito econômico da transação, isto é, aquilo que, de fato, as transações representam para o patrimônio (essência das transações) deve prevalecer sobre os seus aspectos formais ou aparentes.

Exemplo: A empresa J4M2 vendeu, à vista, um imóvel que possuía, na Av. Rio Branco, 100, no Rio Janeiro, para a empresa Kaprisma, por R$ 100.000,00. Logo, em seguida, a empresa Kaprisma alugou o referido imóvel para a empresa J4M2, por um ano, com um aluguel mensal no valor de R$ 1.000,00. No contrato de aluguel havia uma cláusula que previa a possibilidade de a empresa J4M2 efetuar a recompra do imóvel ao final do seu prazo de vigência, pelo valor de R$ 100.000,00.

Repare que, neste exemplo, a forma jurídica da transação é uma venda de imóvel de J4M2 para Kaprisma, seguida de um aluguel do mesmo imóvel, agora pertencente à empresa Kaprisma, para a empresa J4M2. Vamos detalhar melhor:

Venda do Imóvel (J4M2 para Kaprisma) = R$ 100.000,00

Aluguel do Imóvel (Kaprisma para J4M2) = R$ 1.000,00 mensais por um ano (R$ 12.000,00 no total)

Entidade Competência Oportunidade Prudência

Registro pelo Valor Original Continuidade

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O contrato de aluguel possuía uma cláusula com a previsão de recompra do imóvel, ao final do prazo de vigência. Repare que o valor final desembolsado pela J4M2, caso efetuasse a recompra, seria de R$ 112.000,00, que corresponde ao valor da recompra do imóvel pela J4M2 (R$ 100.000,00), somado ao valor que foi pago pela J4M2, como aluguel, por um ano de contrato (R$ 12.000,00).

Portanto, qual foi a essência da transação? Vamos lá! O que você acha? A essência da transação é exatamente um empréstimo feito pela Kaprisma com a J4M2.

Veja: Na aquisição do empréstimo, a empresa J4M2 recebeu R$ 100.000,00. Além disso, a empresa J4M2 pagou R$ 1.000,00 de “juros” durante um ano e, no final do período de vigência do “suposto” contrato de aluguel, recomprou o imóvel por R$ 100.000,00. Viu? Esta é a essência da transação.

Memorize para a prova:

Já caiu em prova (Analista Judiciário-Contabilidade–TRT 17R-2009– Cespe-Adaptada) De acordo com os princípios fundamentais da contabilidade, um bem adquirido por meio de contrato de alienação fiduciária deve ser registrado no ativo da entidade alienatária ou devedora.

Repare que, como a questão é de 2009, antes da alteração da denominação dos princípios de contabilidade, ainda aparece como princípios fundamentais da contabilidade.

Como vimos anteriormente, independentemente da forma jurídica aplicada, a Contabilidade deve traduzir, primordialmente, o efeito econômico da transação, isto é, aquilo que, de fato, as transações representam para o patrimônio (essência das transações) deve prevalecer sobre os seus aspectos formais ou aparentes.

Um exemplo de caso concreto ocorre quando uma entidade adquire bens por meio de alienação fiduciária. Nesse tipo de contrato, o bem financiado é transferido para a propriedade da instituição financeira, embora permaneça na posse direta da entidade, que assume a condição de depositária do bem e pode utilizá-lo normalmente. Além disso, pelo contrato, esta transferência de propriedade é transitória, tornando-se sem efeito após a quitação da dívida. Logo, apesar de o bem, durante o período de duração do contrato de alienação fiduciária, ser propriedade da instituição financeira, ele é registrado contabilmente no ativo não circulante imobilizado (subgrupo do ativo no

A essência das transações deve prevalecer sobre os seus aspectos formais ou aparentes.

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Balanço Patrimonial) da entidade compradora (alienatária), por ocasião de sua entrega pelo vendedor.

Ou seja, neste exemplo concreto, prevalece a essência da transação (que é semelhante a uma operação de compra e venda a prazo) sobre os aspectos formais (legais). Se os aspectos formais prevalecessem, o bem deveria estar registrado no ativo da instituição financeira (alienante), que é sua proprietária até a quitação do financiamento. O item está correto.

2.1. Princípio da Entidade

De acordo com o artigo 4o da Resolução CFC no 750/93:

Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.

Portanto, temos os seguintes pontos importantes:

1. Conceito principal do Princípio da ENTIDADE: autonomia do patrimônio a ela pertencente.

2. Patrimônio: deve revestir-se do atributo de autonomia em relação a todos os outros Patrimônios existentes, pertencendo a uma Entidade, no sentido de sujeito suscetível à aquisição de direitos e obrigações. 3. A autonomia tem por corolário o f ato de que o patrimônio de uma Entidade jamais pode confundir-se com aqueles dos seus sócios ou proprietários.

4. A autonomia patrimonial apresenta sentido unívoco. P or conseqüência, o patrimônio pode ser decomposto em partes segundo os mais variados critérios, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. Mas nenhuma classificação, mesmo que dirigida sob ótica setorial, resultará em novas Entidades. Carece, pois, de sentido, a idéia de que as divisões ou departamentos de uma Entidade possam constituir novas Entidades, ou “micro

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A única circunstância em que poderá surgir nova Entidade, será aquela em que a propriedade de parte do patrimônio de uma Entidade, for transferida para outra unidade, eventualmente até criada naquele momento. Mas, no caso, teremos um novo patrimônio autônomo, pertencente a outra Entidade.

5. As somas e agregações de patrimônios de diferentes Entidades não resultam em nova Entidade. A razão básica é a de que as Entidades cujas demonstrações contábeis são consolidadas mantém sua autonomia patrimonial, pois seus Patrimônios permanecem de sua propriedade. Como não há transferência de propriedade, não pode haver formação de novo patrimônio, condição primeira da existência jurídica de uma Entidade. O segundo ponto a ser considerado é o de que a consolidação se refere às demonstrações contábeis, mantendo-se a observância dos Princípios de Contabilidade no âmbito das Entidades consolidadas, resultando em uma unidade de natureza econômico-contábil, em que os qualificativos ressaltam os dois aspectos de maior relevo: o atributo de controle econômico e a fundamentação contábil da sua estruturação.

Já caiu em prova! (Técnico em Contabilidade-Ministério da Saúde-2009-Cespe) Segundo o princípio da entidade, a soma ou agregação de patrimônios autônomos resulta em uma nova entidade de natureza econômico-contábil. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. Ou seja, se uma empresa é controladora de outra empresa (possui mais de 50% do capital votante) e faz um balanço consolidado por exigência de lei (da controladora e da controlada), esta consolidação não forma uma nova empresa. As empresas controladora e controlada continuam com empresas separadas. Portanto, o item está ERRADO.

2.2. Princípio da Continuidade

De acordo com o artigo 5o da Resolução CFC no 750/93:

Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) Postulado da Continuidade das Entidades: “Para a Contabilidade, a Entidade é um organismo vivo que irá viver (operar) por um longo período de tempo (indeterminado) até que surjam fortes evidências em contrário...”

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1. O Princípio da CONTINUIDADE afirma que o patrimônio da Entidade, na sua composição qualitativa e quantitativa, depende das condições em que provavelmente se desenvolverão as operações da Entidade. A suspensão das suas atividades podem provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral de seu valor. A queda no nível de ocupação podem também provocar efeitos semelhantes.

2. A situação-limite na aplicação do Princípio da CONTINUIDADE é aquela em que há a completa cessação das atividades da Entidade. Nessa situação, os ativos materiais, como estoques, ferramentas ou máquinas, podem ter seu valor modificado substancialmente. As causas da limitação da vida da Entidade não influenciam o conceito da continuidade; entretanto, como constituem informação de interesse para muitos usuários, quase sempre são de divulgação obrigatória, segundo norma específica. No caso de provável cessação da vida da Entidade, também o passivo é afetado, pois, além do registro das exigibilidades, com fundamentação jurídica, também devem ser contemplados os prováveis desembolsos futuros, advindos da extinção em si. Já caiu em prova! (IRB–Contabilidade–2006–Esaf) A avaliação das mutações patrimoniais, segundo o princípio contábil da continuidade, deve considerar a hipótese de que, até que surjam evidências em contrário,

a) a empresa continuará a operar indefinidamente no futuro.

b) a contabilidade deve registrar continuamente todos os atos e fatos administrativos.

c) a contabilidade deve funcionar ininterruptamente dentro da empresa.

d) as operações passíveis de registro contábil devem ter seqüência em diversos períodos.

e) os métodos e critérios utilizados devem ser consistentes em vários períodos. O P ostulado da Continuidade considera que a entidade é capaz de gerar riqueza de forma continuada (ininterrupta). Logo, a avaliação das mutações patrimoniais, segundo o princípio contábil da continuidade, deve considerar a hipótese de que, até que surjam evidências em contrário, a empresa continuará a operar indefinidamente no futuro (conforme definição dos postulado da continuidade das entidades). A resposta é a alternativa “a”.

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2.3. Princípio da Oportunidade

De acordo com o artigo 6o da Resolução CFC no 750/93:

Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

Portanto, temos os seguintes pontos importantes:

1. O Princípio da OPORTUNIDADE exige a apreensão, o registro e o relato de todas as variações sofridas pelo patrimônio de uma Entidade, no momento em que elas ocorrerem.

2. O Princípio da Oportunidade é a base indispensável à fidedignidade das informações sobre o patrimônio da Entidade, relativas a um determinado período e com o emprego de quaisquer procedimentos técnicos.

3. O Princípio da OPORTUNIDADE abarca dois aspectos distintos, mas complementares: a integridade e a tempestividade, razão pela qual muitos autores preferem denominá-los de Princípio da UNIVERSALIDADE.

4. A integridade diz respeito à necessidade de as variações serem reconhecidas na sua totalidade, isto é, sem qualquer falta ou excesso.

5. A tempestividade obriga a que as variações sejam registradas no momento em que ocorrerem, mesmo na hipótese de alguma incerteza, na f orma relatada no item anterior. Sem o registro no momento da ocorrência, f icarão incompletos os registros sobre o patrimônio até aquele momento, e, em decorrência, insuficientes quaisquer demonstrações ou relatos, e f alseadas as conclusões, diagnósticos e prognósticos.

6. Falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil: pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a

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Já caiu em prova! (Senado–Analista Legislativo–Contabilidade–2008-FGV) “Parentes abalados e equipes médicas tentam na quinta-feira identificar os corpos carbonizados das 153 vítimas do acidente ocorrido na véspera no aeroporto de Madri. A investigação sobre esse desastre aéreo, o pior na Espanha desde 1983, começou na quinta-feira e deve levar um ano para ser concluída.” (Reuters, agosto de 2008) De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, determine o princípio contábil que deve ser seguido na situação acima para que a Contabilidade forneça informações úteis a seus usuários. (A) Registro pelo Valor Original.

(B) Continuidade. (C) Conservadorismo. (D) Competência. (E) Oportunidade.

A empresa aérea em questão deverá adotar o princípio da prudência, que será visto adiante (para previsão de pagamento de indenização às vítimas), que não consta nas alternativas, e o princípio da Oportunidade, para que possa fornecer informações necessárias aos seus usuários. A resposta correta é a alternativa “e”.

2.4. Princípio do Registro pelo Valor Original

De acordo com o artigo 7o da Resolução CFC no 750/93:

Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional.

§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:

I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e

II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer vari-ações decorrentes dos seguintes fatores:

a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no

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reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;

c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;

d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e

e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

§ 2º São resultantes da adoção da atualização monetária:

I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;

II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e

III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

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Portanto, temos os seguintes pontos importantes:

1. O Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL ordena que os componentes do patrimônio tenham seu registro inicial efetuado pelos valores ocorridos na data das transações havidas com o mundo exterior à Entidade, estabelecendo, pois, a viga-mestra da avaliação patrimonial: a determinação do valor monetário de um componente do patrimônio.

2. Ao adotar a idéia de que a avaliação deva ser realizada com fundamento no valor de entrada, o Princípio consagra o uso dos valores monetários decorrentes do consenso entre os agentes econômicos externos e a Entidade – contabilmente, outras Entidades – ou da imposição destes.

3. No caso de doações recebidas pela Entidade, também existe a transação com o mundo exterior e, mais ainda, com efeito quantitativo e qualitativo sobre o patrimônio. Como a doação resulta em inegável aumento do Patrimônio Líquido, cabe o registro pelo valor efetivo da coisa recebida, no momento do recebimento, segundo o valor de mercado.

4. A expressão do valor dos componentes patrimoniais em moeda nacional decorre da necessidade de homogeneização quantitativa do registro do patrimônio e das suas mutações, a f im de se obter a necessária comparabilidade e se possibilitarem agrupamentos de valores.

5. As bases de mensuração: Custo histórico e Variação do custo histórico (Custo corrente, Valor realizável, Valor presente, Valor justo e Atualização monetária).

6. Atualização Monetária: a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo. A atualização monetária não representa nova avaliação.

Já caiu em prova! (Analista de Saneamento- Ciências Contábeis-Embasa-2009-Cespe) O princípio do registro pelo valor original estabelece que os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior.

De acordo com a Resolução CFC no 750/93, por meio do Princí-pio do Registro pelo Valor Original: Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior. No caso de doação, o valor a ser registrado será o valor de mercado. Portanto, o item está correto.

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2.5. Princípio da Competência

De acordo com o artigo 9o da Resolução CFC no 750/93:

Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.

Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

Portanto, temos os seguintes pontos importantes:

1. A compreensão do cerne do Princípio da COMPETÊNCIA está diretamente ligada ao entendimento das variações patrimoniais e sua natureza. Nestas encontramos duas grandes classes: a daquelas que somente modificam a qualidade ou a natureza dos componentes patrimoniais, sem repercutirem no montante do Patrimônio Líquido, e a das que o modificam. As primeiras são denominadas de “qualitativas”, ou “permutativas”, enquanto as segundas são chamadas de “quantitativas”, ou “modificativas”.

2. A competência é o princípio que estabelece quando um determinado componente deixa de integrar o patrimônio, para transformar-se em elemento modificador do Patrimônio Líquido. Da confrontação entre o valor f inal dos aumentos do Patrimônio Líquido – usualmente denominados “receitas” – e das suas diminuições – normalmente chamadas de “despesas”–, emerge o conceito de “resultado do período”: positivo, se as receitas f orem maiores do que as despesas; ou negativo, quando ocorrer o contrário.

3. O Princípio da Competência não está relacionado com recebimentos ou pagamentos, mas com o reconhecimento das receitas geradas e das despesas incorridas no período.

4. As despesas, na maioria das vezes, representam consumo de ativos, que tanto podem ter sido pagos em períodos passados, no próprio período, ou ainda virem a ser pagos no f uturo. De outra parte, não é necessário que o desaparecimento do ativo seja integral, pois muitas vezes o consumo é somente parcial, como no caso das depreciações ou nas perdas de parte do valor de um componente patrimonial do ativo, por aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA. Mas a despesa também pode decorrer do surgimento de uma exigibilidade sem a concomitante geração de um bem ou de um direito, como acontece, por exemplo, nos juros moratórios e nas multas de qualquer natureza. Além disso, o fato

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gerador de uma despesa pode ocorrer em virtude um perecimento de um direito, como por exemplo, o cancelamento de um título a receber. 5. Entre as despesas do tipo em referência localizam-se também as que se contrapõem a determinada receita, como é o caso dos custos diretos com vendas, nos quais se incluem comissões, impostos e taxas. 6. A receita é considerada realizada no momento em que há a venda de bens e direitos da Entidade – entendida a palavra “bem” em sentido amplo, incluindo toda sorte de mercadorias, produtos, serviços, inclusive equipamentos e imóveis –, com a transferência da sua propriedade para terceiros, efetuando estes o pagamento em dinheiro ou assumindo compromisso f irme de f azê-lo num prazo qualquer. Normalmente, a transação é formalizada mediante a emissão de nota fiscal ou documento equivalente, em que consta a quantificação e a formalização do valor de venda, pressupostamente o valor de mercado da coisa ou do serviço. 7. Uma segunda possibilidade de receita é materializada na extinção parcial ou total de uma exigibilidade, como no caso do perdão de multa fiscal, da anistia ou prescrição total ou parcial de uma dívida, da eliminação de passivo pelo desaparecimento do credor, pelo ganho de causa em ação em que se discutia uma dívida ou o seu montante, já devidamente provisionado, ou outras circunstâncias semelhantes. 8. Há uma terceira possibilidade: a de geração de novos ativos sem a interveniência de terceiros, como ocorre correntemente no setor pecuário, quando do nascimento de novos animais. Ou ainda, o surgimento do ativo sem o respectivo passivo, como no caso de recebimento de multas por atraso no pagamento de um título pelo cliente.

9. A última possibilidade está representada na geração de receitas por doações e subvenções recebidas.

Já caiu em prova! (Analista de Saneamento- Ciências Contábeis-Embasa-2009-Cespe) O princípio da competência significa que os fatos devem ser reconhecidos no patrimônio, isto é, registrados contabilmente independentemente do recebimento ou pagamento.

De acordo com o princípio da competência, as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. O item está correto.

Vamos “falar” mais um pouco sobre o princípio da competência, sempre muito cobrado em provas de concursos:

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importantíssimo saber essas possibilidades. Elas foram retiradas do texto da Resolução CFC no 750/93, com a publicação da Resolução CFC no 1.282/10, mas continuam sendo excelentes exemplos de receitas realizadas e despesas incorridas pelo princípio da competência.

As receitas consideram-se realizadas:

– nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso f irme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

Exemplo: venda de mercadoria a prazo (o dinheiro ainda não foi recebido, mas a receita considera-se realizada, pelo princípio da competência, no momento da entrega da mercadoria).

– quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

Exemplo: a empresa possuía um determinado tributo a pagar, mas o governo fez uma remissão, ou seja, não há mais a necessidade pagamento por parte da empresa. P ortanto, houve a extinção de um passivo (tributo a pagar) sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior.

Repare que, se houvesse o pagamento o tributo, sumiria o passivo (tributo a pagar) e haveria o desaparecimento de um ativo (dinheiro) no mesmo valor. Neste caso, não é receita.

– pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros;

Exemplo: nascimento de bezerro em uma empresa de pecuária. Ou seja, não houve a intervenção de ninguém (exceto do boi e da vaca. Risos), mas a empresa ganhou um novo ativo (bezerro).

– no recebimento efetivo de doações e subvenções.

Exemplo: doação de um terreno, pelo governo de determinada localidade, para que a empresa construa uma fábrica (é uma forma de desenvolvimento da região) ou, subvenção de determinado tributo, por um período de tempo, para a empresa se instalar em uma região específica (a empresa pagará uma alíquota diferenciada – menor - daquele tributo).

Consideram-se incorridas as despesas:

– quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro;

Exemplo: Na venda de mercadorias para terceiros, há a saída da referida mercadoria do estoque e, com isso, o custo destas mercadorias é uma despesa incorrida no período.

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– pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

Exemplo: A legislação permite que determinados bens sejam depreciados ao longo de sua vida útil em virtude de desgaste ou obsolescência. Esta depreciação é uma despesa incorrida no período (o valor econômico do ativo sofre uma redução, pois, é calculado como: Custo de Aquisição – Depreciação Acumulada).

– pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

Exemplo: ao pagar uma dívida com atraso (após o vencimento), há a incidência de juros e multa, ou seja, surgiram novos passivos sem os ativos correspondentes.

2.6. Princípio da Prudência

De acordo com o artigo 10o da Resolução CFC no 750/93:

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

Portanto, temos os seguintes pontos importantes:

1. A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA – de f orma a obter-se o menor Patrimônio Líquido, dentre aqueles possíveis diante de procedimentos alternativos de avaliação – está restrita às variações patrimoniais posteriores às transações originais com o mundo exterior, uma vez que estas deverão decorrer de consenso com os agentes econômicos externos ou da imposição destes. Esta é a razão pela qual a aplicação do Princípio da Prudência ocorrerá concomitantemente com a do Princípio da COMPETÊNCIA, quando resultará, sempre, variação patrimonial quantitativa negativa, isto é, redutora do Patrimônio Líquido.

2. A prudência deve ser observada quando, existindo um ativo ou um passivo já escriturados por determinados valores, segundo o Princípios do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL, surge dúvida sobre a ainda correção deles. Havendo f ormas alternativas de se calcularem os

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inicial, no caso de ativos, e maior, no caso de componentes patrimoniais integrantes do passivo.

3. A provisão para créditos de liquidação duvidosa constitui exemplo da aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA, pois sua constituição determina o ajuste, para menos, de valor decorrente de transações com o mundo exterior, das duplicatas ou de contas a receber. A escolha não está no reconhecimento ou não da provisão, indispensável sempre que houver risco de não-recebimento de alguma parcela, mas, sim, no cálculo do seu montante.

4. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.

Já caiu em prova! (TRF-2003-Esaf) Com relação aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, assinale a opção incorreta.

a) O P rincípio da P RUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior, para os do P ASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.

b) O P rincípio da P RUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor P atrimônio Líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

c) O P rincípio da P RUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

d) A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

e) O P rincípio da P RUDÊNCIA refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que originaram o registro.

I – Análise das alternativas (a questão pede a alternativa incorreta):

a) O P rincípio da P RUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior, para os do P ASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.

b) O P rincípio da P RUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor P atrimônio Líquido, quando se apresentarem opções igualmente

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c) O P rincípio da P RUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

d) A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

Repare que as alternativas de “a” a “d” estão de acordo com os conceitos estudados sobre o princípio da prudência. Portanto, estão todas corretas.

Agora, verifique a alternativa “e”: O P rincípio da P RUDÊNCIA refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que originaram o registro. Este não é princípio de prudência e sim o princípio da oportunidade. Atenção! Lembre sempre das “palavras-chave” para o princípio da oportunidade: tempestividade e integridade. P ortanto, a resposta da questão é a alternativa “e” (a única incorreta).

2.7. Memorize para a Prova

Funções da contabilidade: coleta de dados, registro dos dados e elaboração

de relatórios.

Técnicas Utilizadas no Trabalho: escrituração contábil, elaboração das

demonstrações contábeis, auditoria e análise das demonstrações contábeis.

Patrimônio: Objeto da contabilidade, f ormado por bens, direitos e

obrigações.

Entidade econômico-administrativa = Azienda (Patrimônio + Gestão):

patrimônio líquido (pessoas físicas ou jurídicas), com fins lucrativos ou não. - Quanto aos fins a que se destinam: Aziendas sociais, Aziendas econômico-sociais e Aziendas econômicas.

- Quanto aos seus proprietários: Aziendas públicas e Aziendas particulares.

Usuários:

- Investidores; - Empregados;

- Credores por Empréstimo;

- Fornecedores e outros credores comerciais; - Clientes;

- Governo e suas agências; e - Público.

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Usuários internos: administradores, gerentes, diretores, acionistas ou sócios controladores e empregados (colaboradores).

Usuários externos: acionistas ou sócios não controladores, bancos (instituições financeiras), fornecedores, clientes, governo e sindicatos.

Pressupostos Básicos:

- Regime de Competência - Continuidade

- As características qualitativas são os atributos que tornam as demonstrações contábeis úteis para os usuários. As quatro principais características qualitativas são:

- compreensibilidade; - relevância; - confiabilidade; e - comparabilidade. Confiabilidade (características): - Representação Adequada - P rimazia da Essência sobre Forma a - Neutralidade

- P rudência - Integridade

Limitações na Relevância e na Confiabilidade das Informações:

- Tempestividade

- Equilíbrio entre Custo e Benefício

- Equilíbrio entre Características Qualitativas - Visão Verdadeira e Apropriada

Princípios de Contabilidade: ECOPRC

Essência sobre a forma: A essência das transações deve prevalecer sobre os

seus aspectos formais ou aparentes. Entidade

Competência Oportunidade Prudência

Registro pelo Valor Original Continuidade

Referências

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