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O princípio do não retrocesso e a dicotomia econômicoambiental na elaboração do novo código florestal brasileiro.

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REVISTA DO CEDS

Periódico do Centro de Estudos em Desenvolvimento Sustentável da UNDB N. 1 agosto/dezembro 2014 – Semestral

Disponível em: http://www.undb.edu.br/ceds/revistadoceds

O princípio do não retrocesso e a dicotomia

econômico-ambiental na elaboração do novo código florestal brasileiro.

Airon Caleu Santiago Silva1

Brenda Wash Ferraz Braga2

Isabella Pearce Monteiro3

Resumo: O presente trabalho objetiva desenvolver a problemática acerca da lei n. 12.651/12, O Novo Código Florestal, frente ao princípio da proibição de retrocesso na seara ambiental. A análise busca demonstrar a dicotomia econômica-ambiental que está em torno da elaboração do Novo Código Florestal, que resulta no entrave onde de um lado está a bancada ruralista e de outro os ambientalistas. Serão também analisados dispositivos a fim de demonstrar se representam um retrocesso e as dificuldades que sua implementação representa para a busca de um desenvolvimento sustentável.

Palavras-chave: Desenvolvimento econômico e sustentável; Novo Código Florestal; Princípio do Não Retrocesso.

INTRODUÇÃO

O atual contexto em que se insere a sociedade - na corrida crescente por maior desenvolvimento econômico e com, uma utilização cada vez mais crescente dos recursos naturais - se faz necessária uma legislação que venha amparar tais recursos, de maneira a dar maior proteção ao meio ambiente e ao mesmo tempo propiciar o crescimento econômico e social.

Diante disso, se faz de grande importância analisar o conceito histórico voltado para o “despertar” da humanidade para o meio ambiente e a necessidade de resguardá-lo a fim de atender as necessidades da geração presente e gerações futuras para que possam usufruir o meio ambiente garantindo também a igualdade. Mostra-se importante discorrer sobre tal assunto a fim de demonstrar as primeiras ações que buscaram uma maior

1

Aluno do 5º período vespertino do Curso de Direito, da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB.

2

Aluna do 5º período vespertino do Curso de Direito, da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB.

3

(2)

conscientização ambiental e o início de da construção de uma visão sustentável.

Nesse contexto, analisar-se-á também o histórico das legislações brasileiras que começaram a versar sobre a degradação ambiental, que embora ainda voltadas mais para o lado econômico do que propriamente para o meio ambiente, marcaram de maneira gradativa a necessidade de começar discussões para desenvolver um novo paradigma voltado para a sustentabilidade.

O caminho traçado inicialmente busca atingir a discussão travada em relação à dispositivos da lei 12. 651/12, o Novo Código Florestal, que causou um grande embate entre ambientalistas e a bancada ruralista, formando assim, mais um vez uma disputa onde de um lado resiste os clamores pela preservação do meio ambiente e de outro clamores por mais desenvolvimento econômico, sendo que este acaba por ser associado ao descaso ao meio ambiente e resulta na maior degradação.

Dessa forma, a análise de determinados dispositivos da nova lei que versa sobre o meio ambiente será desenvolvida frente ao princípio da proibição do retrocesso na seara ambiental a fim de demonstrar se representam um retrocesso ou acabam por representar uma conquista sob a ótica do desenvolvimento econômico e os impactos que o texto legal tem para o alcance de um desenvolvimento sustentável.

1. O “despertar” para uma visão sustentável

Para adentrar na problemática central da qual se propõe o paper faz-se necessário perpassar brevemente pelo histórico do começo da construção de uma preocupação voltada para o meio ambiente, construção de uma visão voltada para a necessidade de um desenvolvimento não apenas econômico, mas voltado para a sustentabilidade. As considerações serão feitas mais voltadas para o progresso no meio jurídico.

As primeiras manifestações acerca da preocupação com o meio ambiente se deram na seara internacional por volta do século XX. Segundo Monteiro, as primeiras manifestações tinham um caráter dominantemente antropocêntrico, haja vista que os olhos se voltaram para essa situação depois

(3)

de ocorrerem fenômenos que prejudicaram drasticamente a saúde de várias pessoas por causa do forte grau de poluição ocasionado com a industrialização desenfreada, contexto do qual surgiram os primeiros casos jurídicos acerca do

meio ambiente. 4

No período de 1968 ocorreu a primeira chamada da ONU para discussão de problemas na seara ambiental que estavam a tomar um rumo cada vez mais drástico. Nesse período problemas ambientais como aquecimento global e o buraco na camada de ozônio foram descobertos, causando uma grande polêmica e grande preocupação acerca dos rumos as quais estariam caminhando a industrialização exacerbada, principalmente por parte dos chamados países do Norte, países desenvolvidos que já sofriam os

efeitos do descaso com o meio ambiente.5

A Conferência ocorreu 4 anos após a chamada, em 1972, ficando claras as divergências entre os países em desenvolvimento (Sul) e os desenvolvidos (Norte), que de um lado enfrentava a pobreza e buscava desenvolvimento e de outro, países que estavam a sofrer os efeitos da forma com que chegaram ao desenvolvimento. A Conferência resultou na Declaração de Estocolmo que serviu como modelo para várias constituições, de forma que começou a ser apreendida a ideia de meio ambiente como direito fundamental,

sendo composta por vários princípios do direito ambiental.6

Vários foram os tratados internacionais produzidos após a conferência, sendo que o grande entrave entre norte e sul levou a ONU, em uma Assembleia Geral aprovar em 1983 uma comissão de especialistas, liderada pela primeira-ministra da Noruega Gro Brudtland para apresentar soluções acerca da dicotomia economia-ambiente. Em 1987 foi apresentado o relatório Nosso Futuro Comum (Our Common Future), popularmente conhecido como Relatório Brudtland, que teve como marco a criação do termo

“Desenvolvimento Sustentável”7. Por desenvolvimento sustentável se

entenderia “atende às necessidades do presente sem comprometer a

4

MONTEIRO, Isabella Pearce. Direito do Desenvolvimento Sustentável: produção histórica

internacional, sistematização e constitucionalização do discurso do desenvolvimento sustentável. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra,

2011.2011. p. 51,52. 5 Idem. p. 52. 6 Ibidem. p. 54. 7 Ibidem. p. 54.

(4)

capacidade das gerações futuras de atenderem as suas próprias necessidades”.8

Em 1962, ocorreu a Conferência do Rio em Meio Ambiente e Desenvolvimento que contou com a participação de vários países e ainda com a participação da sociedade civil. Tal conferencia foi ainda de grande marco por ter resultado em um amadurecimento no discurso acerca do desenvolvimento sustentável e ter gerado vários princípios, metas e documentos tais como a Declaração do Rio em Meio Ambiente e Desenvolvimento, que é um documento jurídico, Agenda 21, Convenção de Mudança Climática e

Convenção de Diversidade Biológica.9

Nos anos posteriores o interesse por essas questões fica com menor incidência e os eventos ocorridos e documentos elaborados perdem a força. Em 2002, por exemplo, ocorreu a Rio +10, Conferência de Johanesburgo, que

não produziu nada novo, mas também não suprimiu o que se tinha até então.10

Importantes mudanças nessa época denominada pós-rio foram a Carta Constitucional do Meio Ambiente na França em 2004 e as Constituições do Equador e Bolívia, 2008 e 2010, respectivamente.

Mesmo que um histórico dado em linhas gerais percebe-se que mudanças significativas ocorreram na construção de uma visão mais próxima de um desenvolvimento sustentável, mas também fica claro que as discussões acerca do meio ambiente sempre perpassam a seara econômica, demonstrando uma grande problematização acerca da dicotomia econômica-ambiental.

1.1. Breve histórico sobre legislações brasileiras acerca do meio ambiente

A degradação ambiental é um problema que permeia todo o mundo, todas as nações, das mais desenvolvidas até às menos desenvolvidas, de forma que se fez cada vez mais necessário abrir uma percepção jurídica sobre

8

BRUNDTLAND, apud MONTEIRO, 2011. p.54.

9

Idem. p. 65.

10

(5)

o assunto, tendo em vista o grande empasse entre preservação e desenvolvimento.

No Brasil, não foi diferente, de forma que aos poucos foram surgindo legislações que versavam sobre assunto, mas que ainda mais atreladas ao valor econômico do que realmente à proteção ambiental. Sabe-se que “as

primeiras formulações normativas dirigidas à tutela do meio ambiente vão ser encontradas na legislação portuguesa que aqui esteve em vigência até o advento do Código Civil, de 1916”11.

Vigoravam na época as Ordenações, e o primeiro Código Legal europeu concluído em 1446, as Ordenações Afonsinas (editadas no reinado de Afonso V), já se referiam a alguns aspectos ligados ao meio ambiente, mas de maneira que visava garantir muito mais a propriedade do que o meio ambiente propriamente. Um exemplo voltado para o meio ambiente é que o corte de árvores frutíferas era tipificado como crime de injúria ao rei. Com as Ordenações Manuelinas, em 1521, a tipificação do crime anterior é mantida, mas agora referente à árvores com valor superior a trinta cruzados, e avança-se proibindo a caça de animais com instrumento que cauavança-sem a morte com dor

e sofrimento e a comercialização de abelhas sem a devida proteção a estas12.

Em 1580 com as Ordenações Filipinas aparece sutilmente o conceito de poluição, haja vista que era proibido jogar materiais que pudessem matar peixes ou sujar rios ou lagoas. Mais uma vez a proteção dos animais aparece, sendo que agora a morte meramente por malícia era tipificada como crime e em relação à pesca foi proibido o uso de determinados instrumentos, bem como foram estipulados locais proibidos e períodos para a realização

dessa atividade13.

No período pré-republicano, foram adotados os instrumentos que prezavam pela proteção de recursos naturais, mas em um contexto totalmente diferenciado, haja vista ser uma época de grande exploração da vegetação nativa, mais especificamente a cana-de-açúcar. Havia total incompatibilidade

11

MILARÉ, Édis. Direito do ambiente. 8. ed. rev., atual. e ampl.- São Paulo: Editora revista dos Tribunais, 2013.2013. p. 233.

12

Idem. p. 234.

13

(6)

entre a estruturação formal das leis e a verdadeira realidade nas práticas do

Brasil Colônia14.

Grande nome a ser citado dessa época é José Bonifácio de Andrade Silva que começou a chamar atenção para os problemas ambientais. Sobre isso

José Bonifácio chamou atenção, até com veemência, para a depredação do solo pátrio e das suas riquezas, previu a desertificação “como paramos da Líbia”, a erosão devida a tantas causas; acentuou a precariedade do que hoje chamamos de recursos naturais renováveis. Naquele mesmo século, algumas dezenas de pensadores e escritores alertaram o país para a degradação do seu mundo natural; inclusive, alguns deles associavam tal calamitoso estado de coisas à economia escravista.15

A visão de José Bonifácio foi de grande influencia para a revisão das estruturas que até então versavam, mesmo que indiretamente, sobre o meio ambiente, sendo que o período imperial trouxe novos elementos legislativos nessa seara. Milaré destaca,

A título de exemplo, o primeiro Código Criminal (1830) penalizava o corte ilegal de madeiras. A lei 601, de 18 de setembro de 1850, inovava significativamente no uso do solo, disciplinando a ocupação do território, atenta às invasões, aos desmatamentos e aos incêndios criminosos, entre outros ilícitos.16

Joaquim Nabuco é outro personagem importante da época, sendo um grande militante de causas abolicionistas e na defesa de recursos naturais e na “integridade que, mais tarde, viria a ser chamado de patrimônio

ambiental”.17

Com a promulgação do Código Civil de 1916, começaram a surgir várias legislações que buscavam a tutela do meio ambiente. Em meio à explosão de movimentos ecológicos, surge na década de 1960 outros diplomas, tais como a Lei 4.771/65, o Código Florestal e em 1972 há o grande marco que é a Conferencia de Estocolmo, onde países em desenvolvimento liderados pelo Brasil começaram a questionar a postura dos países ricos ao tentarem impedir que tais países se desenvolvam em virtude de problemas

14 Ibidem. p. 235. 15 Ibidem. p. 236. 16 Ibidem. p. 236. 17 Ibidem. p. 236.

(7)

ambientais, sendo que tais países ricos foram os principais responsáveis pela

situação degradante até então.18

Verifica-se nessa pequena análise das primeiras codificações acerca do meio ambiente que apesar de um crescimento gradativo em meio aos problemas ambientais, a visão principal é bem mais voltada para a economia, para o desenvolvimento econômico e preservação da propriedade. Apesar de tantos anos se passarem, ainda hoje, talvez de forma mais sutil, mesmo em meio a mudanças significativas, percebe-se que o mesmo interesse econômico se sustenta fortemente em detrimento da preocupação real com o meio ambiente.

2. Dicotomia econômica-ambiental na elaboração do Novo Código Florestal

Os debates ambientais, por força das desigualdades, sempre acabam por tomar rumos mais voltados para o lado econômico do que realmente para a seara ambiental, haja vista a intensa relação e consequências que um tem sobre o outro.

Na elaboração do Novo Código Florestal Brasileiro, lei nº 12. 651/2012, foram seguidos os mesmos rumos dos demais debates acerca da necessidade da proteção ambiental, sendo clara a convergência dos interesses meramente econômicos com os interesses ambientais, mais uma vez havendo a disputa entre classes, disputa de poderes, onde de uma lado encontra-se a bancada ruralista e de outro os ambientalistas.

A preocupação ambiental tornou-se algo de grande relevo em boa parte dos países do mundo. Notoriamente, no Brasil também se encontra tal preocupação, pelo menos em tese. Afinal no art. 225 da Constituição Federal (CF) é referido que

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

18

(8)

Segundo o referido no final desse dispositivo, pode-se afirmar que o Brasil é adepto da ideia de desenvolvimento sustentável, pois visa o crescimento econômico, mas sempre observando a justiça intrageracional e a justiça intergeracional.

Dito isso, porém, tem-se que com a aprovação do novo código, segundo alude o Deputado Federal Ivan Valente (PSOL/SP), haverá o aumento do desmatamento mesmo o Brasil tendo adotado a visão do desenvolvimento sustentável e sendo signatário de vários tratados referentes à preservação do

meio ambiente.19

Sendo que, segundo o referido parlamentar, Entre “setembro de

2010 e setembro de 2011, o número de derrubadas cresceu 33% na Amazônia Legal. Com elas aumentaram também as emissões de CO2, que cresceram 10% em relação ao período anterior”20 e, como se não fosse o suficiente, alude também que “somente a dispensa da recomposição de áreas de Reserva Legal

desmatadas em propriedades de até 4 módulos fiscais liberará 70 milhões de hectares para o desmatamento”.21

Tais “permissões” dadas pelo atual código lograram êxito quando no pleito pela aprovação do Projeto de Lei devido à, principalmente, determinados argumentos da bancada ruralista, tais como, uma provável escassez de alimentos que resultaria de maior proteção ao meio ambiente; por consequência, alimentos mais caros para o povo; ainda, uma maior flexibilização das áreas de preservação e punições pelo desrespeito a estas para beneficiar à agricultura familiar e, a respeito da necessária degradação do ambiente para o fim de produção de alimentos, argumento recorrente era o de que não havia na espécie o dito conflito, afinal toda produção tem ônus e o da atividade agropecuária seria este, sendo tratados, nesse diapasão, como ínfimos os danos causados pela atividade agropecuária.

Notadamente há no novo código florestal a preponderância da visão econômica em face da visão ecológica, há preponderância da justiça

19

VALENTE, Ivan. Novo Código Florestal Brasileiro: Meio Ambiente e biodiversidade brasileira

desprotegidos. Brasília: 2012. Disponível em:

<http://www.ivanvalente.com.br/wp-content/uploads/2012/12/Caderno-novo-Codigo-Florestal-dez-2012.pdf>. Acesso em: 03/05/2014, p. 25.

20

Idem, p. 25.

21

(9)

intrageracional sobre a justiça intergeracional. Tal relação remonta aos primórdios da valorização da questão ambiental, remonta à época do surgimento da dicotomia Norte-Sul, onde os países desenvolvidos do Norte pugnavam pela preservação ambiental, provavelmente também para se manterem em uma posição de vantagem em relação aos países do Sul, estes últimos, por sua vez, países em desenvolvimento, clamavam por crescimento econômico a fim de realizar justiça para com seu povo.

Tal questão à época foi ponderada e ao final obteve-se a ideia do desenvolvimento sustentável, ou seja, por certo, não deveria prevalecer nem o objetivo dos países do Norte, nem os objetivos dos países do Sul, mas sim, um pouco das duas.

O mesmo deveria ter sido feito com a nova legislação, porém, com base nos argumentos da bancada ruralista e levando em consideração que esta parece ter saído vitoriosa com a aprovação do novo código, torna-se notável que preponderou o crescimento econômico, os “países do Sul” venceram.

3. Retrocessos em relação à legislação anterior: consequências da preponderância do lado econômico.

O Novo Código Florestal foi alvo de várias críticas por causa da aprovação de determinados dispositivos que superiorizam o econômico, os interesses de uma classe, em detrimento da proteção ambiental. Sendo assim, é importante analisar quais pontos negativos presentes na nova codificação e se estes representam retrocessos com base na legislação anterior e mais ainda, em relação aos pactos internacionais que o Brasil se obrigou a cumprir. A partir disso será analisado o princípio da proibição do retrocesso, bem como a análise de tais dispositivos com base nos demais princípios fundamentais do Direito Ambiental e as consequências geradas em face de um desenvolvimento sustentável.

(10)

O Direito Ambiental, muito além de regulamentar matéria acerca do meio ambiente, objetiva resguardá-lo, reagindo contra a degradação e esgotamento dos recursos dispostos na natureza. Tem ainda o caráter finalista, de maneira que objetiva o alcance de resultados, quais sejam a preservação do

meio ambiente, a garantia reiterada deste. 22

Os princípios elencados na Declaração do Rio de Janeiro (1992) podem facilmente fundamentar a proibição do retrocesso, afinal, buscam exatamente um desenvolvimento crescente de contínuo de melhorias na seara ambiental de maneira a alcançar um desenvolvimento sustentável. Sobre isso Michel Prieur alude

A prevenção impede o recuo das proteções; a sustentabilidade e as gerações futuras enviam à perenidade e à intangibilidade para preservar os direitos de nossos descendentes de poderem gozar de um ambiente não degradado; a precaução permite que a irreversibilidade seja evitada, esta um exemplo claro de regressão definitiva; a participação e a informação do público permitem a garantia de um nível de proteção suficiente, graças a um controle cidadão permanente.23

A própria noção desenvolvida no princípio 3 da Declaração do Rio, a qual dispõe que “o direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a

permitir que sejam atendidas equitativamente as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das gerações presentes e futuras”24, ao citar as gerações futuras pressupõe-se que os instrumentos utilizados para garantir desenvolvimento e meio ambiente sadio para a geração presente

devem ser devidamente eficazes no futuro, de maneira que fica clara a

impossibilidade de se retroceder nessa seara, tendo em vista também a grande crise já alastrada em relação ao meio ambiente.

A mesma noção é retirada do art. 225 da Constituição Federal, já citado em seção anterior, que dispõe sobre o meio ambiente. Apesar de não estar elencado no art. 5° da Constituição Federal, o art. 225 é considerado um

22

PRIEUR, Michel. Princípio da Proibição do Retrocesso Ambiental. In: Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal. Princípio da

proibição do retrocesso ambiental. Brasília. Senado Federal. Disponível em:

<http://www.mp.ma.gov.br/arquivos/CAUMA/Proibicao%20de%20Retrocesso.pdf>. Acesso em: 03/05/2014, p. 16, 17.

23

Idem. p. 17.

24

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e

(11)

direito fundamental, haja vista que serve como suporte para garantia de direitos formalmente elencados tais como o direito à vida ou direito à saúde, sendo

uma interpretação fundada na tese argumentativa25. Servindo aqui, como

suporte para a defesa da impossibilidade de retrocesso no que concernem as legislações ambientais. Michel Prieur menciona que “Toda regra ambiental, a

priori, tem por fim uma melhor proteção do meio ambiente. Não se imagina que a lei nova tenha a finalidade de permitir maiores níveis de poluição ou a destruição da natureza”.26

O princípio da proibição do retrocesso deve ser encarado como um princípio geral do Direito Ambiental, de forma que se fundamenta na ideia da própria finalidade do Direito Ambiental, já explicitado anteriormente, a necessidade de afastar o princípio da mutabilidade do Direito e a

intangibilidade dos direitos humanos .27

No que toca ao princípio da mutabilidade do Direito é defendido que este deve ser afastado em relação às matérias de direito ambiental e referente ao desenvolvimento sustentável, haja vista que estes servem como suporte para garantia de direitos fundamentais, como já mencionados, o direito à vida e o direito à saúde, de maneira que também seriam afetados se houver

retrocesso na seara ambiental 28; e no tocante a intangibilidade dos direitos

humanos como um fundamento teórico acerca da proibição do retrocesso tem-se

a não regressão dos direitos humanos é mais que implícita, ela é ética, prática e quase judiciária. Nos termos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, a finalidade desses direitos é a de “favorecer o progresso social e instaurar melhores condições de vida”. Daí, resultam para os Estados obrigações positivas, em especial na seara ambiental. Assim, segundo a bela fórmula de um autor, a não regressão é “uma obrigação negativa inerente a toda obrigação positiva que decorre de um direito fundamental”.29

25

Para uma abordagem mais aprofundada sobre o tema, ver: ALEXY, Robert. Teoria dos

direitos fundamentais. 2 ed. São Paulo: Malheiros, 2011.

26

PRIEUR, Michel. Op. Cit, p. 18.

27 Idem. p. 16. 28 . Ibidem, 2013. p. 34. 29 Ibidem, p. 20.

(12)

Dessa forma, mediante o que foi exposto, percebe-se a necessidade da não permissão do retrocesso no âmbito ambiental, tendo em vista as dificuldades que vêm sendo enfrentadas com a crise ecológica frente à busca cada vez mais intensa por desenvolvimento econômico a qualquer custo, principalmente por países como, por exemplo, o Brasil, que estão em desenvolvimento. Sendo assim, é inegável a necessidade de uma segurança mais forte quanto às matérias ambientais, a fim de resguardar o meio ambiente e alcançar efetivamente a finalidade do Direito Ambiental. Quanto a isso tem-se

O que está em jogo aqui é a vontade de suprimir uma regra (constituição, lei ou decreto) ou de reduzir seus aportes em nome de interesses, claros ou dissimulados, tidos como superiores aos interesses ligados à proteção ambiental. A mudança da regra que conduz a uma regressão constitui um atentado direto à finalidade do texto inicial. O retrocesso em matéria ambiental não é imaginável. Não se pode considerar uma lei que, brutalmente, revogue normas antipoluição ou normas sobre a proteção da natureza; ou, ainda, que suprima, sem justificativa, áreas ambientalmente protegidas.30

Acerca das dificuldades encontradas para o afastamento do retrocesso no Direito Ambiental, o autor alude ainda que:

No atual momento, são várias as ameaças que podem ensejar o recuo do Direito Ambiental: a) ameaças políticas: a vontade demagógica de simplificar o direito leva à desregulamentação e, mesmo, à “deslegislação” em matéria ambiental, visto o número crescente de normas jurídicas ambientais, tanto no plano internacional quanto no plano nacional; b) ameaças econômicas: a crise econômica mundial favorece os discursos que reclamam menos obrigações jurídicas no âmbito do meio ambiente, sendo que, dentre eles, alguns consideram que essas obrigações seriam um freio ao desenvolvimento e à luta contra a pobreza; c) ameaças psicológicas: a amplitude das normas em matéria ambiental constitui um conjunto complexo, dificilmente acessível aos não especialistas, o que favorece o discurso em favor de uma redução das obrigações do Direito Ambiental.31

Diante das considerações elucidas, far-se-á a análise de alguns dos dispositivos aprovados na Lei nº 12.651/12, o então denominado Novo Código Florestal, a fim de demonstrar possíveis retrocessos em relação ao que já estava posto e o perigo para o paradigma de melhorias contínuas e reiteradas como finalidade do Direito Ambiental.

30

Ibidem. p. 18.

31

(13)

3.2. Dispositivos do Novo Código Florestal e os retrocessos

A proposta para revogação da Lei nº 4.771/65 foi apresentada em 1999 no plenário da Câmara dos Deputados pelo Deputado Sérgio Carvalho, membro da bancada ruralista, do PSDB-RO, com o projeto de lei n° 1876 que dispunha sobre temas como Áreas de Preservação Permanente (APP), Reserva Legal e Exploração Florestal. Tais propostas de mudanças forma clamadas mais fortemente pelo setor agropecuário que alegava restrição

excessiva para o desenvolvimento32. Sobre isso,

A crise envolvendo o setor agropecuário brasileiro e o ecológico passou a ser feita no âmbito político, porque a bancada ruralista (muito forte no nosso país) elegeu o antigo Código Florestal (Lei 4.771/1965) como o principal vilão e opressor do desenvolvimento do país no setor produtivo da terra. E desde então, tal segmento ruralista passou a trabalhar assiduamente no sentido de alterar a legislação, criando um novo Código Florestal em que as limitações e restrições fossem menores e, especialmente, que o uso produtivo da terra também fosse uma peça fundamental no desenvolvimento sustentável. Enfim, a intenção era mexer na estrutura da proteção ambiental, flexibilizando normas, trazendo benefícios para a agricultura e agricultores. 33

O projeto de lei referido foi por duas vezes arquivado, mas acabou por ser desarquivado e um grande movimento para alteração do Código de 1965 começou no Poder Legislativo em 2009, com a ressalva que não houve participação da sociedade civil. Foi então criada uma Comissão Especial para análise de projetos que objetivavam modificar o Código Florestal de 1965 e em 06 de julho de 2010 a referida comissão aprovou o substitutivo do projeto de lei em questão que foi apresentado pelo Deputado Aldo Rabelo do PCdoB-SP. As mudanças referidas estavam acerca das Áreas de Proteção Permanente e

Reserva Legal.34

As mudanças buscadas apresentam claramente um caráter de flexibilização do tratamento do meio ambiente, as quais buscava reduzir áreas de preservação permanente de 30 metros para 15, em rios de até 05 metros de

32

AROUCHE, Tiago Gomes. O Novo código Florestal e o Princípio da Proibição ao Retrocesso. São Luis: UNDB, 2013, 62 p. Monografia do curso de Direito, Unidade de Ensino Superior Dom Bosco, São Luis, 2013, p. 42,43.

33

RODRIGUES, apud AROUCHE, Thiago. Op. Cit., p. 43.

34

(14)

largura, de forma a retroceder em relação à legislação anterior. Dentre outras mudanças estavam também a redução de 50% de APP’s por leis estaduais e quanto a Reserva Legal, “apenas imóveis rurais com área superior a quatro

módulos fiscais estariam obrigados a possuir área de RL”.35

O referido projeto foi aprovado em maio de 2011, mas teve uma repercussão fortemente negativa e começou a ser alvo da opinião pública e da ação de ambientalistas. Dessa forma, o Senado buscou elaborar um texto mais equilibrado que alcançasse acordo entre ambientalistas e a bancada ruralista, sendo votado em dezembro de 2011. Algumas mudanças pontuais foram realizadas, mas ainda era clara a total subordinação da matéria ambiental em

relação aos interesses da bancada ruralista36. Petry menciona que

Pode-se dizer que a Bancada Ruralista também teve uma vitória no Senado, tanto que a principal líder ruralista, senadora Kátia Abreu (PSD/TO), elogiou o teor do relatório e, segundo reportagem da Agência do Senado, que com a aprovação acabou-se com a “ditadura ambiental” e que apenas meia dúzia de ambientalistas “xiitas” se opõe ao texto.37

E a bancada ruralista não satisfeita com o que ficou estabelecido no Senado, tem-se que

No retorno do projeto modificado para a Câmara, Paulo Piau (PMDB/MG), deputado da base do governo e membro da Frente Parlamentar da Agropecuária, incumbiu-se da elaboração de um texto que permitisse a volta de medidas predatórias ao novo Código Florestal, que tinham sido amenizadas no Senado. Este foi o projeto que seguiu para sanção da Presidenta e que recebeu alguns vetos pontuais.38

O projeto de lei foi então publicado em 25 de maio de 2012, com 12 vetos e 32 modificações, sendo que 14 destas recuperaram o texto emitido

35

Ibidem. p. 45.

36

VALENTE, Ivan. Novo Código Florestal Brasileiro: Meio Ambiente e biodiversidade brasileira

desprotegidos. Op. Cit., p. 12,13.

37

PETRY, Cassio Andre. Atuação da bancada ruralista nas votações dos projetos relacionados

ao Novo Código Florestal Brasileiro durante o Governo Dilma. Dissertação de Monografia 2013.

Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/67249/000872798.pdf?sequence=1>.

Acesso em: 30/03/2014. p. 35,36.

38

(15)

pelo Senado Federal e alguns artigos foram reformulados pela Medida

Provisória nº 571 de 25 de maio de 2012.39

Tem-se que apesar das modificações realizadas, o dito novo Código Florestal representa um retrocesso ambiental em vários aspectos em relação ao que já estava disposto em legislação anterior, ocasionando redução de áreas protegidas, regularizando infrações já cometidas contra o meio ambiente, sendo ainda sustentado o caráter mais econômico e de interesses de um grupo do que propriamente efetivar a finalidade do Direito Ambiental.

O caráter retrocessivo em relação à legislação anterior fica claro quando analisado o art. 4º, I, que dispõe que “as faixas marginais de qualquer

curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular”. A legislação anterior aduzia que seria a partir

do leito maior, sendo que agora abriu-se margem para a redução de áreas

protegidas às margens de cursos d’aguas.40

O art. 4º, III da Lei nº 12.651/12 define que “as áreas no entorno dos

reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento” serão de proteção permanente, enquanto que a legislação

anterior atribuía essa proteção às florestas e formas de vegetação nativa em

torno de todo tipo de reservatórios artificiais.41

A legislação anterior mencionava que topos de morros, montes, montanhas e serras eram áreas de preservação permanente, sendo que o Novo Código Florestal estabelece em seu art. 4º, IX que apenas terão essa proteção se apresentarem altura mínima de 100 metros e inclinação média maior que 25 °. O perigo de tal mudança é nítido, tendo em vista que essas áreas garantem a estabilidade das encostas e evitam deslizamentos. No que se refere ainda a APP’s, tem-se que o art. 61-A autoriza “a continuidade das

atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas

39

AROUCHE, Thiago. Op. Cit. p. 48.

40

Idem. p. 50.

41

(16)

consolidadas até 22 de julho de 2008. Minimizou-se, assim, a obrigatoriedade da recuperação de tais áreas”. 42

Sobre a Reserva Legal tem-se que o art. 12, §§4º e 5ºestabelece redução de 50% para recomposição se o município tiver mais 50% de áreas ocupadas por unidades de conservação ou terras indígenas. Sendo um retrocesso haja vista que as finalidades das proteções das unidades de conservação e RL se diferem, não fazendo sentido equipará-las e, além disso,

as terras são o próprio reconhecimento territorial indígena43. Ainda sobre a RL

tem-se os §§§ 6º, 7º e 8º do mesmo dispositivo já citado, que não exigem essa proteção para os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto, em áreas nas quais funcionem empreendimentos de geração de energia elétrica, subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica, em áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de implantação e ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias.

O dispositivo 15 do novo Código Florestal, que dispõe sobre a admissão no cômputo das APP’s no cálculo percentual da Reserva Legal do imóvel, sendo que na legislação anterior tal benefício era concedido apenas para propriedades localizadas na Amazônia Legal excedessem 80% na soma

da vegetação em APP e em RL.44

Por último, destaca-se também o art. 67 do novo Código Florestal brasileiro que dispõe que:

Nos imóveis rurais que detinham, em 22 de julho de 2008, área de até 4 (quatro) módulos fiscais e que possuam remanescente de vegetação nativa em percentuais inferiores ao previsto no art. 12, a Reserva Legal será constituída com a área ocupada com a vegetação nativa existente em 22 de julho de 2008, vedadas novas conversões para uso alternativo do solo.

Sendo assim, ficam desobrigados para recomposição das áreas de Reserva Legal aqueles que desmataram até a data estipulada. Tal apresenta grande abertura para burla, abrindo margem para a degradação ambiental. Ivan Valente cita que:

42

FERNANDES apud AROUCHE, Thiago. Op. Cit. p. 50.

43

CUREAU apud AROUCHE, Thiago. Op. Cit. p. 51.

44

(17)

A medida também abre uma brecha para que propriedades maiores sejam artificialmente divididas e, assim, fiquem desobrigadas de proteger a Reserva Legal. Na época de tramitação da nova lei, a simples aprovação do então relatório Aldo Rebelo na Comissão Especial do Código Florestal na Câmara já levou a uma corrida dos proprietários aos cartórios para alterar o tamanho legal de suas propriedades.45

A partir do que foi trabalhado, tem-se que vários dispositivos do vigente Código Florestal apresentam retrocessos e buscaram garantia muito mais do desenvolvimento econômico em detrimento da proteção ambiental, representando um grande perigo para o equilíbrio ecológico.

CONCLUSÃO

O paper desenvolvido teve como objetivo analisar o Novo Código Florestal em uma perspectiva voltada para o princípio da proibição do retrocesso, analisando as finalidades do Direito Ambiental e a possibilidade do seu alcance com a atual legislação, em meio a tantos problemas ambientais que vem chamando cada vez mais atenção da sociedade em geral.

Desde as primeiras legislações, mesmo que em linhas gerais, dá pra perceber que houve uma pequena preocupação em não retroceder, mas em avançar mesmo que sutilmente, apesar de tais avanços se encontrarem mais na perspectiva formal da legislação o que propriamente na efetivação.

O princípio da proibição do retrocesso é grande importância para a garantia das finalidades do Direito Ambiental, garantia do alcance de um equilíbrio ecológico a fim de efetivar o direito fundamental ambiental que serve como suporte para outros direitos fundamentais. A garantia do meio ambiente para as gerações futuras está diretamente ligada com o princípio da proibição do retrocesso.

Com a Lei nº 12.651/12 houve um retrocesso em relação à legislação anterior, ao Código Florestal revogado, se sustentando mais por interesses econômicos do que propriamente ambientais, afastando, então, o alcance de um desenvolvimento sustentável.

45

(18)

Deve-se estabelecer a consciência que é possível um desenvolvimento de forma que não degrade o meio ambiente, os pequenos passos dados em relação a seara ambiental devem ser mantidos e a partir do que está posto desenvolvidos para que fique cada vez mais próximo o alcance do desenvolvimento sustentável, tendo em vista que a cada ano os problemas ambientais aumentam drasticamente e se continuarem a ser tratados com irrelevância os efeitos podem ser irreversíveis.

Os efeitos negativos resultantes da degradação ambiental atingem todos os âmbitos da sociedade, de forma que o próprio desenvolvimento de país está associado a um meio ambiente equilibrado. O argumento sustentado pelos adeptos do retrocesso do Novo Código de que uma proteção rígida ao meio ambiente impossibilita o desenvolvimento não é sustentável, haja vista que se houver uma gradação cada vez maior e constante os recursos naturais irão desaparecer, e dessa forma sim, o desenvolvimento será impossibilitado, a própria vida humana estará ameaçada.

Dessa forma, conclui-se que boa parte dos dispositivos do Novo Código Florestal representa grande perigo para um sistema ecológico equilibrado e afastam cada vez mais o alcance de um desenvolvimento sustentável, violam assim, o princípio da proibição do retrocesso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS

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ao Retrocesso. São Luis: UNDB, 2013, 62 p. Monografia do curso de Direito,

Unidade de Ensino Superior Dom Bosco, São Luis, 2013.

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<http://www.ivanvalente.com.br/wp-content/uploads/2012/12/Caderno-novo-Codigo-Florestal-dez-2012.pdf>. Acesso em: 03/05/2014.

Vade Mecum Compacto/ obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a

colaboração de Luiz Robério Curia, Livia Céspedes e Juliana Nicolleti. 9ª ed. Atual. e ampl.- São Paulo: Saraiva, 2013.

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