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ASSUNTO: PROJECTO DE DESPACHO DE ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR (ASE) - ANO LECTIVO 2017/2018. PARECER

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ASSUNTO: PROJECTO DE DESPACHO DE ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR (ASE) - ANO LECTIVO 2017/2018.

PARECER

1. O Secretário de Estado das Autarquias Locais, a solicitação da Secretária de Estado Adjunta e da Educação,

remeteu à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), para pronúncia nos termos legais, o projecto de alteração do despacho de Acção Social Escolar (ASE) em vigor (registando-se uma rectificação posterior, constante do e-mail do dia 09/05/2017, que corrige a atribuição de auxílios económicos para os manuais escolares do 1.º ciclo do ensino básico (1CEB), atento o artigo 156.º da LOE2017 que prevê a distribuição gratuita dos manuais escolares a todos os alunos daquele nível de escolaridade).

2. O projecto de despacho apresenta, para vigorarem a partir do ano lectivo 2017/2018, alterações e aditamentos ao

normativo em vigor, o Despacho n.º 8425-A/2015, de 31 de Julho, que desde 2015 regula as condições de aplicação das medidas de acção social escolar, da responsabilidade do Ministério da Educação e dos Municípios, nas modalidades de apoio alimentar, alojamento, auxílios económicos e acesso a recursos pedagógicos, destinadas às crianças da educação pré-escolar e aos alunos dos ensinos básico e secundário que frequentam as escolas públicas e escolas particulares ou cooperativas em regime de contrato de associação.

3. Especificando, o projecto introduz alterações aos artigos 4.º, 8.º, 10.º, 12.º, 13.º, 14.º; adita dois novos preceitos --,

estes últimos relativos ao reforço da oferta das refeições escolares durante as interrupções escolares do Natal e da Páscoa e, também, ao apoio da acção social escolar às visitas de estudo --; e altera os anexos I, III, IV (que, anote-se, respeita ao Programa de Generalização do Fornecimento de Refeições Escolares aos Alunos do 1CEB, regulando o artigo 5.º do Despacho em causa) e V.

4. Posto isto, no que em concreto concerne a cada uma das alterações e aditamentos propostos, somos a expor, na

mesma ordem enunciada, as alterações preconizadas pelo Governo e os nossos comentários e sugestões:

a) Artigo 4.º - Refeitórios escolares

“ (…) 9 - O agrupamento de escolas ou escola não agrupada deverá promover junto dos alunos e famílias o

princípio do não desperdício das refeições marcadas e não consumidas pelos alunos.

10 - No âmbito das medidas pedagógicas de combate ao desperdício alimentar implementadas no Agrupamento de Escolas/Escola não agrupada, as refeições marcadas e não consumidas poderão ser doadas poderão ser doadas a instituições locais, com as quais sejam estabelecidas parcerias para o efeito”.

A ANMP defende e apoia os princípios de conduta que privilegiam uma cultura de combate ao desperdício, seja na vertente da constituição da bolsa de manuais escolares, seja da reconversão/diminuição de géneros alimentares excedentários.

Deverá, todavia, o preceito ser aperfeiçoado, no sentido de prever a penalização nos casos de refeição programada/marcada não consumida pelo aluno (sem justificação atendível), penalização de 0,50€ que consta do anexo I mas que carece de previsão no corpo do despacho.

Por último, conforme supra rasurado, deverá ser corrigido o lapso eliminando-se a expressão repetida (poderão ser

(2)

b) Artigo 8.º - Auxílios económicos

“3 - A atribuição de manuais escolares é sempre feita a título de empréstimo, sem prejuízo do previsto no

número 8. 4 — [...]. 5 — [...].

6 — No âmbito da sua autonomia as escolas podem dispor da verba destinada a manuais escolares e afectá-la à aquisição de outro material escoafectá-lar, quando não existam manuais adoptados, designadamente quando se trate de alunos que frequentem cursos especializados do ensino artístico, do ensino vocacional, de cursos profissionais ou outros que impliquem percursos alternativos, desde que o mesmo seja específico da área frequentada pelo aluno.

7 — [...]”.

Desde logo afigura-nos positivo os manuais escolares deixarem de considerados como “auxílios económicos”, passando a ser sempre feitos a título de empréstimo.

Sem prejuízo, deverão ser clarificados os recursos concretamente elegíveis. Esta questão é especialmente premente em duas vertentes. A primeira atenta na prática corrente, ao nível do 1CEB e não só, dos designados “livros de fichas”, que, pese embora o seu carácter não obrigatório, vem tornar a sua aquisição quase imprescindível, com os encargos daí decorrentes. A segunda prende-se em saber se inclui todos os manuais, por exemplo se no caso do 1CEB se inclui o de Inglês e de Educação Moral e Religiosa.

Por outro lado, principalmente ao nível do 1CEB, ainda com particular incidência no que se refere aos alunos dos 1.º e 2.º anos de escolaridade, a reutilização poderá ser difícil de implementar. De facto, a existência de exercícios práticos nos próprios manuais escolares, aliada à própria faixa etária destas crianças, poderá comprometer o estado de conservação dos livros. Neste sentido, deverão ser devidamente ponderados e equacionados os termos de eventuais medidas punitivas ou sancionatórias (a que se refere o n.º 4 do artigo 10.º).

c) Artigo 10.º - Devolução e distribuição dos manuais escolares

“4 – No caso de não restituição dos manuais escolares por parte do aluno, nos termos dos números anteriores, ou a sua devolução em estado de conservação que, por causa imputável ao aluno, impossibilite a sua reutilização, o professor deve comunicar imediatamente esse facto ao Director do agrupamento de escolas ou escola não agrupada, que deverá accionar os meios previstos na Lei n.º 51/2012, de 5 de Setembro (…)”.

A alteração preconizada substitui a sanção anteriormente prevista (“Impede a atribuição deste tipo de apoio no ano lectivo seguinte”), por uma remissão para “accionar os meios previstos na Lei n.º 51/2012, de 5 de Setembro”. Em causa uma remissão para o Estatuto do Aluno que, não obstante parecer curial, tem de ser concretizada e ponderar o expendido acima no que concerne às dificuldades de implementação, mormente nos 1.º e 2.º anos do 1CEB (a existência de exercícios práticos nos próprios manuais escolares e própria faixa etária destas crianças).

Mais se anota que o n.º 2 do artigo 156.º da LOE2017 refere que compete o membro do Governo responsável pela área da educação definir os procedimentos e condições de disponibilização gratuita, uso, devolução e reutilização dos manuais escolares…no sentido da eventualidade de ser definida uma penalização para a devolução em estado de conservação que impossibilite a reutilização.

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d) Artigo 12.º - Situações excepcionais

“(…) 7 - As crianças e jovens integrados no contingente de refugiados beneficiam também dos apoios previstos no presente Despacho, escalão A, sendo apenas necessário, para o devido efeito, a apresentação do respectivo pedido no Agrupamento de Escolas/Escolas não Agrupadas”.

Sem prejuízo da alteração proposta, que se apoia, mais se sugere melhor ponderação deste artigo, relativamente a outras situações excepcionais, de forma a atender e a compaginar os novos escalões de abono de família, introduzidos pelas LOE2017.

e) Artigo 13.º - Alunos com necessidades educativas especiais

“(…) 4 — Os alunos com plano individual de transição organizado nos termos do Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, na redacção que lhe foi dada pela Lei n.º 21/2008, de 12 de maio que carecem de se deslocar a instituições, para a concretização do mesmo, têm direito à comparticipação da totalidade do custo do título do transporte, ou o custo de outro meio de transporte, nos termos do disposto no artigo 11.º, sendo o custo da responsabilidade do Ministério da Educação. No transporte em causa devem ser utilizados os transportes regulares ou os transportes escolares ou outro meio de transporte conforme se considere mais adequado” (…).

O preâmbulo do projecto do Despacho refere que “define-se que é da competência do Ministério da Educação o financiamento da comparticipação no transporte de alunos que não possam utilizar a rede regular de transportes, garantindo-se, deste modo, o pleno direito à educação a todas as crianças e jovens”. Todavia, na prática, a alteração traduz-se em clarificar, o que já sucede no terreno, que é também da responsabilidade do ME o custo do transporte de alunos com plano individual de transição para “instituições” que seja feito através de outros meios de transporte. Sugere-se uma melhor concretização do preâmbulo por forma a não potenciar confusões interpretativas.

f) Artigo 6.º- A - Reforço da oferta das refeições escolares

“1 - Durante as interrupções escolares do Natal e da Páscoa, os estabelecimentos de educação e ensino públicos integrados no Programa dos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) mantêm em funcionamento os serviços de refeições escolares, com as mesmas condições de pagamento do restante ano lectivo, para os alunos beneficiários da acção social escolar”.

Apoiamos o proposto no n.º 1 do artigo 6.º A, mais defendendo que, por razões de efectiva equidade, esta prerrogativa seja estendida a todos os alunos com direito a apoios da ASE de todos os estabelecimentos de educação e ensino públicos, independentemente de estarem ou não integrados no programa TEIP.

Por outro lado, é preciso equacionar e garantir o financiamento desta nova competência relativamente aos Municípios, e não apenas no âmbito do Programa de Generalização de Refeições do 1CEB.

g) Artigo 15.º- A - Apoio da acção social escolar às visitas de estudo

“1 - No contexto da acção social escolar, são comparticipadas as visitas de estudo programadas no âmbito das actividades curriculares, aos estudantes que sejam beneficiários dos escalões 1 e 2 do abono de família, correspondentes aos escalões A e B da acção social escolar, respectivamente em 100 % e 50 % do valor total.

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2 - O processamento do pagamento, da responsabilidade da Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, é efectuado mediante envio de informação por parte dos estabelecimentos de ensino não superior, indicando os alunos participantes bem como o valor associado às visitas de estudo, até ao início de cada período lectivo subsequente.

3 - As comparticipações a que se refere o ponto 1 serão circunscritas ao território nacional até ao montante máximo fixado no anexo III”.

Sempre com vista a garantir a efectiva igualdade no acesso às oportunidades educativas, consideramos, à semelhança do que sucede com os restantes ciclos/níveis de ensino e da senda do apontado pelo artigo 158.º da LOE2017, que se deve também repor (deixou de estar prevista em 2015) esta comparticipação para os alunos do 1CEB, mas também com sujeição a limites máximos (para os restantes ciclos estão previstos 20,00€ e 10,00€, conforme integrados nos escalão A e B, respectivamente. Mais deverá ser clarificado se se trata de um limite anual ou por vista de estudo.

h) Anexo IV - Programa de Generalização do Fornecimento de Refeições Escolares aos Alunos do 1CEB

“(…) 3 - [...]. a) [...]. b) [...].

c) Comparticipação do Município — até € 0,52 (50 % do preço da refeição após dedução do valor do Preço a pagar pelos alunos);

d) Comparticipação do Ministério da Educação — até € 0,52 (50 % do preço da refeição após dedução do valor do Preço a pagar pelos alunos).

4 - Sempre que o custo real das refeições seja superior ao preço máximo, a comparticipação do Ministério da Educação e Ciência será calculada nos termos da alínea anterior, até ao limite de € 0,52 por aluno” (…).

Verifica-se que a proposta mantém o custo máximo da refeição em 2,50€, valor, repare-se, que não é actualizado desde o ano 2005, ano da criação do Programa (Despacho n.º 22251/2005, de 2 de Outubro) e que fica, amiúde, muito aquém do custo real médio das refeições escolares.

Por outro lado, porque o valor da comparticipação do Ministério da Educação (ME) corresponde a 50% da diferença entre o preço a pagar pelo aluno (1,46€) e o custo real da refeição (no máximo os tais 2,50€), a compartição do ME será, no máximo (se o seu custo for igual ou superior aos 2,50€), de 0,52€.

Sucede, porém, que na prática, os acordos de colaboração, ou contratos-programa, celebrados entre os Serviços Regionais do ME e os Municípios, continuam a prever 0,58€, valor que resultava da aplicação da fórmula em 2005 (aquando do Despacho n.º 22251/2005 em que o preço da refeição a pagar pelo aluno era de 1,34€). Registe-se, aliás, que este valor de 0,58€ consta ainda, expressamente, do Despacho ainda em vigor (cfr. a alínea d) do n.º 3 do anexo IV do Despacho n.º 8425-A/2015).

Retira-se do exposto que a redacção proposta iria implicar, na prática, uma efectiva e inaceitável redução do valor de compartição máxima do ME (de 0,58€ para 0,52€); pelo que é obrigatória e imprescindível a actualização do custo máximo de refeição elegível (hoje de 2,50€) -- até porque a sua não valorização traduzir-se-ia, como se explanou,

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5. Não é proposta qualquer alteração ao artigo 11.º do despacho em vigor, que respeita a “Normas para atribuição dos

auxílios económicos”, mas sugerimos a alteração do seu n.º 6, no sentido de referir-se expressamente aos Municípios, quando aplicável, garantindo-lhes, sem qualquer margem de incerteza, idêntica prerrogativa de desenvolver diligências que considerem adequadas ao apuramento da situação socioeconómica do agregado familiar do aluno em caso de dúvida sobre a situação sócio-económica dos agregados familiares, contribuindo directamente para uma aplicação mais justa do normativo.

6. Salvaguardado o comentado e sugerido, cuja consignação se requer -- realçando-se as questões relativas às

refeições escolares e respectivas comparticipações --, atendendo a que as alterações propostas não alteram em profundidade o despacho em vigor, antes consubstanciando uma evolução avaliada por positiva -- pois baseia-se no alargamento das áreas de apoio, na clarificação de procedimentos e no incentivo ao não desperdício e reutilização, que louvamos --, a Associação Nacional de Municípios Portugueses emite parecer favorável ao projecto de Despacho em apreciação.

Associação Nacional de Municípios Portugueses Coimbra, 23 de Maio de 2017

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