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Leandra Ulbricht (UTFPR) Adriana Maria Wan Stadnik (UTFPR)

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IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES DE

RISCO PRESENTES NA ORDENHA:

APLICAÇÃO NO ESTUDO DOS

DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES

RELACIONADOS AO TRABALHO DOS

ORDENHADORES NO PARANÁ

Leandra Ulbricht (UTFPR)

prof.leandra@gmail.com

Adriana Maria Wan Stadnik (UTFPR)

stadnik@utfpr.edu.br

Durante o trabalho dos trabalhadores rurais é comum a presença de queixas de dores músculo-esqueléticas, principalmente na atividade de ordenha onde elas são bastante freqüentes e por vezes, justificam a venda de animais nas pequenas propriiedades, pela impossibilidade do trabalho devido aos quadros dolorosos. Esta pesquisa foi realizada no estado do Paraná, onde foram entrevistados 1103 ordenhadores (erro amostral de 3% e 95% de confiabilidade) e teve como objetivo identificar os fatores de risco envolvidos nos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Como metodologia, utilizou-se a Análise Ergonômica do Trabalho para identificar os fatores de risco na atividade de ordenha e para determinar-se a prevalência e localização das partes anatômicas afetadas utilizou-se o Questionário Nórdico Padrão. Foram identificados diversos riscos no trabalho e o perfil destes ordenhadores demonstrou uma média de idade de 45 anos, demonstrando o potencial desta atividade em fixar o homem no campo. Verificou-se uma alta carga de trabalho semanal (média de 65 horas) o que explica-se por ser um trabalho que deve ser realizado todos os dias da semana (ou seja, sem folgas nos finais de semana ou feriados). Acompanhando o trabalho foi possível identificar a presença de uma série de inadequações no posto de trabalho que resultam na adoção de posturas constrangedoras pelos ordenhadores e a não adaptação dos equipamentos aos ordenhadores (principalmente quando do sexo feminino), além das sobrecargas músculo esqueléticas. Como principais resultados, evidenciou-se que a ordenha possui um alto risco de desenvolvimento dos DORT, uma vez que 83% dos ordenhadores apresentavam queixas dolorosas, com uma característica multifocal. Quanto ao sistema de produção verificou-se que a ordenha manual pode ser considerada um fator predisponente para a dor nos pulsos/mãos, enquanto a ordenha mecânica mostrou-se um fator predisponente para a dor na região lombar. Evidenciaram-se outros fatores de risco como a presença de significância estatística comprovando a relação entre a dor e o sexo feminino, bem como a dor São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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2 e o tempo na atividade e a idade dessas ordenhadoras. Com relação ao sexo masculino, esses fatores foram o tempo na atividade, a idade dos trabalhadores, o número de animais ordenhados e o tempo de ordenha (pois quanto maior o tempo de trabalho na atividade, maior o risco). Como considerações finais, a alta prevalência encontrada para as queixas de dores músculo esqueléticas criam um cenário preocupante pois as dores afetam os trabalhadores em sua fase mais produtiva e seus quadros possuem um difícil diagnóstico e

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3 1. Introdução:

Contrapondo-se a visão idílica da vida no campo, as informações disponíveis a respeito da atividade agrícola, a colocam como uma das três atividades de maior risco ocupacional (juntamente com a mineração e a construção civil), situação esta agravada pelo fato de ocupar grande parte da mão de obra total (59% nos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos) e utilizar pessoas que normalmente não estão envolvidas em outras ocupações perigosas (menores de 16 anos e maiores de 60) (ULBRICHT, 2003).

Enquanto nas atividades urbanas, existem uma série de órgãos fiscalizadores do trabalho, cujo objetivo é manter a sanidade do ambiente de trabalho, nas áreas agrícolas brasileiras este tipo de atuação ainda é rara e geralmente se detém a analisar o vínculo de trabalho e o trabalho escravo. Assim, apesar das taxas de mortalidade relacionadas ao trabalho, cujas atividades são reputadas como perigosas, terem apresentado decréscimo na última década, vêm aumentando na agropecuária (POPIJA e ULBRICHT, 2005).

Atualmente, um dos mais graves problemas de saúde no trabalho são os DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Os DORT podem causar incapacidade permanente (quando não tratada a tempo) e existe outro fator agravante: eles estão geralmente associados à ocupações urbanas. Contudo, estudos demonstram que os trabalhadores rurais possuem uma série de fatores de risco em seu trabalho para o desenvolvimento dos DORT (PATSIS e ULBRICHT, 2006; PINZKE, 1999).

Uma pesquisa realizada com ordenhadores do estado de Santa Catarina demonstrou um quadro extremamente preocupante, onde 85,16% dos ordenhadores apresentavam queixas de dor e desconforto devido aos DORT (ULBRICHT, 2003). Além disso, verificou-se que existem inadequações no posto de trabalho levando os ordenhadores a adotarem posturas constrangedoras para seu sistema músculo-esquelético, que não existe uma adaptação dos equipamentos aos ordenhadores e que existiam sobrecargas músculo-esqueléticas.

Em vista desse quadro, o aperfeiçoamento dos ordenhadores faz-se necessário para que seu agronegócio se aprimore, e acima de tudo, mantenha a qualidade de sua saúde, uma vez que existe a possibilidade de redesenharem tanto as suas tarefas quanto o seu conjunto de habilidades.

A escolha do público alvo deve-se ao fato do Paraná ser o quinto produtor de leite do Brasil, apesar de representar apenas 2,3% do território nacional (BRASIL, 2009). Sua estrutura agrária é formada predominantemente de pequenos e médios estabelecimentos com 87% das propriedades possuindo menos que 50 ha. Essa estrutura fundiária que possui implicações em termos da organização da produção com a mão de obra sendo fornecida pela própria família. Assim, é de primordial importância que surjam estudos sobre as atividades rurais, para que se possa melhorar a qualidade de vida do homem do campo, de forma a fixá-lo em sua atividade.

Como objetivo geral dessa pesquisa pretendeu-se anaIisar os fatores de risco dos DORT, entre os ordenhadores no Paraná. Para alcançá-lo foram utilizadas diversas ferramentas metodológicas como expostas a seguir resumidamente.

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Esta pesquisa de caráter exploratório descritivo adotou o Questionário Nórdico Padrão modificado por ULBRICHT (2003), para traçar um perfil das propriedades e ordenhadores do estado do Paraná, objetivando determinar os fatores de risco e a prevalência de queixas e/ou desconforto músculo esquelético, bem como as regiões anatômicas afetadas. Nesta etapa definiu-se uma amostra por cotas onde foram entrevistados 1103 ordenhadores de todas as regiões do estado (erro amostral de 3% e nível de confiança de 95%).

Paralelamente acompanhou-se o trabalho de ordenha em propriedades catarinenses utilizando-se a Análiutilizando-se Ergonômica do Trabalho, em uma subamostra conforme o sistema de produção adotado (manual ou mecânico), buscando-se identificar fatores de risco envolvidos com o desenvolvimento da atividade agrícola, a fim de elaborar-se recomendações que pudessem minimizá-los. Esta análise utilizou a observação armada (máquina fotográfica e filmadoras), para que se pudesse realizar a análise biomecânica dos movimentos realizados durante o trabalho da ordenha.

Foi realizada a estatística descritiva com medidas de posição (média, mediana e moda) para localizar a distribuição de freqüências sobre o eixo de variação e de dispersão (desvio padrão e amplitude) que indicam em quanto os dados se apresentam dispersos em torno da região central. Os dados foram analisados pelo SPSS (Statistical Package for Social Science), para a realização do tratamento estatístico onde utilizou-se a distribuição de freqüências, a definição dos quartis a serem utilizados na Análise Exploratória dos Dados, o teste de Associação Qui-Quadrado que permite testar a significância da associação entre duas variáveis qualitativas e por fim, o Coeficiente de Contingência para medir o grau de associação entre os parâmetros estudados (BARBETTA, 1999).

3. Fatores de risco identificados durante a Análise Ergonômica do Trabalho nas propriedades:

A agricultura Paranaense tem obtido resultados expressivos do ponto de vista econômico, sendo responsável em grande parte pelo equilíbrio comercial do estado. Um elemento importante para o alcance desses resultados, é a mecanização crescente do campo aliada à incorporação de novas tecnologias de produção agrícola. Contudo, os avanços tecnológicos aumentaram muito a produtividade agrícola, mas não diminuíram os problemas de saúde e segurança dos agricultores (POPIJA e ULBRICHT, 2005).

Nas propriedades visitadas, ao acompanhar-se o trabalho, pôde-se visualizar que os ordenhadores que utilizam a ordenhadeira mecânica encontram-se com queixas músculo-esqueléticas e em situações de risco, bem como os que trabalham de forma manual, apesar do equipamento tornar a atividade mais leve (do ponto de vista das sobrecargas de membros superiores). Contudo, o risco para as lesões na região lombar e membros inferiores, devido a adoção de posturas inadequadas no trabalho, chega a ser mais alto do que em algumas propriedades que ainda utiliza o sistema manual.

3.1. Organização do Trabalho:

Quanto a organização do Trabalho, nas propriedades visitadas o trabalho era realizado exclusivamente pelos membros da família, sendo que a maior parte do trabalho de ordenha foi realizada com bezerro ao pé. Também não existia hierarquia entre os trabalhadores (não há distinção entre administradores e executores das tarefas) ou divisão de tarefas/especialização do trabalho, como usualmente ocorre em qualquer profissão urbana. Todos os membros da família aprendem a realizar todas as tarefas (desde a infância, conforme foi observado, pois

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em várias propriedades os filhos menores de idade auxiliavam na execução do trabalho). Como o trabalho apresenta grande diversificação e a força-de-trabalho é reduzida, a polivalência é imprescindível para a realização de todas as subtarefas que compõem o trabalho de ordenha.

A atividade de ordenha é vista por muitos como somente a extração do leite , contudo esta atividade é composta por inúmeras subtarefas que elevam em muito a sobrecarga física visualizada no momento da extração do leite. Assim, pode-se descrever algumas destas subtarefas como:

a) garantir a alimentação dos animais em todos os períodos do ano (o que exige plantio e colheita de volumosos);

b) fazer a higiene do curral (juntando o esterco) e dos utensílios a serem utilizados (como por exemplo baldes, teteiras e mangueiras), limpando e pulverizando o ambiente com desinfetantes e proceder à ordenha;

c) recolher os animais no pasto e os levar para o tambo a fim de iniciar a ordenha (tanto os terneiros como as vacas a serem ordenhadas);

d) tranqüilizar o animal antes da ordenha distribuindo alimento (geralmente ração no coxo durante a ordenha e volumosos na mangueira onde os animais ficam presos);

e) imobilizar o animal, amarrando as patas traseiras e a cauda;

f) fazer a limpeza e leve massagem no úbere do animal, lavando-o e enxugando-o e friccionando as tetas, para estimular a saída do leite; ordenhar a vaca reproduzindo os movimentos de sucção do bezerro por meio de pressão com os dedos sobre as tetas do animal ou conectando a ordenhadeira mecânica;

g) pesar o leite e anotar a quantidade produzida por cada animal (em algumas propriedades esse controle não era realizado);

h) libertar o animal e colocar novos animais para ordenha;

i) filtrar o leite retirado, passando-o em dispositivos apropriados, colocados nos baldes, para eliminar as impurezas provenientes da ordenha e colocar o leite para resfriar;

j) limpar os equipamentos e instalações utilizados, lavando-os com substâncias desinfetantes, e secando-os, a fim de assegurar a higienização para outras ordenhas;

k) realizar a “lida” com o gado, se precisar, como descorna, vacinações, tratamentos, inseminação, entre outros procedimentos.

Como pode-se observar, essas subtarefas que compõem a atividade de ordenha são complexas e envolvem muitas atividades paralelas derivadas onde cada fase do trabalho tem as suas peculiaridades e seus riscos característicos, contudo com grande freqüência, visualiza-se exposição simultânea a múltiplos riscos, além dos DORT.

3.2. Delimitação de Espaço e Imprevisibilidade:

Com relação a delimitação de espaço de trabalho, não há na maioria das propriedades, distinção entre ambiente doméstico e ambiente laboral, já que os agricultores moram no local de trabalho, causando o fenômeno conhecido como domicialização do risco, que acaba por expor não só o trabalhador, mas também às famílias aos riscos ocupacionais. Assim, há possibilidade de exposição constante a alguns riscos como por exemplo, contato com animais peçonhentos (pela proximidade da moradia com o campo), ingestão acidental de produtos

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químicos (agrotóxicos e fertilizantes são guardados próximos da residência), acidentes com os animais, mesmo fora de horário de trabalho, em decorrência dessa justaposição de ambientes. A ordenha também conta com algumas atividades sazonais (como o plantio de alimentos para os animais) e por isso possui limitações de tempo para a realização dessas atividades. Por esse motivo, em certas épocas do ano, o trabalho se estende pelo tempo que for necessário para a conclusão dentro dos prazos. Algumas vezes, por condições climáticas desfavoráveis (um período chuvoso ou seco longo), o tempo disponível para a realização de alguma tarefa específica (plantio/colheita) pode ficar reduzido, exigindo largas jornadas (inclusive durante a noite). Assim, o conceito urbano de limite de carga horária de trabalho não foi visualizado nas visitas às propriedades rurais.

As condições climáticas não obedecem a um padrão previsível, pois as estações do ano permitem apenas uma estimativa grosseira do comportamento do clima, por isso são muito comuns variações bruscas e inesperadas das condições meteorológicas. Esta situação, pode causar prejuízos consideráveis e refletir diretamente no preço dos produtos comercializados e podem ser consideradas como um fator de risco para o desenvolvimento de doenças decorrentes de situações crônicas de estresse emocional.

3.3. Direitos Trabalhistas e Previdenciários

Como o trabalho é realizado pelos próprios donos das terras e não há mão-de-obra contratada, os agricultores estão descobertos de qualquer modalidade de seguro social (a menos que contribuam ao INSS como autônomos).

A carência de informações a esse respeito foi um fato bem evidente nas entrevistas realizadas, sendo um elemento adicional de insegurança para os agricultores. Como a maioria dos ordenhadores visitados não contribuem para a previdência, isso é particularmente preocupante, já que o trabalho agrícola apresenta altos índices de acidentes e freqüentemente há necessidade de afastamentos (algumas vezes prolongados), além de poder acarretar doenças relacionadas ao trabalho (período durante os quais, os trabalhadores teriam direitos a receber por exemplo o benenífio de auxílio doença).

Da mesma forma, os agricultores não usufruem de nenhum dos benefícios trabalhistas a que têm direitos os trabalhadores com contrato regido pela CLT ( férias, FGTS, 13° salário). Especificamente os ordenhadores, ainda possuem o agravante de não usufruir nem mesmo de descanso em finais de semana ou feriados, visto que os animais precisam ser ordenhados diariamente, 7 dias por semana, 365 dias no ano.

3.4. Questões quanto ao Gênero e Idade dos Trabalhadores:

Com relação ao gênero, em geral vê-se tanto homens quanto mulheres responsáveis pela atividade de ordenha e suas subtarefas. Desta maneira, dada a diferença de compleição física, o trabalho pode gerar diversos distúrbios osteomusculares.

Além disso, da mesma forma que as trabalhadoras urbanas, as trabalhadoras rurais também enfrentam dupla jornada de trabalho (trabalho de campo e trabalho doméstico), estando sujeitas às possíveis repercussões biopsíquicas da carga laboral excessiva.

Durante a realização das visitas, verificou-se desde ordenhadores na terceira idade trabalhando (o mais velho possuía 74 anos), como também a presença de crianças auxiliando no trabalho. As tarefas executadas pelas crianças apresentavam grande diversidade, mas sem sobrecargas pois normalmente “ajudavam” os pais. Contudo, os adolescentes (ordenhador mais jovem possuía 15 anos) já exerciam as atividades sozinhos e sujeitos a todas as

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sobrecargas de um adulto (apesar de seu sistema músculo esquelético ainda estar em desenvolvimento).

Importante salientar o estado de normalidade ao se visualizar a presença de crianças na realização do trabalho, uma vez que nas áreas rurais, esta é uma situação corriqueira entre os pares (ajudar no trabalho na propriedade), onde os colegas de escola e os filhos dos outros agricultores também fazem um trabalho semelhante em suas respectivas propriedades.

3.5. Mapeamento de Riscos:

Como a ordenha possui inúmeras subtarefas, os ordenhadores estão sujeitos a uma série de riscos, tanto de acidentes, como de doenças relacionadas ao trabalho.

Com relaçao ao risco de acidentes, visualiza-se que este está presente em praticamente todas

as funções exercidas pelos ordenhadores. Há muitas razões que explicam isso: os terrenos são muito irregulares, não há sinalização, os locais de armazenamento de maquinário/ implementos são desorganizados (predispondo a traumas diretos por quedas de objetos e refúgio para animais peçonhentos e roedores), os agricultores estão sujeitos às intempéries que formam lama aumentando a o risco de quedas, escorregões, atolamento, etc... Algumas propriedades possuíam cerca elétrica que é utilizada para evitar saídas do gado de seu local de confinamento, sem nenhuma identificação. Além disso, o próprio manejo com os animais também pode ser uma fonte de acidentes (quedas, coices, etc...).

Com relação aos riscos físicos, os agricultores estão expostos as radiações, frio ou calor

dependendo da época do ano e região do estado onde se localiza a propriedade, vibrações e ruído.

Considerando-se as radiações, somente durante a extração do leite os ordenhadores estão projegidos por um telhado. Durante o restante do dia a exposição a radiação solar é muito intensa, já que suas atividades são realizadas ao ar livre. A exposição constante é especialmente preocupante entre os ordenhadores visitados, pois a sua grande maioria possui origem étnica européia (que apresenta comprovadamente maior risco de desenvolvimento de neoplasias dermatológicas pela exposição ao sol). Além disso, os efeitos do fotoenvelhecimento são claramente perceptíveis na pele dos agricultores.

A exposição a vibração que pode ser observada, é predominantemente do tipo de corpo

inteiro, oriunda do uso de maquinário pesado (retroescavadeira e tratores -utilizados nas

várias subatividades da ordenha). Eventualmente, de acordo com as necessidades, ocorre o uso de moto-serra, furadeiras e a própria ordenhadeira mecânica (dando origem a vibração do tipo mão-braço).

As mesmas observações que foram feitas em relação à vibração podem ser estendidas à exposição ao ruído pois as fontes são as mesmas (ordenhadeira, tratores, escavadeiras, furadeiras, moto-serras) e, portanto, o tempo de exposição também é o mesmo. Nenhum dos trabalhadores usava protetores auriculares durante o período em que está operando os tratores ou a ordenhadeira (sendo que em determinados períodos do ano as atividades de plantio se estendem por mais de 12 horas diárias). Muitos agricultores visitados, já apresentavam uma deficiência na compreensão de determinadas palavras o que pode indicar alguma perda auditiva induzida por ruído.

Os riscos químicos evidenciados foram as poeiras, fertilizantes e agrotóxicos. Com relação as

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o plantio. Em função do vento, em qualquer operação realizada em contato direto com a terra é possível haver exposição a poeiras. É importante ressaltar que, na maioria das vezes, as poeiras geradas são uma mistura de componentes orgânicos e inorgânicos. Salienta-se que a limpeza do local de ordenha e confinamento do gado também é fonte de poeiras orgânicas derivadas do pêlo e dos dejetos oriundos dos animais.

Os fertilizantes são utilizados para o preparo do solo que será usado para o plantio de volumosos e de produtos para a ração como o milho. Em algumas propriedades os agrotóxicos são armazenados em um pequeno espaço no local em que ficam depositados algumas máquinas e implementos ou em um canto do tambo leiteiro próximos ao depósito de ração. A preparação dos agrotóxicos, segundo os relatos obtidos, é feita com o uso de luvas de borracha mas não existiram referências ao vestuário adequado (impermeável) e/ou máscaras protetoras. Durante as visitas não foi visualizada nenhuma aplicação (somente a presença dos produtos).

A presença dos riscos biológicos também ocorre, indo além dos acidentes com os animais

peçonhentos pois o contato com bovinos também pode proporcionar a ocorrência de zoonoses (tuberculose, brucelose, leptospirose e antraz). Além disso, o contato direto com a terra e com os animais (e, eventualmente, com acúmulo de águas que podem estar contaminadas) é um elemento que permite a contaminação pelo bacilo do tétano e leptospirose. Além disso, o uso de botas de borracha por longos períodos e o contato constante com matéria orgânica podem facilitar o desenvolvimento de dermatofitoses.

Os riscos ergonômicos, assim como os riscos de acidentes, também estão distribuídos

difusamente nas atividades de ordenha como posturas inadequadas, adoção de posturas estáticas e repetitivas, carregamento de peso, postos de trabalho dimensionados indequadamente, além da exposição a calor, ruído, má-iluminação, etc... Assim, existem três fatores de risco para o desenvolvimento de doenças músculos esqueléticas, o uso da força, a repetitividade e a adoção de posturas inadequadas.

Com relação a força, o carregamento de peso é uma atividade constante entre os ordenhadores, além das atividades que exijam a contenção dos animais (como marcação, vacinação, descorna, castração, etc...).

A adoção de posturas inadequadas são muito freqüentes na ordenha, principalmente a flexão de tronco por longos períodos (representando um esforço estático), com repercussões evidentes para a região lombar e membros inferiores. Um exemplo disso, pode ser visto nos dados qualitativos apresentados no quadro 1, obtidos de quatro ordenhadores (com o auxílio do programa Win-Owas de análise postural), sendo que três deles já apresentavam queixas de dores multifocais:

Tipo de Ordenha

Categoria de Risco Músculo Esquelético segundo o Win-owas por região Costas (Coluna Vertebral) Membros Inferiores Manual 44% do tempo curvado (categoria 2) – com dor

multifocal

27% do tempo curvado (categoria 2) – com dor multifocal

56% do tempo sentado em um banquinho 7% do tempo de cócoras (categoria 2) Mecânica 53% do tempo curvado (categoria 2)- com dor

multifocal

71% do tempo curvado (categoria 2)

38% do tempo de cócoras (categoria 3) 33% do tempo de cócoras (categoria 3) Quadro 1: análise biomecânica de quatro ordenhadores segundo o sistema de produção

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A repetitividade esteve presente principalmente na ordenha manual, mas também pôde ser observada durante a atividade com os volumosos, preparo de ração e colheita (onde a preensão e retirada dos vegetais do solo exige um movimento que engloba seqüencialmente desvio ulnar e flexão do punho, que se repete centenas de vezes durante a colheita).

4. Análise Descritiva e Exploratória dos dados

Como já descrito na metodologia, foram entrevistados 1103 ordenhadores paranaenses, cuja média de idade foi de 45 anos (onde o mais jovem possuía 15 anos e o mais velho 74 anos). A mediana foi de 44 anos (demonstrando uma distribuição aproximadamente simétrica desta amostra quanto à idade). Separando a amostra por sexo, foram entrevistados 72% (790) homens e 28% (313) mulheres. Destes 1103 ordenhadores, 83% (915) queixaram-se de dor ou desconforto músculo esquelético. Verificou-se também, que as mulheres foram as mais afetadas 90% (283) em comparação aos ordenhadores do sexo masculino 80% (632).

Ao testar a associação entre dor e sexo dos ordenhadores, confirmou-se estatisticamente através do Teste de Associação pelo Qui-quadrado (2

), que existe relação entre estas variáveis.

Com relação à distribuição quanto à idade, foram criadas 4 categorias utilizando a medida de ordenamento pelos percentis (onde cada um deles possui 25% da amostra) e esta informação foi cruzada com a informação da presença da dor ou não.

33% 22% 14% 12% 67% 78% 86% 88% 0% 20% 40% 60% 80% 100% de15 a 36 de 36 a 44 de 44 a 52 de 52 a 74 sem dor com dor

Figura 1: Comportamento da dor masculina com relação a idade.

Observa-se de acordo com a figura 1, que a medida que aumenta a idade entre os ordenhadores do sexo masculino, aumenta a freqüência da dor músculo esquelética até os 52 anos, sendo que após esta idade ocorre uma estabilização.

Existiu significância estatística entre a dor masculina e a idade; o número de vacas ordenhadas; tempo de ordenha e o tipo de ordenha.

19% 8% 9% 3% 81% 92% 91% 97% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% de 17 a 36 de 36 a 44 de 44 a 52 mais de 52 sem dor com dor

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Observa-se de acordo com a figura 2, que a medida que aumentava a idade entre as ordenhadoras, aumentava a freqüência da dor músculo esquelética. Também existiu significância estatística entre a dor feminina e a idade, contudo não existiu correlação estatística entre dor e o número de vacas ordenhadas e o tempo de ordenha.

Com relação a idade em que iniciaram a atividade, verificou-se que os ordenhadores começaram nesta ocupação com a idade média de 21 anos (mediana 16 anos), sendo que o mais novo iniciou com 5 anos e o mais velho apresentava a idade de 70 anos.

Identificou-se que 50,2% (397) dos ordenhadores do sexo masculino estão na atividade há menos de 17 anos e conforme a figura 3 quanto maior o tempo na atividade como ordenhador, maior a dor músculo esquelética, correlação esta confirmada estatisticamente.

29% 19% 21% 11% 71% 81% 79% 89% 0% 20% 40% 60% 80% 100% de 1 a 9 de 9 a 17 de 17 a 29 de 29 a 65 sem dor com dor

Figura 3: Comportamento da dor masculina com relação ao tempo na atividade.

Já entre os ordenhadores do sexo feminino, 55,27% (173), estavam na atividade há pelo menos 20 anos, um tempo um pouco maior que os do sexo masculino e ao se comprar o tempo na atividade com as queixas músculo-esqueléticas, verificou-se uma correlação positiva (conforme a figura 4), até o tempo de trabalho de 10 anos onde após os 20 anos de trabalho as queixas tendem a se estabilizar. Esta correlação também foi confirmada estatisticamente. 16,7% 7,7% 9,0% 5,1% 83,3% 92,3% 91,0% 92,4% 0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0% de 1 a 10 de 10 a 20 de 20 a 30 de 30 a 61 sem dor com dor

Figura 4: Comportamento da dor feminina com relação ao tempo na atividade.

Os trabalhadores pesquisados, tiveram sua carga de trabalho investigada e verificou-se que todas as atividades realizadas na propriedade, somadas, refletiam uma carga média de 65 horas semanais (mediana também de 65 horas), indicando uma carga de trabalho superior as 44hs semanais dos trabalhadores urbanos

Analisando o trabalho da ordenha, em sua subtarefa de extração de leite, identificou-se que a grande maioria (71%) dos ordenhadores realizavam sua atividade duas vezes ao dia, gastando em média somente com esta subtarefa 2 horas e 15 minutos (2 horas de mediana e moda), para ordenhar 14 animais em média (10 mediana, com amplitude entre 1 e 180 animais por vez). Sendo que a maioria dos homens (67%) gastava entre 60 a 120 minutos para realizar a ordenha, bem como a maior parte das mulheres (67%).

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Ao cruzar-se os dados referentes ao tempo gasto na ordenha com a presença de dor músculo esquelética, obtém-se um padrão positivo indicando que quanto mais demorada é esta atividade, maior o aparecimento da dor músculo esquelética entre os trabalhadores tanto do sexo masculino como do feminino. Contudo, estatisticamente essa associação não foi confirmada.

Com relação a distribuição quanto ao número de animais ordenhados, foram criadas 4 categorias (quartis) utilizando a medida de ordenamento pelos percentis (onde cada um deles possui 25% da amostra) e esta informação foi cruzada com a informação da presença da dor ou não. 20% 10% 16% 19% 80% 63% 84% 81% 0% 20% 40% 60% 80% 100% de 1 a 6 de 6 a 10 de 10 a 15 de 15 a 180 sem dor com dor

Figura 5: Relação entre o número de animais ordenhados e dor

Entre os entrevistados, 29% (321) ordenham menos de 7 animais; 28 % (313) ordenham de 7 a 10 vacas; 20% (219) de 11 a 15 vacas e 23% (250) ordenham mais de 15 vacas; não havendo relação (conforme a figura 5) entre a dor músculo esquelética e o número de animais ordenhados (no total ou entre os sexos).

Com relação ao sistema de ordenha, primeiramente comparou-se os sistemas de ordenha manual e mecânico, com relação as queixas de dores. Verificou-se que 83% (911) dos ordenhadores queixaram-se de dor ou desconforto. Ao analisar-se com relação ao sistema de produção, observa-se (figura 6) que a ordenha mecânica foi mais prejudicial onde 87 % (389) destes ordenhadores estavam afetados, contra 80% (522) dos que utilizam a ordenha manual. Esta associação foi confirmada estatisticamente.

20% 80% 13% 87% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

Sem dor Com dor

manual mecânica

Figura 6: Relação entre o sistema de ordenha e dor.

Posteriormente comparou-se os sistemas de ordenha manual, mecânico e mecânico em sala de ordenha, com relação a todos os tipos de dor. De acordo com a figura 7, comparando-se os três sistemas de produção, verifica-se que a ordenha mecânica mostrou ser a mais prejudicial, onde 88% dos ordenhadores que utilizaram este tipo de ordenha apresentaram queixas de dor e/ou desconforto. Contudo, esta associação estatística foi confirmada.

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12 12% 20% 21% 88% 80% 79% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

Mecanica Manual Mecanica em sala de

ondenha

Sem dor Com dor

Figura 7: Relação entre os três sistemas de ordenha e dor.

Além destas correlações apresentadas, descreve-se a seguir somente as correlações que foram estatisticamente confirmadas.

Identificou-se que 47% (514) dos ordenhadores queixaram-se de dor ou desconforto nos pulsos/mãos. Ao analisar-se com relação ao sistema de produção (figura 8), observa-se que a ordenha manual foi mais prejudicial onde 53% destes ordenhadores estavam afetados, contra 38% dos que utilizam a ordenha mecânica. Esta significância estatística foi confirmada.

47% 62% 53% 38% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% manual mecânica sem dor Com dor

Figura 8: Relação entre o sistema de ordenha e dor nos pulsos/mãos.

Verificou-se que 51% (562) dos ordenhadores queixaram-se de dor ou desconforto na região lombar (costas inferior). Ao analisar-se com relação ao sistema de produção, observa-se (figura 9) que a ordenha mecânica foi mais prejudicial com 59% destes ordenhadores afetados, contra 46% dos que utilizam a ordenha manual. Esta significância estatística foi confirmada. 54% 41% 46% 59% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Manual Mecanica sem dor Com dor

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13 5. Conclusões

A agricultura brasileira, em especial a do estado do Paraná, tem obtido bons resultados sob o ponto de vista econômico e um dos elementos responsáveis por este sucesso foi a gradativa e contínua introdução de novas tecnologias (em especial a mecanização) no trabalho. Contudo, apesar dos avanços tecnológicos terem um impacto positivo na produtividade agrícola, este não se refletiu nas condições de saúde e segurança dos trabalhadores rurais.

Este artigo procurou identificar fatores de risco presentes no trabalho de ordenhadores no estado do Paraná e elencou os mesmos quanto a organização do trabalho; delimitação do espaço e imprevisibilidade; direitos trabalhistas e previdenciários e questões relativas ao gênero e idade dos trabalhadores, mostrando a presença de múltiplos riscos que explicam o porquê da agricultura ser considerada uma das três atividades de maior risco ocupacional. Quanto ao clássico mapeamento de riscos, foram identificados riscos de acidentes, físicos (radiação, esposição ao frio e calor, vibrações e ruídos); riscos químicos (poeiras orgânicas e inorgânicas, agrotóxicos e fertilizantes); riscos biológicos (tuberculose, brucelose, tétano, leptospirose e antraz) e riscos ergonômicos (com relação ao uso de força, repetitidade e manutenção de posturas constrangedoras).

Com relação aos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), demostrou-se que os fatores de risco predemostrou-sentes nas atividades urbanas, também são encontrados nas áreas rurais, ao mesmo tempo em que se delineia um quadro preocupante acerca da alta prevalência (83%) de queixas de dores e/ou desconforto, com característica multifocal e que afetavam os trabalhadores na sua fase mais produtiva.

Dentre os principais fatores de risco encontrados, o início precoce na atividade de ordenha (muitas vezes durante a infância e adolêscencia) auxiliando os familiares, aliado a uma rotina estafante (carga média de trabalho de 65 horas semanais), sem folgas, acaba por aumentar o esforço músculo esquelético a que estes ttrabalhadores são submetidos.

O perfil destes ordenhadores demonstrou uma média de idade de 45 anos, demonstrando o potencial desta atividade em fixar o homem no campo. Ao se acompanhar o trabalho, verificou-se a presença de uma série de inadequações no posto de trabalho que resultam na adoção de posturas constrangedoras pelos ordenhadores e a não adaptação dos equipamentos aos ordenhadores (principalmente quando do sexo feminino), além das sobrecargas músculo esqueléticas em todos os segmentos corporais pesquisados, ou seja nos membros superiores, coluna vertebral e membros inferiores.

Como principais resultados, evidenciou-se que a ordenha possui um alto risco de desenvolvimento dos DORT, uma vez que 83% dos ordenhadores apresentavam queixas dolorosas. Quanto ao sistema de produção verificou-se que a ordenha manual pode ser considerada um fator predisponente para a dor nos pulsos/mãos, enquanto a ordenha mecânica mostrou-se um fator predisponente para a dor na região lombar.

Evidenciaram-se outros fatores de risco como a presença de significância estatística comprovando a relação entre a dor e o sexo feminino, bem como a dor e o tempo na atividade e a idade dessas ordenhadoras. Com relação ao sexo masculino, esses fatores foram o tempo na atividade, a idade dos trabalhadores, o número de animais ordenhados e o tempo de ordenha (pois quanto maior o tempo de trabalho na atividade, maior o risco).

Agradecimento: Fundação Araucária, Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) – PR e ao Governo do Estado do Paraná.

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14 Referências

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PATSIS, K. S., ULBRICHT, L. Desmistificando as LER/DORT In: XXI Jornada Paranaense de Saúde

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PINZKE, S. Towards the Good Work: Methods for Studying Working Postures to Prevent Musculoskeletal

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ULBRICHT, L. Fatores de Risco Associados à Incidência dos DORT entre Ordenhadores em Santa Catarina.

Florianópolis, 2003. Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC. Florianópolis, 2003.

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