• Nenhum resultado encontrado

TÉCNICA SIMPLIFICADA DE COLAGEM INDIRETA EM ORTODONTIA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "TÉCNICA SIMPLIFICADA DE COLAGEM INDIRETA EM ORTODONTIA"

Copied!
24
0
0

Texto

(1)

TÉCNICA SIMPLIFICADA

DE COLAGEM INDIRETA

EM ORTODONTIA

Moema de Lemos Santos Barreto Ives Lopes Cardoso

Dennyson Brito Holder da Silva

INTRODUÇÃO

A colagem de bráquetes eliminando a necessidade de bandas ortodônticas em todos os dentes tornou-se um procedimento rotineiramente utilizado na clínica ortodôntica desde a década de 1980.1 A base para a adesão de bráquetes ao esmalte tem sido o condiciona-mento do esmalte dentário com ácido fosfórico, como proposto por Buonocore em 1955.2 A colagem dos bráquetes ortodônticos pode ser realizada por meio da técnica direta, mais comumente utilizada, ou da indireta, menos utilizada, mas que ganha novos adeptos a cada ano.1

Na colagem direta, a posição do bráquete é determinada intraoralmente pelo ortodontista durante o procedimento de colagem. É escolhida a posição apropriada para o bráquete, sendo necessário levá-lo à posição desejada. Na colagem direta, há menos oportunidades para posicionar os bráquetes com precisão ou ajustes detalhados. Por outro lado, na cola-gem indireta, cujo procedimento envolve previamente a fase de laboratório, são possíveis ajustes precisos no procedimento de bráquetes.2

A precisão na colagem de aparelhos fixos pré-ajustados, em que a necessidade de se evitar erros de posicionamento de bráquetes é fundamental na expressão adequada da prescrição, faz da técnica de colagem indireta uma ferramenta de grande utilidade no dia a dia clínico do ortodontista.

(2)

Entre as vantagens da colagem indireta de bráquetes, estão:

§ oferecer melhor visualização no posicionamento de bráquetes, principalmente nos dentes posteriores, cujo acesso é limitado;

§ proporcionar melhor adesão pela redução da influência da respiração e, por conse-quência, menor contaminação por umidade;3

§ abrir a possibilidade de delegar algumas funções ao pessoal auxiliar;

§ reduzir o tempo clínico de montagem do aparelho, gerando menos desconforto ao paciente.4

A colagem indireta é realizada pelo posicionamento cuidadoso dos bráquetes nos modelos de gesso. Logo após, é necessária a confecção de uma moldeira para transferir esses brá-quetes previamente posicionados nos modelos para o arco dentário do paciente. A etapa prévia de laboratório permite uma localização mais precisa dos bráquetes pela visualização dos dentes por todas as perspectivas sem as limitações das bochechas e da saliva.

A falta de visibilidade adequada é um fator que torna a colagem indireta uma ne-cessidade para se posicionar com precisão todos os acessórios, principalmente os de aparelhos linguais.2

Algumas desvantagens citadas na literatura, especialmente as relacionadas ao custo opera-cional de materiais usados nos procedimentos laboratoriais, podem ser considerados fatores que tornam a colagem indireta de bráquetes ainda pouco utilizada na clínica. Cerca de 13% dos ortodontistas americanos utilizam esse método, embora sejam evidentes as vantagens na aplicação da técnica.1

Se a técnica de colagem indireta apresenta uma boa previsibilidade de resultados, faz-se necessário diminuir fatores que limitam a sua execução, bem como o tempo consumido na fase laboratorial e seu custo operacional, de maneira a permitir maior abrangência de apli-cação na clínica ortodôntica por meio da sistematização do método.

OBJETIVOS

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

§ reconhecer a técnica de colagem indireta simplificada como facilitadora da prática clínica diária do ortodontista;

§ identificar as etapas das fases laboratorial e clínica da técnica de colagem indireta simplificada.

(3)

ESQUEMA CONCEITUAL

Etapas de desenvolvimento da fase laboratorial

Técnica LS de colagem indireta simplificada

Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Etapa 5 Etapa 6 Etapa 7 Etapa 8 Etapa 9

Etapas de desenvolvimento da fase clínica Etapa 10 Etapa 11 Etapa 12 Etapa 13 Discussão Conclusão

(4)

TÉCNICA LS DE COLAGEM INDIRETA SIMPLIFICADA

A seguir, será apresentada a técnica desenvolvida pela autora Moema L. S. Barreto (LS), proposta no presente artigo, visando a obter melhores resultados na finalização ortodôntica, em duas fases: a fase de laboratório, compreendendo as etapas de 1 a 9, e a fase clínica, as etapas de 10 a 13. Na descrição da técnica, preferiu-se utilizar o termo “molde de trans-ferência” em vez de “moldeira de transtrans-ferência” pelo fato de a aplicação da cola quente com a pistola permitir de imediato a segmentação do molde em três partes, diferentemente dos materiais de silicone.

As fotos foram realizadas na atividade clínica da primeira autora, com o consentimento dos pacientes, para fins científicos, não podendo ser utilizadas para uso comercial.

ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA FASE LABORATORIAL

A seguir, serão descritas as etapas relativas à fase laboratorial da técnica LS de colagem indireta simplificada.

ETAPA 1

Inicia-se o procedimento com uma moldagem precisa da arcada dentária com alginato, sem exercer grande pressão do material de moldagem, a fim de evitar perfurações no algi-nato, na região correspondente à face incisal dos dentes. Em seguida, a moldagem deve ser lavada com água gessada, e, sobre o molde, deve ser borrifada solução de glutaraldeído a 2%, deixando-se o produto agir por 10 minutos para desinfecção (Figura 1).

Decorridos os 10 minutos para desinfecção com solução de glutaraldeído a 2%, lava-se abundantemente e seca-se o molde, realizando imediatamente o vazamento em gesso especial, tendo o cuidado para não haver formação de bolhas. O modelo recortado é então deixado em imersão por 10 minutos no mesmo tipo de solução usada para desinfecção da moldagem, em um recipiente plástico hermeticamente fechado, o que permite que a fase de laboratório seja executada sem o uso de luvas.5

(5)

ETAPA 2

No modelo seco obtido, são feitas as demarcações com lápis grafite referentes às linhas verticais ao longo do eixo dos dentes e ao centro da coroa clínica. Sugere-se a utilização da radiografia panorâmica a fim de verificar inclinações e angulações de coroas e raízes dentárias (Figuras 2A-B).

Figura 1 – Desinfecção da moldagem e do modelo

em solução de glutaraldeído a 2%.

Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

ETAPA 3

Antes da colagem dos bráquetes no modelo, pincela-se isolante (Figuras 3A-B) com a fina-lidade de facilitar a sua remoção, quando, em etapa posterior, o modelo for colocado em uma cuba com água junto com o molde de transferência envolvendo os bráquetes, como será descrito na etapa 8 da fase laboratorial.

Figura 2 – A e B) Demarcação da linha de referência da coroa dos dentes no modelo. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

(6)

ETAPA 4

A colagem dos bráquetes de pré-molares, caninos e incisivos no modelo com resina compos ta fotopolimerizável (Figuras 4A-C) é realizada pressionando-se com firmeza o bráquete contra a face vestibular do dente a fim de promover um escoamento uniforme por toda a base e melhor adaptação no contato bráquete-coroa. Removem-se os excessos de re-sina que extravasarem ao redor das bases dos bráquetes (Figura 4D). Em seguida, confere-se o posicionamento dos bráquetes (Figuras 4E-G) e finaliza-se a colagem no modelo de gesso. Figura 3 – A) Isolante. B) Aplicação de isolante no modelo.

Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

(7)

Figura 4 – A) Colocação de resina composta na base dos bráquetes. B-C) Colagem dos bráquetes de

pré-molares e incisivos com resina composta. D) Remoção dos excessos de resina. E-G) Conferência do posicio-namento dos bráquetes.

Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

A B

C D

E F

(8)

ETAPA 5

Polimeriza-se, por 5 segundos, cada face do bráquete metálico ou estético (central, incisal, cervical, mesial e distal – Figuras 5A-D). No momento de posicionar os bráquetes inferiores, se forem observadas eventuais interferências nos dentes superiores, poderá ser recomen-dado um levantamento de mordida.

Figura 5 – A-D) Polimerização, por 5 segundos, das faces dos bráquetes incisal, cervical, mesial e distal. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

ETAPA 6

Pincela-se toda a extensão dos bráquetes com gel lubrificante natural para evitar a adesão da cola quente aos bráquetes e facilitar sua remoção (molde de transferência) após a cola-gem dos bráquetes no modelo (Figuras 6A-C).

A B

(9)

ETAPA 7

Confecciona-se um molde de transferência por meio do uso de cola quente em bastão (Figuras 7A-B). A cola deve ser aplicada com o auxílio de uma pistola, sobre a incisal dos dentes anteriores e cúspides vestibulares dos dentes posteriores, a fim de confeccionar um guia (que permitirá um posicionamento preciso no molde de transferência quando utilizado na arcada dentária) e deixar a cola quente escorrer até cobrir toda a superfície dos brá-quetes. Devem-se evitar excessos de cola quente na região cervical da coroa, deixando-a livre da cola, o que facilita o processo de remoção (Figuras 7C-D). Durante a aplicação da cola quente, segmenta-se o molde de transferência em três partes: na região anterior (Figura 7E) e nas regiões posterior direita e esquerda (Figuras 7F-G).

Figura 6 – A) Gel Lubrificante, pincel e pistola de

cola quente. B-C) Aplicação de gel lubrificante.

Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

A B

(10)

Figura 7 – A-B) Confecção do molde de

transferên-cia com aplicação de cola quente. C-D) Confecção do molde de transferência com aplicação de cola quente evitando excesso de cola na cervical da coroa para facilitar a remoção do molde de transferência com os bráquetes. E) Segmentação na aplicação do molde de transferência na região anterior. F-G) Seg-mentação na aplicação do molde de transferência na região posterior direita e esquerda.

Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

A B

C D

E F

(11)

ETAPA 8

A imersão do modelo em uma cuba com água é realizada para hidratá-lo e facilitar a re-moção e a separação do molde de transferência do modelo (Figura 8A). Remove-se o molde com uma leve pressão de cervical para incisal/oclusal na área em que se encontram os brá-quetes, facilitando, assim, a remoção do conjunto. Uma fina camada de resina composta fotopolimerizada permanece colada à base do bráquete para proporcionar a adesão da resina composta na coroa do dente do paciente (nas etapas da fase clínica). Se necessário, faz-se acabamento ou recorte no molde de transferência (Figura 8B).

Figura 8 – A) Imersão do modelo para hidratá-lo e facilitar a remoção e a separação do molde de

transferên-cia do modelo. B) Acabamento no molde de transferêntransferên-cia, com a permanêntransferên-cia de uma fina camada de resina composta na base do bráquete.

Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

ETAPA 9

Lavam-se as superfícies da base dos bráquetes no molde de transferência que os envolve, com jato simultâneo de ar e água da seringa tríplice, no intuito de remover a camada de isolante que foi aplicada sobre o modelo de gesso (Figura 9A). Nesse momento, encerra-se a fase laboratorial (Figura 9B). A fase clínica pode ser realizada em dias distintos à realização da fase laboratorial.

(12)

1. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) considerando as técnicas de colagem direta e indireta de bráquetes.

( ) A posição do bráquete é determinada intraoralmente pelo ortodontista durante o procedimento de colagem indireta.

( ) Há menos oportunidades para posicionar os bráquetes com precisão ou ajustes detalhados na colagem direta.

( ) A colagem indireta, cujo procedimento envolve previamente a fase de laboratório, possibilita ajustes precisos no procedimento de bráquetes.

( ) A colagem direta oferece melhor visualização no posicionamento de bráquetes, principalmente nos dentes posteriores, cujo acesso é limitado.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) F – V – V – F.

B) V – F – V – F. C) V – F – F – V. D) F – V – F – V. Resposta no final do artigo

Figura 9 – A) Lavagem com ar e água e secagem. B) Moldes de transferência segmentados finalizam a fase

de laboratório.

Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

(13)

2. Enumere as etapas de desenvolvimento da fase laboratorial de colagem indireta de brá-quetes.

( ) Realização de demarcações com lápis grafite referentes às linhas verticais ao longo do eixo dos dentes e ao centro da coroa clínica.

( ) Colagem dos bráquetes de pré-molares, caninos e incisivos no modelo com resina composta fotopolimerizável, conferência do posicionamento dos bráquetes e finali-zação da colagem no modelo de gesso.

( ) Pincelamento de toda a extensão dos bráquetes com gel lubrificante natural. ( ) Lavagem das superfícies da base dos bráquetes no molde de transferência que os

envolve com jato simultâneo de ar e água da seringa tríplice.

( ) Moldagem precisa da arcada dentária com alginato e vazamento em gesso especial. ( ) Confecção de um molde de transferência com cola quente em bastão para obten-ção de um guia e segmentaobten-ção do molde de transferência nas regiões anterior, posterior direita e posterior esquerda.

( ) Polimerização de cada face do bráquete metálico ou estético (central, incisal, cervi-cal, mesial e distal) por 5 segundos.

( ) Pincelamento do modelo com isolante antes da colagem dos bráquetes.

( ) Imersão do modelo em uma cuba com água e manutenção de fina camada de re-sina composta fotopolimerizada colada à base do bráquete.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) 1 – 7 – 5 – 3 – 8 – 2 – 4 – 6 – 9.

B) 3 – 8 – 4 – 1 – 7 – 9 – 2 – 5 – 6. C) 2 – 4 – 6 – 9 – 1 – 7 – 5 – 3 – 8. D) 7 – 1 – 2 – 6 – 5 – 8 – 3 – 9 – 4. Resposta no final do artigo

3. Analise as afirmativas considerando a demarcação na coroa dos dentes. I – Permite escolher a posição correta para colocação do bráquete. II – Define o meio da coroa clínica.

III – Não proporciona vantagem significativa. Quais estão corretas?

A) Apenas a I. B) Apenas a II. C) Apenas a III. D) Apenas a I e a II. Resposta no final do artigo

(14)

4. Se o modelo não for isolado, o que pode ocorrer? A) Não há adesão da resina ao dente.

B) Não há adesão da cola quente ao bráquete. C) Há adesão da resina ao gesso.

D) Há adesão da cola quente ao dente. Resposta no final do artigo

5. Assinale a alternativa correta considerando a fase laboratorial de colagem indireta de bráquetes.

A) A colagem dos bráquetes no modelo com resina composta fotopolimerizável deve ser feita pressionando-se de leve o bráquete contra a face vestibular do dente, a fim de promover um escoamento uniforme por toda a base e melhor adaptação no contato bráquete-coroa.

B) No momento de posicionar os bráquetes superiores, se forem observadas eventuais interferências nos dentes inferiores, poderá ser recomendado um levantamento de mordida.

C) O gel lubrificante natural é empregado para auxiliar a adesão da cola quente aos bráquetes.

D) Excessos de cola quente na região cervical da coroa devem ser evitados, deixando-a livre da cola, a fim de facilitar o processo de remoção.

Resposta no final do artigo

6. Analise as afirmativas considerando a remoção do molde de transferência do modelo de gesso após hidratação.

I – A direção deve ser de incisal/oclusal para cervical. II – A direção deve ser de cervical para incisal/oclusal. III – A direção depende de cada caso específico. Quais estão corretas?

A) Apenas a I. B) Apenas a II. C) Apenas a III. D) Nenhuma. Resposta no final do artigo

(15)

ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA FASE CLÍNICA

A seguir, serão descritas as etapas relativas à fase clínica da técnica LS de colagem indireta simplificada.

ETAPA 10

Inicia-se a etapa clínica com a profilaxia prévia de forma semelhante ao procedimento re-alizado na colagem direta (Figura 10A). Realiza-se o condicionamento das superfícies dentárias por, aproximadamente, 20 segundos com ácido fosfórico a 37%, a lavagem com água e a secagem, obtendo superfície esbranquiçada e opaca (Figuras 10B-C).

ETAPA 11

Aplica-se adesivo no esmalte dentário, fotopolimerizando-a por 10 segundos (Figuras 11A-B). Em seguida, para que ocorra a adesão química, aplica-se o mesmo adesivo com pincel so bre a resina composta fotopolimerizada presente nas bases dos bráquetes do molde Figura 10 – A) Início da fase clínica: profilaxia na

arcada dentária. B-C) Condicionamento ácido do es-malte e, em seguida, lavagem e secagem.

Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

A B

(16)

ETAPA 12

O molde de transferência é inserido no arco dentário e encaixado com pressão digital nas superfícies oclusal e vestibular (Figura 12A). Após o posicionamento, efetua-se a polimeri-zação por 5 segundos por meio do molde de transferência nas regiões central, incisal, cervi-cal, mesial e distal dos bráquetes (Figuras 12B-E).

Figura 11 – A-B) Aplicação do adesivo no esmalte,

seguida de polimerização por 10 segundos. C) Apli-cação do adesivo sobre a resina composta presente na base dos bráquetes retidos nos moldes de trans-ferência.

Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

A B

(17)

ETAPA 13

O molde de transferência é removido cuidadosamente com a ponta do removedor de elastic (Figuras 13A-B). Após a finalização da colagem, o arco inicial de alinhamento e nivela-mento pode ser colocado de imediato (Figuras 13C-D).

Figura 12 – A) Inserção do molde de transferência e

posicionamento na arcada dentária. B-E) Polimeriza-ção da resina nas regiões central, incisal, cervical, mesial e distal.

Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

A B

C D

(18)

Em todo o processo de colagem indireta, utilizou-se como material de adesão ape-nas resina composta, na fase de laboratório, e o adesivo, na fase clínica, para liga-ção química, o que demonstra a simplicidade do processo (Figura 14).

Figura 13 – A-B) Remoção do molde de transferência com instrumento pontiagudo. C-D) Colagem finalizada

e colocação do arco.

Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 14 – Resina composta e adesivo. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

A B

(19)

DISCUSSÃO

A técnica LS, descrita neste artigo, por ser uma técnica de colagem indireta, tem similari-dades com as demais técnicas citadas na literatura utilizada. Entre as similarisimilari-dades, iden-tifica-se o uso de modelo de gesso com selante para colagem dos bráquetes. Também se identifica a utilização de resina do tipo fotopolimerizável e, ainda, o uso de vaselina líquida (lubrificante similar ao gel). Algumas técnicas também utilizam, para a transferência dos brá-quetes do modelo para a arcada dentária do paciente, a cola quente. Assim, possibilitam a remoção do molde de transferência sem exercer força excessiva sobre uma colagem recente. A técnica simplificada de colagem indireta foi desenvolvida pela autora Moema L. S. Barreto e está sendo objeto de pesquisa no Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Conforme demonstrado, algumas etapas da técnica LS permitem diferenciá-la das demais técnicas de colagem indireta. Ainda na fase laboratorial, na quarta etapa, o material uti-lizado para fixação direta do bráquete no modelo é resina composta fotopolimerizável, sem a necessidade de utilização de adesivos para posterior remoção e colocação da resina foto-polimerizável posteriormente. Com essa aplicação direta, é possível remover o excesso de re-sina que comumente escoa pelas laterais do bráquete, proporcionando uma colagem limpa. Na quinta etapa da fase laboratorial, a resina utilizada é aplicada no bráquete e no modelo de gesso e polimerizada diretamente por meio de luz de LED (do inglês “light emitting dio­ de”) intensa. A cola quente é, então, utilizada como molde de transferência seccionada, facilitando e simplificando etapas. Dessa forma, o método permite que, no processo de remoção do molde de transferência, a base do bráquete já se encontre pronta para colagem na arcada dentária do paciente.

Várias técnicas de colagem indireta provaram ser confiáveis na prática clínica, diferindo apenas:

§ no modo como os bráquetes são colados no modelo; § no tipo de moldeira de transferência usada;

§ em sua forma, seccionada ou completa. São observadas diferenças também:1

§ na utilização do selante, responsável pela adesão química;

§ no tipo de resina composta, fotopolimerizada ou quimicamente ativada;

§ na maneira como a moldeira de transferência é removida, sem exercer força excessiva sobre uma colagem recente.

(20)

O alto custo operacional relativo à fase laboratorial no preparo pré-colagem, com a utilização de silicone de adição para confecção de moldeira de transferência, associado ao tempo despendido para execução desse procedimento, tem tornado pouco difundida a técnica de colagem indireta entre os ortodontistas.6 A substi-tuição de silicone de adição pelo uso da cola quente na confecção do molde de transferência torna o procedimento de colagem indireta mais simples, com custo operacional acessível.7,8

O polímero de etileno vinil acetato presente na cola quente foi avaliado e aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) como não tóxico e não cancerígeno, além de não cau-sar irritação cutânea e não apresentar alteração dimensional, sendo seu emprego vantajoso como material de transferência.9,10

Outra vantagem associada à inserção direta da cola quente sobre os bráquetes é a transluci-dez do material, que permite a utilização de resinas fotopolimerizáveis para fixação de brá-quetes sem que haja impedimento da propagação de luz gerada pelo fotopolimerizador.4,6

7. Enumere as etapas de desenvolvimento da fase clínica de colagem indireta de bráquetes. ( ) Aplicação de adesivo no esmalte dentário e fotopolimerização por 10 segundos. ( ) Remoção cuidadosa do molde de transferência, finalização da colagem e colocação

imediata do arco inicial de alinhamento e nivelamento.

( ) Inserção do molde de transferência no arco dentário e encaixe com pressão digital nas superfícies oclusal e vestibular, seguidos de polimerização por 5 segundos por meio do molde de transferência nas regiões central, incisal, cervical, mesial e distal dos bráquetes.

( ) Condicionamento das superfícies dentárias por, aproximadamente, 20 segundos com ácido fosfórico a 37%, lavagem com água e secagem.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) 1 – 3 – 2 – 4.

B) 2 – 4 – 3 – 1. C) 3 – 1 – 4 – 2. D) 4 – 2 – 1 – 3. Resposta no final do artigo

(21)

8. Analise as afirmativas considerando a adesão na colagem indireta. I – A adesão é melhor quando a umidade é menor.

II – A adesão é melhor quando a união bráquete/coroa é melhor adaptada. III – A adesão é melhor quando não há excesso de resina.

Quais estão corretas? A) Apenas a I e a II. B) Apenas a I e a III. C) Apenas a II e a III. D) A I, a II e a III. Resposta no final do artigo

9. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) considerando a técnica LS de colagem indireta sim-plificada.

( ) Na quarta etapa da fase laboratorial, a fixação direta do bráquete no modelo é reali zada com resina composta fotopolimerizável, juntamen te com a utilização de adesivos para posterior remoção e colocação da resina foto polimerizá vel.

( ) Na quinta etapa da fase laboratorial, a resina utilizada é aplicada no bráquete e no modelo de gesso e polimerizada diretamente por meio de luz de LED intensa. ( ) O modo como os bráquetes são colados no modelo, o tipo de moldeira de

trans-ferên cia usada e a forma seccionada são algumas das diferenças entre as técnicas de colagem indireta empregadas na prática clínica.

( ) A inserção direta da cola quente sobre os bráquetes tem como vantagem a translu-cidez do material, que permite a utilização de resinas fotopolimerizáveis para fixa-ção de bráquetes sem impedir a propagafixa-ção de luz gerada pelo fotopolimerizador. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) F – V – V – V. B) V – F – V – V. C) V – V – F – V. D) V – V – V – F. Resposta no final do artigo

(22)

10. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna. A substituição de ____________ pelo uso da cola quente na confecção do molde de transferência torna o procedimento de colagem indireta mais simples, com custo operacional acessível. A) Resina composta quimicamente ativada.

B) Selante. C) Vaselina líquida. D) Silicone de adição. Resposta no final do artigo

CONCLUSÃO

Em relação às demais técnicas de colagem indireta simplificada, a técnica LS reduziu o tem-po, uma vez que minimiza etapas do processo, assim como custos, tendo em vista que utiliza materiais presentes no dia a dia da prática clínica em Ortodontia. Tais características fazem com que a referida técnica possa ser considerada simplificada e eficaz, tornando-se exequível e prática na utilização na clínica ortodôntica.

RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS

Atividade 1 Resposta: A

Comentário: A posição do bráquete é determinada intraoralmente pelo ortodontista duran-te o procedimento de colagem direta. A colagem indireta oferece melhor visualização no po-sicionamento de bráquetes, principalmente nos dentes posteriores, cujo acesso é limitado. Atividade 2

Resposta: C Atividade 3 Resposta: A

Comentário: A demarcação possibilita a escolha do posicionamento ideal do bráquete, de acordo com o planejamento ortodôntico.

Atividade 4 Resposta: C

(23)

Na remoção do bráquete, veio gesso aderido à tela dos bráquetes, os quais foram conside-rados como perdidos.

Atividade 5 Resposta: D

Comentário: A colagem dos bráquetes no modelo com resina composta fotopolimerizável deve ser feita pressionando-se com firmeza o bráquete contra a face vestibular do dente a fim de promover um escoamento uniforme por toda a base e melhor adaptação no contato bráquete-coroa. No momento de posicionar os bráquetes inferiores, se forem observadas eventuais interferências nos dentes superiores, poderá ser recomendado um levantamento de mordida. O gel lubrificante natural é empregado para evitar a adesão da cola quente aos bráquetes.

Atividade 6 Resposta: B

Comentário: É importante a remoção do molde de transferência do modelo de gesso da cervical para a incisal/oclusal. Nessa hora, sempre se insere a unha para ajudar a descolar o bráquete e ter o cuidado para ele não soltar do molde de transferência. Se isso ocorrer, deve-se recolocá-lo.

Atividade 7 Resposta: B Atividade 8 Resposta: D

Comentário: Sem dúvida, a adesão é melhor quando há menor umidade, ocorre boa adap-tação bráquete/coroa e qualquer excesso de resina é melhor removido.

Atividade 9 Resposta: A

Comentário: Na quarta etapa da fase laboratorial, a fixação direta do bráquete no modelo é realizada com resina composta, sem a necessidade de utilização de adesivos para posterior remoção e colocação da resina fotopolimerizável.

(24)

REFERÊNCIAS

1. Graber WL, Vanasrsdall RL, VIG KWL. Ortodontia princípios e técnicas atuais. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2013.

2. Proffit WR, Fields MW, Sarver DM, Ackerman JL. Ortodontia contemporânea. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2013.

3. Hickham JH. Predictable indirect bonding. J Clin Orthod. 1993 Apr;27(4):215-7.

4. Silva Junior HV, Gandini Junior LG, Gandini MREAS, Gottardo EM. Colagem indireta em ortodontia – descrição de um método simples e eficiente. Rev Clin Ortodon Dental Press. 2008 Agp-Set;7(4):17-8.

5. Romano FL, Pereira Neto JS, Magnani MBBA, Nouer DF, Siqueira VCV. Moldagem ortodôn-tica. R Clin Ortodon Dental Press. 2005 Fev-Mar;4(1):15-22.

6. Figueiredo JFB, Sakima MT, Ocenha Junior M, Sakima T. Uma técnica viável de colagem indireta de braquetes. Rev Cli Ortodon Dental Press. 2007 Dez/2008 Jan;6(6):32-6. 7. Colitti RW, Benedecti D. Colagem indireta de bráquetes ortodônticos. Ortodontia. 2001

Maio-Ago;34:67-71.

8. White LW. A new and improved indirect bonding technique. J Clin Orthod. 1999 Jan;33(1):17-23.

9. Mello CSL, Nouer PRA, Kuramae M. Avaliação da biocompatibilidade e precisão do cas-quete de transferência na técnica de colagem indireta. Rev Assoc Paul Ortop Facial. 2004 Abr-Jun;2(2):53-61.

10. Nouer DF, Nouer PRA, Garbui IU, Pecoraro C, Mello CSBL. Colagem indireta de braquetes: uma proposta simplificada. Rev Assoc Paul Ortop Facial. 2003 Jan-Mar;1(1):29-34.

Como citar este documento

Barreto MLS, Cardoso IL, Silva DBH. Técnica simplificada de colagem indireta em orto-dontia. In: Associação Brasileira de Odontologia; Pinto T, Garib DG, Janson G, Silva Filho OG, organizadores. PRO-ODONTO ORTODONTIA Programa de Atualização em Ortodontia: Ciclo 9. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2016. p. 161-84. (Sistema de Educação Con-tinuada a Distância, v. 3).

Referências

Documentos relacionados

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

As diferenças mais significativas de humidade do solo entre tratamentos manifestam-se no final do Inverno e início da Primavera em resultado do grau de

Essa revista é organizada pela Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE) e por isso foram selecionados trabalhos que tinham como objetivo tratar a

For simplicity of the analysis, in this primary approach, we have focused only on the case of a linear dependence on the kinetic term, i.e., µ = 1, in the disformal coupling

colicistoquinina (aumenta o esvaziamento da vesícula biliar para o duodeno); enterogastrona (inibe secreção e a motilidade gástrica); viliquinina (aumenta os movimentos das

parado por dois agentes de trânsito, Jonas e Maurício. O policial apresentou os documentos solicitados pelos agentes, mas se recusou a realizar o teste do bafômetro. Depois

ALVORADA BOLA DE OURO HERVALENSE 7 DE SETEMBRO - IPU TOTAL CLASSIF... FLORESTA JOAÇABENSE SETE DE

A pesquisa bibliométrica foi realizada a partir do levantamento de publicações acadêmicas utilizando as palavras-chave “Competência digital" e