Declaração de Conflitos de Interesse
ç
Nada a Declarar
AVANÇOS LABORATORIAIS NO DIAGNÓSTICO
AVANÇOS LABORATORIAIS NO DIAGNÓSTICO
DO PACIENTE COM RESISTÊNCIA À INSULINA
José Gilberto Henriques Vieira Fleury Medicina e Saúde 41o CBPC/ML, Salvador, 07/09/2007AGENDA
AGENDA
• Por que medir resistência à insulina
• Importância da condição de resistência à insulina:
definições de Síndrome Metabólico
• Correlações entre os vários marcadores de
• Correlações entre os vários marcadores de
Síndrome Metabólico
• Diagnóstico laboratorial de resistência insulínicaDiagnóstico laboratorial de resistência insulínica
– Metodologias disponíveis – Limitações
ANORMALIDADES METABÓLICAS E RESISTÊNCIA À
INSULINA
INSULINA
• Reaven em 1988 relacionou resistência à insulina com risco cardiovascular em não diabéticos • Hiperinsulinemia/resistência à insulina correlaciona‐ se com: se com: – tolerância à glicose limítrofe e evolução para DM2; – Hiperlipidemia pós‐prandial, aumento de triglicérides, diminuição de HDL; diminuição de HDL; – Aumento de ácido úrico; – Retenção de sódio, hipertensão; – Elevação da freqüência cardíaca em repouso; – Ovários policísticos;RELAÇÃO ENTRE RESPOSTA INSULÍNICA E MORTALIDADE POR DOENÇA CARDIOVASCULAR
SEGUIMENTO DE 22 ANOS ESTUDO DOS POLICIAIS DE HELSINKI P l M l SEGUIMENTO DE 22 ANOS: ESTUDO DOS POLICIAIS DE HELSINKI, Pyorala M et al.
Diabetes Care 23:1097‐1102, 2000 10 0 12.5 s -a n o 5 0 7.5 10.0 e /1000 p esso a s 0.0 2.5 5.0 m o rt a lid a d e 0.0 1 2 3 4 5 quintis da AUC de insulina
POTENCIAL EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA INSULÍNICA ATÉ O DIABETES TIPO 2
SINALIZAÇÃO INSULÍNICA: INDUÇÃO DE AÇÕES
METABÓLICAS E MITOGÊNICAS
METABÓLICAS E MITOGÊNICAS
DIAGNÓSTICO DE RESISTÊNCIA À INSULINA
DIAGNÓSTICO DE RESISTÊNCIA À INSULINA
• É necessário defini‐la bioquimicamente?q • “Gold Standard”: “clamp” euglicêmico. Limitações: custoso, complexo; • Medidas alternativas: – Dados Clínicos P fil li ídi – Perfil lipídico – Dosagem de insulina – Índices baseados em glicemia e insulinemia de jejumg j j • HOMA‐IR • QUICKI– Curva glicêmica com dosagem de insulina – Curva glicêmica com dosagem de insulina – kITT
CRITÉRIOS PARA A DEFINIÇÃO DE SÍNDROME METABÓLICA SEGUNDO A IDF
Alberti KGMM et al. The metabolic syndrome – a new worldwide definition. Lancet 366:1059-62, 2005
Outras definições para os limites de circunferência abdominal:
1. NCEP-ATP: >102 cm para homens e >88 cm para mulheres
2. Barbosa PJB et al. Arq Bras Cardiol 2006; 87:366-373: >88 cm para homens e >84 cm para mulheres (1439 adultos Salvador, base: curva ROC para DM e SM)
INDICADORES DE RISCO METABÓLICO:
SOBREPOSIÇÃO ENTRE O QUARTIL SUPERIOR DA CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL (W), RESISTÊNCIA À INSULINA (IR) E RESPOSTA À INSULINA (HI) NUMA COORTE DE 1308
INDIVÍDUOS INDIVÍDUOS
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EVOLUÇÃO DOS ENSAIOS PARA A MEDIDA DE
INSULINA SÉRICA
INSULINA SÉRICA
• Primeiro radioimunoensaio descrito (Yalow and ( Berson, JCI 1960) • RIEs utilizavam anticorpos policlonais produzidos em ( b ) d l íd animais (cobaias) imunizados com insulina extraída de pâncreas de animais (bovina, porcina)• Ensaios imunométricos: anticorpos monoclonais
• Ensaios imunométricos: anticorpos monoclonais
contra insulina humana recombinante
• Especificidade pode ser “moldada” pela escolha dos p p p monoclonais
MEDIDA DE INSULINA SÉRICA: PROBLEMAS DE
PADRONIZAÇÃO
PADRONIZAÇÃO
•
Diversos fragmentos de proinsulina em
Diversos fragmentos de proinsulina em
circulação;
•
Diferentes ensaios empregam anticorpos com
Diferentes ensaios empregam anticorpos com
diferentes especificidades contra insulina;
•
RIE com anticorpos policlonais não é mais
RIE com anticorpos policlonais não é mais
aceitável;
•
Necessidade de conhecimento do grau de
Necessidade de conhecimento do grau de
especificidade do ensaio empregado.
ESQUEMA DO METABOLISMO DA PROINSULINA
SQU MA O M TA O ISMO A PROINSU INA
65 NH2 COOH 1 30 1 21 PROINSULINA PROINSULINAARG32/GLU33 SPLIT ARG65/GLY66 SPLIT
PEPTÍDEO C
DES-ARG31/ARG32 DES-LYS64/ARG65
A B
ESTRUTURA TERCIÁRIA DA MOLÉCULA DE
INSULINA
REATIVIDADE CRUZADA EM DIFERENTES
ENSAIOS PARA INSULINA SÉRICA
ENSAIOS PARA INSULINA SÉRICA
• Vieira JGH et al. Desenvolvimento de um RIE heterólogo para a dosagem de insulina humana
no soro Rev Bras Patol Clin 1980; 16:108 114 no soro. Rev Bras Patol Clin 1980; 16:108‐114 – Proinsulina 100% – Arg32/Glu33‐split 90% – Arg65/Gly66‐split 193% – Des‐Arg31/Arg32 340%Des‐Arg31/Arg32 340% – Des‐Lys64/Arg65 170% – Peptídeo C < 0,1% • Vieira JGH et al. Comparison of the determination of insulin by a monoclonal antibody‐based
immunofluorometric assay and by radioimmunoassay. Braz J Med Biol Res 1995; 28:537‐543. immunofluorometric assay and by radioimmunoassay. Braz J Med Biol Res 1995; 28:537 543. – Proinsulina <0,1% – Arg32/Glu33‐split <0,1% – Arg65/Gly66‐split 100% – Des‐Arg31/Arg32 <0,1%g / g , – Des‐Lys64/Arg65 100% – Peptídeo C <0,1%
COMPARAÇÃO ENTRE VALORES DE INSULINA OBTIDOS COM METODOLOGIAS DIFERENTES
COM METODOLOGIAS DIFERENTES Vieira JG et al. Braz J Med Biol Res 28:537‐543, 1995 300 350 400 200 250 300 a m U I/L 100 150 200 n= 300 r= 0,80 In s u lin a 0 50 100 0,80
ESTUDO DA ESPECIFICIDADE DO ENSAIO DE INSULINA PERKIN‐
ELMER EM RELACÃO A INSULINAS MODIFICADASM R M R ACÃO A INSU INAS MO IFICA AS
Vieira JG et al. Arq Bras Endocrinol Metab 51:504‐5, 2007
1000000 10000000
100000 1000000
Insulina Humana Regular Humalog p s 1000 10000 g NovoRapid Lantus c p 1 10 100 1000 100 1000 U/L
EXEMPLO DE FALSA RESISTÊNCIA À INSULINA: SÍNDROME DE HIRATA EM PACIENTES ADULTO COM HIPOGLICEMIA, GLICEMIA , DE JEJUM DE 85 mg/dL E INSULINA DE 98 mUI/L Paiva ES et al. Pancreas 32:431‐2, 2006 500 600 neutral pH 75 100 pH 2.8 buffer /L 200 300 400 neutral pH pH 2.8 V0 In s u li n m U I/ L 25 50 in s u li n m U I/ 5 10 15 20 25 0 100 tube 0 5 10 15 20 25 0 25 t b tube tube Cromatografia em coluna de Superdex Peptide Cromatografia em coluna de Proteina G sepharose
ESPECIFICIDADE DOS ENSAIOS PARA
Í
Ó
PEPTÍDEO C E PRÓ‐INSULINA
•
Peptídeo C:
Peptídeo C:
– IFMA PerkinElmer: pró‐insulina: 51%, 32‐33 split: 35% des 64‐65 split: 92% 35%, des 64 65 split: 92%•
Pró‐insulina:
Dalbosco et al Braz J Med Biol Res 29:193 199
– Dalbosco et al. Braz J Med Biol Res 29:193‐199,
1996: 100% com split 65‐66, des 64‐65, 0% com insulina, peptídeo C e pró‐insulina split 32‐33 e insulina, peptídeo C e pró insulina split 32 33 e des 31‐32
DESENHO DE ENSAIOS ESPECÍFICOS
65 NH2 COOH 1 30 1 21 PROINSULINA Anticorpos comuns e específicos contra Epitopos únicos PEPTÍDEO C INSULINA PEPTÍDEO C A B INSULINADIAGNÓSTICO DE RESISTÊNCIA À INSULINA COM
BASE NA MEDIDA DE INSULINA
BASE NA MEDIDA DE INSULINA
•
Insulinemia em jejum
•
Insulinemia em jejum
•
Índices:
– HOMA‐IR (homeostasis model assessment of insulin resistance)(insulina mUI/L x glicemia l/L/22 5) mmol/L/22,5) – QUICKI (quantitative insulin sensitive checkindex)(1/log insulina mUI/L + log glicemia mg/dL) index)(1/log insulina mUI/L + log glicemia mg/dL)
O ÍNDICE HOMA
(
i
d l
)
(Homeostatic model assessment)
• Tem como base o trabalho de Matthews DR et al. Diabetologia 28:412‐9, 1985; • Base em dados experimentais obtidos em humanos e animais; animais; • Aproximação matemática simples da solução não linear original: – HOMA1‐IR = Insulina plasmática em jejum (mUI/L) X glicemia plasmática em jejum (mmol/L)/22.5 • Glicemia mg/dL x 0,0555 = mmol/Lg/ , / • Modelo atualizado não linear: HOMA2 – Levy J et al Diabetes Care 21: 2191‐2, 1998AVALIAÇÃO DO HOMA‐IR EM POPULAÇÕES BRASILEIRAS
BRASILEIRAS
Hauache OM, et al. Endocrine 21:137‐8, 2003
5 6 7 3 4 5 HOM A -I R 1 2 215 62 44 0 não obesos DM2 obesos n=215 n=62 n=44
HOMA Calculator disponível no sítio:
d
k
VALIDADE DAS MEDIDAS DE RESISTÊNCIA
À
À INSULINA
• Stern SE et al. Diabetes 54: 333‐339, 2005:Stern SE et al. Diabetes 54: 333 339, 2005:
– HOMA‐IR acima de 4,6 sensibilidade de 71,4% e especificidade de 92,0% baseado em curva ROC desenvolvida com clamp • Hauache OM, et al. Endocrine 21:137‐138, 2003: l ã i – Correlação entre HOMA‐IR e QUICKI superior a ‐0,95 em normais, obesos e diabéticos tipo 2
– Correlação entre QUICKI e insulinemia de jejum superior aCorrelação entre QUICKI e insulinemia de jejum superior a ‐0,93
DEFINIÇÃO DE VALORES NORMAIS DE
HOMA‐IR
Guiringhello MT et al. Distribution of HOMA-IR in brazilian subjects with different g j body mass indexes. Arq Bras Endocrinol Metab 50:573-574, 2006
CORRELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE INSULINA BASAL E IMC EM INDIVÍDUOS NÃO DIABÉTICOS
IMC EM INDIVÍDUOS NÃO DIABÉTICOS
Reis AF et al. 1st International Congress on “Prediabetes and the Metabolic Syndrome, Berlin, 2005
50 55 60 65 n= 1891 r= 0,535 30 35 40 45 50 u lin a U /L 5 10 15 20 25 In s 20 30 40 50 60 0 5 IMC
LIMITES DE SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE NO
DIAGNÓSTICO DE RESISTÊNCIA À INSULINA
DIAGNÓSTICO DE RESISTÊNCIA À INSULINA
Stern SE et al. Diabetes 54:333‐9, 2005M d l
ili
d
d d
lí i
•
Modelo utilizando somente dados clínicos
– Sensibilidade 78,7%, especificidade 79,6%•
Modelo utilizando dados clínicos e perfil
lipídico
– Sensibilidade 81,3%, especificidade 76,3%•
Modelo utilizando dados clínicos e o HOMA‐
ode o ut
a do dados c
cos e o O
IR:
LIMITES PARA O DIAGNÓSTICO DE
Ê
À
RESISTÊNCIA À INSULINA
•
Stern SE et al Diabetes 54:333‐9 2005
Stern SE et al. Diabetes 54:333 9, 2005
•
HOMA‐IR >4,65
ou
•
BMI >28,9 kg/m2
ou
HOMA‐IR >3 60 e BMI>27 5
HOMA IR >3,60 e BMI>27,5
ESTUDO DA CORRELAÇÃO ENTRE INSULINEMIA BASAL E HOMA EM UM GRUPO DE INDIVÍDUOS ADULTOS NÃO DIABÉTICOS 10 7 8 9 n= 78r= 0,959 P<0,0001 5 6 7 O MA -I R 2 3 4 H O 0 10 20 30 40 0 1
CORRELAÇÃO ENTRE GLICEMIA E INSULINEMIA DE JEJUM EM INDIVÍDUOS ADULTOS NÃO DIABÉTICOS COM IMC NORMAL 95 100 85 90 o se m g /d L 75 80 g lic o n=110 r= 0,3405 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 70
McLaughlin T et al McLaughlin T et al. Use of metabolic markers to identify y overweight individuals who are insulin resistant. Ann Intern Med 2003; 139:802 809 139:802‐809
RESUMO E CONCLUSÕES
• Existe alta correlação entre o síndrome e resistência insulínica
• O síndrome metabólico é uma condição cada vez maisO síndrome metabólico é uma condição cada vez mais prevalente; • Sua alta correlação com diabetes, hipertensão, e risco cardiovascular indica a necessidade de reconhecimento, , monitoração e tentativa de reversão; • O diagnóstico de resistência insulínica é bem definido e pode ser feito de diferentes maneiras, com diferentes p , níveis de especificidade e sensibilidade, muitas vezes complementares; • O laboratório clínico tem um papel fundamental no diagnóstico e seguimento de pacientes com resistência insulínica e Síndrome Metabólica jose.vieira@fleury.com.br