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AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE LOMBALGIA EM UMA EQUIPE DE ENFERMAGEM E AS CONDIÇÕES ERGONÔMICAS DE SEU TRABALHO

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AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE LOMBALGIA EM UMA EQUIPE DE ENFERMAGEM E AS CONDIÇÕES ERGONÔMICAS

DE SEU TRABALHO Márcio Alves Marçal, PhD

Faculdade de Ciências da Saúde / Universidade FUMEC Email: marcalma@uol.com.br

Marcela de Oliveira Fantauzzi Acadêmica do curso de Fisioterapia

Faculdade de Ciências da Saúde / Universidade FUMEC

Resumo

Introdução: A lombalgia geralmente afeta indivíduos em um período produtivo de trabalho, resultando em alto custo para empresas e para a sociedade (SHEKELLE et al.; 1995). Objetivo: O objetivo deste trabalho é avaliar a prevalência de lombalgia em uma equipe de enfermagem e procurar identificar os riscos ergonômicos que podem favorecer o surgimento desta patologia. Metodologia: Para o alcance do nosso objetivo foi aplicado o Questionário Nórdico Padrão. Dados Gerais e ergonômicos foram avaliados em questionários e filmagem. Resultados e Discussão: Um total de 80 auxiliares e técnicos de enfermagem. Foi observada a prevalência de lombalgia em 66,9% dos enfermeiros no ultimo ano e 39% relatam que esta dor persiste nos últimos sete dias. Dos fatores de risco ergonômico os que apresentaram diferença significativa (p<0,05) quando relacionados com lombalgia foram: espaço do posto de enfermagem, postura ortostática prolongada, transferências de paciente da maca para o leito, manuseio de paciente no leito, troca de roupa de cama com o paciente no leito, dar banho no paciente, cobrança da chefia e longa jornada de trabalho. Conclusão: Conforme os dados apresentados neste estudo observam-se uma eminente ocorrência de sintomas músculo-esquelético em inúmeras regiões corporais, atingindo essencialmente a região da coluna lombar, coluna torácica, coluna cervical, joelhos, ombros, tornozelos re pés.

Palavras-chave:lombalgia, saúde do trabalhador, enfermagem, ergonomia. 1. Introdução

A lombalgia geralmente afeta indivíduos em um período produtivo de trabalho, resultando em alto custo para empresas e para a sociedade (SHEKELLE et al.; 1995). Sua etiologia está na maioria das vezes associada à diversos fatores de risco, como o trabalho repetitivo, quedas, posturas mantidas por longos períodos seja ortostatísmo ou assentada, trabalhos que submetam o corpo à vibração (COUTO, 1995), movimentos de agachamento, torção de tronco, e tarefas que envolvem levantamento e manuseio de cargas, principalmente quando estas cargas ultrapassam a força do trabalhador. Além da ocupação, são considerados fatores de risco, a idade (LIIRA et al.; 1996), o sexo (HURWITZ & MORGENSTERN, 1997), o peso e a estatura (HILDEBRANDT, 1987), a raça (SHEKELLE et al.; 1995), a educação (KOPEC et al.; 1996) e a atividade física (HILDEBRANDT, 1987). Assim verifica-se maior ocorrência com o aumento da idade, acometendo mais mulheres que homens (LAU et al.; 1992), aumento do peso e IMC e em indivíduos que exercem ocupação de alto gasto energético (COUTO, 1995).

Acometimentos da coluna vertebral tem representado em muitos países uma das principais causas de morbidade da população. Nos americanos foram verificados que 78% dos

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indivíduos, pelo menos uma vez apresentaram dor nas costas (HURWITZ & MORGENSTERN, 1997). Estudos mostram que cerca de 60 a 80% da população sofrerá algum dia com dores na coluna vertebral, apresentando geralmente sintomas de curta duração porém com recorrência em 30 a 60% dos casos quando relacionada ao trabalho (COUTO, 1995). O trabalhador afastado por lombalgia gera para as empresas uma redução no número de trabalhadores e das horas trabalhadas devido à ausências por tempos consideráveis o que implica em perda da produtividade e da qualidade do serviço, como conseqüência necessitará realizar novas contratações ou pagar horas extras aos demais funcionários, representando assim elevado aumento dos custos da produção. Já para o Estado as despesas são responsabilidade do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e decorrem do pagamento de benefícios previdenciários que constam de benefício ao acidentado ou seus dependentes e despesas de tratamento de reabilitação. No Brasil cerca de 200 mil reais são gastos por mês para o pagamento de benefícios decorrente de acidentes de trabalho ou patologias ocupacionais, já nos Estados Unidos estes gastos correspondem à aproximadamente 16 bilhões de dólares por ano (CECIN et al.; 1991). Dados do Brasil mostram que de cinco mil processos judiciais das varas de acidentes do trabalho da comarca de São Paulo, 56,7% dos afastamentos ocorreram devido à dor nas costas, com média de 58,3 dias perdidos de trabalho por ano (FINOCHIARO et al.; 1978).

A dor lombar tende a acometer indivíduos que atuam em profissões exaustivas, por exemplo, motoristas de ônibus, trabalhadores de depósito de construção (MAGEE, 2002), enfermeiros (PHEASANT & STUBS, 1992), em geral trabalhadores que permanecem assentados por muito tempo ou aqueles que não possuem intervalo para assentar durante todo o dia de trabalho. Estudos mostraram que dor nas costas foi o quinto problema mais referido entre os trabalhadores metalúrgicos de Osasco, São Paulo (CANDEIAS et al.; 1998). Já no Rio de Janeiro 55% dos digitadores avaliados em um estudo relataram dores freqüente nas costas e 21% dores ocasionais. Na construção civil foi observado que os pesos erguidos durante uma obra de edificação são acima do limite proposto na equação de Niosh para o levantamento manual de cargas (GOMES, 1994).

As condições de trabalho e os riscos ocupacionais podem ser analisados através de diferentes abordagens, dentre elas a ergonômica. O ambiente hospitalar representa uma série de riscos decorrentes de fatores físicos, químicos, psicossociais e ergonômicos, que podem ser prejudiciais à saúde dos profissionais da área, atuando de forma direta ou indiretamente em seu trabalho. A dor intensa que se manifesta nos vasos de lombalgia, é um dos sintomas mais comuns nos trabalhadores envolvidos no cuidado de pacientes em hospitais, sendo que quase a metade deles relatam que a dor costuma levar à interrupção da sua atividade no trabalho, com alguma freqüência (45%, às vezes, e 3% sempre). Além disso, em 57% dos casos a dor levou a modificações nas rotinas de trabalho, lazer ou limitações da vida diária, como realização de cuidados pessoais e dirigir automóveis.

2. Objetivo

O objetivo deste trabalho é avaliar a prevalência de lombalgia em uma equipe de enfermagem e procurar identificar os riscos ergonômicos que podem favorecer o surgimento desta patologia.

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3. Metodologia

O presente estudo foi realizado em um hospital da rede de saúde de Belo Horizonte. Este hospital é uma instituição filantrópica que presta assistência geral a nível ambulatorial e de internação, com 90% dos atendimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Após esclarecermos o objetivo do estudo e obtida à permissão, realizamos uma entrevista com os profissionais do serviço de enfermagem para compreendermos o trabalho realizado pelas diferentes equipes de enfermagem.

3.1. Questionário Nórdico

Este questionário foi aplicado com o objetivo de avaliar a prevalência de dor/desconforto em nove diferentes regiões corporais. O instrumento consiste em escolhas múltiplas ou binárias quanto à ocorrência de dor/desconforto nas diversas regiões anatômicas nas quais são mais comuns. O respondente deve relatar a ocorrência dos sintomas considerando os 12 meses e os sete dias precedentes à entrevista, bem como relatar a ocorrência de afastamento das atividades rotineiras no último ano.

3.2. Entrevista estruturada

Esta entrevista foi montada co o objetivo de coletar informações pessoais e ocupacionais dos profissionais. Questões relativas a dados pessoais (nome, idade), antropométricos (peso e altura), prática de atividade física, informações profissionais (tempo de atuação na área, carga horária diária de serviço, média de pacientes atendimentos por dia), satisfação com o trabalho, relacionamento com outros profissionais, calçados utilizados durante o trabalho, ambiente de trabalho (altura das macas, auxílio nas transferências), intervalo para descanso, presença de dor lombar ou outras queixas de dor (uso de medicação, como realiza as transferências, afastamento do trabalho), tempo de permanência na postura de pé e assentado.

3.3. Analise dos Dados

Primeiramente será feita uma analise descritiva dos dados. Para testar a homogeneidade das proporções das queixas de lombalgia e outras queixas musculoesqueléticas com as variáveis sociodemográficas, de saúde e de condições ergonômicas foi utilizado o teste Qui-Quadrado e teste exato de Fisher. O nível de significância adotado para todos os testes foi de 0,05.

4. Resultados e Discussão 4.1. Característica da amostra

Um total de 80 auxiliares e técnicos de enfermagem, bem como enfermeiros participaram do estudo, sendo 65% do sexo feminino e 35% do sexo masculino, com idade entre 24 e 54 anos. Os profissionais do sexo feminino possuem estatura entre 1,58m e 1,73m com média de altura

de 1,66m (DP=0,04) e índice de massa corporal (IMC) com média de 26,3 Kg/m2 (DP=5,8).

Os profissionais do sexo masculino possuem estatura entre 1,62m e 1,95m com média de

altura 1,8m (DP=0,11) e IMC com média de 23,2 Kg/m2(DP=3,8). O único fator de risco

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índice de massa corpora (p=0,021), significando que pessoas mais obesas apresentam maior probabilidade de queixarem de lombalgia. Foi observado que a média dos profissionais do sexo feminino apresentam sobrepeso e a média do sexo masculino esta no nível considerado normal mas 30% deles apresentam sobrepeso ou algum grau de obesidade.

4.2. Prevalência de lombalgia

Foi observada a prevalência de lombalgia em 69,6% dos enfermeiros no ultimo ano e 39% relatam que esta dor persiste nos últimos sete dias. A limitação para realizar as atividades de trabalho também foi relatada por 43,5% dos enfermeiros no ultimo ano devido a lombalgia. É importante ressaltar que as queixas dos trabalhadores não foram apenas de lombalgia, outras prevalências de queixas musculoesqueléticas foram observadas. De acordo com a Tabela 1, os resultados encontrados neste estudo demonstram que os profissionais da equipe de enfermagem relatam elevada ocorrência de sintomas na região da coluna torácica, coluna cervical, joelho, e com um menor índice de dor no tornozelo.

Tabela 1; Prevalência de Sintomas Músculoesqueléticos anual, semanal e incapacidade funcional nos últimos 12 meses.

Estudos mostram que a prevalência de dor é na região da coluna lombar, e isto se deve a fatores de risco como peso, posição estática, esforço físico leve ou pesado, revelando dessa forma a importância desse problema e a preocupação que devemos ter com os profissionais da enfermagem (GUIMARÃES E ALMEIDA, 2004, VITTA, 1996). De acordo com um estudo realizado em uma equipe de enfermagem que prestam atendimentos domiciliares, na Holanda, apresentou maior incidência de queixas osteomusculares, em contrapartida outro estudo obteve maior incidência na equipe de enfermagem do sexo feminino de um hospital, na Suécia. Em relação às regiões mais citadas como causadoras dos sintomas músculo-esqueléticos nos últimos 12 meses, a prevalência foi da região da coluna lombar, seguido de ombros, joelhos e região cervical (JOSEPHSON, LAGERSTROM & HAGBERG, 1997, ENGELS et al.; 1994). Em um estudo foi confirmado dados similares com prevalência de sintomas na região lombar, nos ombros, na região cervical e nos joelhos (LAGERSTROM et al, 1995). Em uma pesquisa similar, verificou a prevalência de distúrbios osteomusculares em regiões corporais como a coluna lombar, ombros, coluna cervical e joelhos (GURGUEIRA, 2003). Os resultados obtidos no presente estudo demonstram que os profissionais de enfermagem, apresentam prevalências similares de distúrbios osteomusculares, quando

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comparados a países desenvolvidos. As regiões corporais mais afetadas assemelham-se com a coluna lombar, ombros, coluna cervical e joelhos.

Dos fatores de risco ergonômico os que apresentaram diferença significativa (p<0,05) quando relacionados com lombalgia foram: espaço do posto de enfermagem, postura ortostática prolongada, transferências de paciente da maca para o leito, manuseio de paciente no leito, troca de roupa de cama com o paciente no leito, dar banho no paciente, cobrança da chefia e longa jornada de trabalho. Os procedimentos relacionados com a movimentação e transferência de pacientes (citadas como: ajustar o paciente na cama, transferir o paciente da cama para outra maca (com ou sem auxilio do traçado), transferência da cama para a cadeira de rodas e vice-versa, dar banho de leito), sendo que outros relatam que as dores no joelho podem estar relacionadas com a manipulação de materiais e medicamentos hospitalares, que chegam para eles embalados em caixas, devendo os mesmos serem organizados em armários e prateleiras, bem como associado às longas distâncias percorridas nos corredores do hospital, além de subir e descer escadas a fim de conseguir medicamentos e inspecionar outros leitos. Em nosso estudo os profissionais relataram utilizar tênis ou sapato ortopédico em sua jornada de trabalho, e quando questionados sobre o tempo (%) de permanência na postura de pé ou assentado, responderam que em 81,4% de sua jornada de trabalhado permanecem na postura de pé, quando comparadas a postura assentada. Outro dado importante refere-se ao índice de afastamento do trabalho decorrentes de quadros álgicos e que em nosso estudo ficou em torno de 39,1% dos indivíduos, e destes pode-se verificar que a média dos dias afastados foi de 11,7 dias (DP=10,9) com 77,7% causados por dor lombar. Uma percentagem de 94,4 dos indivíduos relataram fazer uso de medicação como analgésicos para quadros álgicos no intuito de evitar um possível afastamento do trabalho.

Estudos corroboram a essência da participação da manipulação de pacientes em lesões na coluna vertebral em profissionais de enfermagem (GOLDMAN et al.; 2000, RETSAS et al.; 2000). As atividades citadas anteriormente foram relatadas por outros autores, que complementam mencionando que aparentemente nenhuma das técnicas atuais de transferência oferece proteção satisfatória para equipe da enfermagem, e que isso pode justificar a elevada incidência de alterações nas costas entre esses profissionais (GURGUEIRA, 2003).

Pesquisas investigam possíveis causas de distúrbios osteomusculares em profissionais da área da saúde, levando em consideração os variados locais de queixas corporais envolvidos (LAGERSTROM et al, 1995, JOHANSSON, 1995). Os dados obtidos ainda geram impugnação de argumentos, mas confirmam a idéia de que os fatores ocupacionais na enfermagem são diferentes, dependendo do local corporal afetado. Um estudo feito com enfermeiras demonstrou que a dor na região da coluna lombar foi ocasionado conforme a manipulação de pacientes e manutenção de postura em flexão. As queixas nos ombros e região cervical foram provocadas pela manutenção de posturas estáticas por tempo prolongado ao prestar assistência aos pacientes, e também na preparação de medicamentos, sendo que o empurrar ou arrastar camas proporcionaram dores nos ombros e braços

(SAHRMANN, 2006). Um estudo realizado avaliando as ocorrências de

cervicodorsolombalgias nas enfermeiras relata que os efeitos nocivos das longas jornadas de trabalho, podem levar a um esforço excessivo, que poderá agravar lesões na coluna vertebral (ALEXANDRE et al.; 1995).

O trabalho de enfermagem pode ser extremamente desgastante, uma vez que, existem exigências relativas à prática de horários rígidos e ao trabalho por turnos. Este último é uma prática freqüente e necessária em várias organizações, principalmente em instituições hospitalares. Todos os indivíduos que participaram de nosso estudo possuíam 12 horas de carga horária de trabalho, sendo 36 horas relativas à folga, com 1 hora de intervalo referente ao almoço para o profissional que esteja trabalhando no horário diurno e 3 horas para aqueles

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que estiverem no horário noturno. Este tipo de horário de trabalho afeta consideravelmente os profissionais da área de saúde se considerar as influências tanto biológicas como emocionais, devido às alterações dos ritmos circadianos, do ciclo sono-vigília e do sistema termorregulador. ENGELS et al.; (1994) observaram que enfermeiros que trabalham em horários diurno possuem maior satisfação com o trabalho em comparação aos dos turnos noturnos. Neste estudo a maioria dos profissionais de enfermagem estão satisfeito com o trabalho e possuem um bom relacionamento com outros profissionais. As relações entre colegas podem ser fontes de stress para o trabalhador e altamente nocivas para a saúde mental dos mesmos que freqüentemente passam por situações difíceis no ambiente hospitalar. Os profissionais da área de saúde devem saber conviver entre si no intuito de trazer o melhor bem estar e cuidados para os pacientes. Este relacionamento deve pautado pela compreensão, tolerância e espírito de auto-ajuda (BOTHA et al.; 1998).

Na analogia dos fatores de risco no tempo de serviço na enfermagem, obtiveram-se resultados que serão necessários estudos mais vastos. É possível alegar algumas hipóteses para o fato de empregados com tempo de serviço inferior ostentar ocorrência superior de dor nos joelhos e região lombar. A fase de adaptação dos funcionários seria outro tema existente, para justificar a tais mecanismos. Não se pode desprezar que muitos funcionários manifestam algum sintoma em alguma região do corpo e isso pode também estar interferindo em dados parciais. Os dados encontrados podem legitimar a precisão de buscas científicas, considerando as diferentes queixas nas áreas corporais. Não se pode esquecer a importância dos fatores psicossociais ocupacionais relacionados com a presença de distúrbios osteomusculares na área

de saúde, que não foram considerados na pesquisa (HILDEBRANT, 1987).

5. Conclusão

Conforme os dados apresentados neste estudo observam-se uma eminente ocorrência de sintomas músculo-esquelético em inúmeras regiões corporais, atingindo essencialmente a região da coluna lombar, coluna torácica, coluna cervical, joelhos, ombros, tornozelos re pés. A lombalgia persiste como um fator primordial de absenteísmo e busca por auxílio médico. Os comportamentos associados com a satisfação do trabalho, condução e transferências de pacientes, na execução de atividades no posto de trabalho, manipulação de medicamentos, movimentação e outros são apreciados como essenciais causadores de dor na região lombar, designando que as atividades de zelo aos pacientes podem ser fator de risco para o pessoal de enfermagem.

A classe de enfermagem estudada no presente estudo apresentou-se com variação do peso, altura e sexo entre os trabalhadores, sugerindo a necessidade da utilização de equipamentos e mobiliários de alturas ajustáveis, a fim de evitar esforços desnecessários e problemas osteomusculares.

O parecer dos profissionais sobre a situação do seu ofício e a realidade avaliada nos permitiu a observação de problemas para os quais alvitramos que intervenções ergonômicas devem ser feitas, objetivando benfeitorias das circunstâncias de trabalho e a redução de queixas, mas que para isso será necessário uma análise mais detalhada dos dados antropométricos, dimensionamento de espaços, bem como de mobiliários, devendo o profissional reconhecer os agentes físicos, químicos, biológicos, psicossociais e ergonômicos provenientes do ambiente de trabalho hospitalar e saber como proceder diante de cada agente causador de risco a fim de preservar sua saúde.

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