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Estratégias para elevação dos... Suski; Santos

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Academic year: 2021

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Cássio Aurélio Suski1, Débora Magna Santos2, Diego Pacheco3, Marina Regina Veloso Esteves4, Rita Inês Petrykowski Peixe5, Sandra Lopes Guimarães6 1,2,3,4,5Instituto Federal de Santa Catarina - Campus Itajaí 6Instituto Federal de Santa Catarina - Pró-Reitoria de Ensino

Estratégias para elevação dos índices de permanência na educação básica, técnica

e tecnológica.

Strategies for elevating the persistence in basic, technical and technological education

Resumo: Este artigo apresenta uma experiência de enfrentamento à evasão escolar no primeiro semestre dos cursos técnicos em

Mecânica (Integrado e Concomitante) e Eletroeletrônica (Subsequente) no Câmpus Itajaí, do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), no período de 2017/1 a 2018/2. A metodologia foi composta pelos Subprojetos IFSC Portas Abertas e Ingresso Multiplicador. Estes subprojetos coadunam esforços para que a matrícula seja realizada de forma consciente, a partir de informações e esclarecimentos relacionados ao curso, à dinâmica do Câmpus Itajaí, à instituição, às oportunidades formativas e às perspectivas de inserção no mundo do trabalho. Os resultados mostram a redução da evasão no primeiro semestre dos cursos, oportunizando novos estudos para enfrentamento da evasão nos demais semestres. Palavras-chave: Educação básica, Permanência, Evasão escolar.

Abstract: This article presents an experience of coping with school dropout in the first semester of technical courses in mechanics

(integrated and concurrent) and electronics (subsequent) at the Câmpus Itajaí, from the Federal Institute of Santa Catarina, in the period from 2017/1 to 2018/2. The methodology was composed by the IFSC Subprojects Open Doors and Multiplier Entrance. These subprojects combine efforts to ensure that enrollment is carried out consciously, based on information and clarifications related to the course, the dynamics of the Câmpus Itajaí, the institution, training opportunities and the prospects for insertion in the world of work. The results show a reduction in dropout in the first semester of the courses, providing new studies to face dropout in other semesters. Keywords: Basic education, Persistence, School dropout.

Introdução

A Permanência e Êxito se expressa como resposta (ou oposição) ao problema do fracasso escolar (PATTO, 1990, p. 19), entendido genericamente como o resultante da evasão/abandono escolar associada ou não à repetência/retenção escolar. A evasão e a repetência/retenção escolar estão relacionadas a problemas complexos, de ordem intra e extraescolares, que não podem ser resolvidos de forma dissociada do estudo e compreensão da realidade social-econômica e histórico-cultural da população a ser atendida.

O conceito de êxito, tomado como consequência, expressa seu foco no processo e não está exclusivamente associado ao momento no qual a “conquista” é aferida (por meio da nota final ou conclusão do curso). Neste sentido, este conceito refere-se ao percurso do aluno para atingir o êxito, como efeito do processo de ensino aprendizagem ao longo do curso, levando em conta os tempos e espaços diversos, sua escolarização e ainda indicadores referentes ao egresso. Os indicadores do egresso são parâmetros fundamentais enquanto fonte de informação para os Institutos Federais (IFs), considerando a condição de inserção no mundo do trabalho, bem como da necessidade de continuidade das ações exitosas e expectativas na formação dos ex-alunos.

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O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) é uma instituição pública federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC) por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC). Criado em Florianópolis pelo decreto nº 7.566, de 23 de setembro de 1909 na gestão do presidente Nilo Peçanha, como Escola de Aprendizes Artífices de Santa Catarina, seu objetivo era proporcionar formação profissional aos filhos de classes socioeconômicas menos favorecidas. O longo da história tornou-se Escola Técnica Federal de Santa Catarina (ETF-SC) e depois Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET-SC). Em 2018, a Lei 11.892/2008 criou a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, formada por 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Assim, o CEFET-SC transformou-se em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC). Com sede e foro em Florianópolis, a instituição tem autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e disciplinar. Sua missão é promover a inclusão e formar cidadãos, por meio da educação profissional, científica e tecnológica, gerando, difundindo e aplicando conhecimento e inovação, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico e cultural. O IFSC tem por finalidade formar e qualificar profissionais no âmbito da educação tecnológica, nos diferentes níveis e modalidades de ensino, para os diversos setores da economia, bem como realizar pesquisa aplicada e promover o desenvolvimento tecnológico de novos processos, produtos e serviços, em estreita articulação com os setores produtivos e a sociedade, especialmente de abrangência local e regional, oferecendo mecanismos para a educação continuada (IFSC, 2016).

O IFSC vem buscando a disseminação da educação profissional e tecnológica por todas as regiões do Estado de Santa Catarina. O desempenho desse seu papel social, por meio da inserção de ensino profissional e tecnológico público e gratuito, tem se concretizado de modo a auxiliar e promover o desenvolvimento de todas as regiões do Estado, contando, atualmente, com 22 Câmpus no estado catarinense (IFSC, 2016).

As ações na perspectiva da permanência e do êxito dos educandos estão respaldadas em diversas normativas, como na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, na Lei nº 9.394/1996, na Lei nº 13.005/2014, e em consonância com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos. Tais documentos assinalam a necessidade de garantia do atendimento escolar em todos os níveis da Educação e, com esta finalidade, propõem diretrizes e metas para que isso se efetive. Com relação ao Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024), lei que estabelece diretrizes e metas para o desenvolvimento nacional, estadual e municipal da educação, é oportuno destacar que entre as estratégias previstas para atingir a Meta 11, item 11.11, que trata do aumento da oferta de educação profissional técnica de nível médio, esta enseja uma elevação gradual da taxa de conclusão para 90%. O item 11.11 trata-se de uma estratégia da meta 11 do PNE com a seguinte definição:

Expandir as matrículas de educação profissional técnica de nível médio na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, levando em consideração a responsabilidade dos Institutos na ordenação territorial, sua vinculação com arranjos produtivos, sociais e culturais locais e regionais, bem como a interiorização da educação profissional (BRASIL, 2014, p. 5).

Deve ser observado também que a mesma meta para o ensino superior, presente no item 12.3, restringiu-se às Universidades Públicas, não tendo sido estendida aos Institutos Federais. O item 12.3 trata-se de uma estratégia da meta 12 do PNE com a seguinte definição:

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Elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos cursos de graduação presenciais nas universidades públicas para 90% (noventa por cento), ofertar, no mínimo, um terço das vagas em cursos noturnos e elevar a relação de estudantes por professor (a) para 18 (dezoito), mediante estratégias de aproveitamento de créditos e inovações acadêmicas que valorizem a aquisição de competências de nível superior (BRASIL, 2014, p. 5).

No momento da elaboração e execução do Projeto de Estratégias diferenciadas para elevação dos índices de permanência e êxito na Educação Básica, Técnica e Tecnológica estava em curso, nos Institutos Federais (IFs), a retomada das discussões e ações pautadas na permanência e êxito dos estudantes. Este retorno ocorreu nos IFs a partir da demanda da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), e materializou-se em vários documentos1.

Importante salientar que o documento do Ministério da Educação (MEC) que discute as questões de permanência e êxito apresenta dados importantes, que ratificam a necessidade dos estudos a serem empreendidos nesse âmbito, assim como a promoção de ações mais efetivas (BRASIL, 2014) para fazer frente a essas demandas.

Considerando os dados apresentados pelo Ministério da Educação, é possível perceber algumas disparidades com relação aos estudantes que se matricularam e aqueles que efetivamente ingressaram. Também há outro indicativo importante no que se refere aos que concluem e aos que abandonam as instituições escolares.

De forma distinta dos outros movimentos institucionais dos IFs, que questionavam o problema da evasão/abandono e da repetência (ou retenção) dos alunos a partir da situação de alguns cursos e da inquietação de alguns servidores professores e técnicos administrativos, o que se verificou em 2016 foi uma exigência por planos estratégicos com propostas de ações advindas do Tribunal de Contas da União. Esta mudança de cenário engendrou condições propícias para superação de alguns antigos pressupostos, e ainda, abriu possibilidades significativas para a reflexão dos discursos que vinculavam os índices de evasão/abandono escolar sob a égide da complexidade da nova institucionalidade dos Institutos Federais e sua acelerada expansão. Este cenário deu espaço para execução e acompanhamento de ações efetivas, permitindo que não mais houvesse o escamoteamento da produção centenária do chamado “fracasso escolar” (PATTO, 1990). É interessante observar que a Nota Informativa nº 138/2015/DPE/DDR/SETEC/MEC apresentou, em seu bojo, uma ordenação de conceitos legais e técnicos, que orientaram a metodologia que foi utilizada pelos (IFs) para elaboração dos planos estratégicos.

1 -MEMORANDO CIRCULAR Nº 28/2016-DAE-REI (11.01.04.06) IFSC (25/04/2016)

-Ofício Circular nº 084/2015/CGPG/DDR/SETEC/MEC(02/09/2015); -Ofício Circular nº 77/2015/CGPG/DDR/SETEC/MEC (20/08/2015); -Oficio-circular nº 60/DDR/SETC/MEC (17/07/2015;

-Nota Informativa nº 138/2015/DPE/DDR/SETEC/MEC (15/07/2015); -Nota Técnica nº 282/SETEC/MEC (09/07/2015);

-Trabalho do Grupo de Trabalho – Evasão e Retenção na Rede Federal (portaria nº39 SETEC/MEC, de 22/11/2013); -Processo: 026.062/2011-9, Acórdão nº 506/2013 do TCU – Plenário.

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A “proposta de elaboração de um plano estratégico de intervenção e monitoramento para superação da evasão e da retenção na Rede Federal”, organizada pela SETEC chegou aos IFs em um momento em que se verificava a situação retratada na tabela 1, onde o índice médio de matrículas interrompidas (Evadidos, Desligados e Transferidos Externos) no IFSC estava em torno de 37%, segundo relatório da SETEC, relativo ao ano de 2014.

Outro ponto importante diz respeito à nova institucionalidade do IFSC, considerando que, com a expansão e interiorização, apresenta-se a ampliação da oferta formativa, bem como o aumento considerável do número de novos servidores, conforme mostram os dados da tabela 2.

Tabela 1 - Dados institucionais de relatório da SETEC.

Dados relacionados aos alunos: IFSC

Inscrições 41.075 Vagas ofertadas 14.004 Ingressantes 12.312 Total de Matriculados 26.470 Concluídos 4.993 Finalizados 9.854 Total de Retidos 9.147

Fonte: SISTEC/SETEC (Março de 2015).

Com o aumento do número de novos trabalhadores no IFSC enfrenta-se o desafio de capacitar os servidores recém-ingressados para atender à demanda de uma oferta diversificada, enfrentando cursos com vagas excedentes (como no caso dos bacharelados, licenciaturas e especializações), cursos com elevado índice de evasão/abandono e retenção/reprovação, bem como consolidar a oferta de cursos nos campi novos, a chamada terceira expansão. Em situação análoga, é digno de ressalva, o contexto dos servidores com mais tempo de instituição que também solicitam formação (no caso do IFSC) para atender às demandas advindas da nova institucionalidade (a partir da criação dos IFs).

Tabela 2 - Número de servidores do IFSC.

Ano IFSC

Número de Docentes Número de Técnicos

2006 363 294

2013 998 762

2018 1448 1130

Fonte: SIGRH IFSC (2019).

Conforme anteriormente apontado, diante da necessidade de fortalecer a ação educacional na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, por meio da Portaria nº 23, de 10 de julho de 2015 – MEC/SETEC, foi instituída e regulamentada uma

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comissão permanente de acompanhamento das ações de permanência e êxito dos estudantes da Rede Federal de Ensino, deflagrando uma mobilização no sentido de enfrentar e superar a retenção e, prioritariamente, a evasão, por meio de Planos Estratégicos. Tendo em vista um necessário “olhar sobre a qualidade do ensino, o atendimento à diversidade, a permanência e o êxito dos estudantes no processo educativo” (BRASIL, 2014, p. 4), a implementação de um “plano estratégico de intervenção e monitoramento para superação da evasão e da retenção na Rede Federal” constituiu-se em um avanço quanto ao reconhecimento e encaminhamentos para tratar deste tema. Nesta perspectiva, verificou-se a importância, a urgência e pertinência do desenvolvimento de ações efetivas - passíveis de acompanhamento - que garantissem no âmbito nacional – por meio de ações piloto possibilidades de solução ou, quanto muito à mitigação dos índices de evasão/abandono escolar.

Esse é um dos aspectos que fundamentaram o Projeto de Estratégias diferenciadas para elevação dos índices de permanência na Educação Básica, Técnica e Tecnológica, enquanto possibilidade para novas inserções pautadas em diálogos, experiências e abordagens junto à realidade local de cada uma das unidades institucionais envolvidas, uma vez que “não basta admitir a educação como direito fundamental. É necessário concretizar e prover ações que permitam a garantia desse direito” (BRASIL, 2014, p. 15). Para tanto, entende-se que se faz necessária a participação de todos os envolvidos no processo educativo. Nesse caso, imprescindível, ainda, a salvaguarda de alguns princípios cuja relação com o êxito escolar é direta, garantindo a efetividade do processo educacional, tendo em conta: a igualdade de condição para o acesso e permanência na escola, a garantia do padrão de qualidade, a valorização do profissional da educação e a vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais (BRASIL, 2014).

Diante do exposto e entendendo que a escola não é um organismo homogêneo, torna-se fundamental aproximações que permitam conhecer um pouco mais essa sua história cotidiana, que se descortina nos processos relacionais entre instituição escolar, alunos e suas famílias. Essa história vai além de uma história documentada, como recomendam Ezpeleta e Rockwell (2007, p. 134), ao afirmarem que:

Coexiste, contudo, com esta história e existência documentada, outra história e existência, não documentada, através da qual a escola toma forma material, ganha vida. Nesta história, a determinação e presença estatal se entrecruza com as determinações e presenças civis de variadas características. A homogeneidade documentada decompõe-se em múltiplas realidades cotidianas. Nesta história não-documentada, nesta dimensão cotidiana, os trabalhadores, os alunos e os pais se apropriam dos subsídios e das prescrições estatais e constroem a escola.

Ressalta-se, com isso, a necessária participação de todos os atores presentes no contexto escolar e suas respectivas constituições sócio-históricas. Em vista dos aspectos ora apontados, a condição foi a de que se lançasse um olhar mais atento aos sujeitos desse processo – Educandos, Docentes e Técnicos Administrativos em Educação (TAE) – no intuito de construir novos laços sociais e de confiança mediados por metodologias passiveis de acompanhamento por meio de investigações voltadas à permanência e ao êxito do educando. Isso justificou e deu corpo à efetivação do projeto, o qual teve como objetivo aplicar estratégias, com vistas à elevação dos índices de permanência e êxito, para consolidação de política inclusiva na Educação Básica, Técnica e Tecnológica no primeiro semestre dos cursos técnicos em mecânica (integrado e concomitante) e eletroeletrônica (subsequente) do IFSC - Câmpus Itajaí.

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Revisão bibliográfica

Levando-se em conta que “o fenômeno da evasão escolar é bastante complexo e multidimensional” (SALATIN, 2014, p. 200) por se tratar de um problema recorrente em todos os níveis de ensino, a literatura – nas mais diversas áreas do conhecimento – tem se dedicado de maneira especial aos estudos de evasão.

É possível verificar que, na última década, as pesquisas relacionadas à temática da evasão escolar no contexto do ensino médio, educação profissional e educação superior, têm aumentado consideravelmente. Da mesma forma, ampliam-se os estudos (PATTO, 1999; SAVIANI, 1984; CORDIÉ, 1994; SAWAYA, 2008; FERNÁNDEZ, 2001, dentre outros) que a percebem na perspectiva do fracasso escolar. Neste sentido, o trabalho desenvolvido por Patto (1999) foi e é fundamental para a compreensão das formas e sentidos produtores de evasão e reprovação (retenção) enquanto processo psicossocial complexo, a partir de uma crítica socio-histórica. Na mesma linha de interpretação, Sawaya (2008) faz uso do conceito de Teoria da Diferença Cultural, para explicar o fracasso escolar dos alunos pobres, pois tomados os padrões da classe média, os alunos de classes populares têm, por exemplo, outro ritmo, outro vocabulário, etc.

Por sua vez, Cordié (1994), fazendo referência ao fracasso escolar como “peste social”, deseja caracterizá-lo como um fenômeno patológico de uma época, resultado da “evolução social”. Assim, dentre outras perspectivas, pode-se considerar que o fracasso escolar vem se acentuando, por estar relacionado à mudança rápida do mundo do trabalho para uma sociedade tecnológica.

Mas o fenômeno da evasão requer, para sua compreensão, um olhar para além do fracasso escolar, para o que distintos pesquisadores e grupos vêm contribuindo. Neste sentido, por exemplo, Dore e Lüscher (2011) desenvolveram, entre os anos de 2006 e 2010, extenso estudo sobre a evasão na Rede Federal de Educação Profissional Técnica e Tecnológica de Minas Gerais, demonstrando a polissemia do termo e a multifatorialidade de suas causas e processos.

De certa maneira, consolida-se a clássica interpretação dada por Tinto (1975) que, em um dos primeiros trabalhos quanto à temática, desenvolveu o Modelo de Integração dos Estudantes que leva em conta duas dimensões: uma interna (relacionada à experiência que antecede a entrada do aluno na graduação, e de suas características individuais), e outra de integração (relacionada às experiências vividas na graduação).

Os breves aportes referenciados dão conta da importância desses estudos e suas relações no contexto de permanência e êxito, ao mesmo tempo em que provocam as distintas reflexões e posicionamentos. Isso porque autores como Dore et al (2011, 2014) e o próprio documento orientador para a superação da evasão e retenção na Rede Federal (2014) têm se debruçado sobre esse tema e, a despeito de sua atualidade, há necessidade de outros olhares e questionamentos acerca do assunto, de modo a elucidá-lo.

O projeto: um olhar para as causas

A perspectiva apontada no material orientador para as ações na Rede – enquanto Plano Estratégico de intervenção e monitoramento requer, como apresentado no documento, não apenas uma equipe multiprofissional que diagnostique o problema, mas a presença de

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educadores cujas inferências possibilitem refletir e agir nos espaços escolares, de posse dos dados obtidos.

O Acordão Nº 506/2013 (BRASIL, 2013) do Tribunal de Contas da União recomenda à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), tendo em vista suas competências definidas no Decreto 7.690, de 2 de março de 2012, e com fulcro no art. 250, inciso III, do Regimento Interno do TCU, que institua, em conjunto com os Institutos Federais, plano voltado ao tratamento da evasão na Rede Federal de Educação Profissional, que contemplasse:

a) levantamento de dados de variáveis que permitam identificar alunos com maior propensão de evasão;

b) inserção nos Termos de Acordos de Metas e Compromissos de indicadores de evasão, retenção e conclusão, desagregados para diferentes modalidades de cursos (Médio Integral, Licenciatura etc);

c) análise quanto à viabilidade de adequação dos critérios do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) ou de normatização/regulamentação de outras linhas de assistência estudantil voltadas ao atendimento de alunos com risco de evasão;

d) garantia de alocação de profissionais para realizar o acompanhamento escolar e social de alunos nos campi;

e) o fomento à participação de alunos em programas de reforço escolar, assim como a sua participação como tutores e monitores, bem como promover o mapeamento de necessidades de desenvolvimento profissional dos docentes, técnicos de laboratório e pessoal de apoio administrativo.

Nesta perspectiva, o documento com as orientações para elaboração dos planos de trabalhos também apresentou dados para auxiliar na leitura de contexto, para tanto, a tabela 3 mostra os dados de evasão e retenção da educação básica e superior na rede, de 2004 a 2011, segundo o TCU (2012 apud BRASIL, 2014). Nela, pode-se observar taxas de evasão de 4,00 a 24,00%.

Tabela 3 - Alunos evadidos, por tipos de cursos, de ciclos de matrícula iniciados a partir de 2004 e

encerrados até dezembro de 2011.

Nível Tipo de Curso Taxa de Evasão Taxa de

Retenção

Taxa de Conclusão

Educação Básica

Técnico integrado para estudantes em

idade própria 6,40% 44,42% 46,80%

Técnico integrado e concomitante na

modalidade EJA* 24,00% 37,99% 37,50% Técnico Subsequente 18,90% 49,34% 31,40% Educação Superior Licenciatura 8,70% 64,53% 25,40% Bacharelado 4,00% 68,09% 27,05% Tecnólogo 5,8% 50,82% 42,70%

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Refinando os dados referentes à evasão nos cursos do Câmpus Itajaí /IFSC com turmas de formandos em 2014 observou-se índices superiores (de até 55,00%) aos levantados pelo TCU, conforme pode ser observado na tabela 4.

Importante assinalar que no contexto do Câmpus Itajaí-IFSC, para a formulação do plano de trabalho, ou seja, do projeto a ser proposto com ações de enfretamento à evasão/abandono escolar, também se levou em conta as seguintes questões:

• A especificidade do município onde está localizado o Câmpus do IF que, de acordo com dados da secretaria municipal de educação, parte dos alunos de 9º ano não concluem seus estudos e, destes, apenas uma pequena parcela ingressa no ensino médio, o que caracteriza a necessidade de ações mais qualificadas, efetivas e diretivas com relação às campanhas para o ingresso discente. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2018) apontam que 55% dos estudantes brasileiros abandonam o estudo ainda no ensino fundamental e 36,5% dos jovens não concluíram o ensino médio em 2018.

• O contexto contemporâneo, em que as instituições de ensino são cooptadas a trabalhar efetivamente como espaços sociais, em rede, evidenciando a necessária articulação entre a família, a instituição de ensino (Docentes, Discentes e Técnicos Administrativos em Educação) e outras esferas da comunidade (externa à IE).

• Necessidade do desenvolvimento de ações que respaldem a garantia de acesso e inclusão escolar no território.

• A emergência do Câmpus Itajaí-IFSC de melhorar os índices de ingresso, permanência e êxito escolar do educando.

Baseado nos dados acima e nas informações levantadas no documento orientador para a superação da evasão e retenção na rede federal de educação profissional, científica e tecnológica (BRASIL, 2014), o presente artigo apresenta o relato das ações desenvolvidas e que busca a redução da taxa de evasão, ou seja, elevando os índices de acesso, permanência na Educação Básica, Técnica e Tecnológica, cooperando, desta forma, com a promoção e a efetividade de ações diferenciadas.

Tabela 4 - Alunos evadidos, por tipos de cursos do Câmpus Itajaí do IFSC, de ciclos de matrícula

iniciados a partir de 2011 e encerrados em 2014.

CURSO TIPO DE OFERTA 2014

Especialização em Ciências Marinhas Aplicadas ao Ensino - 24,24 %

Técnico em Eletroeletrônica Concomitante 27,27 %

Técnico em Eletroeletrônica Subsequente 57,78 %

Técnico em Aquicultura Concomitante 13,33 %

Técnico em Aquicultura Subsequente 30,77 %

Técnico em Pesca Subsequente 55,00 %

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Metodologia

O Projeto de Estratégias diferenciadas para elevação dos índices de permanência na Educação Básica, Técnica e Tecnológica foi centrado em ações coordenadas para qualificar a forma de ingresso dos cursos técnicos em Mecânica (Integrado e Concomitante) e Eletroeletrônica (Subsequente) no Câmpus Itajaí/IFSC, no período de 2017/1 a 2018/2. As ações diferenciadas desenvolvidas com o objetivo de mitigar índices de evasão /abandono escolares no primeiro semestre, a partir do ingresso, foram desenvolvidas, acompanhadas, observadas fazendo uso das ferramentas da pesquisa qualitativa de estudo de caso. Sendo assim, a observação, estudo, análise e implementação de intervenções práticas e teóricas distintas e complementares, ocorreu durante o desenvolvimento das atividades.

O Projeto foi planejado e desenvolvido a partir da organização do Sub-projeto IFs Portas Abertas e do Sub-projeto Ingresso Multiplicador. Estes subprojetos foram pensados e planejados para acontecer de forma integrada como atitude preventiva, no intuito de mitigar o número de desistências (evasão/abandono escolar) na primeira fase/módulo do curso, dos alunos ingressantes, bem como dar celeridade no contexto das chamadas de candidatos classificados no processo seletivo, que ocorre por sorteio. Tomando essa primeira providência, pode-se evitar a desistência por fatores como o desconhecimento dos contextos e prerrogativas do curso, ou ainda a dificuldade de adequação do recém ingresso à instituição, entre outras questões.

O Sub-projeto IFs Portas Abertas estabeleceu um contato mais próximo e articulado entre Câmpus Itajaí e as Escolas de Ensino Fundamental da região do entorno e teve como propósito divulgar os cursos do Câmpus (por meio de palestras, vídeos, visitas guiadas no Câmpus), estreitando laços e parcerias com os professores e gestores das redes municipais e estaduais, bem como buscou conhecer o perfil dos possíveis candidatos (fazendo uso de atividades interativas, oficinas). Este sub-projeto foi constituído pelas seguintes ações:

1.1. Parceria com as secretarias municipal e estadual de educação, a fim de deslocar os alunos da rede municipal para uma visitação guiada nas dependências dos IFs, com o intuito de solucionar os seguintes problemas:

(a) Dos estudantes que finalizam o ensino fundamental e não prosseguem com os estudos no ensino médio.

(b) Da falta de conhecimento dos candidatos com relação aos perfis dos cursos dos IFs.

1.2. Visita guiada no câmpus Itajaí do IFSC, organizada pelos docentes e a equipe pedagógica (técnicos administrativos em educação) dos cursos, com as seguintes atividades para os estudantes do ensino fundamental:

-Palestra interativa.

-Exibição de vídeos institucionais contemplando informações gerais da instituição, bem como vídeos específicos sobre cada curso do IFSC.

1.3. Parceria com a secretaria municipal e estadual de educação com a intenção de possibilitar a realização de processos de divulgação dentro das escolas.

1.4. Processo de divulgação dentro das escolas da rede envolvendo os docentes e a equipe pedagógica dos cursos, de modo a apresentar informações sobre as possibilidades de cursos e suas respectivas características.

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Já o Sub-projeto Ingresso Multiplicador teve por objetivo convocar para a realização da matrícula, além de candidatos aprovados dentro das vagas previstas, uma quantidade de candidatos classificados no processo de ingresso.

A convocação de uma maior quantidade de candidatos para efetivação da matrícula garantiu uma participação mais ampla e simultânea destes candidatos em atividades de reconhecimento da instituição, bem como de orientação com relação às escolhas de curso, e uma oficina com noções básicas das unidades curriculares do curso. O ingresso multiplicador orientava e promovia aproximações dos candidatos aprovados e classificados nos processos de seleção do câmpus do IFSC antes da efetivação da matrícula, a que se certificassem da sua escolha. Neste sentido, oportunizava elucidar aos futuros estudantes, questões com relação aos cursos por eles escolhidos, assim como informar qual é o perfil do egresso de cada curso e as possíveis áreas de atuação de cada profissional. Este sub-projeto foi constituído pelas seguintes ações:

2.1. São chamados todos os candidatos aprovados e classificados no processo seletivo, em uma proporção de cinco por vaga, ou seja, para cada vaga se chamam cinco candidatos classificados, em data e horários definidos para participar deste processo.

2.2. Os candidatos são recepcionados pelos docentes e a equipe pedagógica dos cursos.

2.3. Os docentes, coordenadores de curso e a equipe pedagógica dos cursos apresentam aos candidatos informações relacionadas a estrutura e funcionamento da instituição, além das especificidades das áreas dos cursos escolhidos por meio de exemplos práticos da área, bem como de uma oficina específica que parametriza a abrangência dos conhecimentos subjacentes às unidades curriculares.

2.4. O candidato que se identificar com o perfil do curso, após a orientação, e que desejar se matricular será chamado por ordem de classificação, até a totalização das vagas ofertadas naquele curso.

Indicadores e metas

Os indicadores para o acesso e permanência na escola evidenciaram a preocupação com as variáveis que influenciam no processo de ensino e de aprendizagem e quais os motivos que levam os alunos a evadirem/ abandonarem o curso.

O Indicador de Permanência, bem como a meta, que foram trabalhadas no projeto estiveram baseados nos Ofícios Circulares Nº 60/2015 e Nº 77/2015 e Nota Informativa Nº 138/2015, do Manual para cálculo dos indicadores de gestão das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Todavia, para a experiência aqui apresentada, foi considerado apenas o primeiro semestre de cada curso técnico, sendo criado o seguinte indicardor:

TEPS = (ME / MA) x 100 Meta: 15%

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Objetivo: Este indicador mede o percentual de evasão da instituição no primeiro semestre dos cursos. Foram considerados os dados de evasão referentes aos alunos ingressantes, ou seja, primeiro semestre letivo frequentado por esses alunos. Não foram considerados os ingressantes por transferência e retorno.

ME – Matrículas Finalizadas Evadidas

Descrição: Todas as matrículas que tiveram alteração de status: Transferido, Cancelado ou Trancado no semestre de ingresso. Excluíram-se os alunos cancelados por problemas na documentação da matrícula.

MA – Matrículas Atendidas

Descrição: Todas as matrículas que estiveram com status: Em Curso por, pelo menos um dia, no período analisado.

Fonte: Sistemas acadêmicos institucionais e documentos dos alunos.

Resultados e Discussão

Os resultados decorrentes do Projeto de Estratégias diferenciadas para elevação dos índices de permanência na Educação Básica, Técnica e Tecnológica dos cursos técnicos em mecânica (integrado e concomitante) e eletroeletrônica (subsequente) no câmpus Itajaí/IFSC, no período de 2017/1 a 2018/2, a partir de cada subprojeto são apresentados a seguir:

Subprojeto IFSC Portas Abertas

Com relação ao subprojeto IFSC Portas Abertas elenca-se a seguir as atividades efetivamente realizadas:

1. Reuniões com as secretarias de educação: Municipal de Itajaí e Estadual de Santa Catarina;

2. Agendamento das palestras nas escolas Estaduais de Ensino Médio;

3. Organização da logística para transporte dos alunos do Ensino Fundamental das escolas municipais da região: Itajaí, Camboriú, Penha, Piçarras, Navegantes e Balneário Camboriú;

4. Realização de visitação guiada ao Câmpus Itajaí.

As reuniões com a Secretaria Municipal de Educação de Itajaí tiveram como intuito estabelecer uma parceria onde essa Secretaria e o IFSC promoveriam o incentivo às direções das escolas municipais com o propósito de estimular seus alunos a participarem das atividades desenvolvidas pelo IFSC durante o período de ingresso, para os cursos técnicos do Câmpus Itajaí.

Essa parceria resultou no interesse dos diretores em participar, durante todos os semestres, do IFSC Portas Abertas, quando do processo de ingresso dos cursos técnicos do IFSC e, além disso, criou-se uma rotina de visitação organizada pelos supervisores das escolas, onde os mesmos locavam ônibus e permaneciam durante um período do dia, em visitação.

As reuniões com a Secretaria Estadual de Educação tiveram como objetivo propiciar a abertura do caminho para realização de processo de divulgação dos cursos técnicos do IFSC nas

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escolas de Ensino Médio do município de Itajaí e resultaram na autorização oficial da Secretaria Estadual para realização de palestras orientativas.

As palestras nas escolas estaduais de Ensino Médio de Itajaí ocorreram com data e horário marcado, preferencialmente em auditórios das escolas a fim de ampliar o público atendido, conforme se observa na figura 1.

Durante as palestras os alunos tiveram a oportunidade de conhecer aspectos da estrutura organizacional do IFSC e acerca dos conteúdos ministrados nos cursos técnicos ofertados pelo Câmpus Itajaí, bem como tiveram espaço para tirar dúvidas, realizar comentários e propor sugestões para a melhoria do processo de divulgação.

Figura 1 - Palestras nas Escolas Estaduais em Itajaí. Fonte: Do autor.

A organização para logística do transporte dos alunos que frequentam o nono ano do ensino fundamental das escolas de Itajaí e região ocorreu por meio da utilização dos ônibus de transporte escolar do município e do ônibus do IFSC. Os alunos de Itajaí foram transportados pela Secretaria de Educação ao Câmpus, durante os seus próprios horários de aula, a fim de não interferir na sua rotina e nem nas rotas de deslocamento dos ônibus. Os alunos dos demais municípios foram transportados com o ônibus do IFSC.

Os ônibus alocados pela Secretaria de Educação saíam desse local no horário definido para buscar os alunos para suas aulas regulares, passavam nas residências dos alunos de algumas turmas para reuni-los e, em vez de transportarem esses alunos para a escola onde estudavam,

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vinham diretamente para o IFSC para visitação dos espaços e laboratórios, até o horário do intervalo, onde partiam para suas escolas. Após o intervalo, outros alunos de outras turmas vinham até o IFSC e permaneciam até o horário do fim das aulas e, posteriormente, seguiam com o ônibus para suas residências.

A realização da visitação teve início com a apresentação do vídeo institucional, seguida de uma palestra informativa sobre os cursos ofertados pelo IFSC. Na sequência, os visitantes foram divididos em pequenos grupos que passaram pelos laboratórios (figura 2) dos cursos técnicos do Câmpus Itajaí onde foram recepcionados pelos técnicos de laboratório. Nesses espaços, os técnicos responsáveis explanaram sobre os equipamentos existentes nos laboratórios, quais os processos que poderiam ser realizados por tais equipamentos e onde poderiam ser encontrados no mercado de trabalho, ou seja, os alunos recebiam informações sobre o que estudariam, quais equipamentos utilizariam e onde poderiam atuar na vida profissional.

Figura 2 - Visitação guiada no Câmpus Itajaí. Fonte: Do autor.

Desta forma, os futuros candidatos às vagas dos cursos técnicos já estariam familiarizados e disporiam de um conhecimento mínimo suficiente para possibilitar aproximações e

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discernimento quanto ao curso a ser escolhido, a fim de se alinhar à futura formação técnica desejada, no âmbito do mercado de trabalho.

Subprojeto Ingresso Multiplicador

A execução do Ingresso Multiplicador foi realizada por meio das seguintes ações:

1. Realização de reuniões para publicação de edital de ingresso piloto para o Câmpus Itajaí;

2. Recepção e realização de palestras informativas; 3. Efetivação das matrículas.

O processo de organização do ingresso multiplicador iniciou com reuniões com o Departamento de Ingresso do IFSC a partir de 2017/1, a fim de definir um edital piloto e específico para o Câmpus Itajaí.

O diferencial desse edital se deu pelo estabelecimento do denominado ingresso multiplicador, que reuniria todos os alunos para matrícula, ou seja, o edital estabelecia que houvesse quarenta vagas por curso técnico, porém, como apontado, se chamariam cinco vezes mais alunos (duzentos candidatos), número superior às vagas para participar do ingresso multiplicador em data e horário determinados.

Com a publicação desse edital foi possível realizar a matrícula de todos os alunos do primeiro semestre dos cursos técnicos do Câmpus Itajaí em apenas um dia para cada curso, evitando as inúmeras chamadas subsequentes ao ingresso, pelas desistências de alunos, que vinham ocorrendo nos editais anteriores.

O ingresso multiplicador (figura 3) constituiu-se de um momento onde havia a recepção dos aprovados/classificados para a realização de palestras informativas a respeito do IFSC e sobre o curso no qual o candidato se inscreveu. Tais palestras foram proferidas pelo Chefe do Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão do Câmpus Itajaí e pelos respectivos coordenadores dos cursos técnicos contemplados nesse projeto piloto e estavam relacionadas às especificidades das áreas dos cursos escolhidos, por meio de exemplos práticos de cada área.

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Importante considerar que cada curso realizou seu ingresso multiplicador em apenas um dia da semana e, nesse dia, as quarenta vagas disponíveis foram preenchidas pelos alunos, cientes do ambiente onde estudariam e da opção adequada ao curso que elegeram.

Após a publicação do ingresso multiplicador, no dia e horário estabelecidos para realização da matrícula, compareceram em torno de 30% (trinta por cento) dos candidatos convocados (ou seja, sessenta candidatos) e, após a apresentação das palestras sobre a instituição e a respeito do curso no qual os candidatos pretendiam se matricular, eram feitos questionamentos aos candidatos para que considerassem se aquele curso realmente atenderia às suas expectativas, para então realizar a chamada oral dos candidatos a serem matriculados na ordem de classificação.

Diante do exposto, a Tabela 5 apresenta os dados de evasão obtidos exclusivamente no primeiro semestre de cada curso técnico, de 2015 até 2018. Pode-se perceber que a taxa de evasão é bastante superior, principalmente nos primeiros anos, à meta estabelecida pelo Acordão Nº 506/2013 do Tribunal de Contas da União de 15%. O estudo de Palma (2007) também aponta que, predomina alta evasão no primeiro ano do curso de Psicologia e particularmente no primeiro semestre e que entre as causas destacam-se: problemática vocacional e dificuldades pessoais na adaptação ou envolvimento no curso. Outros estudos ressaltam algumas causas para a evasão estudantil como o desconhecimento do curso e/ou imaturidade na escolha profissional; desilusão com o curso e dificuldade de adaptação à estrutura dos cursos (PEIXOTO; BRAGA; BOGUTCHI, 1999; KIPNIS, 2000; BORZO et al., 2006).

Tabela 5 - Evasão (em %) dos primeiros semestres dos cursos técnicos do IFSC – Câmpus Itajaí.

SEMESTRE

Curso Tipo Turno 2015/1 2015/2 2016/1 2016/2 2017/1 2017/2 2018/1 2018/2 Mecânica Integrado Integral 12,82 34,14 14,63 37,50 25,71 24,32 9,09 10,00 Mecânica Concomitante Noturno - 35,00 46,15 38,46 37,50 17,07 29,72 30,00 Eletroeletrônica Subsequente Noturno 41,66 29,26 37,50 29,26 28,20 17,50 27,77 26,19

Fonte: SIGAA IFSC (2019).

A figura 4 apresenta um gráfico com as linhas de tendência da evasão para os cursos técnicos integrado em mecânica, concomitante em mecânica e subsequente em eletroeletrônica do Câmpus Itajaí do IFSC. Importante observar que as linhas de tendência dos três cursos apresentam o mesmo padrão de decréscimo no percentual de evasão no primeiro semestre dos cursos.

Com isso, é possível entender que a redução na Taxa de Evasão no Primeiro Semestre – TEPS foi alcançada como resultado da implementação dos Sub-projetos IFSC Portas Abertas e Ingresso Multiplicador, pois os candidatos aos cursos receberam informações mais aprofundadas com relação ao IFSC, ao funcionamento do Câmpus Itajaí, e quanto aos cursos nos quais estariam sendo matriculados. Segundo os dados da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais – SEE - MG (PEP 2009) as causas “Achou muito difícil” e “Não se identificou com o curso” estão entre as principais causas de evasão no 1º semestre de 2008 do Programa de Educação

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Profissional (PEP) em Minas Gerais. Gaioso (2005) identificou que predominaram entre as causas de evasão em seu estudo: a escolha inadequada da carreira acadêmica, a falta de orientação vocacional, o desconhecimento da estrutura e da metodologia de trabalho da instituição. No trabalho realizado por Baggi e Lopes (2011), as autoras identificaram quatro (4) trabalhos que apontam diferentes causas da evasão/abandono, entre elas: falta de identidade com o curso escolhido e escolha errada da carreira. No que diz respeito às possíveis causas da evasão escolar, Tigrinho (2008) cita, além de outras, a orientação vocacional/profissional, já que muitos estudantes não sabem o que cursar e acaba escolhendo um curso de forma aleatória, o que leva às mudanças de curso.

Figura 4 - Tendência na evasão dos primeiros semestres dos cursos técnicos do IFSC – Câmpus Itajaí. Fonte: SIGAA

IFSC (2019).

Também é válido apontar que, os candidatos selecionados, tiveram a oportunidade de sanar suas dúvidas com relação à oferta e a todas as implicações do curso, antes da efetivação da sua matrícula e posterior ingresso no curso para frequência às aulas. Nesse sentido, os candidatos realizaram a matrícula e iniciaram seus estudos de maneira mais consciente, desde as unidades curriculares que iriam cursar, quais dificuldades poderiam ser encontradas em termos do uso de cálculos matemáticos e físicos, a tecnologia a ser utilizada no decorrer do curso, bem como os espaços, serviços e servidores/setores institucionais que poderiam auxiliá-los durante o processo formativo, garantindo uma maior proximidade e posterior permanência dos alunos na instituição. Segundo estudos de Nagai e Cardoso (2017), alguns dos principais fatores de evasão relacionados a características individuais do estudante são: opção por mudança de curso ou de carreira, desencanto com o curso escolhido, pouco preparo para enfrentar o nível de dificuldade exigido por alguns cursos e desinformação do aluno quanto à carreira inicialmente escolhida. Num estudo sobre a evasão em cursos superiores de Tecnologia de uma IES pública do estado de São Paulo, Scali (2009) assinala como uma das principais causas da evasão a definição de curso de ingresso. Reid (2009), em seu estudo sobre as principais causas da evasão discente nos cursos de licenciatura em Biologia, Física, Matemática e Química de uma universidade estadual do Rio de

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Janeiro, no período de 2003 a 2007 concluiu que um dos principais fatores está relacionado à escolha e expectativa com o curso e vivência universitária. Cunha e Morosini (2013) estabelecem como causas pessoais da evasão: escolha inadequada da carreira acadêmica; falta de orientação vocacional; definição de curso de ingresso e fragilidade na escolha inicial. Nascimento et al. (2014) em seu estudo sobre evasão no curso de Engenharia de Produção do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) cita que, dentre os motivos investigados, a falta de identificação com o curso está entre as 3 principais causas de evasão e que o percentual de estudantes que cogitam voltar a estudar soma 52%, ou seja, pretendem ingressar em outro curso por não se identificar com o curso anteriormente iniciado. Fortes et al (2017) identificou, na análise dos processos de trancamento, que um dos principais motivos que levavam os acadêmicos a optar pela suspensão dos estudos era a falta de identificação com o curso.

Assim, descontentamento com o curso escolhido, o desconhecimento da estrutura e da metodologia de trabalho são causas que configuram como primordiais para a evasão/abandono de estudantes tanto nos cursos de Educação Profissional como nos cursos superiores.

Além da redução na taxa de evasão dos cursos no primeiro semestre, foi possível ainda, com esse projeto, evitar a realização de chamadas para matrículas após o início das aulas. Essas chamadas geralmente ocorriam até um mês após o início do semestre, em função de desistências iniciais, que se davam no decorrer dos primeiros meses de transcurso do semestre letivo, por vezes, desestimulavam os alunos ingressantes, que acabavam tendo dificuldades para recuperar aulas e conhecimentos já trabalhados pelos docentes, sem garantir o mínimo de aprendizado para continuar no curso. Ou seja, estas chamadas de candidatos durante o semestre em curso potencializavam dificuldades e contribuíam no processo de evasão/abandono escolar. Outros pontos importantes, com relação a esse projeto, que foram destacados pelos servidores do IFSC, são:

- O ingresso multiplicador, por apresentar a organização de matrículas em apenas um dia por curso técnico, proporcionou uma maior concentração das atividades de matrículas para os setores de registro acadêmico e secretaria acadêmica, evitando as diversas chamadas para matrículas que, em alguns casos, se estendiam por até três meses, bem como possibilitou uma melhor efetividade na análise da assistência estudantil realizada pelo Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão do Câmpus Itajaí;

- As coordenações de curso, que inicialmente apresentaram certa resistência à implantação dos subprojetos, trouxeram depoimentos muito positivos quanto ao novo perfil dos alunos das turmas de primeiro semestre. O principal motivo se baseia na percepção de que os novos alunos possuem um maior entendimento do curso onde estão estudando, possibilitando um maior compromisso e concentração, garantindo assim uma menor evasão por motivos relacionados ao desconhecimento do escopo do curso.

Conclusão

Ao se analisar os resultados do Projeto de Estratégias diferenciadas para elevação dos índices de permanência na Educação Básica, Técnica e Tecnológica dos cursos técnicos em mecânica (integrado e concomitante) e eletroeletrônica (subsequente) no câmpus Itajaí/IFSC, no período de 2017/1 a 2018/2, a partir do desenvolvimento dos subprojetos IFSC Portas Abertas e Ingresso Multiplicador, apresentadas no presente artigo, é possível concluir preliminarmente

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uma tendência de queda na taxa de evasão/abandono escolar no primeiro semestre dos cursos, chegando a taxas mais próximas da meta definida pelo Acordão Nº 506/2013.

Nesse sentido, cabe afirmar que o objetivo do projeto foi atingido e que este resultado bem-sucedido é um indicador de que, embora existam inúmeras causas de evasão/abandono escolar nas instituições de ensino, é fundamental analisar estas causas dentro de seus contextos e relações para, a partir desta análise, propor ações efetivas e integradas. No Câmpus Itajaí as ações preventivas e anteriores a matrícula, garantiram esclarecimentos e proporcionaram um conhecimento mínimo suficiente para possibilitar aos candidatos a capacidade de definição quanto ao curso a ser escolhido, a fim de reduzir a evasão no primeiro semestre.

Verificou-se ainda que a matrícula concomitante, que inclui todos os alunos, anteriormente ao início do semestre, reduz a desistência por perda de conhecimentos trabalhados em aula (caso dos candidatos que são chamados para preencher vagas após o início das aulas). Outra conclusão muito pertinente com relação ao proposto é a constatação da necessidade de projetos institucionais inter e multidisciplinares validados e amparados institucionalmente para seu planejamento e execução, bem como a necessidade de efetivação de parcerias para o trabalho em rede no que tange à problemática da evasão/abandono escolar.

Por último, contudo, não menos importante, faz-se oportuno informar que os resultados do subprojeto ingresso multiplicador repercutiram positivamente no IFSC. E, desta forma esta atividade foi institucionalizada, em todos os 22 (vinte e dois) câmpus do IFSC, com o nome de “chamadão”.

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1Cássio Aurélio Suski. Professor Doutor. cassio.suski@ifsc.edu.br;

2Débora Magna Santos. Técnica em Assuntos Educacionais. debora.magna@ifsc.edu.br;

3Diego Pacheco. Assistente em Administração. diego.pacheco@ifsc.edu.br; 4Marina Regina Veloso Esteves. Assistente de aluno. marina.veloso@ifsc.edu.br; 5Rita Inês Petrykowski Peixe. Professora Doutora. rita.peixe@ifsc.edu.br;

6Sandra Lopes Guimarães. Técnica em Assuntos Educacionais. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

de Santa Catarina, Pró-Reitoria de Ensino. Rua Quatorze de Julho, 150, Coqueiros - Florianópolis - SC, sandrag@ifsc.edu.br;

1,2,3,4,5Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Itajaí. Avenida Vereador

Abrahão João Francisco, 3899, Ressacada - Itajaí – SC.

Este artigo:

Recebido em: 02/2020 Aceito em: 05/2021

SUSKI, Cássio; et al. Estratégias para elevação dos índices de permanência na educação básica, técnica e tecnológica.

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Referências

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