Dia 68 – Boletim da Tocha Olímpica
O Revezamento da Tocha Olímpica Rio 2016 cruzou a fronteira que separa os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina neste sábado (9). Na manhã de hoje, o comboio se
despediu dos gaúchos com visita às cidades de Bento Gonçalves e Torres.
Durante a tarde, ele volta às terras catarinenses com passagens por Araranguá e Criciúma. Em Bento Gonçalves, primeira cidade do dia, a tocha Olímpica foi recepcionada pelo grupo Sinfonia de Campo, que tocou o “chamamé”, gênero musical bastante tocado na região, na Praça Ismar Scussel.
•Juliano Morais é maquinista da tradicional Maria Fumaça da cidade. Condutor da chama Olímpica, ele praticamente nasceu entre os trilhos, uma vez que seu pai era ferroviário e a casa da família ficava perto da linha do trem. Juliano fez vários cursos para se especializar como maquinista e, atualmente, leva centenas de turistas todos os dias para o passeio que sai de Bento Gonçalves e passa pelas cidades de Garibaldi e Carlos Barbosa. •"Eu já consigo representar a cidade para todo o Brasil sendo simpático com os turistas e deixando uma boa lembrança no passeio que os levo para fazer. Amo meu trabalho. Agora, representar Bento Gonçalves com a chama olímpica é muito importante na minha vida”, afirmou.
•O atleta Jussemar Noskoski começou no muay thai há apenas cinco anos e já conseguiu os maiores títulos do mundo. É bicampeão mundial, vice-campeão Pan-Americano, tetracampeão brasileiro e gaúcho. "Essa chama Olímpica eu quero que sirva para eu divulgar ainda mais os conceitos da minha vida e da luta: honra, moral, lealdade, humildade e respeito ao próximo. Tudo que eu tento viver na minha vida e passar para meus alunos está nas minhas mãos com essa chama”, disse.
•Rosângela Dalcin é atleta paralímpica de tênis de mesa desde 1996 e já competiu pela seleção brasileira no Brasil e no exterior. "Mistura de gratidão e alegria extrema. Estava
chorando desde quando peguei a chama. Infelizmente, não vou para os Jogos Paralímpicos no Rio mas me sinto parte dessa festa”, comentou.
•Janice Teixeira começou a praticar tiro esportivo há 20 anos e já conquistou muito títulos, entre eles o 4° lugar nos Jogos Pan-Americanos Toronto 2015. No mesmo ano, ela conquistou
recorde sul-americano na modalidade. Janice foi a última condutora em Bento Gonçalves e participou da celebração na estação da Maria Fumaça da cidade. "Foi aqui que comecei e é aqui que recebo a energia do povo para continuar. É uma mistura muito grande de símbolos superimportantes para mim: a chama olímpica, a cidade que mais me apoia e o ponto turístico de Bento Gonçalves”, definiu.
•O jovem Bernardo Tomazzoni tem apenas 14 anos e conduziu a chama Olímpica em Bento Gonçalves. "Quero passar para todo mundo as lições da chama Olímpica de união e paz. E agora vou começar a treinar ainda mais no tênis. Que conduzir a tocha seja a primeira de muitas conquistas minhas em Jogos Olímpicos. Eu sou jovem, mas sonhador. Eu espero um dia conquistar uma medalha pelo Brasil.
•Luciano Caetano, que conduziu a tocha em Torres, pratica um esporte que combina precisão e muita adrenalina: o balonismo. De acordo com ele, a cidade gaúcha foge à regra de
municípios litorâneos e tem elementos ideais para voos de balão. "Normalmente, próximo ao litoral é complicado de voar. Se formos em direção à praia, normalmente, não há local para a pouso, por causa das construções. Torres tem uma característica muito especial por ser uma praia que permite o vôo, o que torna o balonismo ainda mais bonito", contou.
•Esporte e carnaval podem parecer dois assuntos diferentes para muita gente, mas não para o condutor Alexandre da Silva. Ele criou um bloco para curtir o carnaval em Torres com os
amigos. O grupo começou com doze pessoas e hoje reúne mais de 500 integrantes. Alexandre joga vôlei desde os dez anos e, há quatro, decidiu criar um time, o Torres Vôlei, do qual é coordenador. "Eu gosto de festa e de tudo que seja alto astral. As duas coisas são ligadas pela amizade. Os amigos do vôlei viraram os amigos do bloco e vice-versa ", contou.
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•Um dos destaques da passagem da chama Olímpica pela última cidade gaúcha do
revezamento é Bruno Vieira, jogador de futebol titular do time do São Paulo. "Saí daqui para buscar um sonho, longe dos familiares e amigos, e hoje tudo isso virou realidade. O esporte tem essa magia, esse poder de levar a alegria e transformar o cidadão em pessoas melhores”, afirmou. Apesar de não ter sido convocado para integrar a seleção que disputa os Jogos este ano, Bruno acredita que o sonho do primeiro ouro Olímpico do Brasil no futebol será realizado nos Jogos Rio 2016. "Rodrigo Caio, meu colega do São Paulo vai representar todos nós nos Jogos. Que ele e todos os companheiros de todas as modalidades possam fazer o possível para buscar o ouro e levar alegria para a nação brasileira. Eu estarei na torcida", comentou. •"Quando estamos deslizando uma onda, todos somos iguais". A frase é do surfista gaúcho Paulo Souza, de 26 anos, que também conduziu a chama na cidade. Com o surfe adaptado, Rodrigo encontrou um novo olhar para sua deficiência, uma sequela motora devido à paralisia infantil. "Busquei no esporte a superação de todos os meus limites. O surfe me mostrou que tenho as mesmas capacidades de todas as pessoas", disse.
•Rodrigo Paz, outro nome do surfe que marcou o revezamento em Torres, concorda. "O surfe ensina muito sobre humildade. “Quando respeitamos o mar, respeitamos as pessoas. É um esporte maravilhoso e tem muito a acrescentar para os Jogos Olímpicos", finalizou o surfista, que é o único representante gaúcho na história da elite do surf mundial.
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