• Nenhum resultado encontrado

FLUXOGRAMA ALTERAÇÕES DO SNC

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "FLUXOGRAMA ALTERAÇÕES DO SNC"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

FLUXOGRAMA ALTERAÇÕES DO SNC

(2)

ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS EM PACIENTES HIV+ NO

PRONTO SOCORRO

 O acometimento do SNC em pessoas com infecção pelo HIV representa a terceira causa de atendimento no pronto socorro da FAMEMA.

 As doenças neurológicas relacionadas ao HIV dependem diretamente do estágio da doença, cuja melhor medida é o número de CD4.

 Na avaliação inicial do paciente com infecção pelo HIV é útil determinar inicialmente se o paciente apresenta ou não sinais focais de localização.

 Cefaléia persistente pode representar infecção em SNC, mesmo sem outros sintomas concomitantes (ex: meningite por criptococo). Não é comum a presença de febre.

 Ausência de sinais meníngeos não exclui infecção SNC.

 Nos usuário de drogas injetáveis deve-se pensar em outros diagnósticos diferenciais como seqüela neurológica por endocardite, abscessos cerebrais, meningite, AVCi por tromboembolismo, AVCh por ruptura de aneurisma micótico.  Usuários de cocaína e anfetaminas tem maior risco de convulsões e AVCi.

 Agentes retrovirais não-nucleosídeos (Efavirenz) podem causa síndromes psiquiátricas.

História Clínica

 Duração dos sintomas: os sinais/sintomas neurológicos do paciente com infecção pelo HIV e comprometimento neurológico podem não ser similares aos dos pacientes imunocompetentes.

Pesquisar: Sintomas sugestivos de aumento da pressão intra-craniana:

 cefaléia persistente ou progressiva ou pela manhã, náuseas/vômitos, rebaixamento no nível de consciência.

 Sintomas focais: hemiparesia, hemiplegia, hemianopsia, afasia, reflexos assimétricos.

 Convulsões.

 Se possível checar CD4 e carga viral.

(3)

Diagnóstico diferencial das alterações em Sistema

Nervoso Central em pacientes com infecção pelo HIV

Com sinais focais/localização Sem sinais focais ou de localização Toxoplasmose SNC.

Linfoma primário do SNC.

Leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP). Sífilis meningovascular . Criptococcoma. Tuberculoma. Aspergilloma. AVC.

Demência associado ao HIV. Meningite por criptococo. Meningite asséptica pelo HIV. Encefalite por citomegalovirus. Meningite por tuberculose. Encefalite por varicela –zoster.

I-

Paciente com comprometimento SNC e lesão cerebral

focal

• Usualmente o paciente está alerta, exceto se há efeito de massa, meningite ou encefalopatia metabólica.

• Pacientes com CD4 < 200 são mais acometidos por infecções oportunistas e linfoma primário do SNC, enquanto CD4 > 200 há mais acometimento cerebrovascular, principalmente por complicações de infecções como neurotuberculose e meningite por sífilis.

CD4 < 200

1. Toxoplasmose

• Ocorre devido a reativação de infecção prévia assintomática pelo Toxoplasma gondii.

• É rara quando paciente está recebendo profilaxia com Trimetoprin-Sulfametoxazol para Pneumocisti carinii.

• Pode se apresentar com déficit neurológico, alteração do estado mental, convulsões, com duração de semanas a meses associado a cefaleia, as vezes febre.

2. Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (LMP)

• Déficit focal associado a hemianopsia ipsilateral ou hemiparesia, duração de meses , sem febre ou cefaléia. Representa reativação de infecção assintomática pelo JC vírus.

3. Linfoma Primário do SNC

• Déficit motor ou disfunção cognitiva com piora progressiva, às vezes com cefaléia, com duração de meses.

(4)

Outras Causas menos comuns de lesões focais

4. Ventriculo encefalite por Citomegalovirus- CD4 < 100

• Ocorre em pacientes em estádios avançados de imunodepressão. Apresentam ataxia ou alteração em pares cranianos. Pode apresentar polirradiculopatia (síndrome da cauda eqüina com paresia, incontinência e hiporeflexia), evolução de dias a semanas. Sem alterações cognitivas.

• Líquido cefalorraquidiano pode apresentar elevação de proteínas, predomínio de polimorfonucleares, glicose baixa ou normal – similar a meningite bacteriana.

5. Abscesso

• Déficit focal progressivo com ou sem cefaléia.

• Suspeitar em pacientes com bacteremia comprovada ou suspeita (usuários de drogas injetáveis, cateter vascular presente, infecção crônica de pele, prótese de válvula cardíaca) ou infecção craniofacial.

• Considerar bacteremia fúngica quando CD4 < 50 e associação com sinusite. 6. Tuberculoma

• Apresentação similar ao abscesso.

• Raro, porém pode aparecer na síndrome de reconstituição imune em pacientes que inicaram recentemente o uso de TARV.

7. Sífilis Meningovascular

• Após Sífilis secundária e acidente vascular isquêmico com ou sem clínica de meningite.

8. Micose angioinvasiva (Aspergillus, mucormicose)

• CD4 < 50 associado a sinusite ou lesão em palato ou abscesso cerebral em associação com acidente vascular encefálico hemorrágico.

9. Vasculopatia por Varicela Zóster

• Lesões múltiplas de pequemos vasos associado a história recente ou remota de varicela-zoster.

10. Complicações da Endocardite Bateriana

• Embolismo séptico (infarto, abscesso ou ambos), ruptura de aneurisma micótico, meningite bacteriana.

(5)

II-

Paciente com comprometimento SNC sem lesão cerebral

focal

• Pacientes com Cefaléia persistente ou rebaixamento do nível de consciência ou alteração cognitiva ou distúrbio do comportamento sem a presença de afasia, hemiparesia, hemiplegia ou alteração dos reflexos em hemicorpo podem ter lesão cerebral difusa, meningite, delírio, alterações psiquiátricas ou convulsão.

• Distúrbios hidroeletrolíticos (hiponatremia, secreção inapropriada do hormônio antidiurético, síndrome perdedora de sal ou hipernatremia do diabetes insipidus), podem descompesar pacientes com infecção do SNC ou linfoma primário do SNC

CD4 < 200

1. Meningite Criptocócica

• Queixa mais comum é cefaléia leve/moderada persistente.

• Alguns apresentam sinais de hipertensão intracraniana (rebaixamento da consciência,), inclusive coma) náuseas, agitação.

• A cefaléia pode ser de forte intensidade, raramente associada a sinais meníngeos, exceto quando quadro de síndrome da reconstituição imune.

2. Demência Associada ao HIV

• Mais comum em pacientes sem esquema de tratamento para o HIV.

• Apresentam alteração cognitiva (lentidão do pensamento, déficit de memória) , alterações de comportamento e motoras ao longo de meses com hiperreflexia. Com avançar da doença, surgem alteração de marcha. • Não há rebaixamento do nível de consciência, exceto em casos avançados

ou associação com outras comorbidades. Outras Causas de Meningite

3. Tuberculose

• Sinais de meningite crônica (cefaléia, sinais meníngeos, alteração do estado mental e de pares cranianos), podendo também cursar com acidente vascular isquêmico de pequenos vasos.

• Pode aparecer na síndrome da reconstituição imune. 4. Sífilis

• Ocorre semanas a meses após infecção primária, usualmente como meningite asséptica ou crônica, associada ou não a alteração nos pares cranianos. Pode ser manifestação isolada da sífilis secundária.

(6)

• Pode complicar com acidente vascular isquêmico, convulsões ou hidrocefalia.

5. Invasão linfomatosa

• Cefaléia, alteração do estado mental, alteração de pares cranianos ou síndrome da cauda eqüina podem ocorrer. Usualmente com história de linfoma.

6. Bacteriana

o Principalmente Pneumococo e Meningococo. Considerar Listeria monocytogenes.

7. Doença cerebral multifocal

• Toxoplasmose e linfoma primário do SNC podem ocasionalmente apresentar lesão cerebral difusa.

Em USUÁRIOS DE DROGA 8. Encefalopatia metabólica

• Insuficiência hepática ou renal, alterações eletrolíticas, hipo ou hiperglicemia, hipotireoidismo e deficiência de vitamina B12.

Alterações laboratoriais e radiográficas

Exames iniciais devem incluir

 Hemograma completo.

 Eletrólitos Uréia/Creatinina para descartar distúrbios hidroeletrolíticos.  AST/ALT.

 Tempo de protombina. TC DE CRÂNIO

 Necessária nas avaliações iniciais. Paciente com contra-indicação para uso do contraste, indicada TC sem contraste antes da coleta de líquor para identificação de lesões que a contra indiquem (hidrocefalia, hemorragia ou efeito de massa).

 Alterações focais: sugestivas de patologias como toxoplasmose, linfoma primário do SNC e leucoencefalite progressiva multifocal.

 Alterações difusas, ou que não captam contraste ou a presença de atrofia tornam os diagnósticos acima menos prováveis.

 Não havendo e sinais de hipertensão intra-craniana (HIC) deve-se colher líquor.

Análise do Líquido cefalorraquidiano

 Coleta do líquido cefalorraquidiano deve ser realizada quando a TC for inconclusiva para o diagnóstico e sem sinais de HIC.

 Solicitar : quimiocitológico , pesquisa de fungos, VDRL, cultura para bactérias e fungos e BAAR.

(7)

Tratamento inicial do paciente com infecção do SNC

Neurotoxoplasmose  Piremetamina VO 200mg dose inicial. Posteriormente passar para 50 mg (<60kg) ou 75mg (≥60kg) /dia

+ Sulfadiazina 1g (<60kg) ou 1,5g (≥60kg) VO 6/6h + Ácido folínico 15mg VO/dia.

Meningite por criptococo  Anfotericina B 0,7mg/kg/dia EV + Fluconazol 400–800 mg/dia VO. meningite por tuberculose  Rifampicina/Isoniazida/Pirimetamina/Etambutol:

Coxip 4 : 2cp – 20 a 35kg; 3cp – 36 a 50kg; 4cp – > 50kg.  Associar dexametasona ou predinisona (1mg/kg/d)

Neurosífilis  Penicilina G 18–24 milhões de unidades/dia (3–4 milhões EV 4/4h ou em bomba de infusão).

Encefalite por varicela-zóster  Aciclovir 10-15mg/kg/dia EV 8/8h. Encefalite por citomegalovírus  Ganciclovir 5mg/kg cada 12 horas

Meningite bacteriana adquirida na comunidade

 Considerar administração de dexametasona até 15 minutos anteriormente a administração de ATB, 0,15mg/kg 6/6h quando suspeita de Pneumococo.

 Ceftriaxone 2g EV 12/12h ou 1x/dia + Ampicilina 1-2g/dia EV 4/4h. Esquema para cobertura de Listeria monocytogenes, meningococo e pneumococo. Se alergia as penicilinas, Trimetropin-Sulfametoxazol 10/20mg/kg 6/6 ou 12/12h.

Referências:

1. Emily L. Ho, Cheryl A. Jay. Altered mental status in HIV infected patients. Emergency Medicine Clinics of North America, vol.28, p.311-323, 2010.

2. Ronald D. Wilcox. HIV in the emergency department. In: Ellen M. Slaven, Susan C. Stone, Fred A. Lopez, editors. Infectious diseases, emergency department, diagnosis and management. McGraw Hill, medical publishing division; 2006. p.440-450.

3. Rodrigo Hasbun. Meningitis. In: Ellen M. Slaven, Susan C. Stone, Fred A. Lopez, editors. Infectious diseases, emergency department, diagnosis and management. McGraw Hill, medical publishing division; 2006. p.32-43.

4. Trevor J. Mills. Acute Encephalitis. In: Ellen M. Slaven, Susan C. Stone, Fred A. Lopez, editors. Infectious diseases, emergency department, diagnosis and management. McGraw Hill, medical publishing division; 2006. p.44-48.

5. Lisa D. Mills. Epidural Abscess and Brain Abscess. In: Ellen M. Slaven, Susan C. Stone, Fred A. Lopez, editors. Infectious diseases, emergency department, diagnosis and management. McGraw Hill, medical publishing division; 2006. p.49-54.

6. Andrew Nevins, Mark Holodniy. HIV-Associated Central Nervous System Infections. In: Ellen M. Slaven, Susan C. Stone, Fred A. Lopez, editors. Infectious diseases, emergency department, diagnosis and management. McGraw Hill, medical publishing division; 2006. p.56-65.

(8)

7. Robert’s Munford, Anthony F. Suffredini. Sepsis, severe sepsis and sepsis shock. In: Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.987-1010.

8. Allan R. Tunkel. Approach to the patient with central nervous system infection. In: Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.1183-1188.

9. Allan R. Tunkel, Diederick van de Beek, W. Michael Scheld. Acute meningitides. In: Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.1189-1230.

10. Allan R. Tunkel, James M. Drake. Cerebrospinal fluid shunt infections. In: Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.1231-1236.

11. John E. Bennett. Chronic meningitides. In: Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.1237-1242.

12. J. David Beckham, Kenneth L. Tyler. Encephalitis. In: Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.1243-1264.

13. Allan R. Tunkel. Brain abcess. In: Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.1265-1278. 14. Igor J. Koralnik. Neurologic disease caused by human immunodeficiency virus type 1

and opportunistic infections. In: Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.1765-1780. 15. Henry Massur. Management of opportunistic infections associated with human

imunnodeficiency virus infection. In: Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael Dolins, editors. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases, seventh edition. Philadelphia, Churchill livingstone – Elsevier; 2010. p.1855-1886.

16. The Surviving Sepsis Campaign: Results of an international guideline-based performance improvement program targeting severe sepsis . Critical Care Medicine, vol. 38, ser.2, pag. 367-374, February 2010.

(9)

17. Igor J. Koralnik. Approach to HIV-infected patients with central nervous system lesions. In: Barbara H. McGovern, editor. www.uptodate.com, visited on may of 2011.

18. Mamidi A., DeSimone J. A., Pomerantz R. J. Central nervous system infections in individuals with HIV-1 infection. Journal of Neurovirology; vol.8, n.3, p.158–167, 2002. 19. Treisman G.J., Kaplin A.I. Neurologic and psychiatric complications of antiretroviral

agents. AIDS; vol.16, n.9, p.1201–1215, 2002.

20. Sacktor N. The epidemiology of human immunodeficiency virus-associated neurological disease in the era of highly active antiretroviral therapy. Journal of Neurovirology; vol.8, suppl.2, p.115–121, 2002.

21. Centers for Disease Control and Prevention. Guidelines for prevention and treatment of opportunistic infections in HIV-infected adults and adolescents: recommendations from CDC, the National Institutes of Health, and the HIV Medicine Association of the Infectious Diseases Society of America. Morbidity and Mortality Weekly Report; vol. 58, n.RR04, p.1–198, 2009.

22. Portegies P., Solod L., Cinque P., et al. Guidelines for the diagnosis and management of neurological complications of HIV infection. European Journal of Neurology; vol.11, n.5, p.297–304, 2004.

23. Prasad K., Singh S.B. Corticosteroids for managing tuberculous meningitis. Cochrane

Database Systematic Reviews; vol.1:CD002244.

Referências

Documentos relacionados

4.11) emissão de listas de presença por sala de prova, para coleta de assinatura dos candidatos, contendo: identificação do local de aplicação (campus), data,

Therefore, the objective of this study was to evaluate the duration and severity of drought events from 1988 to 2018 in hydrographic basins of the state of Pernambuco, Brazil,

Como pode ser observado na Tabela 2, o número de formas adultas recuperadas do intestino delgado dos animais, em todos os grupos tratados, foi estatisticamente maior (p

Para ligar instrumentos e outros tipos de equipamento ao MIC800, utilize ligações jack mono de 6,3 mm ou jack stereo de 6,3 mm, da forma seguidamente ilustrada. Para mais

[r]

2.4 Todos os candidatos no ato da convocação para admissão devem possuir em sua integralidade a documentação (pessoal e acadêmica) necessária para o cargo.. 2.5 É

Mas o que estas histórias têm a ver com alimentação para estarem sendo recontadas num trecho do capítulo através do qual eu me propus a falar de comida? Sugiro pegar um

Segundo Ribeiro (1988) a produção agroindustrial concentrava-se em parcerias com pequenos produtores, principalmente na produção de fumo e na atividade avícola. Naquela