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COMPOSTOS FENÓLICOS E CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE SUCO DE LARANJA ACRESCIDO DE PROBIÓTICO

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Academic year: 2021

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COMPOSTOS FENÓLICOS E CAPACIDADE

ANTIOXIDANTE DE SUCO DE LARANJA ACRESCIDO DE

PROBIÓTICO

L. Longobardi

1

, G. Pires

2

, E. Fialho

3

, A.L.K. Faller

4

1- Graduanda em Nutrição – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Nutrição Josué de Castro – CEP: 21941-902 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil, Telefone: 55 (21) 3939-6697 – Fax: 55 (21) 2280-8343 – e-mail: (larabardi@gmail.com)

2- Graduanda em Nutrição – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Nutrição Josué de Castro – CEP: 21941-902 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil, Telefone: 55 (21) 3938-6697 – Fax: 55 (21) 2280-8343 – e-mail: (geannetti.pires@gmail.com)

3 – Departamento de Nutrição Básica e Experimental – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Nutrição Josué de Castro – CEP: 21941-902 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil, Telefone: 55 (21) 3938-6679 – Fax: 55 (21) 2280-8343 – e-mail: (fialho@nutricao.ufrj.br)

4 – Departamento de Nutrição e Dietética – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Nutrição Josué de Castro – CEP: 21941-902 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil, Telefone: 55 (21) 3938-6697 – Fax: 55 (21) 2280-8343 – e-mail: (ana.faller@nutricao.ufrj.br)

RESUMO – O consumo de frutas e hortaliças está associado à baixa incidência de doenças crônicas não transmissíveis devido à alta densidade nutricional e presença de compostos bioativos, como compostos fenólicos. No entanto, pouco se sabe sobre o papel processo digestório sobre os compostos fenólicos, cuja absorção depende do que ocorre em suas estruturas após contato com enzimas digestivas e bactérias intestinais. A rutina presente em laranjas, em especial, depende da ação de ramnosidases, não sintetizadas por humanos, para a clivagem de sua forma glicosídica para aglicona. Dentre as cepas já relacionadas com a metabolização de compostos fenólicos estão cepas probióticas como Bifidobacterium sp. e Lactobacillus sp. Porém, não se sabe se esta metabolização ocorreria em produtos adicionados de probióticos ou apenas no ambiente colônico.

ABSTRACT – Fruit and vegetable intake is associated with lower risk for chronic non-communicable diseases due to their high nutrient density and the presence of bioactive compounds such as phenolics. However, little is known on the impact of human digestion on polyphenols absorption, which depends on the action of human and bacterial enzymes in the intestines. Rutin present in oranges, in particular, depends on the action of rhamnosidases, not synthetized by humans, to transform its glycosides to aglycons. Among the bacteria capable of metabolizing phenolic compounds are probiotic bacteria such as Bifidobacterium sp. and Lactobacillus sp. But if this interaction would happen in products added with probiotic bacteria or only in colonic environment is still unknown.

PALAVRAS-CHAVE: suco; probiótico; polifenóis; antioxidante.

KEYWORDS: juice; probiotic; polyphenols; antioxidant

1. INTRODUÇÃO

Frutas e hortaliças são as principais fontes de fibra e micronutrientes da dieta, além de fornecerem compostos bioativos, dentre eles os compostos fenólicos (Bohn, 2014). Dentre as futas, a laranja tem alto consumo pela população brasileira, tendo em média o consumo per capita anual de 3,4

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Kg, segundo a POF (Programa de Orçamento Familiar) 2008 – 2009 e pode ser encontrada com facilidade pela população (IBGE). Muito vem sendo investigado sobre os compostos bioativos presentes no suco de laranja e o seu potencial antioxidante (Oikeh et al.,2015; Kelebek & Selli, 2011). Um dos principais compostos presentes na laranja é a rutina, composto bioativo que já foi descrito na literatura com diferenciada interação com a microbiota intestinal, já que as enzimas de certas bactérias podem tornar seus compostos mais biodisponiveis para absorção (López de Lacey et al., 2014). O uso de suplemento probiótico está relacionado ao aumento da população colônica, gerando benefícios a saúde por competir com microrganismos patogênicos e levando a uma maior disponibilidade de nutrientes. Porém, não se sabe o impacto da adição do suplemento probiótico em alimentos previamente seu consumo. O objetivo deste trabalho é avaliar se há uma relação positiva do consumo de suplemento probiotico adicionado ao suco de laranja sobre o teor de compostos fenólicos totais e a capacidade antioxidante do suco.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Foram adquiridos 2 kg de laranjas lima, que sem seguida foram expremidas no espremedor automático gerando 600 mL de suco. Do conteúdo total de 600 mL de suco dividiu-se em quatro partes, duas partes de 150 mL de suco com adição de probiótico, uma parte de suco puro (controle) com 300 mL e uma parte apenas com água e o probiótico. Para adição do probiótico foi utilizado um sachê de suplemento comercial, composto por Lactobacillus acidophilus LA-5 e Bifidobacterium

lactis BB-12 para cada parte fracionada do suco e para água, utilizada como controle.

Para solução de extração das amostras foi utilizado metanol 70 %, após a adição do metanol as amostras foram agitadas na placa agitadora por 5 minutos. Posteriormente, as amostras foram filtradas em papel filtro, alíquotadas e congeladas a -18°C. O extrato gerado foi utilizado para análises de capacidade antioxidante pelo método de DPPH e FRAP e para o teor de polifenóis totais.

Na realização da análise de dosagem de polifenóis totais por espectofotometria, foram utilizados o reagente Folin-ciocalteau no comprimento de onda da leitura de 760 nm tendo como padrão ácido gálico. Para análise da capacidade antioxidante por FRAP, foi utlizada a solução FRAP, composto por tampão acetato, TPTZ e cloreto férrico na proporção 50:25:25, tendo a leitura em espectrofotômetro a 630nm e como padrão Trolox. Para a análise de capacidade antioxidante por DPPH foi utlizado solução DPPH 100µM em metanol 80%, com leitura a 460nm utilizando padrão Trolox. Todos de acordo com metodologia de Faller & Fialho (2012). A quantificação de compostos fenólicos totais e a capacidade antioxidante foram avaliadas em diferentes condições, sob temperatura ambiente ou refrigerada (aproximadamente 30◦C e 4◦C, respectivamente) e em tempos variados considerando 24h, 48h e 96h após a adição do suplemento probiótico no suco de laranja.

As análises foram feitas em triplicata e os valores expressos na forma de média e desvio padrão. Diferença estatística foi avaliada pelo teste t sendo significativo diferenças com p<0,05 utilizando programa GraphPadPrism.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As análises preliminares sobre a adição de suplemento probiótico em suco de laranja, incubado por 24 horas e 48 horas em temperatura ambiente, sugerem que há diferença em relação ao suco não adicionado de probióticos. Nesta etapa, os resultados da incubação por 24 horas e 48 horas, comparados ao suco sem adição de suplemento probiótico, houve uma diferença na atividade antioxidante pelo DPPH, porém não apresentou mudança quantitativa no teor de fenólicos totais mensurados por Folin-Ciocalteau (Figura 1).

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Figura 1. Compostos fenólicos (A), capacidade antioxidante por FRAP (B) e por DPPH (C) em suco

de laranja acrescido de probiótico (suco + P) incubado por 24h e 48h em temperatura ambiente. Letras diferentes demonstram diferença significativa (p<0,05) teste t.

A fim de verificar o impacto do tempo de incubação sobre os parâmetros analisados, optou-se por repetir o procedimento até o tempo de 96h. Em função do aumento do tempo de incubação considerou-se também a incubação do suco com o suplemento sob temperatura de refrigeração (aproximandamente 4◦C). Os resultados preliminares demonstraram que houve diferença em relação ao tempo e temperatura de incubação. O suco acrescido de probiótico resultou em valores superiores de fenólicos em todos os tempos estudos, comparado ao controle, tempo zero.

Houve diferença da temperatura de incubação, sendo que sob temperatura ambiente apresentou valores superiores ao suco refrigerado, tendo diferença significativa em 96h (103,3 mg eq. ácido gálico/mL de suco refrigerado e 149,7 mg eq. ácido gálico/mL de suco temperatura ambiente). A capacidade antioxidante não apresentou diferença estatística em relação ao tempo ou temperatura de incubação, no entanto, houve tendência de aumento com a incubação ao comparar com o controle (tempo 0h) em especial após 96h sob tempertaura ambiente (Tabela 1). Efeito similar foi observado por Cruz-Cansino et al. (2015), após 14 dias de armazenamento de suco de figueira da Índia houve um aumento no teor de fenólicos e da capacidade antioxidante aferida pelos métodos ABTS e DPPH. Utilizando sucos de romã, Fazeli et al. (2011) também observaram aumento na capacidade antioxidante do produto após adição e incubação por 48h do probiotico Lactobacillus casei GG, comparado ao suco controle. Dessa forma, sugere-se que a presença de bactérias probióticas pode contribuir para o aumento de compostos bioativos e capacidade antioxidante de sucos de fruta.

B

C

A

(4)

Tabela 1. Compostos fenólicos e capacidade antioxidante de suco de laranja acrescido de probiótico

sob diferentes tempos e temperaturas de incubação

Tempo Temperatura Polifenóis (µg EAG/mL) DPPH (mM Trolox/mL) FRAP (mM Trolox/mL) 0h Ambiente 98,85 ±4,52 0,17 ±0,10 8,79 ±0,85 24h Ambiente 135,10 ±14,73 0,47 ±0,05 11,71 ±0,46 Refrigerado 118,19 ±3,10 0,63 ±0,04 9,66 ±1,24 48h Ambiente 122,50 ±5,79 1,16 ±0,30 12,42 ±1,05 Refrigerado 102,06 ±3,98 1,21 ±0,61 10,62 ±1,29 96h Ambiente 149,67 ±0,88* 0,86 ±0,11 11,58 ±0,67 Refrigerado 103,33 ±1,38 1,03 ±0,01 11,50 ±0,27 * Diferença significativa entre temperaturas de incubação (p<0,05).

4. CONCLUSÕES

A ingestão de suco com adição de probioticos pode gerar um aumento nos fenólicos totais e na ação antioxidante promovendo benefícios a saúde devendo ser avaliado o binômio tempo x tempertura ideal desta associação. Estes resultados preliminares sugerem possível efeito positivo da adição de probiotico ao suco de laranja após 96h, sendo necessário avaliar se o efeito é sustentado após o seu consumo pela população.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bohn, T. (2014). Dietary factors affecting polyphenol bioavailability. Nutrition Reviews, 72(7), 429-452.

Cruz-Cansino, N del S., Ramírez-Moreno, E., León-Rivera, J. E., Delgado-Olivares, L., Alanís-García, E., Ariza-Ortega, J. A., Manríquez-Torres, J de J. & Jaramillo-Bustos, D. P. (2015). Shelf life, physicochemical, microbiological and antioxidant properties of purple cactus pear (Opuntia ficus indica) juice after thermoultrasound treatment. Ultrasonics Sonochemistry, 27, 277-286.

Faller, A. L. K. & Fialho, E. (2012). From the market to the plate: Fate of bioactive compounds during the production of feijoada meal and the impact on antioxidant capacity. Food Research International, 49, 508-515.

Fazeli, M. R., Bahmani, S., Jamalifar, H. & Samadi, N. (2011). Effect of probiotic ation on antioxidant and antibacterial activities of pomegranate juices from sour and sweet cultivars. Natural Product

Research, 25(3), 288-297.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamento Familiar 2008/2009. Disponível em

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2008_2009_aquisicao/pof200 82009_aquisicao.pdf

Kelebek, H. & Selli, S. (2011). Determination of volatile, phenolic, organic acid and sugar

components in a Turkish cv. Dortyol (Citrus sinensis L. Osbeck) orange juice. Journal of the Science

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López de Lacey, A. M., Pérez-Santín, E., López-Caballero, M. E. & Montero, P. (2014). Survival and metabolic activity of probiotic bacteria in green tea. LWT - Food Science and Technology, 55, 314-322.

Oikeh, E. I., Omoregie, E. S., Oviasogie, F. E. & Oriakhi, K. (2015). Phytochemical, antimicrobial, and antioxidant activities of different citrus juice concentrates. Food Science and Nutrition, 4(1), 103-109.

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