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AINDA OS SALÕES

Residência Phosphorus - 2013 - São Paulo (SP)

A etapa nacional da residência recebe inscrições até 15/07/13. Podem participar artistas de todo o país (com exceção da cidade de São Paulo). +

Calendário das Artes 2013 - Bahia

Inscrições abertas até 05/08/13 para a 2ª chamada do Calendário, edital que concede prêmios de até R$ 13 mil para projetos da Bahia. O aporte total é de R$ 637 mil para apoiar no mínimo 49 projetos. São abrangidas as áreas de Artes Visuais, Audio-visual, Circo, Dança, Literatura, Música, Teatro e Artes Integradas. +

Prêmio Brasil Fotografia - 2013

O mais importante prêmio de foto do país, destina-do a fotógrafos brasileiros ou estrangeiros residen-tes no Brasil, recebe inscrições até 11/08/13. As premiações variam entre R$ 10 mil e R$ 40 mil. +

Futuro – Salão Nacional de Arte Contemporânea e Novas Tecnologias | Jundiaí – SP

A mostra dos artistas selecionados ocorre entre 04 e 31/07/13 na Pinacoteca Municipal Diógenes Duarte Paes. +

Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte (MG) - 2013

O festival recebeu mais de 1.000 inscrições, de 73 países, e selecionou 32 artistas, de 19 nacionali-dades. Entre os dias 04/07/13 e 25/08/13, cerca de 300 obras se dividem entre exposições em vários espaços da capital mineira. Há ainda vasta pro-gramação paralela, com atividades como oficinas, encontros com artistas, palestras, lançamentos de livros e visitas guiadas. +

Bienal Arts Actuels Réunion 2013

A bienal recebe inscrições até 01/07/13 de projetos de artistas com até 35 anos para um mês de resi-dência artística na Ilha de Réunion (pertencente à França, no Oceano Índico, a leste de Madagáscar). A bienal oferece aos selecionados hospedagem du-rante um mês, 1500 Euros para produção, 35 euros por dia e passagens de ida e volta. +

45º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba (SP) - 2013

O salão recebe inscrições até 31/07/13. Serão atribuídos dois prêmios aquisitivos: um de R$ 14.479,29 e um de R$ 9.642,71. +

Bolsa Iberê Camargo - Residências Artísticas no Exterior

Inscrições abertas até 31/07/13. São oferecidas bolsas artistas no MAMbo, em Bolonha (Itália); no CRAC, em Valparaíso (Chile); e no Kiosko, em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia). +

Pipa - Prêmio Investidor Profissional de Arte - 2013

Os quatro finalistas do Pipa são Berna Reale, Cadu, Camila Soato e Laercio Redondo. Eles ganham exposição no MAM do Rio de Janeiro de 07/09/13 a 10/11/13 e concorrem a premiação de R$120 mil. +

Programa de Exposições 2013 - Guarulhos (SP)

O Centro Municipal de Educação Adamastor recebe mostra de Nilson Dezotti de 28/06/13 a 28/07/13. +

1º Prêmio Moldura Minuto de Arte Contemporânea - Belo Horizonte - 2013

São selecionados 20 artistas para coletiva a ser realizada no Boulevard Shopping, entre 08/10/13 e 09/11/13. Destes serão premiados dois artistas com uma viagem a Art Basel - Miami Beach (EUA). +

Salão de Artes Visuais de Vinhedo - 2013

O salão recebe inscrições até 28/06/13 (categorias pintura, desenho, fotografia, gravura, escultura e instalação). A premiação (aquisição) soma R$ 20 mil. A exposição dos selecionados ocorre de 14/08/13 a 14/09/13 no Centro Cultural Engenheiro Guerino Mario Pescarini. +

3° Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea - 2013

O concurso recebe inscrições até 28/06/13. São 23 prêmios de R$ 15 mil cada, para obras nas áreas de pintura, escultura, fotografia, obras em papel e graffiti. +

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19º Salão Anapolino de Arte – Anápolis (GO)

O salão divulgou a lista de artistas selecionados. A exposição ocorre na Galeria Antônio Sibasolly a partir de 27/07/13. +

12º Salão de Artes Visuais de Guarulhos (SP) – 2013

O salão recebe inscrições de 17/06/13 a 16/08/13. Não há prêmios em dinheiro. +

Aos Cuidados De… - Kassel / São Paulo - 2013

O projeto promove o intercâmbio artístico e cultu-ral entre artistas de diferentes países por meio de trabalho colaborativo a distância. O Ateliê Coletivo 2e1, em São Paulo (SP), recebe exposição do projeto até 29/06/13. +

10º Salão Nacional de Fotografia Pérsio Galembeck - Araras (SP) - 2013

O salão recebeu inscrições até 14/06/13. As premiações são: 1º Lugar, R$ 1.000,00; 2º Lugar, R$ 800,00; e 3º Lugar, R$ 500,00. A abertura da mostra e a premiação são em 06/07/13, às 20h, no Centro Cultural Leny de Oliveira Zurita. A exposição fica em cartaz até 25/07/13. +

Prêmio Foco Bradesco ArtRio - 2013

A primeira edição do prêmio vai selecionar três artistas visuais emergentes com até 15 anos de carreira para expor na ArtRio 2013 e participar de residência e mostras em três instituições - em São Paulo (SP), Recife (PE) e Buenos Aires (Argentina). A premiação será de R$ 7.500,00 para cada. Inscri-ções até 10/07/13. +

Amostra Grátis - Mostra Catarinense de Vídeos Experimentais - Florianópolis/SC

A primeira edição da mostra não competitiva é dedicada a produtores e/ou realizadores naturais ou radicados em Santa Catarina. As inscrições, gratuitas, vão de 10/06/13 a 12/07/13. +

Programa Anual de Exposições - Centro Cultural São Paulo (SP) - 2013

A primeira das três mostras da 23ª edição do pro-grama reúne trabalhos dos artistas selecionados Rafael RG, Márcia Granero e Rodrigo Cass e dos convidados Marcelo Cipis e Paulo Climachauska. Fica em cartaz de 22/06/13, às 15h, a 25/08/13. +

41º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto - Santo André (SP) - 2013

A mostra dos selecionados ocorre até 29/06/13 no Salão de Exposições do Paço Municipal. +

6º Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça - Funarte

Inscrições abertas até 26/06/13. Serão contempla-dos 15 projetos, com premiações de R$ 70 mil a R$ 350 mil. +

2º Arte Londrina (PR)

Inscrições abertas até 28/08/13. +

Vetor - Residência Artística - Rio Grande do Sul

A mostra dos artistas selecionados ocorre entre 13 e 29/06/13. +

1º Salão de Arte Virtual Contemporânea Stressionista

Mais informações. +

Os Salões não estão caducos. O Salão de Abril não está caduco, embora não configure na lista ao lado. Mas apenas por acaso. A relação de eventos dessa natureza dos “salões de arte” foi retirada do site informativo Mapa das Artes que é editado pelo jornalista e crítico de arte Celso Fioravante e que figura entre os mais acessados no país. São mais de 2.000 acessos por dia. Estes números que chamam a atenção tem um porquê. São pessoas em busca de informação e notícias do mundo das artes. É, sem dúvida, fonte de informação para os artistas que se interessam por participar dos editais e salões que cobrem a produção artística em todo o país. Esta longa lista que encontramos nesse site nos faz pensar sobre a permanência do modelo expositivo democrático que para muitos é anacrônico. Alegam que os salões não dariam mais a dimensão da produção da arte contemporânea no país. Será?

Tenho dúvidas de que este modelo não tenha mais relevância ou que não seja mais do interesse dos artistas quando penso nos números de participantes da edição deste ano do Salão de Abril, que registrou 811 inscritos. No Futuro – Salão Nacional de Arte Contemporânea e Novas Tecnologias | Jundiaí – São Paulo, tiveram mais de 400 inscritos. O Edital de Exposições do Centro Cultural São Paulo de 2013, teve mais de 700. O Arte Londrina da Casa de Cultura de Londrina de 2012, em sua primeira edição, teve 143 inscritos. No 37º SARP – Salão de Arte de Ribeirão Preto, de 2012, foram mais

de 300. No Arte Pará de 2011, foram mais de 900 inscritos. Em todos estes que enumerei aqui, tive o privilégio de fazer parte da comissão de seleção junto com colegas de profissão de reconhecimento nacional.

Faço então as minhas considerações e defesas diante deste quadro do Mapa das Artes que vemos acima e da polêmica que surgiu depois que foi colocado para debate a pergunta “Que Salão Queremos?”, tema de seminário paralelo do Salão de Abril de 2013. Depois da polêmica iniciada ao longo da comemoração dos 70 anos de existência do Salão de Abril, tenho conversado sobre este modelo de exposição com vários profissionais como o curador da Bienal de São Paulo de 2011, o venezuelano Luiz Peres-Oramas, a curadora de arte latino-americana do Museu de Belas Artes de Houston, a porto-riquenha Mari Carmen Ramirez, entre outros artistas e gestores de espaços de arte como Maria Montero, do descolado espaço Phosphorus, no centro nevrálgico da cidade de São Paulo.

Os primeiros confirmaram que este modelo de exposição não se vê nos Estados Unidos. Peres-Oramas comenta ainda que na Venezuela se vê muito poucos salões em funcionamento, em uma cena artística atualmente insipiente. No

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entanto, ficaram espantados e curiosos com a quantidade de Salões em vigor no Brasil. Maria Montero vê no Salão de Abril relevância. Foram contemplados este ano dois artistas ligados ao espaço que dirige. Acredita ser o modelo a chance desses artistas tornarem-se conhecidos.

É fato. No país é um modelo popular e não tenho dúvida se bem conduzidos, são espaços democráticos para se apresentar a arte contemporânea que não encontrou ou não encontra lugar de exposição nos museus e galerias de arte comerciais. Lembrando que estas instituições não dão e nunca deram conta dessa enorme produção artística existente no país.

Quem reclama do modelo geralmente são artistas que já estão inseridos no circuito das artes do eixo São Paulo – Rio ou que já estão figurando em mostras nacionais e internacionais. Reclamam que este modelo não atende mais a demanda e as necessidades de extroversão da arte contemporânea. Pedem espaços para residência de artistas. Mas um não elimina o outro. Os artistas precisam de espaço e contaminação para criarem, sem dúvida. Os espaços de residência cumprem esta função. Mas, por sua vez, estão dissociados de uma exposição. Ficam apenas no âmbito do artista e o público fica de fora.

Por outro lado, os salões são este espaço de exposição democráticos abertos para todos, inclusive os que estão em residência artística. Estão abertos a toda uma classe de artistas que não figuram nessas residências que surgem pelo país e que atendem a um número pequeno de contemplados nos seus editais (o mesmo modelo de seleção dos salões).

Elimina-se o modelo salão de exposições e depois? Onde estes artistas que não estão nas residências artísticas, nem nas galerias comerciais ou menos ainda nos museus de arte, vão expor?

Os salões são antes um espaço de exposição em que qualquer artista pode enviar a sua proposta expositiva sem hierarquias para um júri formado por artistas, curadores e críticos de arte, que se predispõem a circularem o pais para fazer estas seleções. É uma forma hoje eficiente de circulação da arte. Com o fim pura e simplesmente do modelo salões, acabaríamos com esta chance que muitos artistas ainda não encontraram de expor os seus trabalhos, e tem nos salões a sua primeira vez e a chance, talvez o mais importante para

os artistas, de serem vistos nos seus portfolios pela comissão de seleção. Faço ainda outra defesa para aqueles salões em que as premiações se convertem em acervos para as instituições promotoras. O melhor exemplo é o do SARP. O Museu de Arte de Ribeirão Preto conta com cerca de 400 trabalhos que são um panorama histórico da produção nacional dos últimos 40 anos no pais, vindos dos prêmios aquisições do Salão de Arte de Ribeirão Preto, em sua 38ª Edição, em 2013.

O Salão é ainda um espaço em que o que se mostra é uma arte ainda não institucionalizada e, mais importante ainda, ao observarmos o

comprometimento da produção artística contemporânea vista nos grandes centros urbanos, que nasce comprometida com o mercado de arte quando aporta no meio institucional. O que é visto nos salões, ainda guarda uma independência e um desprendimento que permitem aos salões serem espaços de experimentação artística.

Resta talvez mudar a nomenclatura, de “Salão” para “Exposição Coletiva de Arte Contemporânea”? Dar continuidade as inovações do Salão de Abril, que institucionalizou o valor de pró-labore de 3.000 Reais para todos os artistas selecionados. Transformar o prêmio em prêmio-aquisição com valores justos, de acordo com o que é comercializado. Formar com estas aquisições uma coleção relevante que possa figurar em um museu local, na cidade de Fortaleza. Considerar a relevância da comissão de seleção.

Desta forma os “salões” continuarão a ser fonte inesgotável de lançamento de artistas em busca de espaço de exposição.

RICARDO RESENDE CURADOR DO SALÃO DE ABRIL DE 2013 DIRETOR GERAL DO CENTRO CULTURAL SÃO PAULO

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Os Salões de Arte, por sua natureza, são controversos e a seleção de artistas é, necessariamente, de ordem subjetiva e pautada pelo gosto, mas não só, do corpo de jurados. Há, na verdade, uma intrincada rede de saberes e de intuições em jogo, de predileções por esse ou aquele tipo de abordagem, por determinadas linguagens em detrimento de outras.

O resultado final, portanto, expressa por um lado a produção artística do momento, e por outro as virtudes e deficiências dos jurados em conseguir detectar no universo imenso de inscrições e proposições diversas, pontos nos quais o estado da arte esteja vibrando em diálogo com o mundo contemporâneo, de forma mais intensa e original.

Observar um painel que contem 811 artistas inscritos de 23 estados diferentes, nos possibilitou perceber que o fazer artístico no Brasil segue se revigorando. Foi sintomático perceber que as obras propostas, em sua grande maioria, trouxeram à tona questões de ordem cada vez mais subjetivas e universais, seja ao pontuar questões internas à arte, seja quando se dedicam a olhar o entorno do mundo. Aspectos regionais específicos e uma abordagem de ordem mais objetiva e plana, parecem estar um pouco mais amortecidos.

A fotografia e o vídeo, linguagens com maior predominância de inscrições, parecem ainda viver um certo êxtase com os incrementos que as novas tecnologias trouxeram, facilitando seu manuseio e tornando tênues seus limites entre realidade e ficção, além de servirem como amálgama perfeito para trabalhos de linguagem híbrida. A facilidade do meio, porém, ainda carece, por vezes, de trabalhos que conceitualmente sejam mais bem estruturados.

A pintura, entre seguir modelos pré-estabelecidos ou buscar novas

abordagens, se converte num excelente campo de reflexão quando objetiva pensar internamente, no quadro, as problemáticas da representação, questionando relações espaciais, a justaposição dos planos, as armadilhas da percepção visual por meio da luz e das fronteiras cromáticas.

Foi interessante perceber o bom número de trabalhos, bastante estimulantes, que buscam oxigenar o traço por meio de uma espécie de desautomatização dos aspectos formais de certos objetos cotidianos.

FAZER ARTÍSTICO REVIGORADO

Performances e instalações surgiram em um bom número de inscrições, com algumas proposições fortes e instigantes, como as que resultaram selecionadas e poderão ser vistas pelo público.

O desenho, assim como a colagem, foram linguagens que surpreenderam positivamente, com uma excelente gama de trabalhos, sintomático de um momento em que vários artistas também passaram a incorporar ambos em obras híbridas e complexa com estratégias poéticas bem afinadas. O mesmo parece não ocorrer com a gravura, que apresentou raros pontos evolutivos na forma, mas principalmente na pesquisa da representação em si, mantendo um repertório com pouca variedade e sem muitas surpresas.

A escultura, que surge bem representada por artistas cearenses nesse Salão, nota-se que possui nos dias de hoje cada vez menos uma linha mestra de procedimentos e materiais, o que a torna menos previsível, mais diversa e surpreendente, ainda que aparecendo em menor número em relação às outras linguagens.

Essa edição do Salão de Abril foi, ainda bem, alvo de questionamentos de parte da classe artística. Com 70 anos, mostra-se, portanto, um organismo vivo, pulsante, que necessita se revitalizar como qualquer evento tão longevo. É necessário que seus idealizadores dialoguem ainda mais com a classe artística, que o Salão, ainda que preservada suas idiossincrasias naturais de qualquer processo seletivo, seja representativo do pensar e do fazer artístico que, afinal, é a sua razão de ser. E que de fato ele se firme na sua vocação de ser um salão voltado para a arte contemporânea.

Como vimos nessa edição, quando convocados, os artistas e suas obras comparecem com vigor oferecendo um prisma pelo qual podemos entender melhor, e de forma que transcende as tantas certezas desgastadas, a nós mesmos e ao nosso tempo.

EDER CHIODETTO CURADOR

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Salões de Arte pelo Brasil sempre foram assunto de primeira ordem no circuito de arte, e nas sociedades que os comportam. Das célebres análises de Mário Pedrosa às ricas experiências artísticas e críticas desenvolvidas do final dos anos 60 e aos 70 – diga-se nos anos mais obscuros da vida política e pública desse pais – ao momento de retomada política da arte no início dos anos 2000, a idéia de salão foi posta sempre em xeque. Ela permanece na berlinda, mas sobrevive. Talvez um dos aportes mais urgentes esteja na forma como entendemos historicamente esse enfrentamento e sua permanente sobrevivência. E isso é mais do que válido para que se entenda qual Salão que queremos em Abril em Fortaleza, no Ceará, no nordeste do país.

Se em seu primórdio, as primeiras edições eram permeadas por um

interesse político em atender ao cenário local, sendo essa uma reivindicação legítima que constantemente reaparece, hoje sua pertinência política torna-se outra. Considera-torna-se estorna-se desvio de interestorna-se como um dos problemas cruciais na definição de um modelo dinâmico de salão que nesse contexto se possa realizar. Temos uma lacuna histórica de efetivação de uma modernidade que permanece inacabada, mas é justo nesse ponto em que encontramos brecha para abrir uma vertente de ação, interferindo no campo da arte e subvertendo-o, seja por meio da produção artística ou por ações em seu circuito, à exemplo do Salão.

No caso do Salão de Abril não lidamos com o peso nostálgico de um projeto amplo que tenha ficado em aberto, o que é visível nos centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro. A própria ambigüidade de formação moderna do Ceará - que por si só nos faz tentar reproduzir modelos que nos são distantes - constitui um cenário de vida bastante singular.

Além disso, deve ser considerada uma construção histórica que nos põe ainda à margem de uma estrutura de produção cultural. Entretanto, acredita-se que a possibilidade de se tomar partido dessa situação

PARA ALÉM DO POUCO

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Em sua edição atual, o Salão ainda nos oferece um rico panorama das artes visuais produzida no Brasil. Estar atento a essa seleção é fundamental para entender, mesmo que parcialmente, o que se coloca como preocupações estéticas da ordem do dia, afinadas com as mais diversas conjunturas socioeconômicas do lugar de fala do artista. Outro fator interessante diz respeito ao fluxo migratório dos participantes que, advindos de suas biografias, refletem diretamente nos trabalhos.

Infelizmente os mecanismos de inscrição, os processos exíguos de seleção e o ainda limitado debate público sobre o assunto configuram um quadro de fragilidade do Salão de Abril. Talvez sejam esses alguns aspectos que mereçam revisão mais imediata em edições futuras. Mais do que reafirmar uma tradição da cultura local - muitas vezes forjada, por exemplo, em consonância ideológica com os últimos governos locais -, compreender e questionar essa tradição estando atentos ao outro que não compartilha de um mesmo contexto que o reconhecível, pode ser um ponto importante para a sobrevivência e a longevidade do Salão.

Não queremos aqui um salão caduco, que acomode seus problemas em um edital defasado e insuficiente. O evento deveria fazer parte de um movimento mais amplo de formação, pesquisa e produção e, nesse sentido, sua situação atual está bem aquém do que é necessário. Fortaleza, no caso, possui uma estrutura de ensino no campo da arte ainda muito frágil e sem uma tradição histórica constituída. Suas instituições culturais, por exemplo, não mantiveram uma política de ensino perene e ativa. Recentemente uma das iniciativas de maior relevância veio do meio universitário federal com a criação de um curso de pós-graduação dedicado às investigações reflexivas do campo da arte. Mas, diante da realidade por hora vivenciada, essa iniciativa isolada é ainda muito pouco.

DIEGO MATOS CURADOR

à margem, distante ou fronteiriça é um recurso para nossa ação. Esse lugar nos oferece um reverso. Se fisicamente estamos mais distantes do que se tem como epicentro, de modo simbólico a condição de limite nos põe, por outro lado, em aproximação de uma condição de ponta. Tomando partido dessa situação, organizam-se outros centros, criam-se outras zonas de influência, estabelecendo outros circuitos.

Na última década vivenciamos a formação de uma geração de artistas atenta a essa condição. Fomos favorecidos pela inclusão na dinâmica de consumo em sua completude e pela profusão de dispositivos que nos permitiram ampliar a comunicação e estabelecer redes de contato. Foi uma tomada de consciência política que nos colocou cientes de uma alteridade, necessária e inequívoca. Trata-se de um passo largo na construção de uma produção local consciente de suas origens mas integrada a uma conjuntura contemporânea, outra hora distante e excludente. Foram assim afirmadas relações que acontecem de forma colateral, fragmentada e que desconstroem hierarquias socioculturais anteriormente existentes.

Nesse sentido, acreditamos na importância de um Salão mesmo que em sua estrutura ele esteja deficitário. De forma concreta ele é ainda um dos únicos instrumentos de locais para visibilidade da prática artística. Ele é importante porque se apresenta na esfera pública e, embora pontual, estabelece uma plataforma possível de debate entre os artistas, sua audiência e os demais atores do circuito da arte. Para além disso, o Salão põe o meio local em contato com a pluralidade de uma produção cultural brasileira, o que no nosso entender é vital para que se mantenham as conquistas mais recentes do meio, em sintonia com um processo mais global. Poderíamos até aventurar uma qualificação geopolítica nos afirmando enquanto parte de um eixo sul.

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Prefeito Roberto Claudio Rodrigues Bezerra Vice-Prefeito Gaudêncio Gonçalves de Lucena Secretário de Cultura de Fortaleza Francisco Geraldo de Magela Lima Filho Secretária-Executiva Paola Braga de Medeiros Assessora de Políticas Culturais Nilde Ferreira Coordenadora de Ação Cultural Germana Vitoriano Coordenador de Criação e Fomento Lenildo Gomes Coordenador de Patrimônio Histórico e Cultural: Alênio Carlos

Coordenação Geral do 64º Salão de Abril Germana Vitoriano Curadoria Ricardo Resende Eder Chiodetto Diego Matos Coordenação de Produção Dora Freitas

Coordenação da Ação Educativa Aterlane Martins

Assistente de Produção

Jordânia Oliveira / Roberto Bezerra / Raí Silva Design Gráfico Fernando Brito Webdesign Márcio Brasil Fotografia Jarbas Oliveira Vídeo Eder Bicudo

Montagem e Estrutura Física Josymar Gonçalves

Iluminação Mário Yoichi Minami

CATÁLOGO Produção Executiva Dora Freitas e Silva Furtado Fotografia

Jarbas Oliveira Projeto Gráfico Vibri Design & Branding

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Amanda Melo

(São Paulo - SP)

ÁGUA FORTE, 2011

PERFORMANCE

André Tarayama

(São Paulo – SP)

CAVALETES, 2011

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Artur Tuoto

(Curitiba - PR)

4XELEPHANT, 2013

VIDEOARTE

Bosco Lisboa (Fortaleza – CE)

ESCOVAVA, 2013.

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Coletivo ES3

(Natal - RN)

PAISAGEM ESPINHAL, 2012

PERFORMANCE

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Carolina Panchoni

(Cambé – PR)

RÉQUIEM 2, 2013

PASTEL SECO, PASTEL OLEOSO E LÁPIS DE COR SOBRE PAPEL CANSON.

Camila Soato

(Brasília – DF)

O GARGAREJO EM DÓ MAIOR SUSTENIDO, 2013

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Dirnei Prates

(Porto Alegre – RS)

DOIS CAMINHÕES E UM VECTRA SE ENVOLVERAM EM BATIDA NA BR-116 , 2013.

FOTOGRAFIA

Daniel Murgel

(São Paulo – SP)

AMNÉSIA – CONSTRUIR PARA DESTRUIR, 2012.

INSTALAÇÃO - CONSTRUÇÃO DE ALVENARIA, TERRA COMPACTADA, TACOS DE MADEIRA E CADEIRAS DE ESCRITÓRIO.

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Fernanda Valadares

(Porto Alegre – RS)

51º29’29.19”N 0º9’33.81”W

(SKYLINE DE LONDRES + SAATCHI GALLERY) (2011)

PINTURA

Fernanda Figueiredo

e Eduardo Matos

(São Paulo– SP)

TORRE DE ÁGUA, 2012

FOTOGRAFIA E DESENHO DE GRAFITE SOBRE PAREDE

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Gordana Manic

(São Paulo – SP)

RASPAGEM DE UM TRÍPTICO - RUPTURA, 2013

FOTOGRAFIA (JATO DE TINTA SOBRE PAPEL DE ALGODÃO)

Genival Nunes

(São Felipe– BA)

SEIVA BRUTA, 2013

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Gustavo Ferro

(São Paulo - SP)

SITUAÇÕES URBANAS FORTALEZA, 2013

DESENHO

Henrique de França

(São Paulo – SP)

SOMENTE O ACASO TEM VOZ 2, 2012

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James Kudo

(São Paulo – SP)

PUXADINHO, 2012.

INSTALAÇÃO COM ADESIVOS PLÁSTICOS

João Castilho

(Belo Horizonte – MG)

EMBOSCADA, 2013

(21)

José Bruno Faria

(Recife – PE)

PANORAMA EL VIAJERO, 2012

INTALAÇÃO

José Rocha

(Salvador, BA)

MONUMENTO AO RISCO, 2011

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Katia Fiera

(São Paulo – SP)

UM VAZIO QUE ME PREENCHE, 2012

POLÍPTICO - DESENHO SOBRE PAREDE, PLACAS DE MDFS E PEÇAS DE RESINA.

VENCEDOR DO GRANDE PRÊMIO

José Tarcísio (Fortaleza – CE)

RELICÁRIOS SECA 2013 NE/BRASIL, 2013

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Márcio Távora

(Fortaleza – CE)

LOS SIGLOS PASADOS, 2013

FOTOGRAFIA

Leonardo Mathias

(São Paulo – SP)

DINÂMICA DO ERRO, 2013

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Priscilla Pessoa

(Campo Grande– MS)

FÁBULA INSTANTANEA I, VI E X, 2012

AQUARELA S/ PAPEL

Pedro David Oliveira

(Belo Horizonte – MG)

SUFOCAMENTO, 2012

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Sidney Amaral

(São Paulo– SP)

MINOTAURO

LITOGRAVURA

Rian Fontenele

(Fortaleza – CE)

A RESTAURAÇÃO DE UMA AUSÊNCIA, 2012

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Vitor Mizael

(São Paulo – SP)

SEM TÍTULO, 2013

ACRÍLICO SOBRE TELA

Vírgilio Abreu Neto

(Brasília – Df)

SEM TÍTULO, 2012

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ESTE CATÁLOGO UTILIZA A FAMÍLIA TIPOGRÁFICA DIN E ESTÁ IMPRESSO EM PAPEL OFFSET 90G/M2 E CAPA EM 120G/M2.

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Referências

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