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A histórica Casa dos Azulejos é hoje um renomado restaurante. Ao lado: o contraste entre a arquitetura moderna e uma estátua em frente ao Museu de

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A histórica Casa dos Azulejos é hoje um renomado restaurante. Ao lado: o contraste entre a arquitetura moderna e uma estátua em frente ao Museu de Belas Artes

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Novembro 2010 67

A cidade do méxico é tão grande quanto a sua diversidade. Percorremos os

quatro cantos da capital e revelamos as características de seus distintos bairros

grande MeTrópole

texto luis patriani | fotos roberto seba

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Pedra sobre Pedra

Cidade do México. 17 horas. A bandeira mexicana é hasteada no meio da Plaza de la Constitución, conhecida também como Zócalo. A sua volta, a Catedral Metropolitana, o Palácio Nacional, o edifício do Governo do Distrito Federal, além de outros prédios comerciais, fecham o quadrado e o círculo do poder na capital do país latino-americano.

Enquanto o estandarte verde, branco e vermelho tremula no alto, uma ironia do destino se faz presente em baixo da praça e no meio da insígnia mexicana, composta por um brasão de armas onde figuram uma águia, uma serpente, um cacto e um lago. O Zócalo, assim como toda a Cidade do México, afundam lentamente para dentro do lago Texcoco, que foi aterrado pelos espanhóis em 1520 para construir uma nova cidade sobre Tenochtitlán, a capital do poderoso império asteca, erguida há séculos em uma ilha deste imenso charco.

Se o problema é uma maldição asteca, como muitos apregoam por aqui, ninguém sabe. Certo mesmo é que o monumento à independência, no Paseo de la Reforma, por exemplo, já submergiu 36 metros desde que foi feito, em 1910. O governo, por sua vez, faz obras de contenção para retardar o processo por toda a cidade, através de estacas de madeira para dar sustentação à superfície. Enquanto afunda

vagarosamente, o centro da Cidade do México, com seus mais de 1.500 prédios classificados como históricos pela Unesco, continua a servir de palco para muitas atrações. O tradicional e luxuoso restaurante Casa dos Azulejos, é um deles. Construído no século 16, tem na sua fachada, toda feita com azulejos chineses, a origem do nome. Perto dali, na Rua Regina, o restaurante Chon não chama a atenção pela suntuosidade de suas formas, mas sim pela extravagância de sua comida. A especialidade aqui, além dos óbvios e deliciosos chilis,

guacamoles, tacos e tortillas, são as entradas

pré-hispânicas, o que na prática significa comer grilos, larvas e ovas de mosca.

Tudo muito saboroso, diga-se de passagem.

Os museus são outro ponto de destaque no agitado centro da

cidade. O Museu Nacional de Arte, construído no estilo dos palácios renascentistas italianos, abriga coleções que representam todas as escolas de arte mexicana até o século 20. Já o Palácio de Belas Artes, uma mistura de neoclássico com art

nouveau, erguido em 1905 pelo

arquiteto italiano Adomo Boari, é famoso pelos imensos murais que ocupam seus andares superiores, como o emblemático El

Hombre en el Cruce de Caminos, de Diego Rivera.

A capital

asteca foi

destruída e

soterrada pela

nova cidade dos

invasores

espanhóis

Acima: vista da Catedral Metropolitana, na Praça Zócalo. Ao lado: uma das muitas bombonnières do centro. Na página oposta: vão central do tradicional Grand Hotel

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69 Novembro 2010

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Reduto Chique

Os bairros de La Condesa e Polanco têm muitas coisas em comum e representam o lado mais

sofisticado da Cidade do México. O primeiro tem sua história diretamente ligada à grande

expansão da cidade no início do século 20, quando muitas famílias ricas deixaram

o centro e vieram para cá, atrás de suas bucólicas alamedas e parques. Em 1985,

o grande terremoto abalou não só a infraestrutura, mas a confiança dos moradores, que abandonaram a região. Após um período de decadência, o bairro voltou à cena e têm hoje a reputação elevada a uma das áreas mais modernas da cidade, com restaurantes design, lojas de grife e clubes noturnos. Um breve passeio por suas ruas e avenidas arborizadas revela também uma das características mais encantadoras do La Condesa: seus prédios em estilo art déco, a exemplo dos edifícios Basurto, com a estrutura aerodinâmica dos anos 40, e a inconfundível marquise do Tehuacán, convertido, recentemente, no luxuoso Hipódromo Hotel.

A origem de Polanco é semelhante à de Condesa. A área virou refúgio para as classes abastadas a partir da década de 40. Desde então, casas e mansões ao melhor estilo colonial californiano foram erguidas para receber a elite mexicana, como a comunidade judaica, que fez daqui seu enclave, e a maioria das Embaixadas. Cortando o bairro ao meio, a Avenida Presidente Masaryk impressiona pela quantidade de bons programas a fazer. Em uma sequência de cinco quarteirões, concentram-se lojas como Bulgari, Gucci e Marc Jacobs, restaurantes como o renomado Astrid y Gastón e sua deliciosa fusão gastronômica peruana, e hotéis descolados ao melhor estilo Nikko México, o primeiro hotel butique da cidade.

Lado a

lado, o antigo e

o novo convivem

em harmonia

na metrópole

mexicana

Abaixo: a Avenida Presidente Masaryk corta o bairro de Polanco ao meio e mostra toda a sofisticacão de suas lojas. Na página oposta: a antiga Basílica de Guadalupe afunda lentamente

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71 Novembro 2010

O ALICERCE DA FÉ

a Basílica de Guadalupe, no noroeste da Cidade do México, é considerada por muitos como o principal templo da igreja Católica no continente americano. todos os anos mais de 20 milhões de pessoas, sejam fieis ou turistas, vêm até o Monte do tepeyac para conhecer o complexo de igrejas e capelas dedicado à Virgem de Guadalupe, a padroeira do país.

O lugar onde a imagem da santa teria aparecido para um índio da tribo nahua, em 9 de dezembro de 1531, impressiona pelo fervor religioso e pelo fato de estar afundando, assim como grande parte da Cidade do México.

a basílica velha, que começou a ser construída em 1531 e foi concluída em 1709, deu os primeiros sinais de que seus alicerces estavam submergindo lentamente para dentro do lago texcoco na década de 1970.

pouco tempo depois, em 1979, uma nova basílica já estava de pé e pronta para receber até 10 mil devotos da santa em uma única missa. projetado pelo arquiteto pedro ramírez Vázquez (o mesmo que fez o Estádio asteca) dentro de um estilo moderno e arrojado, o santuário foi erguido bem ao lado da igreja antiga, que continuava a afundar. após muitos trabalhos de contenção e restauro do terreno, a basílica de 300 anos de idade voltou a abrir suas portas em 2001, mesmo com os evidentes sinais da acentuada inclinação de sua fachada para frente.

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73 Novembro 2010

O Abrigo da História

De um lado da Avenida Paseo de la Reforma fica o parque de Chapultepec. Do outro, também. O bosque onipresente de 6.475 km² (quatro vezes o tamanho do parque do Ibirapuera, em São Paulo) é o maior da América Latina. Dentro dele, além de tudo o que um parque deve ter, como lagos, árvores, crianças, esquilos, alegria e até zoológico, está o Castelo de Chapultepec, erguido em 1785 para servir de casa de campo ao vice-rei Bernardo de Gálvez y Madrid.

Se não bastasse, o Chapultepec abriga um dos maiores e melhores museus de

antropologia do mundo. O Museu Nacional de Antropologia impressiona

pelo tamanho, mas, principalmente, pela

riqueza de seu acervo. São doze galerias divididas por civilizações, como os maias, toltecas, olmecas e, obviamente, astecas; e por regiões, a exemplo da cidade de Teotihuacán e suas pirâmides do Sol e da Lua, localizadas a apenas cinquenta quilômetros da Cidade do México.

Conhecê-lo a fundo é tarefa para, no mínimo, um dia inteiro. Só assim para observar detalhes tão curiosos quanto reveladores, como os espelhos funerários de mosaico, considerados pelos astecas como curvas de passagem para o sobrenatural, por sua capacidade de refletir um mundo que pode ser visto, mas não integrado. Ou as intrigantes peças talhadas em madeira chamadas de acrobatas, encontradas no período pré-clássico no centro do México e que retratam as posições necessárias para estimular certas zonas cerebrais durante cultos xamânicos.

O parque

de Chapultepec

abriga um dos

melhores museus

de antropologia

do mundo

Página ao lado: turistas do mundo inteiro visitam o Museu de Antropologia. Acima, no sentido horário: calendário asteca talhado em pedra; um dos três lagos do parque de Chapultepec; e reprodução de templo maia em meio à vegetação

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A Casa dos Artistas

Não há dúvida de que Coyoacán, ao sul da Cidade do México, é uma das principais regiões turísticas da capital. Mas passar uma tarde caminhando por suas calmas e arborizadas ruas é a melhor forma de entrar na rotina de um bairro mexicano identificado com suas tradições e seu original espírito criativo.

A Praça Central, dividida no Jardim del Centenario e Praça Hidalgo, é a síntese da expressão cultural da região. Em volta da

Paróquia de San Juan Bautista, erguida em 1592, casais de

namorados, crianças, engraxates e periquitos da

sorte dividem espaço com teatros independentes,

cafés, museus e bares como o Corazón Maguey, que se orgulha de produzir o seu próprio mescal.

Ao longo de sua história mais recente, o bairro, que foi a capital do governo da Nova Espanha depois que Hernán Cortés estabeleceu-se após a destruição de Tenochtitlàn, no século 16, foi habitado por importantes pintores,

escritores e artistas plásticos, como Diego Rivera, Frida Kahlo, Salvador Novo, Octavio Paz e León Trotsky. Algumas dessas residências viraram museus, como a em que vivia a irrequieta Frida Kahlo, onde podem ser vistos alguns dos quadros pintados pela artista ícone da contracultura mexicana, além do mobiliário da sua casa e objetos pessoais. Outros museus de destaque são o León Trotsky, o Museu de las Intervenciones e o Museu Nacional de Culturas Populares.

A Cidade do

México é a capital

dos museus, sendo

tão grande quanto a

sua própria riqueza

histórica

Acima: os murais do artista Diego Rivera estão distribuídos em vários pontos da cidade. Ao lado: a Pirâmide do sol, em teotihuacan, está entre as três maiores do mundo. são 65 metros de altura e 260 degraus

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75 Novembro 2010

A CIDADE DOs DEusEs

Quando os espanhóis chegaram à Cidade do México não tiveram dúvidas em destruir a capital asteca e construir sua comunidade em cima dela. ao contrário dos europeus, os astecas não fizeram o mesmo quando depararam-se com a cidade de teotihuacan, centro de uma civilização até hoje pouco conhecida, e que fica a apenas cinquenta quilômetros da capital mexicana. perplexos diante das construções até então nunca vistas, os astecas logo deram-se conta de que haviam acabado de descobrir as ruínas de um império muito avançado e que, portanto, deveria ser respeitado e assimilado. trataram logo de chamá-lo de teotihuacan, cujo significado é “o local onde os homens se tornam deuses”.

Graças ao bom senso deles, ainda hoje é possível admirar um dos templos arqueológicos mais impressionantes do mundo antigo. Fundada antes da era cristã, teotihuacan viveu seu apogeu há pelo menos 1.500 anos e não se sabe ao certo o motivo de seu fim. teorias à parte, o que os olhos constatam é o incrível conjunto de pirâmides, templos, palácios, altares e casas ali presentes. Em meio aos monumentos, a avenida de los Muertos, com 2,5 quilômetros de extensão, liga a pirâmide do sol, considerada a terceira maior do mundo (atrás apenas de Cholula, também no México, e Queóps, no Egito) e a pirâmide da lua. subir no topo da pirâmide do sol, com 65 metros de altura e 260 degraus, requer fôlego. O esforço vale a pena. Do alto, é possível ver toda a extensão da cidade, com suas casas (estima-se que 120 mil pessoas viveram aqui) e o palácio de Quetzalpapalotl, com seu intrigante mural pintado com um jaguar – considerado o deus da virilidade – enfeitado com plumas.

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Do Lixo ao Luxo

Há 20 anos, o bairro mais moderno da Cidade do México era um aterro sanitário. Duas décadas depois, Santa Fé deixou o lixo para dar lugar ao

aluguel comercial mais caro e ao maior centro comercial da capital mexicana. Em pouco mais de dez anos, a região já representa quase 15%

da área total de escritórios da metrópole e pelo menos setenta mil pessoas trabalham aqui.

Diferentemente do resto da cidade, onde os edifícios não são muitos, se comparado a grandes centros urbanos como São Paulo e Nova York, por exemplo, o que se vê por aqui são arranha-céus por todos os lados. No meio deles, o terceiro maior shopping da América Latina – o Centro Comercial Santa Fé – justifica a vocação superlativa do bairro e atrai incríveis oito milhões de visitantes por ano, em busca de todos os tipos de lojas, desde as mais simples até as de grife. O distrito de Santa Fé também inclui uma área residencial, onde moram mais de quatro mil famílias; e três universidades, com quase quinze mil estudantes. LP

Sem parar,

o crescimento

é constante. Um

antigo lixão deu lugar

ao maior centro

comercial da

cidade

Modernos edifícios dominam a paisagem do bairro de santa fé. Cerca de setenta mil pessoas trabalham na região

Referências

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