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Adriana Maria Bezerra 1 Milvia Maria Ribeiro de Oliveira 1 Edilma Fernandes Vilela de Vasconcelos 2

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A SEXUALIDADE E O AUMENTO DAS ISTS/AIDS ENTRE OS IDOSOS: ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO

Adriana Maria Bezerra1 Milvia Maria Ribeiro de Oliveira1 Edilma Fernandes Vilela de Vasconcelos2

RESUMO

O envelhecimento populacional é uma realidade que tem se intensificado nos últimos anos, e concomitantemente o aumento das ISTS/AIDS nesta população, gerando especulações a respeito das causas que tem favorecido esta realidade. O objetivo deste estudo foi identificar a relação entre a sexualidade e aumento das ISTS/AIDS entre os idosos, bem como tem sido a atuação do enfermeiro frente a essa realidade. Trata-se de uma revisão integrativa, realizada nas bases de dados: LILACS, BDENF, SCIELO e Boletins Epidemiológicos do Ministério da Saúde. Foram selecionados artigos publicados no período de 2011 a agosto de 2018 através dos descritores: Assistência de Enfermagem, Saúde do Idoso, Sexualidade e IST. Analisaram-se 10 artigos relacionados ao tema proposto. Os resultados evidenciaram que preconceito da sociedade, conceito moral, não uso de preservativo, uso de medicamentos para impotência sexual, a falta de educação em saúde voltada pra saúde sexual do idoso e o despreparo dos profissionais de enfermagem está relacionados com o aumento das ISTS/AIDS entre os idosos.

Palavras-chave:

Assistência de Enfermagem. Saúde do Idoso. Sexualidade. IST.

ABSTRACT®

Populational aging is a reality that has intensified in the last few years and, along with it, comes the increase in STIs/AIDS among that population, creating speculation about the reasons that have favored such reality. The aim of this study was to identify the relation between sexuality and the rising of STIs/AIDS among the elderly, as well as it has been the nurse’s has been performance on that issue. It is an integrative review based on the following data: LILACS, BDENF, SCIELO and Epidemiological Bulletins of the Ministry of Health. For this, articles published in the period from August 2011 to August 2018 were selected using the descriptors: Nursing Assistance, Elderly Health, Sexuality and STI. We analyzed ten articles related to the theme. The results showed that society’s prejudice, moral concepts, not using protection impotence pills, the lack of information regarding sexual health of the elderly and unprepared professionals in the nursing field are all related to ISTs/AIDS growth among the elderly.

Key-words:

Nursing Assistance. Elderly Health. Sexuality. STI.

1Graduandas do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Tiradentes – UNIT/AL. 2Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Tiradentes – UNIT/AL.

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1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional é um fenômeno universal que vem aumentando rapidamente nos dias atuais. Esse crescimento,, associado aos avanços no campo da saúde e da tecnologia, que permitem que a população idosa tenha acesso a serviços públicos ou privados, garantindo uma melhor qualidade de vida. Isso,, contudo, traz consigo problemas que desafiam os sistemas de saúde, tornando necessário o redirecionamento de recursos, a mudança de estratégias e prioridades, o deslocamento do foco de interesse da pesquisa em saúde para esse grupo (MIRANDA; MENDES; SILVA, 2016).

O Brasil tem desenvolvido estratégias para a prevenção, através do Programa Nacional de IST/AIDS (Infecções sexualmente transmissíveis) criado desde o ano de 1986,. Porém entretanto,, a respeito daem se tratando da saúde do idoso muito pouco se tem feito., Ssomado a isso, a escassez de estudos epidemiológicos e campanhas de prevenção, à ampliação do período sexual ativo, processos fisiológicos do envelhecimento e aspectos comportamentais têm refletido na incidência de IST/AIDS nos idosos (DORNELAS NETO et al., 2015).

A sexualidade do homem idoso passa a ser enfatizada em 2008 quando o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, ressaltando que esta não é interrompida com o envelhecimento. No entanto, o idoso ainda é visto pela sociedade como ser assexuado, sem capacidade parade sentir desejo, revelando mitos e tabus sobre a temática (SOUZA et al., 2015).

Segundo Laroque et al. (2011), para compreender o comportamento dos idosos, é necessário identificar as fontes de informaçõesão para prevenção das IST/AIDS as quaisue os sujeitos têm acesso. Os autores afirmam que, em decorrência do aumento da longevidade e facilidades da vida moderna, o idoso vem redescobrindo experiências, sendo uma delas o sexo, tornando sua vida mais agradável. Contudo, as práticas sexuais inseguras os tornam mais vulneráveis a contraírem o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e outras doenças sexualmente transmissíveis (IST). Os autores Alencar e Ciosak (2016), falam sobre o diálogo durante as consultas de enfermagem na atenção primária; eles enfatizamndo que isto tem sido ineficiente em relação à saúde sexual do idoso e que apenas após o diagnóstico do HIV/AIDS. Pois, apesaré qued o tema seré abordado, ele e mesmo assim se restringe apenas à informação sobre importância do uso do preservativo, deixando de abordar questões que poderiam evidenciar a vulnerabilidade desses idosos. Isso, por fim,, deixando

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aparentetorna evidente que a sexualidade do idoso é um tema que tem passado imperceptível para os profissionais de saúde.

DDados têm demonstradom um aumento crescente neste perfil de infectados, não obstanteentretanto,, muito se investeos investimentos nas estratégias de controle da epidemia para as populações-chaves, como homens que fazem sexo com homens, transexuais, usuários de drogas injetáveis, profissionais do sexo e população presidiária., No e no entanto, os idosos, ficam à mercê da própria sorte. As poucas ações desenvolvidas de combate à doença, desenvolvidas especificamente nessa população, conferem ao país o risco de ter cada vez mais idosos doentes (BRITO et al., 2016).

Diante do exposto, surgiu a necessidade de se investigar a relação entre a sexualidade e aumento das ISTS/AIDS entre os idosos e como tem sido a atuação do enfermeiro ante essa realidade, gerando assim a seguinte questão norteadora: Quais os fatores têm contribuído para o aumento das IST/AIDS entre os idosos? Desste modo, para responder à questão, objetivou-se identificar na literatura a relação entre a sexualidade e o aumento das IST/AIDS entre os idosos, bem como tem sido a atuação do enfermeiro frente a essa realidade.

Diante da problemática das ISTS/AIDS para a população idosa e suas repercussões em sua vida emocional e social, a relevância desse estudo se encontra na intenção de descrever a relação entre a sexualidade do idoso e aumento das ISTS/AIDS, além das e mostrar como vem sendoocorre a assistência de enfermagem em relação à saúde sexual do idoso. Sendo assim,, contribuindo para que, os mesmos com base nessas informações, esse grupo social encontrem subsídios teóricos e, a partir desses, seja possível implementar ações que possam minimizar essa realidade.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa, com análise descritiva, em queonde vários artigos foramserão analisados para compor uma nova pesquisa proporcionando dados relevantes aos profissionais de enfermagem sobre o tema abordado, mantendo-os atualizados e facilitando as mudanças na prática clínica como consequência da pesquisa(MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

Para a construção da revisão, foram percorridas seis etapas estabelecidas: 1- escolha do tema, 2- definição das bases de dados e dos critérios de inclusão e

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exclusão, 3- busca na literatura e leitura pormenorizada dos artigos, 4- categorização dos estudos, 5- análise dos artigos incluídos, e 6- síntese e interpretação dos resultados de maneira sistemática que possibilitaram o conhecimento acerca do tema.

Neste estudo, foram utilizados como critérios de inclusão artigos disponíveis na íntegra, em português, publicados no período de 2011 a agosto de 2018, nas seguintes bases de dados disponíveis on-line: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de dados de Enfermagem (BDENF) e Boletins Epidemiológicos do Ministério da Saúde, por meio dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Assistência de Enfermagem; Saúde do idoso; Sexualidade; IST. Como critérios de exclusão foram observados: Teses, Monografias, Relato de experiência e artigos que não contemplavam o tema. A coleta de dados foi realizada no período de março a agosto de 2018. A princípio realizou-se uma pesquisa de forma individual dos descritores. Posteriormente, foram feitos cruzamentos entre eles, utilizando o operador boleano and, (sexualidade and saúde do idoso, assistência de enfermagem and saúde do idoso and IST, assistência de enfermagem and sexualidade and saúde do idoso) e finalizando, o conjunto de todos os cruzamentos.

Os 186 artigos encontrados foram submetidos a uma análise analisados a partir da questão norteadora e dos critérios de inclusão e exclusão, obtendo-se 10 artigos. Após leitura do texto completo foram realizados fichamentos e posteriormente debatidos e agrupados para compor o presente artigo.

Quadro 1. Número de artigos publicados nas bases de dados: Segundo ano de publicação até agosto de 2018.

Base de dados Encontrados Selecionados Excluídos Analisados

BDENF 35 08 27 01

SCIELO 12 07 05 07

LILACS 139 16 123 02

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Breve resumo das características dos estudos incluídos.

Quadro 2. Artigos incluídos segundo título, periódico, bases de dados, autor, ano e método. Maceió-Al, Brasil, 2018.

TÍTULO PERIÓDICO/BASE DE DADOS

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Vulnerabilidade de idosos a infecções sexualmente transmissíveis

Acta paul. Enferm. SciELO ANDRADE et al. . 2017 Estudo transvers al e analítico Fatores associados à IST em idosos: prática sexual sem uso de preservativo, dificuldades dos idosos e profissionais da saúde em falar sobre a temática. Vivência da sexualidade por idosas viúvas e suas percepções quanto à opinião dos familiares a respeito

Rev. Saúde Soc. SciELO SOUZA et al. 2015 Pesquisa qualitativa e Explorató rio-descritiva A mulher idosa sente-se esmagada pelos preconceitos e alimenta o pensamento de que por ser “velha” já não oferece atrativos. Os idosos acreditam que não podem amar, comportam-se segundo as expectativas sociais, para não serem considerados degenerados, libidinosos ou indecentes. Idosos, infecções sexualmente transmissíveis e aids:

ABCS Health Sci. LILACS BRITO et al. 2016 Estudo descritivo de natureza quantitati Desejo e sexualidade estão presentes em todas as fases da vida do

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conhecimentos e percepção de risco va ser humano, idosos estão expostos aos mesmos riscos que as populações chaves, as ações educativas de prevenção devem ser voltadas também a esse público, reconhecendo a sexualidade como algo possível de se viver na velhice. Aids em idosos: motivos que levam ao diagnóstico tardio Rev. Bras. de Enfermagem SciELO ALENCAR, R. A.; CIOSAK, S. I. 2016 Estudo qualitativo O fato de acreditarem que os idosos não têm vida sexual ativa faz que médicos e enfermeiros não dialoguem ou questionem sobre sua sexualidade, motivo que os levam a não solicitarem sorologia anti-HIV para os idosos, mostrando que esse procedimento não tem sido rotina

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nos serviços primário da saúde. Doenças sexualmente transmissíveis em idosos: uma revisão sistemática Rev.

Ciência & Saúde Coletiva. SciELO DORNELA S NETO et al. 2014 Revisão sistemáti ca Dados epidemiológicos evidenciam um aumento global das DST nos idosos, relacionados ao comportamento de risco nesta faixa etária e ao surgimento da terapia antirretroviral, pessoas portadoras do HIV estão vivendo mais e consequentemen te chegando à velhice. O envelhecimen to populacional brasileiro: desafios e consequências sociais atuais e futuras Rev. Bras. Geriatria e Gerontologia SciELO MIRANDA, G. M. D.; MENDES, A. C. G.; SILVA, A. L. A. 2016 Estudo de caso Envelhecimento populacional e a carência de suporte necessário, a sociedade deve estar consciente do preço que terá de pagar e o Estado deve estar preparado para prover políticas específicas que

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assegurem uma atenção integral, reconhecendo as características do envelhecimento e consagrando a qualidade de vida. O processo de envelhecimen to: as principais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos Revista Interscienceplace. SciELO FECHINE, B. R. A.; TROMPIER I, N. 2012 Revisão bibliográfi ca O envelhecimento depende, sobretudo não apenas na nossa condição genética mais, sobretudo dos hábitos que temos ao longo da vida. Pois nascer, crescer, e envelhecer são processos naturais que se evidenciam com o tempo, entretanto, como acontecem vai depender do histórico de vida aliado as potencialidades genéticas de cada um. Sexualidade do idoso: comportamen to para a Rev. Gaúcha Enferm. BDENF LAROQUE et al. 2011 Estudo qualitativo , explorató Os idosos possuem informações a respeito das DST

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prevenção de DST/AIDS rio e descritivo. adquiridas através de várias fontes, mesmo assim não usam preservativos e se sentem imunes em relação às mesmas, no entanto, as informações não são transmitidas durante as consultas na atenção primária ou palestras de educação em saúde, desta forma deixando evidente que os profissionais de saúde tem dificuldade em falar sobre a sexualidade do idoso. Percepção de vida dos idosos portadores do HIV/AIDS atendidos em centro de referência estadual Revista Saúde em Debate SciELO SERRA et al. 2013 Estudo descritivo de abordage m qualitativa Alguns idosos não tem noção de sua vulnerabilidade e por isto se colocam em situaçõesão de risco elevado, não adotando medidas protetoras e

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preventivas. Revisão

sistemática sobre o olhar do idoso acerca das IST e do HIV/AIDS Revista Online de Pesquisa. Cuidado é fundamental LILACS LIMA, L. B. G.; MOREIRA, M. A. S. P.; SILVA, T. N. 2018 Revisão sistemátic a Uma assistência adequada na atenção básica é imprescindível para que sejam

esclarecidoesclar ecidas quais as formas de se evitar as IST e HIV/AIDS realizando uma avaliação de forma singular as demandas dentro do contexto etário, onde pode ocorrer divergência de entendimento para controle e prevenção. Fonte: Dados do Estudo (2018).

Após estudo minucioso foi possível identificar três categorias: 3.1 Envelhecimento, sexualidade e qualidade de vida

Segundo os autores Miranda, Mendes, Silva (2016), o envelhecimento é um fenômeno universal e tem causado preocupação aos seres humanos. Sendo caracterizado por alguns como uma diminuição geral das capacidades da vida diária, outros o consideram como um período de crescente vulnerabilidade e de cada vez maior dependência. Ainda existem aqueles que consideram a velhice como o ápice da sabedoria, bom senso e serenidade.

Para os mesmos autores o envelhecimento saudável está sujeito à influência de vários fatores condicionantes e determinantes, como exercícios físicos, dieta, estilo de vida, saúde, exposição a evento, educação e posição social., Pportanto, alguns

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idosos continuam ativos e possuem semelhanças com adultos na meia idade. Eles Os autores também apontam, também, para os recursos médicos e farmacológicos da atualidade, que proporcionam a maioria das pessoas idosas usufruírem uma vida sexual satisfatória.

Com o avançar da idade, o declínio progressivo da atividade sexual torna-se real, mas não deixa de existir. Ao contrário do que muitos acreditam, os idosos são perfeitamente capazes de manter relações sexuais e de sentir prazer, mesmo existindo mudanças fisiológicas resultantes do processo natural do envelhecimento que diminuam essas sensações (LAROQUE et al., 2011).

Os mesmos autores afirmam que, em decorrência do aumento da longevidade e das facilidades da vida moderna, que incluem a reposição hormonal e as medicações para impotência, o idoso vem redescobrindo experiências, sendo uma delasdentre elas o sexo, tornando sua vida mais agradável. Essa longevidade se deve ao arsenal tecnológico que a ciência dispõe devido ao seu crescente progresso. , Ccontribuindo, por tanto, , dessa maneira, comoo um dos fatores para o aumento significativo na qualidade de vida.

3.2 Sexualidade do idoso e estigmatização

Andrade et al. (2017) afirma que não é fácil falar sobre sexualidade quando num ambiente em que existem paradigmas impostos pela sociedade que faz com que o idoso se sinta envergonhado de falar, constituindo assim um problema a abordagem do tema entre os idosos., Iisso ocorre porque o mesmo idoso é analisado numa perspectiva assexuada, segundo essa visão, eles onde não sentem desejos, não são capazes de sentir prazer, nem fantasias ou expectativas. Até os profissionais de saúde tendem a considerar os idosos como assexuados, dessa forma, portanto, isentos de contraírem algumas IST, dispensando a abordagem preventiva.

Fechine; Trompieri (2012), e Souza et al. (2015), concluíram que aà estigmatização da terceira idade, isto é, a sociedade, familiares e até mesmo os profissionais de saúde negam-se a pensar que nessa fase o indivíduo está sexualmente ativo. Os mesmos autores afirmam que este pensamento traz séerias consequências, principalmente em relação à prevenção, visto que esta só vai ocorrer quando todos reconhecerem aesta realidade e estiverem dispostos a discutir abertamente as formas de prevenção dessas doenças.

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Os autores Lima; Moreira; Silva (2018), falam sobre o olhar do idosos a respeito das IST e HIV/AIDS, ressaltando que a educação em saúde voltada para essa população é imprescindível para que haja mudança de comportamento e adesão ao estilo de vida saudável, no entanto, devem ser observadas as limitações cognitivas e fragilidades de aprendizado. Eles também abordam a importância da assistência adequada na atenção básica que atendam as especificidades desta população, promovendo ambiente de promoção à saúde sexual do idoso.

Já os autores Serra et al. (2013), apontam, dentre outras causas, a falta de informação como um dos motivos para vulnerabilidade dos idosos, levando-os a não adotarem medidas preventivas e protetoras., Eestas atitudes tomadas muitas vezes por pensar não estar sob risco.

Em pesquisa, os autores Laroque et al. (2011), assim como os autores Brito et al. (2016), identificaram que os idosos obtiveram acesso as informações através da televisão, internet, rádio e jornais;, visto que, segundo os próprios idosos, mesmos nunca terem receberamido orientações diretas ou diálogos sobre o tema com profissionais de saúde da Unidade Básica de Saúde (UBS), o que demonstra as fragilidades na atenção à saúde do idoso, no que se refere a sua sexualidade. Andrade et al. (2017) e Dornelas Neto et al (2014), afirmam que intervenções, voltadas a alertar sobre as consequências negativas das práticas sexuais inseguras, são imprescindíveis para que os idosos se tornem menos vulneráveis às infecções pelo HIV e outras IST, pois estes se encontram em situação de vulnerabilidade e não existem ações de educação em saúde específicas voltadas a esse público, deixando evidente que os enfermeiros da atenção primária não consideram os idosos como vulneráveis as IST/AIDS.

Segundo o ministério da saúde, nos últimos dez anos, a taxa de detecção vem apresentando uma tendência de queda em quase todas as faixas etárias, exceto entre as de 15 a 19 e 60 anos e mais;: nessa últimatas, foram observados aumentos de 13,9% entre as mais jovens e de 14,3% entre as de maior faixa de idade, quando comparados os anos de 2006 e 2016. Foram notificados no SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) entre os anos 2007 a 2017 o número de 20,905 casos de HIV em indivíduos na faixa etária entre os 50 a 60 anos (BRASIL, 2017).

Os autores Laroque et al. (2011), também afirmam que o crescente número de casos de HIV/AIDS, nesta população, revela o nível de informação desses indivíduos

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a respeito dos aspectos relacionados à infecção, prevenção e tratamento das ISTs. Por isso,, tornando-se necessário que os profissionais de saúde reconheçam e se conscientizem de que os idosos são sexualmente ativos, portanto, expostos às ISTs, e que se deve tornar a questãoda necessidade do uso do preservativo se tornar um assunto natural durante as consultas de enfermagem.

Miranda, Mendes, Silva (2016), também fala argumentam que ações de prevenção precisam ser desenvolvidas em qualquer nível do cuidado, pois ela é efetiva e imprescindível mesmo quando realizadas nos momentos mais tardios da vida. Enfermeiros precisam estar preparados e capacitados para atuarem em serviços e programas de atenção aos idosos.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo evidenciou que a falta de conhecimento a respeito da transmissão das IST/AIDS, o estereótipos de uma velhice assexuada, a falta de abordagem direta e sem preconceitos durante as consultas de enfermagem, a resistência quanto ao uso do preservativo, a influência da sociedade e da família a respeito do tema têem sido alguns dos fatores que tem contribuemído para o aumento das IST/AIDS entre os idosos.

Por outro lado, ficou constatado que conhecimento da infecção pelo HIV altera o comportamento sexual em grande parte dos casos, entretanto, os profissionais de enfermagem, assim como, os outros profissionais da área da saúde não estão preparados para o diálogo aberto e livre de preconceitos com os idosos na atenção básica sobre a sexualidade e saúde sexual do idoso, pois os números das ITS/AIDS continuam crescendo a cada ano, revelando a falta de conhecimento por parte dos idosos a respeito das infeções, práticas sexuais seguras e métodos preventivos. Diante do exposto, salientamos que existe a necessidade da realização de ações de promoção e prevenção as IST/AIDS na Unidade Básica de Saúde (UBS), direcionadas a adultos mais velhos e a idosos. Ressalta-se ainda, a relevância deste trabalho no sentido de apontar para a necessidade de realização de outras pesquisas relacionadas à atuação dos enfermeiros frente às campanhas de saúde voltadas a sexualidade e saúde sexual do idoso para aprofundamento do tema e aplicação na prática, assim, desenvolvendo as ações de forma a minimizar a disseminação das IST/AIDS nesta população.

REFERÊNCIAS

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