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Banco de Portugal E U R O SI 5 TE M A. Pedido. de informação sobre a Petição n. 2891Xl13.a

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Banco de

Portugal

E U R O SI 5 TE M A GOVERNADOR N GOV/2013/0464 Lisboa, 31 de outubro de 2013 Exmo. Senhor Dr. Eduardo Cabrita

Presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública Assembleia da República

/7

Assunto: Ofício n.° 436/COFAP/201 3— Pedido de informação sobre a Petição n.° 2891Xl13.a

O Banco de Portugal acusa a receção do V/ Ofício acima identificado, de 3 de outubro p.p., através do qual se solicita a este Banco a informação considerada pertinente sobre a Petição n.° 289/Xl/3.a, apresentada pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor— DECO (“DECO’) e outros

peticionários, relativa à “adoção de medidas legislativas que limitem a cobrança de comissões ou outros encargos de manutenção de contas à ordem e que promovam a transparência da sua publicação e atualização”.

Procurando responder ao solicitado, remete-se em anexo documento com os comentários do Banco de Portugal suscitados pela referida Petição.

Com os melhores cumprimentos,

j’

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Carlos da Silva Costa

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ANEXO

Comentários do Banco de Portugal sobre a Petição n.° 289,Xl,3.a apresentada pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor— DECO (“DECO”) e por outros peticionários.

Resposta ao Ofício n.° 436/COFAP/2013 da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública da Assembleia da República

No ordenamento jurídico nacional, ao abrigo de princípios da autonomia da vontade e da liberdade contratual, as instituições de crédito são, em regra, livres para fixar o preço dos seus produtos e serviços. Constitui competência reservada do legislador a restrição desta liberdade de fixação de preços. Assim, sempre que o legislador, nacional ou comunitário, entende que, relativamente a situações específicas, devem ser prosseguidos objetivos relacionados, por exemplo, com a promoção da concorrência no mercado, a inclusão financeira, o incentivo à utilização de determinados meios de pagamento ou a prevenção de situações de incumprimento e de sobre-endividamento, tem vindo, progressivamente, a impor limites ou a proibir a cobrança de determinadas comissões.

Ao Banco de Portugal cabe, em matéria de com issionamento, a regulamentação dos deveres de informação a observar pelas intituições de crédito e a fiscalização do cumprimento estrito desses deveres e das normas legais que proíbem ou que impõem limites à cobrança de comissões.

Assim, no exercício dos poderes regulamentares que lhe estão atribuídos, o Banco de Portugal tem vindo, desde 2009, a desenvolver os deveres de informação que impendem sobre as instituições supervisionadas, nomeadamente no que respeita às comissões aplicáveis, nas diferentes fases contratuais, relativamente aos vários produtos e serviços bancários e aos diversos tipos de clientes. Enquanto entidade responsável pela fiscalização do cumprimento desses deveres de informação e das normas legais que proíbem ou impõem limites às comissões, o Banco de Portugal avalia sistemática e periodicamente a atuação das instituições, nomeadamente, através da análise dos Folhetos de Comissões e Despesas que integram os preçários, da realização de inspeções junto das instituições e da apreciação das reclamações apresentadas por clientes bancários, utilizando todos os instrumentos de supervisão que lhe são conferidos para assegurar a conformidade da atuação das entidades supervisionadas. Os resultados da sua atividade de fiscalização são divulgados publicamente pelo Banco de Portugal através dos Relatórios de Supervisão Comportamental e das Sínteses Intercalares, disponíveis no sítio institucional do Banco de Portugal, em vpc e no Portal do Cliente Bancário, em

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Banco de Portugal

EUROSISTEMA

Relativamente à evolução dos valores praticados pelas instituições de crédito a título de comissões de manutenção de conta, o Banco de Portugal anota, previamente, que teve já a oportunidade de se pronunciar sobre a matéria a propósito dos dados apresentados no artigo da DECO “Pelo fim das comissões nas contas à ordem”, publicado na revista Dinheiro & Direitos, n.° 118, julho /agosto2013, pp. 8-15, no âmbito da sua resposta ao Requerimento n.° 19/XIl/2— El, apresentado pelos Senhores

Deputados do Grupo Parlamentar do CDS-PP. Uma vez que estes mesmos dados são também apresentados na exposição de motivos da Petição n.° 289/Xl/3.a, o Banco de Portugal recorda as conclusões que, sobre o assunto, foi possível alcançar.

Com efeito, embora esta Associação conclua que, “de acordo com os dados que a DECO recolheu junto das instituições autorizadas a operar em Portugal, as comissões de manutenção de conta subiram, em média, mais de 40 % desde 2007”, o Banco de Portugal desconhece os dados de base usados nesta análise, nomeadamente quais as instituições e os valores das comissões consideradas em concreto, factos que dificultam a sua ané!se e confirmação.

Porém, os elementos constantes nos preçários reportados ao Banco de Portugal desde 2008, ano em que lhe foram legalmente atribuídas competências de supervisão comportamental, permitem analisar a evolução das referidas comissões. Assim, analisados os preçários das 18 maiores instituições de crédito, que representam cerca de 99 por cento do número de contas de depósito em Portugal, no período decorrido entre 2008 e 2013, e usando, tal como a DECO, um saldo médio mensal de 250 euros, conclui-se que, em 2008, a média das comissões anuais apresentadas por estas instituições era de 40,46 euros, correspondendo esse valor, no final do primeiro semestre de 2013, a 47,64 euros. Esta evolução representa um acréscimo acumulado de cerca de 18 por cento no período analisado e equivale a um aumento médio anual de cerca de 3,5 por cento. Anota-se, no entanto, que as comissões constantes dos preçários correspondem a montantes máximos, podendo as instituições de crédito praticar valores inferiores aos aí indicados.

Efetivamente,

em outubro de 2013, o Banco de Portugal divulgou, através da Síntese Intercalar das

Atividades de Supervisão Comportamental — 1.0 Semestre de 2013, dados detalhados sobre as

comissões máximas anuais de manutenção de conta, que permitem avaliar, para o período decorrido entre 2010 e o primeiro semestre de 2013, a evolução das comissões praticadas pelas 18 maiores e pelas sete maiores instituições de crédito, em final de período e em função dos saldos médios anuais dos depósitos (cfr. Síntese Intercalar das Atividades de Supervisão Comportamental— 1.0Semestre de

2013, disponível no sítio institucional do Banco de Portugal, em e no Portal do Cliente Bancário, em

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Ainda a respeito dos valores praticados a título de comissões de manutenção de conta, salienta-se que, de acordo com as normas legais em vigor, a cobrança de comissões de manutenção de conta não está proibida nem limitada por lei (salvo no âmbito do regime dos Serviços Mínimos Bancários). No entanto, por força da legislação nacional que transpõe normas comunitárias, a alteração do montante destas comissões depende do integral cumprimento pelas instituições de crédito dos requisitos de informação previstos no Regime Jurídico dos Serviços de Pagamento e da Moeda Eletrónica, dos quais se destaca a obrigatoriedade de comunicação aos clientes bancários da modificação do valor das comissões, com um período de pré-aviso mínimo de dois meses. Caso os clientes não concordem com essa alteração, têm o direito de encerrar a sua conta de depósito, imediatamente e sem encargos, antes da data proposta para a aplicação de alterações às comissões.

O legislador reconhece ainda aos clientes bancários o direito de encerrar as suas contas de depósito a todo o tempo, salvo se tiverem acordado com as instituições de crédito a existência de um pré-aviso, que não pode, contudo, ser superior a um mês. O encerramento da conta de depósito por parte dos clientes bancários consumidores e microempresas é sempre isento de encargos para os mesmos. A matéria do comissionamento bancário tem vindo a merecer particular atenção do Banco de Portugal e a ser objeto de profunda reflexão, conforme decorre dos trabalhos publicados no Relatório de Supervisão Comportamental de 2012 e como foi dada nota na audição ocorrida nessa Comissão em 21 de fevereiro p.p. Nesta sequência, o Banco de Portugal continua a trabalhar no âmbito do aprofundamento da regulação por via do incremento da comparabilidade de comissões, designadamente através da harmonização de designações das comissões e das regras de referência utilizadas pelas instituições de crédito, dando prioridade às linhas de orientação que constam da Proposta de Diretiva relativa à com parabilidade das comissões relacionadas com as contas de pagamento, à mudança de conta de pagamento e ao acesso a contas de pagamento com caraterísticas básicas, apresentada pela Comissão Europeia em maio último.

Com efeito, a Proposta de Diretiva vem acolher as preocupações que também o legislador comunitário tem vindo a manifestar relativamente ao aumento da transparência e da comparabilidade das comissões associadas às contas de depósito e aos serviços de pagamento, assumindo este documento, tal como transmitido a essa Comissão através do Ofício n.° GOV/201 3/0272, de 4 de julho p.p., particular relevância no âmbito dos trabalhos que o Banco de Portugal tem em curso. A proposta de Diretiva comunitária está atualmente em fase de análise e discussão pelos Estados-Membros e tem vindo a ser objeto de acompanhamento pelo Banco de Portugal.

Ainda a este propósito, anota-se que diversos aspetos defendidos no âmbito da Petição n.° 2891X1113.a estão também contemplados na Proposta de Diretiva, designadamente no que toca à obrigatoriedade 4 Rui.doCcrriérco 148 1100-150 PORfl GAL

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Banco

de

Portugal

EUROSISTEMA

de fornecer ao consumidor, em momento prévio à contratação, um documento de informação sobre as comissões e de remeter ao consumidor, durante a vigência do contrato, um extrato (“cômputo”) que reflita todas as comissões ocorridas na conta de pagamento, pelo menos, numa base anual, sendo, por isso, expectável que estas matérias sejam objeto de regulação comunitária a breve prazo.

Finalmente, salienta-se que, na sequência da resposta ao Requerimento n.° lgIXlU2.a—EI, o Banco de

Portugal divulgou, no seu sítio de internet e no Portal do Cliente Bancário, informação detalhada sobre o regime aplicável ao comissionamento dos mercados bancários a retalho em Portugal e, em especial, sobre as comissões de manutenção de conta, manifestando desde já a sua inteira disponibilidade para, no âmbito das competências que lhe foram legalmente atribuídas, prestar os esclarecimentos que forem tidos por pertinentes a propósito desta matéria.

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Referências

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