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Repercussões da cardiomegalia na distribuição regional da ventilação na caixa torácica em indivíduos com cardiopatia chagásica crônica

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Academic year: 2021

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(1)Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências da Saúde Departamento de Fisioterapia Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia. JOÃO DANYELL DANTAS DA SILVA. Repercussões. da. cardiomegalia. na. distribuição. regional da ventilação na caixa torácica em indivíduos com cardiopatia chagásica crônica. RECIFE 2011.

(2) Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências da Saúde Departamento de Fisioterapia Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia. JOÃO DANYELL DANTAS DA SILVA. Repercussões. da. cardiomegalia. na. distribuição. regional da ventilação na caixa torácica em indivíduos com cardiopatia chagásica crônica Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação, Mestrado em Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco, para obtenção do Grau de Mestre em Fisioterapia. Linha de Pesquisa: Desempenho físico-funcional e qualidade de vida. Orientadora: Profa.Dra. Armèle de Fátima Dornelas de Andrade (UFPE) Co-orientadora: Profa.Dra. Raquel Rodrigues Britto (UFMG). RECIFE 2011.

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(5) DEDICATÓRIA. A Deus, em primeiro lugar, a fonte de todo amor. A Ele a glória, o louvor , o domínio: Ele é o Senhor da minha vida! Por conseguinte aos meus pais, Necy e João (in memorian): através do vosso amor recebi o dom da vida. Para minha família, especialmente a minha esposa Patrícia, a quem Deus me concedeu o maior dom: ser pai de Maria Neusa (3 anos) e João Filipe (8º mês de gesta)!! Vocês são, juntamente com Deus, a minha nova razão para viver e fonte inspiradora dos meus trabalhos!!! A todas as pessoas com Doença de Chagas e a todos que fazem parte da história do Ambulatório de Chagas/Insuficiência Cardíaca, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, da Universidade de Pernambuco, em especial aos portadores de cardiopatia chagásica crônica: razão de ser e existir desta pesquisa. A todos que labutam na pesquisa científica na área da Saúde e da Fisioterapia. Que os conhecimentos produzidos possam ter utilidade prática na vida dos pacientes, que são a razão de existir das nossas ciências e profissões. A fim de, um dia, podermos chegar ao paradigma idealizado por Carlos Justiniano Ribeiro Chagas: “Não vai demorar que passemos adiante uma grande e bela ciência, que faz arte em defesa da vida” (Carlos Chagas,1928).. “Todo ser que respira louve a Deus! Aleluia!”. Salmo 150,6..

(6) AGRADECIMENTOS. Ao Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco, pela honra de ter sido participante da primeira turma de mestrado. Ao CNPQ e à FACEPE, pelo apoio financeiro à pesquisa. A Profa. Armèle de Fátima Dornelas de Andrade pela oportunidade de ter sido escolhido como seu orientando, pela confiança depositada, pelos muitos ensinamentos em diversos aspectos, pelas diversas oportunidades e incentivos para meu crescimento pessoal e profissional. Obrigado por tudo, você é um exemplo de competência, profissionalismo e luta pela ascensão da Fisioterapia como ciência, arte e profissão. Obrigado por me ensinar como lapidar um diamante bruto! Ao Dr. Wilson Alves de Oliveira Jr, professor do Hospital Universitário Oswaldo Cruz/UPE, médico cardiologista do PROCAPE e chefe/fundador do serviço de referência em Doença de Chagas/Insuficiência Cardíaca, colaborador fundamental deste trabalho, sem o qual não seria possível realizá-lo, meu muito obrigado: pela experiência e conhecimentos transmitidos, pelo apoio e solicitude em todas as etapas da pesquisa e por ter aberto as portas do serviço e acreditado na seriedade e importância do nosso trabalho. Em seu nome, estendo os agradecimentos a toda a sua equipe, especiamente às Enfermeiras Valdinete Paiva Arantes (“Val”) e Maria Alcineide Basilio de Albuquerque; e às Médicas cardiologitas Dra Cristina de Fátima Veloso Carrazzone e Dra Maria da Glória Melo. Aos professores que colaboraram para o enriquecimento desse trabalho, desde a qualificação do projeto, até a pré-banca e preparação do texto para a defesa: Dr. Alberto Galvão de Moura Filho, Dra.Maria do Amparo Andrade, Dr a.Karla Mônica, Dra.Kátia Karina do Monte Silva, Dra Andréa Lemos Bezerra de Oliveira, Dr. Guilherme Augusto de Freitas Fregonezi (UFRN) e Dra Gardênia Maria Holanda Ferreira (UFRN). Um agradecimento especial à Profa. Dra Cristina Raposo, que me ensinou os caminhos e a utilidade prática da Estatística, na ciência e na vida cotidiana. A todos minha admiração e respeito pelo lugar conquistado e pela capacidade de ensinar, exemplos a serem seguidos na carreira acadêmica..

(7) Aos meus amigos do Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar, que contribuíram de forma decisiva no desenvolvimento deste estudo, em especial: a Daniella Brandão, Cyda Reinaux, Alana Elza, Jacqueline Barcelar, Jasiel Frutuoso, Larissa Carvalho, Catarina Rattes e Georges Willeneuwe. Aos amigos de longe (Natal-RN) e de perto (Recife-PE), que Deus me concedeu no caminho desta vida: vocês são muito importantes para mim e essenciais para compartilhar mais esta vitória, assim como estiveram presentes, de diversas formas, nos momentos difíceis da jornada. Aos meus companheiros da 1ª turma de Mestrado em Fisioterapia da UFPE: foi inesquecível poder compartilhar este fato histórico com vocês. Saibam que sem a nossa amizade e união seria muito mais difícil...Vocês fazem parte da minha história e moram no meu coração que dilata, de forma saudável (concêntrica), para lhes receber!! A todos que integram o Departamento e o Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da UFPE, dos funcionários, serventes, seguranças e aos professores; especialmente à secretária da Pós, Niege Melo, e as assistentes Edilma e Maria Carolina. Muito obrigado por todo apoio no decorrer deste curso. A todos os pacientes que participaram, de forma voluntária, das avaliações: sem vocês esta pesquisa não aconteceria, agradeço por todo carinho, confiança e paciência. Parafraseando Dr. Wilson: “Gratidão é um bem que não prescreve”. Por fim, a nossa ciência é feita por pessoas e para pessoas. São elas que fazem a profissão, e não o contrário. Ela ainda é limitada, é feita de perguntas, mas o amor pelo que fazemos e ao bem estar de nossos pacientes é o que nos alimenta para continuarmos em buscas de novas perguntas... para novos desafios e novas respostas!!!. João Danyell Dantas da Silva. “Se eu falasse as línguas dos homens e as dos anjos,(...),. se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência,(...), mas não tivesse amor, eu nada seria.” 1a Carta aos Coríntios 13, 1-2..

(8) RESUMO Introdução: A cardiopatia chagásica crônica (CCC) é a forma clínica mais frequente da Doença de Chagas, evoluindo geralmente para insuficiência cardíaca com cardiomegalia. Objetivos: analisar as repercussões da cardiomegalia sobre a função pulmonar em indivíduos adultos com CCC e o efeito de carga inspiratória sobre esta função. Métodos: estudo transversal, 22 indivíduos CCC, subdivididos com base no índice cardiotorácico (ICT) e na fração de ejeção ventrículo esquerdo (FEVE): grupo CCC+ (ICT>0.50 e FEVE<45%) e CCC- (ICT<0.50 e FEVE>45%). Foram analisadas as variações de volume na caixa torácica pela pletismografia opto eletrônica, a função pulmonar, a pressão inspiratória máxima (PImáx) e a tolerância ao exercício respiratório à 30% da PImáx. Foram usados os testes t student, o Quiquadrado, o coeficiente de correlação de Pearson (p<5%). Resultados: No grupo CCC+, foi observado um menor valor do volume expiratório forçado no 1º seg e capacidade vital forçada. Quanto à distribuição regional: 1) houve ativação predominante do compartimento abdominal (Ab), tanto na respiração basal como na carga inspiratória; 2) a presença de cardiomegalia levou a um aumento do volume corrente (VC) e tempo inspiratório (Ti) quando submetidos à carga; e 3) sob carga, o grupo CCC+ apresentou menor volume expiratório final na caixa torácica abdominal (Cta),. maior freqüência respiratória (FR) e volume minuto (VM). Conclusão: A. cardiomegalia modificou o padrão de distribuição compartimental de volume na caixa torácica, especialmente na carga inspiratória: aumento na FR, do tempo inspiratório, VC e VM no grupo CCC+, como também menor ativação de Cta, com diminuição do volume expiratório final neste compartimento. Palavras-chave: cardiomegalia, insuficiência cardíaca, tolerância ao exercício, Doença de Chagas..

(9) ABSTRACT Introduction: Chronic chagasic cardiomyopathy (CCC) is the most frequent clinical form of Chagas Disease, often progressing to heart failure with cardiomegaly. Objectives: analyze the impact of cardiomegaly on measures of lung function in adults with CCC and the effect of inspiratoryload on that function. Methods: crosssectional study, 22 individuals divided based on the cardiothoracic index (CTI) and ejection fraction of left ventricle (EF): group CCC + (CTI> 0.50 and EF<45%) and CCC- (ICT <0.50 and EF>45%). We analyzed the variations of volume in the chest wall by the opto-electronic plethysmography, as well as lung function, maximal inspiratory pressure (MIP) and respiratory exercise tolerance to 30% of MIP. We used the Student t test, Chi-square and for relationship between variables it was adopted Pearson's correlation (p<5%). Results: In CCC + group, there was a lower value of forced expiratory volume in 1 sec and forced vital capacity. By regional distribution: 1) the activation occurred predominantly abdominal compartment (AB), both in basal respiration and inspiratory load, 2) the presence of cardiomegaly led to an increase in tidal volume (TV) and inspiratory time (Ti) when under inspiratory load, and 3) comparing the responses for the same load, CCC + group had lower endexpiratory volume in the rib cage abdominal (Rca), higher respiratory rate (RR) and minute volume (MV). Conclusion: cardiomegaly changed the pattern of distribution of compartment volume in the chest, especially under inspiratoryload: an increase in RR, Ti, TV and VM , as well as decreased activation of Rca, with decreased endexpiratory volume in this compartment. Keywords: cardiomegaly, heart failure, exercise tolerance, Chagas Disease..

(10) SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT LISTA DE ILUSTRAÇÕES LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS. Capítulo 1......................................................................................................................12 1-Introdução 1.1-. Epidemiologia.........................................................................................12. 1.2-. A Cardiopatia Chagásica Crônica...........................................................13. 1.3-. A Insuficiência Cardíaca na CCC...........................................................14. 1.4-. A Cardiomegalia na CCC........................................................................14. 1.5-. Avaliação da Capacidade Funcional na CCC.........................................16. 1.6-. Repercussões da Cardiomegalia sobre a Função Pulmonar..................17. 2- Objetivos 2.1-. Geral........................................................................................................17. 2.2-. Específicos..............................................................................................18. Capítulo 2 – Métodos...................................................................................................19 Capítulo 3 – Referências Bibliográficas.....................................................................28 Capítulo 4 – Resultados..............................................................................................32 4.1-. Artigo ...................................................................................................32. Capítulo 5 – Considerações Finais.............................................................................59 Apêndice.............................................................................................................61 Anexos................................................................................................................78.

(11) LISTA DE ILUSTRAÇÕES. Figura 1. -. Fluxograma do processo de triagem dos voluntários para a. pesquisa.....................................................................................................................21 Figura. 2. -. Fluxograma da avaliação da mecânica respiratória através da. Pletismografia Optoeletrônica (POE) ...................................................................................................................................23 Figura. 3. -. Fluxograma dos instrumentos usados para a pesquisa. ...................................................................................................................................26 Figura. 4. -. Fluxograma dos procedimentos usados para a pesquisa. ...................................................................................................................................26.

(12) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. Ab : Abdominal CCC+ : Cardiopatia Chagásica Crônica, grupo com cardiomegalia CCC- : Cardiopatia Chagásica Crônica, grupo sem cardiomegalia CI : Capacidade Inspiratória Cm : Centímetros CmH2O : Centímetros de Água CO2 : Dióxido de Carbono CRF : Capacidade Residual Funcional Cta : Caixa Torácica Abdominal Ctp : Caixa Torácica Pulmonar CV : Capacidade Vital CVF : Capacidade Vital Forçada DC : Doença de Chagas FC : Frequência Cardíaca FEVE : Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo FR : Frequência Respiratória GC : Grupo Controle IC: Insuficiência Cardíaca ICC: Insuficiência Cardíaca Congestiva ICT : Índice Cardiotorácico IMC : Índice de Massa Corpórea.

(13) Kg : Kilograma O2 : Oxigênio OMS : Organização Mundial de Saúde PAS : Pressão Arterial Siatólica PImáx : Pressão Inspiratória Máxima PI%prev : Pressão Inspiratória por Pecentual Previsto Pta : Parede Toracoabdominal POE : Pletismografia Opticoeletrônica QV: Qualidade de Vida SpO2 : Saturação Periférica de Oxigênio TC6M : Teste da Caminhada de Seis Minutos TMI : Treinamento Muscular Inspiratório Ti : Tempo Inspiratório VC : Volume Corrente VEF1 : Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo VEF1/ CVF : Relação do Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo pela Capacidade Vital Forçada VM : Volume Minuto.

(14) 12. CAPÍTULO 1. 1) INTRODUÇÃO. 1.1). Epidemiologia. A Doença de Chagas (DC) é uma parasitose causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Foi descoberta pelo pesquisador brasileiro Carlos Justiniano Ribeiro Chagas em 1909. Ela é endêmica nas Américas, desde o México central ao sul do Chile e Argentina, incluindo o Brasil (OLIVEIRA-MARQUES et al., 2005). O vetor e principal meio de transmissão da doença é o triatomíneo, popularmente chamado "barbeiro", inseto hematófago estrito. A transmissão também pode veicular-se de homem a homem através de transfusão de sangue, por via placentária, por transplantes de órgãos, por acidentes em laboratório e por outras vias excepcionais, como a oral (SILVEIRA; VINHAES, 1998). De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a DC permanece um grave problema de saúde pública na América Latina: estima-se entre 18 a 20 milhões o número de infectados, dos quais cinco milhões no Brasil (WHO,1991). Cerca de 30% destes evoluem para cardiomiopatia chagásica crônica, forma clínica mais freqüente e de maior morbimortalidade. Nesta cardiopatia o grau de deterioração do miocárdio é variável, e uma parcela significativa dos pacientes pode evoluir para insuficiência cardíaca (XAVIER; SOUSA; HASSLOCHER-MORENO, 2005). Ao completar cem anos de sua descoberta por Carlos Chagas, a doença permanece como uma das importantes causa de morte no Brasil. No estado de Pernambuco, onde é considerada endêmica, pouco se sabe sobre o perfil da população que vem a óbito por esta doença nos últimos anos. Segundo dados do DATASUS (2009), a partir de dados dos óbitos (sexo, idade e mesorregião) por DC, registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, ocorreram 738 óbitos no Estado (média 123/ano) no período de 2001 a 2006. A maioria ocorreu em indivíduos acima de 60 anos (61,2%), seguido da faixa etária de 40 a 60 anos (31,7%). Registra-se uma.

(15) 13. freqüência de óbitos na população masculina (61,1%) maior em relação à feminina (31,9%). Em estudo recente de Vasconcelos et al. (2009), visando conhecer as características clínicas e epidemiológicas de portadores da DC crônica, com acometimento digestivo, foram estudados pacientes atendidos no Ambulatório de Doença de Chagas do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC-PE), no período de abril de 2005 a maio de 2009. Neste período, dos 284 pacientes atendidos nesta instituição de referência, 35 pacientes apresentaram acometimento digestivo, sendo 31,5% (11/35) com a forma digestiva e 68,5% (24/35) com a forma mista. Não houve predominância entre os gêneros masculino e feminino. A idade dos indivíduos variou entre 42 e 70 anos, com média de 53 + 8. Todos os indivíduos são naturais de área rural (Zona da Mata e Agreste) de Pernambuco.. 1.2). A Cardiopatia Chagásica Crônica. A Cardiopatia Chagásica Crônica (CCC), englobando a miocardiopatia chagásica, arritmias cardíacas e tromboembolismo (pulmonar e/ou sistêmico), é a principal responsável pela morbimortalidade da Doença de Chagas, com grande impacto social e médico-trabalhista. Apesar da enorme importância clínicoepidemiológica da CCC, em nosso meio, as definições de conduta clínica referentes ao cuidado desse paciente são, habitualmente, derivadas da transposição de conhecimentos adquiridos em outras cardiopatias para a cardiopatia chagásica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Segundo Rossi (1999), a miocardiopatia chagásica crônica é a forma mais grave da doença e se desenvolve entre 10% a 20% dos pacientes infectados pelo Tripanosoma cruzi, ao passo que Xavier, Souza e Hasslocher-Moreno (2005) afirmam uma prevalência de 30%. Estes dois estudos mostram que a prevalência ainda é elevada em nosso meio, sendo causa freqüente de internação hospitalar e também responsável por grande contingente dos pacientes indicados para transplante cardíaco. O envolvimento cardíaco é caracterizado por dilatação biventricular, adelgaçamento das paredes, aneurisma apical, presente em 50% dos casos, áreas de endocardite mural e trombos cavitários (ROSSI, 1999). Após um período indeterminado da doença, o paciente chagásico poderá apresentar sintomas de.

(16) 14. insuficiência cardíaca, episódios de síncope, alterações eletrocardiográficas e alterações de contratilidade, de graus variáveis e com potencial evolutivo (ROSSI; RAMOS, 1996). 1.3). A Insuficiência Cardíaca na CCC. Segundo publicação da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2002), as cardiomiopatias podem ser definidas como doenças do miocárdio associadas à disfunção. cardíaca. e. classificam-se. em:. dilatada,. hipertrófica,. restritiva,. arritmogênica do ventrículo direito, inclassificada e específica. A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica de alta incidência e mau prognóstico, caracterizada por fadiga, dispnéia e grande limitação para os esforços físicos e atividades de vida diária (AVD). A insuficiência cardíaca de etiologia chagásica é usualmente biventricular. No entanto, as manifestações de insuficiência cardíaca direita (turgência jugular, edema periférico, ascite e hepatomegalia) são frequentemente mais pronunciadas do que a falência cardíaca esquerda com presença de congestão pulmonar (ortopnéia. dispnéia paroxística noturna e estertores pulmonares). A fadiga também é um sintoma comum ao exame físico (MARIM-NETO; SIMÕES; SARABANDA, 1999). A presença de congestão pulmonar pode também indicar comorbidades associadas como hipertensão arterial, doença coronariana ou hipervolemia severa por insuficiência renal (DAVILA et al., 2002). Em 2005, Xavier, Souza e Hasslocher-Moreno propuseram a aplicação da nova classificação da IC do American College of Cardiology/American Heart Association (ACC/AHA) na cardiopatia chagásica crônica (CCC). Os pacientes que apresentavam eletrocardiograma (ECG) normal, na admissão ao estudo, foram excluídos da classificação devido à ausência de casos de IC neste grupo durante todo o período de seguimento (10 anos). Nos 538 pacientes restantes, a classificação foi aplicada da seguinte forma: estágio A = ECG alterado e ecocardiograma (ECO) normal (n=264); estágio B = ECO alterado, sem sinais de IC (n=199); estágio C = IC presente, compensada (n=52); e estágio D = IC avançada (n=23). A incidência cumulativa de IC durante o período de seguimento, nos pacientes incluídos no estágio A foi de 0,8%, e no estágio B foi de 22%. No mesmo.

(17) 15. ano de 2005, o Ministério da Saúde divulgou esta nova classificação adaptada para o estadiamento do comprometimento miocárdico na CCC. A tabela 1 demonstra a classificação recomendada pelo Consenso Brasileiro em Doença de Chagas (2005). Tabela 1: Estadiamento do comprometimento miocárdico na cardiopatia chagásica crônica.. Fonte: Consenso Brasileiro em Doença de Chagas (2005). 1.4). A Cardiomegalia na CCC. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2006), a cardiomegalia pode ser definida como o aumento do coração, geralmente indicado por um índice cardiotorácico acima de 0,50, avaliado por radiografia de tórax em incidências póstero-anterior (PA) e lateral. Ela pode ser observada em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) ou formas graves de cardiomiopatias, como na cardiomiopatia dilatada ou na cardiopatia chagásica crônica (MATTOS, 2005). Enquanto a epidemiologia da insuficiência cardíaca está bem documentada na literatura, a prevalência da cardiomegalia na IC ainda não está bem estabelecida na literatura (KANNEL, 2000). Na CCC, o achado radiográfico mais freqüente é a marcante cardiomegalia, com moderada congestão pulmonar, podendo também estar ausente esta congestão dependendo do nível de comprometimento do ventrículo esquerdo (MARIM-NETO; SIMÕES; SARABANDA, 1999). Em estudo de Oliveira-Marques et al.(2005), foram avaliados 163 candidatos a doador com sangue infectados por Trypanosoma cruzi, atendidos no período de agosto de 1996 a novembro de 1997 no ambulatório de Doença de Chagas do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Londrina (PR). Os critérios de triagem para a forma cardíaca da doença foram: a presença de alterações.

(18) 16. eletrocardiográficas (ECG) típicas e/ou cardiomegalia na radiografia de tórax. A cardiomegalia esteve presente em 62 pacientes (38%) dos pacientes classificados como positivos para CCC. Este dado está de acordo com pesquisa anterior de Coura Júnior et al.(1985) que conduziu estudo caso-controle com seguimento de 10 anos (1974-1984), no Brasil, com 264 pares de sujeitos, dos quais 110 foram reavaliados ao final do período. A incidência de doença cardíaca chagásica foi de 38,3% no período de 10 anos, diagnosticada pelo desenvolvimento de sintomas, ECG e/ou cardiomegalia, em sujeitos previamente saudáveis, mas sorologicamente positivos. A presença de cardiomegalia e de disfunção ventricular significativas implicam incapacidade laborativa para atividades que requeiram esforço físico, como também em invalidez, quando da impossibilidade de reabilitação profissional. Desta forma, a CCC constitui importante causa de incapacidade laborativa em nosso meio. De modo geral, quanto pior a fração de ejeção e maior o diâmetro ventricular, pior o prognóstico e maior o grau de incapacidade laborativa (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). As manifestações pulmonares da ICC, seja esta causada pela Doença de Chagas ou por outros fatores etiológicos, são advindas principalmente pela insuficiência do coração esquerdo ou a chamada síndrome congestiva (GEHLBACH; GEPPERT, 2004). Esta disfunção pulmonar está diretamente relacionada com a gravidade da ICC. Apesar de ainda não estar clara a relação de causalidade, alguns estudos levantados em revisão sistemática (SILVA et al., 2011, in press), em apêndice, têm demonstrado uma relação entre aumento progressivo do tamanho do coração com alterações na função pulmonar em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) crônica (HOSENPUD et al., 1990; ENRIGHT et al.,1995; ULRIK et al.,1999; OLSON et al.,2007). 1.5). Avaliação da Capacidade Funcional na CCC. Silva et al. (1999) afirmam que o teste de caminhada de seis minutos (TC6M) apresenta-se como uma opção de baixo custo, segura e bem tolerada de investigação da capacidade funcional nos indivíduos com insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Ele é capaz de fornecer grande leque de informações.

(19) 17. prognósticas, para planejamento terapêutico e como avaliação em programas de reabilitação. Sousa et al. (2008) investigaram a utilidade do TC6M em pacientes com DC. Concluíram afirmando que a capacidade funcional submáxima dos pacientes CCC está relacionada à severidade da cardiopatia, com conseqüência sobre as atividades de vida diária, diretamente relacionada à distância percorrida e sugeriram o TC6M como um instrumento útil para a avaliação do estado clínico destes pacientes. 1.6). Repercussões da ICC e Cardiomegalia sobre a Função Pulmonar. Alguns estudos têm demonstrado uma relação entre aumento progressivo do tamanho do coração com alterações na função pulmonar em pacientes com ICC crônica (HOSENPUD et al, 1990; ENRIGHT et al.,1995; ULRIK et al.,1999; OLSON et al.,2007). Entretanto, as causas para as alterações na função pulmonar permanecem ainda obscuras, sugerindo que as alterações no sistema pulmonar são consequências do processo crônico da insuficiência cardíaca e do aumento progressivo do tamanho e da área cardíaca, no interior de uma cavidade torácica fechada (LITTLE, GEORGE, 1983; FAGGIANO et al., 1993; PURI et al., 1995). A relação entre a cardiomegalia e a funcionalidade e mecânica do sistema respiratório no paciente com Doença de Chagas também permanece ainda obscura.. 2). OBJETIVOS. 2.1) Objetivo Geral Avaliar as repercussões da cardiomegalia sobre parâmetros da função pulmonar e distribuição regional da ventilação na caixa torácica, em indivíduos adultos com cardiopatia chagásica crônica..

(20) 18. 2.2) Objetivos Específicos . Avaliar os valores das variáveis espirométricas: volume espiratório forçado no 1º segundo (VEF1%), capacidade vital forçada (CVF%), VEF 1/ CVF% e volume corrente (VC);. . Avaliar a força muscular inspiratória (PImáx) e percentual prevista (PI%prev);. . Avaliar o nível de atividade física, qualidade de vida e capacidade funcional destes indivíduos;. . Avaliar o padrão de distribuição da ventilação pulmonar na caixa torácica durante respiração basal (repouso);. . Comparar a variação dos valores basais de VC, volume minuto (VM) e volume expiratório final nos compartimentos: caixa torácica pulmonar (Ctp), caixa torácica abdominal (Cta) e abdominal (Ab) após teste incremental com carga inspiratória;. . Comparar variáveis relacionadas ao controle respiratório, antes e após teste incremental: frequência respiratória (FR), VM e tempo inspiratório (Ti);. . Correlacionar a força muscular inspiratória com capacidade funcional entre os grupos;. . Correlacionar a força muscular inpiratória com distribuição regional da ventilação entre os grupos..

(21) 19. CAPÍTULO 2 – MÉTODOS. 2.1 Desenho e Local do Estudo. Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo transversal, no qual participaram indivíduos adultos portadores de cardiopatia chagásica crônica, de ambos os gêneros, provenientes de duas instituições de referência no atendimento cardiológico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Pernambuco: Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) da Universidade de Pernambuco (Recife-PE). Estes pacientes foram selecionados a partir dos prontuários do Ambulatório de Chagas/ICC (HUOC) para o Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco.. 2.2 Casuística. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital Agamenon Magalhães (ANEXO A), bem como também foi submetido à apreciação do CEP do HUOC. Todos os pacientes inicialmente foram informados sobre os procedimentos. do. estudo. e. somente. participaram. das. atividades. após. esclarecimento e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), o qual obedeceu criteriosamente à resolução 196/96 do CNS, sob protocolo de nº 440 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 0119.0.236.106-09. O. cálculo. amostral. (VASCONCELOS. et. al.,. foi. realizado. 2009;. com base. SOUSA. et. al.,. nos dados da literatura 2008;. XAVIER;. SOUSA;. HASSLOCHER-MORENO, 2005; ROSSI, 1999) e num estudo piloto realizado durante a execução do projeto de pesquisa, adotando 95% de confiança. Foi adotada a seguinte fórmula para o cálculoa amostral: N=[(T x DP)/Erro máximo permitido]², onde: T = 1,96 para uma confiança de 95%; DP = maior desvio padrão das variáveis e Erro máximo permitido = 10 a 20% do valor da média. Quando tipos de variáveis diferentes e unidades diferentes, foi utilizado o maior desvio padrão das variáveis de cada tipo e o calculo que produziu maior “N” foi utilizado..

(22) 20. Foram selecionados 95 prontuários com as características de interesse ao estudo, destes, 39 pacientes preencheram os critérios de seleção para o estudo e aceitaram participar voluntariamente do mesmo, com uma perda amostral de 17 sujeitos. Desta forma, 73 pacientes foram excluídos, conforme descrito no fluxograma (figura 1). A amostra foi constituída de 22 indivíduos de ambos os gêneros, com idade de 21 a 65 anos, portadores de cardiopatia chagásica crônica. Após a assinatura/digital do TCLE, os pacientes foram submetidos à entrevista inicial realizada pelo próprio pesquisador, com a aplicação dos seguintes instrumentos: (a) Questionário de qualidade de vida: Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire (ANEXO B); e (b) Questionário Internacional de Atividade Física (ANEXO C), este último como forma de conhecer o nível de atividade física dos indivíduos participantes.. 2.3 Critérios de Inclusão e Exclusão. Como critérios de inclusão, foram aceitos indivíduos adultos na faixa etária entre 21 e 65 anos, de ambos os gêneros, diagnosticados com cardiomiopatia chagásica crônica, com déficit leve (>45%), moderado (entre 30 a 44%) ou importante (<30%) na fração de ejeção do ventrículo esquerdo, conforme laudo do ecocardiograma, e classificação funcional de NYHA I a III (AHA, 2009) ou estadiamento B e C de acordo com o Consenso Brasileiro em Doença de Chagas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Como critérios de exclusão: apresentar IC descompensada; classe funcional IV ou estadiamento equivalente “D” para CCC (ecocardiograma alterado e IC refratária ao tratamento); marca-passo de freqüência fixa; cardimiopatia hipertrófica ou restritiva; apresentar doença pulmonar ativa (DPOC e infecções pulmonares) ou obesidade (IMC > 30 kg/m2); hipertensão arterial ou diabetes não controladas; insuficiência hepática ou renal com proteinúria; isquemia induzida por exercício; como também abandonar a pesquisa durante o andamento da coleta de dados. Em síntese, segue-se na figura 1 o fluxograma de triagem da pesquisa..

(23) 21. Elegibilidade: levantamento prontuários potenciais (n=284). Excluídos (Total=56) Obesidade (IMC>30kg/m2) Prontuários triados por critérios de inclusão (n=95). Idade > 65 anos Doenças respiratórias Classe funcional IV Exames desatualizados Outros (prontuários repetidos, telefones. Elegíveis. desatualizados). (n=39) Perda Amostral (Total=17) Recusa em participar (11) Inabilidade em realizar as avaliações (2) Incluídos no. Falha na reconstrução de modelo 3D (4). Estudo (n= 22). Figura 1 - Fluxograma do processo de triagem dos voluntários para a pesquisa..

(24) 22. 2.4 Instrumentos e Procedimentos. . Avaliação Diagnóstica. Depois do esclarecimento do método e preenchimento do TCLE, os indivíduos foram convidados a participar do estudo. A avaliação foi iniciada por medidas. antropométricas,. testes. de. força. muscular. respiratória,. com. monovacuômetro digital (Globalmed® modelo MD-300, Brasil) para registro das Pressões Inspiratórias (PImáx) seguindo o protocolo de Neder et al. (1999); e provas de função pulmonar com espirômetro digital (Micro Medical® modelo Microloop MK8, Inglaterra), seguindo o protocolo e fórmulas de Pereira, Sato e Rodrigues (2007). Os seguintes dados serviram para caracterizar a homogeneidade da amostra: a) índice de massa corporal; b) gênero; e c) idade. Foram monitorados tanto a pressão arterial por esfigmomanômetro (Tycos®, Brasil) e estetoscópio (Rapaport®, Brasil) - antes e após o protocolo de avaliação, em posição sentada - como também a saturação periférica de oxigênio (SpO2), por oxímetro portátil de pulso (Nonin Onyx® modelo 9500, USA) e frequência cardíaca (FC), como instrumentos adicionais de segurança durante o testes de carga inspiratória e de caminhada de 6 min., sendo ambos calibrados previamente. Para mensurar o peso e a altura, foi utilizada balança digital com antropômetro (Welmy® modelo W300, Brasil) com capacidade para 300 kilogramas (Kg), precisão de 50 gramas (g) e antropômetro com limite de 2 metros (m). Todos estes dados foram registrados na ficha de avaliação (ANEXO D). . Avaliação. da. mecânica. respiratória. através. da. Pletismografia. Optoeletrônica (POE):. Foi utilizado um pletismógrafo optoeletrônico (POE), da BTS Bioengineering (Itália). Inicialmente, foram realizados ajustes da posição das câmeras de captação infravermelha e o procedimento de calibração das mesmas para informar ao sistema sobre a posição dos eixos tridimensionais (X, Y e Z), assim como determinar a área de trabalho na qual a parede torácica do indivíduo irá ocupar durante a coleta. Para isso, foi utilizada uma ferramenta de calibração que contém três eixos com marcadores refletivos acoplados. Nesta fase, não era necessária a participação do indivíduo avaliado. As coletas foram realizadas na posição sentada, após o.

(25) 23. examinador ter posicionado 89 marcadores anterior e posteriormente no tronco, das clavículas às espinhas ilíacas ântero-superiores, ao longo de linhas horizontais e verticais pré-definidas. Em seguida, realizou-se a aquisição dos dados, sendo o tempo máximo de coleta permitido pelo software para filmagem em tempo real de 20 minutos. Os indivíduos foram avaliados em repouso e durante a realização dos testes com carga inspirtória (ALIVERTI; PEDOTTI, 2003). Após a captação de imagens foi possível gerar uma imagem em três dimensões (3D), subdividindo a caixa torácoabdominal em três seguimentos: caixa torácica pulmonar (Ctp), caixa torácica abdominal (Cta) e abdominal (Ab), conforme ilustrado na figura 2. Para análise do cálculo de volumes foi utilizado o programa DiaMov Applicazione MFC (Itália).. MÉTODOS Avaliação da mecânica respiratória - POE. Coordenadas dos marcadores Triangulação dos pontos. C t p.  Formação imagem 3D. Cta Ab. Teorema de Gauss (∑Vt) Cálculo do Volume (Diamov). (Aliverti, Pedotti, 2003). Figura 2 - Fluxograma da avaliação da mecânica respitarória . Avaliação por teste incremental com carga inspiratória:. O protocolo foi realizado com o paciente mantendo a posição sentada, sem apoio das costas, para não prejudicar a visualização dos marcadores no dorso do paciente pelas câmeras infra-vermelho, bem como monitoramento contínuo da SpO2 e FC. Um Threshold® para TMI (Respironics®, Health Scan Products Inc., Cedar.

(26) 24. Grove, EUA) foi acoplado em um pedestal na altura da boca, o (a) voluntário (a) usou um clipe nasal durante a prova e apoiou as mãos sobre os joelhos. Antes de iniciar o protocolo, registramos a ventilação basal do paciente respirando tranquilamente por um minuto. O procedimento teve como referência o protocolo de Dornelas de Andrade et al. (2005), cuja sequência iniciou com um minuto de respiração pelo Threshold® sem carga, ou seja, sem o aparato da mola e a membrana plástica: fase nomeada “respiração sem carga”, que serviu para normalização dos dados para a fase seguinte do protocolo, como também para adaptação do indivíduo ao dispositivo. A próxima fase teve duração de três minutos, quando o paciente realizou o exercício com a carga de 30% da PImáx. Nas três situações foi permitido ao paciente escolher seu próprio padrão ventilatório a partir da orientação verbal para que “respirasse forte o suficiente para o ar entrar. . Avaliação da capacidade funcional submáxima:. Foi utilizado o teste de caminhada de 6 minutos (TC6M). Seguindo o protocolo publicado pela American Thoracic Society (ATS) em 2002. Os testes foram realizados no corredor interno, coberto, longo com 30 metros, com marcação a cada metro, ao lado do Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar, com suporte portátil de oxigênio, como item adicional de segurança. Inicialmente os voluntários foram instruídos a caminhar, pela maior distância possível, no intervalo de tempo de 6 minutos através do circuito de caminhada. De acordo com o protocolo, os voluntários foram alertados de que poderão parar ou diminuir a velocidade a qualquer momento. Como preconizado pelo protocolo (ATS, 2002), antes da caminhada foram avaliados os parâmetros de repouso da Pressão Arterial (PA), da Freqüência Cardíaca (FC), Saturação de Oxigênio, da Freqüência Respiratória (FR) e nível de percepção de esforço (escala de Borg). Durante a caminhada foram dados aos voluntários estímulos verbais com intervalos de um minuto, os quais foram sugeridos pelo protocolo supracitado. 1.. “Você está indo bem, faltam 5 minutos para terminar.”. 2.. “Mantenha um bom trabalho, faltam 4 minutos para terminar o teste.”. 3.. “Você está indo bem, esta na metade do teste.”. 4.. “Mantenha um bom trabalho, faltam somente 2 minutos para terminar.”. 5.. “Você está indo bem, falta só um minuto pra terminar o teste.”.

(27) 25. Imediatamente ao final do teste foram reavaliados a FC, FR, PA, SpO 2 e o esforço subjetivo por escala de Borg, na qual o paciente indicou a intensidade que havia realizado. . Questionário de qualidade de vida:. O questionário de Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire (LHFQ), idealizado por Rector et al.(1987) e validado no Brasil por Carvalho et al.(2009), foi utilizado no presente estudo para avaliar o nível de qualidade de vida em um contexto mais amplo das atividades diárias destes pacientes (ANEXO B). Para cada questão pode ser atribuído um valor de 0 (zero) a 5 (cinco), sendo o maior escore indicativo de pior qualidade de vida. O escore total foi obtido por meio da soma dos 21 itens, com intervalo possível de 0 a 105 (CARVALHO et al., 2009). . Questionário internacional de atividade física:. Foi empregado, questionário validado no Brasil para população idosa, do original International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), em sua versão 8 – curta (MATSUDO et al, 2001). Empregou-se este para avaliar o nível de atividade habitual reportado. Depois de respondido o instrumento (ANEXO C), os voluntários foram classificados em quatro categorias: sedentários, irregularmente ativos, ativos ou muito ativos. As atividades foram computadas independentemente do contexto, mas somente foram válidas atividades com duração igual ou superior a 10 minutos. O IPAQ foi aplicado em forma de entrevista, por três examinadores devidamente treinados. Toda a instrumentação adotada está sintetizada na figura 3. Todos os procedimentos empregados estão sintetizados na figura 4..

(28) 26. MÉTODOS Instrumentos E s c a l a v i s u a l B o r g. Avaliação Clínica Avaliação. Prova F(x) Pulm. Antroprometria. TC6M. Balança (Welmy W300). Pletimosg. Opt. Elet -POE (BTS Bioengineering). IMC. Distribuição compartimental Questionários: Minnesota (QV) + IPAQ (nível ativ.física). Figura 3 - Fluxograma dos instrumentos utilizados para a pesquisa. Legenda: F(x) Pulm: função pulmonar; TC6M: Teste da caminhada de 6 minutos; POE: Pletismografia optoeletrônica; IMC:Índice de massa corpórea; QV: qualidade de vida; IPAQ: Questionário internacional de atividade física.. Procedimentos MÉTODOS E CASUÍSTICA J a n e. CCC+ = FEVE<45% e ICT>0,50. MÉTODOS CCC- = FEVE>45% e ICT<0,50. 15 CCC+ vs 7 CCC Avaliação. l a. 2 0 s e m. Av. variáveis ventilatórias+ Teste incremental insp. Teste 0, 30 % da PImáx. Oximetria+FC Contínua. Avaliação triagem+QV+ Nível Ativ Fís+CF submáx Sinais vitais+ Espirometria+ Monovacuom.. Questionários+ TC6M+Borg. 89 marcadores para infra-verm POE Filmagem por 1 min + 2 etapas/3 min. Análise estatística (SPSS 15.0), com nível de significância de 5%; Teste Kolmogorov-Smirnov para normalidade; Teste T para amostras indep e pareadas; Teste Qui-quadrado p/ gênero.. Figura 4 - Fluxograma dos procedimentos utilizados para a pesquisa. Legenda: CCC+: Cardiopatia Chagásica Crônica, grupo com cardiomegalia; CCC-: Cardiopatia Chagásica Crônica, grupo sem cardiomegalia; FEVE: Fração de ejeção do ventrículo esquerdo; ICT:.

(29) 27. Índice cardiotorácico; QV: Qualidade de vida; CF: Capacidade funcional; FC: Frequência cardíaca; TC6M: Teste da caminhada de 6 minutos; POE: Pletismografia optoeletrônica. 2.5 Análise Estatística. Foi utilizado o programa SPSS 15.0 (SPSS Inc.) para realizar tanto a análise descritiva quanto a inferencial. Variáveis contínuas foram expressas em média e desvio-padrão. Para avaliar normalidade da distribuição dos dados, utilizou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov. Foi usado o teste t student para amostras independentes e para amostras pareadas. No caso de variável de classificação (gênero) foi usado o teste Quiquadrado. No estudo da relação entre variáveis foi adotado o coeficiente de correlação de Pearson e ajustado um modelo de regressão linear. Em todos os casos foi adotado nível de significância de 5%..

(30) 28. CAPÍTULO 3 : REFERÊNCIAS ALIVERTI, A.; PEDOTTI, A. Opto Electronic Plethysmography: a review. Monaldi Arch. Chest Dis., v. 59, p. 1-16, 2003.. AMERICAN HEART ASSOCATION. Revisions to classification of functional capacity and objective assessment of patients with diseases of the heart, 1994. Disponível em: <www.americanheart.org> Acesso em: 09 nov. 2009.. AMERICAN THORACIC SOCIETY. ATS statement: guidelines for six-minute walk test. Am. J. Respir. Crit. Care Med., v. 166, p. 111-117, 2002.. CARVALHO, V.O.; GUIMARÃES, G.V.; CARRARA, D.; BACAL, F.; BOCCHI, E.A. Validação da versão em português do Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire. Arq. Bras. Cardiol., v. 93, n. 01, p. 39-44, 2009.. COURA JÚNIOR et al. Morbidade da Doença de Chagas IV: estudo longitudinal de dez anos em Pains e Iguatama. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Minas Gerais, v. 80, p. 73-80, 1985.. DALL´AGO, P. et al. Inspiratory muscle training in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness: a randomized trail. JACC, v. 21, p. 757-763, 2006.. DATASUS. Morbidade hospitalar do Sistema Único de Saúde. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/tabcgi.exe?sih/cnv/miuf.def.> Acessado em: 09 nov. 2009.. DAVILA, D. F. et al. Effects of metoprolol in chagasic patients with severe congestive heart failure. Int. J. Cardiol., v. 85, p. 255-260, 2002.. DORNELAS DE ANDRADE, A. et al. Inspiratory muscular activation during threshold® therapy in elderly healthy and patients with COPD. J. Electromyogr. Kinesiol., v. 15, n. 6, p. 631-639, 2005..

(31) 29. ENRIGHT, P. L. et al. Reduced vital capacity in elderly persons with hypertension, coronary heart disease, or left ventricular hypertrophy: the cardiovascular health study. Chest, v. 107 p. 28-35, 1995.. FAGGIANO, P. et al. Pulmonary function tests in patients with congestive heart failure: effects of medical therapy. Cardiology, v. 83, p. 30–35, 1993.. GEHLBACH, B. K; GEPPERT, E. The pulmonary manifestations of left heart failure. Chest, v.125, p. 669-682, 2004.. HOSENPUD, J. D. et al. Abnormal pulmonary function specifically related to congestive heart failure: comparison of patients before and after cardiac transplantation. Am. J. Med., v. 88, p. 6-493, 1990.. HUGHES, P. D. et al. Diaphragm strength in chronic heart failure. Am. J. Respir. Care Med., v. 160, p. 529-534, 1999.. KANNEL, W. B. Incidence and epidemiology of heart failure. Heart Failure Reviews, v. 5, p. 167-173, 2000.. LITTLE, R. W; GEORGE, R. B. Serial pulmonary function in patients with acute heart failure. Arch. Intern. Med., v. 143, p. 429-433, 1983.. MARIM-NETO, J. A.; SIMÕES M. V.; SARABANDA, A. V. L. Cardiopatia Chagásica. Arq. Bras. Cardiol., v. 72, p. 63-247, 1999.. MATTOS, B. P. Mecanismos patogênicos, função ventricular e biópsia endomiocárdica na miocardiopatia dilatada. Revista HCPA, v. 25, n.3, p. 60-64, 2005.. MATSUDO, S.; ARAUJO, T., MATSUDO, V; ANDRADE, D.; ANDRADE E OLIVEIRA, L. C; BRAGGION, G. Questionário Internacional de Atividade Física: estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Revista Bras. de Atividade Física e Saúde, v. 6, n. 2, p. 5-18, 2001..

(32) 30. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE (Org.). Secretaria de Vigilância em Saúde. Consenso brasileiro em Doença de Chagas. Ver. Soc. Bras. Med. Trop., v. 38, 2005. Suplemento III.. NEDER, J. A. et al. Reference values for lung function test II. Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Braz. J. Med. Biol. Res., v. 32, p. 719-727, 1999.. OLIVEIRA-MARQUES, D. S. et al. The epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in trypanosoma cruzi infected blood donor candidates. Rev. Inst. Med. Trop., Brazil, Londrina, Paraná, v. 47, n. 6, p. 321-326, 2005.. OLSON, T. P. et al. Pulmonary function changes associated with cardiomegaly in chronic heart failure. J. Cardiac. Failure. v. 13, n. 2, p. 100-107, 2007.. PEREIRA, C. A. C.; SATO T.; RODRIGUES, S. C. Novos valores de referências para espirometria forçada em brasileiros adultos de raça branca. J. Bras. Pneumol., v. 33, p. 397-406, 2007.. PURI, S. et al. Reduced alveolar-capillary membrane diffusing capacity in chronic heart failure: its pathophysiological relevance and relationship to exercise performance. Circulation, v. 91, p. 74-2769, 1995.. RECTOR, T. S. et al. Patients self-assessment of their congestive failure: content, reliability and validity of a measure, the Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire. Heart Fail, v. 3, p. 198-209, 1987.. ROSSI, M. A. Pattems of myocardial fibrosis in idiopathic cardiomyophaties and chronic chagasic cardiophaty. Can J. Cardiol., v. 72, p. 247-263, 1999.. ROSSI, M. A.; RAMOS, S. G. Coronary microvascular abnormalities in Chagas disease. Am. Heart. J., v. 7, p. 94-287,1996.. SILVA, C. E. S. et al. Insuficiência cardíaca congestiva: novos métodos de avaliação da função ventricular. Rev. Soc. Cardiol., São Paulo, v. 9, n.1, p. 44-54, 1999..

(33) 31. SILVA, J.D.D.; LIMA, C.S.F.R.; REINAUX, C.M.A.; BRANDÃO, D.C.; DORNELAS DE ANDRADE, A. Repercussões da cardiomegalia na função pulmonar de indivíduos com insuficiência cardíaca crônica: uma revisão sistemática. Revista Fisioterapia e Pesquisa. In press, 2011. SILVEIRA, A.; VINHAES, M. C. Doença de Chagas: aspectos epidemiológicos e de controle. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 31, p. 15-60, 1998.. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (Org.). II Diretriz Brasileira de Cardiopatia Grave. Arq. Bras. Cardiol., v. 87, n. 2, p. 223-232, 2006.. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (Org.). Revisão das II Diretrizes para o Diagnóstico e Tratamento da IC. Arq. Bras. Cardiol., v. 79, 2002. Suplemento IV.. SOUSA, L. et al. Six-minute walk test in Chagas cardiomyopathy. Int. J. Cardiol., v. 125, p. 139–141, 2008.. ULRIK, C. S. et al. Pulmonary function in chronic heart failure: changes after heart transplantation. Scand. Cardiovasc. J., v. 33, p. 6-131,1999.. VASCONCELOS, R. H. T. et al. Perfil clínico e epidemiológico de chagásicos crônicos com acometimento digestivo no estado de Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SAÚDE COLETIVA, 9., 2009, Recife. Anais... Recife: Abrasco, 2009. 1 CD-ROM.. XAVIER, S. S.; SOUSA A. S; HASSLOCHER-MORENO, A. Aplicação da nova classificação da insuficiência cardíaca (ACC/AHA) na cardiopatia chagásica crônica: análise crítica das curvas de sobrevida. Revista da SOCERJ, v. 3, p. 227-232, 2005. WEINER, P. et al. The Effect of specific inspiratory muscle training on the sensation of dyspnea and exercise tolerance in patients with congestive heart failure. Clin. Cardiol., v. 22, n. 11, p. 727-732, 1999.. WHO. Control of Chagas disease. WHO Technical Report Series, v. 811, p. 1-95, 1991..

(34) 32. CAPÍTULO 4: RESULTADOS. . 4.1: ARTIGO 1 - A SER SUBMETIDO AO PERIÓDICO: Arquivos Brasileiros de Cardiologia/ISSN: 0066-782X. REPERCUSSÕES DA CARDIOMEGALIA NO VOLUME COMPARTIMENTAL NA CAIXA TORÁCICA DE INDIVÍDUOS COM CARDIOPATIA CHAGÁSICA SUBMETIDOS À CARGA INSPIRATÓRIA.. João Danyell Dantas da Silva1, Daniela Cunha Brandão 1, Jasiel Frutuoso Nascimento Junior1, Larissa de Andrade Carvalho 1, Georges Willeneuwe de Sousa Oliveira2, Wilson Oliveira Jr3, Raquel R. Britto 4, Armèle Dornelas de Andrade1 1 Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife (PE), Brasil 2 Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal (RN), Brasil 3 Procape/Universidade de Pernambuco (UPE), Recife (PE), Brasil 4 Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Minas Gerais (UFPE), Belo Horizonte (MG), Brasil.

(35) 33. RESUMO Fundamento: A cardiopatia chagásica crônica (CCC) é a forma clínica mais frequente da Doença de Chagas, evoluindo geralmente para insuficiência cardíaca com cardiomegalia. Objetivos: analisar as repercussões da cardiomegalia sobre a função pulmonar em indivíduos adultos com CCC e o efeito de carga inspiratória sobre esta função. Métodos: estudo transversal, 22 indivíduos CCC, subdivididos com base no índice cardiotorácico (ICT) e na fração de ejeção ventrículo esquerdo (FEVE): grupo CCC+ (ICT>0.50 e FEVE<45%) e CCC(ICT<0.50 e FEVE>45%). Foram analisadas as variações de volume na caixa torácica pela pletismografia opto eletrônica, a função pulmonar, a pressão inspiratória máxima (PImáx) e a tolerância ao exercício respiratório à 30% da PImáx. Foram usados os testes t student, o Quiquadrado, o coeficiente de correlação de Pearson (p<5%). Resultados: No grupo CCC+, foi observado um menor valor do volume expiratório forçado no 1º seg e capacidade vital forçada. Quanto à distribuição regional: 1) houve ativação predominante do compartimento abdominal (Ab), tanto na respiração basal como na carga inspiratória; 2) a presença de cardiomegalia levou a um aumento do volume corrente (VC) e tempo inspiratório (Ti) quando submetidos à carga; e 3) sob carga, o grupo CCC+ apresentou menor volume expiratório final na caixa torácica abdominal (Cta), maior freqüência respiratória (FR) e volume minuto (VM). Conclusão: A cardiomegalia modificou o padrão de distribuição compartimental de volume na caixa torácica , especialmente na carga inspiratória: aumento na FR, do tempo inspiratório, VC e VM no grupo CCC+, como também menor ativação de Cta, com diminuição do volume expiratório final neste compartimento. Palavras-chave: cardiomegalia, insuficiência cardíaca, tolerância ao exercício, Doença de Chagas..

(36) 34. ABSTRACT Background: Chronic chagasic cardiomyopathy (CCC) is the most frequent clinical form of Chagas Disease, often progressing to heart failure with cardiomegaly. Objectives: analyze the impact of cardiomegaly on measures of lung function in adults with CCC and the effect of inspiratoryload on that function. Methods: cross-sectional study, 22 individuals divided based on the cardiothoracic index (CTI) and ejection fraction of left ventricle (EF): group CCC + (CTI> 0.50 and EF<45%) and CCC- (ICT <0.50 and EF>45%). We analyzed the variations of volume in the chest wall by the opto-electronic plethysmography, as well as lung. function, maximal. inspiratory. pressure (MIP). and respiratory. exercise. tolerance to 30% of MIP. We used the Student t test, Chi-square and for relationship between variables it was adopted Pearson's correlation (p<5%). Results: In CCC + group, there was a lower value of forced expiratory volume in 1 sec and forced vital capacity. By regional distribution: 1) the activation occurred predominantly abdominal compartment (AB), both. in basal. respiration and inspiratory load,. 2) the. presence. of. cardiomegaly led. to an increase in tidal volume (TV) and inspiratory time (Ti) when under inspiratory load, and 3) comparing the responses for the same load, CCC + group had lower end-expiratory volume in. the rib. cage. abdominal (Rca),. higher respiratory rate. (RR). and minute. volume (MV). Conclusion: cardiomegaly changed the pattern of distribution of compartment volume in the chest, especially under inspiratoryload: an increase in RR, Ti, TV and VM , as well as decreased activation of. Rca, with decreased end-expiratory volume in this. compartment. Keywords: cardiomegaly, heart failure, exercise tolerance, Chagas Disease..

(37) 35. INTRODUÇÃO A Doença de Chagas (DC) permanece um grave problema de saúde pública na América Latina. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam entre 18 a 20 milhões o número de infectados na América Latina, dos quais cinco milhões no Brasil 1. Cerca de 30% dos pacientes infectados evoluem para cardiopatia chagásica crônica (CCC), forma clínica mais frequente e de maior morbimortalidade. Nesta cardiopatia o grau de deterioração do miocárdio é bastante variável, e uma parcela significativa dos pacientes pode evoluir para insuficiência cardíaca (IC) 2. A cardiomegalia pode ser definida como o aumento do coração, geralmente indicado por um índice cardiotorácico acima de 0,50, avaliado por radiografia de tórax em incidências póstero-anterior (PA) e lateral3. Ela pode ser observada em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) ou formas graves de cardiomiopatias, como na cardiomiopatia dilatada ou na CCC4. Enquanto a epidemiologia da IC está bem documentada na literatura, a prevalência da cardiomegalia na IC por Doença de Chagas ainda não está bem estabelecida 5. Sousa et al. 6 investigaram a utilidade do TC6M em pacientes com DC. Concluíram afirmando que a capacidade funcional submáxima dos pacientes CCC está relacionada à severidade da cardiopatia, com conseqüência sobre as atividades de vida diária, diretamente relacionada à distância percorrida e sugeriram o TC6M como um instrumento útil para a avaliação do estado clínico destes pacientes. No entanto, há carência de estudos na literatura que correlacionem a força muscular respiratória com a distância no TC6M nesta população. Apesar de ainda não estar clara a relação de causalidade, alguns estudos levantados em revisão sistemática recente7 têm demonstrado uma relação entre aumento progressivo do tamanho do coração com alterações na função pulmonar em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) crônica. No entanto, há carência de estudos controlados que demonstrem a relação entre a cardiomegalia com a funcionalidade e a mecânica do sistema respiratório no paciente com Doença de Chagas. Desta forma, este artigo tem como objetivo analisar as repercussões da cardiomegalia sobre parâmetros da função pulmonar e sobre a variação de volumes na caixa torácica, em indivíduos adultos com CCC, em repouso e sob carga inspiratória. Como objetivos secundários: avaliar o nível de atividade física, qualidade de vida e capacidade funcional destes indivíduos, comparando estas variáveis quanto à presença da cardiomegalia versus sua ausência (controle)..

(38) 36. MÉTODOS Trata-se de um estudo transversal, no qual participaram indivíduos adultos portadores de cardiopatia chagásica crônica, de ambos os gêneros, provenientes de duas instituições de referência no atendimento cardiológico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Pernambuco: Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) da Universidade de Pernambuco (Recife-PE). Estes pacientes foram selecionados a partir dos prontuários do Ambulatório de Chagas/ICC (HUOC) para o Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital Agamenon Magalhães, o qual obedeceu à resolução 196/96 do CNS, sob protocolo de nº 440 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 0119.0.236.106-09, como também foi submetido à apreciação do CEP do HUOC. Todos os pacientes inicialmente foram informados sobre os procedimentos do estudo e somente participaram das atividades após esclarecimento e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). O cálculo amostral foi realizado com base nos dados da literatura. 3,7. e num estudo. piloto realizado durante a execução do projeto de pesquisa, adotando 95% de confiança. Foi adotada a seguinte fórmula para o cálculoa amostral: N=[(T x DP)/Erro máximo permitido]², onde: T = 1,96 para uma confiança de 95%; DP = maior desvio padrão das variáveis e Erro máximo permitido = 10 a 20% do valor da média. Para tipos de variáveis diferentes e unidades diferentes, utilizou-se o maior desvio padrão das variáveis de cada tipo e o calculo que produziu maior “N” foi utilizado. Desta forma, as variáveis adotadas para o cálculo foram as variáveis respiratórias volume corrente em litros (VC), volume deslocado na caixa torácica pulmonar (Ctp) e na caixa torácica abdominal (Cta) em porcentagem. Para estas variáveis, considerando um Erro de 20%, a amostra poderia variar entre 17 e 22 indivíduos. Foram selecionados 95 prontuários com as características de interesse ao estudo, destes, 39 pacientes preencheram os critérios de seleção para o estudo e aceitaram participar voluntariamente do mesmo, com uma perda amostral de 17 sujeitos. Desta forma, 73 pacientes foram excluídos, conforme descrito no fluxograma (figura 1). Como critérios de inclusão, foram aceitos indivíduos adultos na faixa etária entre 21 e 65 anos, de ambos os gêneros, diagnosticados com CCC, com déficit leve (>45%), moderado (entre 30 a 44%) ou importante (<30%) na fração de ejeção do ventrículo esquerdo, conforme laudo do ecocardiograma, e classificação funcional de NYHA I a III ou estadiamento B e C de acordo com o Consenso Brasileiro em Doença de Chagas8..

(39) 37. Elegibilidade: levantamento prontuários potenciais (n=284). Excluídos (Total=56) Obesidade (IMC>30kg/m2) Prontuários triados por critérios de inclusão (n=95). Idade > 65 anos Doenças respiratórias Classe funcional IV Exames desatualizados Outros (prontuários repetidos, telefones. Elegíveis. desatualizados). (n=39) Perda Amostral (Total=17) Recusa em participar (11) Inabilidade em realizar as avaliações (2) Incluídos no. Falha na reconstrução de modelo 3D (4). Estudo (n= 22). Figura 1 - Fluxograma do processo de triagem dos voluntários para a pesquisa .. Como critérios de exclusão: apresentar IC descompensada; classe funcional IV ou estadiamento “D” para CCC (ecocardiograma alterado e IC refratária ao tratamento); marcapasso de freqüência fixa; cardimiopatia hipertrófica ou restritiva; apresentar doença pulmonar ativa (DPOC e infecções pulmonares) ou obesidade (IMC>30kg/m2); hipertensão arterial ou diabetes não controladas; insuficiência hepática ou renal com proteinúria; isquemia induzida por exercício; como também abandonar a pesquisa durante o andamento da coleta de dados..

(40) 38. Todos os sujeitos incluídos foram submetidos ao protocolo de avaliação dos músculos respiratórios, espirometria digital, pletismografia opto eletrônica (POE), teste de caminhada de 6 minutos e questionários de qualidade de vida e nível de atividade física, conforme descritos a seguir. Avaliação clínica e antropométrica: A avaliação foi iniciada por medidas antropométricas. Para mensurar o peso e a altura, foi utilizada balança digital com antropômetro (Welmy® modelo W300, Brasil) com capacidade para 300 kilogramas (Kg), precisão de 50 gramas (g) e antropômetro com limite de 2 metros (m). Em seguida, foram avaliados os dados clínicos cardiorrespiratórios: Frequência Cardíaca (FC) e saturação periférica de oxigênio (SpO2), utilizando o oxímetro de pulso portátil Nonin Onyx 9500 (USA), e a pressão arterial por esfigmomanômetro (Tycos®, Brasil) e estetoscópio (Rapaport®, Brasil) - antes e após o protocolo de avaliação - em posição sentada. Avaliação da função pulmonar e força muscular inspiratória: a espirometria foi realizada utilizando o espirômetro portátil, Micromedical Microloop MK8 (Inglaterra). As medidas avaliadas para o estudo foram o volume expiratório forçado no 1º segundo (VEF 1), capacidade vital forçada (CVF), e a relação do (VEF1/CVF). Com os voluntários na posição sentada, pés apoiados no chão, coluna ereta, sem apoio para os membros superiores e usando boquilha e clipe nasal, foram realizadas pelo menos três manobras da capacidade vital forçada (CVF), com intervalo de dois minutos entre as manobras, que estivessem de acordo com os critérios de reprodutividade e aceitabilidade da American Thoracic Society-ATS9. Os valores das variáveis (VEF1), (CVF), (VEF1 / CVF) foram expressos como a porcentagem do valor predito normal9. O teste de força muscular respiratória foi realizado com monovacuômetro digital (Globalmed® modelo MD-300, Brasil) para registro das Pressões Inspiratórias (PImáx) seguindo o protocolo de Neder et al. 10 Avaliação da distribuição regional da ventilação na caixa torácica: foi utilizado um pletismógrafo optoeletrônico (POE), da BTS Bioengineering (Itália). Conforme o protocolo preconizado por Aliverti e Pedotti11, inicialmente foram realizados ajustes da posição das câmeras de captação infravermelha e o procedimento de calibração das mesmas para informar ao sistema sobre a posição dos eixos tridimensionais (X, Y e Z), assim como determinar a área de trabalho na qual a parede torácica do indivíduo ocuparia durante a coleta. Para isso, foi utilizada uma ferramenta de calibração que contém três eixos com marcadores refletivos acoplados. Nesta fase, não era necessária a participação do indivíduo avaliado. As.

(41) 39. coletas foram realizadas na posição sentada, após o examinador ter posicionado 89 marcadores anterior e posteriormente no tronco, das clavículas às espinhas ilíacas ânterosuperiores, ao longo de linhas horizontais e verticais pré-definidas. Em seguida, realizou-se a aquisição dos dados, sendo o tempo máximo de coleta permitido pelo software para filmagem em tempo real de 20 minutos. Os indivíduos foram avaliados em repouso e durante a realização dos testes com carga inspirtória11. Avaliação do efeito da carga muscular inspiratória na distribuição regional da ventilação: antes de iniciar o protocolo, registramos a ventilação basal do paciente respirando tranquilamente por um minuto. A coleta foi adaptada do protocolo de Dornelas de Andrade et al.12, cuja sequência iniciou com um minuto de respiração pelo Threshold® sem carga, ou seja, sem o aparato da mola e a membrana plástica: fase nomeada “respiração sem carga”, que serviu para normalização dos dados para a fase seguinte do protocolo, como também para adaptação do indivíduo ao dispositivo. A próxima fase teve duração de três minutos, quando o paciente realizou o exercício com a carga de 30% da PImáx. Nas três situações foi permitido ao paciente escolher seu próprio padrão ventilatório a partir da orientação verbal para que “respirasse forte o suficiente para o ar entrar”. Avaliação da capacidade funcional submáxima: foi utilizado o teste de caminhada de 6 minutos (TC6M), seguindo o protocolo publicado pela ATS9 em 2002. Os testes foram realizados no corredor interno, coberto, de 30 metros, com marcação a cada metro, ao lado do Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar. Como preconizado pelo protocolo 9, antes da caminhada foram avaliados os parâmetros de repouso da Pressão Arterial (PA), da Freqüência Cardíaca (FC), Saturação de Oxigênio, da Freqüência Respiratória (FR) e nível de percepção de esforço (escala de Borg). Questionário de qualidade de vida: foi aplicado o instrumento específico de avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes com insuficiência cardíaca, validado para a língua portuguesa no Brasil por Carvalho et al.13. O Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire (LHFQ) é composto por 21 questões. Para cada questão pode ser atribuído um valor de 0 (zero) a 5 (cinco), sendo o maior escore indicativo de pior qualidade de vida. O escore total foi obtido por meio da soma dos 21 itens, com intervalo possível de 0 a 105. Questionário internacional de atividade física: foi utilizado o questionário validado no Brasil para população idosa, do original International Physical Activity Questionnaire.

Referências

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