O NOVO CENÁRIO NO CUMPRIMENTO
DAS OBRIGAÇÕES EM SST
Professor: Orion Oliveira orionsso@gmail.com
Apresentação Orion
Orion Sávio Santos de Oliveira. Advogado. atualmente é Coordenador-Geral de Benefícios de Risco e Reabilitação Profissional na Secretaria de Previdência do Ministério do trabalho e Previdência. Possui formação em Segurança e Saúde no Trabalho pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Integrou o corpo docente da Universidade Federal de Uberlândia no período de março de 2010 a janeiro de 2012, ministrando as disciplinas Direito do Trabalho e Direito Previdenciário. Atuou na advocacia consultiva e contenciosa, com ênfase em recursos perante tribunais superiores, na cidade de Brasília - DF, até julho de 2013, quando ingressei no serviço público.
Onde estamos em SST?
Extraído de: http://sobraldeprima.blogspot.com/2017/03/politica-de-sobral-entrando-agua-na.html
A revolução das informações em SST em meio digital
Portaria SEPRT
nº. 211, de 11
de abril de
2019
• Dispõe sobre a assinatura e a guarda eletrônicas dos documentos relacionados à segurança e saúde no trabalho
• Estabelece, no primeiro momento, a possibilidade de assintatura eletrônica de documentos de SST, tornando obrigatório esse procedimento a partir de:
• 11 de abril de 2021 para as grandes empresas; • 11 de abril de 2022 para EPPs
• 11 de abril de 2024 para ME e MEI
• Permite a guarda eletrônica de documentos assinados manualmente (preservando os originais);
Portaria SEPRT
nº. 4.334, de
15 de abril de
2021
• Substituiu a Portaria MPAS nº. 5.817, de 1999;
• Entrou em vigor em 08 de junho de 2021; • Tornou a CAT um documento
exclusivamente eletrônico para todos os legitimados a emití-la.
• A partir do início da obrigatoriedade dos eventos de SST no eSocial o empregador obirgado somente poderá enviar a CAT pelo eSocial.
Portaria MTP
nº. 313, de 22
de setembro
de 2021
• Dispõe sobre a implantação do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) em meio eletrônico;
• Início a partir da obrigatoriedade dos eventos de SST no eSocial para a empresa; • Exceção para as empresas do grupo 1, que
embora tenham a obrigatoriedade dos eventos de SST a partir de 13 de outubro de2021, terão a substituição do PPP em meio físico pelo eletrônico em 03 de Janeiro de 2022;
• Informações do PPP eletrônico serão disponibilizadas aos segurados pelos canais digitais do INSS.
Portaria
Conjunta
SERFB/SEPRT/
ME nº 71, de
29 de junho
de 2021
O ESOCIAL JÁ É UMA REALIDADE: COMO ESTAR
PREPARADO PARA OS EVENTOS DE SST
•PPRA
•PCMSO
•ASO
•PCMAT
•PGR
•(...)
Obrigações substituídas pelo eSocial
A partir da implementação do PPP em meio digital o documento
deverá ser preenchido para todos os segurados,
independentemente do ramo de atividade da empresa, da
exposição a agentes nocivos e deverá abranger também
informações relativas aos fatores de riscos ergonômicos e
mecânicos (art. 266, §1º, IN/INSS nº. 77, de 2015).
• Inexistindo risco, serão prestadas apenas as informações do setor de trabalho do empregado, descrição das atividades e a informação de que não há exposição aos agentes nocivos físicos, químicos ou biológicos previstos no anexo IV do RPS (código 09.01.001), hipótese em que nenhuma informação sobre a exposição a agentes será exigida.
• Não há necessidade de reenviar o evento enquanto não houver alteração da exposição a riscos.
• Não manter LTCAT ou emitir documento de comprovação em desacordo com ele (art. 283, II, ‘n’ do RPS): a partir de R$ 26.565,90 - PORTARIA SEPRT/ME Nº 477, DE 12 DE JANEIRO DE 2021;
• Deixar a empresa de elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e de fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica deste documento((art. 283, I, ‘h’ do RPS): A partir de R$ 2.656,61 - - PORTARIA SEPRT/ME Nº 477, DE 12 DE JANEIRO DE 2021
• Pode ser elevada em até 3 vezes, até o limite de R$265.659,51 (art. 292 do RPS)
Reconhecimento de agentes nocivos e
monitoramento da saúde do trabalhador
S-2220
Monitoramento da Saúde do Trabalhador
S-2240
Condições Ambientais do Trabalho – Agentes Nocivos
Comunicação de Acidentes de
Trabalho
S-2210
Comunicação de
Acidente de Trabalho
Eventos de SST no eSocial
• IN 971/2009 da RFB: Art. 72 (...)
§ 2º Exercendo o segurado atividade em condições especiais que possam ensejar aposentadoria especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos de trabalho sob exposição a agentes nocivos prejudiciais à sua saúde e integridade física, é devida pela empresa ou equiparado a contribuição adicional destinada ao financiamento das aposentadorias especiais, conforme disposto no § 6º do art. 57 da Lei nº 8.213, de 1991, e nos §§ 1º e 2º do art. 1º e no art. 6º da Lei nº 10.666, de 2003, observado o disposto no § 2º do art. 293, sendo os percentuais aplicados:
• ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO RFB Nº 2, DE 18 DE SETEMBRO DE 2019
Art. 1º Ainda que haja adoção de medidas de proteção coletiva ou individual que neutralizem ou reduzam o grau de exposição do trabalhador a níveis legais de tolerância, a contribuição social adicional para o custeio da aposentadoria especial de que trata o art. 292 da Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, é devida pela empresa, ou a ela equiparado, em relação à remuneração paga, devida ou creditada ao segurado empregado, trabalhador avulso ou cooperado de cooperativa de produção, sujeito a condições especiais, nos casos em que não puder ser afastada a concessão da aposentadoria especial, conforme dispõe o § 2º do art. 293 da referida Instrução Normativa.
• IN/INSS nº. 77, DE 2015
• Art. 331. A empresa deverá comunicar o acidente ocorrido com o segurado empregado, exceto o doméstico, e o trabalhador avulso até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa aplicada e cobrada na forma do art. 286 do RPS.
• (...)
• § 3º A CAT entregue fora do prazo estabelecido no caput e
anteriormente ao início de qualquer procedimento administrativo ou de medida de fiscalização, exclui a multa prevista no caput.
• O evento S-2245 do eSocial, denominado “treinamentos, capacitações e exercícios simulados” deixou de exigir, em virtude das mudanças na NR-1.
• Alguns treinamentos específicos continuam tendo o registro exigido no eSocial, motivo pelo qual na versão S-1.0 a informação foi migrada para o evento S-2200, campo {treiCAP}.
Treinamentos que devem
ser
COMO AS INFORMAÇÕES DE SST IMPACTAM A FOLHA DE
PAGAMENTO?
• A Lei nº. 10.666, de 2003, em seu art. 1º, estende o
benefício da aposentadoria especial ao cooperado filiado à
cooperativa de trabalho e de produção que trabalha sujeito
a condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou a
sua integridade física.
• O Custeio será realizado:
• pela empresa tomadora de serviços de cooperado filiado a cooperativa de trabalho contribuição incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, no percentual de:
✓ 5% para tempos de exposição de 25 anos; ✓ 7% para tempos de exposição de 20 anos; ✓ 9% para tempos de exposição de 15 anos;
• Pela cooperativa de produção, incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao cooperado filiado;
✓ 6% para tempos de exposição de 25 anos; ✓ 9% para tempos de exposição de 20 anos; ✓ 12% para tempos de exposição de 15 anos;
• RE n° 595.838: STF entendeu, com repercussão geral, pela inconstitucionalidade da contribuição prevista no artigo 22, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99 (contribuição da empresa tomadora sobre NF de serviço prestado por cooperativa de trabalho);
• Senado Federal suspendeu o artigo 22, inciso IV, da Lei nº 8.212/91 pela Resolução nº 10, de 2016);
• Como as faturas de prestação de serviços emitidas pelas cooperativas de trabalho deixaram de constituir base de cálculo da referida contribuição, não mais incide o adicional para financiar a aposentadoria especial.
Se
no
evento
S-2240
for
verificada
a
exposição
a
agentes nocivos relacionados à
aposentadoria especial deverá
ser informado, no evento
S-1200, o 'grauExp', conforme
tabela 2 do eSocial.
• O trabalhador que recebe adicional de insalubridade não tem, por esse motivo específico, direito à aposentadoria especial, sendo necessário verificar a exposição aos agentes nocivos previstos no anexo IV do RPS;
• Essencialidade da prova documental para comprovar o direito: laudo de insalubridade e LTCAT. • No eSocial, a inclusão da rubrica de natureza 1202 (adicional de insalubridade) da tabela 3
(Natureza das Rubricas da Folha de Pagamento) na folha de pagamento não implica o preenchimento do campo {grauExp} com código da tabela 2 (Financiamento da Aposentadoria Especial e Redução do Tempo de Contribuição) diferente de 1 (Não ensejador de aposentadoria especial). É necessário verificar o laudo.
• O Reconhecimento espontâneo do exercício de atividades ou operações insalubres que caracterizam o direito ao adicional de insalubridade é possível (Súmula 453 do TST);
• Empregador reconhece a exposição a algum fator de risco nesses casos, dispensando a comprovação técnica;
• Poderá ensejar ação judicial para incorporação dessa exposição também ao PPP, se cumprida as condições do anexo IV do RPS.
• As situações periculosas, que confiram risco ao trabalhador, não dão ensejo à aposentadoria especial;
• Assim, no eSocial, a inclusão da rubrica de natureza 1203 (adicional de periculosidade) da tabela 3 (Natureza das Rubricas da Folha de Pagamento) na folha de pagamento não implica o preenchimento do campo {grauExp} com código da tabela 2 (Financiamento da Aposentadoria Especial e Redução do Tempo de Contribuição) diferente de 1 (Não ensejador de aposentadoria especial). É necessário verificar o laudo.
Os
terceirizados
serão
informados no eSocial pelo seus
empregadores. Entretanto, no
caso de aposentadoria especial o
contratante
deve
efetuar
a
retenção do art. 145 da IN RFB n.
971 (4%, 3% ou 2%)
QUAIS CORRELAÇÕES DEVO AVALIAR PARA CERTIFICAR
A ADEQUAÇÃO DAS INFORMAÇÕES DECLARADAS
• Verificada a exposição permanente, não habitual nem intermitente, ao agente nocivo (se qualitativo), ou acima do limite de tolerância estabelecido (de quantitativo), será devido o adicional para financiamento da aposentadoria especial;
• Reconhecimento pelo empregador se dá com base no LTCAT, sendo preenchido o código da ocorrência na GFIP (2, 3 ou 4) ou o campo {grauExp} do evento S-1200 do eSocial com os códigos 2, 3, ou 4.
• ATENÇÃO! As empresas já enviam a informação do {grauExp} no evento S-1200 (Remuneração de Trabalhador vinculado ao Regime Geral de Previd. Social). A informação do evento S-2240 deve ser coerente com o já declarado.
• O eSocial não impede o envio de informações divergentes, até mesmo porque a conclusão pelo recolhimento do adicional para o financiamento da aposentadoria especial depende da interpretação das informações declaradas no evento S-2240.
• A relação entre o eventos do eSocial S-2230 (Afastamentos temporários) e S-2210 (Comunicação de Acidente de Trabalho) ocorre quando informado o código 01 da tabela 8 no primeiro evento (Acidente/doença do trabalho).
• Nesses casos, é necessário garantir que a CAT foi tempestivamente emitida (evita desnecessária aplicação de multa).
• As alterações de Contrato de Trabalho/Relação Estatutária são realizadas no eSocial pelo evento S-2206;
• Caso a alteração contratual implique em alguma mudança de atividade, posto de trabalho ou de setor que implique a exposição do trabalhador à risco diferente daquele a que estava exposto antes da mudança, a informação deve ser encaminhada ao setor de SST.
As mudanças de função (S-2206) e o monitoramento da
saúde do trabalhador (S-2220)
• Havendo munda nos riscos aos quais o trabalhador esta exposto, deve ser realizado um exame de mudança de função antes da data da mudança, adequando-se o controle médico aos novos riscos;
• A informação desse exame deve ser encaminhada ao eSocial pelo evento S-2220 (Monitoramento da Saúde do Trabalhador).
As mudanças de função (S-2206) e o monitoramento da
saúde do trabalhador (S-2220)
• Integrar e qualificar os processos de registro das informações:
• Constituir equipe específica com representante de diversas áreas da empresa (RH, Contabilidade, SST...); • Equipe deve estudar e conhecer profundamente a
legislação da sua área de atuação e os layouts e manuais do eSocial;
• Na área de SST, os formulários devem ser adequados à nova forma de registro das informações: PPRA, LTCAT, PCMSO e etc.;
• Verificar a conformidade das informações de folha e dos eventos de SST: não são validadas no eSocial
“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.”
Leon C. Megginson