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ATIVIDADECOMPLEMENTAR. As atividades deverão ser realizadas no caderno. Unidade Escolar: Colégio de Aplicação de Macaé Nome do aluno: Turma: Data:

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Academic year: 2021

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ESTADO DO RIO DE JANEIRO PREFEITURA MUNICIPAL DE MACAÉ SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

SECRETARIA MUNICIPAL ADJUNTA DE EDUCAÇÃO BÁSICA SUPERINTENDÊNCIA DE ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO

ATIVIDADECOMPLEMENTAR

As atividades deverão ser realizadas no caderno

Unidade Escolar: Colégio de Aplicação de Macaé

Nome do aluno: _________________________________________________ Turma: ________________________ Data: _____________________

Para conhecer a literatura africana

Não há relação de dependência entre os domínios da História e da Literatura. A obra literária é autônoma e não se reduz ao mero “reflexo da realidade”, apesar de ser construída a partir da tensão com o real.

Por isso, o que se aprende sobre história e cultura pela via das narrativas literárias se dá antes pela experiência pulsante da vida do que pelo aspecto temático ou histórico em si. Vale ressaltar que isso não é pouca coisa.

A experiência da vida é possível a partir da coerência interna que o bom escritor consegue criar, e pela articulação entre os vários elementos que compõem, por exemplo, um romance.

Portanto, para que seja bem-sucedida a leitura do texto literário não se pode prescindir dos instrumentos capazes de alcançar o âmbito do simbólico e do imaginário no trabalho com a linguagem, sem os quais a literatura não existe.

Tais instrumentos têm faltado, de modo geral, nas escolas brasileiras. Entre eles está justamente a persistência de um ensino calcado em períodos históricos e em características de época, sem dar a devida ênfase à especificidade da construção artística do autor em cada uma de suas obras.

Durante a aula, o estudo do modo como o autor trabalha a linguagem em seu fazer literário é substituído por um olhar que homogeneíza as obras de determinada época e local.

A partir desse ponto de vista, a inclusão de obras literárias africanas

nas salas de aula dos ensinos Fundamental e Médio pode e deve se dar de

modo mais fluido. ENSINO MÉDIO

SÉRIE: 3ª Literatura – Literatura Africana DISCIPLINA E CONTEÚDO:

EDUCAÇÃO NÃO

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O método de leitura é o mesmo: priorizam-se os aspectos do trabalho com a linguagem que configuram a obra literária e, a partir daí, são percorridos os caminhos do conhecimento da história e da cultura que dão contexto à obra. Estamos culturalmente unidos ao continente africano por razões históricas. No entanto, séculos de atraso econômico, resultado de exploração e de políticas inadequadas, forçaram uma tentativa de esquecimento e anulação dessa herança. Retomá-la é fundamental para o conhecimento de nós mesmos.

Mas não se trata de instrumentalizar o texto literário apenas como mote para o ensino das demais disciplinas, por exemplo, a História. Nesse processo de retomada do que une a África e o Brasil é importante buscar a história vertida, transformada em literatura, e não somente a representação de temas históricos pela literatura.

A Lei nº 10.639/2003, que no ano passado completou dez anos, tem por objetivo corrigir o desvio eurocêntrico que anos de colonização e

branqueamento cultural causaram em nosso olhar. O estudo da literatura

feita no continente africano é um meio genuíno e importante para se alcançar este fim, inclusive porque é capaz de abarcar toda a complexidade e ambiguidade da vida.

Conhecer a multiplicidade da sociedade e da cultura africana a partir da leitura de textos literários em língua portuguesa é a grande descoberta que ocorre ao tomarmos contato com a literatura de autores como o moçambicano Mia Couto, ou os angolanos Pepetela e Ondjaki.

A África é um continente formado por culturas diversas e que permanece desconhecida entre nós, apesar das tantas semelhanças que nos unem. A leitura das obras de grandes escritores africanos pode significar a reaproximação dos alunos com as culturas desse continente de modo rico e interessante.

Dez obras fundamentais para conhecer ou se aprofundar na literatura africana

Autor: Mia Couto (Moçambique)

Terra Sonâmbula

Narra a trajetória iniciática do menino Muidinga, auxiliado pelo mais velho Tuahir, em meio à devastação da guerra civil pós-independência em Moçambique. Duas narrativas se entrecruzam nesse romance: a peregrinação de Muidinga e Tuahir em direção ao mar; e a composição dos cadernos de Kindzu, diário encontrado nos escombros da guerra pelo menino Muidinga, cuja leitura devolve humanidade e esperança às duas personagens em meio a tantas privações. O traço cultural moçambicano e o elemento social e histórico é transposto pela linguagem poética de Mia Couto.

Estórias Abensonhadas

Os contos podem ser uma boa iniciação à literatura africana. Nesse livro, eles foram escritos depois da guerra e, conforme o autor, “surgiram entre as margens da mágoa e da esperança”. Em cada uma das 26 histórias é possível notar o traço inventivo e original da linguagem de Couto. Aspectos da tradição oral africana recebem relevo na obra desse premiado autor.

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Autor: Pepetela (Angola)

Mayombe

Escrito quando Pepetela participava como guerrilheiro na guerra de libertação de Angola, o autor constrói uma estrutura narrativa complexa e trabalhada pela alternância de vozes a relatar os fatos. O leitor tem acesso, assim, a diferentes pontos de vista a respeito da organização do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) a partir do contato com os combatentes em plena guerrilha, no interior da floresta que dá nome ao romance.

A Sul. O sombreiro

Trabalho mais recente de Pepetela, é ambientado em Angola nos séculos XVI e XVII, portanto, no início da 
colonização portuguesa naquele país. O núcleo narrativo desdobra-se novamente. Desta feita, Pepetela dá voz a três narradores que se revesam no intuito de contar a história dos primórdios do que viria a ser a Angola atual.

Autor: Ondjaki (Angola)

A Bicicleta Que Tinha Bigodes

É um romance infantojuvenil do jovem autor. Ambientado em Luanda, o livro tem como enredo a busca de três crianças por uma boa história que seja uma forte concorrente em um concurso de redação cujo prêmio, muito desejado, é uma bicicleta. As personagens adultas, como o tio Rui, que tem bigodes mágicos, acompanham a busca das crianças e compartilham a vida cotidiana da rua no bairro simples da cidade de Luanda.

Bom Dia Camaradas

A temática da infância é novamente trabalhada em Bom Dia Camaradas, publicado em 2003. Desta feita o desafio do autor é narrar o momento histórico da independência de Angola pelo olhar da criança. Nascido em 1977, dois anos após a independência, Ondjaki maneja elementos da história e suas memórias infantis para construir o romance.

Autor: Naguib Mahfouz (Egito)

O Ladrão e os Cães

Escritor egípcio, Nobel de Literatura em 1988, Mahfouz publicou O Ladrão e os Cães em 1961. O romance mistura suspense, fábula moral e alegoria política. A história de Said, presidiário que acaba de ser libertado, é ambientada no Cairo e narrada, alternativamente, em terceira e em primeira pessoa para dar vazão aos monólogos interiores de Said.

Noites das Mil e Uma Noites

Tradição e modernidade atualizam a vida de Xerazade, grande contadora de histórias do mundo árabe. O romance começa onde termina o clássico As Mil e Uma Noites. Ao estabelecer esse diálogo, Mahfouz rompe as expectativas ocidentais em torno da descrição de uma cultura exótica e insere elementos sobre suas expectativas em relação à literatura, cultura e história.

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Autor: Nadine Gordimer (África do Sul)

A Arma da Casa

A obra publicada em 1998 traz a história de assassinato cometido por um filho da elite branca sul-africana e os desdobramentos morais e legais desse ato. Aspectos do preconceito racial e social da sociedade pátria de Nelson Mandela são trabalhados pela autora para questionar a presença da violência e da culpa na África do Sul pós-apartheid.

Beethoven era 1/16 negro

Ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura em 1991, a autora utiliza como base para suas histórias o contexto histórico de uma sociedade dividida pelo apartheid e as consequências morais e psicológicas dessa divisão.

*Ludmylla Mendes Lima é professora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab)

*Publicado originalmente em Carta na Escola

1) Qual das sínteses das obras africanas mais lhe interessou? Justifique. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 2) Liste os principais motivos da menos-valia da literatura africana, em relação à portuguesa ou à europeizada. Pode ser por tópicos, e desenvolva um desses motivos. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________

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A literatura africana tem muita semelhança com a nossa história. Abaixo seguem dois fragmentos e um poema que podem comprovar isso. Eles falam de valores, atitudes preconceituosas e exploração. Os autores escolhidos aqui foram o moçambicano José João Craveirinha e a nigeriana Chimamanda.

Texto I

“Ensine Chizalum a questionar os homens que só conseguem sentir empatia pelas mulheres dentro de uma rede de relações, e não como indivíduos humanos iguais. Homens que, discutindo o estupro, sempre dirão algo como: "se fosse minha filha ou esposa ou irmã". Mas esses homens não precisam imaginar um homem vítima de um crime "como irmão ou filho" para sentir empatia.“

Fonte: https://citacoes.in/autores/chimamanda-ngozi-adichie/

“Algumas pessoas me perguntam: “Por que usar a palavra ‘feminista’? Por que não dizer que você acredita nos direitos humanos, ou algo parecido?” Porque seria desonesto. O feminismo faz, obviamente, parte dos direitos humanos de uma forma geral — mas escolher uma expressão vaga como “direitos humanos” é negar a especificidade e particularidade do problema de gênero. Seria uma maneira de fingir que as mulheres não foram excluídas ao longo dos séculos. Seria negar que a questão de gênero tem como alvo as mulheres. Que o problema não é ser humano, mas especificamente um ser humano do sexo feminino. Por séculos, os seres humanos eram divididos em dois grupos, um dos quais excluía e oprimia o outro. É no mínimo justo que a solução para esse problema esteja no reconhecimento desse fato.“ —

Fonte: https://citacoes.in/citacoes/1461902-chimamanda-ngozi-adichie-algumas-pessoas-me-perguntam-por-que-usar-a-pala/

Chimamanda Ngozi Adichie Texto II

Grito Negro

Eu sou carvão!

E tu arrancas-me brutalmente do chão e fazes-me tua mina, patrão.

Eu sou carvão!

E tu acendes-me, patrão,

para te servir eternamente como força motriz mas eternamente não, patrão.

Eu sou carvão

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queimar tudo com a força da minha combustão. Eu sou carvão;

tenho que arder na exploração arder até às cinzas da maldição arder vivo como alcatrão, meu irmão, até não ser mais a tua mina, patrão. Eu sou carvão.

Tenho que arder

Queimar tudo com o fogo da minha combustão. Sim!

Eu sou o teu carvão, patrão.

– José Craveirinha,

em “Karingana Ua Karingana (Era uma vez). Lisboa: Edições 70, 1982.

Texto III

https://www.revistapazes.com/grito-negro-por-jose-craveirinha/

3) Escolher uma imagem ou um texto da contemporaneidade que retrate a questão da exploração, do preconceito em relação ao gênero feminino ou mesmo sobre a questão dos direitos humanos; em seguida, justificar a escolha e apresentar um posicionamento crítico.

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Referências

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