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DO IDEAL AO REAL: AS PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS EM PEQUENAS E MÉDIAS INDÚSTRIAS
RESUMO
O presente estudo analisa a forma como as estratégias de gestão de pessoas estão sendo aplicadas em Pequenas e Médias Indústrias sergipanas, mais especificamente as do ramo de transformação. A pesquisa qualitativa, de multicasos, teve seus dados coletados através de entrevistas estruturadas. A análise dos casos apontou que o idealizado pela literatura e a tendência do momento – a gestão estratégica de pessoas – não condiz com a realidade encontrada nas pequenas e médias indústrias estudadas. Verificaram-se fragilidades na gestão dos talentos, começando pela falta de estrutura gerencial adequada às novas tendências mercadológicas, passando pelos reduzidos investimentos em capacitação funcional, baixos salários, processos seletivos simplórios e carência de políticas atraentes de promoção funcional e de benefícios.
No entanto, de forma positiva, constatou-se que muitas das organizações em questão têm intenção de profissionalizar seu corpo gerencial, seus indicadores de turnover estão abaixo da média nacional e existe um foco especial na política de segurança e saúde no trabalho. No tocante às contribuições acadêmicas, é necessário lembrar que a presente pesquisa não teve a pretensão de ser conclusivo, mas de contribuir com uma análise acerca das estratégias de gestão de pessoas aplicadas em Pequenas e Médias Indústrias. Sugere-se para o futuro a realização de estudos quantitativos acerca da temática abordada para minimizar as principais limitações do estudo, inerentes à própria estratégia de pesquisa utilizada.
Assim, distorções no discurso do entrevistado ou do entrevistador e a impossibilidade de generalizações científicas não se fariam presentes.
PALAVRAS-CHAVES: Pequenas e Médias Indústrias; Recursos Humanos; Gestão Estratégica de Pessoas.
FROM IDEAL TO REAL: PRACTICES IN PEOPLE MANAGEMENT IN SMALL AND MEDIUM INDUSTRIES
ABSTRACT
The present study examines how people management strategies are being implemented in Small and Medium Industries in Sergipe, specifically the branch processing. The qualitative and multi-case research had its data collected through structured interviews. The analysis of the cases showed that the idealized in the literature and the trend of the moment - the strategic management of people - is not consistent with the reality found in small and medium industries studied. There were weaknesses in the management of talent, starting with the lack of adequate market trends to new management structure, through the reduced investment in functional training, low wages, simple selection processes and lack of attractive policies for promotion and functional benefits. However, in a positive way, it was found that many of the organizations in question intend to professionalize its management staff, their turnover indicators are below the national average and there is a special focus on health and safety policy at work. Regarding academic contributions, it is necessary to remember that this study did not aim to be conclusive, but to contribute to an analysis on the strategies for managing people applied in Small and Medium Industries. It is suggested for the future to conduct quantitative studies on the topic addressed here. The suggestion was to address the main limitations of the study, inherent to the search strategy used. Thus, distortions in the speech of the interviewed or the interviewer and the impossibility of scientific generalizations would not be present.
KEYWORDS: Small and Medium Industries; Human Resources; Strategic People Management.
Revista Brasileira de Administração Científica, Aquidabã, v.5, n.3, Jul, Ago, Set,
Out, Nov, Dez 2014.
ISSN 2179‐684X
SECTION: Articles TOPIC: Recursos Humanos
DOI: 10.6008/SPC2179‐684X.2014.003.0005
Rúbia Oliveira Corrêa
Instituto Federal do Paraná, Brasil http://lattes.cnpq.br/7706920955330679
edrubia@gmail.com
Jenny Dantas Barbosa
Universidade Federal de Sergipe, Brasil http://lattes.cnpq.br/6859796317857108
jennyufs@gmail.com
Luiz Marcos de Oliveira Silva
Universidade Federal de Sergipe, Brasil http://lattes.cnpq.br/6938177229221991
lmarcosufs@gmail.com
Received: 29/03/2014 Approved: 15/11/2014
Reviewed anonymously in the process of blind peer.
Referencing this:
CORREA, R. O.; BARBOSA, J. D.; SILVA, L. M. O.. Do ideal ao real: as práticas de gestão de pessoas em pequenas
e médias indústrias. Revista Brasileira de Administração Científica, Aquidabã, v.5, n.3, p.72‐93,
2014. DOI: http://dx.doi.org/10.6008/SPC2179‐
684X.2014.003.0005
INTRODUÇÃO
A expressiva capacidade de gerar emprego e renda faz da indústria sergipana grande fomentadora do desenvolvimento econômico local. O governo do estado, sabedor deste fato, promove constantemente políticas voltadas para o crescimento do seu parque industrial. Entre 2007 e 2010 foram instaladas 61 companhias, totalizando investimentos de cerca de R$ 510 milhões e 6.844 empregos diretos gerados (CEZAR, 2011).
A indústria de transformação, em particular, vem de forma contínua apresentando números positivos quando observado seu potencial de gerar emprego e consequentemente renda em âmbito local. Desde 1997 este subsetor industrial vem ascendendo em relação à economia sergipana. Dados mais recentes provenientes da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) mostram que a indústria da transformação teve o segundo maior crescimento relativo, considerando-se o período 2009/2010, provocando a geração de 5.124 novos postos de trabalho, o que significa uma expansão da ordem de 14,10%.
Embora as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) sejam consideradas grandes fomentadoras da economia brasileira, quando se tratam de estudos direcionados a abordar aspectos da gestão organizacional de pessoas, as grandes corporações costumam ser preferidas.
De caráter heterogêneo, pequenas e médias empresasdiferem das grandes organizações em muitos aspectos, principalmente no que se refere à dimensão (tamanho da empresa), à limitação orçamentária e às dificuldades na obtenção externa de recursos financeiros (FU et al., 2002).
De acordo com Heneman, Tansky e Camp (2000), são poucos os trabalhos que abordam o tema gestão de recursos humanos (GRH) no seio das PMEs na literatura interncional. Ao realizar levantamento com mais de 400 estudos, estes autores encontraram 129 artigos especificamentedirigidos ao tema da GRH em pequenas e médias organizações até o ano de 2000. Eles concluem quea falta destasinformações implica problemas para as pesquisas, tanto de cunho teórico quanto práticas. Numa breve pesquisa realizada em bancos de dados de revistas e periódicos nacionais, constatou-se uma gama variada de temáticas que abordam a gestão de pessoas dentro das organizações. Todavia, um número pouco expressivo de publicações está especificamente voltado para a administração de pessoas em PMEs; este resultado é ainda mais reduzido se focarmos apenas em âmbito regional (Nordeste).
Estudos encontrados na literatura internacional concluíram que empresas de menor
portegeralmente possuem práticas de gestão de pessoas pouco sofisticadas, com uma
quantidade substancial devariação entre elas, não permitindo sintetizar um melhor modelo. Dessa
forma, tem-se a impressão de que a investigação sobregestão de recursos humanosem
PMEsainda está em um estágio exporatório (DE KOK & UHLANDER, 2001). A relevância do tema
está fundamentada na importância das boas práticas de gestão de pessoas para as empresas, na
observação da necessidade de melhor se explorar esta temática em pequenas e médias
organizações e na constatação de que há uma relativa escassez de estudos em Sergipe.
Com o propósito de aumentar acompreensão acerca deste tema no âmbito local, este estudo objetiva analisara forma como as estratégias de gestão de pessoas estão sendo aplicadas em Pequenas e Médias Indústrias sergipanas, mais especificamente as do ramo de transformação. Para tanto, foram caracterizadas as organizações pesquisadas, averiguou-se a quem cabe a responsabilidade da gestão de pessoas naqueles empreendimentos, foram elencadas suas ferramentas de atração e escolha de talentos, levantadas as metodologias de treinamento e as políticas de remuneração, apontados os indicadores de turnover e descritas as ações em saúde e segurança no trabalho dos empreendimentos sob análise. O texto foi dividido em seções interdependentes, permitindo uma melhor compreensão das teorias que embasam a discussão para, posteriormente, apresentar a metodologia da pesquisa, seus resultados e principais conclusões.
REVISÃO TEÓRICA
Resgatando a Importância das Pessoas nas Pequenas e Médias Indústrias
As organizações, independente de tamanho, setor de atividade e ambiente de negócios, passaram a perceber que não são apenas frutos de ativos tangíveis, como maquinários, estrutura física ou mobílias. Agora, mais do que antes, as organizações são também constituídas por ativos intangíveis e, acima de qualquer coisa, são ‘humanas’ e movidas principalmente pelo capital intelectual. Investimentos em tecnologia já não são suficientes para garantia no mercado. O ambiente empresarial passou a vislumbrar uma grande fonte de vantagens competitivas: as pessoas e o acervo de conhecimentos destas. A importância das pequenas e médias indústrias na economia de Sergipe e a gestão do capital humano nesses empreendimentos é analisada a seguir.
Pequenas e Médias Indústrias: Caracterização e Importância
Pequenos e médios empreendimentos estão presentes em todo o mundo e empregam, absolutamente, mais pessoas que as grandes corporações. As Pequenas e Médias Empresas (PMEs) têm resistido melhor à atual situação econômica mundial e, eventualmente, tornam-se grandes empresas (COOPER & BURKE, 2011). Por muito tempo as pequenas empresas foram caracterizadas apenas como versões reduzidas das grandes corporações. Burns (2001) afirma que esta caracterização é errônea, pois as pequenas empresas mostram uma série de particularidades distintas das grandes organizações. A falta de economia de escala, de escopo e de provisão para gestão de pessoas são exemplos das suas peculiaridades (FITZSIMMONS &
FITZSIMMONS, 2003).
Em geral, a definição ou caracterização do porte de um empreendimento varia conforme o
critério adotado pela nação onde ele se estabelece ou por instituições da localidade. Não existe uma definiçãouniversalmente aceita para dimensionar o porte de uma empresa. Segundo Longenecker et al. (2004), existem cinco critérios básicos para a definição do porte das empresas.
São eles: número de empregados; volume de vendas anuais; valor dos ativos; seguro de força de trabalho; e volume de depósitos. No Brasil, o tamanho de um empreendimento é definido principalmente pelo número de empregados permanentes, porém algumas instituições ainda avaliam pelo nível de faturamento (ALVIN, 1998). Neste estudo, os pequenos e médios empreendimentos foram classificados conforme o critério adotado pelo SEBRAE, descrito na tabela 1:
Tabela 1: Classificação de Empresas por Número de Empregados.
Porte/Setor Indústria Comércio Serviços
Microempresa Até 19 Até 09 Até 09
Pequena Empresa De 20 a 99 De 10 a 49 De 10 a 49
Média Empresa De 100 a 499 De 50 a 99 De 50 a 99
Grande Empresa Acima de 500 Acima de 100 Acima de 100
Fonte: SEBRAE (2011).
De importância inquestionável para a manutenção da ordem econômica nacional, as pequenas e médias empresas são ainda responsáveis por uma significativa parcela da produção industrial brasileira, o que justifica o crescente reconhecimento da temática nas políticas governamentais e nas pesquisas acadêmicas. Em Sergipe, nos últimos anos, o setor industrial representa uma expressiva parcela do Produto Interno Bruto (PIB) local, indicando boas perspectivas para o segmento após a crise da década de 1990, em que as economias regionais brasileiras conheceram um período de intensa transformação relacionada a profundas mudanças na economia mundial que trouxeram impactos para o Brasil (PASSOS SUBRINHO et al., 2008).
Essa recente e favorável evolução vem sendo provida através de uma política de incentivos governamentais às empresas que desejam se instalar em Sergipe, por meio de medidas de desburocratização e facilitação ao empreendedor com ações inovadoras. Os incentivos promovidos pelo Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI) são bons exemplos das ferramentas governamentais que visam apoiar o crescimento da economia local e fomentar a instalação de novas unidades fabris na região (PASSOS SUBRINHO et al., 2008).
Nesta atual conjuntura, a economia sergipana segue uma trajetória de destaque no cenário
nacional, em que a indústria cresceu acima da média nordestina e nacional entre 1996 e 2007. Foi
responsável por mais de 30% do PIB local em 2007, enquanto a média brasileira não ultrapassou
27,8% (FIES, 2010). Em 2010, conforme dados disponibilizados pela RAIS, a indústria continuou a
crescer de forma acelerada no Estado de Sergipe. Em termos absolutos, o segmento fomentou
80.885 postos de trabalho formais. Os dados, quando confrontados com o ano de 2009, indicam
um crescimento expressivo, que gira em torno de 18,4%. Destaca-se ainda que cerca de 57% dos
empregos formais encontravam-se em pequenos e médios empreendimentos industriais. Neste
contexto, a Indústria de Transformação vem se destacando no cenário sergipano.
Conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), a indústria de transformação compreende as atividades que envolvem transformação física, química e biológica de materiais, substâncias e componentes para obter produtos novos (IBGE, 2011). Em Sergipe o subsetor teve o segundo maior crescimento relativo no período 2009/2010, que provocou a geração de 5.124 novos postos de trabalho, o que significa uma expansão de 14,10%, sendo superado apenas pela indústria da construção civil, que cresceu cerca de 32,57%, e gerou 7.055 mil postos de trabalho (RAIS, 2010).
O setor de transformação também é destaque no contexto brasileiro. Entre os setores que apresentaram os melhores desempenhos em termos absolutos, a Indústria de Transformação colocou-se como o terceiro ramo mais importante na geração de emprego em âmbito nacional, com 524,6 mil novos postos e um crescimento relativo de 7,13%. De um modo geral, as políticas governamentais voltadas para o crescimento do parque industrial local e o aquecimento do mercado, conforme apresentado neste capítulo, revelam que o ambiente econômico em Sergipe é bastante favorável aos negócios industriais.
Gestão Estratégica de Pessoas
Nas últimas décadas, juntamente com o surgimento dos padrões mercadológicos mais competitivos – derivados de rupturas tecnológicas, mercadológicas e sociais – passou-se a exigir uma utilização estratégica das pessoas e recursos materiais dentro das organizações. Fez-se necessário, no entanto, o despertar dos gestores para a importância do capital humano dentro das suas empresas e de melhores práticas para gerenciá-lo em proveito das instituições. A gestão, agora mais complexa, passou a ser um desafio macro. Neste cenário, todas as pessoas detentoras de cargos gerenciais passaram a ser gestores de pessoas. A administração de recursos humanos é responsabilidade partilhada com todos os que trabalham na empresa, sejam eles empregados de linha, profissionais de recursos humanos ou altos executivos.
O novo cenário elevou a pressão sobre os gestores a fim de assegurar o sucesso de suas operações, estimulando o uso de mecanismos gerenciais mais eficazes, visando, entre outras coisas, influenciar o comportamento dos indivíduos e grupos em prol da organização, utilizando-os de forma integrada à estratégia, garantindo o seu funcionamento e, também, buscando diferenciações competitivas (STOREY, 2007). Estrategicamente as organizações passaram a disponibilizar seus patrimônios para os colaboradores objetivando desenvolvê-los; já as pessoas transferem para a organização seu aprendizado, gerando condições para enfrentar novos desafios (DUTRA, 2001). Nesta abordagem, as pessoas são entendidas como um recurso estratégico para a obtenção de vantagem competitiva e as decisões sobre aspectos da relação de emprego são tomadas no mais alto nível hierárquico organizacional, de forma planejada e proativa (LACOMBE, 2004).
Marras (2009) afirma que a Administração Estratégica de Pessoas tem como foco principal
de atuação a otimização dos resultados da empresa e o desenvolvimento das pessoas que dela fazem parte. A pesquisa de Oliveira e Oliveira (2011), uma meta análise de 194 registros de estudos empíricos e originais, mostrou que há uma relação positiva entre a Gestão de Recursos Humanos e o desempenho organizacional. Destacou ainda que entre as práticas de GRH, tomadas isoladamente, as que mais se correlacionaram com o desempenho empresarial são: os trabalhos desenvolvidos em equipe; segurança de emprego; mudança e desenvolvimento organizacional; pagamento por desempenho; e, treinamento e desenvolvimento. Os resultados indicaram ainda que uma Gestão de Pessoas se correlaciona mais fortemente com o desempenho organizacional em geral do que com as práticas visualizadas isoladamente.
Fisher (2002), de forma objetiva, declara que gerenciar pessoas consiste em integrá-las à organização. Partindo deste pressuposto, as pessoas passam a ser administradas e alinhadas aos objetivos organizacionais, garantindo uma parceria harmônica entre a instituição e seus integrantes. Freitas e Jabbour (2010) concluíram, através de estudo de caso único, que apesar da organização em análise utilizar a denominação “administração estratégica de Recursos Humanos”, a mesma apresenta uma abordagem voltada para a administração dos aspectos legais e operacionais da área. As práticas de recursos humanos encontram-se desintegradas e algumas inexistem dentro de uma perspectiva sistêmica (plano de carreira e treinamento), o que viria a contrariar o pressuposto básico do conceito formulado por Fisher (2002): a integração entre pessoas e a organização.
Apesar de a perspectiva estratégica perdurar na atual fase da GRH no Brasil, Lacombe e Tonelli (2000) mostram que esta abordagem ainda não é uma realidade totalmente implementada nas empresas brasileiras. A pesquisa empreendida pelas autoras destaca a existência de três grupos de empresas: o primeiro, 28% da amostra, é composto por empresas cujas áreas de GRH tinham preocupações estritamente operacionais; o segundo, com 19% da amostra são compostos por empresas cuja gestão de pessoas estava estruturada em torno de questões estratégicas (como o papel do RH na empresa, o foco do negócio, a mudança constante e as metas de longo prazo); o terceiro grupo, composto por 53% das empresas em estudo, parece estar em uma fase de transição entre os dois estágios.
O estudo de Lacombe e Tonelli (2000) confirmou o que diversos autores pregam. Muitas organizações, especialmente as de pequeno porte, ainda configuram suas áreas de Recursos Humanos de forma mecanicista. A gestão de pessoas volta-se para registrar e operacionalizar a rotina administrativa, objetivando o controle das pessoas, a redução de custos e a manutenção da força de trabalho estreitamente alinhada com os requisitos técnicos (AHMED & KAZMI, 1999;
WORLAND & MANNING, 2005). Gestores que trabalham em PMEs, por vezes, não apreciam a
importância dessa nova prática, nem sentem que têm o tempo para realizá-la. Sem o devido valor
que a gestão de pessoas merece, estes empreendimentos podem comprometer o desempenho do
seu capital humano e da organização em sua totalidade.
METODOLOGIA
Este estudo teve caráter exploratório e descritivo com abordagem qualitativa. Exploratório por abordar um tema pouco pesquisado nas PMIs do Estado de Sergipe e descritivo por analisar como as indústrias costumam utilizar as estratégias de gestão de pessoas em seus empreendimentos. Utilizou-se a análise de multicasos, os quais atenderam aos seguintes critérios:
empresas do ramo industrial de transformação, de pequeno ou médio porte e situadas em Sergipe. A seguir, a tabela 2 detalha quantidades dos empreendimentos objeto de análise.
Tabela 2: Ramo de Atuação das Indústrias Pesquisadas.
Ramos Quantidade de Empresas
Alimentícia 2
Têxtil 3
Gráfica 3
Moveleira 3
Total 11
Com base nestes critérios e conforme apresentado na tabela anterior, a pesquisa foi realizada em 11 indústrias. A técnica para coleta de dados foi a entrevista estruturada. Os roteiros de entrevista foram aplicados aos proprietários dessas indústrias em março de 2012. O roteiro explorou as estratégias de gestão de pessoas adotadas nas organizações sob análise. O citado instrumento foi elaborado com base nas categorias e elementos de análises apresentados no quadro 01:
Quadro 01: Categorias e Elementos de Análise.
Categorias de Análise Elementos de Análise
Caracterização das Empresas Analisadas
- Tempo de atuação no mercado;
- Porte do empreendimento;
- Ramo de atividade;
- Existência de parentes ocupando cargos de direção.
A Responsabilidade da Gestão de Pessoas - Estrutura organizacional responsável pela gestão de recursos humanos;
- Grau de escolaridade do responsável maior pela gestão de pessoas.
Atração e Escolhas de Talentos - Técnicas de recrutamento;
- Técnicas de seleção;
- Parcerias com instituições de ensino;
- Preferências de gênero e idade no ato da contratação.
Qualificação - Tipos de treinamentos;
- Investimentos em treinamentos;
- Instituições parceiras.
Remuneração - Média salarial;
- Incentivo à produtividade;
- Política de benefícios.
Estímulo no Trabalho - Critérios de promoção.
Turnover - Relação anual entre o número de admitidos e demitidos.
Ações em Saúde e Segurança
- Política voltada para a segurança no ambiente de trabalho;
- Existência do técnico em Segurança do Trabalho
- Existência de multas relacionadas a problema de segurança e saúde no trabalho;
- Ocorrência de acidentes de trabalho.