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A NÁLISE CRÍTICA DOS INDICADORES DE MONITORAMENTO DO CEO-R J UAZEIRO DO

N ORTE X M ODELO DE G ESTÃO C ONSORCIAL

E DLANE M ARTINS DE A NDRADE

M ÁRIO C ÉSAR S OUSA DE O LIVEIRA

J ANINI F ILGUEIRA R OSAS

A NGÉLICA B ARBOSA O LIVEIRA D ANTAS

(2)

Painel 25/075 Planejamento estratégico e gestão por resultados na área da saúde

ANÁLISE CRÍTICA DOS INDICADORES DE MONITORAMENTO DO CEO-R JUAZEIRO DO NORTE X MODELO DE GESTÃO

CONSORCIAL

Edlane Martins de Andrade Mário César Sousa de Oliveira Janini Filgueira Ros as Angélica Barbos a Oliveira Dantas

RESUMO

O Centro de Especialidades Odontológicas Regional (CEO-R) Juazeiro do Norte-CE

é uma Unidade de Saúde gerida através de Consórcio Público de Saúde, composto

por 6 municípios e o Estado do Ceará. Sua missão é promover a saúde bucal

através de serviços odontológicos especializados, resgatando sorrisos, elevando a

auto estima e a qualidade de vida da população. É classificado como CEO Tipo III,

dispõe de 11 consultórios e oferta 6 especialidades: Endodontia, Ortodontia, Prótese

Oral, Periodontia, Cirurgia Oral Menor com Ênfase na Detecção Precoce do Câncer

de Boca e Atendimento a Pessoas com Deficiência. O CEO-R Juazeiro do Norte é

mantido por recursos financeiros das 3 esferas governamentais, e por receber

recursos federais, é avaliado pelos indicadores da Portaria Nº 1.464, de 24 de Junho

de 2011. O objetivo deste trabalho é analisar os indicadores de monitoramento da

referida portaria dos 3 últimos anos de funcionamento do CEO-R Juazeiro do Norte,

finalizando com uma análise crítica do desempenho da unidade x modelo de gestão

adotado.

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1 INTRODUÇÃO

A prática odontológica, no Brasil, esteve distante de se caracterizar enquanto prática tradicionalmente instituída nos serviços públicos de saúde. As desigualdades sociais presentes nos indicadores do processo saúde-doença implicam em desigualdades nos padrões de doenças e também no padrão de utilização dos serviços.

A redução das disparidades socioeconômicas e medidas de saúde pública dirigidas aos grupos mais vulneráveis permanecem como um desafio para todos os que formulam e implementam as políticas públicas no Brasil .

Como resposta, o Ministério da Saúde desde 2004, por meio da Política Nacional de Saúde Bucal, conhecida como “Brasil Sorridente”, vem aumentando o volume de investimentos e ações com vistas à melhoria da condição de saúde bucal da população, consolidação de um modelo de atenção em saúde bucal pautados nos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde – SUS.

A política também incentiva o aumento da oferta de procedimentos nos níveis secundário e terciário da atenção com a implantação dos CEO – Centros de Especialidades Odontológicas, com vista a cumprir o princípio da integralidade da atenção, pois se constatou que o perfil da assistência odontológica no SUS era caracterizado por uma grande desproporção na oferta de procedimentos odontológicos básicos e especializados.

Entretanto, as mudanças não ganharam a visibilidade almejada; pois para além de uma articulação entre os três níveis de atenção há de evidenciar a complexidade dos serviços odontológicos diretamente associado ao tipo de investimento financeiro da gestão bem como sua relação com outros fatores, características dos equipamentos e disponibilidade de profissionais especializados.

Pensando nisso, os gestores veem-se impulsionado a desenvolver projetos onde os recursos sejam aproveitados de forma racional e econômica, a fim de que não haja prejuízo na execução das ações administrativas a nível local, especialmente as de caráter essencial e estratégica, como a saúde (CEARÁ, 2009).

Através da estratégia de Consórcios, a população tanto dos pequenos

como dos municípios de médio porte, passa a ter acesso aos mesmos serviços,

fortalecendo a regionalização. A sua prática na saúde opera na forma de rede em

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diferentes graus de estruturação e abrangência, mas nenhuma delas tem sido tão participativa e resolutiva no enfrentamento aos problemas de saúde no âmbito local, quanto a rede consorciada e interfederativa em saúde (NOGUEIRA; SANTANA;

SILVA, 2014).

Diante do exposto, analisar os indicadores de monitoramento do Centro de Especialidades Odontológicas de Juazeiro do Norte abre a discussão sobre o papel da oferta da atenção secundária no modelo Consorcial em saúde bucal.

2 OBJETIVO

Analisar os indicadores de monitoramento da Portaria Nº 1.464, de 24 de Junho de 2011 nos 3 últimos anos de funcionamento do Centro de Especialidades odontológicas Regional de Juazeiro do Norte, finalizando com uma análise crítica do desempenho da unidade versus modelo de gestão adotado.

3 CONSÓRCIO PÚBLICO

Consórcios Públicos ou Consórcios intergovernamentais são associações voluntárias entre entes governamentais para produção e compartilhamento de valores públicos, requerendo cooperação entre as partes interessadas na realização de objetivos comuns (ANDRADE; MACHADO, 2014).

É um modelo disponível para os gestores públicos e atores políticos que podem ser utilizados em praticamente todas as áreas de atuação e de responsabilidade da Administração Pública (BATISTA, 2011).

O mesmo consórcio pode abranger mais de uma área de atuação. Assim,

os mesmos entes podem utilizar uma estrutura administrativa já consolidada e

transformá-la em um consórcio multifuncional. Destacar como o principal objetivo da

construção e manutenção de um consórcio, a otimização na gestão pública

municipal ou regional uma maior sensibilidade política pela aproximação com a

realidade dos cidadãos (VIANA, 2008).

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Os consórcios podem ser firmados entre todas as esferas de governo (união, estados e municípios) e em dois sentidos. O sentido Horizontal compreende a cooperação entre dois ou mais entes da mesma esfera e nível organizacional como por exemplo: dois ou mais municípios, dois ou mais estados. No sentido Vertical a cooperação destina -se a entes de diferentes esferas e níveis organizacionais como: Estado e Municípios; União e Estados; União e Municípios;

União, Estado(s) e Município(s) entra outras (GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, 2009).

Após a publicação da Emenda Constitucional nº19/1998, alterando dentre outros, o Art. 241 da Constituição Federal de 1988 passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos (BRAS IL, 1998).

Vale ressaltar que muitos destes projetos, recursos e ações, realizados de forma compartilhada, não estariam disponíveis ou não seriam viáveis para a maioria dos municípios brasileiros se a caminhada fosse solitária (DALLABRIDA &

ZIMERMANN, 2008).

Este modelo de gestão, com uma visão associativa e não centralizadora, resulta em um melhor aproveitamento de recursos públicos. O consórcio auxilia promovendo uma gestão com visão local, focada nas diferenças e dificuldades peculiares a uma força regional, capaz de viabilizar recursos financeiros e aumentar o acesso e a complexidade na assistência aos munícipes (ANDRADE;

MACHADO, 2014).

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Figura 1 – Tipos de prestação de serviços públicos.

Fonte: Da própria autora.

4 CONSÓRCIO PÚBLICO NA SAÚDE DO CEARÁ

A sociedade cada dia mais valoriza a qualidade de vida e cobra do setor público este retorno. A prestação de serviços públicos deve ter como objetivo atender às necessidades coletivas da sociedade com eficiência e qualidade. Para a Administração Pública atender esta demanda que somente tende a aumentar, recorre da transferência da prestação de seus serviços para suprir suas competências e obrigações (ANDRADE; MACHADO, 2014).

Os Consórcios Públicos em Saúde ocupam, atualmente, o papel de destaque na Política de Saúde do Estado do Ceará. Por meio dessa estratégia, está sendo possível promover mudanças efetivas e possibilitar à população, o acesso a serviços especializados, com q ualidade, além de levantar a discussão sobre financiamento da Atenção Especializada e o processo de organização da Rede de saúde (CEARÁ, 2009).

O Ceará optou pela gestão consorciada, por ser a estratégia mais

compatível com os princípios do SUS e a que mais favorece o processo de

regionalização e descentralização das ações e serviços de saúde, entre outras

vantagens (CEARÁ, 2009).

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A maior conquista alcançada com a implantação dos consórcios foi a reversão do modelo de gestão individual, pouco resolutiva e onerosa para o sistema de saúde, para um modelo compartilhado de recursos financeiros, recursos humanos, tecnológicos, equipamentos, transportes, insumos, priorizando a parceria, as decisões conjuntas sobre as questões de saúde (NOGUEIRA; SANTANA; SILVA, 2014).

Para condução do processo de implantação, a regionalização, que é uma diretriz do Sistema Único de Saúde foi um eixo estruturante norteador da descentralização e organização das ações e serviços de saúde, no âmbito regional (CEARÁ, 2009).

O Ceará, através da Regionalização, dividiu e estado territorialmente em vinte e duas microrregiões de saúde e cinco macrorregiões de saúde. Em cada microrregião há uma instância de representação do Estado denominada Coordenadoria Regional de Saúde (CRES).

As regionais de saúde por meio da participação das coordenadorias regionais foram determinantes para a construção das redes de atenção à saúde no SUS e no processo de implantação dos Consórcios, no levantamento e informações sobre a saúde dos municípios, na realização de diagnósticos situacionais, demandas atendidas e não atendidas, ofertas de serviços, organização das oficinas de sensibilização aos gestores, equipes e prefeitos (NOGUEIRA; SANTANA; SILVA, 2014).

A estratégia de Rede Interfederativa em Saúde, ao mesmo tempo em que estabelece uma nova forma de intervenção positiva para melhorar a situação de saúde no interior do Estado, agrega valor histórico e de vanguarda nas suas práticas (NOGUEIRA; SANTANA; SILVA, 2014).

A formação dos Consórcios envolve um conjunto de etapas a serem seguidas e devem estar bem claras e definidas na lei da sua criação (CEARÁ, 2009).

O Estado do Ceará optou por estimular a formação de Consórcios em

saúde tomando por base os municípios localizados numa mesma microrregião de

saúde, visando facilitar o processo de estruturação de redes de atenção à saúde e

tendo como referência o Plano de Desenvolvimento Regional – PDR.

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Etapas necessárias à constituição dos Consórcios:

 Articulação entre os gestores municipais e coordenadorias microrregionais de saúde – CRES.

 Elaboração do Protocolo de Intenções.

 Ratificação do Protocolo de Intenção pelo Poder Legislativo de cada ente consorciado, o que o transforma na Lei do respectivo Consórcio.

 Elaboração do Estatuto e/ou Regimento Interno.

 Pactuação do Contrato de Programa, obrigações referentes a encargos, serviços e bens necessários à implementação dos Consórcios, transferência de bens, cessão de pessoal para o Consórcio e outros compromissos não relacionados a recursos financeiros.

 Em relação à prestação de serviço de saúde, é fundamental a elaboração de uma Programação Pactuada Consorcial – PPC.

 Contrato de Rateio, cuja finalidade é estabelecer obrigações financeiras, ou seja, os compromissos da aplicação dos recursos pelos entes consorciados.

 Definição da dotação orçamentária específica ou créditos adicionais por cada ente consorciado para assumir os compromissos no pagamento das despesas assumidas no contrato de rateio.

 Estruturação e organização do Consórcio.

5 CONSÓRCIO PÚBLICO DE SAÚDE DA MICRORREGIÃO DE JUAZEIRO DO NORTE – CPSMJN

O programa de expansão a melhoria da assistência especializada a

saúde do estado do Ceará, através do processo de Regionalização, dividiu

territorialmente o Estado em 22 microrregiões de Saúde, na qual a microrregião de

Juazeiro do Norte corresponde a 21ª Região de Saúde – 21ª CRES.

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Figura 2 – Mapa das Microrregiões de Saúde do Ceará e de Juazeiro do Norte.

Fonte: SESA/2014.

Essa regional de saúde foi compreendida por seis municípios conforme o quadro abaixo.

Quadro 1 – Municípios consorciados e a população.

Fonte: IBGE Resolução Nº 10 – 28 de agosto 2013.

MUNICÍPIOS CONSORCIADOS POPULAÇÃO

Barbalha 57.818 hab.

Caririaçu 26.821hab.

Granjeiro 4.569 hab.

Jardim 27.067 hab.

Juazeiro do Norte 261.289 hab.

Missão Velha 35.056 hab.

TOTAL 412.620 hab.

21ª Microrregião de Saúde Juazeiro do Norte GRANJEIRO

CARIRIAÇU

JUAZEIRO DO NORTE

BARBALHA

MISSÃO VELHA

JARDIM

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Conforme a Rede assistencial, cada Consórcio Público é responsável pelo gerenciamento de uma Policlínica, de um CEO-R e do transporte sanitário dos pacientes que no presente caso, localiza-se no município de Barbalha e Juazeiro do Norte, respectivamente. Conforme o modelo abaixo.

Figura 3 – Consórcio Público de Saúde da Microrregião de Juazeiro do Norte responsável por duas unidades de Saúde de média complexidade.

MÉDIA COMPLEXIDADE

CEO – R* POLICLÍNICA

(Inaugurada 12/2009) (Inaugurada 12/2013)

Fonte: Da própria autora.

6 CENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS.

A Odontologia, durante anos esteve à margem das políticas públicas de saúde. O acesso dos brasileiros à saúde bucal era extremamente difícil e limitado, fazendo com que as pessoas se acostumassem a só procurar atendimento odontológico em casos de dor.

Essa demora na procura ao atendimento aliada aos poucos serviços odontológicos oferecidos perpetuou a visão da odontologia mutiladora e do cirurgião- dentista com atuação apenas clínica.

CPSMJN

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Para mudar esse quadro, em 2003 o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Saúde Bucal – Programa Brasil Sorridente. O Brasil Sorridente constitui- se de uma série de medidas que têm como objetivo garantir as ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal dos brasileiros, entendendo que esta é fundamental para a saúde geral e qualidade de vida da população.

Sua principal meta é a reorganização da prática e a qualificação das ações e serviços oferecidos, reunindo ações voltadas para os cidadãos de todas as idades, com ampliação do acesso ao tratamento odontológico gratuito aos brasileiros, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Uma das principais linhas de ação do Brasil Sorridente é a ampliação e qualificação da atenção especializada (especialmente com a implantação de Centros de Especialidades Odontológicas – CEO).

Figura 4 – Principais ações da Política Nacional de Saúde Bucal – Brasil Sorridente.

Fonte: Ministério da Saúde, 2010.

O papel do serviço de atenção secundária em saúde bucal nestes países

corresponde tanto à oferta de tratamento em especialidades odontológicas quanto à

elaboração de planos de tratamento pelos dentistas especialistas aos usuários

referenciados, onde a realização do tratamento é realizada na atenção primária após

a contra referência do caso, ou seja, funcionando também como um serviço de

consultoria odontológica (NOHL; FAIRBROTHER 2000).

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Os Centros de Especialidades Odontológicas são serviços de atenção secundária devendo se constituir em unidades de referência para a Atenção Básica, integrados ao processo de planeja mento loco-regional que devem ofertar, minimamente, as especialidades de periodontia, endodontia, pacientes com necessidades especiais, diagnóstico bucal e cirurgia oral menor.

Em função dos seus recursos físico-estruturais podem ser classificados em três tipos: Centros de Especialidades Odontológicas tipo I (três cadeiras odontológicas); Centros de Especialidades odontológicas tipo II (quatro a seis cadeiras Odontológicas);e, Centros de Especialidades Odontológicas tipo III (mais de sete cadeiras odontológicas). Devem funcionar 40 horas semanais, sendo o número de profissionais variável em função do tipo de Centro de Especialidades Odontológicas (SAÚDE, 2006).

Os Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) são estabelecimentos de saúde classificados como clínica especializada/ambulatório de especialidade que oferece serviços de odontologia gratuitos à população e realiza, no mínimo, as seguintes atividades:

I – Diagnóstico bucal, com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer bucal;

II – Periodontia especializada;

III – Cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros;

IV – Endodontia; e

V – Atendimento a pacientes com necessidades especiais.

6.1 Centro de Especialidades Odontológicas Regional Doutor Ticiano Van Den Brule – CEO-R Jn

O Centro de Especialidades Odontológicas recebeu esse nome em homenagem ao odontólogo Ticiano Van Den Brule Matos nascido em 05 de março de 1957, em Juazeiro do Norte.

O Centro de Especialidades Odontológicas Doutor Ticiano Van Den Brule

Matos oferece serviços especializados em saúde bucal à população de 412.620 mil

habitantes de Barbalha, Caririaçu, Granjeiro, Jardim, Missão Velha e Juazeiro do

Norte, municípios que integram a 21ª Microrregião de Saúde.

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O Centro de Especialidades Odontológicas tem uma equipe de 41 profissionais entre técnicos e cirurgiões-dentistas. São 16 dentistas realizando uma média de 110 atendimentos diários garantido pelo Sistema Único de Saúde.

O CEO-R inaugurado em dezembro de 2009 tem um perfil físico funcional composto por uma Clínica Integrada com 09 cadeiras odontológicas destinadas ao atendimento nas seguintes especialidades: Endodontia, Prótese/Dor Orofacial, Periodontia e Ortodontia/Ortopedia Funcional dos Maxilares; 02 consultórios dedicados para procedimentos em Cirurgia Oral Menor/Estomatologia e para Atendimento a Pacientes Portadores de Necessidades Especiais. A Unidade apresenta ainda Laboratório de Prótese e Órtese Odontológica e Serviço de Apoio Diagnóstico com Radiologia Odontológica Periapical e panorâmico digital.

7 MATERIAL E MÉTODOS

O estudo desse trabalho foi do tipo descritivo, quantitativo, de caráter avaliativo normativo; utilizou dados da série histórica da produção de procedimentos odontológicos realizados no Centro de Especialidades Odontológicas Regional de Juazeiro do Norte registrados pelo SIA/SUS nos anos de 2012 a 2014.

Os dados coletados foram retirados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS); tabulados pelo programa TABWIN (Ministério da Saúde, Brasil) sendo exportados para o programa Excel, versão 2000 (Microsoft Corp. Estados Unidos), onde foi feita consolidação e agrupamento de acordo com os grupos de procedimentos odontológicos que deveriam ser avaliados.

A avaliação normativa consistiu na análise da produção anual por grupo

de procedimentos odontológicos em função das metas de desempenho

estabelecidas para o Centro de Especialidade Odontológica tipo III, segundo a

Portaria nº. 1464/GM de 2011. As especialidades odontológicas oferecidas pela

Unidade foram agrupadas em procedimentos da atenção básica destinado ao

atendimento de Pacientes com Necessidades Especiais; assim como os demais nos

grupos de Cirurgia Oral Menor, Periodontia e Endodontia.

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8 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O CEO-R está inserido dentro da Rede de Atenção da Saúde Bucal, ficando responsável por realizar ações de reabilitação e recuperação das sequelas de problemas orais, além de priorizar o atendimento para pacientes com suspeita de câncer de boca, no intuito da detecção precoce da doença, garantindo um diagnóstico ainda em fase inicial, promovendo uma maior sobrevida aos pacientes.

A integralidade da Atenção em Saúde Bucal se faz presente quando consegue-se dar continuidade ao cuidado iniciado na Atenção Básica e, quando necessário, atuar como a porta de entrada da Atenção Terciária, acompanhando o paciente em toda sua trajetória.

Este estudo foi baseado na necessidade de se analisar o serviço de saúde ofertado pelo CEO-R de Juazeiro do Norte, Tipo III, levando em conta o modelo de gestão consórcios públicos, adotado pelo Estado do Ceará para suas Unidades de Atenção Secundária.

Em relação a estudos de Desempenho de CEOs geridos por administração direta, Paulo Goes (2007) diz que “avaliação do Desempenho, pela medição do Cumprimento Global das Metas segundo macrorregião mostrou que na maioria das regiões o desempenho dos CEO foi ruim”.

A análise dos dados vai permitir a visualização da produção da Unidade e servir de base orientadora na tomada de decisão pela direção, ajustando e/ou mantendo o que for necessário para o alcance das metas propostas pela Portaria Nº 1.464, de 24 de junho de 2011.

Foram analisados os dados do CEO Regional de Juazeiro do Norte –

Ceará nos anos de 2012, 2013 e 2014. A avaliação do desempenho da unidade,

feita pela medição do cumprimento metas da Portaria supracitada, mostrou o

seguinte resultado de acordo com os gráficos abaixo:

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8.1 análise das metas por especialidade

Fonte: DATAS US

8.2 Análise da especialidade de endodontia

Para o cumprimento da produção mínima mensal dos procedimentos de endodontia é obrigatório que seja realizado, no mínimo, 20% dos procedimentos obturação em dente permanente com três ou mais raízes e/ou retratamento endodôntico em dente permanente com 3 ou mais raízes. Se a meta da especialidade é 95 procedimentos mês, desses, 19 devem ser em dentes com 3 ou mais raízes.

*Fonte: DA TASUS

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8.3 Análise da meta da especialidade de pacientes especiais

Para o cumprimento da produção mínima mensal dos procedimentos básicos é obrigatório que seja realizado, no mínimo, 50% de procedimentos restauradores. Se a meta da especialidade é 190 procedimentos mês, desses, 95 devem ser restauradores.

*Fonte: DA TASUS

Diante dos resultados, podemos observar que na análise da especialidade de Cirurgia, em 2012, não se alcançou o proposto, e a meta específica de procedimentos restauradores de Pacientes Especiais, em 2012, não se atingiu a proporção de 50% em relação aos procedimentos totais. Vale salientar que esses dois casos foram pontuais. No restante, todas as metas foram atingidas com êxito e se mantendo ao longo dos anos de funcionamento da Unidade.

Acredito que o modelo de gestão Consórcio Público tenha impacto direto

nesse resultado, visto que o financiamento do CEO se mantém uniforme, garantindo

insumos e profissionais constantes, fazendo com que não haja solução de

continuidade nos atendimentos, ficando totalmente viável o alcance das metas

propostas.

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Do total das metas analisadas, pode-se considerar que o CEO-R Juazeiro do Norte vem mantendo um excelente desempenho ao longo dos anos de funcionamento.

Fica clara a importância do monitoramento e avaliação da Unidade no que concerne a orientação da tomada de decisões por parte da direção, para que se garanta alcance de metas, sem queda na qualidade do serviço.

O modelo de gestão Consórcio Público vem se mostrando eficiente e eficaz na manutenção e custeio deste CEO, o que se pôde comprovar pelo alcance do que foi proposto pelo Ministério da Saúde, dentro da política do Brasil Sorridente.

Garantir um SUS resolutivo e de qualidade é o desafio de cada dia dos gestores dos serviços de saúde, mas não impossível, desde que se lance mão de estratégias para se alcançar a excelência, como a experiência que foi relatada aqui.

10 REFERÊNCIAS

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_______. Lei nº 11.107 de 06 de abril de 2005. Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências. Diário Oficial da União em 07 de abril de 2005. Disponível em:

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comparada. Tradução de Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Editora da Universidade

de São Paulo, 1998.

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AUTORI A

Edlane Martins de Andrade

– Centro de Especialidades Odontológicas Regional de Juazeiro do Nort e.

Endereço eletrônico: edlanemartins@hotmail.com

Mário César Sousa de Oliveira

– Centro de Especialidades Odontológicas Regional de Juazeiro do Nort e Centro de Especialidades Odontológicas Regional de Juaz eiro do Norte.

Endereço eletrônico: objetiva.gestão@hotmail.com

Janini Filgueira Rosa s – Centro de Especialidades Odontológicas Regional de Juazeiro do Norte.

Endereço eletrônico: janinifr@hotmail.com

Angélica Barbosa Oliveira Dantas – Centro de Especialidades Odontológicas Regional de Juazeiro

do Norte.

Endereço eletrônico: abarbosaodantas @yahoo.com.br

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