• Nenhum resultado encontrado

CoDAS vol.27 número2

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "CoDAS vol.27 número2"

Copied!
2
0
0

Texto

(1)

Carta ao Editor

Letter to the Editor

CoDAS 2015;27(2):111-2

Hipólito Virgílio Magalhães Junior1 Leandro de Araújo Pernambuco1

Endereço para correspondência:

Hipólito Virgílio Magalhães Junior Avenida General Gustavo Cordeiro de Farias, s/n, Petrópolis, Natal (RN), Brasil, CEP: 59012-570.

E-mail: h.vmagalhaes@gmail.com

Recebido em: 25/12/2014

Aceito em: 16/01/2015

(1) Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – Natal (RN), Brasil.

Conlito de interesses: nada a declarar.

Screening

para disfagia orofaríngea

Screening for oropharyngeal dysphagia

Prezadas editoras,

De acordo com revisão sistemática publicada recentemente na CoDAS(1), o screening,

que, em Português Brasileiro, signiica “rastreamento”(2), possui delineamento

metodoló-gico insuiciente nos estudos sobre disfagia orofaríngea (DO). É necessário compreender a DO como um sintoma caracterizado pela combinação de sinais e outros sintomas que

colocam o indivíduo em risco nutricional, hídrico e pulmonar, sendo o screening

dire-cionado a identiicar indivíduos que reúnem fatores preditivos para esse desfecho e que

necessitam de diagnóstico conirmatório(3).

O instrumento de screening para DO deve ser rápido, de baixo custo, minimamente

invasivo e de fácil administração por qualquer proissional de saúde(4). Na avaliação

clí-nica, um proissional especializado deverá ser capaz de conirmar o diagnóstico, indicar encaminhamentos e deinir o planejamento terapêutico a partir de análise da biomecâ-nica da deglutição orofaríngea.

A incompreensão sobre a distinção entre rastreamento e avaliação clínica é evidente

quando se observa nos instrumentos de screening a frequente inserção de condutas que

só poderiam ser interpretadas adequadamente por proissional habilitado, que, no Brasil, é o fonoaudiólogo. O instrumento de rastreamento para DO deve contemplar itens pas-síveis de administração e interpretação multidisciplinar. Quem executa o rastreamento deve evitar qualquer decisão terapêutica baseada apenas no resultado do teste e deve adotar como conduta imediata o encaminhamento do indivíduo que falhou para conir-mação diagnóstica.

Para evitar interpretações equivocadas dos resultados, recomendamos aos pesquisa-dores que sempre esclareçam previamente a deinição do construto a ser identiicado pelo

screening. Dessa forma, minimiza-se o risco de propor um instrumento cujo desfecho seria

DO, mas que, na verdade, identiica, por exemplo, um distúrbio miofuncional orofacial.

Salientamos também que traduzir e adaptar um instrumento de screening não

signi-ica que ele produz interpretações válidas e coniáveis sobre o desfecho(5). Isso só será

possível após a obtenção de evidências de validade e coniabilidade, além das medidas de acurácia, a saber: sensibilidade, especiicidade, valor preditivo positivo e negativo e

razão de verossimilhança do resultado do teste positivo ou negativo(3,6). Essas medidas

são calculadas ao comparar os resultados do teste com um procedimento padrão-ouro. Na ausência deste, compara-se com a condição clínica do indivíduo no momento da administração do teste (consistência clínica), substituindo as medidas de sensibilidade e

especiicidade pela copositividade e conegatividade, respectivamente(3).

Veriicamos que há evidências da contribuição do rastreamento para a identiicação precoce de indivíduos com DO; entretanto, chamamos a atenção para a necessidade de melhor apropriação dos conceitos teóricos e metodológicos inerentes à elaboração dos protocolos e obtenção de suas propriedades psicométricas.

(2)

112 Magalhães Junior HV, Pernambuco LA

CoDAS 2015;27(2):111-2

REfERênCiAs

1. Etges CL, Scheeren B, Gomes E, Barbosa LR. Screening tools for dysphagia: a systematic review. CoDAS. 2014;26(5):343-9.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Rastreamento. Brasília: Ministério da Saúde; 2010.

3. Pernambuco LA, Magalhães Junior HV. Aspectos epidemiológicos da disfagia orofaríngea. In: Marchesan IQ, Silva HJ, Tomé MC. Tratado

das especialidades em Fonoaudiologia. São Paulo: Guanabara Koogan; 2014. p. 7-14.

4. American Speech-Language-Hearing Association [Internet]. Frequently asked questions on swallowing screenings [cited 2012 Aug 12]. Available from: http://www.asha.org/uploadedFiles/FAQs-on-Swallowing-Screening.pdf

5. Muñiz J, Elosua P, Hambleton RK. Directrices para la traducción y adaptación de los tests: segunda edición. Psicothema. 2013;25(2):151-7. 6. Speyer R. Oropharyngeal dysphagia screening and assessment.

Referências

Documentos relacionados

famílias assentadas imprimindo novas formas de relação entre o espaço rural e urbano a partir de suas estratégias na década de 1990 na Amazônia Oriental? Se sim, acabariam essas

Inscrições na Biblioteca Municipal de Ourém ou através do n.º de tel. Organização: Município de Ourém, OurémViva e grupos de teatro de associações e escolas do

Frente ao objetivo de refletir sobre as possibilidades de desenvolvimento estético e artístico de professores para atuação na Educação Infantil, consideramos que a formação de

Pređimo sada na naš zađatak. Đa se nešto desi, to jest da nešto iii neko stanje, kojeg pre toga nije biio, postane, to se empirički ne može opaziti ako nema neke pojave

O presente estudo objetivou testar a influência do guano na diversidade e abundância de invertebrados na caverna Toca da Raposa, município de Simão Dias,

Se os personagens não intervierem com DuBois, provavelmente irão direto ver Karin, que se encontra em companhia de Alfred: ela acaba de se levantar, e Lucille está preparando seus

Quem pretender arrematar dito(s) bem(ns), deverá ofertar lanços pela Internet através do site www.leiloesjudiciais.com.br/sp, devendo, para tanto, os interessados,

Embora os judeus possuam apenas um sexto de 1% de toda a terra árabe, eles são, não obstante, detestados pela maioria dos árabes.. Por que o povo judeu