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Diferenciabilidade em espaços de Hilbert de reprodução sobre a esfera

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Academic year: 2017

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'LIHUHQFLDELOLGDGHHPHVSDoRVGH+LOEHUWGH

UHSURGXomRVREUHDHVIHUD

(2)
(3)

'LIHUHQFLDELOLGDGHHPHVSDoRVGH+LOEHUWGHUHSURGXomR

VREUHDHVIHUD

Thaís Jordão

Orientador: Prof. Dr. Valdir Antonio Menegatto

Tese apresentada ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação - ICMC-USP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Ciências - Matemática. VERSÃO REVISADA.

USP – São Carlos

Março de 2012

SERVIÇO DE PÓS-GRADUAÇÃO DO ICMC-USP

Data de Depósito:

(4)
(5)
(6)
(7)

Agradecimentos

Agrade¸co a todas as pessoas que contribu´ıram para minha forma¸c˜ao profissional e pessoal at´e esse momento. Dentre elas, meus familiares e amigos que fiz durante o

mestrado e doutorado. Em particular, meus pais Luiz Roberto Jord˜ao e Maria Cristina Franco Jord˜ao, e meu orientador Valdir Antonio Menegatto.

(8)
(9)

Resumo

(10)
(11)

Abstract

(12)
(13)

Sum´

ario

Introdu¸c˜ao 11

1 Preliminares 1

1.1 N´ucleos e espa¸cos de Hilbert de reprodu¸c˜ao . . . 1

1.2 N´ucleos de Mercer . . . 4

1.3 S´eries de Fourier-Laplace . . . 9

2 Diferenciabilidade usual em EHR sobre a esfera 11 2.1 Expans˜ao em s´erie para derivadas de n´ucleos de Mercer . . . 12

2.2 F´ormulas de reprodu¸c˜ao para derivadas . . . 17

2.3 F´ormulas de reprodu¸c˜ao no caso bizonal . . . 21

2.4 Mergulho do EHR em espa¸cos de fun¸c˜oes suaves . . . 23

2.5 Exemplos . . . 26

3 S´eries de Fourier-Laplace com pesos em EHR 31 3.1 A α-transforma¸c˜ao . . . 32

3.2 Aα-transforma¸c˜ao emHK . . . 34

3.3 O mergulhoHK ֒→Wαp: especificidades . . . 40

3.4 Derivada Fracion´aria e de Laplace-Beltrami . . . 42

Referˆencias Bibliogr´aficas 43

´Indice Remissivo 47

(14)
(15)

Introdu¸

ao

A teoria dos espa¸cos de Hilbert de reprodu¸c˜ao (EHR) se confunde com a teoria dos n´ucleos positivos definidos, tamb´em comumente chamados de n´ucleos de Mercer. Ela teve in´ıcio no come¸co do s´eculo XX, muito provavelmente sob influˆencia de al-gumas contribui¸c˜oes de S. Zaremba em problemas de valor de contorno para fun¸c˜oes harmˆonicas e bi-harmˆonicas. Na verdade, na primeira metade daquele s´eculo, a teoria dos n´ucleos positivos definidos se desenvolveu atrav´es de contribui¸c˜oes de matem´aticos importantes. Em particular, J. Mercer utilizou tais n´ucleos na teoria de equa¸c˜oes inte-grais, I. J. Schoenberg e S. Bochner investigaram caracteriza¸c˜oes para tais n´ucleos em v´arias situa¸c˜oes e G. Szeg¨o e S. Bergman estudaram tais n´ucleos no contexto complexo, onde fam´ılias espec´ıficas de n´ucleos foram rotuladas com seus nomes. A sistematiza¸c˜ao da teoria dos n´ucleos positivos definidos ocorreu de fato com a publica¸c˜ao do famoso artigo de N. Aronszajn ([2]) in 1950. Neste trabalho, o termo espa¸cos de Hilbert de reprodu¸c˜ao aparece enfaticamente e todas as suas propriedades b´asicas s˜ao descritas e discutidas. Outras referˆencias importantes sobre o tema surgiram ao longo do tempo, dentre elas [4, 5, 28, 29].

Os EHR formam uma classe ampla, relevante e interessante de fun¸c˜oes, aparecendo em v´arias ´areas da matem´atica. Um EHR carrega uma estrutura m´etrica bem defi-nida atrelada `a sua propriedade de reprodu¸c˜ao, a qual torna-se uma ferramenta te´orica muito importante em v´arios aspectos. Isto pode ser comprovado na moderna teoria do aprendizado (Learning Theory) onde tal f´ormula tem papel significativo na implemen-ta¸c˜ao de processos e algoritmos. Referˆencias recentes dentro desta ´area espec´ıfica onde os EHR prevalecem s˜ao [8, 9] bem como outras nelas registradas.

Outra instˆancia onde os EHR surgem naturalmente ´e na teoria da aproxima¸c˜ao. Nesta teoria, EHR especiais aparecem como ferramenta no c´alculo de erros na aproxi-ma¸c˜ao quando esta ´e implementada via m´etodos espec´ıficos, que usam n´ucleos positivos definidos. Estes EHR diferenciados s˜ao comumente denominados espa¸cos nativos.

(16)

12 Introdu¸c˜ao

mas

refe-rˆencias recentes cobrindo este enfoque s˜ao [7, 19, 30, 31].

Na teoria do aprendizado, a implementa¸c˜ao de algoritmos oriundos de alguns pro-blemas espec´ıficos demandam que as fun¸c˜oes nos EHR sejam regulares (suaves) em algum sentido. No caso em que os espa¸cos s˜ao gerados por n´ucleos positivos definidos em subconjuntos de Rm, a deriva¸c˜ao usual determina tal regularidade. Dependendo do contexto, as fun¸c˜oes do EHR s˜ao regulares e f´ormulas de reprodu¸c˜ao para certas derivadas das fun¸c˜oes do EHR valem, fatos que permitem a imers˜ao (mergulho) do EHR em espa¸cos de fun¸c˜oes suficientemente suaves ([10, 32, 33, 38]). Por outro lado, a compacidade deste mergulho entra na justificativa da existˆencia do chamado n´umero de cobertura (covering number), um conceito de consider´avel importˆancia na teoria do aprendizado ([37]).

Neste trabalho, consideraremos quest˜oes semelhantes `aquelas descritas no par´agrafo anterior, no caso em que o n´ucleo gerador ´e um n´ucleo de Mercer sobre a esfera unit´aria

m-dimensional. Nenhum dos trabalhos acima citados considera este contexto. Como existem v´arias no¸c˜oes de diferenciabilidade para fun¸c˜oes definidas sobre a esfera, neste trabalho consideraremos duas delas: a usual e uma diferenciabilidade definida atrav´es de pesos na expans˜ao de Fourier-Laplace, a qual engloba dois tipos importantes de diferenciabilidade, a saber, a deriva¸c˜ao fracion´aria e a deriva¸c˜ao de Laplace-Beltrami. Especificamente, em qualquer um dos casos, as quest˜oes principais consideradas no trabalho s˜ao:

(i) comprova¸c˜ao de que o EHR cont´em fun¸c˜oes regulares quando o n´ucleo gerador ´e regular; provar uma propriedade de reprodu¸c˜ao para as derivadas das fun¸c˜oes do EHR via derivadas do n´ucleo de Mercer;

(ii) justificativa da limita¸c˜ao e da compacidade do mergulho do EHR no espa¸cos das fun¸c˜oes regulares determinado pela regularidade utilizada.

No Cap´ıtulo 1 introduzimos os conceitos b´asicos pertinentes ao trabalho, incluindo propriedades elementares dos n´ucleos de Mercer e dos EHR. Descrevemos uma caracte-riza¸c˜ao para o EHR de um n´ucleo de Mercer e exibimos uma base para este espa¸co. Finalizamos o cap´ıtulo apresentando algumas, poucas, informa¸c˜oes sobre as s´eries de Fourier-Laplace para fun¸c˜oes definidas na esfera.

(17)

Introdu¸c˜ao 13

diferenci´aveis na esfera. Ap´os justificar a limita¸c˜ao e a compacidade do mergulho, con-clu´ımos o cap´ıtulo com um exemplo comum, por´em n˜ao trivial, envolvendo o n´ucleo Gaussiano.

No Cap´ıtulo 3, introduzimos o conceito de diferenciabilidade baseado nas s´eries de Fourier-Laplace com pesos determinados por uma sequˆenciaα: a α-transforma¸c˜ao. Definimos suavidade via esta transforma¸c˜ao e praticamente re-provamos todos os resul-tados do cap´ıtulo anterior neste contexto. No entanto observamos que os argumentos s˜ao totalmente diferentes. Conclu´ımos o cap´ıtulo apresentando as sequˆencias que jus-tificam o fato das derivadas fracion´aria e de Laplace-Beltrami seremα-transforma¸c˜oes espec´ıficas.

(18)
(19)

Cap´ıtulo

1

Preliminares

Neste cap´ıtulo faremos um breve apanhado sobre n´ucleos de Mercer, espa¸cos de Hilbert de reprodu¸c˜ao e s´eries de Fourier-Laplace de fun¸c˜oes definidas na esfera. Em particular, exploraremos o conceito de n´ucleos de reprodu¸c˜ao e algumas de suas propri-edades que s˜ao necess´arias para o desenvolvimento do trabalho. As referˆencias b´asicas para os resultados deste cap´ıtulo ser˜ao citadas ao longo das se¸c˜oes.

1.1

ucleos e espa¸

cos de Hilbert de reprodu¸

ao

Em geral, a palavra n´ucleo refere-se a uma fun¸c˜ao K : Ω×Ω→C, onde Ω ´e um subconjunto n˜ao vazio. Neste trabalho, estamos interessados em n´ucleos definidos na esfera unit´ariaSm de Rm+1, ou seja, no caso em que Ω ´e a esferam-dimensional usual

Sm,m 2.

Dizemos que um n´ucleo K ´epositivo definido quando n

X

i,j=1

cicjK(xi, xj)≥0,

quaisquer que sejam o inteiro positivo n, o subconjunto {x1, x2, . . . , xn} de Sm e o subconjunto {c1, c2, . . . , cn} deC.

N´ucleos positivos definidos s˜ao automaticamentehermitianos ([4, p. 68]), ou seja,

K(x, y) = K(y, x), x, y ∈Sm.

A seguir, como ilustra¸c˜ao, apresentamos exemplos de n´ucleos que se encaixam nas categorias descritas acima.

(20)

2 Cap´ıtulo 1 — Preliminares

Exemplo 1.1.1. Sejaf :Sm Cuma fun¸c˜ao e considere o n´ucleoK :Sm×Sm C dado por

K(x, y) =f(x)f(y), x, y ∈Sm.

Sen ´e um inteiro positivo,{x1, x2, . . . , xn}´e um subconjunto deSm ec1, c2, . . . , cn s˜ao n´umeros complexos ent˜ao

n

X

i,j=1

cicjK(xi, xj) = n

X

i,j=1

cicjf(xi)f(xj) =

n

X

i=1

cif(xi)

2

≥0.

Em particular, K ´e positivo definido.

Exemplo 1.1.2. Sejam f : (0,∞) → R uma fun¸c˜ao e K : Sm ×Sm R dado por K(x, y) = f(kx−yk2), onde k · k indica a norma usual em Rm+1. Um resultado

descrito em [9, p. 38] garante que sef ´e completamente monotonica, ent˜aoK´e positivo definido. Agora, considere on´ucleo Gaussiano dado por

Kσ(x, y) = exp(−2σ−2(1−(x·y))), x, y ∈Sm,

ondeσ ´e um n´umero real positivo ex·y representa o produto interno usual de Rm+1.

Observe que sex, y ∈Sm ent˜ao,kxyk2 = 2(1(x·y)). Tomandof

σ(t) = exp(−tσ−2), conclu´ımos que o n´ucleo Gaussiano Kσ(x, y) = fσ(kx −yk2), x, y ∈ Sm ´e positivo definido.

Informa¸c˜oes adicionais sobre n´ucleos e suas propriedades, principalmente aquelas relacionadas a positividade, podem ser encontradas em [4].

A teoria dos n´ucleos positivos definidos e afins caminha lado a lado com a teoria dos espa¸cos de Hilbert. Estabelecemos esta conex˜ao a seguir, j´a considerando o contexto que nos interessa.

Seja (H,h·,·i) um espa¸co de Hilbert formado por fun¸c˜oes complexas com dom´ınio

Sm. Um n´ucleo K :Sm×Sm C´e chamado ucleo de reprodu¸c˜ao de H quando as condi¸c˜oes abaixo est˜ao satisfeitas:

(i) Kx :=K(·, x)∈ H,xSm;

(ii) f(x) = hf, Kxi, f ∈ H, xSm (propriedade de reprodu¸c˜ao).

Se K ´e o n´ucleo de reprodu¸c˜ao de um espa¸co de Hilbert H, diremos que H ´e um

espa¸co de Hilbert de reprodu¸c˜ao(EHR) deK. Neste caso, utilizaremos a nota¸c˜ao (HK,h·,·iK), para representar o EHR do n´ucleo K.

(21)

1.1 N´ucleos e espa¸cos de Hilbert de reprodu¸c˜ao 3

Teorema 1.1.3. Se K :Sm×Sm C´e um n´ucleo positivo definido, ent˜ao existe um

´

unico EHR associado a K.

Demonstra¸c˜ao: Seja K : Sm ×Sm C um n´ucleo positivo definido e considere o espa¸co vetorial

H= span{Kx : x∈Sm}.

Para combina¸c˜oes lineares de elementos de H, f = Pn

i=1αiKxi e g =

Pm

j=1βjKyj,

definimos

hf, gi:= n X i=1 m X j=1

αiβjK(xi, yj).

A aplica¸c˜aoh·,·i:H × H →Cacima est´a bem definida e ´e bilinear. Al´em disso, como

K ´e hermitiano,

hg, fi= m X j=1 n X i=1

βjαiK(yj, xi) = m X j=1 n X i=1

βjαiK(xi, yj) =hf, gi.

Ainda,

hf, fi= n X i=1 n X j=1

αiαjK(xi, xj)≥0.

Logo, a f´ormula

kfk2 =hf, fi, f ∈ H,

define uma seminorma em H. Se hf, fi = 0 ent˜ao, pela desigualdade de Cauchy-Schwarz, temos que

|f(x)|=

n X i=1

αiK(xi, x)

=|hf, K(·, x)i| ≤ kfkkK(·, x)k= 0, x∈Sm.

Logo, f = 0 e a aplica¸c˜ao h·,·i define ent˜ao um produto interno em H. ´E claro que o n´ucleoK satisfaz as propriedades de n´ucleo de reprodu¸c˜ao emH. Como o espa¸coHn˜ao ´e necessariamente de Hilbert, temos que considerar o seu completamento (HK,h·,·iK) com rela¸c˜ao `a norma induzida pelo produto interno. Quanto `a unicidade, vamos assumir queK seja o n´ucleo de reprodu¸c˜ao de outro espa¸co de Hilbert (H1,h·,·i1). Pela primeira

propriedade da defini¸c˜ao de n´ucleo de reprodu¸c˜ao, obtemos

hf, gi1 =hf, giK, f, g∈ HK.

Logo, HK ⊂ H1. Se HK 6= H1, sendo HK completo, podemos tomar uma fun¸c˜ao g n˜ao nula no complemento ortogonal deHK em H1. Pela propriedade de reprodu¸c˜ao do

n´ucleo conclu´ımos que

(22)

4 Cap´ıtulo 1 — Preliminares

uma contradi¸c˜ao. Portanto, H1 =HK.

Resultados mais finos, mas ainda relacionados ao teorema anterior, podem ser en-contrados em [31].

1.2

ucleos de Mercer

Nesta se¸c˜ao introduzimos a classe de n´ucleos positivos definidos que utilizaremos no decorrer do trabalho e caracterizamos o seu EHR convenientemente. Aqui, assumimos que a esferaSm est´a munida da medida de Lebesgue usual normalizadaσ

m ([25, p.16]), ou seja,

Z

Sm

dσm = 1.

Se p ∈ [1,∞), escrevemos Lp(Sm) := Lp(Sm, σ

m), para representar o espa¸co das fun¸c˜oes complexas f, mensur´aveis em Sm, tais que

kfkp :=

Z

Sm

|f(x)|pdσm(x)

1/p <∞.

Neste espa¸co, as fun¸c˜oes representam classes de equivalˆencia cuja rela¸c˜ao se d´a pela coincidˆencia quase sempre de fun¸c˜oes. Tal constru¸c˜ao, faz do espa¸co (Lp(Sm),k · k

p) um espa¸co de Banach ([12, p. 175]).

No caso particular p = 2, L2(Sm) ´e um espa¸co de Hilbert separ´avel com produto interno dado por

hf, gi2 :=

Z

Sm

f(x)g(x)dσm(x), f, g ∈L2(Sm).

Quando fizermos referˆencia a n´ucleos integr´aveis, estaremos considerando Sm ×Sm munida da medida produtoσm×σm. EscrevemosLp(Sm×Sm) :=Lp(Sm×Sm, σm×σm) ek · kp para denotar a norma neste espa¸co.

Neste ponto, estamos habilitados a definir a classe de n´ucleos que ser´a utilizada neste trabalho. Um n´ucleoK :Sm×Sm C´e dito ser umucleo de Mercerquando existir uma sequˆencia de n´umeros reais positivos {λk}∞k=0 e uma base ortonormal {Yk}∞k=0 de

L2(Sm) de modo que

K(x, y) =

X

k=0

λkYk(x)Yk(y), x, y ∈Sm. (1.2.1)

(23)

1.2 N´ucleos de Mercer 5

Um n´ucleo de MercerK represent´avel como em (1.2.1) ´e positivo definido uma vez que

n

X

i,j=1

cicjK(xi, xj) = n

X

i,j=1

cicj

X

k=0

λkYk(xi)Yk(xj)

! = ∞ X k=0 λk n X i=1

ciYk(xi)

2 ,

para todo inteiro positivo n, {x1, x2, . . . , xn} ⊂Sm e n´umeros complexosc1, c2, . . . , cn. Em particular, existe um ´unico EHR associado a K (Teorema 1.1.3). Desta forma, denotaremos por (HK,h·,·iK) o EHR associado a um n´ucleo de Mercer K.

Os pr´oximos resultados objetivam uma caracteriza¸c˜ao do EHR de um n´ucleo de Mercer.

Lema 1.2.1. ([12, p. 178]) Seja (X, µ) um espa¸co de medida, com µ(X) < ∞. Se

0< q ≤p≤ ∞, ent˜ao Lp(X, µ)Lq(X, µ) e kfk

q ≤ kfkpµ(X)((1/q)−(1/p)).

Proposi¸c˜ao 1.2.2. Sejam p≥2 e K :Sm×Sm C um n´ucleo em Lp(Sm×Sm). A

aplica¸c˜ao

LK(f) =

Z

Sm

K(·, y)f(y)dσm(y), f ∈Lp(Sm), (1.2.2)

define um operador linear limitado em Lp(Sm).

Demonstra¸c˜ao: Sef ∈Lp(Sm), temos

kLK(f)kpp =

Z

Sm

|LK(f)(x)|pdσm(x)

= Z Sm Z Sm

K(x, y)f(y)dσm(y)

p

dσm(x)

Z

Sm

Z

Sm

|K(x, y)f(y)|dσm(y)

p

dσm(x).

Seq =p/(p−1), ent˜ao a desigualdade de H¨older ([12, p. 174]) implica que

Z

Sm

|K(x, y)f(y)|dσm(y)≤ kK(x,·)kpkfkq.

Logo,

kLK(f)kpp ≤

Z

Sm

(kK(x,·)kpkfkq)pdσm(x) =kfkpqkKkpp.

Sendo p ≥ 2, temos que q ≤ p e o lema anterior garante que kfkq ≤ kfkp. Esta desigualdade combinada ao c´alculo anterior resulta em

(24)

6 Cap´ıtulo 1 — Preliminares

e a prova est´a completa.

Fixado um n´ucleo positivo definido K : Sm ×Sm C, utilizaremos com certa frequˆencia a fun¸c˜ao auxiliar κ0 :Sm →R dada por

κ0(x) =K(x, x), x∈Sm.

Como K ´e hermitiano, a fun¸c˜ao κ0 est´a, de fato, bem definida. A propriedade de

reprodu¸c˜ao de (HK,h·,·iK) revela que

|K(x, y)|=|hKy, KxiK| ≤ kKykKkKxkK =κ0(y)1/2κ0(x)1/2, x, y ∈Sm.

Logo, se κ0 ∈ Lp/2(Sm), ent˜ao K ∈ Lp(Sm ×Sm). Esta ´ultima implica¸c˜ao entra na

justificativa do pr´oximo resultado.

Proposi¸c˜ao 1.2.3. Fixe p ≥ 2 e seja K um n´ucleo de Mercer como em (1.2.1). Se

κ0 ∈Lp/2(Sm), ent˜ao o EHR de K ´e

HK =

( X

k=0

akλ1k/2Yk :

X

k=0

|ak|2 <∞

)

. (1.2.3)

Se f =P∞

k=0akλ1k/2Yk e g =P∞k=0bkλ1k/2Yk ent˜ao

hf, giK =

X

k=0

akbk.

Adicionalmente, HK ⊂Lp(Sm).

Demonstra¸c˜ao: Considere o operador integralLK definido em (1.2.2). Pelo afirmado no par´agrafo que antecede a proposi¸c˜ao,LK ´e um operador limitado sobre Lp(Sm). Na primeira etapa da prova mostraremos que a imagem Im(LK) de LK ´e um subconjunto deHK. Para isso, tomemosg ∈Lp(Sm) e consideremos o funcional linear Φg :HK →C dado por

Φg(h) =

Z

Sm

g(y)h(y)dσm(y), h∈ HK.

A propriedade de reprodu¸c˜ao do n´ucleo K juntamente com a desigualdade de Cauchy-Schwarz implicam

Z

Sm

|h(y)|pdσm(y) =

Z

Sm

|hh, KyiK|pdσm(y)

Z

Sm

khkpKkKykpKdσm(y)

= khkpK

Z

Sm

(25)

1.2 N´ucleos de Mercer 7

Escrevendoq=p/(p−1) o lema anterior implica queg ∈Lq(Sm). Logo, podemos usar a desigualdade de H¨older ([12, p. 174]) para concluir a desigualdade

|Φg(h)| ≤

Z

Sm

|g(y)h(y)|dσm(y)≤ kgkqkhkp ≤ kgkqkκ0kp/1/22khkK, h∈ HK.

Desta forma, o funcional Φg ´e limitado e pelo teorema de representa¸c˜ao de Riesz ([12, p. 166]), existe ent˜aoh∗ ∈ H

K tal que

Φg(h) =hh, h∗iK, h∈ HK.

Agora, pela propriedade de reprodu¸c˜ao do n´ucleo, temos que

h∗(x) =hh∗, KxiK = Φg(Kx) =

Z

Sm

g(y)Kx(y)

m(y) =LK(g)(x), x∈Sm,

e, consequentemente, LK(g) ∈ HK. Isto mostra que Im(LK) ⊂ HK. Esta inclus˜ao e o fato de cada λk ser positivo garantem que as autofun¸c˜oes Yk do operador integral LK s˜ao elementos deHK. Como os c´alculos efetuados na primeira parte da prova justificam a igualdade

hh, LK(g)iK =hh, gi2, g ∈L2(Sm), h∈ HK,

o fato de{Yk}∞k=0formar um sistema ortonomal emL2(Sm) nos permite fazer o seguinte

c´alculo:

D

λ1k/2Yk, λ1j/2Yj

E

K =

D

λ1k/2Yk, λj1/2λ−j1LK(Yj)

E

K = λ1k/2λ−kj1/2hYk, Yji2

= δk,j.

Isto demonstra a ortonormalidade de {λ1k/2Yk}∞k=0 em HK. Resta verificarmos que esta sequˆencia ´e completa emHK. Mas, sef ∈ HK´e tal quehf, λk1/2YkiK = 0,k = 0,1,2, . . ., ent˜ao

f(x) =hf, KxiK =

X

k=0

λk1/2Yk(x)hf, λk1/2YkiK = 0, x∈Sm, ou seja, f = 0. Isto conclui a prova.

(26)

8 Cap´ıtulo 1 — Preliminares

auto-adjunto. Logo, o teorema espectral para tais operadores implica que LK possui uma representa¸c˜ao em s´erie da forma

LK(f) =

X

k=0

λkhf, Yki2Yk, f ∈L2(Sm),

onde {λk}∞k=0 ´e uma sequˆencia de n´umeros reais n˜ao negativos (podendo ser finita)

decrescente para 0,P∞

k=0λk <∞e{Yk}∞k=0 ´e uma base ortonormal de L2(Sm).

Clara-mente, cada λk ´e um autovalor de LK associado `a autofun¸c˜aoYk e a imagem de LK ´e um subconjunto deC(Sm), o espa¸co das fun¸c˜oes cont´ınuas emSm a valores complexos. A desigualdade de Bessel ([36, p. 34]) figura como argumento chave para mostrar que

K pode ent˜ao ser representado pela s´eria abaixo

K(x, y) =

X

k=0

λkYk(x)Yk(y), x, y ∈Sm,

com convergˆencia absoluta e uniforme em Sm × Sm. Estes s˜ao os passos b´asicos da demonstra¸c˜ao do resultado a seguir.

Proposi¸c˜ao 1.2.5. Se K : Sm ×Sm C ´e um n´ucleo cont´ınuo e positivo definido,

ent˜ao K ´e um n´ucleo de Mercer. Adicionalmente, o EHR associado a K pode ser caracterizado por (1.2.3).

Fechamos a se¸c˜ao utilizando o resultado anterior para exibir dois exemplos de n´ u-cleos de Mercer sobre Sm.

Exemplo 1.2.6. (N´ucleo polinomial homogˆeneo) Seja d um n´umero inteiro n˜ao nega-tivo. ConsidereK :Sm×Sm R dado por

K(x, y) = (x·y)d, x, y ∈Sm.

Este n´ucleo ´e cont´ınuo, positivo definido e hermitiano, logo um n´ucleo de Mercer. Se para cada multi-´ındiceα = (α1, α2, . . . , αm+1)∈Zm++1 escrevermos

C(d, α) := d!

α1!α2!. . . αm+1!

,

ent˜ao o n´ucleo K pode ser escrito como a seguinte soma

K(x, y) = X

|α|=d

C(d, α)xαyα, x, y ∈Sm.

Desta forma, o conjunto {C(d, α)1/2xα}|

α|=d forma uma base ortonormal para HK. Logo,HK tem dimens˜ao finita, a saber,

dimHK =

m+d

m

.

(27)

1.3 S´eries de Fourier-Laplace 9

Exemplo 1.2.7. (N´ucleo Gaussiano) Retomando o exemplo 1.1.2, t´ınhamos o n´ucleo Gaussiano dado por

Kσ(x, y) = exp(−2σ−2(1−(x·y))), x, y ∈Sm.

Vimos anteriormente que ele ´e positivo definido e a sua continuidade ´e clara. Portanto, ´e um n´ucleo de Mercer. A representa¸c˜ao em s´erie para este n´ucleo ser´a postergada uma vez a mesma depende de algumas defini¸c˜oes e nota¸c˜oes ainda n˜ao introduzidas.

1.3

eries de Fourier-Laplace

A an´alise na esfera descreve uma base especial para o espa¸co L2(Sm) inteiramente formada por elementos polinomiais. Nesta se¸c˜ao, consideramos tal base e algumas de suas propriedades. As referˆencias b´asicas utilizadas aqui s˜ao [25, 26, 35].

Um k-harmˆonico esf´erico de dimens˜ao m+ 1, ou simplesmente k-harmˆonico esf´erico, ´e a restri¸c˜ao `a Sm de um polinˆomio harmˆonico e homogˆeneo de grau k em

m+ 1 vari´aveis. O espa¸co formado pelosk-harmˆonicos esf´ericos ser´a denotado porHm k. Para cadakinteiro n˜ao negativo, o espa¸coHm

k tem dimens˜ao finita e esta ser´a denotada por N(k, m). Informamos que esta dimens˜ao pode ser explicitada ([25]) mas isto n˜ao ser´a necess´ario neste trabalho.

O primeiro resultado desta se¸c˜ao ratifica que os espa¸cos de harmˆonicos esf´ericos, acima, s˜ao dois a dois ortogonais ([25, p. 17]).

Teorema 1.3.1. Se k 6=l, f ∈ Hm

k e g ∈ Hml , ent˜ao

Z

Sm

f(x)g(x)dσm(x) = 0.

A decomposi¸c˜ao ortogonal de L2(Sm) via espa¸cos de harmˆonicos esf´ericos ´e o tema do pr´oximo resultado ([25, p. 35]).

Teorema 1.3.2. O espa¸co de HilbertL2(Sm)admite a seguinte decomposi¸c˜ao em soma

direta

L2(Sm) =

M

k=0

Hm k .

Se escrevermos {Yk,l :l = 1,2, . . . , N(k, m)} para denotar uma base ortonormal de

Hm

k, k= 0,1, . . ., ent˜ao o resultado acima indica que o conjunto

{Yk,l :l = 1,2, . . . , N(k, m);k= 0,1, . . .}, (1.3.1)

(28)

10 Cap´ıtulo 1 — Preliminares

Fixado k, o Teorema 1.3.2 define uma proje¸c˜ao ortogonal Yk : L2(Sm) → L2(Sm) cuja imagem ´e exatamenteHm

k. Uma f´ormula fechada para a mesma ´e dada por

Yk(f) = N(k,m)

X

l=1

hf, Yk,li2Yk,l. Alternativamente,

Yk(f)(x) =N(k, m)

Z

Sm

f(y)Pm

k (x·y)dσm(y), x∈Sm, (1.3.2)

ondePm

k ´e o polinˆomio de Legendre de grauk e dimens˜aom+ 1. Uma prova para esta f´ormula est´a dispon´ıvel em [25, p. 25].

Com as nota¸c˜oes anteriores, dada uma fun¸c˜ao f em L2(Sm), a erie de

Fourier-Laplacedef ´e definida por

f ∼

X

k=0

Yk(f).

Mesmo sendo ´obvio, observamos que a inclus˜aoLp(Sm) L2(Sm) permite definir-mos da mesma maneira a s´erie de Fourier-Laplace de fun¸c˜oes emLp(Sm),p2. Ainda, a s´erie de Fourier-Laplace de uma fun¸c˜ao emL2(Sm) converge na m´etrica deste espa¸co. Esta afirma¸c˜ao ´e de f´acil verifica¸c˜ao e decorre de um resultado cl´assico de convergˆencia para s´eries em espa¸cos de Hilbert ([36, p. 34]).

A proposi¸c˜ao a seguir descreve algumas propriedades relevantes das proje¸c˜oes (1.3.2) e que ser˜ao utilizadas `a frente. Observamos que o s´ımbolo δn,k representa o delta de Kronecker.

Proposi¸c˜ao 1.3.3. Se n ´e um inteiro n˜ao negativo, ent˜ao:

(i) Yn(f) = δn,kf, f ∈ Hmk, k = 0,1, . . ..

Ainda, sep≥2, ent˜ao:

(ii) |Yn(f)(x)| ≤N(n, m)kfkp, f ∈Lp(Sm), x∈Sm; (iii) Yn(f) = Yn(f), f ∈Lp(Sm).

Finalmente,

(iv) Se g ∈ L2(Sm) tem s´erie de Fourier-Laplace dada por g P∞

k=0αkYk(f), para

algumaf ∈L2(Sm) e alguma sequˆencia{α

k}∞k=0 de n´umeros complexos, ent˜aoYn(g) =

αnYn(f).

(29)

Cap´ıtulo

2

Diferenciabilidade usual em EHR sobre

a esfera

Resultados isolados sobre diferenciabilidade em EHR podem ser encontrados em referˆencias que datam antes de 2005. Entretanto, o interesse efetivo sobre este tema surgiu nos ´ultimos 5 anos com motiva¸c˜ao clara vindo da teoria do aprendizado. Como exemplo, mencionamos a referˆencia [38] que cobre diferenciabilidade usual em EHR gerados por n´ucleos de Mercer definidos em certos subconjuntos de Rm. As hip´oteses s˜ao tais que o caso em que o subconjunto ´e uma esfera n˜ao est´a inclu´ıdo no contexto.

Neste cap´ıtulo, apresentamos resultados que de certa forma reproduzem alguns da-queles descritos em [38] para o contexto esf´erico, utilizando n´ucleos de Mercer como em (1.2.1). O conceito de diferenciabilidade que usamos em Sm ´e o usual, ou seja, diferencia¸c˜ao de uma fun¸c˜ao com dom´ınio Sm deve ser entendido da seguinte forma: estendemos radialmente a fun¸c˜ao para quase todo oRm+1, diferenciamos esta extens˜ao

e voltamos `aSm tomando a restri¸c˜ao da fun¸c˜ao obtida no passo anterior. A nossa abor-dagem ´e consideravelmente diferente daquela empregada em [38]. L´a, os subconjuntos utilizados s˜ao compactos e coincidentes com o fecho de seu interior, algo que se perde no caso do compacto Sm de Rm+1. Contornamos este aparente problema usando uma

abordagem que envolve argumentos genuinamente esf´ericos.

Neste cap´ıtulo, os seguintes pontos espec´ıficos s˜ao tratados. A Se¸c˜ao 1 cont´em a no-ta¸c˜ao b´asica adicional, incluindo derivadas para fun¸c˜oes emSm e tamb´em para n´ucleos. Em seguida, assumindo que o n´ucleo de MercerK ´e suficientemente diferenci´avel, pro-vamos uma f´ormula de reprodu¸c˜ao para as derivadas da extens˜ao radial de elementos

(30)

12 Cap´ıtulo 2 — Diferenciabilidade usual em EHR sobre a esfera

da base ortonormal {Yk}∞k=0 de L2(Sm). Na Se¸c˜ao 2, exibimos uma representa¸c˜ao em

s´erie para certas derivadas do n´ucleo K, em fun¸c˜ao das derivadas de Yk. Na Se¸c˜ao 3, ainda sob o mesmo contexto, mergulhamos o EHR no espa¸co de fun¸c˜oes suficientemente diferenci´aveis emSm e provamos f´ormulas de reprodu¸c˜ao para as derivadas das fun¸c˜oes do EHR. A Se¸c˜ao 4 descreve propriedades adicionais na mesma linha da se¸c˜ao anterior, no caso em que o n´ucleo ´e adicionalmente bizonal. Na Se¸c˜ao 5, apresentamos exemplos relacionados ao n´ucleo polinomial homogˆeneo e ao n´ucleo Gaussiano.

2.1

Expans˜

ao em s´

erie para derivadas de n´

ucleos de

Mercer

Nesta se¸c˜ao, inicialmente verificamos que se o n´ucleo de MercerK ´e suficientemente suave ent˜ao podemos deduzir f´ormulas para computar as derivadas correspondentes de cadaYk, via as derivadas do n´ucleo. Ainda, deduzimos expans˜oes em s´erie para certas derivadas deK, em termos das derivadas deYk.

Come¸camos com uma nota¸c˜ao: Rm+1

∗ :=Rm+1 \ {0}. A extens˜ao radial de uma

fun¸c˜ao f :Sm R´e a fun¸c˜ao ˜f :Rm+1

∗ →R dada por

˜

f(x) = f(xkxk−1), x∈Rm+1

∗ .

A derivada parcial de uma fun¸c˜ao f : Sm R com rela¸c˜ao a j-´esima coordenada de y ∈ Sm ´e definida como sendo a derivada parcial da extens˜ao radial ˜f de f. Se escrevermos∂f /∂e˜ j para denotar aj-´esima derivada parcial de ˜f, ent˜ao

∂f ∂ej

(y) = ∂f˜

∂ej

(y), y∈Sm.

Seα= (α1, . . . , αm+1) ´e um multi-´ındice emZm++1, empregamos a nota¸c˜ao

Dα = ∂

|α|

∂eα1

1 . . . ∂e

αm+1

m+1

,

onde|α|:=α1+· · ·+αm+1. Por quest˜oes de uniformidade, escrevemosD0 para denotar

o operador identidade.

Podemos adaptar as defini¸c˜oes anteriores para fun¸c˜oes de duas vari´aveis na esfera e introduzir diferenciabilidade para n´ucleos. Se K : Sm × Sm R ´e um n´ucleo, a extens˜ao radial deK ´e o n´ucleo

˜

K(x, y) := K(xkxk−1, ykyk−1), x, y ∈Rm+1

∗ .

As fun¸c˜oes proje¸c˜oes correspondentes ˜Ky,yRm+1

∗ , s˜ao dadas pela f´ormula

˜

Ky(x) = ˜K(x, y), x∈Rm+1

(31)

2.1 Expans˜ao em s´erie para derivadas de n´ucleos de Mercer 13

O s´ımbolo ˜Ky|

Sm indicar´a a restri¸c˜ao de ˜Ky aSm.

SeK :Sm×Sm R´e um n´ucleo em Sm eα e β s˜ao multi-´ındices em Zm+1 + ent˜ao

Dα,βK(x, y) := D(α,β)K(x1, . . . , xm+1, y1, . . . , ym+1),

onde (α, β) ´e o multi-´ındice de Z2(m+1)

+ obtido pela adjun¸c˜ao dos multi-´ındices α eβ:

(α, β) = (α1, . . . , αm+1, β1, . . . , βm+1).

Todas as defini¸c˜oes e nota¸c˜oes introduzidas at´e agora podem ser transferidas para fun¸c˜oes complexas e n´ucleos complexos atrav´es de suas partes real e imagin´aria. Agora, seguimos introduzindo mais nota¸c˜oes e apresentando o espa¸co das fun¸c˜oes suaves com o qual trabalharemos neste cap´ıtulo.

Denotamos porCn(Sm) o conjunto das fun¸c˜oesf :Sm Cpara as quaisDαfexiste e ´e cont´ınua quando α ´e um multi-´ındice emZm+1

+ e |α| ≤n. Similarmente, para duas

vari´aveis,Cn,n(Sm×Sm) representa o conjunto dos n´ucleosK :Sm×Sm C para os quaisDα,βK existe e ´e cont´ınua quando α eβ satisfazem|α|,|β| ≤n. Adicionalmente, escrevemos C∞(Sm) =

n=0Cn(Sm) e C∞,∞(Sm×Sm) =∩∞n=0Cn,n(Sm×Sm).

O primeiro resultado desta se¸c˜ao descreve uma f´ormula de diferenciabilidade para as extens˜oes radiais de Yk quando impomos uma condi¸c˜ao de diferenciabilidade sobre

K. A referˆencia [20] analisa a mesma quest˜ao em um contexto diferente.

Teorema 2.1.1. Seja K um n´ucleo Mercer como em (1.2.1). Se D0,αK existe e ´e

cont´ınua quando |α| ≤n, ent˜ao:

(i) Yk ∈Cn(Sm), k = 0,1, . . .; (ii) vale a igualdade

DαY˜k(x) = 1

λk

hYk,(D0,αK˜)x|Smi2, x6= 0, |α| ≤n.

Demonstra¸c˜ao: E suficiente provarmos (´ ii). Assuma que D0,αK existe e ´e cont´ınua para todo multi-´ındice α em Zm+1

+ que satisfaz |α| ≤n. Se |α|= 0,

D0Y˜k(x) = ˜Yk(x) =Yk(xkxk−1) = 1

λk

Z

Sm

K(xkxk−1, y)Yk(y)dσm(y), x6= 0. Como ˜K ´e hermitiano,

D0Y˜k(x) = 1

λk

Z

Sm

˜

K(x, y)Yk(y)dσm(y) = 1

λk

Z

Sm

˜

Kx(y)Y

k(y)dσm(y), x6= 0,

e, consequentemente,

D0Y˜k(x) = 1

λk

hYk,K˜x|Smi2 =

1

λk

(32)

14 Cap´ıtulo 2 — Diferenciabilidade usual em EHR sobre a esfera

Seαj = (0, . . . ,0,1,0, . . . ,0), o d´ıgito 1 aparecendo na j-´esima entrada, podemos usar (2.1.1) para obter

DαjY˜

k(x) = lim t→0

˜

Yk(x+tej)−Y˜k(x)

t =

1

λk lim t→0

hYk,K˜x+tej|Sm −K˜x|Smi2

t , x6= 0.

Sendo o ´ultimo limite precisamente hYk,(D0,αjK˜)x|Smi2, temos

DαjY˜

k(x) = 1

λk

hYk,(D0,αjK˜)x|Smi2, x6= 0.

Para o pr´oximo passo, vamos assumir que o resultado ´e v´alido para todos os multi-´ındicesα tais que |α| < l, para algum l ≤n−1 e mostrar que a f´ormula (ii) ´e v´alida pra um multi-´ındiceβ com |β|=l. Para isso, observe que existe uma entradaj tal que

β := (γ1, . . . , γj−1, γj+ 1, γj+1, . . . , γm+1),

onde γ = (γ1, . . . , γm+1) ´e algum multi-´ındice em Z+m+1 tal que |γ|=l−1. Pela nossa

suposi¸c˜ao,DγY

k existe, ´e cont´ınua e satisfaz

DγY˜k(x) = 1

λk

hYk,(D0,γK˜)x|Smi2, x6= 0.

Pretendemos usar a f´ormula anterior para calcular a derivada

DβY˜k =

∂ ∂ej

DγY˜k,

para pontos emRm+1

∗ . Primeiramente, escrevemos

Y˜

k(x) = lim t→0

1

λk

*

Yk,

(D0,γK˜)x+tej|

Sm−(D0,γK˜)x|Sm

t + 2 = 1 λk *

Yk,lim t→0

(D0,γK˜)x+tej|

Sm−(D0,γK˜)x|Sm

t

+

2

, x6= 0.

Lembrando da nossa hip´otese sobreK, o ´ultimo limite acima ´e precisamente (D0,βK˜)x. Agora, ´e claro que

DβY˜k(x) = 1

λk

hYk,(D0,βK˜)x|Smi2, x6= 0,

e a demonstra¸c˜ao est´a completa.

(33)

2.1 Expans˜ao em s´erie para derivadas de n´ucleos de Mercer 15

Teorema 2.1.2. Se K pertence a Cn,n(Sm×Sm), ent˜ao

Dα,βK(x, y) =Dβ,αK(y, x), |α|,|β| ≤n, x, y Sm.

Em particular, os n´ucleos Dα,αK, |α| ≤n, s˜ao hermitianos.

Demonstra¸c˜ao: Seja K ∈ Cn,n(Sm×Sm). A f´ormula ´e ´obvia quando |α| =|β| = 0. Seei ´e o multi-´ındice que tem a i-´esima componente 1 e zeros nas demais, temos

Dei,0K(x, y) = Dei,0K˜(x, y) = lim

t→0t

−1( ˜K(x+te

i, y)−K˜(x, y))

= lim t→0t

−1K˜(y, x+te

i)−K˜(y, x)

= D0,eiK(y, x), x, y ∈Sm.

Recursivamente, deduzimos que

Dα,0K(x, y) =D0,αK(y, x), |α| ≤n, x, y Sm.

Uma f´ormula similar pode ser provada quando o primeiro multi-´ındice ´e fixado. O resultado segue.

Sob as mesmas hip´oteses do Teorema 2.1.2, a f´ormula

(D0,αK)x(y) = DαKy(x), x, y ∈Sm, |α| ≤n,

vale quandoK ´e real e sim´etrico.

O seguinte lema ´e um resultado t´ecnico e pode ser adaptado de resultados similares que podem ser encontrados na literatura (por exemplo, o Teorema 7.17 de [27] ou o Teorema 12 de [17]).

Lema 2.1.3. Sejam X um subconjunto aberto n˜ao vazio de Rm+1 e n um inteiro n˜ao

negativo. Seja {fk}∞k=0 uma sequˆencia de fun¸c˜oes em Cn(X), pontualmente

conver-gente para f : X → C. Se {Dαfk}

k=0 ´e uniformemente convergente em subconjuntos

compactos de X sempre que 0<|α| ≤n, ent˜ao f ∈Cn(X) e

Dαf = lim k→∞D

αf

k, 0<|α| ≤n.

O pr´oximo resultado pode ser interpretado como uma vers˜ao do teorema de Mer-cer para as diferentes derivadas de K. Os argumentos contidos na demonstra¸c˜ao se assemelham aos usados em [10].

Teorema 2.1.4. Seja K um n´ucleo de Mercer como em (1.2.1). Se K pertence a

Cn,n(Sm×Sm), ent˜ao

Dα,βK(x, y) =

X

k=0

λkDαYk(x)DβYk(y), x, y ∈Sm, |α|,|β| ≤n,

(34)

16 Cap´ıtulo 2 — Diferenciabilidade usual em EHR sobre a esfera

Demonstra¸c˜ao: O primeiro passo ´e observar que estamos trabalhando com n´ucleos cont´ınuos que s˜ao positivos definidos. Este conceito de positividade definida coincide com o conceito de L2-positividade definida, ou seja, com a positividade do operador

integral LK. Detalhes sobre o assunto e demonstra¸c˜ao da equivalˆencia citada podem ser encontrados em [11]. Para cada inteiro j ≥1, o n´ucleo

Kj(x, y) :=K(x, y)− j

X

k=0

λkYk(x)Yk(y), x, y ∈Sm

´eL2-positivo definido. Se K pertence a Cn,n(Sm×Sm), o mesmo acontece comK j e

Dα,αKj(x, y) :=Dα,αK(x, y)− j

X

k=0

λkDαYk(x)DαYk(y), x, y ∈Sm.

Vale a desigualdade

Ij(f) =

Z

Rm+1

Z

Rm+1

Dα,αK˜j(x, y)f(y)dµ(y)

f(x)dµ(x)≥0, f ∈L2(Rm+1, µ), onde µ ´e a medida de Lebesgue usual de Rm+1. De fato, integra¸c˜ao por partes e a

L2-positividade definida de ˜K implicam que

Ij(f) =

Z

Rm+1

Z

Rm+1

˜

Kj(x, y)Dαf(y)dµ(y)

Dαf(x)dµ(x)≥0,

sempre quef ´e infinitamente diferenci´avel e possui suporte compacto emRm+1

∗ . Ent˜ao,

resultados de densidade ([1, p.38]) justificam que a mesma desigualdade vale para fun¸c˜oes em L2(Rm+1

∗ ). O passo principal para a demonstra¸c˜ao do teorema consiste em

justificar que a s´erie

X

k=0

λkDαY˜k(x)DβY˜k(y) (2.1.2)

converge uniformemente em subconjuntos compactos de Rm+1

∗ ×Rm∗+1, pois o resto

segue do lema anterior. Claramente, o n´ucleo positivo definido ˜Kj ´e um elemento de

Cn,n(Rm+1

∗ ×Rm∗+1) e

Dα,αK˜j(x, y) = Dα,αK˜(x, y)− j

X

k=0

λkDαY˜k(x)DαY˜k(y), x, y ∈Rm∗+1,

quando|α| ≤n. ComoDα,αK˜

j ´e positivo definido, temos

Dα,αK˜j(x, x) = Dα,αK˜(x, x)− j

X

k=0

(35)

2.2 F´ormulas de reprodu¸c˜ao para derivadas 17

e, consequentemente,

X

k=0

λk|DαY˜k(x)|2 ≤Dα,αK˜(x, x), x∈Rm∗+1.

A convergˆencia da s´erie anterior em subconjuntos compactos de Rm+1

∗ segue. Para o

passo final da demonstra¸c˜ao, utilizamos a convergˆencia obtida acima, a desigualdade

q X

k=j+1

λkDαY˜k(x)DβY˜k(y)

≤ q X

k=j+1

λk|DαY˜k(x)|2 q

X

k=j+1

λk|DβY˜k(y)|2, x, y ∈Rm∗ +1,

e o crit´erio de Cauchy para convergˆencia uniforme para justificar a convergˆencia dese-jada em (2.1.2).

O resultado abaixo ´e uma consequˆencia relevante do teorema anterior.

Corol´ario 2.1.5. Seja K um n´ucleo de Mercer como em (1.2.1). Se K pertence a

Cn,n(Sm×Sm) e |α| ≤n, ent˜ao Dα,αK ´e um n´ucleo de Mercer.

2.2

ormulas de reprodu¸

ao para derivadas

Nesta se¸c˜ao, continuaremos com n´ucleos de Mercer satisfazendo as mesmas hip´ote-ses b´asicas utilizadas na se¸c˜ao anterior e buscaremos a diferenciabilidade das fun¸c˜oes do EHR associado a K. O processo fornece, ao longo do caminho, f´ormulas de repro-du¸c˜ao para derivadas dos elementos do EHR. Estas, por sua vez, ajudam a justificar o mergulho do espa¸co em espa¸cos de fun¸c˜oes diferenci´aveis em Sm. A caracteriza¸c˜ao do EHR de um n´ucleo de Mercer dada em (1.2.3) ´e essencial aqui.

Teorema 2.2.1. Seja K um n´ucleo de Mercer como em (1.2.1). Se K pertence a

Cn,n(Sm×Sm), ent˜ao

(D0,αK)x =

X

k=0

λkDαYk(x)Yk, x∈Sm, |α| ≤n,

e para cada x∈Sm e |α| ≤n, (D0,αK)x pertence a H K.

Demonstra¸c˜ao: Do Teorema 2.1.4 sabemos que

D0,αK(x, y) =

X

k=0

λkYk(x)DαYk(y), x, y ∈Sm,

quando |α| ≤n. Logo,

D0,αKx

(y) =D0,αK(y, x) =

X

k=0

(36)

18 Cap´ıtulo 2 — Diferenciabilidade usual em EHR sobre a esfera

e a primeira afirma¸c˜ao do teorema segue. A segunda parte ´e consequˆencia da caracte-riza¸c˜ao (1.2.3) do EHR, da f´ormula

(D0,αK)x =

X

k=0

λ1k/2DαY

k(x)λk1/2Yk, x∈Sm, e da convergˆencia de

X

k=0

λ

1/2

n DαYk(x)

2

=

X

k=0

λn|DαYk(x)|2 =Dα,αK(x, x), x∈Sm, a qual vale quandoK pertence a Cn,n(Sm×Sm).

A invers˜ao nas ordens de deriva¸c˜ao no teorema anterior ´e permitida. Por´em, a f´ormula resultante colocaDα,0K(x,·) em H

K. Isto ´e justicado na seguinte observa¸c˜ao.

Observa¸c˜ao 2.2.2. A invers˜ao nas ordens de deriva¸c˜ao produz propriedades de repro-du¸c˜ao conjugadas. De fato, seja

H:={f :f ∈ HK},

e defina neste espa¸co o seguinte produto interno:

hf , hiH =hf, hiK, f, h∈ HK.

O fato de (HK,h·,·iK) ser um espa¸co de Hilbert implica que (H,h·,·iH) tamb´em ´e um espa¸co de Hilbert. Adicionalmente,

Kx=K(·, x) =Kx∈ H, xSm,

e

f(x) = hf, KxiK =hf , K x

iH, f ∈ H, x∈Sm.

Em outras palavras, (H,h·,·iH) = (HK,h·,·iK), devido `a unicidade do EHR de um n´ucleo positivo definido. Consequentemente, o EHRHK ´e completamento determinado porHK via conjuga¸c˜ao.

A a¸c˜ao do operadorDα nos elementos da base{Y

k}∞k=0 que gera o n´ucleo de Mercer

´e o conte´udo do pr´oximo teorema.

Teorema 2.2.3. Seja K um n´ucleo de Mercer como em (1.2.1). Se K pertence a

Cn,n(Sm×Sm), ent˜ao

(37)

2.2 F´ormulas de reprodu¸c˜ao para derivadas 19

Demonstra¸c˜ao: Fixe x∈ Sm, k Z

+ e α tal que |α| ≤n. Se K pertence ao espa¸co

Cn,n(Sm×Sm), o Teorema 2.2.1 implica que (D0,αK)x ∈ H

K. Agora, observe que as fun¸c˜oes (D0,αK)x e Y

k pertencem a L2(Sm)∩ HK. Esta observa¸c˜ao nos permite fazer o seguinte c´alculo

hYk,(Dα,0K)xiK =

X

j=0

λjhYk, DαYj(x)YjiK

=

X

j=0

λ1j/2 λ1k/2D

αY

j(x)hλ1k/2Yk, λ1j/2YjiK.

A ortonormalidade do sistema {λ1k/2Yk}∞k=0 no EHR HK nos permite concluir que

Y

k(x) = hYk,(D0,αK)xiK.

O pr´oximo resultado estende a conclus˜ao do teorema anterior a todas as fun¸c˜oes de

HK. Parte da justificativa do teorema abaixo foi idealizada com base na demonstra¸c˜ao do Teorema 2.1.4.

Teorema 2.2.4. Seja K um n´ucleo de Mercer como em (1.2.1). Se K pertence a

Cn,n(Sm×Sm) ent˜ao H

K pode ser mergulhado em Cn(Sm). Adicionalmente,

Dαf(x) = hf,(D0,αK)xiK, f ∈ HK, x∈Sm, |α| ≤n. (2.2.2)

Demonstra¸c˜ao: Assuma que K ∈ Cn,n(Sm × Sm). Seja f ∈ H

K e considere sua representa¸c˜ao em s´erie com rela¸c˜ao a base {λ1k/2Yk}∞k=0 deHK:

f =

X

k=0

akλ1k/2Yk,

X

k=0

|ak|2 <∞. Para mostrar quef ∈Cn(Sm) ´e suficiente verificar que

Dαf˜=

X

k=0

akλ1k/2D αY˜

k, |α| ≤n,

com convergˆencia absoluta e uniforme da s´erie em subconjuntos compactos de Rm+1

∗ .

A express˜ao do lado direito na igualdade acima est´a bem definida, uma vez que a desigualdade de Cauchy-Schwarz implica que

∞ X k=0

akλ1k/2DαY˜k(x)

2 ≤ ∞ X k=0

|ak|2

! X

k=0

λk|DαY˜k(x)|2

!

=

X

k=0

|ak|2

!

Dα,αK˜(x, x), x∈Rm+1

(38)

20 Cap´ıtulo 2 — Diferenciabilidade usual em EHR sobre a esfera

A seguir, considere a sequˆencia de fun¸c˜oes {f˜j}∞j=1 dada por

˜

fj(x) = j

X

k=0

akλ1k/2Y˜k(x), j ∈Z+, x∈Rm∗+1.

A sequˆencia converge pontualmente para ˜f e, al´em disso,{f˜j}∞j=1 ⊂Cn(Rm∗+1). Observe

que

|Dαf˜q(x)−Dαf˜p(x)|2 =

q X

k=p+1

akλ1k/2DαY˜k(x)

2 ≤ q X

k=p+1

|ak|2

! q X

k=p+1

λk|DαY˜k(x)|2

!

≤ ∞

X

k=0

|ak|2

! q X

k=p+1

λk|DαY˜k(x)|2

!

, x∈Rm+1

∗ ,

e que a convergˆencia da s´erie

X

k=0

λk|DαY˜k(x)|2 =Dα,αK˜(x, x), ´e absoluta e uniforme em subconjuntos compactos deRm+1

∗ (veja Teorema 2.1.4). Uma

aplica¸c˜ao do crit´erio de Cauchy para convergˆencia uniforme nos d´a ent˜ao a convergˆencia de{Dαf˜

j}∞j=1 em subconjuntos compactos deRm∗+1. Al´em disso, o Lema 2.1.3 pode ser

aplicado para deduzir que ˜f ∈Ck(Rm+1

∗ ) e que

Dαf˜=

X

k=0

akλ1k/2DαY˜k,

com convergˆencia absoluta e uniforme em subconjuntos compactos de Rm+1

∗ . Agora,

fica claro quef ∈Cn(Sm) e

Dαf =

X

k=0

akλ1k/2DαYk, f ∈ HK. Finalmente, a f´ormula (2.2.1) implica

Dαf(x) =

X

k=0

akλ1k/2hYk,(D0,αK)xiK =

* X

k=0

akλ1k/2Yk,(D0,αK)x

+

(39)

2.3 F´ormulas de reprodu¸c˜ao no caso bizonal 21

A demonstra¸c˜ao est´a completa.

Uma f´ormula semelhante `a anterior foi demonstrada em [33]. Entretanto, a categoria de dom´ınios envolvida naquele trabalho n˜ao inclue a esfera Sm.

Para n´ucleos que satisfazem as hip´oteses do teorema anterior podemos fornecer uma demonstra¸c˜ao alternativa para a f´ormula do Teorema 2.1.2. Este ´e o conte´udo da observa¸c˜ao que encerra esta se¸c˜ao.

Observa¸c˜ao 2.2.5. Pelo Teorema 2.2.4 temos que

Dαf(x) = hf,(D0,αK)xiK, f ∈ HK, x∈Sm. Por outro lado, j´a vimos que (D0,αK)x pertence aH

K quando|α| ≤n ex∈Sm. Logo,

Dα,βK(x, y) = Dα((D0,βK)y)(x) =h(D0,βK)y,(D0,αK)xiK. As duas igualdades

h(D0,βK)y,(D0,αK)xiK =h(D0,αK)x,(D0,βK)yiK e

h(D0,αK)x,(D0,βK)yiK =Dβ((D0,αK)x)(y) = Dβ,αK(y, x), implicam a f´ormula do Teorema 2.1.2.

2.3

ormulas de reprodu¸

ao no caso bizonal

Nesta se¸c˜ao continuamos com as investiga¸c˜oes iniciadas nas se¸c˜oes anteriores, adi-cionando a bizonalidade do n´ucleo de Mercer como hip´otese.

Dizemos que um n´ucleo K : Sm×Sm C ´e bizonal quando existe uma fun¸c˜ao

ϕ: [−1,1]→C tal que

K(x, y) =ϕ(x·y), x, y ∈Sm. (2.3.1)

Apesar de n˜ao demonstrarmos este fato aqui, informamos que K ´e zonal se, e somente se, ele ´e invariante por transforma¸c˜oes ortogonais de Rm+1 ([18, p. 17]), ou seja,

K(x, y) = K(A(x), A(y)), x, y ∈Sm,

qualquer que seja a transforma¸c˜ao linear ortogonalA:Rm+1 Rm+1. O termo bizonal vem na verdade desta propriedade.

(40)

22 Cap´ıtulo 2 — Diferenciabilidade usual em EHR sobre a esfera

Proposi¸c˜ao 2.3.1. Seja K um n´ucleo de Mercer como em (1.2.1). Se K ´e bizonal, a fun¸c˜ao ϕ oriunda da defini¸c˜ao de bizonalidade ´e um elemento de C1([1,1]), x Sm

e j ∈ {1,2, . . . , m+ 1} ent˜ao Kx e (D0,ejK)x s˜ao ortogonais em H

K.

Demonstra¸c˜ao: SejamK, ϕ,xej como no enunciado da proposi¸c˜ao. ´E imediato que

K ∈C1,1(Sm×Sm). Ent˜ao, o Teorema 2.2.4 implica que

hKx,(D0,ejK)xi

K =DejKx(x), x∈Sm.

Por outro lado, um c´alculo direto revela que

DejKx(y) =ϕ(x·y)[(e

j·x)−(ej·y)(x·y)], x, y ∈Sm.

Em particular,

DejKx(x) = ϕ(1)[(e

j·x)−(ej·x)] = 0,

e a rela¸c˜ao de ortogonalidadehKx,(D0,ejK)xi

K = 0 segue.

Obviamente, a derivada deϕemx= 1 mencionada na demonstra¸c˜ao acima refere-se `a derivada `a direita.

Quanto `a ortogonalidade dos elementos da fam´ılia

Fx :={(D0,ejK)x :j = 1,2, . . . , m+ 1}, uma compara¸c˜ao ´e poss´ıvel quandoϕ ´e um elemento de C2([1,1]).

Proposi¸c˜ao 2.3.2. Seja K um n´ucleo de Mercer como em (1.2.1). Se K ´e bizonal, a fun¸c˜aoϕ oriunda da defini¸c˜ao de bizonalidade ´e um elemento deC2([1,1]) e xSm

ent˜ao a seguinte f´ormula vale:

h(D0,ekK)x,(D0,ejK)xi

K =−ϕ′(1)(ej ·x)(ek·x), k6=j. (2.3.2)

Demonstra¸c˜ao: SejaK,ϕ excomo descritos no enunciado da proposi¸c˜ao. Considere a extens˜ao ˜K deK. C´alculos diretos revelam que

D0,ekK˜(x, y) = ϕ

x·y

kxkkyk

(ek·x)kxkkyk −(x·y)(ek·y)kxkkyk−1

kxk2kyk2

= ϕ′

x·y

kxkkyk

(ek·x)

kxkkyk −

(x·y)(ek·y)

kxkkyk3

, x, y 6= 0.

Segue que

D0,ekK(x, y) = ϕ(x·y)[(e

(41)

2.4 Mergulho do EHR em espa¸cos de fun¸c˜oes suaves 23

Um processo similar nos leva `a seguinte f´ormula paraDej,ekK˜(x, y)

ϕ′′

x·y

kxkkyk

(ej ·y)

kxkkyk −

(x·y)(ej ·x)kxk−1

kxk2kyk2

(ek·x)

kxkkyk −

(x·y)(ek·y)

kxkkyk3

+ϕ′

x·y

kxkkyk

−(ek·x)(ej·x)

kxk3kyk

(ek·y)

kyk3

(ej·y)

kxk −

(x·y)(ej·x)

kxk3

,

sempre que k 6=j e x, y 6= 0. Em particular,

Dej,ekK(x, y) = ϕ′′(x·y)[(e

k·x)−(ek·y)(x·y)][(ej ·y)−(ej·x)(x·y)] + ϕ′(x·y)[(ej·x)(ek·y)(x·y)−(ek·x)(ej·x)−(ek·y)(ej ·y)],

parak6=j ex, y ∈Sm. A afirma¸c˜ao da proposi¸c˜ao segue destes c´alculos e dos teoremas 2.2.1 and 2.2.4.

Corol´ario 2.3.3. Seja K um n´ucleo de Mercer como em (1.2.1). Se K ´e bizonal, a fun¸c˜ao ϕ oriunda da defini¸c˜ao de bizonalidade ´e um elemento de C2([1,1]) tal que

ϕ′(1) 6= 0 e xSm, ent˜ao as fun¸c˜oes (D0,ekK)x and (D0,ejK)x s˜ao ortogonais em H

K

se, se somente se, x´e ortogonal a ambos ek e ej.

Para finalizar a se¸c˜ao, passamos para o c´alculo de uma estimativa para a norma dos elementos considerados nos resultados anteriores.

Proposi¸c˜ao 2.3.4. Seja K um n´ucleo de Mercer como em (1.2.1). Se K ´e bizonal, a fun¸c˜aoϕ oriunda da defini¸c˜ao de bizonalidade ´e um elemento de C2([1,1]) e xSm,

ent˜ao k(D0,ejK)xk

K ≤

p

ϕ′(1), j = 1,2, . . . , m+ 1.

Demonstra¸c˜ao: Nas condi¸c˜oes da proposi¸c˜ao, o Corol´ario 2.1.5 implica queϕ′(1)0.

Um processo an´alogo ao usado na demonstra¸c˜ao da Proposi¸c˜ao 2.3.2 revela que

Dej,ejK(x, y) = ϕ′′(x·y)[(e

j·x)−(ej·y)(x·y)][(ej·y)−(ej ·x)(x·y)]

+ ϕ′(x·y)[1 + (ej·x)(ej·y)(x·y)−(ej ·x)2 −(ej ·y)2], x, y ∈Sm. Logo,

k(D0,ejK)xk2

K =Dej,ejK(x, x) =ϕ′(1)[1−(ej·x)2]≤ϕ′(1). Assim, a desigualdade da afirma¸c˜ao da proposi¸c˜ao segue.

2.4

Mergulho do EHR em espa¸

cos de fun¸

oes suaves

(42)

24 Cap´ıtulo 2 — Diferenciabilidade usual em EHR sobre a esfera

Fixados um n´ucleo positivo definido K e um multi-´ındice α em Zm+1

+ para o qual

D0,αK existe, a fun¸c˜ao η

α :Sm → HK dada por

ηα(x) = (D0,αK)x, x∈Sm, aparece naturalmente nos argumentos.

Um resultado geral provado em [34], que inclui o contexto deste trabalho, justifica que a continuidade de K ´e equivalente `a continuidade de η0. Se |α| > 0, a seguinte

proposi¸c˜ao complementa este resultado, pelo menos no caso esf´erico que estamos tra-tando.

Proposi¸c˜ao 2.4.1. Seja K um n´ucleo de Mercer como em (1.2.1). Se K pertence a

Cn,n(Sm×Sm) e |α| ≤n, ent˜ao η

α ´e cont´ınua.

Demonstra¸c˜ao: Sejam K e α como na hip´otese da proposi¸c˜ao. Temos,

kηα(x)−ηα(y)k2K = hηα(x)−ηα(y), ηα(x)−ηα(y)iK

= h(D0,αK)x−(D0,αK)y,(D0,αK)x−(D0,αK)yiK, x, y ∈Sm. Por outro lado, c´alculos simples usando a f´ormula do Teorema 2.2.4 implicam que

kηα(x)−ηα(y)k2K =Dα,αK(x, x)−Dα,αK(x, y)−Dα,αK(y, x) +Dα,αK(y, y). A continuidade deηα segue.

Observe que o resultado acima pode ser reproduzido em outros contextos, contanto que uma vers˜ao do Teorema 2.2.4 esteja dispon´ıvel. Isso certamente inclui as configu-ra¸c˜oes consideradas em [10, 38], onde o n´ucleo ´e definido sobre subconjuntos especiais deRm+1.

Na continua¸c˜ao, considere Cn(Sm) munido da norma dada por

kfkCn = max{|Dαf(x)|:|α| ≤n, x∈Sm, f ∈Cn(Sm)}.

De maneira similar podemos introduzir uma normak · kCn,n emCn,n(Sm×Sm).

Propri-edades adicionais do mergulhoι :HK ֒→Cn(Sm) s˜ao descritas no resultado a seguir. A demonstra¸c˜ao foi inspirada nas ideias contidas em [38].

Teorema 2.4.2. Seja K um n´ucleo de Mercer como em (1.2.1). Se K pertence a

Cn,n(Sm×Sm), ent˜ao o mergulho ι : H

K ֒→ Cn(Sm) ´e limitado e compacto.

Adicio-nalmente,

kfkCn ≤ kKk1/2

(43)

2.4 Mergulho do EHR em espa¸cos de fun¸c˜oes suaves 25

Demonstra¸c˜ao: Se K ∈ Cn,n(Sm ×Sm), ent˜ao a f´ormula (2.2.2) vale e aplicando a desigualdade de Cauchy-Schwarz obtemos

|Dαf(x)|=|hf,(D0,αK)xiK| ≤ k(D0,αK)xkKkfkK. Por outro lado,

k(D0,αK)xkK2 =h(D0,αK)x,(D0,αK)xiK =Dα,αK(x, x)≤ kKkCn,n.

Combinando-se estas desigualdades chegamos `a limita¸c˜ao deιe `a desigualdade (2.4.1). A demonstra¸c˜ao da compacidade deι´e mais delicada. Fixando uma sequˆencia limitada

{fj}∞j=0 emHK, pretendemos mostrar que pelo menos uma subsequˆencia dela ´e conver-gente em Cn(Sm). Para cadaα satisfazendo |α| ≤n, considere a sequˆencia{Dαf

j}∞j=0.

Aplicando a Proposi¸c˜ao 2.4.1, podemos achar constantes cα >0 tais que

kηα(x)kK ≤cα, x∈Sm.

Segue que

|Dαfj(x)|=|hfj, ηα(x)iK| ≤ kfjkKkηα(x)kK ≤M cα, x∈Sm, j = 0,1, . . . ,

onde M ´e uma constante que limita a sequˆencia {fj}∞j=0. Em particular, {Dαfj}∞j=0 ´e

uniformemente limitada. A desigualdade

|Dαfj(x)−Dαfj(y)|=|hfj, ηα(x)−ηα(y)iK| ≤ kfjkKkηα(x)−ηα(y)kK, x, y ∈Sm,

e a continuidade de ηα nos permite justificar a equicontinuidade de{Dαfj}∞j=0. Agora,

usando o teorema de Arzel´a-Ascoli ([12, p. 131]) para passar a uma subsequˆencia, se necess´ario, podemos assumir que {fj}∞j=0 ´e uniformemente convergente para uma

fun¸c˜ao g ∈C(Sm). Em seguida, escrevemos

S :={α : 0<|α| ≤n}={α1, α2, . . . , αr}, ordenando de forma crescente com rela¸c˜ao `a |α|. Como {Dα1f

j}∞j=0 ´e uniformemente

limitada e equicont´ınua, podemos usar o mesmo procedimento, a fim de concluir que

{Dα1f

j}∞j=0 ´e uniformemente convergente. Podemos repetir este processo at´e exaurir o

conjuntoS. Terminamos com uma sequˆencia{fj}∞j=0, uniformemente convergente para

g e tal que {Dαf

j}∞j=0 ´e uniformemente convergente para todoα em S. Agora, o Lema

2.1.3 implica que g ∈Cn(Sm) e {f

(44)

26 Cap´ıtulo 2 — Diferenciabilidade usual em EHR sobre a esfera

2.5

Exemplos

Nesta se¸c˜ao, reconsideramos os exemplos apresentados anteriormente, levando em conta alguns resultados provados neste cap´ıtulo.

Exemplo 2.5.1. (N´ucleo polinomial homogˆeneo) Considere o n´ucleo introduzido no exemplo 1.2.6. J´a vimos que este ´e um n´ucleo de Mercer representado por

K(x, y) = X

|α|=d

C(d, α)xαyα, x, y Sm

e que o conjunto{C(d, α)1/2xα}|

α|=d´e uma base ortonormal para o EHRHK associado ao n´ucleoK. ´E f´acil ver queK ∈C∞,∞(Sm×Sm). ComoH

Ktem dimens˜ao finita, temos a inclus˜aoHK ⊂C∞(Sm). De fato, todas as fun¸c˜oes deHK s˜ao somas finitas de fun¸c˜oes que est˜ao em C∞(Sm). Al´em disso, pela mesma raz˜ao, o mergulho H

K ⊂ C∞(Sm) ´e compacto ([16, p. 407]).

No restante da se¸c˜ao, consideramos o n´ucleo Gaussiano introduzido no exemplo 1.2.7, o qual j´a sabemos ser um n´ucleo de Mercer. Sua representa¸c˜ao em s´erie via harmˆonicos esf´ericos ´e dada por ([23, 24])

Kσ(x, y) =

X

k=0

λσk

N(k,m)

X

l=1

Yk,l(x)Yk,l(y), x, y ∈Sm,

onde

λσk =e−2/σ2σm−1Ik+(m−1)/2(m+ 1,2σ−2)Γ((m+ 1)/2), k = 0,1, . . . . (2.5.1)

O s´ımbolo Ik+(m−1)/2(m+ 1,·), k = 0,1, . . ., representa a fun¸c˜ao de Bessel modificada

de primeira esp´ecie associada ao inteiro m+ 1, Γ ´e fun¸c˜ao gama usual e {Yk,l : k = 1,2, . . . , N(k, m)}´e uma base do espa¸coHm

k dos harmˆonicos esf´ericos de graukemm+1 vari´aveis como definido em (1.3.1). Em particular, o n´ucleo tem uma representa¸c˜ao em s´erie como descrito em (1.2.1). A sequˆencia {λσk}∞k=0 satisfaz a desigualdade

2λσ k

λσ k+1

>(2k+m+ 1)σ2, k= 0,1, . . . , (2.5.2) o que garante que ela ´e eventualmente decrescente. Em particular, convergente. Todas as informa¸c˜oes fornecidas at´e momento podem ser ratificadas em [23, p. 312].

O EHR HKσ associado ao n´ucleo Gaussiano Kσ pode ser caracterizado como em

(1.2.3) da seguinte maneira

HKσ =    ∞ X k=0

N(k,m)

X

l=1

ak,l(λσk)1/2Yk,l :

X

k=0

N(k,m)

X

l=1

a2k,l <∞

 

(45)

2.5 Exemplos 27

Os resultados das se¸c˜oes anteriores revelam que HKσ ⊂C

(Sm). Entretanto, como

ilustra¸c˜ao, deduziremos a mesma informa¸c˜ao via sequˆencias rapidamente decrescentes. Diremos que uma sequˆencia{aj}∞j=0de n´umeros reais n˜ao negativos ´erapidamente

decrescente quando sup{nka

n : n ∈ Z+} < ∞, k ∈ Z+. A seguinte implica¸c˜ao est´a

provada em [25, p.36].

Lema 2.5.2. Seja {fk}∞k=0 uma sequˆencia de harmˆonicos esf´ericos com fk ∈ Hmk,

k = 0,1, . . .. Se a sequˆencia {kfkk2}∞k=0 ´e rapidamente decrescente, ent˜ao a fun¸c˜ao f

dada por

f(x) =

X

k=0

fk(x), x∈Sm,

´e um elemento de C∞(Sm).

Este lema entra nos argumentos da demonstra¸c˜ao do pr´oximo resultado.

Teorema 2.5.3. Se uma fun¸c˜ao f possui uma representa¸c˜ao

f =

X

k=0

N(k,m)

X

l=1

ak,l(λσk)1/2Yk,l,

X

n=0

N(k,m)

X

k=1

a2k,l <∞,

ent˜ao f ´e um elemento de C∞(Sm).

Demonstra¸c˜ao: Sejaf como na hip´otese do teorema e escreva

fk = N(k,m)

X

l=1

ak,l(λσk)1/2Yk,l, k = 0,1, . . . . Mostremos que {kfkk2}∞k=0 ´e rapidamente decrescente. Claramente,

kfkk22 =λσk

N(k,m)

X

l=1

a2k,l

,

e, consequentemente,

kfkk22 ≤λσkkfk22, k = 0,1, . . . .

Ent˜ao, ´e suficiente verificarmos que {(λσ

k)1/2 :k= 0,1, . . .}´e rapidamente decrescente. Para isso, primeiramente observe que a desigualdade (2.5.2) implica que

λσ k

λσ k+1

> k+ 1, (2.5.4)

para σ≥1. Como {λσ

k}∞k=0 converge, temos

(46)

28 Cap´ıtulo 2 — Diferenciabilidade usual em EHR sobre a esfera

Em seguida aplicamos um argumento de indu¸c˜ao. Assuma que

sup{knλσk :k = 0,1, . . .}<∞, n= 0,1, . . . , p−1, (2.5.5)

para algump≥1. Usando (2.5.4), deduzimos que

(k+ 1)pλσk+1 = (k+ 1)p−1(k+ 1)λσk+1 ≤(k+ 1)p−1λσk = p−1

X

n=0

p−1

n

kp−1−nλσk, k ≥0.

Assim, (2.5.5) implica que

sup{kpλσk :k= 0,1, . . .}<∞.

No caso em que σ <1, observe que a f´ormula 2.5.2 implica a desigualdade

λσ k

λσ k+1

> k+ 1 N0

, k ≥N0.

para algum N0 ∈Ntal que σ2 > N10. A mesma argumenta¸c˜ao do caso em queσ ≥1, ´e

v´alida para demonstrarmos que

sup{kpλσk :k= 0,1, . . .}<∞.

Desta forma, provamos que{λσ

k}∞k=0 ´e rapidamente decrescente. Portanto, a mesma

conclus˜ao ´e v´alida para a sequˆencia{(λσ

k)1/2}∞k=0.

Agora, considere a expans˜ao

Kσ,r(x, y) := exp(rσ−2(x·y)) =

X

k=0

Ik(m+ 1, rσ−2) N(k,m)

X

l=1

Yk,l(x)Yk,l(y), x, y ∈Sm,

que ´e uma consequˆencia de resultados provados em [26, p. 124] e da f´ormula de adi-¸c˜ao para polinˆomios de Legendre ([25, p.27]). Introduzindo a sequˆencia {λσ

k}∞k=0 como

definida em (2.5.1) temos

Kσ,r(x, y) =

X

k=0

N(k,m)

X

l=1

(λσk)1/2Ik m+ 1, rσ−2

Yk,l(y)(λσk)1/2Yk,l(x), x, y ∈Sm. Desta forma, sey ∈Sm, a verifica¸c˜ao de que Ky

σ,r ∈ HKσ depende da convergˆencia da

s´erie

X

k=0

N(k,m)

X

l=1

|ak,l|2 =

X

k=0

(λσk)−1Ik m+ 1, rσ−2

2

N(k,m)

X

l=1

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