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2013, Tradições e inovação

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Academic year: 2018

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(1)

A

OURIVE.SARIA PRE,-HISTORICA

DO

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Ao longo do

II"

milénio a.C. as sociedades do ocidente peninsular assisriram a um importante desenvolvimenro na metalurgia do ouro.

As peças de ourivesaria váo evoluindo scgundo correntes técnico-artísticas diversas, mas subjaz a essa evoluçáo uma corrente dominante de crescimento clos volumes

de metal incluídos em cada uma.

lsro

é r.isír,el, dcsignadamenre, na ocorrência

de ocultaçôes de jóias simples, lormadas

por

espirais de arame cle

ouro.

que frequentemente se encontram entrelaçadas umas nas outras. denunciando a sua

característica de verdadeiros entesouramentos, feitos de forma continuada. e náo

de simples conjuntos de jóias imediatamente funcionais.

Esta progressiva acumulaçáo de metal conduz a peças de grande dimensáo, ulrra_

passando,

por

vezes

um

peso

unitário

de mais

de

1

kg,

que ocasionalmente se

reunem em tesouros complexos.

No

último quarto do

Ilo

milénio

esras peças pertencem a duas tradiçóes bem disrintas do

ponto

de vista récnico e cstético:

.

temos, em primeiro lugar, a tradiçáo atlântica, de peças obtidas por forjamento

a parrir de lingotes oblongos, posteriormente decorados por incisáo de motivos

geométricos, que se designa por Sagrajas/BerzocaÁa, que é a mais numerosa em termos de achados:

.

segundo, a tradiçáo designada de Villena/Estremoz, de peças caneladas, obtidas

por fundiçáo pelo método da cera perdida, característica pelas fiadas de espigóes

pontiagudos, que parece ser um endemismo peninsular

Um dos problemas subjacentes ao estudo destas peças, em geral, é o da compreensão

do abastecimento dos metais, do equilíbrio obtido em momentos e locais concretos,

entre a obtençáo de metal, através de mineraçáo e a refundiçáo de objectos pré_

-existcntes.

Há,

em suma, uma "cadeia

trófica',

da qual conhecemos o exrremo

superior dos objectos de

maior

dimensáo (naruralmente, também conhecemos,

por ocasionais ocultacóes náo recuperadas e algumas deposiçóes funerárias, alguns exemplos de níveis inferiores da "cadeia"), que importaria cntender.

Haverá um

contriburo

da indagaçáo físico,quimica para este entendimenro, mas

tal requisita uma profunda colaboraçáo transdisciplinar, enrrc os especialistas que

se ocupam dessa investigaçâo, os que estudam as peças

do ponto

de vista mais

tradicional e os que, no campo, investigam a ocupaçáo do espaço e a exploraçáo

dos recursos naturais. Este cruzamento de dados está por àzer.

O

problema é especialmente importante pois, nesse

úkimo

quarto do

milénio,

os

Ênómenos de acumulaçáo e intercâmbio do metal precioso devem ter conduzido

(3)

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necessário para trabalhar simultaneamente com ambas as técnicas e dominar ambas as Iinguagens. Este cruzamento de peças e artesáos é essencial para se compreender a súbita evoluçáo que se assiste na ourivesaria a

partir

da viragem

do

II"

para o

Io milénio.

A partir

desse

momento

conhecemos peças que podem ser a combinaçáo física de resros de objectos de umâ e ourra tradiçóes, como acontece com o fecho do

colar de

Sintra,

que pode ser

um

lragmento de

um

bracelete de estilo

Villena/

Estremoz, como

foi

proposto. Há

outras peças que

utilizaram

as diferentes técnicas em distinros elementos de objectos pré-determinados, o que só pode ter acontecido de uma forma deliberada, como acontece no bracelete de Cantonha.

Para

além disto, podem multiplicar-se

os exemplos de

hibridismos de

uma tradiçáo com a outra,

num

fenómeno que, considerada a distribuiçáo geográfica

das peças conhecidas, é certamente

próprio

da fachada ocidental da península. Contemporaneamente, começam a ser recebidos na Península Ibérica os primeiros objectos de ourivesaria intercambiados

com o Mediterrâneo Oriental,

ainda

no domínio

das relaçóes pré-coloniais,

como

é

o

caso

do peitoral

de provável

produçáo

cipriota

de Castro

Marim.

Sabemos também que o intercâmbio, nesta

época, náo abrange apenas a ourivesaria:

outros

objectos, designadamente os

bronzes, fazem parte dos mecanismos de contacto e, de lacto, a ourivesaria e a

torêutica infl uenciam-se mutuamente.

Esta nova ourivesaria parccc ter estimulado nos artífices do ocidente peninsular

a capacidade

inventiva que, por

preferência

ou

necessidade,

vai interromper

o fenómeno milenar da

acumuiaçáo

de metal

precioso

em

pesados objectos

individuais

e, através da produçáo de peças ocas

ou

Iaminadas

vai,

mantendo

em

muitos

casos âs estéticas

tradicionais,

reduzir drasticamente as quantidades

de meral manipulado.

O principal conjunto

demonstrativo deste momento é o tesouro de

Moura.

Certamente que, a

partir

deste

momento,

se

multiplicaram

as ocorrências de

substiruiçáo de peças de grande peso, transformadas em peças de novo estilo.

'Ibdavia,

as condiçóes próprias do regisro arqueológico associado à

ourivesarir

arcaica em geral, náo permite uma indagaçâo aprofundada, dos mecanismos de

ocultaçáo dos tesouros da Idade

do

Bronze, e táo pouco os padróes de

povoa-menro sáo suficientemente bem conhecidos para se compreender quais as suas

evoluçóes que

justificam

o que parece ser

um "pico

estatístico" de ocultaçóes náo recuperadas de peças de ourivesaria do Bronze F-inal e da

I"

Idade do Ferro.

O

processo desenrola-se e complexifica-se, já em pleno período orientalizante,

no

primeiro

quarto do In

milénio

a.C., quando a importaçáo de jóias filigranadas

fenícias, de que umas das mais antigas conhecidas sâo talvez as de Odemira,

coexiste

com

a

rápida

adopçáo dessas técnicas e a sua aplicaçáo

em

objectos

que, na sua base

tipológica,

sáo ainda típicos

do

Bronze

Final,

como é

o

caso

dos braceletes de Torre Vâ.

O

relativamente curro lapso de tempo que se estende do séc.

XI

ao séc.

VIII

a.C.

é, portanto,

um

período de rapidíssima

e

muito

fértil

inovaçáo técnica,

de

(4)

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PARA PRI: SFIt\:AIt

modificaçáo da expressáo artística e, em suma, de alteraçáo do papel que a

jóia

desempenha na expressáo do papel social do seu possuidor.

A

coexistência de produçáo de peças de estilo

tradicional,

de importaçóes e de

produçáo local de imitaçóes dessas importaçôes é

um

dos problemas-chave do interface entre a investigaçáo arqueológica, em senso

lato,

e a investigaçáo da

ourivesaria arcaica, nos seus aspectos estético-artísticos e técnicos. Por

outro

lado, está por investigar quais as implicaçóes físicas que o

hibridismo

das técnicas

rrazem

no domínio

da conservaçáo das peças,

objectivo principal

do

Encontro

e do Projecto em que ele se integra.

gracel€le do Brcnre Final, de

técn ca mistâ. d€ Cantonha lCosta. Gulmêràes), 1Au 193).

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J Pessoa DGPC/ADF

BÍace ete do Bronrc F na /

nic os da dadedo Ferro, de récnlca mi§ra. de ToÍe Và

iG16ndolâ) (Au 1 g), l,4useu FotogrêÍ a: J. Pessoa DGPCTADF

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ColârÍip o do Brorze tLna. de

Sânto Amaro tsintÍal Rép cê conseÍvada no [.4useu Nêcrona

de AÍqueo ogia (Au 563). do orgina penencente ao Brt sh

MuseuÍr toiogrêíia L 0ivec

DGPC/ADF

orienlâlLzanre lséc. Vill ê C ). de odemrrâ (Bela) 1Au 976 e Au 9791, À,4useu Nacona de AÍqueoogiê FotograÍa J Pessoa DGPC/ADF

Pe tora lêírinaÍ. provável mpodaÇâo c pr ota lséc

X Xa C ). de CastÍo LlaÍm

(AlOaÍve). Mus€u Naciona

deAÍqueoogia FotograÍia NIT

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