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Sao Paulo Med. J. vol.123 suppl.spe

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Academic year: 2018

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Sao Paulo Med J. 2005;123(Suppl):17.

INTRODUÇÃO Na maioria dos pacientes, a freqüência cardíaca não se altera significativamente durante a anestesia intratecal, entretanto, bradicardia clinicamente importante e arritmias podem ocorrer ocasionalmente, com incidência descrita de 10-15%.

RELATO DO CASO Paciente masculino, 40 anos, 70 kg, P1 (antigo ASA I), submetido à anestesia intratecal para artroscopia do joelho. Foi monitorizado com oxímetro de pulso, cardioscópio e pressão ar-terial não-invasiva, e sedado com midazolam 5 mg por via venosa. Raquianestesia efetuada com bupivacaína hiperbárica 15 mg e morfina 0,1 mg por punção lombar mediana, em L3 e L4, com agulha 26 G, tipo Quinck, com o paciente sentado. Bloqueio sensi-tivo atingiu nível de T6. Faixa de Esmarch em membro inferior até nível da coxa durante 120 minutos com garrote pneumático (300 mmHg). A pressão arterial manteve níveis de 110 x 70 mmHg, com freqüência cardíaca entre 60 e 65 bpm, em ritmo sinusal e ventilação espontânea, com oferta de 5 l/min de oxigênio. Foram infundidos 1.500 ml de Ringer com lactato. Aproximadamente um minuto após a liberação do garrote, o paciente apresentou bloqueio átrio-ventricular total com diminuição da freqüência cardíaca para 28 bpm e alargamento do complexo QRS. A pressão arterial baixou para 70/40 mmHg. O ritmo sinusal foi restabele-cido com a administração de 2 mg de atropina.

DISCUSSÃO O risco de bradicardia e hipotensão aumentam com a altu-ra do nível do bloqueio. Fatores de risco adicionais associados à

bradicardia incluem idade superior a 50 anos, estado físico ASA I e uso concomitante de agentes betabloqueadores. O blo-queio de fibras cardioaceleradoras simpáticas originadas dos segmentos espinhais T1-T4 tem outra causa, entretanto, bradicardia importante pode ocorrer com bloqueios, baixos aparentemente insuficientes para bloquear fibras cardioace-leradoras. Retorno venoso diminuído também foi proposto como causa de bradicardia durante anestesia intratecal, uma vez que receptores intracardíacos ao estiramento diminuem reflexamente a freqüência cardíaca quando as pressões de enchimento caem. Embora a bradicardia geralmente seja de gravidade moderada e bem tolerada, casos de bradicardia gra-ve, súbita, inexplicada e assistolia durante anestesia intratecal e peridural têm sido relatados. A atividade vagal é aumentada pelo retorno venoso diminuído durante a anestesia peridural, contudo esse mecanismo não atua o tempo todo. Há casos documentados de bloqueio cardíaco de 2o e 3o graus, e o

bloqueio de 1o grau pré-existente pode ser fator de risco de

progressão para bloqueios mais graves.

REFERÊNCIAS 1. Vieira ZEG, Imbeloni LE. Efeitos cardiocirculatórios da raquianestesia. In: Imbeloni LE,

editor. Tratado de Anestesia Raquidiana. 1a ed. 2001.p.36-47.

2. Kam PCA, Kavanaugh R, Yoong FFY. The arterial tourniquet: pathophysiological conse-quences and anaesthetic implications. Anaesth. 2001;56(6):534-45.

Endereço para correspondência:

Luis Carlos Bevilacqua dos Santos

Av. Comendador Pereira Inácio, 805 – Vergueiro Sorocaba (SP) – CEP 18030-005

E-mail: cbevilacqua@hotmail.com

Bloqueio átrio-ventricular total

após liberação de garroteamento

de membro inferior em paciente

submetido à artroscopia do joelho

sob anestesia intratecal

Hospital Santa Lucinda, Sorocaba, São Paulo

Luiz Carlos Bevilacqua dos Santos

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