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Stella Maris - Virtualização como solução para empresas de todos os portes

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Virtualização como solução para empresas de todos os portes

Stella Maris Marcelino Medeiros, Edgar Zattar Dominoni Neto Instituto de Informática – Centro Universitário do Triângulo (UNITRI)

Caixa Postal 309 – 38.411-106 – Uberlândia – MG – Brasil smedeiros05@gmail.com, edgar.zattar@gmail.com

Resumo. Há bastante tempo, o mercado de TI enfrenta problemas de

gerenciamento das tecnologias computacionais e procura soluções para possibilitar que sejam feitas de forma rápida, amigável e de baixo custo. A virtualização de servidores propõe uma solução que, além do baixo custo, oferece segurança, confiabilidade e disponibilidade. Este artigo tem como objetivo mostrar a leigos o que é a virtualização de servidores, quais os desafios enfrentados diariamente, como ela pode ser implementada em pequenas, medias e grandes empresas e é feito um estudo de caso comparando duas ferramentas já consolidadas no mercado: Citrix Xenserver e VMware.

1. Introdução

Uma das soluções mais largamente utilizadas na indústria para o problema de alto custo de manutenção de hardware é a de virtualização. Segundo uma pesquisa feita em Janeiro de 2015 pela empresa Infonetics Research, 75% das empresas entrevistadas estão em processo de virtualização ou já a utilizam em seus data centers. Em 2015, a maior tendência será a utilização da virtualização como ferramentas para cloud computing [INFONETICS RESEARCH, 2014].

Este artigo irá apresentar duas ferramentas de virtualização e seus benefícios aplicados ao ambiente de uma empresa em Uberlândia, será discutido os resultados de testes feitos com duas ferramentas disponíveis no mercado e qual das duas soluções atende melhor ao ambiente de testes.

Inicialmente, a seção 2 fornece uma visão geral do que é virtualização e a seção 3 mostra as maiores vantagens na adoção dessa tecnologia. Na seção 4 é apresentada a história da virtualização, desde o primeiro artigo escrito sobre o tema até o atual momento do mercado. A seção 5 mostra conceitos essenciais para o bom entendimento da questão e os dois principais tipos de virtualização: virtualização total e paravirtualização. Na seção 6 são apresentadas as duas ferramentas que são objetivo desse artigo: VMware e XenServer. A seção 7 ilustra o emprego da virtualização de servidores através de estudos de casos, são apresentadas as principais soluções dentro das ferramentas empregadas, os pontos positivos e negativos de cada e também a conclusão do estudo de caso. Por fim, a seção 8 apresenta a conclusão deste trabalho.

2. O que é virtualização?

Virtualização é um conceito de tecnologias criadas e que fornecem uma camada de abstração entre vários sistemas de hardware e software. Ao se imaginar o sistema pela parte lógica, chega-se à conclusão de que é possível que um grupo de servidores usem um único conjunto de recursos computacionais e que rodem vários sistemas operacionais em uma única máquina [INTEL, 2015].

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A virtualização divide um servidor físico em vários servidores lógicos, permitindo que nesse único servidor físico sejam executados vários ambientes distintos e isolados uns dos outros como pode ser visto na Figura 1.

3. Vantagens

A virtualização tornou-se a maneira mais eficaz de ajudar a empresa a reduzir custos e ao mesmo tempo continuar ou melhorar sua performance. A redução de gastos com energia, refrigeração, manutenção, facilidade e rapidez em se recuperar de falhas se tornaram grandes atrativos, uma vez que as empresas enxergam que é viável investir em um único servidor que consiga suportar suas aplicações de negócios ou a maioria delas [MAH, 2012].

Uma outra utilização para virtualização de servidores é como plataforma de testes em desenvolvimento de aplicações, uma vez que é capaz de simular vários ambientes em uma mesma máquina. Por ser um ambiente não-critico, portanto um lugar ideal para testes [CARISSIMI, 2008].

Também é interessante verificar outras capacidades que a virtualização proporciona, como por exemplo:

 Eficiência do servidor:

A principal característica do conceito de virtualização de servidores diz respeito a capacidade de obter melhor utilização de recursos de uso de CPU e memória RAM, passando por economia de energia e de espaço, sendo assim, empresas de pequeno e médio porte conseguem reduzir o gasto com energia e refrigeração [MAH, 2012].

 Recuperação de desastres:

O conceito de recuperação de desastre diz respeito à capacidade de se voltar a um estado de normalidade após um desastre. Utilizando-se o backup de um ambiente virtualizado através de imagem ISO da máquinas virtuais (VM) é bem menos complexo que fazer o mesmo em vários servidores individuais. Como se reduz a quantidade de máquina físicas, fica mais fácil manter uma estrutura de backup a fim de se recuperar de um desastre [MAH, 2012].

 Continuidade do negócio:

Continuidade do negócio difere da recuperação de desastres pois visa alcançar 100% de disponibilizado ou, pelo menos, o mínimo possível nas operações da empresa. Caso haja algum tipo de falha no servidor em um datacenter, é possível utilizar a funcionalidade Live Migration. Através dessa funcionalidade, o administrador da rede é capaz de mover máquinas virtuais entre os servidores físicos, sem a necessidade de desligá-los, o que também facilita procedimentos de manutenção programada de

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servidores. Também é possível mover uma máquina virtual que está demandando alto consumo de recursos de um servidor físico para outro que apresente mais recursos disponíveis [MAH, 2012].

 Ajuda ao desenvolvimento de software

Se um negócio pequeno de desenvolvimento de software precisa testar uma aplicação, a virtualização reduz custos de hardware adicional. Em uma empresa a virtualização de servidores ajuda na redução do tempo necessário para se aguardar nos servidores, além também, da redução de valores gastos com eles [MAH, 2012].

 Teste de segurança em softwares e patches

O teste de novas versões ou patches de softwares se torna trivial com a virtualização, pois é possível testar a aplicação em vários ambientes diferentes sem a necessidade de se fazer uma vez em cada ambiente. Também é bom notar que a equipe de desenvolvimento se beneficia de um ambiente virtualizado testando aplicações N-Tier, que é um aplicativo desenvolvido de forma a ter n camadas, em uma réplica virtualizada da atual infraestrutura para antecipar problemas inesperados na interação entre vários componentes [MAH, 2012].

 TI sustentável

Além de reduzir o consumo de energia, a virtualização impacta diretamente no meio ambiente e permite que alguns hosts sejam desligados durante o período de menor demanda [MAH, 2012].

4. História

O conceito de virtualização não é novo e alguns especialistas datam seu lançamento em 1959, com a publicação do artigo Time sharing processing in large fast computers, na Conferência Internacional de Processamento de Informação. O artigo escrito por Christopher Strachey, tratava de um novo conceito de utilização das máquinas computacionais, onde era possível multiprogramação em tempo compartilhado [VERAS, 2011].

Baseando-se no artigo de Strachey, o Massachussets Institute of Technology (MIT) desenvolveu um padrão chamado de Compatible Time Sharing System (CTSS), que passou a ser referência para as empresas que criavam máquinas de grande porte [VERAS, 2011].

Com a evolução do conceito de CTSS, a IBM lançou um novo conceito, o de multiprocessamento nos mainframes, permitindo que várias CPUs trabalhassem como uma só. Também foi introduzido o conceito de memória virtual (virtual storage), o que permitiu o mapeamento da memória virtual para a real e também a abstração, além de possibilitar a especificação de partições que eram utilizadas por vários programas, surgindo as primeiras formas de virtualização [VERAS, 2011].

A primeira forma de virtualização utilizou o conceito de máquina virtual de processo, onde uma aplicação roda sobre um sistema operacional A e simula o comportamento de um sistema operacional B, dessa forma um sistema desenvolvido para o ambiente B poderá rodar no ambiente A, como mostra a Figura 2. [VERAS, 2011]

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Essa técnica de implementação também permite emular processadores, ao permitir que binários de um processador sejam interpretados e substituídos por código equivalente de outro processador.

Para resolver esses problemas da máquina virtual de processo, foram desenvolvidos os chamados monitores de máquinas virtuais (Virtual Monitor Machine – VMM), também conhecidos como hipervisores. Estes oferecem uma camada de software entre o hardware e o sistema operacional conforme a Figura 3.Assim, eles oferecem melhor exploração dos dispositivos físicos de I/O.

Nos anos 70, a maioria dos mainframes, mesmo aqueles fabricados por uma única empresa, tinha seus próprios sistemas operacionais. Sendo assim, as máquinas virtuais possibilitavam que aplicações fossem testadas em vários ambientes antes de sua implantação. Os analistas de TI utilizavam e ainda utilizam virtualização para testar aplicações em diferentes ambientes [VERAS, 2011].

Com o desenvolvimento da arquitetura cliente/servidor e com o avanço do uso de computadores pessoais e uso de sistemas operacionais de três grandes empresas (Unix, Macintosh e Microsoft), o conceito de virtualização foi sendo abandonado. Entretanto, na década de 90, alguns fatores levaram ao ressurgimento do mesmo, especialmente por conta do surgimento do JVM – Java Virtual Machine, do aumento do poder dos processadores e da capacidade de memória e da Internet, que é um modelo de cliente/servidor onde uma estrutura distribui as tarefas entre os fornecedores de um recurso [VERAS, 2011].

Com o surgimento da VMware em 1998, criado por Mendel Rosenblun e Diana Greene, deu-se um novo folego ao conceito de virtualização. Seu primeiro hipervisor permitiu a virtualização de servidores em plataformas x86 [VERAS, 2011].

A Microsoft lançou o Microsoft Virtual Server 2005, seu primeiro produto voltado para virtualização de servidores [VERAS, 2011].

5. Conceitos

Para facilitar o entendimento sobre o tema Virtualização, alguns conceitos são essenciais. Eles não apenas facilitarão a compreensão do tema, mas também na abstração, no entender o funcionamento do serviço, o que, por fim, facilita a localização

Figura 1: Máquina virtual de

processo (Fonte: Escola Nacional de

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de focos de problemas e suas soluções. Nessa parte do artigo, será mostrado o que é uma VMM, instruções privilegiadas e não privilegiadas e tipos de virtualização.

5.1. O que é uma VMM?

O entendimento do conceito de Virtual Machine Monitor é essencial para a virtualização. O Monitor de Máquina Virtual é o hypervisor propriamente dito. É nele que ficam hospedadas as máquinas virtuais, ou seja, processadores, memória virtual e física, dispositivos de I/O.

O Monitor de Máquina Virtual é executado em modo supervisor, sendo as máquinas virtuais executadas em modo de usuário, dessa forma, caso as máquinas virtuais queiram executar uma instrução privilegiada, o VMM entra em ação, interrompendo a execução e emulando a execução da instrução [VERAS, 2011].

5.2. O que são instruções privilegiadas e não privilegiadas?

O conceito de instruções privilegiadas e não privilegiadas foram criadas para designar instruções que podem ser executadas apenas pelo SO e outras que podem ser executadas por aplicações. As instruções que apenas podem ser executadas pelo SO são chamadas de privilegiadas, pois estão encapsuladas de modo a evitar que danos aos sistemas caso rodem em modo usuário [VERAS, 2011].

As instruções não privilegiadas são aquelas que podem também ser executadas por usuários e aplicativos e não causam danos ao sistema.

5.3. Tipo de Virtualização

As técnicas de virtualização usadas nos hipervisores são: virtualização total e paravirtualização.

5.3.1. Virtualização Total

A virtualização total é um conceito onde o hardware do servidor host é replicado para uso do sistema convidado não havendo alterações neste, ou seja, ele roda sem modificações no monitor de máquina virtual (VMM). As principais vantagens nessa forma de virtualização é que, além de não ser feita qualquer alteração no sistema operacional convidado, a migração entre hardwares é facilitada, pois existe independência dos recursos da máquina e das aplicações. A segurança é outro atrativo para adoção da virtualização total pois existe isolamento das máquinas virtuais, uma vez que cada servidor virtual é um processo do sistema operacional do hospedeiro [VERAS, 2011].

Nessa forma de virtualização, o sistema operacional visitante está alheio ao que acontece no monitor de máquina virtual, sendo assim todas as instruções executadas em seu ambiente devem ser verificadas pela VMM para que depois essas mesmas instruções sejam simuladas e executadas no hardware do servidor físico. Essa é uma das maiores desvantagens do uso de virtualização total pois o desempenho fica comprometido [VERAS, 2011].

5.3.2. Paravirtualização

Para contornar os principais problemas apresentados pela virtualização total, foi desenvolvida a paravirtualização, que é uma forma de virtualização onde o sistema operacional não faz emulação do hardware do host. Ele age como uma camada entre o

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hardware da máquina hospedeira e os sistemas operacionais das máquinas virtuais [VERAS, 2011].

Figura 4. Paravirtualização em gráfico (Fonte: Escola Superior de Redes)

Na paravirtualização mostrada na Figura 4, o problema de queda de desempenho é resolvido ao evitar que o VMM tenha que executar instrução por instrução sempre que o sistema operacional fizer uma chamada. Um outro ganho com a paravirtualização em relação a virtualização total é a possibilidade de se usar os drivers da própria máquina virtual, sem a necessidade de emular drivers genéricos [VERAS, 2011].

6. Ferramentas de virtualização

O mercado atualmente oferece várias ferramentas de virtualização, que, apesar de terem uma base parecida, oferecem alguns recursos adicionais que podem atender melhor uma empresa. Algumas ferramentas como Citrix Xenserver, VMware, Hyper-V e Red Hat Enterprise Virtualization são exemplos.

6.1. VMware

O vSphere Hypervisor é um hipervisor bare-metal, ou seja, executado diretamente na máquina do hospedeiro que oferece isolamento entre as máquinas virtuais. Ele possibilita otimização na utilização dos recursos do hardware, o que permite maior economia no gasto de energia e maior disponibilidade [VERAS, 2011].

A VMware INC. é uma empresa americana fundada em 1998 por Diane Greene, Mendel Rosemblum, Scott Devine, Edward Wang e Edouard Bugnion. Primeiramente, a empresa lançou o VMware Workstation, em Maio de 1999. Em 2001, a empresa entrou oficialmente no mercado de software para servidores com o lançamento do VMware GSX Server e VMware ESX Server [LASHINSKY, 2007].

O conceito que melhor define o VMware é: “Uma completa estrutura de softwares que oferece a empresas de todos os tamanhos condições de soluções de virtualização desde desktops até data centers.” [VMWARE, 2014].

Os produtos oferecidos pela VMware para virtualização e consolidação de servidores são:

 VMware vSphere: transforma um data center em uma infraestrutura em nuvem;  VMware vCenter: infraestrutura para gerenciamento e operação de uma

plataforma virtualizada. Oferece três serviços de infraestrutura: vComputer, vNetwork, vStorage;

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 VMware vSphere Hypervisor: Opção bare metal gratuita de virtualização de servidores para consolidação de aplicativos utilizando menos hardware [VMWARE, 2014].

Para os testes foi utilizada a opção VMware vSphere Hypervisor, que oferece, segundo site da desenvolvedora:

 Ferramenta para gerenciamento: criação e aprovisionamento de máquinas;  Eficiência no uso do armazenamento: superalocação de recursos de

armazenamento, além da capacidade real do armazenamento físico;

 Gerenciamento avançado de memória: compartilhamento de página e compressão para otimizar o desempenho de recursos de memória;

 Drivers fortalecidos para maior confiabilidade: garantia de desempenho do vSphere Hypervisor por meio de parcerias com fornecedores de hardware [VMWARE, 2014].

6.2. Citrix Xenserver

Organizações de qualquer tamanho podem instalar o Xenserver em menos de 10 minutos para virtualizar até mesmo as cargas de trabalho mais exigentes e automatizar processos de gerencia, assim, aumentando a flexibilidade e agilidade da TI e diminuindo custos [CITRIX, 2015].

Inicialmente, o Xenserver foi criado como parte do projeto acadêmico de nome Xenoserver, pelo Grupo de Pesquisas de Sistemas do Laboratório de Computação da Universidade de Cambridge, comandado por Ian Pratt e Keir Fraser.

O Xen era uma parte do projeto, que tinha como objetivo oferecer uma infraestrutura pública para computação distribuída em larga escala e sua contribuição ao projeto era fornecer a possibilidade de gerenciamento de recursos físicos de hardware em ambientes virtuais [VERAS, 2011].

Em 2003 foi disponibilizada no mercado a primeira versão comercial do Xen. Por ser um projeto de software livre e ter excelente desempenho comparado ao que era oferecido ao mercado naquele momento, ele logo se popularizou [VERAS, 2011].

Logo, o projeto acadêmico XenoServer se tornou a XenSource Inc., que em 2007 foi vendida para a Citrix System Inc. por 500 milhões de dólares. Mesmo sendo parte da empresa, o projeto continuou ativo para desenvolvimento de novas ferramentas e aprimoramento das já existentes, o que permitiu à Citrix que comercialize uma versão empresarial do Xen [VERAS, 2011].

A grande vantagem do Xen está no fato de que ele mantem uma boa performance em comparação com as ferramentas que utilizam virtualização total pois não exige que o sistema operacional visitante seja alterado para executar tarefas direto no CPU do máquina hospedeira.

O Citrix Xenserver é composto por:

 Hipervisor: uma camada que fica na base da arquitetura;

 Domínio Privilegiado: Sistema operacional convidado iniciado sempre que é dado boot no Xen. Este é conhecido com domínio convidado O ou DomO, que é privilegiado;

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 Domínio Não Privilegiado: São os todos os outros sistemas convidados, conhecidos como DomU, sendo o ‘u’ de unprivileged.

Sempre haverá pelo menos um sistema convidado no Xen.

Figura 5. Domínio privilegiado e não privilegiado (Fonte: Escola Superior de Redes)

Os termos Domínio convidado privilegiado e domínio convidado não privilegiado designam, como mostra a figura 5, ao domínio que tem poder de controle (domínio O) sobre os outros sistemas operacionais convidados (domínio U). Essa solução foi implementada pois o Xen é inicializado sem nenhum driver de sistema disponível e o domínio 0 faz o gerenciamento dos dispositivos e acessa diretamente o hardware e tem como responsabilidade alocar e mapear recursos de hardware para os domínios convidados [VERAS, 2011].

7. Estudo de Caso

O estudo de caso mostra as informações referentes ao ambiente, aos testes e os resultados dos mesmos, assim como erros e soluções.

7.1. Projeto de virtualização de servidores

Para o estudo de caso sobre virtualização como solução para pequenas empresas, foi montada em um empresa de pequeno porte em Uberlândia uma rede utilizando cada um das ferramentas listas: Citrix Xenserver Free Edition na versão 6.2 e VMware vSphere Hypervisor. A escolha do VMware se deu pois se trata da ferramenta de virtualização líder do mercado de TI e é um exemplo de Virtualização Total e a escolha do Citrix Xenserver se deu pois é um exemplo de Paravirtualização e pela facilidade de utilização por parte de profissionais iniciantes.

O objetivo do projeto é criar condições de atender às diversas solicitações dos parceiros da empresa e reduzir o consumo de energia e de equipamentos físicos.

É necessário um servidor virtualizado para cada integrador e mais dois para atender a necessidade da própria empresa, como Active Directory e Jcomm (aplicativo para tablet utilizado por vendedores externos).

Com isso em mente, foi determinado que quatro servidores atendem bem os requisitos. Os servidores são: (com dados de configuração)

- SRVWACCERA – Integrador dos fornecedores Zoetis e Pethy Group. Sistema operacional Windows Server 2008, com 2GB de RAM e 20GB de HD;

- SRVWJC01 – Servidor do banco de dados da Jcomm. Sistema operacional Windows Server 2008, com 4GB de RAM e 100GB de RAM;

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- SRVWAD01 – Active Directory, compartilhamento de arquivos. Windows Server 2008, com 4GB de RAM e 500GB de HD,

- SRVWWMS01 – Coletores WMS (controle de estoque) - Windows Server 2008, com 2GB de RAM e 20 GB de HD.

- WKSW - FINANCEIRO – VM bancos, com 2GB de RAM e 20GB de HD - WKSW – PILOTO – GO – Banco de dados ERP Goiás, com 2GB de RAM e 20GB de HD.

7.2. Ambiente

Os hipervisores foram instalados em um servidor Dell PowerEdge T420, que entre suas especificações técnicas, possui: 32 GB de RAM, processador Intel Xeon E5-2400 e 24 TB de armazenamento interno.

Primeiramente foi instalado o Citrix Xenserver Free Edition e logo após o VMware vSphere Hypervisor.

Como a empresa atua no ramo veterinário, ela distribui produtos de diferentes fornecedores. Para que seja feita uma correta contagem de vendas, produtos devolvidos por avaria, devolução de produtos por parte do cliente final, valor de entrada e valor de saída, cada uma das fornecedoras usa os dados gerados pela ERP para fazer integração com seus sistemas.

7.3. Xenserver

Dentre os dias 01/02/2015 e 31/03/2015, a rede foi montada utilizando o Citrix Xenserver versão 6.2, de licença livre e open source.

7.3.1. Ferramentas do Citrix Xenserver

Para virtualização de servidores na empresa, duas ferramentas do Xen foram utilizadas: Citrix XenCenter e XenMotion.

7.3.1.1. Citrix XenCenter

A ferramenta gráfica Citrix XenCenter é nativa para Windows e permite fazer controle do Citrix Xenserver. Entre suas principais características estão:

 Instalação das máquinas virtuais, configuração e manutenção do ciclo de vida;  Acesso aos consoles das máquinas virtuais: Xvnc para modo gráfico no Linux e

Remote Desktop para Windows.  Gerenciamento de rede e snapshots.

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7.3.1.2. XenMotion

A ferramenta XenMotion permite que seja feita a migração de uma máquina virtual de um host para outro sem que haja perda de dados.

São duas as formas de migração: Freeze-and-copy e live migration e a diferença básica entre as duas é que a freeze and copy apenas funciona se a máquina física for parada, enquanto que a live migration permite que a migração seja feita com a máquina ligada, através da reserva de recursos [VERAS, 2011].

7.3.2. Resultados do teste:

A solução da Citrix funciona bem com grande carga de requisitos, porém dois erros problemas graves surgiram, visto que causaram a interrupção do serviço:

- Erro de falta de espaço: O disco de armazenamento das máquinas virtuais chegou rapidamente a 100%, causando a interrupção da máquina com maior volume físico e virtual (memória RAM), a SRVWAD01. A falta de espaço também culminou no travamento das regras que habilitam o gerenciamento do Xen, o chamado Xapi.

- Criação de snapshots: Sem qualquer configuração dessa forma, o sistema cria snapshots de 4GB;

Ambos os problemas foram resolvidos acessando o terminal e chamando um comando utilizando ‘xe’ e apagando manualmente os arquivos que ocupavam muito espaço. Fazer apenas a exclusão pelo XenCenter não devolve ao disco o espaço perdido. Após a exclusão dos arquivos, foi necessário reiniciar o serviço Xen Api.

7.4. VMware

Entre os dias 06/04/2015 e 28/05/2015 foi instalado no mesmo servidor Dell PowerEdge T420, o vSphere Hypervisor.

7.4.1. Ferramenta do VMware vSphere Hypervisor

Uma ferramenta gratuita do VMware e que funciona juntamente ao hipervisor, foi utilizada para os testes: VMware vCenter Converter.

7.4.1.1. VMware vCenter Converter:

VMware vCenter Converter é uma ferramenta gratuita que transforma suas máquinas físicas baseadas em Windows e Linux em máquinas virtuais no VMware e permite que sejam convertidos sistemas de máquinas físicas e virtuais de forma rápida e sem que haja inatividade, possibilitando que os usuários continuem com seus trabalhos sem interrupções prolongadas [VMWARE, 2014].

No caso de um sistema que dispõe de poucos recursos, essa é uma funcionalidade interessante, pois permite guardar uma imagem ISO de um sistema de uma máquina já utilizada no ambiente. No caso do ambiente de testes, essa funcionalidade foi de grande utilidade pois foi possível recriar todo o sistema em um único servidor em pouco tempo e com segurança.

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Figura 7: VMware vCenter Converter (Fonte: autoria do próprio autor)

7.5. Resultados de teste:

A ferramenta de virtualização da VMware funcionou bem no ambiente de testes, especialmente em dias com grande carga de trabalho, quando não houve nenhum problema grave que interrompesse a continuidade do trabalho.

O único problema detectado foi a queda de conexão com a rede sem causa aparente. A solução desse problema foi excluir e adicionar novamente o VMware Bridge Protocol dentro das máquinas com Windows.

7.6 Conclusão do estudo de caso

Após a análise das duas ferramentas, sendo utilizadas pelo mesmo período de tempo, com a mesma máquina e mesma quantidade de servidores virtualizados com as configurações idênticas, alguns pontos foram levados em consideração na escolha do hipervisor que atende melhor a empresa.

As duas ferramentas testadas são gratuitas, sendo assim, não houve gasto com licenciamento e contratação de serviço. Em ambas, o suporte é pago, contudo, existe uma grande comunidade criada pelas próprias empresas para auxiliar os usuários. Nesse ponto, o VMware ofereceu um suporte melhor por ter uma base de dados mais completa.

Para efeito de comparação, o Quadro 1 mostra a análise dos pontos mais importantes de cada ferramenta dentro das necessidades da empresa.

Para confecção da matriz, o score foi definido de forma que uma característica pode ser classificada como “Vantagem” que vale 2 pontos, “Limitações” que vale 1 ponto e “Desvantagens” que não vale ponto. No caso específico de ‘Limitações’, o score é dado para a funcionalidade que existe mas não funciona totalmente ou não atende a empresa totalmente. Essa metodologia é a criada e utilizada pelo site Virtualization Matrix, que é um site voltado a oferecer ao administrador de redes que utiliza ou pretende utilizar virtualização em sua infraestrutura, a possibilidade de construir matrizes de comparação e gráficos por área de maior interesse na ferramenta. Cada funcionalidade prometida foi testada e avaliada, conforme mostrado o Quadro 1.

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Quadro 1 - Matriz de comparação entre características do VMware e Xen (Fonte: Criado

pelo autor do artigo)

Característica Avaliação VMwareNota NotaXen

Gerenciamento VMware vCenter (disponível no pacote Essentials Plus) Citrix XenCenter (disponível gratuitamente) Ferramenta de gerenciamento gratuito no XenServer 1 2 Migração de máquinas virtuais e High Availability

VMware vMotion Citrix XenMotion

A migração entre máquinas físicas nas duas ferramentas é possível. O ponto positivo para a VMware está na possibilidade de migrar tanto a memória virtual da VM e seu disco através da rede

para o host de destino

2 1 Sistema Compatibilidade de hardware Compatibilidade de hardware

VMware oferece uma documentação mais ampla

referente a hardware compatíveis. O Citrix Xenserver

tem uma lista ainda limitada frente a seu concorrente.

2 1

Suporte a SO convidados

Suporte a SO convidados

A lista de sistemas operacionais compatíveis com o vSphere é

maior do que a lista do Xen.

2 1 Armazenamento Tipos de armazenamento suporta Tipos de armazenamento suporta A lista de tipos de armazenamentos suportados é

mais extensa no VMware.

2 1

Inicialização

pelo USB Disponível Não disponível

Boot por USB não está

disponível no Xenserver 2 0

P2V e V2V VMware vCenter

Converter Apenas V2V

Apesar de ter sido descontinuado dentro da ferramenta vSphere, o conversor de máquina física (physical) para virtual (virtual) está disponível através da ferramenta gratuita vCenter Converter. O mesmo serviço foi descontinuado pela

Citrix.

2 1

TOTAL 13 7

7.8. Pontos positivos e negativos

As duas ferramentas apresentam pontos positivos e negativos que foram observados durante os testes.

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Os pontos positivos VMware são: facilidade de instalação, suporte via web amplo, lista de sistemas operacionais amplo e quantidade de funcionalidades extras disponíveis. Os pontos positivos do Xenserver são: facilidade na instalação da ferramenta e do XenCenter, facilidade na criação de máquinas virtuais e fazer gerenciamento pelo XenCenter.

Por outro lado, alguns problemas foram identificados durantes os testes e os principais são:

No VMware: aplicação de gerenciamento das máquinas e recursos é limitado na versão gratuita do vSphere.

No XenServer: problemas para recuperar espaço perdido para logs e snapshots criadas aleatoriamente.

8. Conclusão

No primeiro mês de utilização, houve redução de 30% no gasto de energia comparado ao último mês antes do inicio dos testes, portanto, ficou provado que a virtualização de servidores permite redução real de custos. Em relação ao ganho de performance, não foi possível fazer um estudo em números por limitação de equipamentos, porém, segundo os usuários, o acesso a pastas na rede e às máquinas virtuais foi facilitada.

As ferramentas utilizadas permitem que usuários sem experiência possam tiram o máximo proveito dos serviços e o suporte dado pelas empresas são amplas, assim como a lista de sistemas operacionais compatíveis.

Ainda que tenha sido realizado esse estudo em um prazo tão curto e os resultados não serem conclusivos, é possível perceber que houve melhora na infraestrutura de TI, melhora na performance, diminuição dos custos e de instabilidade na rede. Mesmo que alguns erros graves tenham ocorrido, foram em menor incidência se comparado aos desktops que antes funcionavam como servidores.

Dentre todas as vantagens que a virtualização proporciona, foi possível verificar que houve maior eficiência no uso dos recursos dos servidores, foi também possível manter um maior controle quanto a backups e imagens ISO das máquinas, dando maior segurança quanto à recuperação de desastres, caso necessário.

É importante ressaltar que para garantir um bom funcionamento dos servidores virtualizados é essencial manter uma boa administração da rede, de todos os equipamentos, manter a segurança em dia e sempre se antecipar a problemas.

9. Bibliografia

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Referências

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