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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS P

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Academic year: 2023

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ECURSOS

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ÍDRICOS

AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS EM MUNICÍPIOS DA BACIA

HIDROGRÁFICA DO RIO PARAOPEBA (MG)

Mariana Figueiredo Lopes

Belo Horizonte

2016

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AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS EM MUNICÍPIOS DA BACIA

HIDROGRÁFICA DO RIO PARAOPEBA (MG)

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AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS EM MUNICÍPIOS DA BACIA

HIDROGRÁFICA DO RIO PARAOPEBA (MG)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

Área de concentração: Saneamento

Linha de pesquisa: Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Orientador: Prof. Raphael Tobias de Vasconcelos Barros

Belo Horizonte

Escola de Engenharia da UFMG 2016

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Página com as assinaturas dos membros da banca examinadora, fornecida pelo Colegiado do Programa

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AGRADECIMENTOS

Pela fidelidade e amor incomparável, agradeço a Deus que me permite a cada dia experimentar Sua maravilhosa graça, superando desafios em meio a tantas limitações. Em especial, nesta caminhada, por ter colocado em minha vida instituições e pessoas auxiliadoras, as quais também agradeço:

Aos meus pais, Silvana e Dilermando, pelo cuidado, incentivo e presença constantes. À minha irmã Simone por me presentear com os meus sobrinhos Cainan e Tainá que, além de me proporcionarem muitos momentos de alegria, me lembram que vale a pena trabalhar para tornar o mundo melhor. Aos meus familiares, pelo suporte nos momentos difíceis, em especial, à minha prima e querida amiga Talita.

Ao professor Raphael, pelas sábias orientações que extrapolaram o escopo deste trabalho, pela transmissão de seus conhecimentos, pela disponibilidade, compreensão e gentileza.

À UFMG, pela instrução acadêmica, desde a graduação, por meio das disciplinas curriculares, do Projeto de Extensão “Lixo e Cidadania no Vale do Jequitinhonha” e do Programa de Internato Curricular e, agora, por meio do Programa de Pós-Graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

Ao SISEMA (SUPRAM CM e FEAM), pela formação profissional, crescimento pessoal e grandes amizades construídas. À DGER/FEAM, nas pessoas do Renato e do Francisco, por viabilizarem esta pesquisa com recursos logísticos para realização das entrevistas e visitas de campo e, à FAPEMIG, pela concessão de bolsa de mestrado, via PCRH. Aos colegas da DGER/FEAM pelas contribuições na discussão sobre os resíduos sólidos urbanos, em especial às amigas Juliana e Fabiana, que para além incentivo profissional e acadêmico, proveram apoio emocional.

Aos representantes das Prefeituras Municipais, participantes desta pesquisa, pela receptividade e atenção dispensadas e, ao CIBAPAR, pela disponibilização de dados.

Aos amigos, especialmente Thiago, Débora, Fábio, Ronaldo e Ívna, que compartilharam seu tempo, cada qual a sua maneira, me ajudando a caminhar com mais leveza. Por fim, aos que direta e indiretamente, contribuíram nesta trajetória.

(6)

RESUMO

Impactos significativos na área ambiental e na saúde da população são causados pela disposição inadequada de resíduos sólidos urbanos (RSU), consequência da gestão municipal ineficaz que desconsidera uma estrutura holística preconizada pelas Políticas Estadual (PERS) e Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS): a gestão integrada de RSU que engloba as dimensões operacional, ambiental, econômica, gestão participativa, inclusão social e política.

Assim, a presente pesquisa estudou a gestão de RSU em sete municípios da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, situada na região central do estado de Minas Gerais, no período de julho de 2015 a julho de 2016. Foi realizada a seleção de indicadores como ferramenta para a avaliação tanto individual do município, quanto comparativa dentro da bacia hidrográfica.

Também procedeu-se à pesquisa de campo amparada por um questionário. Diante dos resultados do diagnóstico dos municípios foi aplicada a matriz de indicadores resultando em percentuais de tendências da gestão de RSU, classificadas nas faixas avaliativas ‘Muito favorável’, ‘Favorável’, ‘Pouco favorável’ e ‘Desfavorável’, além do cálculo de um Índice de Gestão de RSU (IGRSU). Os municípios foram elencados segundo o IGRSU, em que o valor máximo (10) corresponde à condição mais adequada da gestão de RSU e o valor mínimo (0) corresponde à condição mais inadequada, resultando na seguinte classificação: Ouro Branco (8,02), Brumadinho (7,70), Conselheiro Lafaiete (7,52), Mário Campos (6,82), Congonhas (6,43), Cristiano Otoni (5,38) e Esmeraldas (3,87). De acordo com a mesma escala, as médias das dimensões estudadas também foram obtidas, sendo possível observar dentro da amostra estudada, quais grupos de indicadores têm obtido maior atenção por parte da administração municipal: operacional/disposição final (7,38), gestão participativa (7,27), inclusão social (7,18), operacional/coleta convencional (6,8), ambiental (6,21), política (6,04), operacional/

coleta seletiva e pontos de triagem e/ou compostagem (5,29), econômica/financeira (3,86).

Notou-se grande variabilidade na forma das municipalidades em gerir seus RSU, mas a gestão integrada desses resíduos, de acordo com os princípios das PERS e PNRS, não foi observada nos municípios analisados. Para tanto, recomenda-se a articulação entre as esferas do poder público com o intuito de reforçar e tornar contínuas as ações para a melhor gestão municipal dos RSU, utilizando os diversos instrumentos de gestão: os de comando e controle, os econômicos e os estimulados pela educação e conscientização. Tais ações devem, ainda, ser planejadas, elaboradas, executadas, monitoradas e fiscalizadas dentro de um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que deve estar inserido em um contexto maior, como nos planos nacional e estadual.

(7)

ABSTRACT

Significant impacts on the environment and population health are caused by improper disposal of municipal solid waste (MSW), which is a consequence of ineffective municipal management that disregards a holistic framework determined by the Minas Gerais State Policy (PERS) and the Brazilian Solid Waste Policy (PNRS): the integrated management of MSW which considers the operational, environmental and economic dimensions, as well as participatory management and social and political inclusion. Thus, this research studied the MSW management in seven cities in the Paraopeba river basin, located in the central region of the state of Minas Gerais (Brazil), from July 2015 to July 2016. Indicators were selected, as a means for the individual municipality evaluation and comparison within the basin. The field research was also supported by a questionnaire. Given the results obtained in the characterization of MSW management in the municipalities, the indicators matrix was applied resulting in percentage trends of MSW management, which were classified in the evaluative tracks 'Very favorable', 'Favourable', 'Least favorable' and 'Unfavorable', in addition to the calculation of an MSW Management Index (IGRSU). The municipalities were listed under IGRSU, on a scale of 0 to 10, resulting in the following descending rank, in which the maximum value (10) corresponds to the most suitable condition for the MSW management and the minimum value (0) corresponds to the condition most inadequate: Ouro Branco (8,02), Brumadinho (7,70), Conselheiro Lafaiete (7,52), Mario Campos (6,82), Congonhas (6,43), Cristiano Otoni (5,38) and Esmeraldas (3,87). According to the same scale, the average of the studied dimensions were also obtained, making it possible to observe within the studied sample, which indicators groups have drawn more attention from the municipal administration: operating/disposal (7,38), participative management (7,27), social inclusion (7,18), operational/conventional collection (6,8), environmental (6,21), policy (6,04), operating/selective collect and sorting points and/or composting (5,29), economic/financial (3,86).

Great variability was noted in the form in which municipalities manage their MSW, but the integrated management of such waste in accordance with the principles of PERS and PNRS, was not observed in the analyzed municipalities. Therefore, it is recommended the articulation between the public administration levels in order to strengthen and turn continuous the actions taken to achieve better municipal management of MSW using the various management tools:

command and control, economic and those stimulated through education and enhanced awareness.

Such actions must also be planned, designed, implemented, monitored and enforced within a Municipal Plan of Integrated Solid Waste Management, which must be inserted in a larger context, as the national and state plans.

(8)

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ... V LISTA DE TABELAS ... VII LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS ... VIII

1 INTRODUÇÃO ... 1

2 OBJETIVOS... 5

2.1 OBJETIVO GERAL ... 5

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 5

3 REVISÃO DA LITERATURA ... 6

3.1 A QUESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ... 6

3.2 DIMENSÕES DA GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ... 11

3.3 INSTRUMENTOS DE GESTÃO DE RS ... 15

3.3.1 Instrumentos das Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos ... 15

3.3.2 Principais instrumentos de gestão de RSU adotados em Minas Gerais (1995 a 2016) ... 16

3.4 INDICADORES PARA A AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 37

3.5 A BACIA HIDROGRÁFICA COMO UNIDADE DE ESTUDO, PLANEJAMENTO E GESTÃO ... 39

3.5.1 Bacia hidrográfica do rio Paraopeba ... 41

4 MATERIAL E MÉTODOS ... 46

4.1 SELEÇÃO DOS MUNICÍPIOS INSERIDOS NA ÁREA DE ESTUDO ... 48

4.2 ELABORAÇÃO DA MATRIZ DE INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL DE RSU ... 50

4.2.1 Seleção dos indicadores ... 50

4.2.2 Enquadramento dos indicadores em faixas de avaliação ... 51

4.2.3 Índice de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos - IGRSU ... 56

4.2.4 Considerações acerca da matriz de indicadores e índice propostos ... 57

4.3 CARACTERIZAÇÃO DA GESTÃO DE RSU NOS MUNICÍPIOS SELECIONADOS ... 58

4.4 AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RSU NOS MUNICÍPIOS ESTUDADOS ... 62

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 63

5.1 INFORMAÇÕES PRELIMINARES SOBRE OS MUNICÍPIOS ESTUDADOS ... 63

5.2 AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RSU POR MUNICÍPIO ... 64

5.2.1 Brumadinho ... 65

5.2.2 Congonhas ... 70

5.2.3 Conselheiro Lafaiete ... 78

5.2.4 Cristiano Otoni ... 83

5.2.5 Esmeraldas ... 91

5.2.6 Mário Campos ... 97

5.2.7 Ouro Branco ... 102

5.3 ANÁLISE COMPARATIVA DA GESTÃO DE RSU POR DIMENSÃO... 108

5.3.1 Dimensão operacional ... 110

5.3.2 Dimensão ambiental ... 123

5.3.3 Dimensão econômica/financeira ... 126

5.3.4 Dimensão inclusão social ... 128

5.3.5 Dimensão gestão participativa ... 132

5.3.6 Dimensão política ... 136

5.4 SÍNTESE DOS RESULTADOS ... 142

6 CONCLUSÕES ... 145

7 RECOMENDAÇÕES ... 153

8 REFERÊNCIAS ... 155

9 APÊNDICES ... 168

10 ANEXOS ... 182

(9)

LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1 – Fluxograma simplificado dos resíduos sólidos gerados no município... 8

Figura 3.2 – Evolução da disposição final de RSU em MG (2008 a 2015) ... 25

Figura 3.3 – Unidades de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos (UPGRH) em Minas Gerais ... 42

Figura 3.4 – Bacia hidrográfica do rio Paraopeba ... 44

Figura 4.1 - Fluxograma metodológico da Pesquisa ... 47

Figura 4.2 – Municípios selecionados para o estudo inseridos na Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba... 49

Figura 4.3 - Atribuição de notas às faixas avaliativas de Assis (2012) ... 56

Figura 5.1 – Índice da Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (IGRSU) nos municípios estudados ... 65

Figura 5.2 - Tendências (em %) da avaliação da GRSU no município de Brumadinho, conforme indicadores analisados ... 68

Figura 5.3 – Aterro Sanitário de Brumadinho ... 69

Figura 5.4 – Área de triagem e disposição final de RS de Congonhas... 71

Figura 5.5 - Tendências (em %) da avaliação da GRSU no município de Congonhas, conforme indicadores analisados ... 75

Figura 5.6 – Galpão de triagem de RSU do município de Congonhas ... 75

Figura 5.7 - Aterro Controlado e bota-fora do município de Congonhas... 76

Figura 5.8 – Aterro Sanitário do município de Congonhas ... 76

Figura 5.9 - Aterro Sanitário do ECOTRES, no município de Conselheiro Lafaiete ... 79

Figura 5.10 - Tendências (em %) da avaliação da GRSU no município de Conselheiro Lafaiete, conforme indicadores analisados ... 82

Figura 5.11 – Bota-fora do município de Conselheiro Lafaiete, localizado na antiga área de disposição final de RSU (lixão municipal) ... 82

Figura 5.12 – (a) Ponto de descarte irregular de resíduos (poda e materiais inertes) em frente à sede do CONDAPAV (b), em Cristiano Otoni ... 84

Figura 5.13 - Tendências (em %) da avaliação da GRSU no município de Cristiano Otoni, conforme indicadores analisados ... 86

Figura 5.14 – Unidade de Triagem e Compostagem de RSU do ... 90

Figura 5.15 – Antiga área de disposição final de RSU de Cristiano Otoni, adjacente à UTC . 91 Figura 5.16 - Tendências (em %) da avaliação da GRSU no município de Esmeraldas, conforme indicadores analisados ... 94

Figura 5.17 – Galpão de triagem de materiais recicláveis inoperante e disposição irregular de pneus inservíveis e material terroso em área ao lado do galpão ... 95

Figura 5.18 – Lixão municipal de Esmeraldas ... 95

Figura 5.19 – Aterro de Resíduos Sólidos da empresa Essencis, em Betim ... 98

Figura 5.20 - Tendências (em %) da avaliação da GRSU no município de Mário Campos, conforme indicadores analisados ... 101

Figura 5.21 – Locais de bota-foras no município de Mário Campos ... 102

Figura 5.22 – Galpão de triagem de Ouro Branco ... 104

Figura 5.23 – Material de divulgação da coleta seletiva em Ouro Branco ... 104

Figura 5.24 - Tendências (em %) da avaliação da GRSU no município de Ouro Branco, conforme indicadores analisados ... 107

Figura 5.25 – Índices médios dos municípios pesquisados, por cada dimensão ... 109

Figura 5.26 – Comparativo da geração per capita de RSU dos municípios de Minas Gerais e do Brasil ... 112

(10)

Figura 5.27 – Comparativo das tendências (em %) da avaliação da GRSU nos municípios estudados, conforme indicadores analisados ... 142 Figura 5.28 – Índices da GRSU por dimensão e por município estudado... 143 Figura 5.29 – Mapa temático da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba: ... 144

(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 – Formatação conceitual para a gestão de RS municipais (GRSM) ... 12

Tabela 3.2 – Comparativo entre os instrumentos das Políticas Nacional e Estadual de RS .... 15

Tabela 3.3 - Deliberação Normativa COPAM 52/2001 e seus desdobramentos... 19

Tabela 3.4 - Critérios de enquadramento de empreendimentos potencialmente poluidores estabelecidos na DN COPAM 74/2004 ... 27

Tabela 3.5 - Potencial poluidor/degradador dos empreendimentos de tratamento e/ou disposição final de resíduos sólidos urbanos – RSU ... 28

Tabela 3.6 - Classificação dos empreendimentos de tratamento e/ou disposição final de resíduos sólidos urbanos pela DN COPAM 74/04 ... 28

Tabela 4.1 – Algumas características dos municípios selecionados para o estudo integrantes da bacia do rio Paraopeba ... 48

Tabela 4.2 – Indicadores selecionados para desenvolvimento da Pesquisa ... 51

Tabela 4.3 – Matriz de indicadores e as respectivas faixas avaliativas ... 52

Tabela 4.4 – Notas explicativas referentes à matriz de indicadores (Tabela 4.3) ... 54

Tabela 4.5 – Roteiro da Pesquisa de Campo ... 59

Tabela 4.6 – Perfil dos entrevistados ... 60

Tabela 5.1 – Informações preliminares sobre os municípios estudados... 63

Tabela 5.2 – Matriz de indicadores da GRSU do município de Brumadinho ... 67

Tabela 5.3 - Matriz de indicadores da GRSU do município de Congonhas ... 73

Tabela 5.4 - Matriz de indicadores da GRSU do município de Conselheiro Lafaiete ... 80

Tabela 5.5 - Matriz de indicadores da GRSU do município de Cristiano Otoni ... 85

Tabela 5.6 - Matriz de indicadores da GRSU do município de Esmeraldas ... 92

Tabela 5.7 - Matriz de indicadores da GRSU do município de Mário Campos ... 99

Tabela 5.8 - Matriz de indicadores da GRSU do município de Ouro Branco ... 105

Tabela 5.9 - Análise comparativa dos indicadores para o serviço de Coleta Convencional .. 110

Tabela 5.10 - Análise comparativa dos indicadores para o serviço de Coleta Seletiva e Pontos de Triagem e/ou Compostagem ... 114

Tabela 5.11 - Análise comparativa dos indicadores para a disposição final dos RSU ... 118

Tabela 5.12 - Análise comparativa dos indicadores para a Dimensão Ambiental ... 124

Tabela 5.13 - Análise comparativa dos indicadores para a Dimensão Econômica/Financeira ... 127

Tabela 5.14 - Análise comparativa dos indicadores para a Dimensão Inclusão Social ... 129

Tabela 5.15 – Repasses efetuados às associações de catadores de materiais recicláveis no âmbito da Bolsa Reciclagem ... 131

Tabela 5.16 - Análise comparativa dos indicadores para a Dimensão gestão participativa ... 133

Tabela 5.17 - Análise comparativa dos indicadores para a Dimensão Política ... 137

(12)

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

AAF - Autorização Ambiental de Funcionamento ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas AC - Aterro Controlado

ACAMARES - Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Sarzedo

ACASA - Associação de Catadores e Moradores para Coleta Seletiva em Casa Branca ANA - Agência Nacional de Águas

APO - Autorização Provisória para Operar ART - Anotação de Responsabilidade Técnica AS - Aterro Sanitário

ASCACON - Associação dos Catadores de Papel e Materiais Recicláveis de Congonhas ASCAMARES - Associação de Catadores de Esmeraldas

ASCAVAP - Associação dos Catadores do Vale do Paraopeba

ASCOB - Associação de Catadores de Materiais Recicláveis e Reaproveitáveis de Ouro Branco

ASPP - Aterro Sanitário de Pequeno Porte ATOs - Arranjos Territoriais Ótimos AV - Aterro em Valas

BDMG - Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais BSF - Bacia do São Francisco

CAAE - Certificado de Apresentação para Apreciação Ética CAPS - Centro de Atenção Psicossocial

CBH Paraopeba - Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba CEF - Caixa Econômica Federal

(13)

CIBAPAR - Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba CMRR - Centro Mineiro de Referência em Resíduos

CNDA - Certidão Negativa de Débitos Ambientais CODEMAs - Conselhos Municipais de Meio Ambiente

CODEVASF - Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba COEP - Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG

COMPARESOLURB - Consórcio Intermunicipal para Gestão Integrada e Manejo Diferenciado de Resíduos Sólidos

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONDAPAV - Consórcio Público para o Desenvolvimento da Micro Região do Alto Paraopeba e Vertentes

COPAM - Conselho Estadual de Política Ambiental COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais D - Desfavorável

DN - Deliberação Normativa EA - educação ambiental EAD - Ensino à distância

ECOTRES - Consórcio Público Intermunicipal de Tratamento de Resíduos Sólidos EIA - Estudo de Impacto Ambiental

EPIs - Equipamentos de Proteção Individual EU - European Union

F - Favorável

FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente

FIP - Fundação Israel Pinheiro

(14)

FUNASA - Fundação Nacional de Saúde GIRS - Gestão Integrada de Resíduos Sólidos GRSM - Gestão de Resíduos Sólidos Municipais GRSU - Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IGAM - Instituto Mineiro de Gestão das Águas

IGRSU - Índice de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos L - Lixão

LAS - Licença Ambiental Simplificada LI - Licença de Instalação

LIC - Licença de Instalação Corretiva LO - Licença de Operação

LOC - Licença de Operação Corretiva LP - Licença Prévia

MA - Meio Ambiente

Mcidades - Ministério das Cidades MF - Muito Favorável

MG - Minas Gerais

MMA - Ministério do Meio Ambiente

MPMG - Ministério Público do Estado de Minas Gerais NS - Nível de Sustentabilidade

OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

(15)

PCA - Plano de Controle Ambiental

PCRH - Programa de Capacitação de Recursos Humanos PECS - Plano Estadual de Coleta Seletiva

PERS - Política Estadual de Resíduos Sólidos PEVs - Pontos de Entrega Voluntária

PF - Pouco Favorável

PGIRS - Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PIB - Produto Interno Bruto

PLANSAB - Plano Nacional de Saneamento Básico PMB - Prefeitura Municipal de Brumadinho

PMC - Prefeitura Municipal de Congonhas

PMCL - Prefeitura Municipal de Conselheiro Lafaiete PMCO - Prefeitura Municipal de Cristiano Otoni PME - Prefeitura Municipal de Esmeraldas PMMC - Prefeitura Municipal de Mário Campos PMOB - Prefeitura Municipal de Ouro Branco PMSL - Programa Minas Sem Lixões

PNRH - Política Nacional de Recursos Hídricos PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos PPAG - Plano Plurianual de Ação Governamental

PPAGIRS - Programa Piloto de Apoio à Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PPP - Parceria Público-Privada

PRGIRS - Plano de Regionalização para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos em Minas Gerais

(16)

RADA - Relatório de Avaliação de Desempenho Ambiental RCA - Relatório de Controle Ambiental

RCC - Resíduos da construção civil RIMA - Relatório de Impacto Ambiental

RMBH - Região Metropolitana de Belo Horizonte RS - Resíduos Sólidos

RSD - Resíduos Sólidos Domiciliares

RSSS - Resíduos sólidos de serviços de saúde RSU - Resíduos Sólidos Urbanos

RVR - Redução e Valorização de Resíduos

SEDE - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico

SEMAD - Secretaria de Estado Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável SIAM - Sistema Integrado de Informação Ambiental de Minas Gerais

SINIR - Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos SISEMA - Sistema Estadual de Meio Ambiente

TAC - Termo de Ajustamento de Condutas UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais UFSJ - Universidade Federal de São João Del Rei UFV - Universidade Federal de Viçosa

UPGRH - Unidades de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos UTC - Unidade de Triagem e Compostagem

(17)

1 INTRODUÇÃO

Impactos significativos na área ambiental e na saúde da população, tais como a proliferação de vetores, a contaminação do ar, dos solos, das águas superficiais e subterrâneas, bem como o aumento desmesurado de enchentes são causados pela dificuldade na gestão dos resíduos sólidos e disposição inadequada de resíduos sólidos urbanos (RSU).

A geração total de RSU no Brasil em 2014 foi de 78.583.405 toneladas. Desta massa, 58,4 % foi disposta adequadamente no solo, correspondendo a 113.975 t/dia. Isso significa que, todos os dias do ano de 2014, 81.258 toneladas de RSU eram destinadas inadequadamente (ABRELPE, 2015).

O Diagnóstico do Manejo dos Resíduos Sólidos Urbanos – 2014, publicado pelo Ministério das Cidades, aponta que pouco mais da metade da população urbana brasileira dispunha seus RSU em aterros sanitários (60,5%), forma de disposição final considerada ambientalmente adequada. Em relação à outra parcela da população, 12,8% destinavam seus resíduos para aterros controlados e 11,5% para lixões, não havendo informações dos 15,2% restantes (MCidades, 2016).

Naquele mesmo ano foi constatado que 45,92% da população urbana de Minas Gerais não era atendida por serviços de disposição adequada de RSU. Foram contabilizados 621 municípios dispondo em lixões (264), aterros controlados (278) e em outros sistemas não regularizados ambientalmente1 (79), o que representa 72,8% do total de 853 municípios de Minas Gerais (FEAM, 2015).

Esse cenário evoluiu muito pouco de 2014 para 2015, mesmo com o prazo limite para eliminação dos lixões a céu aberto, definido para 2 de agosto de 2014 conforme artigo 54 da Lei Federal nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (BRASIL, 2010). Ao final de 2015, 42,29% da população urbana mineira continuava sem serviços de disposição adequada de RSU, sendo contabilizados 246 lixões, 252 aterros controlados e 91 empreendimentos não regularizados ambientalmente, totalizando 589 municípios com disposição final irregular, correspondendo a 69% dos municípios mineiros (FEAM, 2016).

1 Aterros sanitários ou unidades de triagem e compostagem de RSU que operam sem a devida regularização ambiental (autorização ou licenciamento) junto ao órgão ambiental estadual.

(18)

Diante do panorama negativo constatado, pode-se inferir que são muitas as dificuldades encontradas pelas administrações municipais na implantação, operação e manutenção de sistemas eficazes de gestão de RSU.

A gestão integrada dos resíduos sólidos é definida na Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) do Estado de Minas Gerais (Lei Estadual nº 18.031/09) como conjunto articulado de ações políticas, normativas, operacionais, financeiras, de educação ambiental e de planejamento desenvolvidas e aplicadas aos processos de geração, segregação, coleta, manuseio, acondicionamento, transporte, armazenamento, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos (MINAS GERAIS, 2009).

Todos estes fatores devem ser considerados para o bom funcionamento de um sistema integrado de gestão de resíduos. Nessa linha, vários autores (Clayton 1996; Howlett 2009;

Stasinopoulos 2009) mostraram que os problemas relacionados com o desenvolvimento sustentável são complexos e devem ser tratados de forma global.

Todavia, segundo Barros (2012), a análise da problemática dos resíduos sólidos tem se apoiado na busca por soluções tecnológicas (e fundamentalmente operacional), de modo geral concentrada na etapa da destinação final. Sobre isso, faz o seguinte alerta: “é preciso também ver a montante da produção crescente de RS, questionando os mecanismos que levam a ela e as consequências daí advindas.”.

Ademais, de acordo com Ferraz (2008) “quando se trata de questões relacionadas à gestão de resíduos sólidos urbanos, entende-se que propostas e soluções para os problemas devem ser planejadas dentro de contextos regionais e locais, como por exemplo a área de abrangência de uma bacia hidrográfica.”.

Dentro da bacia hidrográfica, verifica-se uma série de inter-relações que são vitais para o equilíbrio ecológico do ecossistema local. Considera-se que os recursos hídricos estão posicionados como um dos elementos naturais mais importantes para a sobrevivência do homem na Terra. Ao mesmo tempo, são os mais ameaçados pela humanidade através do atual modelo de desenvolvimento econômico e urbano, onde os recursos e elementos da natureza ainda não são vistos como essenciais à sobrevivência humana. Muitas vezes, são vistos como mero produtores de matérias-primas e receptores de resíduos dos mais diversos. Em função disso, estudos que relacionam as atividades dos seres humanos e as suas consequências para

(19)

os ambientes físicos têm na bacia hidrográfica um elemento-chave para orientar seus resultados (FREITAS, 1999).

Apesar da complexidade do problema, constantemente focado na etapa operacional, Ferraz (2008) confirmou que alguns dos principais estudos e manuais publicados sobre gestão de resíduos urbanos tais como Tchobanoglous, Theisen e Vigil (1993); Buenrostro (2003);

Demajorivic (1995); Fuente (1997); Lima (2005); Dijikema (2000); D’Almeida e Vilhena, (2000); Teixeira (2000); IBAM (2001); Keith (1994); Cheremisinoff (2003) enfatizam os aspectos técnicos operacionais e dedicam menos atenção para as abordagens estratégicas da gestão. Como consequência desta realidade, observa-se a existência de lacunas na literatura disponível relativa aos aspectos estratégicos da gestão integrada dos resíduos sólidos urbanos.

Portanto, para avançar rumo à sustentabilidade da gestão de RSU, sem alimentar ilusões de uma solução única, a questão deveria ter como foco a gestão integrada, constituída de diagnósticos participativos, planejamento estratégico, integração de políticas setoriais, parcerias entre os setores público e privado, mecanismo de implementação compartilhada de ações, instrumentos de avaliação e monitoramento, e não somente a escolha de tecnologias apropriadas (POLAZ & TEIXEIRA, 2007).

É inquestionável a necessidade de implementar políticas públicas orientadas para tornar as cidades social e ambientalmente sustentáveis como uma forma de se contrapor ao quadro de deterioração crescente das condições de vida. Com isto, observa-se necessária a avaliação dos sistemas de gestão de resíduos sólidos urbanos através de ferramentas que favoreçam o levantamento de dados imediatos e confiáveis suficientemente para o entendimento das ações, além da identificação de demandas, falhas e perspectivas da população (ASSIS, 2012).

Com esse intuito, a presente pesquisa estudou a gestão de RSU em sete municípios da bacia hidrográfica do rio Paraopeba (UPGRH-SF3), situada na região central do estado de Minas Gerais, no período de julho de 2015 a julho de 2016. Foi realizada uma seleção de indicadores como ferramenta para a avaliação tanto individual do município, quanto comparativa dentro da bacia hidrográfica. Também procedeu-se à pesquisa de campo amparada por um questionário. Diante dos resultados obtidos na caracterização da gestão de RSU dos municípios selecionados, foi aplicada a matriz de indicadores e calculado um Índice de Gestão de RSU.

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O presente trabalho busca contribuir para o preenchimento da lacuna acima identificada lançando mão da comparação entre municípios dentro da mesma bacia hidrográfica, adotando uma sistematização de avaliação da gestão por meio de indicadores. Tal sistematização também contribuirá como instrumento de avaliação continuada, podendo ser aplicada tanto pelos gestores municipais, como forma de autoavaliação, quanto pelo Estado como subsídio na avaliação da implementação de políticas públicas.

A pesquisa foi realizada com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), via bolsa de mestrado do PCRH ( Programa de Capacitação de Recursos Humanos dos órgãos e entidades da administração direta e indireta do Estado dedicados à pesquisa, ao ensino e aos serviços científicos e tecnológicos), e da Fundação Estadual do Meio Ambiente, via recursos logísticos.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Avaliar a gestão de resíduos sólidos urbanos em sete municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba (MG).

2.2 Objetivos específicos

 Estudar indicadores de gestão de resíduos sólidos urbanos que considerem, conforme as Políticas Estadual e Nacional de Resíduos Sólidos, as dimensões operacional, ambiental, econômica, gestão participativa, inclusão social e política para compor uma matriz de avaliação da gestão de RSU;

 Conhecer e avaliar a gestão de resíduos sólidos urbanos em cada um dos sete municípios estudados da Bacia do Rio Paraopeba;

 Avaliar, comparativamente, a gestão de resíduos sólidos urbanos nos sete municípios estudados por meio do cálculo de um índice de gestão de RS composto pelos indicadores selecionados.

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3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 A questão dos Resíduos Sólidos Urbanos

À esfera municipal competem assuntos de interesse local, especialmente quanto à organização dos seus serviços públicos, como é o caso da gestão de RSU produzidos em seu território, conforme estabelecido na Constituição Federal do Brasil (BRASIL, 1988), nos seus incisos I e V do art. 30.

Observando-se o panorama nacional e estadual de disposição final de RSU, depreende-se que há grande dificuldade das administrações públicas municipais em gerir seus RSU: em 2014, 60% dos municípios brasileiros dispuseram seus RSU em lixões (1.559) e aterros controlados (1.775) (ABRELPE, 2015), que são consideradas formas inadequadas de disposição no solo por não possuírem sistemas de controle ambiental e produzirem poluição localizada. Em nível estadual, ao final de 2015, Minas Gerais contabilizou 589 municípios com disposição final irregular, correspondendo a 69% dos municípios mineiros (FEAM, 2016).

Este cenário negativo quanto à disposição final, que se configura como última etapa da gestão e do gerenciamento de RSU, reflete, para além da inobservância aos princípios de hierarquia da gestão integrada de RS: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e valorização dos resíduos sólidos (MINAS GERAIS, 2009; BRASIL, 2010), a desconsideração dos condicionantes sistêmicos, que, segundo Heller e Castro (2007), são denominados como processos socioeconômicos, políticos e culturais que estruturam e determinam, em grande medida, as opções de políticas públicas.

Segundo o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab):

A gestão dos serviços de saneamento é tradicionalmente relegada à dimensão técnico-administrativa e artificialmente separada dos processos socioeconômicos e políticos que estruturam, dão marco e até determinam a forma como estes serviços são organizados e geridos. Portanto, a construção de relações entre cidadania, governabilidade e o controle e a participação social, vislumbrando avançar na instituição de práticas democráticas substantivas, corresponde a uma tarefa complexa, em decorrência, em parte, da própria natureza do tema, localizado no limiar entre o campo político e o campo técnico, ambos com suas múltiplas dimensões e contradições internas (MCidades, 2013).

O limiar entre os condicionantes sistêmicos e os condicionantes intrínsecos ao campo técnico- operacional é considerado na Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) e na Política

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Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), publicadas pela Lei Estadual nº 18.031/09 e pela Lei Federal nº 12.305/2010, respectivamente (MINAS GERAIS, 2009; BRASIL, 2010). Em ambas as Leis é evidenciada a amplitude do conceito de gestão integrada de RS, que engloba as etapas do gerenciamento de RS.

A gestão integrada dos resíduos sólidos é definida na PERS como “conjunto articulado de ações políticas, normativas, operacionais, financeiras, de educação ambiental e de planejamento desenvolvidas e aplicadas aos processos de geração, segregação, coleta, manuseio, acondicionamento, transporte, armazenamento, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos” (MINAS GERAIS, 2009). Na mesma linha, para a busca de soluções para tal questão, a PNRS considera inerente à gestão integrada de RS as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, cujas ações devem ser tomadas sob a premissa do desenvolvimento sustentável e com controle social (BRASIL, 2010).

Segundo as mesmas Leis, o gerenciamento integrado de resíduos sólidos compreende o conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente para a operacionalização do sistema, observadas as diretrizes estabelecidas no Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS). A PNRS cita as etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e, adicionalmente, a PERS cita as etapas de redução, segregação, manipulação, acondicionamento, armazenamento, triagem, comercialização (MINAS GERAIS, 2009; BRASIL, 2010).

A Figura 3.1 apresenta um fluxograma simplificado dos resíduos sólidos gerados em um município que englobam as citadas etapas do gerenciamento integrado de RSU.

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Figura 3.1 – Fluxograma simplificado dos resíduos sólidos gerados no município Fonte: MMA/SRHU (2016)

No contexto do planejamento futuro das ações, trazendo os conceitos do Plansab acerca das medidas estruturais e medidas estruturantes:

As primeiras correspondem aos tradicionais investimentos em obras, com intervenções físicas relevantes nos territórios, para a conformação das infraestruturas físicas de (...) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos (...). São evidentemente necessárias para suprir o deficit de cobertura pelos serviços e a proteção da população quanto aos riscos epidemiológicos, sanitários e patrimoniais. Por outro lado, por medidas estruturantes são entendidas aquelas que fornecem suporte político e gerencial para a sustentabilidade da prestação dos serviços. Encontram-se tanto na esfera do aperfeiçoamento da gestão, em todas as suas dimensões, quanto na da melhoria cotidiana e rotineira da infraestrutura física. (MCidades, 2013).

Todos estes fatores devem ser considerados para o bom funcionamento de um sistema integrado de gestão de resíduos. Segundo Barros (2012) “a problemática dos resíduos sólidos tem que ser analisada de maneira mais abrangente que a mera solução tecnológica (e fundamentalmente operacional), de modo geral concentrada na etapa da destinação final: é

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preciso também ver a montante da produção crescente de RS, questionando os mecanismos que levam a ela e as consequências daí advindas”.

Faz-se necessário “deslocar o tradicional foco dos planejamentos clássicos em saneamento básico, pautados na hegemonia de investimentos em obras físicas, para um melhor balanceamento destas com medidas estruturantes, a partir do pressuposto de que o fortalecimento das ações em medidas estruturantes assegurará crescente eficiência, efetividade e sustentação aos investimentos em medidas estruturais” (MCidades, 2013).

Tan et al. (2014) estudaram a gestão de resíduos sólidos na Malásia e também concluíram que estratégias mais eficientes de gestão que considerem uma estrutura holística são necessárias para se reduzir a forte dependência da etapa de disposição no solo.

Estas estratégias devem estar pautadas no princípio da hierarquia, que orientam tanto a PERS, quanto a PNRS, que apresentam algumas variações quanto às etapas. Na PNRS está definida a seguinte ordem de prioridade na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos (BRASIL, 2010), ao passo que são os princípios que orientam a PERS: i) a não geração; ii) a prevenção da geração; iii) a redução da geração; iv) a reutilização e o reaproveitamento; v) a reciclagem; vi) o tratamento; vii) a destinação final ambientalmente adequada; viii) a valorização dos resíduos (MINAS GERAIS, 2009).

Enquanto na PERS a valorização dos resíduos é ressaltada em um item exclusivo, na PNRS, esse conceito é apontado pela restrição de se dispor apenas os rejeitos no solo.

A utilização desses princípios nas Políticas Estadual e Nacional de Resíduos corroboram a afirmação de Finnveden et al. (2005): “a hierarquia dos resíduos é muitas vezes sugerida e utilizada na formulação de políticas de resíduos, havendo diferentes versões de hierarquia, mas que na maioria dos casos apresenta a seguinte ordem: redução, reutilização, reciclagem, recuperação e disposição final.”

Estes princípios foram baseados na Diretiva Europeia75/442/CEE, Marco Regulatório sobre Resíduos, cuja publicação se deu em 15 de julho de 1975 (UE, 1975), há mais de três décadas em relação às publicações das PERS e PNRS.

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Como resultados de cerca de 40 anos de investimentos em instrumentos de gestão de RSU, o banco de dados estatísticos oficial da União Europeia registrou em 2014, para 28 estados- membros, que do total dos resíduos sólidos municipais, 28% eram encaminhados para reciclagem, 16% para compostagem, 27% para incineração e 28% dispostos em aterros sanitários. Especificamente quanto ao gerenciamento de RSU na Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Suécia e Suíça, o mesmo banco de dados informa que menos de 1% dos RSU são encaminhados para aterros sanitários (EUROSTAT, 2016).

Destaca-se também a Diretiva 1999/31/EC, que estabelece metas progressivas para o desvio e a redução da disposição de resíduos biodegradáveis destinados aos aterros sanitários, utilizando como alternativas a reciclagem, compostagem, valorização e incineração com aproveitamento de energia. A redução do peso dos resíduos gerados foi determinada em 25%, 50% e 75% em até 5, 8 e 15 anos, respectivamente, após a entrada em vigor da legislação, tendo com base no ano de 1995 (UE, 1999).

O lapso temporal identificado no marco regulatório da política de resíduos entre os países da União Europeia (países desenvolvidos) e o Brasil (em desenvolvimento) já indica que o investimento na gestão de resíduos neste último ainda é muito incipiente. Aliado a isso, o cenário crítico do manejo e disposição final dos RSU é evidenciado nos municípios brasileiros e mineiros. Enquanto nos países desenvolvidos os aterros sanitários já são considerados como passivo ambiental (mesmo tendo sido construídos com técnicas de controle ambiental) no Brasil e em Minas Gerais, a disposição inadequada de RSU ainda é prática comum.

Importante ressaltar que a instituição das Políticas de RS é um primeiro passo, o marco regulatório, mas não garante a gestão eficiente dos resíduos sólidos, que ainda se configura como um grande desafio para os gestores municipais.

O estudo de caso realizado por Bjerkli (2013) na cidade de Addis Ababa (Etiópia) revelou uma falta de compromisso com a implementação da boa governança. Esta situação se assemelha à boa parte das administrações municipais brasileiras. Nesse sentido, é fundamental que os municípios estejam realmente comprometidos com as políticas estabelecidas e as necessárias consequentes mudanças.

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No Estado de Minas Gerais, a situação não é diferente e se agrava à medida que se afasta dos municípios com melhor aporte econômico, ambiental e social. Ao Estado se requer trabalhar cada região, e especificamente, focar distintamente os municípios (ASSIS, 2012).

Para Matos e Dias (2011), o problema é que muitas cidades não conseguem obter recursos suficientes, ou mesmo pessoal técnico, para realizar o tratamento adequado do lixo. Todavia, como contrapõe Taboada-Gonzalez et al. (2014), tipicamente, todas as variáveis relevantes são reduzidas a uma única dimensão (econômica), descartando uma grande quantidade de informações relevantes que muitas vezes é essencial para a realização do desenvolvimento sustentável. Dessa forma, vários autores (Clayton et al.1996; Howlett 2009; Stasinopoulos et al. 2009) mostraram que os problemas relacionados com o desenvolvimento sustentável são complexas e devem ser tratadas de forma global.

É inquestionável a necessidade de implementar políticas públicas orientadas para tornar as cidades social e ambientalmente sustentáveis como uma forma de se contrapor ao quadro de deterioração crescente das condições de vida (ASSIS, 2012).

Portanto, para avançar rumo à sustentabilidade da gestão de RSU, sem alimentar ilusões de uma solução única, a questão deveria ter como foco a gestão integrada, constituída de diagnósticos participativos, planejamento estratégico, integração de políticas setoriais, parcerias entre os setores público e privado, mecanismo de implementação compartilhada de ações, instrumentos de avaliação e monitoramento, e não somente a escolha de tecnologias apropriadas (POLAZ & TEIXEIRA, 2007).

3.2 Dimensões da gestão integrada de resíduos sólidos urbanos

Segundo o Plansab, “um tipo ideal de modelo sustentável de gestão de serviços de saneamento básico privilegiaria as escalas institucionais e territoriais de gestão; a construção da intersetorialidade; a possibilidade de conciliar eficiência técnica e econômica e eficácia social; o controle social e a participação dos usuários na gestão dos serviços; e a sustentabilidade ambiental” (MCidades, 2013).

Sobre a sustentabilidade, Adeodato (2005) a entende como:

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(...) um processo de ação contínua (tempo), envolvendo atores sociais organizados (participação), de um determinado lugar (espaço), considerando suas diversas dimensões na realidade (dimensões), que buscam uma condição (tendência) de melhoria de qualidade de vida para a comunidade (coletividade), tanto no presente quanto no futuro (tempo).

A despeito da complexidade da questão dos RSU, para fornecer diretrizes quanto à gestão integrada ou sustentabilidade da gestão, as Políticas Estadual e Nacional de Resíduos Sólidos abrangem as dimensões operacional, política, econômica, ambiental, cultural, social e de educação ambiental, cujas ações devem ser tomadas sob a premissa do desenvolvimento sustentável e com controle social (MINAS GERAIS, 2009; BRASIL, 2010).

Com base em Schübeler (1997), Barros (2012) apresenta uma formatação conceitual para a gestão de RS municipais separados por categorias (aqui, denominadas dimensões). A Tabela 3.1 expõe essa formatação, detalhando os objetivos estratégicos e as respectivas questões estratégicas.

Tabela 3.1 – Formatação conceitual para a gestão de RS municipais (GRSM) Categorias Objetivos estratégicos Questões estratégicas

Políticas Determinar metas e prioridades no GRSM

Definir papéis claros para GRSM Estabelecer um efetivo quadro legal e regulatório

Prioridade relativa dos serviços de coleta

comparativamente à disposição segura de resíduos Propriedade atribuída à minimização de resíduos (redução e recuperação)

Satisfazer demandas de serviço em assentamentos irregulares e ilegais

Mix de instrumentos para gestão de resíduos:

regulações e incentivos e/ou motivações

Contribuição de agência de apoio externo para a

formulação de política de GRSM Institucionais Delegar responsabilidade e autoridade no

GRSM aos governantes locais

Distribuição ótima de funções e de responsabilidades Estabelecer instituições municipais

efetivas para GRSM

Delegação de responsabilidades de GRSM a despeito da capacidade limitada do governo local

Introduzir métodos, procedimentos e alvos de serviço apropriados

Envolvimento de governos locais no planejamento do sistema e desenvolvimento

Construir capacidade municipal para GRSM

Sensibilidade (responsiveness) da gestão de resíduos às demandas e necessidades reais

Aumentar eficiência através de envolvimento do setor privado local

Melhoras da situação profissional dos gestores dos resíduos

Ampliar serviço de GRSM de baixo custo através de participação da comunidade Sociais

Orientar a GRSM para as necessidades reais da população, incluindo mulheres, crianças e pobres

Adaptação dos serviços de gestão de resíduos às necessidades dos domicílios e das mulheres de baixa renda

Estimular padrões adequados de manuseio de resíduos pela população

Efetividade de construção de consciência (awareness) ou envolvimento direto da comunidade

Aumentar a consciência da população sobre problemas e prioridades de GRSM

Equidade de acesso aos serviços de GRSM pela população de baixa renda

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Categorias Objetivos estratégicos Questões estratégicas Sociais Mobilizar a participação da comunidade

na gestão local dos resíduos

Colaboração e apoio aos trabalhadores (catadores) Proteger a saúde e a segurança

socioeconômica de quem trabalha com resíduos

Financeiras

Estabelecer apropriação de custos e sistemas de orçamentos práticos e transparentes

Incentivos falhos das instituições locais para utilizar métodos disponíveis de apropriação de custos Mobilizar recursos de investigação de

capital adequados

Uso de recursos coletados para propósitos de GRSM Levantar renda suficiente para despesas

correntes (garantir operação e manutenção adequadas)

Incorporação de incentivo para eficiência e redução de custos

Melhorar as eficiências e reduzir custos dos serviços de GRSM

Técnicas

Alcançar baixos custos de ciclo de vida para instalações e equipamentos de gerenciamento

Coerência dos sistemas técnicos apesar dos diferentes requisitos e tomadores de decisão

Usar tecnologia que facilita a colaboração dos usuários e do setor privado

Estimativa de custos de ciclo de vida das alternativas técnicas

Garantir sistemas técnicos que de fato limitem a poluição ambiental

Padrões apropriados para projetos e operações de aterros sanitários

Econômicas

Promover produtividade econômica e desenvolvimento através de adequado serviço de GRSM

Ponderação/comparação (trade off) entre baixo custo de serviços de resíduos e proteção ambiental

Coleta, recuperação e disposição de resíduos ambientalmente seguras (sound technologies)

Controle de resíduos industriais e perigosos, mesmo com fontes pequenas espalhadas

Garantir a longo prazo a efetividade dos sistemas de GRSM

Ponderação/comparação (trade off) entre eficiência serviços e criação de empregos

Promover minimização de resíduos e eficiência material

Gerar emprego e renda na gestão de resíduos

Fonte: Barros (2012) apud Schübeler (1997)

Quanto à sustentabilidade dos serviços de saneamento, em relação às diversas significações atribuídas ao termo, quatro dimensões são assumidas no Plansab, a saber:

(...) a ambiental, relativa à conservação e gestão dos recursos naturais e à melhoria da qualidade ambiental; a social, relacionada à percepção dos usuários em relação aos serviços e à sua aceitabilidade social; a da governança, envolvendo mecanismos institucionais e culturas políticas, com o objetivo de promoção de uma gestão democrática e participativa, pautada em mecanismos de prestação de contas; e a econômica, que concerne à viabilidade econômica dos serviços (MCidades, 2013).

No trabalho publicado por Polaz e Teixeira (2009), referente à gestão municipal do município de São Carlos (SP), cinco dimensões foram definidas: 1) ambiental/ecológica; 2) econômica;

3) social; 4) política/institucional; 5) cultural. Inicialmente, havia sido prevista uma sexta

(30)

dimensão denominada operacional, mas, os autores verificaram que tais questões estariam vinculadas à dimensão política/institucional, sendo então propostas subdimensões distintas:

4a) institucionalização da gestão e 4b) execução da gestão de RSU.

Para a construção de uma matriz de indicadores de sustentabilidade para a gestão de resíduos sólidos urbanos, Santiago e Dias (2012) agrupou seis dimensões, conforme Pereira (2010), Moraes e Borja (2010), Santiago e Dias (2010), Furiam e Günther (2006) e Dias (2003) a saber: 1) dimensão política; 2) dimensão tecnológica; 3) dimensão econômica/financeira; 4) dimensão ecológica/ambiental; 5) dimensão do conhecimento (educação ambiental e mobilização social); 6) dimensão da inclusão social.

Assis (2012) organiza seu trabalho sobre a avaliação da gestão de RSU em municípios da RMBH em temas e variáveis: 1) operacional: varrição, capina e poda, cestas e papeleiras públicas, coleta, coleta seletiva e pontos de triagem e compostagem, disposição final; 2) econômico/financeiro: faturamento, varrição, coleta e transporte, disposição, capina e poda; 3) ambiental: biogás, lixiviados, áreas degradadas; 4) gestão participativa e social: catadores e agentes de limpeza urbana, estrutura, participação popular; 5) legal: legislações e aspectos normativos.

Diante dos estudos apresentados, verifica-se um consenso da necessidade da abordagem das diversas dimensões para a gestão de RSU e também que, ao englobarem diferentes aspectos e suas respectivas definições, variam de autor para autor quanto à formatação, mas sempre mantendo o cerne da questão da gestão de RSU (POLAZ, 2008).

Com base nos trabalhos estudados, nesta pesquisa, para conceituação e discussão da problemática da gestão de RSU, será adotado o agrupamento em seis dimensões e respectivas variáveis: i) Operacional: coleta convencional, coleta seletiva e pontos de triagem, disposição final; ii) Econômica/ Financeira: faturamento; iii) Ambiental: biogás, lixiviados, automonitoramento, áreas degradadas; iv) Inclusão social: catadores e agentes de limpeza urbana; v) Gestão participativa: estrutura e participação popular, e vi) Política: Consonância com a Política Federal de Saneamento Básico e a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

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3.3 Instrumentos de gestão de RS

Segundo Munhoz (2016), na gestão de resíduos sólidos, os países europeus atingem os melhores resultados pelo uso articulado de instrumentos de comando e controle – que utilizam leis, normas, multas e punições; de instrumentos econômicos – que utilizam tributos, subsídios e incentivos fiscais; e de instrumentos voluntários, baseados na iniciativa dos cidadãos e estimulados pela educação e conscientização. Cada instrumento possui pontos positivos e negativos, e uma combinação apropriada desses instrumentos também é preconizada pela Agenda 21.

3.3.1 Instrumentos das Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos

A adoção de tais instrumentos são essenciais para se alcançarem os objetivos norteadores das Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos. A Tabela 3.2 apresenta um comparativo de instrumentos citados no art.8º da PNRS e art.4º, art.9º, art.10º e art. 40º da PERS, que, dentre outros, são mais intrínsecos ao escopo desta pesquisa (BRASIL, 2010; MINAS GERAIS, 2009).

Tabela 3.2 – Comparativo entre os instrumentos das Políticas Nacional e Estadual de RS Art. 8º Política Nacional de Resíduos Sólidos Art. 10º Política Estadual de Resíduos Sólidos I - os planos de resíduos sólidos;

II - os Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, elaborados com base em padrões setoriais, com definição de metas e prazos;

III - a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

Art. 4º-J - O Estado adotará instrumentos econômicos visando a incentivar:

I - programas de coleta seletiva eficientes e eficazes, preferencialmente em parceria com organizações de catadores;

IV - o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;

V - o monitoramento e a fiscalização ambiental,

sanitária e agropecuária; VIII - o controle e a fiscalização;

VI - a cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado para o desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, métodos, processos e tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos;

III - a cooperação técnica e financeira para viabilização dos objetivos da Política Estadual de Resíduos Sólidos;

VII - a pesquisa científica e tecnológica; X - os incentivos para pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias ligadas à gestão de resíduos sólidos;

VIII - a educação ambiental;

VII - os incentivos fiscais, financeiros e creditícios destinados a atividades que adotem medidas de não- geração, redução da geração, reutilização, reaproveitamento, reciclagem, geração de energia, tratamento ou disposição final de resíduos sólidos;

IX - os incentivos fiscais, financeiros e creditícios;

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Art. 8º Política Nacional de Resíduos Sólidos Art. 10º Política Estadual de Resíduos Sólidos XI - o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão

dos Resíduos Sólidos (Sinir);

IV - o sistema integrado de informações estatísticas voltadas para as ações relativas à gestão dos resíduos sólidos;

XIII - os conselhos de meio ambiente e, no que couber, os de saúde;

Art.9, inciso_III, alínea_q) o incentivo ao desenvolvimento de programas de gerenciamento integrado de resíduos sólidos, com a criação e a articulação de fóruns e de conselhos municipais e regionais para garantir a participação da comunidade;

XIV - os órgãos colegiados municipais destinados ao controle social dos serviços de resíduos sólidos urbanos;

XVII - no que couber, os instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente, entre eles: a) os padrões de qualidade ambiental; d) a avaliação de impactos ambientais; f) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;

Art. 40 - É de responsabilidade dos órgãos ambientais estaduais e municipais, em função da competência designada para atividades de impacto regional ou local, o controle ambiental, compreendendo o licenciamento e a fiscalização, sobre todo e qualquer sistema, público ou privado, de geração, coleta, transporte, armazenamento, tratamento de resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos.

XVIII - os termos de compromisso e os termos de

ajustamento de conduta;

XIX - o incentivo à adoção de consórcios ou de outras formas de cooperação entre os entes federados, com vistas à elevação das escalas de aproveitamento e à redução dos custos envolvidos.

XII - o planejamento regional integrado da gestão dos resíduos sólidos nas microrregiões definidas por lei estadual;

Art. 4º-J - O Estado adotará instrumentos econômicos visando a incentivar:

II - Municípios que se dispuserem a receber resíduos sólidos provenientes de soluções consorciadas.

VI - a previsão orçamentária de recursos financeiros destinados às práticas de prevenção da poluição gerada pelos resíduos sólidos bem como à recuperação das áreas contaminadas por eles;

I - os indicadores para o estabelecimento de padrões setoriais relativos à gestão dos resíduos sólidos;

Fonte: PNRS (BRASIL, 2010); PERS (MINAS GERAIS, 2009)

3.3.2 Principais instrumentos de gestão de RSU adotados em Minas Gerais (1995 a 2016)

O estado de Minas Gerais, por meio do Sistema Estadual de Meio Ambiente (SISEMA) tem definido políticas e desenvolvido ações no sentido de minimizar os impactos ambientais e sobre a saúde humana, causada pela disposição inadequada dos resíduos sólidos urbanos.

Vêm sendo aplicados, de forma planejada e articulada, alguns dos principais instrumentos de gestão ambiental: normativos; de orientação técnica junto aos municípios; planejamento da gestão da limpeza pública; informação e busca de envolvimento das comunidades;

fiscalização e monitoramento; de melhor gestão dos recursos de ICMS Ecológico recebido em

(33)

função de sistemas adequadamente regularizados; aplicação de penalidades aos inadimplentes e de estabelecimento de novas parcerias.

3.3.2.1 ICMS Ecológico

A Lei nº 12.040 de 28 de dezembro de 1995 – revista pela Lei nº 13.803 de 27 de dezembro de 2000 e pela Lei nº 18.030 de 12 de janeiro de 2009 – conhecida como Lei “Robin Hood”, integra o projeto do governo do estado de Minas Gerias de redistribuição de renda aumentando a participação dos municípios carentes na distribuição da receita da arrecadação do ICMS destinada aos municípios pela Constituição Federal (MINAS GERAIS, 2009).

Com o objetivo de incentivar o saneamento ambiental e a preservação dos recursos naturais no estado, o ICMS Ecológico pressupõe o aumento da participação dos municípios que implementem ações neste sentido na fatia do ICMS estadual recolhido anualmente, ou seja, 1% da receita do produto de arrecadação do imposto, destinada aos municípios. São três os critérios definidos para o repasse do ICMS: saneamento ambiental (tratamento de esgotos e disposição adequada de lixo), unidades de conservação e área de ocorrência de mata seca.

Estão habilitados a receber o incentivo enquadrado no subcritério saneamento ambiental todos os municípios que possuírem sistema de tratamento ou disposição final de RSU ou sistema de tratamento de esgoto sanitário que atendam, no mínimo, a, respectivamente, 70% e 50% da população urbana. Tanto no caso dos RSU como no do esgoto sanitário, é exigido que o município tenha a operação do sistema regularizada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM) (MINAS GERAIS, 2016).

Até o final de 2015, dos 853 municípios mineiros, 248 foram cadastrados no ICMS Ecológico, representando 29% do total, sendo: 120 (14%) por destinação a UTCs, 112 (13%) por disposição em aterros sanitários e 16 (2%) por destinação a ambos os empreendimentos.

Dessa forma, 605 municípios não recebem ICMS Ecológico. Vale lembrar que, dentre esses, 22 municípios atingiram o tempo máximo de recebimento, que corresponde a 15 anos, segundo os critérios estabelecidos na Lei (FEAM, 2016).

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