5.2 A VALIAÇÃO DA GESTÃO DE RSU POR MUNICÍPIO
5.2.3 Conselheiro Lafaiete
Em relação ao desenvolvimento de programas e campanhas que utilizem as escolas municipais, compete à Secretaria de Educação a articulação com os demais órgãos da Administração.
Legenda: (a) Sala do Centro de Educação Ambiental; (b) Galpão de Triagem (inoperante) e balança; (c) Frente de operação de disposição de RSU; (d) Preparação da base de disposição final de RSU, drenos de gás e manta de PEAD para impermeabilização do talude; (e) Lagoas de tratamento de lixiviados.
Figura 5.9 - Aterro Sanitário do ECOTRES, no município de Conselheiro Lafaiete Data: 16/09/2015
(a) (b)
(c)
(d)
(e)
5.2.3.2 Aplicação da matriz de indicadores
Conforme metodologia apresentada, a Tabela 5.4 apresenta a matriz de indicadores da gestão de resíduos sólidos urbanos no município de Conselheiro Lafaiete, que compila os dados obtidos na entrevista a representantes do município, visita às instalações de RSU e em outras fontes pesquisadas, no período de julho de 2015 a julho de 2016. As discussões que se seguem, também referem-se ao período e fonte de dados supracitados.
Tabela 5.4 - Matriz de indicadores da GRSU do município de Conselheiro Lafaiete
Variável Indicadores Valor e/ou observação
Tendên-cia
I. Dimensão Operacional
1. Coleta
1.1) Cobertura (%)1, 2 e 3 98% área urbana e 60% da área rural MF 1.2) Frequência2 e 3 diariamente na área central e com frequência maior
nos demais bairros MF
1.3) Terceirização serviço2 e 3 LOCALIX é fiscalizada pelo Departamento de Meio Ambiente vinculado à Secretaria de Obras MF 1.4) Plano otimização da rota3 Periodicamente atualizados os dados e realizado o
planejamento para otimização das rotas MF
1.5) Controle quantidade RS2 e 3 diária MF
1.6) Kg RSU/hab.dia1 e 3 Cobertura 98% e 0,63 kg/hab.dia F
1.7) Kg RSVarrição/hab.dia 1 e 3 99% cobertura área central (freq diária) / NI D 1.8) Kg RSCapina e Poda/hab.dia1 e 3 100% cobertura área central (freq por demanda ) /
quantidade não informada D
1.9) kg RCC/ hab.dia2, 3 e 4 32,9 kg/hab.dia RCC D
1.10) Kg RSSS/hab. dia2, 3 e 4 0,004 kg/hab.dia RSSS MF
1.11) Nº Coletores/ Nº empregado GRSU1 28/75 = 37% F
1.12) Kg RS/coletor.dia1 69800/28 = 2492,86 kg RSU/dia.coletor F
2. Coleta seletiva e Pontos de Triagem e/ou Composta-gem
2.1) Cobertura (%)1, 2 e 3 5% D
2.2) Tipo de sistema2 e 3 a cooperativa Asmarcol recebe doações, havendo
também catação informal PF
2.3) Frequência2 e 3 10 bairros piloto: 1x/semana; área comercial: de 2 a
5x/semana F
2.4) Controle quantidade RS2 e 3 1x / mês F
2.5) Kg RS recuperado/ hab. ano1 2,7 kg/hab.ano PF
2.6) Recuperação recicláveis/ kg RS totais
(%)1 (25t/mês)/(2094t/mês) = 1,2% D
2.7) Recuperação de resíduo orgânico/kg RS
totais (%) inexistente D
2.8) Licenciamento ambiental2 e 3 Autorização Ambiental de Funcionamento MF
2.9) Distância do centro2 e 3 4 km MF
2.10) Infraestrutura2 e 3 tamanho e organização bons F
2.11) Condições operacionais2 e 3 certa capacitação e treinamento PF
3. Disposição final
3.1) Tipo de sistema2 e 3 Aterro Sanitário com APO (Autorização Provisória
para Operar) MF
3.2) Frequência recobrimento3 e 4 Diária MF
3.3) Controle quantidade RS2 e 3 Diária (69,5 t/dia) MF
3.4) Vida útil3 e 4 15 anos F
3.5) Licenciamento ambiental2 e 3 RCA/PCA MF
3.6) Distância do centro3 e 4 12 km (Conselheiro Lafaiete) MF
3.7) Infraestrutura2 e 3 Atende exigências para Aterro Sanitário MF 3.8) Condições operacionais2 e 3 Atende exigências para Aterro Sanitário F
3.9) Proprietário do terreno2 e 3 ECOTRES MF
II. Dimensão Econômica/ Financeira
4. Faturam ento 4.1) Origem dos recursos para a GRSU Cobrança inclusa no IPTU F 4.2) Orçamento GRSU/ orçamento municipal
total1 R$17.422.410,69/R$85.000.000,00= 20,5% F
III. Dimensão Ambiental
5. Biogás 5.1) Captura e tratamento do gás2 e 3 drenagem e queima do gás MF 6.
Lixiviados 6.1) Coleta e tratamento do lixiviado2 e 3 Pré-tratamento na área (sistema de lagoas) e
encaminhamento à ETE Ouro Branco (COPASA) MF 7. Auto- monit orame nto ambie ntal7.1) Efluente tratado mais de 2 vezes ao ano MF 7.2)Águas subterrâneas e superficiais mais de 2 vezes ao ano MF 8. Áreas
degradadas
8.1) Área recuperada p/ GIRS2 e 3 área do antigo lixão foi aterrada, sendo utilizada
como depósito de RCC (set/2015) F
8.2) Medidas mitigadoras2 e 3
área cercada, mas não possui drenagem de lixiviados, nem drenos de gas. Existia sistema de drenagem pluvial, externamente (set/2015)
PF
IV. Dimensão Social
9. Catadores e agentes de limpeza urbana
9.1) Catadores no lixão2 e 3 não MF
9.2) Catadores nas ruas 4 catadores informais sem parceria Prefeitura F
9.3) Cursos de capacitação2 e 3 Cursos: Funasa e ARPA MF
9.4) Associações/cooperativas2 e 3 Asmarcol MF
9.5) Parceria com instituições2 e 3 Prefeitura D
9.6) Utilização de EPIs 2 e 3 Alguns catadores de materiais recicláveis não
utilizam PF
9.7) Erradica trabalho infantil2 e 3 não é o caso MF
V. Dimensão Gestão Participativa
10. Estrutura 10.1) Responsável no quadro2 e 3 Diretor do Departamento de Meio Ambiente
(cargo comissionado) F
10.2) Qualificação do quadro2 e 3 Superior MF
10.3) Conselho municipal MA2 e 3 Lei Municipal 3.648/95 - Deliberativo e Consultivo MF
10.4) Atuação em consórcios de RS2 e 3 ECOTRES MF
11. Participação popular
11.1) Canal participação popular2 e 3 Ouvidoria MF
11.2) Capacitação em EA2 e 3 Palestras em escolas, movimentos das águas nas
ruas. Ações temporárias F
11.3) Participação escolas2 e 3 Em datas comemorativas F
11.4) Parcerias c/ outros setores2 e 3 Escolas particulares F
11.5) Fluxo informação PrefM 2 e 3 apoio de outras Secretarias MF
VI. Dimensão Política
12. Consonância com a PFSB
12.1) Intersetorialidade¹
Secretaria de Obras e Meio Ambiente
(Departamento de Obras e Departamento de Meio Ambiente)
F 12.2) Integralidade dos serviços de
saneamento básico
100% abastecimento de água; 87% coleta de esgoto e 50% tratamento de esgoto; 98% coleta e
disposição de RSU; drenagem (precária)
MF 12.3) Plano Municipal de Saneamento Básico Existente - Parceria MP/CIBAPAR F
13. Consonância com a PNRS 13.1) Plano Municipal de Gestão Integrada
de Resíduos Sólidos Elaborado em 2014 F
Legenda: MF = Muito Favorável F = Favorável PF = Pouco Favorável D = Desfavorável NI= Não informado; ARPA=Associação Regional de Proteção Ambiental do Alto Paraopeba e Vale do Piranga
Figura 5.10 - Tendências (em %) da avaliação da GRSU no município de Conselheiro Lafaiete, conforme indicadores analisados
A análise da Tabela 5.4 e do seu respectivo gráfico (Figura 5.10) evidencia, em pouco mais de 80%, que o serviço de limpeza urbana do município de Conselheiro Lafaiete tende a uma qualidade boa, uma vez que as faixas de avaliação “Muito favorável” (48,3%) e “Favorável”
(33,3%) são predominantes.
Todavia, alguns pontos negativos foram observados, conforme representação das faixas avaliativas com tendências “Desfavorável” (11,7%) e “Pouco favorável” (6,7%). Nestas faixas, se enquadram a ausência de dados dos resíduos de varrição, capina e poda e a grande quantidade de geração de RCC, aliada a uma disposição em local não adequado, considerado como área de “bota-fora” (Figura 5.11).
Figura 5.11 – Bota-fora do município de Conselheiro Lafaiete, localizado na antiga área de disposição final de RSU (lixão municipal)
Data: 16/09/2015
Conforme preconiza a Resolução CONAMA 307/2002, alterada pela Resolução CONAMA 448/2012, os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem ou o encaminhamento a aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos futuros, após triagem. Como forma de organizar as ações, o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil do
município, elaborado em 2014, reconhece a necessidade de viabilizar uma usina de reciclagem de RCC. Diante disso, discute-se a importância do acompanhamento e fiscalização da execução dos Planos de Gerenciamento de Resíduos em geral, inclusive por parte da população.
Ainda como pontos negativos são apontados alguns indicadores relativos à coleta seletiva, tais como a baixa cobertura do atendimento ao serviço e a pequena quantidade de recuperação de recicláveis, bem como a inexistência de compostagem, que se fosse realizada, aumentaria a vida útil do Aterro Sanitário, prorrogando a necessidade de novo local de disposição final e evitando consequentes impactos ambientais.