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PORTUGUÊS - 2 o ANO MÓDULO 42 PRÉ-MODERNISMO PARTE 1

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(1)

PORTUGUÊS - 2

o

ANO MÓDULO 42

PRÉ-MODERNISMO —

PARTE 1

(2)
(3)
(4)

Como pode cair no enem

(UFU) Leia e compare os textos seguintes.

Estou no hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês passado.

(...) Eu sou dado ao maravilhoso, ao fantástico, ao hipersensível; nunca, por mais que quisesse, pude ter uma concepção mecânica, rígida do Universo e de nós mesmos. No último, no fim do homem e do mundo, há mistério e eu creio nele. (...) O que há em mim, meu Deus? Loucura?

Quem sabe lá? (...) Que dizer da loucura? Mergulhado no meio de quase duas dezenas de loucos, não se tem absolutamente uma impressão geral dela.

(Lima Barreto. Diário do hospício)

E essa mudança não começa, não se sente quando começa e quase nunca acaba. Com o seu padrinho, como fora? A princípio, aquele requerimento... mas que era aquilo? Um capricho, uma fantasia, coisa sem importância, uma ideia de velho sem consequência. Depois, aquele ofício? Não tinha importância, uma simples distração, coisa que acontece a cada passo... E enfim? A loucura declarada, a torva e irônica loucura que nos tira a nossa alma e põe uma outra, que nos rebaixa... (Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma)

Assinale a opção correta:

a) Sem a experiência pessoal de Lima Barreto sobre a loucura, o autor não teria elementos suficientes para compor sua personagem nem para refletir sobre o tema.

b) Em ambos os textos, os narradores creem que o universo e o homem estão sujeitos a uma ordem suprassensível, misteriosa, que impede a demarcação exata da lucidez e da loucura.

c) Seguindo padrões estabelecidos, a personagem Quaresma pauta-se por uma conduta racional e objetiva, comportamento esse positivista, que a leva à loucura.

d) Ainda que não saiba definir a loucura, Lima Barreto faz uma exaltação dela, por meio de sua vida e da personagem Quaresma.

(5)

Como pode cair no enem

(UFU) Leia e compare os textos seguintes.

Estou no hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês passado.

(...) Eu sou dado ao maravilhoso, ao fantástico, ao hipersensível; nunca, por mais que quisesse, pude ter uma concepção mecânica, rígida do Universo e de nós mesmos. No último, no fim do homem e do mundo, há mistério e eu creio nele. (...) O que há em mim, meu Deus? Loucura?

Quem sabe lá? (...) Que dizer da loucura? Mergulhado no meio de quase duas dezenas de loucos, não se tem absolutamente uma impressão geral dela.

(Lima Barreto. Diário do hospício)

E essa mudança não começa, não se sente quando começa e quase nunca acaba. Com o seu padrinho, como fora? A princípio, aquele requerimento... mas que era aquilo? Um capricho, uma fantasia, coisa sem importância, uma ideia de velho sem consequência. Depois, aquele ofício? Não tinha importância, uma simples distração, coisa que acontece a cada passo... E enfim? A loucura declarada, a torva e irônica loucura que nos tira a nossa alma e põe uma outra, que nos rebaixa... (Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma)

Assinale a opção correta:

a) Sem a experiência pessoal de Lima Barreto sobre a loucura, o autor não teria elementos suficientes para compor sua personagem nem para refletir sobre o tema.

b) Em ambos os textos, os narradores creem que o universo e o homem estão sujeitos a uma ordem suprassensível, misteriosa, que impede a demarcação exata da lucidez e da loucura.

c) Seguindo padrões estabelecidos, a personagem Quaresma pauta-se por uma conduta racional e objetiva, comportamento esse positivista, que a leva à loucura.

d) Ainda que não saiba definir a loucura, Lima Barreto faz uma exaltação dela, por meio de sua vida e da personagem Quaresma.

Fixação 1) (VUNESP)

Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo também de que, por este fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das letras, se veem na humilhante contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro de nosso país, os autores e os escritores, com especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se, diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma — usando do direito que lhe confere a Constituição Nacional decrete o tupi-guarani como língua oficial e nacional do povo brasileiro.

Indique o que pretende o requerente com sua solicitação, o título da obra, o nome do autor e o movimento literário aos quais o texto transcrito pertence.

(6)

Fixação

2) (UNIFICADO)

Não se sabia bem onde nascera, mas não fora de certo em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo:

Quaresma era antes de tudo brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte do país, tanto assim que aquilo que o fazia vibrar de paixão não eram só os pampas do Sul com seu gado, não era o café de São paulo, não eram o ouro e os diamantes de Minas, não era a beleza da Guanabara, não era a altura da Paulo Afonso, não era o estro de Gonçalves Dias ou o ímpeto de Andrade Neves - era tudo isso junto fundido, reunido, sob a bandeira estrelada do cruzeiro (...)

(...)Defendia com azedume e paixão a proeminência do Amazonas sobre todos os demais rios dos mundo. Para isso ia até ao crime de amputar alguns quilômetros ao Nilo e era com este rival do “seu“ rio que ele mais implicava. Ai de quem o citasse na sua frente!

(...)

E desse modo ele ia levando a vida, metade na repartição, sem ser compreendido, e a outra metade em casa, também sem ser

compreendido. No dia em que o chamaram de Ubirajara, Quaresma ficou reservado, taciturno, mudo, e só veio a falar porque, quando lavavam as mãos num aposento próximo à secretaria e se preparavam para sair, alguém suspirando disse: ”Ah! meu Deus! Quando poderei ir à Europa!” O majornão se conteve: levantou o olhar, consertou o pincenez e falou fraternal e persuasivo: “Ingrato! Tens uma terra tão bela, tão rica, e queres visitar a dos outros! Eu, se algum dia puder, hei de percorrer a minha de princípio ao fim!”

(BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma.

São Paulo: Brasiliense, p.32-5, 1956)

Assinale a afirmativa falsa:

a) O texto dirige a percepção do leitor para a matéria narrada.

b) Verifica-se, no texto, a existência de compo- nentes irônicos na atitude do narrador.

c) A paródia aos lugares-comuns da retórica do ufanismo estabelece uma relação entre o texto e o Modernismo.

d) A perspectiva do narrador quanto à exaltação nativista do personagem aproxima o texto do Romantismo.

e) O texto questiona o conceito de patriotismo centrado na ênfase das riquezas naturais e des- tituído de visão crítica.

Fixação 3)

Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o viajante tem o desafago de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar;

agride-o e estoneia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra- se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante...

(CUNHA, Euclides da. Os Sertões. São Paulo: Círculo do Livro, 1975. p.38.) Glossário:

1) espinescente: que cria espinhos.

2) estepe: vasta planície ou região semidesértica.

3) flexuoso: sinuoso, ondulante.

4) urticante: que queima como urtiga.

5) vereda: trilha que marca o rumo a seguir.

(7)

compreendido. No dia em que o chamaram de Ubirajara, Quaresma ficou reservado, taciturno, mudo, e só veio a falar porque, quando lavavam as mãos num aposento próximo à secretaria e se preparavam para sair, alguém suspirando disse: ”Ah! meu Deus! Quando poderei ir à Europa!” O majornão se conteve: levantou o olhar, consertou o pincenez e falou fraternal e persuasivo: “Ingrato! Tens uma terra tão bela, tão rica, e queres visitar a dos outros! Eu, se algum dia puder, hei de percorrer a minha de princípio ao fim!”

(BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma.

São Paulo: Brasiliense, p.32-5, 1956)

Assinale a afirmativa falsa:

a) O texto dirige a percepção do leitor para a matéria narrada.

b) Verifica-se, no texto, a existência de compo- nentes irônicos na atitude do narrador.

c) A paródia aos lugares-comuns da retórica do ufanismo estabelece uma relação entre o texto e o Modernismo.

d) A perspectiva do narrador quanto à exaltação nativista do personagem aproxima o texto do Romantismo.

e) O texto questiona o conceito de patriotismo centrado na ênfase das riquezas naturais e des- tituído de visão crítica.

Fixação 3)

Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o viajante tem o desafago de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar;

agride-o e estoneia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra- se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante...

(CUNHA, Euclides da. Os Sertões. São Paulo: Círculo do Livro, 1975. p.38.) Glossário:

1) espinescente: que cria espinhos.

2) estepe: vasta planície ou região semidesértica.

3) flexuoso: sinuoso, ondulante.

4) urticante: que queima como urtiga.

5) vereda: trilha que marca o rumo a seguir.

O sertanejo é, antes de tudo, um forte.

Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastêncios do litoral.

A sua aparência, entretanto, o primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempenho, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. [...] Este contrate impõe-se ao mais leve exame. Revela-se a todo momento, em todos os pormenores da vida sertaneja - caracterizado sempre pela intercadência impressionadora entre extremos impulsos e apatias longas.

(Idem, p. 92-3) Glossário:

• neurastênico: fraco, irritado.

Com base nos textos acima, que relações podem ser estabelecidas entre:

a) o meio externo e as características do sertanejo;

b) as características internas e externas do sertanejo.

(8)

Fixação

Não lhes bastavam seis mil mannlinchers e seis mil sabres; e o golpear de doze mil braços, e o alcanhar de doze mil coturnos; e seis mil revólveres; e vinte canhões, e milhares de granadas, e milhares de schrapnells, e os degolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede, e dez meses de combates, e cem dias de canhoneio contínuo; e o esmagamento das ruínas;

e o quadro indefinível dos templos derrocados; e, por fim, na ciscalhagem das imagens rotas, dos altares abatidos, dos santos em pedaços – sob a impassibilidade dos céus tranquilos e claros – a queda de um ideal ardente, a extinção absoluta de uma crença consoladora e forte (...)

Impunham-se outras medidas. Ao adversário irresignável as forças máximas da natureza, engenhadas à destruição e aos estragos. Tinha-as, previdentes. Havia-se prefigurado aquele epílogo assombroso drama. Um tenente, ajudante de ordens do comandante geral, fez conduzir do acampamento dezenas de bombas de dinamite. Era justo; era absolutamente imprescindível. Os sertanejos invertiam toda a psicologia da guerra: enrijavam-nos os reveses, rubustecia-os a fome, empedernia-os a derrota.

(CUNHA, Euclides da. Os Sertões. São Paulo:

Marin Claret, 2003, p. 520-521) Glossário:

1) ciscalhagem: amontoado de mato e pedras.

2) irresignável: que não desiste.

3) epílogo: fechamento, conclusão.

4) Com base no texto I, e na obra de Euclides da Cunha, assinale a(s) proposição(ões) correta(s):

( ) O texto I é exemplo de como o sertanejo é descrito também em outras passagens do livro Os Sertões e confirma a consagrada frase de Euclides da Cunha: “ O sertanejo é antes de tudo, um forte”.

( ) A narrativa de Euclides da Cunha propõe uma antítese entre a força física ou material do exército e a força do sertanejo, adaptado às condições de seu lugar e ampar do pela a crença religiosa.

( ) Quando afirma que “Impunham-se outras medidas” (linha 14), pois todo aquele arsenal não lhes bastava, o narrador quer dizer que os soldados apelaram para os “céus tranquilos e claros”

( ) Há dois planos opostos que descrevem os dois lados desiguais da luta em Canudos. De um lado, o exército de São Sebastião e, de outro, os sertanejos com suas ruínas, na ciscalhagem das imagens e em pedaços.

( ) A construção do texto por meio de paradoxos como “enrijavam-se os reveses, robustecia-se a fome, empedernia-os a derrota” confirma uma das características da obra: a presença de elementos contrastantes como resultado de ideias antagônicas.

( ) A correta “psicologia de guerra”, aplicada pelo exército, não foi suficiente para a tomada de Canu- dos, já que os sertanejos a invertiam.

Fixação

5) O messias é alguém enviado por uma divindade para trazer a vitória do Bem sobre o Mal, ou para corrigir a imperfeição do mundo, permitindo o advento do Paraíso Terrestre, tratando-se pois de um líder religioso e social. Obviamente que esse líder não é uma pessoa qualquer, mas sim alguém que revelou ter “qualidades pessoais extraordinárias, provadas por meio de facul- dades mágicas que lhe dão autoridade; trata-se pois de um líder essencialmente carismático.

Compare, agora, esse trecho às seguintes passagens de Os Sertões:

As fases singulares da sua existência não são, talvez, períodos sucessivos de uma moléstia grave, mas são com certeza, resumo, abreviado dos aspectos predominantes de mal social gravíssimo. Por isso, o infeliz, destinado à solicitude dos médicos, veio, impelido por uma potência superior, bater de encontro a uma civilização, indo para a História como poderia ter ido para o hospício. (p. 111).

(...) Todas as crenças ingênuas, do fetichismo bárbaro às aberrações católicas, todas as tendências impulsivas das raças inferiores, livremente exercitadas na vida sertaneja, se condensaram no seu misticismo feroz e extravagante. (p. 111)

Antônio Conselheiro foi um gnóstico branco. (p. 113)

A sua frágil consciência oscilava ... entre o bom senso e a insônia. Parou aí indefinidamente, nas fronteiras oscilantes da loucura, nessa zona mental onde se confundem facínoras e heróis, reformadores brilhantes e aleijões tacanhos e se acotovelam gênios e degenerados.

Não a transpôs. (p. 114).

No seio de uma sociedade primitiva, que pelas qualidades étnicas e influxo das santas missões malévolas compreendia melhor a vida pelo incompreendido dos milagres, o seu viver misterioso rodeou-o logo de não vulgar prestígio, agravandolhe, talvez, o temperamento delirante. (p. 121).

(9)

3) epílogo: fechamento, conclusão.

4) Com base no texto I, e na obra de Euclides da Cunha, assinale a(s) proposição(ões) correta(s):

( ) O texto I é exemplo de como o sertanejo é descrito também em outras passagens do livro Os Sertões e confirma a consagrada frase de Euclides da Cunha: “ O sertanejo é antes de tudo, um forte”.

( ) A narrativa de Euclides da Cunha propõe uma antítese entre a força física ou material do exército e a força do sertanejo, adaptado às condições de seu lugar e ampar do pela a crença religiosa.

( ) Quando afirma que “Impunham-se outras medidas” (linha 14), pois todo aquele arsenal não lhes bastava, o narrador quer dizer que os soldados apelaram para os “céus tranquilos e claros”

( ) Há dois planos opostos que descrevem os dois lados desiguais da luta em Canudos. De um lado, o exército de São Sebastião e, de outro, os sertanejos com suas ruínas, na ciscalhagem das imagens e em pedaços.

( ) A construção do texto por meio de paradoxos como “enrijavam-se os reveses, robustecia-se a fome, empedernia-os a derrota” confirma uma das características da obra: a presença de elementos contrastantes como resultado de ideias antagônicas.

( ) A correta “psicologia de guerra”, aplicada pelo exército, não foi suficiente para a tomada de Canu- dos, já que os sertanejos a invertiam.

Fixação

5) O messias é alguém enviado por uma divindade para trazer a vitória do Bem sobre o Mal, ou para corrigir a imperfeição do mundo, permitindo o advento do Paraíso Terrestre, tratando-se pois de um líder religioso e social. Obviamente que esse líder não é uma pessoa qualquer, mas sim alguém que revelou ter “qualidades pessoais extraordinárias, provadas por meio de facul- dades mágicas que lhe dão autoridade; trata-se pois de um líder essencialmente carismático.

Compare, agora, esse trecho às seguintes passagens de Os Sertões:

As fases singulares da sua existência não são, talvez, períodos sucessivos de uma moléstia grave, mas são com certeza, resumo, abreviado dos aspectos predominantes de mal social gravíssimo. Por isso, o infeliz, destinado à solicitude dos médicos, veio, impelido por uma potência superior, bater de encontro a uma civilização, indo para a História como poderia ter ido para o hospício. (p. 111).

(...) Todas as crenças ingênuas, do fetichismo bárbaro às aberrações católicas, todas as tendências impulsivas das raças inferiores, livremente exercitadas na vida sertaneja, se condensaram no seu misticismo feroz e extravagante. (p. 111)

Antônio Conselheiro foi um gnóstico branco. (p. 113)

A sua frágil consciência oscilava ... entre o bom senso e a insônia. Parou aí indefinidamente, nas fronteiras oscilantes da loucura, nessa zona mental onde se confundem facínoras e heróis, reformadores brilhantes e aleijões tacanhos e se acotovelam gênios e degenerados.

Não a transpôs. (p. 114).

No seio de uma sociedade primitiva, que pelas qualidades étnicas e influxo das santas missões malévolas compreendia melhor a vida pelo incompreendido dos milagres, o seu viver misterioso rodeou-o logo de não vulgar prestígio, agravandolhe, talvez, o temperamento delirante. (p. 121).

(10)

Fixação 6) (UFRJ)

Acabava de entrar em casa do Major Quaresma o Senhor Ricardo Coração dos Outros, homem célebre pela sua habilidade em cantar modinhas e tocar violão. Em começo, a sua fama estivera limitada a um pequeno subúrbio da cidade, em cujos “saraus”

ele e seu violão figuravam como Paganini e a sua rabeca em festas de duques; mas, aos poucos, com o tempo, foi tomando toda a extensão dos subúrbios, crescendo, solidificando-se, até ser considerada como cousa própria a eles. Não se julgue, entretanto, que Ricardo fosse um cantor de modinhas aí qualquer, um capadócio. Não: Ricardo Coração dos Outros era um artista a frequentar e a honrar as melhores famílias do Méier, Piedade e Riachuelo. Rara era a noite em que não recebesse um convite. Fosse na casa do Tenente Marques, do Doutor Bulhões ou do “Seu” Castro, a sua presença era sempre requerida, instada e apreciada. O Doutor Bulhões, até, tinha pelo Ricardo uma admiração especial, um delírio, um frenesi e, quando o trovador cantava, ficava em êxtase. “Gosto muito de canto”, dizia o doutor no trem certa vez, “mas só duas pessoas me enchem as medidas: o Tamagno e o Ricardo.” Esse doutor tinha uma grande reputação nos subúrbios, não como médico, pois que nem óleo de rícino receitava, mas como entendido em legislação telegráfica, por ser chefe de seção da Secretaria dos Telégrafos.

Dessa maneira, Ricardo Coração dos Outros gozava da estima geral da alta sociedade suburbana. É uma alta sociedade muito especial e que só é alta nos subúrbios.

Compõe-se em geral de funcionários públicos, de pequenos negociantes, de médicos com alguma clínica,

de tenentes de diferentes milícias, nata essa que impa pelas ruas esburacadas daquelas distantes regiões, assim como nas festas e nos bailes, com mais força que a burguesia de Petrópolis e Botafogo. Isto é só lá, nos bailes, nas festas e nas ruas, onde se algum dos seus representantes vê um tipo mais ou menos, olha-o da cabeça aos pés, demoradamente, assim como quem diz: aparece lá em casa que te dou um prato de comida.

Porque o orgulho da aristocracia suburbana está em ter todo o dia jantar e almoço, muito feijão, muita carne- seca, muito ensopado — aí, julga ela, é que está a pedra de toque da nobreza, da alta linha, da distinção.

Fora dos subúrbios, na Rua do Ouvidor, nos teatros, nas grandes festas centrais, essa gente míngua, apaga- se, desaparece, chegando até as suas mulheres e filhas a perder a beleza com que deslumbram, quase diariamente, os lindos cavalheiros dos intermináveis bailes diários daquelas redondezas.

Ricardo, depois de ser poeta e o cantor dessa curiosa aristocracia, extravasou e passou à cidade, propriamente. A sua fama já chegava a São Cristóvão e em breve (ele o esperava) Botafogo convidá-lo-ia, pois os jornais já falavam no seu nome e discutiam o alcance de sua obra e da sua poética (...)

(BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma.

São Paulo: África, p. 24-25, 1983) Glossário:

• capadócio: indivíduo dado a serenatas.

a) Escritor de transição, Lima Barreto conserva algumas características do Realismo, como a narrativa lenta.

Explique como se realiza tal característica no trecho lido.

b) Na descrição de Ricardo Coração dos Outros há uma pro- gressiva valorização do personagem – a partir de “cantor de modinha”, realizada através da mudança de vocabulário que a ele se refere. Transcreva duas passagens que o comprovem.

Fixação

7) (UFRJ) “É uma alta sociedade muito especial e que só é alta nos subúrbios”. O texto de Lima Barreto explora diferentes possibilidades de ironia, como na frase citada. Cite, em relação aos dois últimos parágrafos, um exemplo de ironia, explicando-a.

(11)

de tenentes de diferentes milícias, nata essa que impa pelas ruas esburacadas daquelas distantes regiões, assim como nas festas e nos bailes, com mais força que a burguesia de Petrópolis e Botafogo. Isto é só lá, nos bailes, nas festas e nas ruas, onde se algum dos seus representantes vê um tipo mais ou menos, olha-o da cabeça aos pés, demoradamente, assim como quem diz: aparece lá em casa que te dou um prato de comida.

Porque o orgulho da aristocracia suburbana está em ter todo o dia jantar e almoço, muito feijão, muita carne- seca, muito ensopado — aí, julga ela, é que está a pedra de toque da nobreza, da alta linha, da distinção.

Fora dos subúrbios, na Rua do Ouvidor, nos teatros, nas grandes festas centrais, essa gente míngua, apaga- se, desaparece, chegando até as suas mulheres e filhas a perder a beleza com que deslumbram, quase diariamente, os lindos cavalheiros dos intermináveis bailes diários daquelas redondezas.

Ricardo, depois de ser poeta e o cantor dessa curiosa aristocracia, extravasou e passou à cidade, propriamente. A sua fama já chegava a São Cristóvão e em breve (ele o esperava) Botafogo convidá-lo-ia, pois os jornais já falavam no seu nome e discutiam o alcance de sua obra e da sua poética (...)

(BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma.

São Paulo: África, p. 24-25, 1983) Glossário:

• capadócio: indivíduo dado a serenatas.

a) Escritor de transição, Lima Barreto conserva algumas características do Realismo, como a narrativa lenta.

Explique como se realiza tal característica no trecho lido.

b) Na descrição de Ricardo Coração dos Outros há uma pro- gressiva valorização do personagem – a partir de “cantor de modinha”, realizada através da mudança de vocabulário que a ele se refere. Transcreva duas passagens que o comprovem.

Fixação

7) (UFRJ) “É uma alta sociedade muito especial e que só é alta nos subúrbios”. O texto de Lima Barreto explora diferentes possibilidades de ironia, como na frase citada. Cite, em relação aos dois últimos parágrafos, um exemplo de ironia, explicando-a.

(12)

Fixação 8) (UFF)

Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo; Quaresma era antes de tudo brasileiro.

Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim que aquilo que o fazia vibrar de paixão não eram só os pampas do Sul com seu gado, não era o café de São Paulo, não eram o ouro e os diamantes de Minas, não era a beleza da Guanabara, não era a altura da Paulo Afonso, não era o estro de Gonçalves Dias ou o ímpeto de Andrade Neves – era tudo isso junto, fundido, reunido, sob a bandeira estrelada do Cruzeiro.

Logo aos dezoito anos quis fazer-se militar; mas a junta de saúde julgou-o incapaz. Desgostou-se, sofreu, mas não maldisse a Pátria. O ministério era liberal, ele se fez conservador e continuou mais do que nunca a amar a “terra que o viu nascer.”

Impossibilitado de evoluir-se sob os dourados do Exército, procurou a administração e dos seus ramos escolheu o militar.

Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política. Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais, que o Brasil continha; sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas, as guerras holandesas, as batalhas do Paraguai, as nascentes e o curso de todos os rios. Defendia com azedume e paixão a proeminência do Amazonas sobre todos os demais rios do mundo. Para isso ia até ao, crime de amputar alguns quilômetros ao Nilo e era

com este rival do “seu” rio que ele mais implicava. Ai de quem o citasse na sua frente! Em geral, calmo e delicado, o major ficava agitado e malcriado, quando se discutia a extensão do Amazonas em face da do Nilo.

(BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. In: Três Romances.

Rio de Janeiro: Garnier, 1990, p. 17-18)

No final do romance Triste fim de Policarpo Qua- resma, o personagem Quaresma adota uma postura crítica em relação ao nacionalismo que ele adotara no trecho apresentado na questão 7.

Assinale a opção em que esta postura crítica aparece:

a) “Nada de ambições políticas ou administrativas; o que Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o fez pensar, foi um conhecimento inteiro do Brasil, (...) para depois então apontar os remédios, as medidas progres- sivas, com pleno conhecimento de causa.”

b) “E o que não deixara de ver, de gozar, fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.”

c) “É preconceito supor-se que todo esse lado da existên- cia que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.”

d) “A pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete. Nem a física, nem a moral, nem a intelectual, nem a política que jul- gava existir, havia.”

e) Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro.

Fixação

9) Em Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance publicado originalmente em 1915, Lima Barreto narra uma história ocorrida, durante os primeiros anos da República brasileira.

Com base no conteúdo dessa obra apresentada acima, assinale a opção correta.

a) Quaresma era, na verdade, carioca, pois vivia na cidade do Rio de Janeiro.

b) Quaresma gostava de comer carne do Sul e de tomar café de São Paulo.

c) Quaresma era muito religioso, por isso imaginava o Brasil unificado “sob a bandeira estrelada do Cruzeiro”.

d) Ao se ver recusado pela junta de saúde do Exército, Quaresma tornou-se conservador, em oposição ao governo que era então liberal.

e) Quaresma queria ser militar por causa dos excelentes salários pagos pelo Exército.

(13)

com este rival do “seu” rio que ele mais implicava. Ai de quem o citasse na sua frente! Em geral, calmo e delicado, o major ficava agitado e malcriado, quando se discutia a extensão do Amazonas em face da do Nilo.

(BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. In: Três Romances.

Rio de Janeiro: Garnier, 1990, p. 17-18)

No final do romance Triste fim de Policarpo Qua- resma, o personagem Quaresma adota uma postura crítica em relação ao nacionalismo que ele adotara no trecho apresentado na questão 7.

Assinale a opção em que esta postura crítica aparece:

a) “Nada de ambições políticas ou administrativas; o que Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o fez pensar, foi um conhecimento inteiro do Brasil, (...) para depois então apontar os remédios, as medidas progres- sivas, com pleno conhecimento de causa.”

b) “E o que não deixara de ver, de gozar, fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.”

c) “É preconceito supor-se que todo esse lado da existên- cia que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.”

d) “A pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete. Nem a física, nem a moral, nem a intelectual, nem a política que jul- gava existir, havia.”

e) Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro.

Fixação

9) Em Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance publicado originalmente em 1915, Lima Barreto narra uma história ocorrida, durante os primeiros anos da República brasileira.

Com base no conteúdo dessa obra apresentada acima, assinale a opção correta.

a) Quaresma era, na verdade, carioca, pois vivia na cidade do Rio de Janeiro.

b) Quaresma gostava de comer carne do Sul e de tomar café de São Paulo.

c) Quaresma era muito religioso, por isso imaginava o Brasil unificado “sob a bandeira estrelada do Cruzeiro”.

d) Ao se ver recusado pela junta de saúde do Exército, Quaresma tornou-se conservador, em oposição ao governo que era então liberal.

e) Quaresma queria ser militar por causa dos excelentes salários pagos pelo Exército.

(14)

Fixação

10) (UFU) Pobre terra da Bruzundanga! Velha, na sua maior parte, como o planeta, toda a sua missão tem sido criar a vida, e a fecundidade para os outros, pois nunca os que nela nasceram, os que nela viveram, os que a amaram e sugaram-lhe o leite, tiveram sossego sobre o seu solo!

(BARRETO, Lima. Os bruzundangas.)

Senhora Dona Bahia, nobre e opulenta cidade, madrastas dos Naturais, E dos Estrangeiros madre.

Dizei-me por vida vossa, em que fundais o ditame de exaltar, os que aí vêm, e abater, os que ali nascem?

(Gregório de Matos. Poesias Selecionadas.)

Lima Barreto e Gregório de Matos estão distantes, cronologicamente, na Literatura Brasileira.

Mas os autores podem ser aproximados pelo teor satírico que imprimiram às suas obras. Tome os fragmentos citados para responder às questões seguintes:

a) Fale sobre o tema que aproxima os dois textos.

b) Destaque do texto de Gregório de Matos um par de versos que tenha “uma figura de oposição”

muito comum ao Barroco, classificando-a.

c) Aponte na prosa de Lima Barreto “uma figura de efeito sonoro” que seja comum ao gênero lírico, classificando-a.

(15)

Proposto

1) Leia o trecho abaixo de Os Sertões, de Euclides da Cunha.

Daquela data ao termo da campanha a tropa iria viver em permanente alarma. (...) A tática invariável do jagunço, expunha-se temerosa naquele resistir às recuadas, restribando-se* em todos os acidentes da terra protetora. Era a luta da sucuri flexuosa* com o touro pujante. Laçada a presa, distendia os anéis; permitia-lhe a exaustão do movimento livre e a fadiga da carreira solta; depois se constrangia repuxando-o, maneando-o nas roscas contráteis, para relaxá-las de novo, deixando-o mais uma vez se esgotar no escavar*, amarradas, o chão; e novamente o atrair, retrátil, arrastando-o – até ao exaurir completo...

Glossário:

1) restribar: estar firme, estar escorado.

2) flexuoso: sinuoso, torcido, tortuoso.

3) escavar: cavar superficialmente.

Assinale a alternativa INCORRETA em relação ao trecho.

a) O jagunço, ao aproveitar-se dos “acidentes da terra protetora”, conseguia superar-se e confrontar-se com inimigo, trazendo-lhe novas dificuldades.

b) O “touro pujante”, apesar de sua força, na ilusão do movimento livre, acaba se exaurindo.

c) No confronto, a “sucuri flexuosa” vence, pois usa os recursos de que dispõe.

d) No trecho, a imagem da luta entre a “sucuri flexuosa” e o “touro pujante” é uma metáfora da luta entre jagunços e expedicionários.

e) A “sucuri flexuosa” e o “touro pujante” estão em constante confronto sem que haja um vencedor.

Fixação

10) (UFU) Pobre terra da Bruzundanga! Velha, na sua maior parte, como o planeta, toda a sua missão tem sido criar a vida, e a fecundidade para os outros, pois nunca os que nela nasceram, os que nela viveram, os que a amaram e sugaram-lhe o leite, tiveram sossego sobre o seu solo!

(BARRETO, Lima. Os bruzundangas.)

Senhora Dona Bahia, nobre e opulenta cidade, madrastas dos Naturais, E dos Estrangeiros madre.

Dizei-me por vida vossa, em que fundais o ditame de exaltar, os que aí vêm, e abater, os que ali nascem?

(Gregório de Matos. Poesias Selecionadas.)

Lima Barreto e Gregório de Matos estão distantes, cronologicamente, na Literatura Brasileira.

Mas os autores podem ser aproximados pelo teor satírico que imprimiram às suas obras. Tome os fragmentos citados para responder às questões seguintes:

a) Fale sobre o tema que aproxima os dois textos.

b) Destaque do texto de Gregório de Matos um par de versos que tenha “uma figura de oposição”

muito comum ao Barroco, classificando-a.

c) Aponte na prosa de Lima Barreto “uma figura de efeito sonoro” que seja comum ao gênero lírico, classificando-a.

(16)

Proposto 2)

(...) esta aparência de cansaço ilude. Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de improviso. Naquela organização combalida operam-se, em segundos, transmutações completas. Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-lhe o desencadear das energias adormecidas. O homem transfigura-se.

Assinale a frase que, retirada de Os Sertões , sintetiza o trecho citado.

a) “é o homem permanentemente fatigado”;

b) “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”;

c) “a raça forte não destrói a fraca pelas armas, esmaga-a pela civilização”;

d) “Reflete a preguiça invencível (...) em tudo”;

e) “a sua religião é como ele – mestiça”.

(17)

Proposto 2)

(...) esta aparência de cansaço ilude. Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de improviso. Naquela organização combalida operam-se, em segundos, transmutações completas. Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-lhe o desencadear das energias adormecidas. O homem transfigura-se.

Assinale a frase que, retirada de Os Sertões , sintetiza o trecho citado.

a) “é o homem permanentemente fatigado”;

b) “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”;

c) “a raça forte não destrói a fraca pelas armas, esmaga-a pela civilização”;

d) “Reflete a preguiça invencível (...) em tudo”;

e) “a sua religião é como ele – mestiça”.

Proposto

3) Tendo como referência as ideias contidas no texto, assinale a opção incorreta.

a) Não obstante o seu modo pacato de viver, Quaresma perdia a calma quando se discutiam certos assuntos de seu interesse.

b) Quaresma passou a estudar o tupi-guarani para poder trabalhar junto aos índios, incutindo- lhes o sentimento patriótico que o dominava.

c) Infere-se do texto que os estudos feitos por Quaresma sobre o Brasil poderiam tê-lo influ- enciado na assimilação de um sentimento ufanista.

d) No parágrafo, o narrador usou aspas para enfatizar o sentimento de posse e de nacionalismo da personagem em relação ao rio Amazonas.

e) Quaresma antipatizava com o rio Nilo por ser este mais extenso que o rio Amazonas.

(18)

Proposto

4) Ainda com base no texto, assinale a opção correta.

a) Todas as manhãs, Quaresma discutia com Montoya, um colega de trabalho que vivia zom- bando do interesse do herói pelo estudo tupi-guarani.

b) Infere-se do texto que o antropônimo “Ubirajara” é de origem indígena.

c) Quaresma não gostava da língua espanhola, por isso a classificava de “jargão caboclo”.

d) Foi o escrevente Azevedo que deu a Quaresma a alcunha de “Ubirajara”.

e) Por causa de suas excentricidades, Quaresma não gozava do respeito de seus colegas de trabalho.

(19)

Proposto

4) Ainda com base no texto, assinale a opção correta.

a) Todas as manhãs, Quaresma discutia com Montoya, um colega de trabalho que vivia zom- bando do interesse do herói pelo estudo tupi-guarani.

b) Infere-se do texto que o antropônimo “Ubirajara” é de origem indígena.

c) Quaresma não gostava da língua espanhola, por isso a classificava de “jargão caboclo”.

d) Foi o escrevente Azevedo que deu a Quaresma a alcunha de “Ubirajara”.

e) Por causa de suas excentricidades, Quaresma não gozava do respeito de seus colegas de trabalho.

Proposto 5)

Isoladas a princípio, essas turmas adunavam-se pelos caminhos, aliando-se a outras, chegando, afinal, conjuntas a Canudos. O arraial crescia vertiginosamente, coalhando as colinas. A edificação rudimentar permitia à multidão sem lares fazer até doze casas por dia; – e, à medida que se formava, a tapera colossal parecia estereografar a feição moral da sociedade ali acoutada. Era a objetivação daquela insânia imensa. Documento iniludível permitindo o corpo de delito direto sobre os desmandos de um povo.

(Euclides da Cunha)

O texto de Euclides da Cunha foi extraído de sua obra-prima.

a) Cite o título dessa obra.

b) Diga o gênero em que ela se enquadra (romance, ensaio, conto ou épico).

(20)

Proposto

Os textos seguintes servirão para as questões 6 a 9.

Os três textos que você lerá a seguir apresentam figuras de soldados. No primeiro, ressalta-se uma imagem positiva, na ação do Marechal que lidera seus homens na heroica defesa da pátria contra seus inimigos. No segundo texto, destaca-se uma imagem que contrasta com a primeira:

trata-se da campanha de Canudos, em que as forças governistas, lutando contra compatriotas, desrespeitaram uma chacina a sangue frio dos adversários derrotados. O terceiro mostra a imagem irônica da função do soldado, na visão de Murilo Mendes.

Texto I

Sobre o túmulo do marechal Laba Labatut Tut (...)

Foi ele neste campo o mestre e o guia De uma raça de heróis em cujas veias Fervia com o sangue o amor da Pátria!

Aqui, por sobre as frontes inimigas Passando como um raio

Que ao mesmo tempo espalha luz e morte, Os servos fulminando,

Sua espada de bravo a um bravo povo Aqui viu esse povo

(RABELO, L. Poesias Completas. Rio de Janeiro, INL, 1963.) Texto II

Os Sertões

Preso o jagunço válido e capaz de aguentar o peso da espingarda, não havia malbaratar- se um segundo em consulta inútil. Degolava-se; estripava-se. Um ou outro comandante se dava o trabalho de um gesto expressivo. Era uma redundância capaz de surpreender.

Dispensava-a o soldado afeito à tarefa.

Esta era, como vimos, simples. Enlear ao pescoço da vítima uma tira de couro, num cabresto ou numa ponta de chiqueirador; impeli-la por diante; atravessar entre as barracas, sem que ninguém se surpreendesse; e sem temer que se escapasse a presa, porque ao mínimo sinal de resistência ou fuga um puxão para trás faria que o laço se antecipasse à faca e o estrangulamento à degola. Avançar até à primeira covanca profunda, o que era um requinte de formalismo; e, ali chegados, esfaqueá-la. Nesse momento, conforme o humor dos carrascos, surgiam ligeiras variantes. Como se sabia, o supremo pavor dos sertanejos era morrer a ferro frio, não pelo temor da morte senão pelas suas consequências, porque acreditavam que, por tal forma, não se lhes salvaria a alma.

(...) Pronto. Sobre a tragédia anônima, obscura, desenrolando-se no cenário pobre e tristonho das encostas eriçadas de cactos e pedras, cascalhavam rinchavelhadas lúgubres, e os matadores volviam para o acampamento. Nem lhes inquiriam pelos incidentes da empresa. O fato descambara lastimavelmente à vulgaridade completa. Os próprios jagunços, ao serem prisioneiros, conheciam a sorte que os aguardava. Sabia-se no arraial daquele processo sumaríssimo e isto, em grande parte, contribuiu para a resistência doida que patentearam. Render-se-iam, certo, atenuando os estragos e o aspecto odioso da campanha, a outros adversários. Diante dos que lá estavam, porém, lutariam até à morte.

(CUNHA, E. da. Os Sertões. Rio de Janeiro, Ediouro.) Glossário:

1) malbaratar-se: desperdiçar.

2) afeito: acostumado.

3) rinchavelhadas: gargalhadas.

4) sumário: breve.

5) covanca: vale.

6) volver: voltar.

7) inquirir: perguntar.

Texto III

Canção do soldado Eu sou a guarda da pátria.

Sou amado pela pátria.

Mas não correspondo não.

Tenho um rabicho febril Pela bandeira auriverde.

Se as cores desta bandeira Não fossem tão bonitinhas Eu não teria coragem.

O meu kaki é bem feitinho;

No alto do meu bonet A glória se empoleirou, Não há meio de sair.

Eu quero paz e mais paz, Quero acertar na centena, Me espalhar no carnaval.

Não quero fazer exercício, Senão o estrangeiro pensa Que a gente está ameaçando, Declara guerra do Brasil.

Quero paz a vida inteira, A guerra produz a dor, Dor de barriga e outras mais.

Quero paz e quero amor.

Chega dia de parada Já estou caindo de sono No fim de duzentos metros:

Fico olhando pras mulatas, Esqueci, saí da linha, Felizmente não faz mal, O major também saiu.

Se algum dia a pátria amada Precisar de meus serviços, Trepo lá em cima do morro Carregando os meus valores

— A minha boa espingarda E um vidro de parati Ou me escondo na floresta;

O estrangeiro não descobre, Desanimou, foi-se embora.

E a paz reinou outra vez Em nosso gentil Brasil Que Deus tenha sempre em paz.

(MENDES, M. Poesia Completa & Prosa. RJ: Nova Aguilar, 1994.) Glossário:

1) parati: cachaça.

2) kaki: cáqui, cor de uniforme militar.

3) bonet: chápeu.

6) (UERJ) Todos os textos apresentam figuras de soldados. Contudo, o modo de apresentação destas figuras não é o mesmo. No texto I, Laurindo Rabelo idealiza a figura do guerreiro, transformando o general Labatut em herói.

Aponte o estilo de época a que corresponde esta idealização do poeta.

(21)

Texto III

Canção do soldado Eu sou a guarda da pátria.

Sou amado pela pátria.

Mas não correspondo não.

Tenho um rabicho febril Pela bandeira auriverde.

Se as cores desta bandeira Não fossem tão bonitinhas Eu não teria coragem.

O meu kaki é bem feitinho;

No alto do meu bonet A glória se empoleirou, Não há meio de sair.

Eu quero paz e mais paz, Quero acertar na centena, Me espalhar no carnaval.

Não quero fazer exercício, Senão o estrangeiro pensa Que a gente está ameaçando, Declara guerra do Brasil.

Quero paz a vida inteira, A guerra produz a dor, Dor de barriga e outras mais.

Quero paz e quero amor.

Chega dia de parada Já estou caindo de sono No fim de duzentos metros:

Fico olhando pras mulatas, Esqueci, saí da linha, Felizmente não faz mal, O major também saiu.

Se algum dia a pátria amada Precisar de meus serviços, Trepo lá em cima do morro Carregando os meus valores

— A minha boa espingarda E um vidro de parati Ou me escondo na floresta;

O estrangeiro não descobre, Desanimou, foi-se embora.

E a paz reinou outra vez Em nosso gentil Brasil Que Deus tenha sempre em paz.

(MENDES, M. Poesia Completa & Prosa. RJ: Nova Aguilar, 1994.) Glossário:

1) parati: cachaça.

2) kaki: cáqui, cor de uniforme militar.

3) bonet: chápeu.

6) (UERJ) Todos os textos apresentam figuras de soldados. Contudo, o modo de apresentação destas figuras não é o mesmo. No texto I, Laurindo Rabelo idealiza a figura do guerreiro, transformando o general Labatut em herói.

Aponte o estilo de época a que corresponde esta idealização do poeta.

Proposto

7) (UERJ) No texto III, Murilo Mendes apresenta o soldado como anti-herói – preguiçoso e covarde, sem a menor disposição de lutar pela pátria.

Aponte o estilo de época a que corresponde esta apresentação do poeta.

(22)

Proposto

8) (UERJ) No texto II, que pertence a Os Sertões, famosa narrativa de Euclides da Cunha so- bre a campanha de Canudos, Euclides aborda o tratamento dado aos prisioneiros pelas tropas governistas.

Sintetize, em uma frase completa, a rotina do tratamento dado aos prisioneiros.

(23)

Proposto

8) (UERJ) No texto II, que pertence a Os Sertões, famosa narrativa de Euclides da Cunha so- bre a campanha de Canudos, Euclides aborda o tratamento dado aos prisioneiros pelas tropas governistas.

Sintetize, em uma frase completa, a rotina do tratamento dado aos prisioneiros.

Proposto

9) (UERJ) Identifique que elemento estrutural, tradicionalmente presente nos poemas parna- sianos, está mantido nesse poema de Murilo Mendes.

Referências

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