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AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DO EXTRATO AQUOSO DO FRUTO DO JAMBOLÃO (SYZYGIUM CUMINI L. SKEELS) EM CAMUNDONGOS E ANÁLISE SENSORIAL DO JAMBOLÃO-PASSA

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25 a 28 de novembro de 2014 – Câmpus de Palmas

AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DO EXTRATO AQUOSO DO FRUTO DO JAMBOLÃO (SYZYGIUM CUMINI L. SKEELS) EM CAMUNDONGOS E

ANÁLISE SENSORIAL DO JAMBOLÃO-PASSA

Geyce da Silva Sales¹; Renata Junqueira Pereira²; Elisângela Luiza Vieira Lopes Bassani dos Santos

3

.

1Aluno do Curso de Nutrição; Campus de Palmas; e-mail: geyce.sales@gmail.com PIBIC/CNPq

2Orientadora do Curso de Nutrição; Campus de Palmas; e-mail: renatajunqueira@mail.uft.edu.br

3Co-orientadora do Curso de Mestrado em Ciências e Tecnologia de Alimentos; Campus de Palmas; e-mail:

elisangelalopes@yahoo.com.br

RESUMO

O presente estudo teve por objetivos avaliar a toxicidade e mutagenicidade do jambolão (Syzygium cumini L. Skeels) em células da medula óssea de camundongos e também realizar a análise sensorial dos frutos desidratados de jambolão (jambolão-passa), a fim de se evidenciarem possíveis efeitos tóxicos do fruto e também de beneficiá-lo para criar alternativas viáveis de consumo humano. Foi investigado o potencial citotóxico e mutagênico, in vivo, do extrato hidroetanólico de Syzygium cumini L. Skeels, sobre células da medula óssea de camundongos, por meio do teste de micronúcleo. Em relação à exposição dos camundongos às diferentes doses do extrato hidroetanólico, liofilizado dos frutos, não foram observados aumentos significativos de micronúcleos nas lâminas, quando comparadas às do grupo controle negativo, o que denota ausência de toxicidade celular do fruto. Em relação à avaliação sensorial, o jambolão-passa apresentou uma boa aceitação visual e, mesmo possuindo um sabor adstringente, há perspectivas de que ele seja inserido na dieta usual dos consumidores, caso se confirmem seus benefícios funcionais.

Palavras-chave: Syzygium cumini; Micronúcleo; Jambolão-passa.

INTRODUÇÃO

O jambolão é uma planta da família Mirtaceae, oriunda da Índia. Sua árvore é de grande porte e muito bem adaptada às condições brasileiras. É conhecido popularmente como jamelão, cereja, jalão, ameixa roxa, baga de freira, azeitona-da-terra, entre outros nomes (VIZZOTO, 2009).

As propriedades presentes no jambolão evidenciam-se pela riqueza de vários constituintes,

desempenhando um papel importante e despertando grandes interesses terapêuticos. Um de seus

benefícios está correlacionado à atividade antioxidante, relacionada ao teor de antocianinas. Esses

compostos tem um efeito direto na nutrição e na saúde, pois são carreadores de radicais livres,

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agindo na prevenção de doenças cardiovasculares, do câncer e de sua progressão (SEVERO et al., 2010; VOLP et al., 2008). Considerando que as substâncias naturais estudadas são responsavéis pelo efeito de proteção contras os riscos de muitos processos patológicos, deve-se levar em consideração a importância do jambolão e seus benefícios, sendo necessário avaliar a sua toxicidade a fim de prevenir e assegurar a sua ingestão.

MATERIAL E MÉTODOS

As amostras Syzygium cumini foram coletadas no campus de Palmas, da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Todo o processo feito de forma higiênica e adequado para preservar as características da amostra.

Teste de toxicidade

Foram utilizados os métodos propostos por Fagundes et al. (2005) e Santos (2010), adaptados. Os camundongos foram acomodados, individualmente, em caixas de polipropileno, mantidas em estantes ventiladas para criação de animais, com temperatura controlada (22 ± 2°C) e com ciclos de vigília claro/escuro 12/12 horas. Foram oferecidas, a todos os animais, dieta sólida (ração comercial padrão) e água potável ad libitum. Os animais foram distribuídos em 6 grupos com 4 animais cada (n= 24): Grupo A: animais que receberão 250 mg/Kg de peso corporal, de ciclofosfamida via peritoneal (controle positivo); Grupo B: controle que receberá o solvente da ciclofosfamida via peritoneal; Grupo C: controle sem tratamento; Grupo D: animais que receberão 100 mg/Kg de peso corporal, do extrato aquoso; Grupo E: animais que receberão 200 mg/Kg de peso corporal, do extrato aquoso; Grupo F: animais que receberão 400 mg/Kg de peso corporal, do extrato aquoso.

O experimento teve duração de 24 horas, as doses do extrato foram dissolvidas em 1mL de água potável e a solução aquosa obtida foi administrada por via oral, uma única vez. Ao final do experimento a eutanásia foi realizada por exsanguinação anestesiada, com tiopental sódico (50 mg/Kg). Após a eutanásia, foi coletada a medula óssea dos dois fêmures, para posterior lavagem e centrifugação (1000 rpm/5min). A contagem dos eritroblastos policromáticos com micronúcleo foi realizada após coloração de Leishmann e visualização em microscopia óptica.

Análise sensorial do jambolão-passa

A análise sensorial foi realizada no Laboratório de Análise Sensorial de Alimentos da UFT -

Campus Palmas. Utilizando-se o método de Pessoa (2011), adaptado, reuniu-se, aleatoriamente, 30

(trinta) provadores não treinados, maiores de 18 anos. Os participantes foram recrutados localmente

e participaram voluntariamente do estudo. O jambolão-passa foi avaliado quanto aos atributos de

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cor, sabor, textura e aparência geral, além da possibilidade da inserção do produto na dieta usual, caso haja comprovação científica de suas propriedades funcionais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 1 - Resultados experimentais do ensaio de indução de micronúcleos em medula óssea de camundongos, frente ao extrato seco dos frutos de S. cumini

Grupo I: Controle positivo; Grupo II: Controle negativo solvente (SF 0,9%); Grupo III:

Controle positivo ciclofosfamida (250 mg/Kg); Grupo IV: Fêmeas tratadas (100 mg/Kg);

Grupo V: Fêmeas tratadas (200 mg/Kg); Grupo VI: Fêmeas tratadas (400 mg/Kg).

Dentre os testes de avaliação de danos sobre o DNA em células in vivo, o teste de micronúcleo em medula óssea de camundongos tem sido largamente utilizado para estabelecer carcinogênese. É um método útil para avaliar a capacidade de substâncias para induzir danos cromossômicos em células em estágio de divisão na medula óssea (TURATTI, 2008).

Conforme pode ser observado na Figura 1, os resultados corroboram os dados da literatura demonstrando o efeito mutagênico da ciclofosfamida, expresso pelo aumento significativo de micronúcleos, quando comparado ao grupo controle (p <0,05). Em relação à exposição dos camundongos às diferentes doses (100 mg/Kg, 200 mg/Kg ou 400 mg/Kg) do extrato seco dos frutos de S. cumini, não foram observados aumentos significativos de micronúcleos nas lâminas (p

>0,05), quando comparadas ao grupo controle negativo, que somente recebeu solvente (SF 0,9%).

Em relação aos grupos de animais tratados com as maiores doses, 400 mg/Kg, observou-se um aumento no número de micronúcleos, mas nenhuma diferença significativa foi observada entre esse grupo e o controle negativo. Assim, foi observado que o extrato seco dos frutos de S. cumini não apresentou atividade citotóxica, nas condições experimentais utilizadas.

Em relação aos testes sensoriais, dos 30 provadores, 20 eram mulheres e 10 eram homens, na faixa etária entre 21 e 31 anos. A Figura 2 mostra as notas atribuídas pelos grupos de provadores

0 5 10 15 20 25

Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV Grupo V Grupo VI

Micronúcleo

S. cumini (mg/kg)

Média de EPCMN

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para as amostras de jambolão-passa de concentração de 25% e 15% de umidade, avaliou-se a cor, o sabor, a textura e a aparência geral.

A amostra de jambolão-passa com 25% de umidade apresentou médias de notas maiores nos atributos de sabor, textura e aparência geral quando comparada com a amostra de 15% de umidade.

Já o atributo de cor para a amostra de 15% obteve-se média de 7,66, sendo superior à média da amostra de 25%. Notou-se que entre os atributos avaliados, a cor teve médias maiores de aceitação para as duas concentrações. Em relação ao sabor as médias variaram entre 6,4 e 6,3 (referente à escala de gostei ligeiramente) para amostras de 25% e 15%, respectivamente. Foi observada uma diferença significativa (p≤0,05%) entre o atributo de textura das amostras de 25% e 15% de umidade, já para os atributos de cor, sabor e aparência geral não houve diferença significativa nas amostras de jambolão-passa, de acordo com a Tabela 1.

Figura 2 - Médias das notas dadas para cada concentração de jambolão-passa.

Tabela 1 - Médias de notas para as amostras de jambolão-passa.

COR SABOR TEXTURA

APARENCIA GERAL

25% 15% 25% 15% 25% 15% 25% 15%

7,63 7,66 6,4 6,3 7,07 6,6 6,9 6,87

CONCLUSÃO

Observou-se que o extrato seco dos frutos de S. cumini não apresentou atividade citotóxica, nas condições experimentais utilizadas, para as menores concentrações.

7,63 7,66

6,4 7,07 6,3

6,9 6,6 6,87

Amostra 25% Amostra 15%

COR SABOR TEXTURA APARENCIA GERAL

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Em relação à avaliação sensorial, o jambolão-passa apresentou uma boa aceitação visual e, mesmo possuindo um sabor adstringente, há perspectivas de que ele seja inserido na dieta usual dos consumidores caso se confirmem seus benefícios funcionais.

LITERATURA CITADA

FAGUNDES, F. A.; OLIVEIRA, L. B.; CUNHA, L. C.; VALADARES, M. C. Annona coriácea induz efeito genotóxico em camundongos. Revista Eletrônica de Farmácia. V. 2 (1), p. 24-29, 2005.

PESSOA, T.; AMARAL, D.S.; DUARTE, M.E.M.; CAVALCANTE MATA, M.E.R.M.;

GURJÃO, F.F. Avaliação sensorial de goiabas passas obtida por técnicas combinadas de desidratação osmótica e secagem. HOLOS. v.4, Ano 27. 2011.

VIZZOTTO, M.; FETTER, M. R. Jambolão: o poderoso antioxidante. Embrapa Clima Temperado. Artigo de Divulgação na Mídia. Publicado em 2009. Disponível em:

http://www.cpact.embrapa.br/imprensa/artigos/2009/jambolao_Marcia.pdf. Acesso em: 03 de agosto de 2014.

SANTOS, D. M. S. Qualidade da água e histopatologia de órgãos de peixes provenientes de criatórios do município de Itapecuru Mirim, Maranhão. Tese de Doutorado em Medicina Veterinária (Patologia Animal). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP, Campus de Jaboticabal, 2010.

SEVERO, J.; SANTOS, R. S.; CASARIL, J.; TIECHER, A.; SILVA, J. A.C.; ROMBALDI, V.

Destanização e conservação de frutos de jambolão. Ciência Rural, Santa Maria, v.40, n.4, p.976- 982, abr, 2010.

TURATTI, K. F. M. Syzygium cumini (l.) skeels: Avaliação da qualidade, estudo morfoanatômico, estudo da atividade antimicrobiana, conservante, genotóxica, mutagênica, citotóxica e incorporação em formulações cosméticas para uso tópico. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual Paulista. “Júlio de Mesquita. Filho”. Faculdade de Ciências Farmacêuticas.

Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas. Araraquara, 2008.

VOLP, A. C. P.; RENHE, I. R. T.; BARRA, K.; STRINGUETA, P. C. Flavonóides antocianinas:

características e propriedades na nutrição e saúde. Revista Brasileira de Nutrição Clínica. v. 23, n. 2. p.141-149, 2008.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico – CNPq – Brasil.

Referências

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