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TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL INTRANASAL EM UMA CADELA INTRANASAL TRANSMISSIBLE VENEREAL TUMOR IN A BITCH

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Academic year: 2022

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TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL INTRANASAL EM UMA CADELA INTRANASAL TRANSMISSIBLE VENEREAL TUMOR IN A BITCH

Amanda de Carvalho GURGEL¹; Yanca Goés dos Santos SOARES1; Raquel Annes Fagundes SILVA1; Millena de Oliveira FIRMINO2; Aline Monteiro SILVEIRA2;

Antônio Flávio Medeiros DANTAS3

1 Graduandas em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Campus Patos-PB. E-mail: amandac474@gmail.com

2 Mestrandas, Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Hospital Veterinário, Universidade Federal de Campina Grande, CSTR, Campus Patos-PB;

3 Docente, Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Hospital Veterinário, Universidade Federal de Campina Grande, CSTR, Campus Patos-PB.

Resumo: Descreve-se um caso de tumor venéreo transmissível intranasal primário em uma cadela. Durante a necropsia foi realizado um corte sagital da cavidade nasal e observou-se na concha nasal ventral um nódulo de 4cm, multilobulado, acinzentado entremeados por áreas multifocais avermelhadas e macio. A superfície de corte era compacta, lisa e esbranquiçada. No exame histopatológico, constatou- se que a massa infiltrava a mucosa e se estendia até a submucosa, pouco delimitada, não encapsulada, composta por células redondas dispostas em manto ou cordões celulares, sustentadas por escasso estroma fibrovascular. As células neoplásicas apresentam citoplasma abundante e levemente pálido, os núcleos são redondos a ovalados, deslocados perifericamente, com cromatina frouxa e nucléolos evidentes. Diante dos achados, ressalta-se a importância da avaliação minuciosa da cavidade nasal de cães atendidos na clínica médica, principalmente em animais errantes ou com acesso a rua para que seja possível identificar lesões iniciais de TVT instituindo tratamento adequado para os respectivos casos. Propõe-se ainda a inclusão de TVT nasal como diagnóstico diferencial para doenças que provocam epistaxe e distúrbios respiratórios em cães.

Palavras-chave: neoplasia, cavidade nasal, achado de necropsia, oncopatologia.

Key-words: Neoplasia, nasal cavity, necropsy findings, oncopatology.

Revisão de literatura: O Tumor Venéreo Transmissível (TVT) é uma neoplasia mesenquimal que ocorre exclusivamente em cães (GROSS et al., 2005; LIMA et al.,

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2013). Não há predisposição por raça, sexo ou idade (GROSS et al., 2005; SANTOS et al., 2008), entretanto, há maior prevalência de casos em cães errantes e debilitados (FOSTER, 2013).

A transmissão ocorre através do contato direto entre animais infectados e sadios, geralmente por via venérea (JONES et al., 2000), resultando na ocorrência frequente da neoplasia em órgãos genitais. Entretanto, qualquer região pode ser infectada, quando em contato com as células neoplásicas (JONES et al., 2000).

Inicialmente o TVT apresenta-se como pequenas placas hiperêmicas, evoluindo para nódulos pedunculados, papilares ou multilobulados (JONES et al., 2000), comumente friável, altamente vascularizado e frequentemente ulcerado (JONES et al., 2000; SOUSA, 2000; SANTOS, 2008; OIVEIRA, 2009). Metástases podem ocorrer para linfonodos e outros órgãos, além da possibilidade de introdução traumática ocasionar a formação de novas massas (JONES et al., 2000; GROSS et al., 2005). O presente trabalho tem por objetivo descrever um caso de TVT intranasal primário em uma cadela.

Descrição do caso: Uma cadela errante, de aproximadamente cinco anos, sem raça definida (SRD), morreu por colisão com veículo e o cadáver foi encaminhado para necropsia no Laboratório de Patologia Animal, Hospital Veterinário, Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos-PB.

Durante o exame externo do cadáver, constatou-se escore corporal regular, mucosas oculares e oral pálidas e sangramento na narina esquerda. Ao corte sagital da cavidade nasal, observou-se na concha nasal ventral um nódulo de 4cm de diâmetro, multilobulado, acinzentado entremeados por áreas multifocais avermelhadas e macio. A superfície de corte era compacta, lisa e esbranquiçada. Na cavidade abdominal havia hemorragia e áreas multifocais de ruptura no baço e fígado.

No exame histopatológico, constatou-se que a massa intranasal infiltrava a mucosa e se estendia até a submucosa, pouco delimitada, não encapsulada, composta por células redondas dispostas em manto ou cordões celulares, sustentadas por escasso estroma fibrovascular. As células neoplásicas apresentam citoplasma abundante e levemente pálido, os núcleos são redondos a ovalados,

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campo de aumento (400x). Necrose e hemorragia intratumoral também se fazem presentes nas lâminas analisadas. Os demais órgãos não possuíam alterações estruturais à análise histopatológica.

Discussão: O diagnóstico de TVT deste caso foi realizado através das características macroscópicas e histopatológicas observadas na cavidade nasal.

Outros achados da necropsia, como hemorragia cavitária, ruptura de baço e fígado estão relacionados ao atropelamento que neste caso foi à causa morte do animal.

Apesar da apresentação clínica do TVT mais comum ser a forma genital, há relatos da ocorrência de formas extragenitais, sejam elas de origem primária ou metastática (JONES et al., 2000; GUREL et al., 2002). Neste relato, confirma-se que o TVT é primário da cavidade nasal pela ausência de formação neoplásica nos demais órgãos. A disposição extragenital do TVT pode aparecer independentemente de lesões genitais, em virtude da implantação de células viáveis durante o hábito de socialização intraespécie, seja por fricção, arranhadura, lambedura, mordedura ou farejamento da área afetada de outro animal (LIMA et al., 2013).

A sintomatologia da doença varia de acordo com a localização da neoplasia, o grau de comprometimento do órgão devido à interação mecânica por compressão ou infiltração da massa, e o tempo de evolução da doença (JONES et al., 2000).

Quando localizada na cavidade nasal, os sinais respiratórios caracterizam-se por dispneia, respiração com boca aberta, corrimento nasal crônico, epistaxe, espirros, aumento de volume local, sensibilidade e podem estar associados a erosões nos ossos nasais (CANAL et al., 2005). Por se tratar de um animal errante, não foi possível identificar quais sinais clínicos ante mortem eram exibidos pelo animal, entretanto, pelos achados de necropsia no cadáver, o animal apresentava epistaxe.

O diagnóstico de TVT pode ser realizado facilmente e de forma prática, rápida e confiável, a partir da análise citopatológica (GROSS et al., 2005), porém a colheita de material pode ser dificultosa a depender da localização da massa. O exame histopatológico se faz extremamente importante para averiguar profundidade de infiltração das células neoplásicas e confirmação de metástases (FOSTER, 2013), neste caso, o exame confirmou a superficialidade de infiltração tecidual da massa e ausência de comprometimento ósseo.

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O diagnóstico diferencial deve ser estabelecido com neoplasias de células redondas, principalmente com mastocitomas, histiocitomas e linfomas, assim como lesões inflamatórias (JONES, et al., 2000; FOSTER, 2013).

Conclusões: Diante dos achados descritos no trabalho, ressalta-se a importância da avaliação minuciosa da cavidade nasal de cães atendidos na clínica médica, principalmente em animais errantes ou com acesso a rua para que seja possível identificar lesões iniciais de TVT instituindo tratamento adequado para os respectivos casos. Propõe-se ainda a inclusão de TVT nasal como diagnóstico diferencial para doenças que provocam epistaxe e distúrbios respiratórios em cães.

Referências:

CANAL I.H.; DAGLI M.L.Z.; TORRES L.N.; PIVETA L.C.; CANAL R.B. TVT Nasal- Tumor Venéreo Transmissível: um caso clínico. Revista Electrónica de Veterinaria, v. 6, n. 2, 2005.

FOSTER, R.A. Sistema reprodutor do macho. In: MCGAVIN, M.D.; ZACHARY, J.F.

(Eds). Bases da Patologia Veterinária. Rio de Janeiro:Elsevier, 2013, p. 1130-1155.

Gross, T.L.; Ihrke, P.J.; Walder, E.J.; Affolter, V.K. Other mesenchymal tumors.

In:________(Eds). Skin Diseases of the Dog and Cat: Clinical and Histopathologic Diagnosis, 2Th. Blackwell Science: Oxford, 2005, p. 800-803.

GUREL, A.; KUSCU,B.; GULANBER, E.G.; ARUN, S.S. Transmissible Venereal Tumors detected in the extragenital organs of dogs. Israel Journal of Veterinary Medicine. v. 2, n. 57, 2002.

JONES, T.C.; HUNT, R.D.; KING, N.W. Sistema genital. In: JONES, T.C.; HUNT, R.D.; KING, N.W. (Eds). Patologia Veterinária. Barueri-SP: Manole, 2000, p. 1169- 1244.

LIMA T.B., MARINHO P.V.T., LIRA R.N., JARK P.C., MELO J.F.P. & OLIVEIRA L.C.R. Apresentação atípica de tumor venéreo transmissível cutâneo em um cão.

Veterinária e Zootecnia. 20(1): 57-61, 2013.

OIVEIRA, K.P.; PEREIRA, M.F.; SANTOS, F.L; MENEZES, M.M.; WANDERLEY, G.G; OLIVEIRA, N.M.C.; CUNHA, D.F. Tumor venereo transmissível na cavidade nasal em cães, diagnosticado pelo exame citopatológico. Anais do IX JEPEX,

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SANTOS, D.E.; SILVA, D.T.; TOLEDO-PINTO, E.A.; LOT, R.F.E. Tumor venéreo transmissível (TVT): Revisão de literatura. Revista Científica eletrônica de Medicina Veterinária, n. 10, 2008.

SOUSA, J.; SAITO, V.; NARDI, A.B.; RODASKI, S.; GUÉRIOS, S.D.; BACILA, M.

Características e incidência do tumor venéreo transmissível (TVT) em cães e eficiência da quimioterapia e outros tratamentos. Archives of Veterinary Science, v.5, p.41-48, 2000.

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