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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS

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Academic year: 2022

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Disciplina: Projeto Urbanístico I – PRU I Profa. Paula Souza – 2º semestre de 2016

TEXTO DE APOIO nº 3

Cidades Clássicas - Grécia

Cidade Clássica 1. Cidades Gregas

2. Roma e Cidades Romanas

Cidades Gregas - Periodização

Os povos gregos (dóricos, jônicos, aqueus e eólicos) chegaram do Norte ao Peloponeso e ao Mediterrâneo Oriental, mudando aos poucos a concepção de cidade: de lugar justificado por fins religiosos, torna-se gradativamente um lugar mundano.

• Período minóico (Creta)- 2.000 a 1.200 a.C.

• Período micênico (Peloponeso, Creta, Ásia Menor) – 1.400 a 1.000 a.C.

• Período clássico (Peloponeso, Creta, Ásia Menor, Itália meridional) – 750 a 360 a.C.

• Período helenístico (Mediterrâneo Oriental, Egito) – 360 a 64 a.C.

• Na cidade grega predomina a função política, apresentando variedade de sistemas políticos. Com exceção da cidade helenística, as cidades gregas nunca fazem parte de grandes territórios.

• Os povoamentos minóicos apresentam forte divisão entre palácios (com proporções extensas) e cidades de moradia, ambos geralmente sem qualquer muralha de proteção. A cultura minóica é bastante religiosa e mostra forte centralização do poder. Exemplo: Palácio de Cnossos, na costa norte da Ilha de Creta, relacionado com a lenda do Minotauro e o Labirinto de Creta.

• As cidades micênicas representam o berço da polis grega.

Relativamente pequenas, possuem a acrópole (com palácio, túmulo do rei, casas de mercadores e armazéns), fortificações com muro e porta, planícies com casas da população rural e pequenas lavouras.

As cidades micênicas foram destruídas por razões desconhecidas.

As origens da pólis Grega

Fatores geográficos:

• Paisagem grega fragmentada, divida em inúmeros vales no Peloponeso e miríades de ilhas no Mar Egeu.

Fatores topográficos:

• Montanhas com limitadas regiões férteis em forma de vales.

• Agricultura relativamente restrita. Culturas do trigo, olivas, ovelhas, cabritos, boi e vinho.

• Comércio e navegação bastante evoluídos, em função da proximidade do Mar Egeu.

• Condições geográficas e topográficas favoreceram o surgimento de estados pequenos independentes, cada qual composto por núcleo urbano rodeado por campos e aldeias habitadas por comunidades agrícolas subordinadas ao núcleo urbano.

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• As entidades urbanas/rurais são denominadas cidades-Estado ou pólis (no entanto, a pólis se assemelhava muito mais a um estado do que a uma cidade).

• Não possuíam população numerosa. Muitas não superaram os 5.000 habitantes.

• Só se conhecem três casos em que as cidades superaram os 20.000 habitantes:

– Atenas, cidade-estado que na maioria dos aspectos constitui um caso atípico.

– Siracusa (Sícilia) – Acragas (Sícilia)

• Em função das poucas terras férteis, havia um limite populacional definido para as cidades. As colônias fundadas eram cidades-estado organizadas segundo o modelo social e econômico da metrópole.

Geralmente se desenvolviam segundo diretrizes planejadas.

• O clima da região influiu de maneira determinante e benéfica na vida cotidiana da Grécia antiga, com temperatura agradável e tempo estável durante todo o ano. Esta situação estimulou uma atitude vital orientada para o ar-livre e a vida comunitária, que, por sua vez, fomentou o desenvolvimento da democracia.

• A região fornecia mármore de alta qualidade. Os edifícios cívicos foram concebidos como obras de arte tridimensionais. Não economizavam gastos nem esforços em suas construções.

• Por outro lado, havia uma preocupação mínima com as comodidades domésticas. As casas, diferentemente que os edifícios cívicos, não eram mais que estruturas rudimentares.

• Cada cidade domina um território mais ou menos grande do qual retira seus meios de vida. O território é limitado pelas montanhas e compreende quase sempre um porto.

• As comunicações com o mundo exterior se realizam por via marítima.

• A população deve ser suficientemente numerosa para formar um exército na guerra, mas não tanto que impeça o funcionamento da assembléia.

• O conceito de polis é onde se realiza a liberdade coletiva (pode existir a liberdade individual, mas não é indispensável).

Fatos que evidenciam o caráter de convivência civil da cidade

1. Unidade - cidade é um todo único, não existem zonas fechadas ou independentes.

2. Articulação - o espaço da cidade se divide em três zonas (com funções específicas):

– Áreas privadas – casas de moradia

– Áreas sagradas – recintos com templos dos deuses.

– Áreas públicas – para reuniões políticas, comércio, teatro, jogos.

3. Equilíbrio com a natureza – a cidade forma um organismo artificial inserido em um ambiente natural.

Respeita a paisagem natural.

4. Limite de crescimento - a cidade se desenvolve no tempo, mas alcança, de certo momento em diante, uma disposição estável.

• A pólis (cidade-Estado grega) era constituída de duas partes:

– Acrópole – cidade alta, onde se situavam os templos dos deuses e onde os habitantes da cidade ainda podiam se refugiar para uma última defesa.

– Astu – cidade baixa, onde estava situada a ágora e onde se desenvolviam os comércios e as relações civis.

Ambas partes funcionavam como um todo único, qualquer que seja o regime político.

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Contribuição grega a história do urbanismo

1. Atividade colonizadora: contenção do crescimento urbano por meio do envio de grupos emigrantes expedicionários para fundar novas cidades (colônias) em outras partes do Mediterrâneo.

2. Evolução dos dois focos inseparáveis da cidade grega:

a. Acrópole – como centro religioso

b. Ágora – como centro cotidiano, destinado a múltiplas funções.

3. Uso da retícula, pelos urbanistas gregos, desde o séc. V a.C., como base de organização da cidade.

• O período grego apresenta claros contrastes que revelam duas correntes de desenvolvimento urbano:

– A forma urbana resultado do planejamento, bem como cidades novas ou bairros reestruturados.

– O modelo resultante do crescimento orgânico.

• Hipódamo de Mileto é considerado, por alguns autores, o inventor da retícula e “pai do urbanismo”.

Entretanto, escavações o valo do Rio Indo demonstram que os primeiros assentamento planejados se encontram ali, antecipando a Hipódamo em 2.000 anos.

Componentes urbanos gregos

Os elementos básicos do plano típico da cidade grega compreendem:

• a Acrópole

• a muralha que rodeia a cidade

• a Ágora

• os bairros residenciais

• uma ou mais áreas destinadas a fins recreativos e culturais

• um recinto religioso (no caso de estar separado da Acrópole)

• o porto e os molhes

• e provavelmente, um bairro industrial.

Acrópole

• Acrópole é o termo geral que designa o núcleo defensivo original situado no topo de uma colina das cidades gregas mais antigas e a cidadela fortificada de muitas funções.

• Desde a condição primitiva de localização da totalidade da área urbana, evoluiu gradualmente até se converter no santuário religioso da cidade.

• Enquanto a cidade conservava um tamanho limitado, centrado na acrópole, não houve necessidade de cercar a cidade com muralhas defensivas.

• A partir dos séculos VI e V a.C., o valor dos investimentos, tanto em termos reais como sentimentais fora da acrópole eram suficientemente importantes para requerer proteção.

• A sociedade democrática grega desta época também exigia segurança para toda a comunidade (a fortificação da acrópole, independente do restante, era considerada antidemocrática e símbolo de tirania).

• Nem todas as cidades gregas foram fortificadas. A ordenação típica era de Atenas, Mileto e Priene, onde as muralhas rodeiam “com folga”, tanto as áreas planejadas como as outras, aproveitando ao máximo as características do terreno.

• A partir dos séculos VI e V a.C., o valor dos investimentos, tanto em termos reais como sentimentais fora da acrópole eram suficientemente importantes para requerer proteção.

• A sociedade democrática grega desta época também exigia segurança para toda a comunidade (a fortificação da acrópole, independente do restante, era considerada antidemocrática e símbolo de tirania).

• Nem todas as cidades gregas foram fortificadas. A ordenação típica era de Atenas, Mileto e Priene, onde as muralhas rodeiam “com folga”, tanto as áreas planejadas como as outras, aproveitando ao máximo as características do terreno.

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Ágora

• A ágora não era uma simples praça pública, mas o centro nevrálgico da cidade, o seu coração.

• Era o lugar de reunião permanente de todos os cidadãos e não adquiria vida só ocasionalmente: era cenário cotidiano da vida social, dos negócios e da política.

• Nas cidades planejadas, estava situada o mais próximo do centro.

• Nas cidades portuárias, ficava junto ao porto.

• Nas cidades não planejadas, a localização habitual da ágora era entre a porta principal da cidade e a entrada da acrópole.

• A vida doméstica dos gregos estava em segundo plano perante os assuntos intelectuais e a atividade comunitária.

• “A ágora, os santuários, o teatro, os ginásios e outros, ocupavam uma localização fixa determinada pela santidade ou conveniência do lugar, as casas simplesmente preenchiam o resto.” (Wycherley apud

Morris, 2001).

• As comodidades domésticas eram mínimas. A rede de esgoto e a coleta de lixo praticamente não existiam. O contraste entre a magnificência das áreas cívicas e a miséria dos bairros residenciais era marcante.

• Nas cidades, planejadas ou não, as casas adotavam a forma de uma série de habitações agrupadas ao redor de um pátio.

• A distribuição das casas não segue um padrão fixo, inclusive em Mileto e Priene, com seus módulos repetidos de quadras residenciais, as casas tem plantas e tamanhos diferentes.

• Exemplo de casa grega (Priene), com os compartimentos ao redor do pátio. O pátio, em diferentes localizações na planta, é elemento característico das casas gregas.

• Bairro do porto em Delos. Traçado irregular e casas com pátio em pórtico, um tipo de residência difundido nas cidades gregas a partir do século IV a.C.

Atenas

• Atenas é um exemplo de cidade grega com crescimento orgânico. Não foi resultado de um planejamento de conjunto.

• Após ser devastada pelos persas, em 479 a.C., teve a oportunidade de reconstrução global. Porém, em função de seu tamanho ou da necessidade de reconstruí-la imediatamente, os atenienses preferiram restituir a cidade segundo sua forma antiga.

• Os principais edifícios cívicos (Acrópole e Ágora) foram reconstruídos com grande capricho, atentando para as relações espaciais. Mas em ambos casos, os traçados foram determinados pelos imperativos herdados.

• A Acrópole de Atenas, localização do povoado antigo da cidade, deve ter sido uma das melhores fortalezas naturais do mundo antigo. De acesso possível apenas pelo lado oeste, seu ponto mais alto está 90m acima do nível geral da cidade.

Mileto

• Em 494 a.C., Mileto foi destruída pelos persas. A cidade havia sido resultado de séculos de crescimento orgânico.

• Na reconstrução da cidade, iniciada em 479 a.C., Mileto ocupava a totalidade da península rochosa da acidentada costa do Mar Egeu (situada ao norte da Acrópole original).

• A Ágora, de forma retangular, estava situada no centro, e um de seus lados largos conduzia a enseada protegida onde se localizava o porto.

• A oeste da ágora, agrupados ao redor de uma segunda enseada, se localizam o teatro, o ginásio e o estádio.

• Há 3 áreas residenciais. A área situada mais ao sul, com quadras maiores, data da época romana.

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Priene

• Construção da cidade iniciou em 350 a.C., do outro lado do rio Meandro, em frente a Mileto.

• Estava localizada sobre quatro platôs que permitiam escalonar o desnível de quase 100m existente entre a acrópole e o estádio e ginásio no lado sul.

• O plano está baseado em uma retícula formada por sete ruas dispostas de leste a oeste, seguindo as curvas de nível, e um total de 15 caminhos escalonados na direção norte-sul.

• As quadras são de tamanho regular e contém, em média, quatro casas.

• Estima-se que houveram 400 casas em Priene, e uma população total inferior a 4.000 habitantes.

Exemplos da cultura urbana grega

Três tipos de cidades especializadas:

• Olímpia: onde os jogos Olímpicos foram fundados, em 776 a.C. Os jogos tem origem religiosa, os concursos tratavam o corpo como uma expressão do espírito humano.

• Delfos: principal santuário grego, com o sagrado oráculo de Apolo. É a única grande influência unificadora cívica e religiosa.

• Cós: ilha de tratamentos médicos, símbolo da preocupação grega com a integridade e o equilíbrio.

Referências bibliográficas

• Morris, A. E. J. Historia de la forma urbana: desde sus orígenes hasta la Revolución Industrial. - 7ª. ed.- Barcelona: Gustavo Gili, 2001.

• Sahr, Wolf-Dietrich; Sahr, Cicilian L. Löwen. Forma, função e evolução da cidade. (apostila de Geografia Urbana). UFPR, 2007.

• Benevolo, Leonardo. História da Cidade. São Paulo: Perspectiva, 2007.

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