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Humanidade. Está dedicado, especialmente, a

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Imitação : a moderna cantilena Literatura Brasileira ‒ Poesia Moderna

‒ Versos Livres.

P743i Poeta, Francisco Marques. ‒ 1964

Imitação : a moderna cantilena / Francisco Marques Poeta. – Pirapozinho, 2016. – Clube de Autores

60 p. ‒ Pocket

IBSN

1. Poesia Brasileira. 2. Poesia Moderna. 3.

Crítica Social. I. Título. II. Autor.

CDD ‒ B869.

CDU – 821.134.3 (81)

(3)

Este breve livro de poesia é para toda

Humanidade. Está dedicado, especialmente, a

quem aprecia a Literatura e a Arte Universal.

(4)

Autógrafo

...

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(5)

Apresentação ... pág. 6

Agradecimento ... pág. 7

Título ... pág. 8

Parte 1... pág. 9

Parte 2 ... pág. 35

(6)

Apresentação

Se t udo muda da noite para o dia e, ao mesmo tempo, tudo se repete como se nada mudasse, isso pode ser escrito, mas quase nada parece ser diferente do que era antes.

“ Imitação” é só uma cópia d e tudo que já foi

dito e não ouvido pela humanidade. Trata-se

de um poema livre e talvez m oderno ‒ sem

métrica , sem rimas e, às vezes, sem nexo ‒

assim como é a vida moderna.

(7)

Devo, antes de tudo, agradecer a Deus – o Criador do Universo – pela vocação literária e pela capacidade de comunicação que Ele me há concedido, especialmente através da escrita: da poesia e da prosa. Meus agradecimentos também a todas as pessoas queridas que, de alguma forma, sempre me incentivaram a continuar escrevendo.

(8)
(9)

“O poeta contemporâneo rima dor com sentimento e, ao denotar seu verso errôneo,

substitui-o por lamento.”

(10)

Est. 1

Estou aqui ‒ em vossa presença ‒ para vos dizer que não sou nada!...

Não sou nada

e tenho tudo que para nada serve.

Tenho, por exemplo, o dom de escrever, de amar, respeitar, sentir...

Mas não sei fazer nada!...

Só sei copiar o que já está feito, isso, quando sei.

Entretanto, em nossa era “moderna”,

o mundo: oligarquias, corporações

(11)

precisa de alguém que saiba fazer de tudo...

Mas leiam-se tudo,

tudo que se fazia no passado.

No entanto, quase tudo é o mesmo que ainda se faz no presente.

Como, por exemplo,

amar a quem tem e não a quem é;

ocupar o tempo de dois

para tomar a oportunidade de outro;

fazer a função de dez

para tomar o emprego de nove;

viver, consecutivamente, para o trabalho

(12)

ser uma engrenagem automática ou mais uma peça de reposição nas fábricas e na vida.

Est. 2

Quem sou eu,

quem somos nós e o que seremos?

É nossa indagação à espera de resposta.

Somos mocinhos e vilões medíocres

− idiotizados pela Mídia Grande.

Somos permitidos ou proibidos de pensar,

de refletir sobre tudo, contestar e agir

(13)

Somos... espalhados pela vasta superfície deste planeta magnífico: a terra prometida.

Somos o que mesmo?!...

Est. 3

Somos a complexidade do ser

− uma parte natural e sobrenatural do mundo.

De onde viemos e para onde vamos?

Não há metafísica e nem ontologia capaz de explicar o nosso real sentido.

Hoje a humanidade sabe de si mesma

(14)

tanto quanto já sabia na Idade da Pedra.

Acredita-se que viemos para o bem,

mas o mal permeia entre nossas boas ações e permanece ativo entre nós.

Portanto, eu vos pergunto:

Quem são os verdadeiros bárbaros, detentores de toda a maldade?

Quem são os verdadeiros anjos e heróis da humanidade contemporânea?!...

Se é que procuramos alguma resposta, quem nos irá responder a verdade?

Quem é que nos ilude e nos engana?

(15)

Nem todas as benesses da Humanidade nasceram nos Templos Sagrados, pois o amor nasce dentro dos corações onde quer que eles estejam.

Nem toda selvageria do mundo moderno nasceu no Coliseu da Roma antiga, mas nem uma delas morreu incendiada.

Toda maldade permanece vivia e oculta, feito uma brasa encoberta de cinzas.

Quando o vento da ganância e da inveja

− da cobiça e de todo sentimento vil −

(16)

atiça a brasa negra da discórdia, acende-se a chamada da tragédia.

A barbárie já viveu no Gueto de Varsóvia e no Apartheid da África do Sul.

Mas ela ainda vive impunemente nos porões dos regimes militares e na surdina dos governos populistas.

A barbárie esconde-se nos becos, das cidades, sublevadas pelo crime, e nos campos sem lei.

O crime da fome, da miséria e da morte, é igual ao crime da opulência,

da indiferença, ostentação e luxo.

(17)

É assim que sobrevivemos e vivemos a reclamar da vida.

Reclamamos sempre de tudo e de todos, da violência e do egocentrismo,

de quem faz e de quem não faz.

Criticamos a miséria e a ganância dos nossos dias atuais,

mas não abrimos mão de quase nada, pois não queremos perder privilégios nem a mera ilusão de ser e ter.

Então seguiremos o regime.

(18)

E, por falar em regime,

o Regime Comunista seria bom, talvez até mesmo honesto e justo.

Mas eu NÃO sou comunista.

Eu disse seria e jamais será, pois o capitalismo é nosso!...

Nossas almas podem ser socialistas, Mas as nossas mãos, os nossos dentes e até os nossos corações não são.

E quanto ao futuro?

O futuro é só um tempo virtual

que nunca chegará.

(19)

Eu não sou nada!...

Não sou nada e nem me pareço com nada.

Quem me olha só vê o que fizeram de mim e não o que eu realmente seria.

Quem pode ser alguma coisa,

neste momento ou em outra ocasião, que tenha, que faça, que seja.

Mas hoje em dia ninguém precisa ser nada, nada de bom e nada de ruim.

Basta sermos indiferentes.

Só é preciso ter o que eu não tenho

(20)

e certamente nunca terei.

Então me contento com o nada que sou, pois nunca deixarei mesmo de ser.

Sou a palavra dita sem caligrafia.

Sou apenas o que digo e não provo.

Faço curvas de linguagem em linha reta e perco-me nos entraves do caminho.

Sou o professor da escola primitiva, um pirata do discurso prometido, anti-salvador do mundo analfabeto.

Não escrevo para convencer a crítica do mais belo concurso literário.

Se não mereço a glória dos imortais

(21)

dispenso a fama principesca e transitória dos “vendedores” de livros e papéis, preenchidos com palavras inúteis, alienação, servidão e frases feitas.

Faço tudo conforme tenho capacidade, não escrevo como gostaria de escrever...

Desconheço as regras, esqueço as palavras e confundo significados.

Mas, quando minha capacidade é limitada, tento imitar os grandes escritores

porque ‒ no mundo moderno ‒

não há nada mais autêntico do que a cópia.

(22)

Est. 7

O poeta contemporâneo é astuto, rouba meia palavra de cada verso, meio verso de cada poema

e meio poema de cada gênio.

O poeta contemporâneo rima dor com sentimento e, ao denotar seu verso errôneo, substitui-o por lamento.

Assim eu penso e faço minha vã analogia.

Entre os poetas e os patetas,

há vilões, e mocinhos, e gênios, e tolos.

(23)

e tento encontrar afinidade nos opostos.

Todavia, eu faço isso erradamente, pois nada se compara a nada.

Mas como posso fugir das minhas percepções?

Mesmo que esta visão seja equivocada

‒ que a rima seja pobre ou inexistente ‒ sempre haverá alguma semelhança entre uma coisa igual e outra diferente.

Como por exemplo, (e por coincidência), em “A Terceira Margem do Rio”,

também há “Metamorfose”.

Li Guimarães Rosa e encontrei Kafka;

(24)

− desmedida, desbotada...

Fiz um passeio no jardim da existência e pisei a grama proibida.

Enquanto apreciava suas flores mais viçosas, feri-me no espinho mais pungente.

Est. 8

Então abaixei minha cabeça.

Usei minha máscara de escaravelho e escondi-me no subsolo do canteiro somente para fugir da realidade.

Ou subi as escadas do palácio da vida.

(25)

e pousei-me de fidalgo cidadão a fim de ser visto e reconhecido, de ser amado como “un bueno”

e adorado como um rei.

Mas o rei da selva secular

reinava sobre o Império do Nada.

De qualquer forma,

senti-me apenas cópia do outro,

que não era eu, nem gente, nem inseto...

Mas o que era isso então?...

Eu ainda não sei (não sou)

e talvez nunca saiba, nem seja.

(26)

Est. 9

Da varanda do palácio imaginário,

eu desprezei as flores e as farsas coloridas dos campos da minha existência.

Avistei de longe o horizonte infinito e o mundo inacessível.

As mansões alheias, o céu e a terra inteira já estavam repartidas entre certos indivíduos que tiveram como pagá-las.

Mas revi de perto, dentro da minha mente, as paineiras do meu quintal alheio

com suas painas macias, flores e espinhos

(27)

Senti o sol ardente, o frescor das nuvens, as tempestades de raios e trovões, a chuva mansa e o temporal que regavam o solo fértil do sertão.

Isso nos fazia nascer, crescer e florir.

Est. 10

Vi os papagaios e os gaviões,

os anus pretos e os casais de joão-de-barro a construírem os seus ninhos

enquanto eu apenas sonhava ser feliz.

(28)

Sonhei que podia cantar a mais bela canção.

Cantar e voar no infinito,

em busca da minha própria felicidade, como as graúnas ou os sabiás,

era o meu sonho de criança.

Mas foi o tempo que voou depressa sobre as nossas vidas.

Como as paineiras no quintal cercado, eu cresci cercado no quintal.

Só não cantei... E, se cantei, não fui feliz.

O vento frio de agosto regia uma triste canção no bosque da minha juventude.

Restava-me então ver os animais,

(29)

Eu via muito bem...

E, quando não queria vê-los, fechava os meus olhos.

Ver às vezes dói, mas a gente continua vendo

− vendo e sangrado −

como a tropa mutilada que me dói na alma banhada de sangue, de fadiga e suor.

Est. 11

A cidade cinzenta e faminta,

com seus arranha-céus de luxo,

(30)

de vidro, concreto e neon também estava lá.

Porém, seus becos, cortiços e casebres não se ocultavam diante dos meus olhos.

Entretanto, o gado inocente:

bovino, caprino, massificado...

e, talvez humano, continuava a pastar.

Esse gado ruminava a noite obscura, tanto no campo quanto na cidade, nos currais e nos palácios.

Assim eu me senti diferente.

Mas digo sobre ser diferente de mim mesmo, melhor do que a cópia mais perfeita

ou pior do que o mais vil dos animais

(31)

Vi que um lado meu era bom e o outro ruim.

O amor e o ódio mascaravam o meu ser.

Senti-me feliz por servir e mandar e triste por mandar e servir...

Fui vítima e fui vilão.

Est. 12

Adorei a Deus e fiz a vontade de outro.

Mas, ao descer do pedestal falsificado,

caí, de repente, do galho da árvore da vida

feito um pássaro ferido em seu peito

(32)

pela flecha da verdade verdadeira.

Mas, logo depois desse discurso laudatório, a transformação perdeu a força.

E, quando perdi a minha pele, no meu terno de vidro transparente, vi que era a cópia de mim mesmo.

Senti pesar na minha alma de poeta e na minha mais livre consciência o mais profundo desengano.

Não encontrei o sonho escondido nos porões do palácio imaginário

e fugi da realidade sem saber que era inútil.

Não fiz para mim uma canoa justa,

(33)

na terceira margem do rio.

Na lagoa dessa vida sinuosa eu já remei dias e noites sem saber, sem rumo e sem propósito.

Est. 13

Nasci no ano da revolução.

Não fui guerrilheiro nem revolucionário.

Nunca voei nas asas da Panair, Mas também já fui exilado.

Já fui expulso da minha terra natal

(34)

e vejo-me sem pátria e sem destino.

Já tive pernas e não andei.

Já tive asas e não voei, pressa e não corri.

Vaguei sem rumo pelo mundo afora feito um lobo esquecido nas montanhas.

Nunca tive um lençol de seda javanesa e dormi com fome de justiça.

Não escrevi minha “Carta ao Pai”.

Não me escondi atrás do canapé.

Mas também já me perdi:

nas veredas do sertão, no meio do gado, nas repartições públicas

e morri como morre um passarinho.

(35)

Parte 2

“Eis a triste e inaudível cantilena, que replica e reclama desse mundo,

faz de tudo uma soma tão pequena

e da vida um vazio tão profundo.”

(36)

Est. 14

Renasci das cinzas...

das virtudes primitivas e sagradas;

do abismo da América Latina;

das lutas de Simon e San Martin;

dos “ideais” de Herzog e Che Guevara;

das tribos dizimadas pelo mundo;

dos impérios antigos e modernos;

da mordaça que calou a nossa voz;

dos “acordos” do Poder Instituído;

das falácias dos governos populistas;

dos abutres que adoram a carniça;

(37)

do silêncio da total impunidade;

das promessas da política social;

dos latifúndios modernos e antigos;

da ciência a serviço das elites;

dos cartéis legalizados pelo mundo;

da cultura universal empobrecida;

dos palácios sem função e sem valor;

das fábricas da moderna servidão;

dos riachos transformados em esgoto;

das nascentes devastadas pelo homem dos incêndios da floresta tropical;

das palhas dos modernos canaviais;

(38)

da navalha que degola meu pescoço;

dos confinados corredores da morte;

das mãos dos magarefes carniceiros;

dos navios negreiros naufragados;

das crianças negras traficadas;

dos engenhos da antiga escravidão;

da insônia dos poetas esquecidos;

do roteiro de um romance mal-escrito;

da infância esquecida no passado;

dos amores que eu sonhei e nunca tive;

da saudade do que eu nunca vivi;

do desejo de amar e reviver

qualquer coisa que me desse liberdade

(39)

Eis a triste e inaudível cantilena, que replica e reclama desse mundo, faz de tudo uma soma tão pequena e da vida um vazio tão profundo.

Est. 15

Mas o que sou? O que serei?!

Tudo?!... Eu nunca serei nada!...

Caminho em uma estrada deserta,

onde todos os caminhos prometem fortuna

mas nem um consegue encontrá-la.

(40)

Ainda sonho amanhecer feliz.

Sonho em busca de uma solução impossível

− o amor da humanidade pela humanidade − Às vezes, tropeço e caio

‒ perco-me no labirinto do tempo.

Encubro a mentira para descobrir a verdade e tento encontrar o sentido das coisas.

Descobri o enigma dos sete erros multiplicados por setenta vezes sete, mas não soube corrigir um só defeito.

Sigo no meio dessa multidão errante

que tem tanta pressa de chegar

e para no meio do caminho.

(41)

Não!... Não posso ser nada!...

Mas posso − claramente – divergir.

Posso discordar dos grandes homens porque é lícito pensar assim diferente.

Mas, será que penso mesmo diferente, ou penso igual a eles e não admito?

Meus pensamentos são contraditórios:

hoje penso; amanhã dispenso...

Dispenso o pensamento dos filósofos, cuja filosofia não sai do papel,

não produz pão para os famintos,

(42)

nem justiça social,

nem salvação para as almas dos mortos, dos vivos ou marginalizados.

Dispenso tudo que apodrece na despensa do descaso.

Dispenso a boa intenção dos governantes e também dos governados.

Est. 17

Se este poema é só imitação,

sonho, palavras sem nexo e devaneios,

dispenso a tolice e o tempo perdido

(43)

Mas permaneço para vos dizer:

− Bendito seja Deus, proclamado nas alturas, nos porões e nos palácios.

E que benditos também sejam

todos os homens, mulheres e animais que sempre viveram e ainda morrerão em favor da Humanidade.

Eis aqui, sem falsa modéstia

e nenhuma pretensão da minha parte, alguns dos anjos e heróis do mundo inteiro:

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida.”

“Sou o camelo que atravessa o deserto

(44)

sou a carga, mas não sou o carroceiro.”

Então, “Senhor, fazei de mim um instrumento da Sua Paz.”, pois “Tudo o que fizermos é só uma gota de água no oceano;

mas se não fizermos, isso fará falta para sempre.”

(Respectivamente, Jesus de Nazaré;

um poeta expatriado; São Francisco de Assis e Madre Tereza de Calcutá).

Eles mudaram o mundo!...

Os santos, os deuses e os poetas, sempre mudaram o mudo,

mas o mundo continua sendo o mesmo.

(45)

Mudar o mundo é uma tarefa inútil.

Deixemos que todos sejam o que são e seremos felizes, ou não seremos?

Mais de 90% da humanidade não interfere na vida dos outros, (e são felizes.)?

Mais da metade não vai ao cinema e nunca foi ao teatro.

Essa mesma metade jamais leu um livro ou sequer visitou uma exposição de arte.

A grande maioria faz serão no trabalho

(46)

para alimentar a família ou vício.

Depois vai ao bar da esquina, ao “festfood”, à igreja protestante e aos campos da várzea.

Mas ninguém sabe o que isso significa.

O povo não precisa de significado, precisa trabalhar e pagar seus impostos.

Trabalha João, trabalha Maria.

Trabalha com fé e com alegria.

O vosso serão não é de José nem é de Jesus.

É para sustentar alguns parasitas:

bancar o sindicato e pagar o dízimo

e/ou enriquecer o patrão.

(47)

Mas vamos pensar diferente

e vamos fazer a diferença, humanidade!...

Ou vamos fazer tudo igual?:

Vamos dizer que Deus é bom

porque castiga seus filhos e suas criaturas:

homens, mulheres e crianças que pensam, discordam e pecam;

que o sofrimento humano é a Sua Vontade, porque a bondade de Deus...

é assistir lá do mais alto dos Céus

toda sorte de injustiça

(48)

que os homens praticam na terra, contra o próprio Deus,

contra si mesmos e a Natureza?

Pois então vamos esperar sentados pela volta do Messias Prometido

só para dizer-Lhe ‒ com todas as Palavras − que, em "apenas" dois mil anos,

ainda não tivemos tempo de fazer nada!

Ou vamos acreditar em alienígenas?

Quem sabe alguma tribo de outro mundo

‒ na sua infinita bondade ‒

venha salvar-nos de nós mesmos,

ou digam a seus compatriotas:

(49)

aquele pobre e arcaico planeta!

Se eles, por exemplo, ainda jogam lixo nas suas próprias calçadas

para que eles mesmos venham a pisar;

se destroem seus rios e suas florestas;

se roubam, enganam e matam seus próprios semelhantes,

imaginem só o que não fariam conosco.

Eles que se virem!

Para o nosso próprio bem,

manteremos uma distância segura

dessa casta alienada.”

(50)

Est. 20

Mas então vamos ‒ nós mesmos ‒ continuarmos a fazer agora

sempre do nosso mesmo jeito

‒ sem auxílio de ninguém ‒ nem dos anjos e nem de Deus, igual se faziam nas antigas ditaduras e ainda se usam fazer nas modernas.

Como por exemplo,

vamos bater nas crianças e castigá-las

para ensiná-las que não se deve bater

nem castigar ninguém.

(51)

para que elas aprendam sempre que não se deve contar mentiras.

Vamos educá-las com todos os seus direitos, exceto um dos direitos fundamentais

para constituição da sua própria cidadania:

o sagrado direito de conhecer seus deveres.

Vamos botá-las num prédio escolar sombrio para que elas aprendam a conhecer

a geografia das paredes;

ensinar-lhes as regras da gramática

sem esclarecer a importância fundamental

da sua própria língua.

(52)

solidão e matemática racional enquanto elas praticam com prazer seus esportes preferidos:

papagaio, futebol e “bullyinng”.

Est. 21

Vamos fazer diferente

ou vamos deixar que tudo se repita até a eternidade?!...

Mesmo que ninguém perceba, de hoje para amanhã,

todas as células vivas multiplicar-se-ão

(53)

Os pingos daquela chuva mansa que certamente virá no amanhã

serão iguais aos da última tempestade.

Quando chover na terra da esperança, sempre haverá alguém pedindo sol e, quando o sol arder em suas costas, pedirá chuva, só porque é diferente.

E assim serão também os nossos filhos, futuras profusões da nossa imagem e da nossa própria semelhança.

Mas a diferença, a sorrateira diferença,

é apenas um ponto de vista.

(54)

a humanidade evoluí na tecnologia, mas não na sua essência.

O que faz a diferença

está escrito nos Livros da História;

não em nossa história “infantil”

ensinada às crianças, aos jovens e velhos.

É na verdadeira História da Humanidade que se encontra o que realmente faz a verdadeira diferença.

No entanto, a História sempre é contada, segundo a versão do vencedor.

Portanto, a nossa Real História

quase nunca é levada em conta.

(55)

Na verdade,

Tudo é tão-somente um imenso lago.

Um lago azul por fora e sujo por dentro.

Mas o leito desse lago não se basta, recebe toda sorte de matéria

e a transforma em cópia de si mesmo.

Se alguém rompe, de repente, suas comportas, ele se transborda e corre como um rio

− feito uma carruagem desgovernada.

Mas logo depois, tudo volta

− mansamente − ao seu curso natural,

(56)

e o rio corre ‒ ladeira a baixo ‒ a copiar sempre o mesmo percurso.

E nada muda, e nada se transforma.

Não há metamorfose das idéias e tampouco dos ideais humanos que se vingue na face da terra.

É por isso que eu digo que não sou nada!...

E, quando sou, não interessa a ninguém!

É preciso pôr uma mão na massa e a outra em nossa consciência

− reinventar um novo Gênese,

uma cidade nova, um planeta novo,

uma nova mentalidade.

(57)

Não sou nada!...

Sou apenas falante ou mudo.

E talvez nem seja o poeta que eu quisera ser.

Mas não vim ao mundo para ser nada E não vou copiar face bela

do bronco mais bonito.

Aqui estou para vos dizer e escutar...

Eu me calo e falo quando for preciso.

Sou um animal selvagem e um homem civilizado

porque a minha alma busca liberdade.

(58)

Amanheceu o dia...

Já saí do pântano desse rio sórdido e vou pendurar-me com os macacos lá no Arco do Trunfo

ou nos galhos da vida mais honesta que me resta a viver!...

Est. 24

Não prego religião.

O Cristo Redentor está de braços abertos.

O pessimismo ou qualquer tipo de ISMO,

de promessa e de cópia desbotada

(59)

mas não pode sustentar a esperança.

Que a prática do amor e da bondade faça germinar em nossos corações uma nova semente humanitária.

Vamos tomar agora o Amor Divino, misturado com o pouco de amor humano e comer e beber na fonte da justiça.

Só assim poderemos fugir da cópia e ‒ libertos de qualquer imitação ‒ alcançar o Caminho da Verdade.

FIM

(60)

Leia mais livros!

Mais obras do autor:

“Cavalo Branco (A Valsa da Paixão)”

Romance em prosa e versos

“Nem Tudo São Rosas (Poemas de Amor)”

Poesias de amor

Contato com o autor:

escrever2010@hotmail.com

Editora e impressão:

https://www.clubedeautores.com.br

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