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BOA-FÉ OBJETIVA E SUA INFLUÊNCIA NO CONTRATO.

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Academic year: 2021

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1Graduando do Curso de Direito da Faculdade de Rondônia - FARO, leoipacavalheiro@hotmail.com, felipeimw@hotmail.com. Ivo.netofernandes@hotmail.com. frankcerimonial@gmail.com. ;

2Professor orientador do Curso de Direito da Faculdade de Rondônia - FARO, reisfernandes2010@bol.com.br

BOA-FÉ OBJETIVA E SUA INFLUÊNCIA NO CONTRATO.

Prof. º orientador: ALEX DOS REIS FERNANDES

FELIPE SOUZA CARVALHO IVO FERNANDES ANTUNES

GUILHERMO DELEON PARADA TENORIO FREEDSON SOUZA RODRIGUES

LEONARDO PEREIRA CAVALHEIRO

RESUMO

Este artigo abordará de maneira objetiva sobre a boa fé e seus reflexos nos contratos, especificamente em âmbito nacional. Esta Abordagem é essencial, pois este princípio e um dos maiores fundamentos do código civil hodierno. Partindo deste pressuposto falaremos sobre a abordagem interdisciplinar, dicotomia clássica da boa-fé, indenização contratual pela quebra do princípio da boa-fé, a boa fé como móvel para o perecimento do encargo obrigacional, funções interpretativa, limitadora e integrativa da boa-fé. Assim esta pesquisa se dará do tipo exploratória sua coleta de dados será feita através de pesquisas por meio de livros, artigos, e pesquisa na internet.

Os dados analisados serão apresentados em forma de textos descritivos. Os resultados da pesquisa bibliográfica serão apresentados no desenvolvimento do artigo na forma de citação e entendimentos. Assim, a presente pesquisa alcançou seu objetivo, no qual possibilitou um conhecimento resumido, objetivo e satisfatório aos amigos leitores.

Palavras-chave: Boa Fe, Contrato, Código.

INTRODUÇÃO

Segundo Miguel Reale o grande idealizador do código civil de 2002 a três princípios

maiores que norteiam o código civil que são eles a operabilidade que trata da praticidade nas

operações em direito civil, a sociabilidade, ou seja, a um olhar maior para os interesses gerais

e não interesses individuais e a eticidade que fala sobre a ética nas relações jurídicas de direito

privado partindo desse pressuposto nasce o conceito de Boa Fe. A uma grande diferença entre

os códigos de 1916 e o 2002 essa diferença consiste na valorização da boa-fé no atual código,

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princípio este que serve como base para todo ordenamento jurídico os art. 113cc versa sobre este princípio “

Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. ”e o Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.

A Boa Fé não surgiu com o código de 2002 mas este principio foi valorizado e expandido no mesmo, é um principio antigo alguns historiadores afirmam que surgiu nos primórdios do Direito Romano, tendo uma conotação, hermenêutica diferenciada pelos juristas alemães, ganhando forças com o incremento do comercio, porem e sabido que a boa fé e algo intrínseco a vida, a história da civilização que vai além da orbita do direito. Este artigo objetiva apresentar o conceito de boa-fé e seus reflexos no contrato contempla um breve conceito de contratos, diante do proposto, está pesquisa visa fornecer um conhecimento resumido e objetivo aos leitores, no qual será descrito, esta pesquisa se dará do tipo exploratória os dados se darão de pesquisa bibliográfica e por meio de livros, artigos, e pesquisa na internet. As informações serão analisadas e apresentadas em forma de textos descritivos. Os resultados da pesquisa bibliográfica serão apresentados no desenvolvimento do artigo na forma de comentários, entendimentos e citações de grandes nomes da ciência do direito.

1. CONCEITO DE CONTRATO.

A partir da vontade humana surgem os contratos no qual a um interesse reciproco, que formam um vinculo jurídico de responsabilidade do ato firmado, ou seja, o Contrato é um negócio jurídico firmado entre duas ou mais pessoas com a finalidade de modificar, constituir, transferir e extinguir direitos e assumir obrigações.

O autor, Tartuce (2017, pag. 398) conceitua contrato como, sendo “um ato jurídico bilateral, dependente de pelo menos duas declarações de vontade, cujo objetivo é a criação, a alteração ou até mesmo a extinção de direitos e deveres. Os contratos são, em suma, todos os tipos de convenções ou estipulações que possam ser criadas pelo acordo de vontades e por outros fatores acessórios”.

Alguns princípios normatizam o contrato sendo eles o Princípio da autonomia da

vontade, Princípio do consensualismo, Princípio da obrigatoriedade da convenção, Princípio

da relatividade dos efeitos do negócio jurídico contratual Princípio da boa-fé: segundo ele, o

sentido literal da linguagem não deverá prevalecer sobre a intenção inferida da declaração de

vontade das partes.

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O contrato possui uma função econômica no que diz respeito à circulação de riqueza, pois é através dos mesmos que os produtos circulam também auxilia como fonte geradora de empregos.

2. ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR.

A boa fé está de maneira intrínseca na ciência do direito, partindo desse pressuposto, de maneira relevante e singular, a boa-fé assegura e estreita uma relação leal entre as partes em suas ações comportamental recíprocas, sendo reconhecida como um princípio geral do direito mas não se prende apenas esta ciência, está presente na história da civilização humana e dilata-se para outros ramos da vida.

No direito espanhol Delia Matilde Ferreira sintetizou:

“o Princípio Geral da Boa-fé – como os demais princípios, cada um no seu âmbito - informa por força própria o ordenamento, impondo-lhe um caráter, e infundindo-lhe a fertilizante seiva dos princípios éticos, dos valores sociais, dotando-o, assim, da necessária flexibilidade, para manter sempre viva sua força e permitir a permanente adaptação das normas às circunstâncias.”v[v]

A boa-fé de maneira abrangente tem sua influência em outras ciências humanas por isso seu perfil e considerado dinâmico e versátil

“Deveras, o lanço doutrinário trazido à ribalta, faz nascer na alma do cultor do Direito que a boa-fé é a pedra de toque da conduta humana, e tão importante e amplo são os seus domínios, que não se pode conceber qualquer virtude, descartando sua preciosa presença”

Eduardo de Oliveira Gouvêa .

3. A DICOTOMIA CLÁSSICA DA BOA-FÉ.

A palavra dicotomia tem sua origem no grego dikhotomía que indica a divisão de um elemento em duas partes. A Boa fé divide-se em boa-fé subjetiva e a boa-fé objetiva. A boa fé subjetiva e um estado de espirito, psicológico da pessoa, aquele que está com boa fé está ignorando algum fato do caso concreto, ou seja, ignora o vício na posse.

A boa fé objetiva traz comportamentos esperados da pessoa, um modelo de conduta a ser seguido,tal conduta impõe os moldes de como agir nos negócios jurídicos , devendo-se ter em conta, como lembra Judith Martins Costa:

“A consideração para com os interesses do alter, visto como membro do conjunto social que é juridicamente tutelado”.

Partindo desse pressuposto pode se concluir que a boa-fé objetiva se qualifica como um modelo normativo de comportamento probo e leal.

Assim ressalta Miguel Reale:

A conduta, segundo a boa-fé objetiva, é assim entendida como noção sinônima de

“honestidade pública”.

A cerca da boa-fé com maestria publicou Cristiano Chaves:

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“A boa-fé subjetiva diz respeito de dados internos psicológicos referentes diretamente ao sujeito, a boa-fé objetiva diz respeito a dados externos normas de conduta que determinam como ele deve agir.”

4. A BOA FÉ COMO MÓVEL PARA O PERECIMENNTO DO ENCARGO OBRIGACIONAL.

O presente tópico diz-respeito a boa-fé como parte fundamental e até como força de obrigação dentro do contrato. Não apenas como um acordo de cavalheiros, não apenas em nome da moral e dos bons costumes.

Um exemplo disso é que em nenhum contrato pode-se visar o enriquecimento de uma parte com o empobrecimento de outros aproveitando-se assim de alguma forma da sua falta de instrução e meios, ou não, fazendo assim a justificativa para a extinção da obrigação.

Uma referência relevante de ser feito é a do art. 1198 do código Civil da Argentina, que diz:

O dever de agir com a boa-fé justifica a extinção das relações obrigacionais com base na impossibilidade econômica da relação. Surgem obstáculos a realização da prestação debitória que está, sem chegar a se torna irrealizável, fica extremamente difícil ou onerosa para o devedor.

Ou seja, o devedor fica eximiu da obrigação quando fica explicito que o contrato está desequilibrado, mesmo tendo ele assinado e aceito o contrato.

5 - INDENIZAÇÃO CONTRATUAL PELA QUEBRA DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ O tópico em questão trata da relação de indenizar pela quebra do princípio da boa-fé.

Quando os devedores por falta de boa-fé deixam de adimplir, a primeira obrigação irá gerar uma segunda obrigação, está já com o dever de indenizar.

Citando aqui o papa da responsabilidade civil, Aguiar Diaz:

“Se o contrato é uma fonte de obrigações, a sua inexecução também o é. Quando ocorre a inexecução, não é obrigação contratual que movimento o mundo da responsabilidade. O que se estabelece é uma obrigação nova, que se substitui à obrigação preexistente no todo ou em parte:

a obrigação de reparar o prejuízo consequente à inexecução da obrigação assumida. Essa

verdade se afirmará com mais vigor se observarmos que a primeira obrigação (contratual) tem

origem na vontade comum das partes, ao passo que a obrigação que a substitui por efeito de

inexecução, isto é, a obrigação de reparar o prejuízo advém, muito a contrário, contra a vontade

do devedor: este não quis a obrigação nova, estabelecida com a inexecução da obrigação que

contratualmente consentira. Em suma: a obrigação nascida do contrato é diferente da que nasce

de sua inexecução”

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Logo, entende-se que toda obrigação contratual é firmada a partir da premissa que a outra parte irá cumprir com o que lhe foi proposto, ou seja, acredita-se na boa fé das partes em cumprir com a obrigação de maneira proba e leal. Assim, não o fazendo fica obrigado o dever de indenizar.

6 - CONCLUSÃO

O vasto campo da boa-fé objetiva nos negócios jurídicos nos traz à tona que a mesma não é vista apenas como uma questão interpretativa de clausulas isoladas de um contrato, mas tem tomado a posição de leme na embarcação do direito, presente desde o cais até o porto destinado, definindo e ditando as coordenadas no percurso, ou seja ela está presente na celebração e na execução do contrato, tendo poder de revisar, extinguir e surgir direitos.

De maneira clara e impar versa Miguel Reale:

“Como se vê, a boa-fé não constitui um imperativo ético abstrato, mas sim uma norma que condiciona e legitima toda a experiência jurídica, desde a interpretação dos mandamentos legais e das cláusulas contratuais até as suas últimas consequências.

Daí a necessidade de ser ela analisada como conditio sine qua non da realização da justiça ao longo da aplicação dos dispositivos emanados das fontes do direito, legislativa, consuetudinária, jurisdicional e negocial.

A boa-fé é um tesouro “minério bruto” já existente só precisava ser encontrado e moldado para atingir seu real valor, conquistar seu espaço e com isso abrilhantar a sociedade.

Leonardo Cavalheiro.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

TARTUCE, Flavío. Manual de direito civil. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:

MÉTODO, 2017.

CAVALIERI FILHO. Sérgio. O Novo Código Civil e o Código de Defesa do Consumidor?.

Revista da Emerj, V. 5, nº 20, 2002.

CORDEIRO, Menezes. Da boa-fé no Direito Civil. V. 2, 1984. . CORDEIRO, Antonio Manuel da Rocha e Menezes. Da boa-fé no Direito Civil. Vol. I.

NEGREIROS, Maria Teresa. Fundamentos para interpretação constitucional do princípio da boa- fé. Rio de Janeiro: Renovar. 1998.

Disponível em:

http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-boa-fe-objetiva-no-direito-publico-e- direito-privado,29415.html

Disponível em:

https://estudeidireito.files.wordpress.com/2016/03/pedro-lenza-direito-civil- esquematizado.pdf.

Disponível em:

http://www.miguelreale.com.br/artigos/boafe.htm

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